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<p>Tutelas provisórias:</p><p>São mecanismos aptos a assegurar o possível resultado prático que normalmente se teria apenas ao final do processo, conservando as condições para que tal resultado possa futuramente ocorrer ou desde logo adiantando esse resultado, tendo em vista situações de urgência.</p><p>A tutela provisória se insere no ordenamento jurídico para:</p><p>a) Erradicar situações de perigo na demora.</p><p>b) Redistribuir o ônus do tempo da tramitação processual, quando há grande evidência da razão do demandante, embora o juiz ainda não tenha reunido elementos suficientes para o julgamento definitivo de procedência.</p><p>Tutela de urgência e tutela de evidência:</p><p>A tutela provisória poderá fundar-se em urgência ou evidência, conforme o art.294, caput.</p><p>A tutela de urgência será concedida quando forem demonstrados elementos que indiquem a probabilidade do direito, bem como o perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional, conforme o art.300.</p><p>Já a tutela de evidência dispensa a demonstração de perigo na demora quando existe intensa probabilidade de procedência da pretensão formulada, em casos enumerados pela lei em seu art.311.</p><p>Tutela de urgência: cautelar e antecipada:</p><p>A tutela urgente é subdivida em cautelar e antecipada, com ambas podendo ser concedidas em caráter antecedente ou incidental (art.294, parágrafo único).</p><p>Tutela de urgência incidental e antecedente:</p><p>A tutela de urgência pode ser requerida e concedida em caráter antecedente ou em caráter incidental, conforme o art.294, parágrafo único.</p><p>Será requerida em caráter antecedente quando o autor apenas formula pedido relativo a ela, deixando para um segundo momento o pedido principal. Já o requerimento de tutela urgente incidental é aquele formulado quando já está em curso o processo relativo ao pleito da tutela principal.</p><p>O ônus da formulação do pedido principal:</p><p>Na tutela urgente incidental, vigora integralmente o regime jurídico único para as ambas as modalidades, cautelar e antecipada. Mas, na tutela de urgência requerida em caráter antecedente, há regras distintas no que tange ao ônus da formulação do pedido principal, depois de efetivada a tutela urgente.</p><p>Uma vez efetivada a tutela cautelar em caráter antecedente, o autor fica incumbido de formular o pedido principal no prazo de trinta dias, sob pena de cessação de eficácia na medida (arts.308 e 309, I). Caso cessada a eficácia da tutela cautelar, é vedada a renovação do pedido, salvo por fundamento diverso (art.309, parágrafo único).</p><p>Art.308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 dias, caso em que será apresentado nos mesmo autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo de novas custas processuais.</p><p>Art.309, I. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal.</p><p>Já se a tutela urgente deferida em caráter preparatório for antecipada, o autor tem ônus de complementar sua argumentação em quinze dias, ou em outro prazo maior que o juiz lhe der, sob pena de extinção do processo sem julgamento de mérito, conforme o art.303, §§1º, I, e 2º).</p><p>Atividade jurisdicional urgente:</p><p>Nas ações urgentes, busca-se providência que, de modo rápido, proteja temporariamente um possível direito, que corre o risco de sofrer lesão irreparável ou de reparação muito difícil. Dessa forma, o juiz examinará apenas se há razoável plausibilidade nos fundamentos apresentados pelo autor. Ou seja, não desenvolverá uma investigação aprofundada e detalhada.</p><p>OBS: a cognição para fins cautelares não envolve apenas juízos sobre fatos passados, abrangendo também juízos sobre fatos futuros – para a avaliação do perigo de dano e definição dos mecanismos para debelá-lo.</p><p>O CPC unificou as medidas urgentes cautelares e antecipatórias, conforme o art.300. São antecipatórias as medidas que visam a antecipar ao autor, no todo ou em parte, os efeitos da tutela pretendida, ou seja, é aquela tutela que já atende a pretensão principal do autor. Já as medidas cautelares são as que visam a afastar riscos e assegurar o resultado útil do processo, conservando determinada situação fática e/ou jurídica, mas que não se trata da pretensão principal que será formulada pelo autor. Exemplos:</p><p>· Tutela cautelar: é o caso do arresto, que tem por finalidade assegurar o sucesso de futura execução, em hipóteses em que há motivo plausível para se temer uma dilapidação de patrimônio por parte do suposto devedor. A medida consiste na apreensão de bens do devedor, para que eles fiquem desde logo afetados ao procedimento executivo que provavelmente ocorrerá no futuro. O arresto não adianta o resultado do provimento principal, funcionando como um adiantamento de uma parte da atividade executiva.</p><p>· Tutela antecipatória: é verificável na antecipação de tutela referente do dever de alimentos.</p><p>Contudo, o parágrafo único do art.305 prevê que o juiz, ao considerar que uma tutela pleiteada em caráter antecedente como cautelar tem natureza, na realidade, antecipatória, deverá determinar seu processamento em conformidade com as regras do art.303, o que poderá conduzir à estabilização. Tal controle deve ocorrer também na hipótese inversa: ao deparar-se com um pedido de tutela antecipada antecedente que, a rigor, tem natureza cautelar, o juiz deverá também corrigir o processamento da medida, de modo a excluir a possibilidade de estabilização.</p><p>Art.305. A petição inicial da ação que visa à prestação cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.</p><p>Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art.303.</p><p>Normas gerais da tutela provisória:</p><p>Momento da concessão:</p><p>A tutela urgente cautelar ou antecipatória pode ser pleiteada e concedida mesmo antes da formulação do pedido de tutela principal, inclusive liminarmente, mesmo antes de citar o réu e ele ter a oportunidade de defesa.</p><p>No curso do processo principal, pela modalidade incidental, a tutela urgente pode ser concedida inaudita altera parte. Se for o caso, o juiz pode determinar a realização de uma audiência de justificação prévia (art.300, §2º) – ato que se pratica ainda antes da contestação do réu e que tem por objetivo unicamente aferir a presença dos pressupostos para a concessão da tutela provisória.</p><p>Art.300, §2º. A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.</p><p>OBS: qualquer modalidade de tutela provisória pode ser concedida depois da contestação e a todo tempo.</p><p>Estando presentes os seus pressupostos, a tutela provisória pode ser concedida no Tribunal, se já tiver sido proferida a sentença de primeiro grau de jurisdição, e até mesmo nos tribunais superiores, através de recurso especial (STJ) ou extraordinário (STF).</p><p>Competência:</p><p>Quando requerida incidentalmente, a tutela provisória é de competência do juízo perante o qual já tramita o processo. Ou seja, tal juízo estará prevento para a ação urgente. Quando for pleiteada em caráter antecedente, deve ser dirigida ao juízo que seria competente para o pedido principal, conforme o art.299.</p><p>Art.299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.</p><p>Reversibilidade:</p><p>A tutela provisória deve ser reversível, isto é, as suas consequências de fato devem ser reversíveis. Deve ser possível o retorno ao status quo ante. É uma condição tanto para a tutela urgente antecipada quanto a tutela urgente cautelar.</p><p>OBS: a reversibilidade pode ser in natura, que é sempre preferível. Mas também pode ser considerado reversível a tutela provisória toda vez que puder haver indenização e que seja capaz de efetivamente compensar o dano sofrido.</p><p>Mutabilidade e revogabilidade:</p><p>A provisoriedade das medidas deriva de que elas são destinadas a durar apenas o tempo necessário para tutelar uma situação de emergência ou até que sobrevenha o pronunciamento principal,</p><p>a que estão instrumentalmente ligadas. Cessam sua eficácia tão logo desapareça a urgência em razão da qual foram concedidas ou na medida em que se desfaça a plausibilidade do direito antes configurada.</p><p>O art.296 alude à possibilidade de que a decisão concessiva da tutela provisória seja alterada ou revogada pelo juiz, a qualquer tempo, em decisão fundamentada, conforme o art.298.</p><p>Art.296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.</p><p>Art.298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.</p><p>OBS: alterados os fatos e/ou o quadro instrutório em que se tenha embasado a decisão anteriormente proferida, outro deverá ser prolatada em seu lugar.</p><p>Em suma, a parte final do art.296 não significa permissão para que o juiz altere sua decisão, de acordo e em consonância com a variação de sua opinião, sem provocação técnica da parte. Esse dispositivo significa apenas a permissão de que o juiz inverta ou modifique sua decisão em função das alterações que podem ter lugar no plano dos fatos – externos ou internos ao processo.</p><p>Recurso:</p><p>A decisão que concede tutela provisória liminarmente ou no curso do processo, em primeiro grau de jurisdição, é interlocutória, sendo seu recurso agravo de instrumento. Se a tutela provisória é concedida, denegada, revogada ou modificada na sentença, cabe apelação.</p><p>Execução:</p><p>A decisão concessiva de tutela provisória é desde logo passível de efetivação prática. A lei determina que se apliquem no que couberem, as regras sobre execução provisória, conforme o parágrafo único do art.297. Mas não significa que a efetivação da tutela antecipada irá submeter-se a um processo executivo ou mesmo ao cumprimento de sentença.</p><p>Art.297, parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.</p><p>Dessa forma, não é definitivo o resultado pratico estabelecido pela tutela antecipada. As providências concretas efetivadas com base na decisão antecipatória poderão vir a ser desfeitas, se o provimento final do processo for contrário à parte que obtivera a tutela antecipada.</p><p>OBS: se o julgamento da pretensão principal for favorável ao autor da cautelar, no mais da vezes permanecerá vigorando a medida cautelar, a fim de assegurar a eficácia da própria execução da sentença no processo principal.</p><p>Proibição da repetição:</p><p>Cessada a eficácia da medida, a demanda de tutela provisória não pode ser reproposta. Apenas se admitirá novo pedido com outro fundamento, conforme o art.309, parágrafo único.</p><p>A autorização da repropositura em vista de novos elementos instrutórios, jurídicos e fáticos, só faz sentido quando a extinção anterior houver ocorrido com insuficiência de tais elementos.</p><p>Responsabilidade objetiva:</p><p>Cessada a eficácia da tutela provisória, o requerente tem responsabilidade objetiva relativamente aos danos causados pelo requerido, caso não tenha o direito que desde o início afirmou ter, conforme o art.302. Trata-se de regra aplicável a todas as espécies de tutela provisória.</p><p>Art.302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa.</p><p>O requerente da tutela provisória assume o risco de ressarcir, ao adversário, todos os prejuízos produzidos pela concessão e a execução da providência urgente, quando essa vier a ser extinta por um ato ou omissão imputável ao autor da medida ou por se constatar que ele não tem o direito antes reputado plausível. É irrelevante que o requerente da medida tenha agido de boa ou má-fé, com ou sem dolo ou culpa. Aliás, se tiver havido litigância de má-fé responderá também, cumulativamente, pelas penalidades imputáveis a tal conduta.</p><p>Normas gerais da tutela urgente:</p><p>Pressupostos:</p><p>A concessão da tutela urgente subordina-se aos requisitos da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, conforme o art.300, caput.</p><p>A formação do juízo de verossimilhança favorável ao autor depende não apenas da razoável probabilidade de existirem os fatos por ele invocados, mas também da plausibilidade de que o direito, as normas jurídicas, amparem-no tal como ele pretende.</p><p>O perigo na demora ou perigo de dano é significativo pela circunstância de que ou a medida é concedida quando pleiteada ou, depois, de nada mais adiantará a sua concessão. Trata-se do risco da ineficácia. Exemplo: o suposto devedor está se desfazendo de todo o seu patrimônio, de modo que, de nada adiantará o autor, pretenso credor, ser vitorioso na ação de cobrança depois de dois anos, pois, se nada for feito agora, a futura execução fracassará, por não haver mais bens para responder pela dívida.</p><p>Caução:</p><p>Conforme o §1º do art.300, o juiz pode condicionar a concessão da medida urgente a uma prestação de caução pelo autor, podendo ser real (oferta de um bem em garantia) ou fidejussória (garantia pessoal, como a fiança).</p><p>Art.300, §1º. Para a concessão da tutela de urgência o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.</p><p>A caução do autor desempenha papel de contracautela. Ou seja, o autor oferta a caução como garantia para o ressarcimento de eventuais danos acarretados pela medida cautelar, caso essa venha a ser revogada ou extinta.</p><p>Modalidades de tutela urgente:</p><p>a) Adiantar uma produção probatória, em relação ao seu momento processual oportuno. Exemplo: produção antecipada de provas e exibição de documentos.</p><p>b) Resguardar a possibilidade de concreta realização de provimento final, mediante conservação de bens ou de um estado jurídico. Exemplo: arresto.</p><p>c) Determinar contracautela a fim de evitar danos que possam advir de outro provimento sumário e provisório, através de caução.</p><p>d) Antecipar total ou parcialmente os efeitos do provimento final, a fim de evitar danos irreparáveis a uma das partes.</p><p>OBS: as três primeiras hipóteses são cautelares. A quarta é antecipatória.</p><p>Tutela cautelar antecedente:</p><p>Se a parte necessita de proteção urgente, mas ainda não pode ou não quer desde logo formular sua pretensão principal, ela pode promover uma demanda cautelar preparatória, conforme o art.305.</p><p>Art.305. A petição inicial da ação que visa à prestação cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.</p><p>Na petição inicial, além de observar os requisitos gerais dessa peça, previsto no art.319, a parte tem o ônus de descrever o direito que busca assegurar e o perigo de dano. Sendo uma ação cautelar preparatória, deve se fazer a indicação das linhas gerais da futura pretensão principal.</p><p>A providência cautelar pode ser deferida liminarmente. Mas o juiz pode reputar necessária, ainda antes da citação do réu, a instauração de audiência de justificação prévia. Já se for indeferido o pedido de tutela cautelar nesse momento, o processo prosseguirá, sendo ainda possível a concessão da medida posteriormente.</p><p>Se efetivada a tutela, começa a correr o prazo decadencial de trinta dias para que a pretensão principal seja formulada, conforme o art.308. Escoado esse prazo sem que a ação tenha sido proposta, cessa a eficácia da providência concedida e o processo é extinto.</p><p>Tutela antecipada antecedente:</p><p>O autor deve indicar de modo expresso, na petição inicial, que está se limitando a pedir a tutela antecipada e depois formulará a pretensão principal no prazo de quinze dias, conforme o art.303, §5º. Na falta dessa expressa ressalva, há o risco de se reputar que já está formulada a pretensão principal, não se admitindo depois que ele emende a petição inicial.</p><p>Art.303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da</p><p>tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.</p><p>§5º. O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo.</p><p>Pode haver liminarmente antecipação da tutela. Mas a justificação prévia pode ser necessária também nessa hipótese. Sendo indeferida, o autor terá o prazo de cinco dias para emendar a petição inicial, formulando a pretensão principal – se não o fizer, a inicial será indeferida e o processo extinto, conforme o §6º do art.303.</p><p>Art.303, §6º. Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até cinco dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução do mérito.</p><p>Estabilização da tutela antecipada:</p><p>Se o réu não interpuser recurso contra a decisão que, em primeiro grau, concede a tutela antecipada antecedente, essa se estabilizará. O processo, uma vez efetivada integralmente a medida, será extinto. Todavia, a providência urgente manterá sua eficácia por tempo indeterminado. Sua extinção dependerá de uma decisão de mérito, em uma nova ação, que a reveja, reforme ou invalide, conforme o art.304, caput e §§1º e 3º.</p><p>· Exemplo: concede-se tutela antecipada antecedente, determinando-se prestação pecuniária mensal de natureza alimentar – e o réu não recorre. Sem que haja nenhuma declaração da existência do direito de alimentos, a ordem de pagamento das prestações periódicas permanecerá em vigor por tempo indeterminado. Para eximir-se do cumprimento de tal comando, o réu terá o ônus de promover ação de cognição exauriente e nela obter o reconhecimento da inexistência do dever de prestar alimentos.</p><p>OBS: apenas a tutela antecipada antecedente é apta a estabilizar-se.</p><p>A estabilização da tutela antecipada não gera coisa julgada material. Os efeitos da medida de urgência poderão ser extintos em posterior ação. Nos termos do §2º do art.304.</p><p>Art.304, §2º. Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada.</p><p>O §5º do art.304 estabelece prazo de dois anos para o ajuizamento de ação de revisão de tutela estabilizada. O prazo é computado a partir da data de ciência, pela parte, da extinção do processo gerada pela estabilização da tutela provisória. Trata-se de prazo decadencial.</p><p>OBS: esse prazo aplica-se somente à ação de revisão da tutela estabilizada. Já a ação destinada à discussão do mérito da pretensão principal não se submete àquele prazo.</p><p>Tutela de evidência:</p><p>Aplica-se a casos em que a probabilidade de que o autor tenha razão no que pede é tão mais alta, ou seja, há a seu favor uma verossimilhança tão mais intensa, que se constata ser um gravame desproporcional ao autor ter de arcar com o peso da demora do processo.</p><p>Pode ser requerida apenas incidentalmente. Não sendo prevista na modalidade antecedente e, por isso, não é apta a estabilizar.</p><p>A tutela de evidência subordina-se a todas as normas gerais da tutela provisória antes expostas: é instrumental em relação ao resultado final do processo; deve ser reversível, em regra; é modificável e revogável.</p><p>Hipóteses de cabimento:</p><p>1. Ficar caracterizado abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte: pressupõe a constatação da extrema probabilidade do direito do autor.</p><p>2. As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas mediante prova documental e houver tese firmada em julgamento de questões repetitivas ou em súmula vinculante.</p><p>3. Tratar-se de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito: não sendo preciso que o contrato de depósito esteja instrumentalizado por escrito. Basta que seja possível comprovar documentalmente sua existência.</p><p>4. A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Nesse caso, o juízo de probabilidade necessário à concessão da medida não é dado simplesmente pela prova documental produzida, mas sim pelo contraste entre essa prova e atuação do adversário.</p>