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<p>INSTITUTO INOVAR</p><p>GESTÃO E TECNOLOGIAS: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS</p><p>SAMUEL CARDOSO PEREIRA</p><p>CASCALHO RICO-MG</p><p>2023</p><p>SAMUEL CARDOSO PEREIRA</p><p>GESTÃO E TECNOLOGIAS: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS</p><p>Artigo científico apresentado a Instituto Inovar como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Recursos Humanos.</p><p>CASCALHO RICO - MG</p><p>2023</p><p>GESTÃO E TECNOLOGIAS: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS</p><p>Samuel Cardoso Pereira[footnoteRef:1] [1: ]</p><p>Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.</p><p>Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).</p><p>Resumo</p><p>Este estudo tem por objetivo realizar um levantamento das concepções e práticas com tecnologias para os recursos humanos. Quando pensamos em recursos humanos, há um especialista que lida diretamente com as pessoas em todos os seus âmbitos e recursos, o gestor escolar, que vem como profissional que incentiva os professores a utilizarem e dominarem os diferentes recursos tecnológicos disponíveis na escola, assim como lida com todas as questões de RH dentro da escola. Como metodologia, foi utilizada a pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, além do método da revisão de literatura o qual permite apresentar um diálogo entre diferentes concepções e práticas. Nesse sentido, as informações coletadas na literatura consultada, aponta o gestor como um líder que juntamente com os educadores, gerenciam os recursos tecnológicos, em decisões compartilhadas. Além disso, o planejamento do uso das tecnologias tende a ser coletivo, para dar voz aos professores, sobre as possibilidades de utilizar as tecnologias para contextualizar o ensino. Do mesmo modo, os alunos, protagonistas do processo de aprendizagem são orientados a utilizarem as tecnologias existentes na escola, unindo ensino pesquisa e extensão.</p><p>Palavras chave: tecnologias educacionais, recursos humanos, gestão escolar, gestão do conhecimento.</p><p>1 - INTRODUÇÃO</p><p>Ao ser reportar às ações gestoras na escola contemporâneas, as tecnologias educacionais, são recursos estratégicos, para que o gestor escolar possa desempenhar suas funções, sendo a informática, atualmente, uma das tecnologias mais utilizadas. Nessa perspectiva, o gestor, ao administrar os recursos materiais direcionados ao processo educativo, motiva o uso de equipamentos, programas, aplicativos, pelos professores, para atualização das práticas educativas nos diferentes espaços pedagógicos da escola entre estes, os ambientes informatizados.</p><p>Nessa linha de gestão, segundo Prata (2012, p. 1): "A integração das tecnologias como TV, vídeos, computadores e internet ao processo educacional promove mudanças bastante significativas na organização e no cotidiano da escola". De fato, ao disponibilizar tecnologias modernas, considerando os diferentes que essas tecnologias oferecem, o gestor há de conceder permissão para que professores e alunos possam pesquisar a partir de fontes disponíveis nos ambientes virtuais.</p><p>Ademais, na gestão das tecnologias na escola, o gestor pode propor momentos de capacitação e formação permanente dos professores, preferencialmente no interior da escola, utilizando os laboratórios de informática, a fim de familiarizar os educadores sobre as possibilidades de trabalhar com as tecnologias atuais na sala de aula.</p><p>No que se refere, especificamente à gestão escolar, de acordo com Alonso (2014, p. 4): " Hoje temos consciência que é preciso buscar novos caminhos se quisermos avançar na direção de uma escola mais eficiente e democrática, aberta à diversidade de pensamentos e culturas". Nesse sentido, o gestor escolar procura um diálogo aberto a diferentes formas de abordar o processo ensino-aprendizagem, articulando conhecimentos escolares com a pesquisa, por meio de sites da internet, a fim de enriquecer as atividades pedagógicas.</p><p>Segundo Moran (2010, p. 152): "Um diretor, um coordenador têm nas tecnologias um apoio indispensável ao gerenciamento das atividades administrativas e pedagógicas". Da mesma forma, os recursos tecnológicos precisam ser utilizados pelo gestor não apenas nas questões administrativas, mas também como forma de enriquecer a dimensão pedagógica. Nesse sentido, o uso das tecnologias informatizadas necessita de um direcionamento criativo na escola, sendo que o gestor é um dos motivadores para o uso das tecnologias educacionais no processo educativo.</p><p>Nesse contexto, investiga-se: quais as ações gestoras que promovem o uso das tecnologias educacionais no interior da escola, de modo a promover o processo ensino-aprendizagem, inserindo a cultura digital na escola? Por meio de equipamentos modernos e aplicativos informatizados, o gestor pode motivar o professor a extrapolar os conteúdos curriculares, por meio da pesquisa e da socialização de seus resultados na escola.</p><p>Feitas as considerações preliminares, esta pesquisa tem por objetivo realizar uma levantamento das concepções e práticas com tecnologias educacionais, na visão do gestor escolar, como profissional que incentiva os professores a utilizarem e dominarem os diferentes recursos tecnológicos disponíveis na escola. .</p><p>Convém esclarecer que a escolha dessa temática foi realizada, considerando-se que a pesquisadora lida diariamente com as tecnologias educacionais na escola onde atua, o que despertou interesse na abordagem administrativa e pedagógica do uso dos recursos tecnológicos de forma criativa e democrática. De fato, justifica-se uma pesquisa na área das tecnologias educacionais e sua gestão, pois pode subsidiar o trabalho do gestor ao disponibilizar os recursos materiais de forma que todos os professores tenham a oportunidade de utilizá-los.</p><p>Para concretização desta pesquisa, foi realizada pesquisas bibliográficas, apresentando as informações pela reisão de literatura, em diálogo com diferentes autores que tratam atualmente sobre a temática gestão escolar e tecnologias. Na pesquisa de artigos e livros didáticos foram usadas os seguintes descritores: gestão escolar, tecnologias educacionais, gestão das tecnologias educacionais. Na escolha dos artigos, foram tomados com critérios de inclusão, textos acadêmico-científicos, publicados em língua portuguesa, preferencialmente no contexto brasileiro, no período de 2010 a 2016. Inicialmente, foram feitas leituras dos artigos para conhecer seu conteúdo, bem como coletar dados, o quais possibilitaram, posteriormente, a seleção, apresentação e discussão das informações mais pertinentes ao presente estudo.</p><p>2. GESTÃO ESCOLAR E O USO DAS TECNOLOGIAS</p><p>Reconhecer os caminhos para um novo modelo organizacional da gestão educacional, com base em preceitos democráticos, criativos, inovadores, demanda não apenas pesquisa mas reflexão da própria prática gestora, rumo à utilização das tecnologias educacionais no processo educativo. Além disso, o gestor deve envidar esforços para que os recursos tecnológicos, utilizados na escola sejam norteadores da formação social dos alunos.</p><p>Importante salientar que uma das diretrizes da formação gestora, como líder que motiva o uso de "novas teorias, estratégias, formas, meios, instrumentos, permitindo ao gestor escolar a construção de novas práticas e inovações, capazes de tornar mais eficientes os processo de gestão escolar" (BORGES, 2009, p. 79). Sendo assim, a sensibilização dos educadores para a apropriação das tecnologias da informação e comunicação, é de suma importância, pois a atualização do processo de ensino, insere os alunos nas</p><p>diferentes dimensões da cultura digital.</p><p>Nas palavras de Almeida; Prado (2008, p. 1):</p><p>A incorporação das TIC no contexto escolar, envolve distintos aspectos da gestão decorrente do efeito de gerir, administrar, preservar, colocar em ordem, ou seja, de favorecer o uso dos recursos tecnológicos. Isto requer organizar, registrar, recuperar e atualizar informações, produzir estratégias de comunicação, gerenciar atividades, conteúdos, recursos, bem como, gerir ambientes e processos de avaliação, estabelecer novas relações com a história, consigo mesmo e com o saber.</p><p>Nessa visão, as ações dos gestores escolares, para inserir as tecnologias atuais no processo administrativo, precisa considerar suas particularidades da escola, assim como as oportunidades de inovação que a escola pode oferecer.</p><p>Na gestão pedagógica das tecnologias, as ações gestoras, manifestação humana julgada em fatos e julgamentos, foram se construindo historicamente, pois a administração escolar foram inserindo novos equipamentos à sua atuação, buscando atualizar os recursos tecnológicos na escola (OLIVEIRA, 2009). Essa trajetória histórica culminou com a inserção de processos tecnológicos na aprendizagem por meio de intervenções pedagógicas múltiplas em que professores e alunos dominem as tecnologias atuais.</p><p>Segundo Almeida; Rubim (2008, p. 1):</p><p>A incorporação das tecnologias de informação e comunicação – TIC - na escola contribui para expandir o acesso à informação atualizada e, principalmente, para promover a criação de comunidades colaborativas de aprendizagem que privilegiam a construção do conhecimento, a comunicação, a formação continuada e a gestão articulada entre as áreas administrativa, pedagógica e informacional da escola.</p><p>Nessa visão, quando o gestor avalia o potencial das tecnologias da informação e comunicação no cotidiano escolar, sobretudo abrindo acesso à Internet para pesquisas e construção de conhecimentos, a instituição escolar oferece novas relações com os saberes socialmente constituídos, experimentando a interação compartilhada e a permuta de informações com os outros, dinamizando a socialização dos conteúdos escolares, flexionando o currículo, para que as tecnologias permeiem todas as disciplinas oferecidas na escola.</p><p>2.1 Uso de tecnologias na gestão administrativa da escola</p><p>Na inserção das tecnologias educacionais integradas à gestão da educação básica, agregam-se um conjunto de transformações pedagógicas, no contexto da reorganização didática e administrativa, com base nas políticas públicas que norteiam cada sistema educacional. Com as tecnologias, o gestor orienta os educadores a elaborar e executar o projeto pedagógico, visando uma proposta pedagógica moderna e criativa.</p><p>Em se tratando da dimensão administrativa do gestor escolar, as tecnologias podem auxiliar o gestor a administrar os recursos humanos e tecnológicos, criando uma rede de cooperação para que todos os educadores tenham acesso e domínio dos equipamentos disponíveis na escola (FONSECA, OLIVEIRA, 2009). De fato, todas as mudanças que ocorre no interior da escola devem ser graduais e formativas, já que demandam rupturas com paradigmas obsoletos, criando uma nova cultura escolar, bem como mudanças na identidade própria da escola.</p><p>Quaisquer decisões administrativas possuem suas dimensões materiais e humanas, em que a fusão dessa duas dimensões, por meio do gestor, concretiza o cumprimento dos objetivos da educação em cada ano letivo, assegurando um diálogo entre o livro didático e as demais fontes de dados, informações e conhecimentos. Quando o gestor se volta para os educadores, pode-se criar vínculos de credibilidade e parceria, para que os recursos tecnológicos sejam utilizados democraticamente (VIEIRA, 2008). . O que se deve evitar é a sub-utilização dos recursos tecnológicos na escola, evitando de deixá-los ociosos, lembrando que tais recursos são furto de investimentos da gestão na escola.</p><p>Por meio das tecnologias, o gestor escolar pode abrir canais de comunicação para interagir tanto com a família, quanto a comunidade escolar, quer pelas redes sociais, ou por correio eletrônico, criando oportunidades de integração da sociedade com a escola, em um processo democrático (SILVA; ALMEIDA, 2011).. Considerando-se que diferentes formas de comunicação são viáveis socialmente, os recursos de comunicação virtual abrem espaços de interação dinâmicos entre a instituição escolar, as famílias e a sociedade, ampliando a cultura digital na escola.</p><p>Em se tratando de gestão das tecnologias escolares e a formação do gestor escolar, Segundo Almeida (2015, p. 1):</p><p>Tendo como eixos as práticas de gestão escolar, numa perspectiva de gestão democrática e compartilhada, as características das TIC e as teorias educacionais que permitem compreender tais práticas com o uso de tecnologias, a formação proporciona o uso das TIC na resolução de problemas da escola e o repensar do papel do gestor diante das possibilidades que se descortinam a partir dessa utilização.</p><p>Do mesmo modo, na formação do gestor escolar, os momentos de interação com as tecnologias modernas se agregam em uma proposta de aprendizagem inovadora, formando uma parceria com coordenadores e supervisores pedagógicos para disseminar os conhecimentos tecnológicos entre educadores e alunos.</p><p>Com relação às políticas educacionais, de acordo com Garcia (2010, p. 446): "As políticas educacionais incorporam um conjunto de tecnologias e práticas, associações, discursos e regimes que formam uma rede complexa". Nesse cenário, as políticas educacionais instituem, também, estratégias que buscam socializar informações que ocorrem no mundo, por meio da pesquisa na sala de aula, que se estendem para os ambientes informatizados de aprendizagem, propondo não apenas veicular conhecimentos, mas de modo crítico, colhendo os diferentes argumentos dos alunos, que são os protagonistas da educação.</p><p>Com relação as possibilidades de se utilizar as tecnologias educacionais pelo gestor escolar, segundo Almeida (2008, p. 101):</p><p>Para além de considerar as tecnologias como ferramentas, a organização dos seres humanos em redes, por meio das tecnologias, permite articular conhecimento, criatividade, crenças e valores em processos nos quais as competências, habilidades e experiências dos participantes - em territórios sem fronteiras - entre o real e o virtual, se encontram imbricadas em um processo simbiótico que propicia a multiplicidade de representações e significados e envolve a sensibilidade corporal, física e mental.</p><p>Nessa linha de visão, as habilidades gestoras podem lançar mão dos equipamentos para além da mera organização administrativa, estabelecendo vínculos de comunicação entre todos que protagonizam o ensino, bem como facilitar o gerenciamento de projetos na escola, para democratização do uso das tecnologias entre todos os professores.</p><p>Com o uso permanente das tecnologias na escola, a prática administrativa, normalmente ganha dinamicidade, em ações compartilhadas com os educadores, momento em que o gestor gerencia as unidades informatizadas no contexto escolar, em uma nova concepção educacional que deriva do paradigma contemporâneo de democratização dos recursos materiais na educação básica (HESSEL, 2008). Em virtude dessa prática, os gestores passam a administrar com o outro desarticulando as relações verticalizadas na instituição escolar, que denotam uma postura democrática. Trata-se de um relacionamento partilhado em que as tecnologias são o elo entre professores e alunos, compreendidas com base na identidade que própria escola constrói e reafirma diariamente.</p><p>Na dimensão administrativa, as relações democráticas favorecem a inter-subjetividade no processo pedagógico, com a utilização das redes sociais, para veiculação dos conhecimentos em ambientes virtuais de aprendizagem. A democratização das tecnologias fundamenta-se no cooperativismo, entre educadores que, juntamente com os gestores e supervisores, passam a utilizá-las para sucesso de todas as equipes escolares.</p><p>2.2 Aplicabilidade das tecnologias</p><p>na gestão do conhecimento</p><p>Ao se reportar à gestão do conhecimento e suas tecnologias na escola, o gestor irá gerenciar projetos que se voltam para os saberes veiculados entre os gestores, coordenadores, supervisores, orientadores, educadores e do próprio aluno. Percebe-se que da interação dos responsáveis pelo planejamento escolar, abrem-se caminhos para a democratização e veiculação de dados, informações, práticas pedagógicas e, sobretudo, quanto a oportunidade de utilizar as tecnologias educacionais, com vistas a uma abordagem contextualizada e prática dos conhecimentos necessários ao aprendizado.</p><p>No que se refere aos conhecimentos compartilhados entre diretores, vice diretores e orientadores, as tecnologias irão permear as práticas inerentes a todos os processos pedagógicos, dos planos de aula à sua execução e avaliação. Conforme Cysneiros (2010, p. 2): "A gestão de tecnologias é um dos aspectos da gestão escolar que vem recebendo atenção com a introdução de computadores na escola e nas redes escolares". Por ser de suma importância para atualização das práticas gestores, a gestão do conhecimento tem sido uma dimensão que está sendo inserida na escola contemporânea e tema de vários debates entre profissionais da educação.</p><p>Nas palavras de Brito (2012, p. 279):</p><p>A instituição escolar se depara com três caminhos: repelir as tecnologias e tentar ficar fora do processo; apropriar-se da técnica e transformar a vida em uma corrida atrás do novo; ou apropriar-se dos processos, desenvolvendo habilidades que permitam o controle das tecnologias e de seus efeitos.</p><p>Nessa perspectiva, a gestão do conhecimento integrado às tecnologias educacionais possibilita uma formação gestora, capaz de orientar cada projeto dentro da escola, em uma visão democrática e empreendedora. Ao gerir as tecnologias na escola os gestores se voltam para a relevância do trabalho docente, no qual o educador reflita sobre o uso coerente dos recursos tecnológicos disponíveis.</p><p>Com relação à gestão compartilhada entre coordenadores pedagógicos e supervisores, por meio das tecnologias, a participação nas decisões sobre o uso democrático dos recursos tecnológicos promove a participação pró-ativa dos educadores na mobilização e reflexão sobre o trabalho docente. É importante destacar que a participação de todos os professores requer coordenação integrada com as práticas e atividades de ensino proposta, para articular experiências e conhecimentos (BANCOVSKI, 2008). Nesse sentido, constrói-se uma sintonia entre gestão, supervisão e coordenação para que as práticas se efetivam e agreguem valores à mediação da aprendizagem.</p><p>Convém ressaltar ainda que a união entre coordenadores, supervisores e professores, para decidir como as tecnologias serão integradas às práticas educativas é de suma importância e, para tanto, o planejamento necessita ser coletivo. Nessa linha de pensamento, Fonte (2008) aponta que:</p><p>A escola tem como instrumento de trabalho a informação, e a utiliza com a perspectiva de que as novas gerações se apropriem do patrimônio cultural existente, se apropriem de novas informações, e construam com esta bagagem algo além. Para tanto, a educação deverá operar com base em um novo paradigma, não mais como transmissão de informação, mas na criação de situações de aprendizagem nas quais o aluno realiza atividades e constrói o seu conhecimento, pois “o conhecimento deverá ser fruto do processamento dessa informação, aplicação dessa informação processada na resolução de problemas significativos e reflexão sobre os resultados obtidos.</p><p>Com efeito, por meio das tecnologias educacionais, o ensino é direcionado para a relevância de se disponibilizar diferentes canais de pesquisa e socialização de conhecimentos entre os alunos, que podem ser dinamizadas com os recursos tecnológicos, segundo o potencial de cada escola.</p><p>Em se tratando da gestão do conhecimento dos próprios alunos e da cultura escolar, as tecnologias educacionais estarão à disposição dos protagonistas da educação, em um todo planejado pelas equipes administrativa e pedagógica. Possibilitar aos alunos potenciais para ampliar seus conhecimentos habilidades com as tecnologias, faz parte da atuação do gestor, juntamente com o educador, que avaliam e solucionam problema quanto ao domínio na utilização dos equipamentos e aplicativos pelos professores e alunos (GOMES; SANTOS; MELO, 2009).</p><p>Ademais, os alunos podem construir e desenvolver projetos educativos propostos pelos professores com o uso dos aparelhos e programas acessíveis dentro e fora da escola. Para tanto, o professorado precisa compreender os rumos da gestão do conhecimento proposto pela gestão escolar, eliminando a visão fragmentada do processo educativo, ao contemplar as dimensões da mediação e formação social de todos os alunos (HESSEL, 2008).</p><p>No que tange à gestão da cultura escolar, no universo do conhecimento e da tecnologia torna-se necessário promover o papel da escola, mais especificamente em relação à veiculação de culturas diferenciadas no contexto escolar (MELO; BOLL, 2014). Do mesmo modo, o ensino organizado de forma interdisciplinar privilegia a reflexão sobre o papel do conhecimento na manutenção e transformação da cultura nacional, regional e até mesmo local, uma vez que as tecnologias digitais podem alcançar as diferentes dimensões da cultura que se quer aprender e sobre a qual deve-se refletir e argumentar.</p><p>Nesse contexto, Moran (2013, p. 89):</p><p>A digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer informação, por qualquer meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a multiplicação de possibilidades de escolha, de interação. A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis, determinados.</p><p>Além disso, as tecnologias que inicialmente são usadas de maneira a ampliar a cultura, os saberes e o conhecimento de cada disciplina, com o uso do computador, sobretudo com a utilização da internet, voltam-se para dados e informações que agregam valores à cultura escolar integrada à cultura da comunidade onde o aluno estiver inserido.</p><p>Normalmente, nota-se que as dimensões culturais, cognitivas e educacionais estão presentes ao se debater a inclusão na cultura digital. Grande parte das ações gestoras na gestão do conhecimento integrado à cultura digital se efetiva na produção de novas informações culturais, além da própria divulgação da cultura pesquisada (BONILLA, 2010; TOSCHI, 2015). A gestão da cultura digital na escola, passa, então, por uma proposta contextualizada em que alunos e professores passam a ter acesso a diferentes modos de representar a cultura contemporânea, sem desprezar sua evolução histórica.</p><p>Mas mais importante do que incorporar tecnologias no cotidiano das escolas é refletir sobre o tipo de comunicação que está acontecendo nesta importante instituição social. Isso não quer dizer ser contrário à incorporação das tecnologias na vida das escolas, mesmo porque esta ação pode minimizar a exclusão digital. A construção da cidadania passa hoje pela incorporação das tecnologias, não apenas porque são tecnologias de ponta, mas porque é, por intermédio delas, que circula o conhecimento que está sendo produzido pela humanidade</p><p>3. CONCLUSÃO</p><p>Na gestão escolar com as tecnologias, o diretor e equipe pedagógica tem a oportunidade de democratizar a veiculação da comunicação e da informação nos diferente espaços pedagógicos da escola. Para tanto, é importante que o planejamento do ano letivo seja feita de modo coletivo, para que todos possam participar da organização e aplicabilidade dos recursos tecnológicos da escola.</p><p>Nesse contexto, unidos aos coordenadores e supervisores pedagógicos, bem como aos professores, os gestores buscam disseminar a importância da cultura digital no ensino e na pesquisa, para que os conhecimentos sejam socializados juntamente dentro da escola, alcançando, porém, toda a comunidade. Importante abrir os canais de comunicação da escola, via redes sociais e correio eletrônico, para efetivar a interação</p><p>entre a escola e a sociedade. .</p><p>Do mesmo modo, as tecnologias educacionais contemporâneas devem estar direcionadas para a qualidade do ensino e aprendizagem, ensinando aos alunos como lidar com as tecnologias, a informação, o conhecimento e a comunicação. Importante lembrar que a comunicação dos saberes socialmente constituídos e de suma importância para complementar o processo educativo.</p><p>Importante ressaltar que o trabalho em equipes ao utilizar as tecnologias na escola e relevante, momento em que o gestor se torna um líder capaz de unir os objetivos da educação, despertando nos professores o aluno a motivação para o uso dos recursos tecnológicos da escola para a qualidade do processo ensino aprendizagem, além de utilizá-las na prática gestora e toma de decisões compartilhadas.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, Maria Elizabeth B. Tecnologias na escola: a perspectiva dos gestores sujeitos de uma formação. São Paulo: PUC, 2015.</p><p>__________ Tecnologias na Educação: dos caminhos trilhados aos atuais desafios. Bolema, v. 21, n. 9, p. 99-129, 2008.</p><p>ALMEIDA, Maria Elizabeth B.; PRADO, Maria Elisabette B. B. A formação de gestores para a incorporação de tecnologias na escola. In ALMEIDA, Maria Elizabeth B (org.). 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