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<p>Conteúdo do livro</p><p>O mundo presenciou duas grandes guerras na história: a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. A</p><p>primeira evidenciou e levou ao poder os regimes autoritários: nazismo, na Alemanha, e fascismo, na</p><p>Itália. A segunda violou diversos direitos humanos ao submeter os judeus alemães a atrocidades.</p><p>Ambos os eventos culminaram na necessidade de elaborar um documento que resguardasse os</p><p>direitos humanos, nascendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos.</p><p>Leia o capítulo A Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos, do livro Direitos</p><p>humanos, e entenda o contexto que levou a esses acontecimentos.</p><p>Boa leitura.</p><p>DIREITOS</p><p>HUMANOS</p><p>Guérula Mello Viero</p><p>Revisão técnica:</p><p>Renato Selayaram</p><p>Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais</p><p>Especialista em Ciências Políticas</p><p>Mestre em Direito</p><p>Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin — CRB 10/2147</p><p>A658d Arakaki, Fernanda Franklin Seixas.</p><p>Direitos humanos [recurso eletrônico] / Fernanda Franklin</p><p>Seixas Arakaki, Guérula Mello Viero [revisão técnica: Renato</p><p>Selayaram]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018.</p><p>ISBN 978-85-9502-537-0</p><p>1. Direitos humanos I. Viero, Guérula Mello. II.Título.</p><p>CDU 342.7</p><p>Segunda Guerra Mundial</p><p>e a fragmentação dos</p><p>direitos humanos</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Descrever os antecedentes sociais vividos na Alemanha antes da</p><p>chegada ao poder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores</p><p>Alemães.</p><p> Definir nazismo e as suas características.</p><p> Identificar os efeitos jurídicos surgidos após a queda do III Reich e a</p><p>sua relação com os direitos humanos.</p><p>Introdução</p><p>A Primeira e a Segunda Guerras Mundiais marcaram a história. A pri-</p><p>meira por levar ao poder regimes autoritários e antidemocráticos, como</p><p>o nazismo (na Alemanha) e o fascismo (na Itália). A segunda, devido</p><p>às atrocidades cometidas ao longo dos conflitos. Diversos países de-</p><p>clararam guerra entre si. O Holocausto gerou a morte de milhões de</p><p>pessoas. Após todo esse caos, os países viram a necessidade de proteger</p><p>os cidadãos — assim, assinaram a Carta da Declaração Universal dos</p><p>Direitos Humanos.</p><p>Neste capítulo, você vai ler sobre os fatores que antecederam a ascen-</p><p>são do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, partido de</p><p>Hitler, e como eram os regimes nazista e fascista. Vai ler também sobre as</p><p>consequências jurídicas da Segunda Guerra Mundial, bem como sobre</p><p>o contexto em que surgiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos</p><p>(DUDH).</p><p>Ascensão do Partido Nacional Socialista</p><p>dos Trabalhadores Alemães</p><p>A Alemanha e a França, duas potências continentais europeias, possuem um</p><p>histórico de crises. Ao menos quatro guerras marcaram essa relação confl ituosa</p><p>entre os países. A origem dessas desavenças reside nas diferenças entre tribos</p><p>celtas e germânicas, visto que, no período do Império Romano, ocupavam</p><p>os territórios do que hoje vêm a ser a Alemanha e a França (MARTINS</p><p>JUNIOR, 2011). Foi no século XVIII, porém, que essa rivalidade se acirrou</p><p>com o reino da Prússia.</p><p>A Áustria e a Prússia disputavam a hegemonia regional. Duas grandes</p><p>guerras marcaram essa rivalidade: a Guerra da Sucessão Austríaca (1740–1748)</p><p>e a Guerra dos Sete Anos (1756–1763). Com os efeitos gerados pela Revolução</p><p>Francesa, que pretendia liquidar com as monarquias na Europa, os prussianos</p><p>e austríacos se uniram em 1792, ocasionando a derrota do inimigo em comum,</p><p>a França, na batalha de Leipzig, em 1813 (MARTINS JUNIOR, 2011).</p><p>Durante o Congresso de Viena, em 1815, o mapa europeu foi redesenhado,</p><p>fazendo a Prússia herdar territórios da Renânia e da Vestfália. Essa medida</p><p>permitiu ao País duplicar a sua população e aumentar a sua influência sobre a</p><p>recém-criada Confederação Germânica, embrião do que hoje é a Alemanha.</p><p>Esse crescimento deu início a mais uma disputa. O ministro-presidente da</p><p>Prússia a partir 1862 — e chanceler do Reich desde 1871 — Otto von Bismarck</p><p>liderou a guerra franco-prussiana em 1870. O objetivo era colocar os austríacos</p><p>em segundo plano para confiná-los em um Estado separado. Após um ano de</p><p>lutas, a nação alemã ficou mais poderosa, sendo unificada sob o amparo do</p><p>kaiser Guilherme I, da Prússia (MARTINS JUNIOR, 2011).</p><p>Assim, a Alemanha se tornou a principal potência da Europa continental,</p><p>em forma de confederação, sob a hegemonia da Prússia. Com a vitória sobre a</p><p>França, nascia o Estado Nacional Alemão (Kaiserreich), marcado pelo espírito</p><p>militar e autoritário. O kaiser Guilherme I foi proclamado imperador em 18</p><p>de janeiro de 1871. A vitória sobre a França permitiu à Alemanha reaver a</p><p>Alsácia, parte de Lorena e ainda uma fortuna em indenizações dos franceses</p><p>(MARTINS JUNIOR, 2011).</p><p>Na década posterior à guerra, a França permaneceu com um sentimento de</p><p>revanche, o que ocasionava uma forte tensão na fronteira entre os dois países.</p><p>A tensão era agravada por Otto von Bismarck, um dos líderes da unificação,</p><p>ao estabelecer uma aliança com a Áustria-Hungria e Itália, conhecida como</p><p>Tríplice Aliança, para favorecer os acordos comerciais, financeiros e militares</p><p>(FERNANDES, 2018a).</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos2</p><p>Sentindo-se ameaçada pela influência da Alemanha, a França passou a</p><p>firmar acordos com o Império Russo em 1894. A Inglaterra, um dos maiores</p><p>impérios da época, também temia o avanço alemão e acabou aliando-se à</p><p>França e à Rússia, culminando na Tríplice Entente. Em algumas regiões, a</p><p>tensão entre as duas alianças se acirrava. Na região dos Balcãs, os impérios</p><p>Austro-Húngaro e o Russo lutavam para impor um domínio nacionalista. De</p><p>um lado, a Rússia, que procurava expandir sua ideologia eslava e apoiava a</p><p>criação do Estado da Grande Sérvia. De outro, a Áustria-Hungria, que, devido</p><p>à fragilidade do Império Turco-Otomano, queria o controle da mesma região</p><p>e, com o auxílio da Alemanha, também se valia de uma ideologia naciona-</p><p>lista. Em 1908, a Áustria-Hungria anexou a região da Bósnia-Herzegovina,</p><p>dificultando a criação da Grande Sérvia (FERNANDES, 2018a).</p><p>Ainda, para agravar o conflito entre as duas alianças, em 1914, o arquiduque</p><p>Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, foi assassinado</p><p>por um militante com viés nacionalista eslavo. A morte de Ferdinando acirrou</p><p>os ânimos, levando as alianças das duas principais potências europeias à</p><p>guerra. Esse acontecimento oportunizou que a Áustria atacasse a Sérvia e</p><p>eliminasse o projeto eslavo de construir um Estado forte. A Áustria-Hungria</p><p>e a Alemanha exigiram da Sérvia a solução para o assassinato do arquiduque.</p><p>No entanto, a Sérvia não cedeu à pressão germânica. Assim, em 28 de julho</p><p>de 1914, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia, que contava com o apoio</p><p>da Rússia. A França ofereceu apoio à Rússia, gesto que levou a Alemanha a</p><p>declarar guerra contra os dois países (França e Rússia). Para agravar a situação,</p><p>o exército alemão, ao marchar para a França, passou pelo território belga (que</p><p>era neutro), fazendo a Inglaterra, aliada da Rússia, também declarar guerra à</p><p>Alemanha (FERNANDES, 2018a).</p><p>As principais formas de tática militar eram:</p><p> a guerra de trincheiras, ou guerra de posição, que tinha por objetivo a proteção</p><p>dos territórios conquistados;</p><p> a guerra de movimento, ou de avanço de posições, que era mais ofensiva e contava</p><p>com armamentos pesados e infantarias equipadas.</p><p>O uso de novas armas, aperfeiçoadas pela indústria, aliado a novas invenções, como</p><p>o avião e os tanques, deu aos combates uma característica de impotência por parte</p><p>dos soldados. Milhares de homens morreram instantaneamente em bombardeios ou</p><p>envoltos em imensas nuvens de gás tóxico (FERNANDES, 2018a).</p><p>3Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos</p><p>Em 1917, a Rússia se retirou do fronte de batalha, que foi um momento</p><p>decisivo à Grande Guerra. Nesse mesmo ano, os Estados Unidos se aliaram</p><p>à Inglaterra e à França contra a Alemanha. Em 1918, a guerra chegou ao fim,</p><p>com a derrota da Alemanha</p><p>para os aliados da França (FERNANDES, 2018a).</p><p>O saldo de mortos durante os cinco anos da Primeira Guerra Mundial foi de 8 milhões,</p><p>dentre os quais 1,8 milhão eram alemães (FERNANDES, 2018a).</p><p>Em 1919, foi realizada a Conferência da Paz, em Paris, com a presença</p><p>de representantes da coligação aliada dos 27 países vitoriosos nas Primeira</p><p>Guerra Mundial, quando foi assinado o Tratado de Versalhes, decretando</p><p>oficialmente o término da guerra. Com um caráter essencialmente punitivo,</p><p>o documento constituía um tratado de paz unilateral, impositivo, com vistas a</p><p>impedir novas investidas militares da Alemanha. Composto por 440 artigos e</p><p>inúmeros apêndices, o texto responsabilizava os alemães por todas as agruras</p><p>ocorridas. Entre as exigências: a redefinição das fronteiras europeias. Para</p><p>Martins Junior (2011, p. 18), “A Alemanha deveria ser exemplarmente punida</p><p>e as demais potências centrais, Áustria, Bulgária, Hungria e Turquia, então</p><p>aliadas da nação germânica, seriam alvo de negociações”.</p><p>Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi submetida a</p><p>humilhações e cobranças pelos países vencedores, que refletiam em todos</p><p>os setores: econômico, cultural, social, entre outros (FERNANDES, 2018b).</p><p>Esse cenário pós-guerra aumentou ainda mais o ressentimento dos alemães</p><p>em relação aos demais países, o que fazia revigorar o extremismo naciona-</p><p>lista. Após a derrota, em paralelo à assinatura do Tratado de Versalhes, a</p><p>Alemanha se reestruturou, constituindo a República de Weimar. Tratava-se</p><p>de um sistema bem distinto do império alemão do período pré-guerra e tinha</p><p>o intuito de solucionar os graves problemas que o País enfrentava. Entre os</p><p>mais urgentes, a necessidade de reorganizar as estruturas política e econômica</p><p>da Alemanha (FERNANDES, 2018c).</p><p>Em fevereiro de 1919, a cidade de Weimar sediou uma assembleia consti-</p><p>tuinte, que elaboraria a Carta Constitucional do país. O projeto republicano</p><p>parlamentarista foi o vencedor, então a Alemanha passou a contar com duas</p><p>casas legislativas: o Parlamento (Reichstag) e a Assembleia (Reichsrat). Ao</p><p>mesmo tempo que a República de Weimar se reestruturava, outras tendências,</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos4</p><p>com teores mais radicais, formavam-se na Alemanha. No radicalismo de</p><p>esquerda, figurava o espartaquismo, ou movimento espartaquista, liderado</p><p>pela marxista Rosa Luxemburgo. Do outro lado, o nazismo, organizado em</p><p>torno do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães e liderado</p><p>por Adolf Hitler (FERNANDES, 2018c).</p><p>Em 5 de janeiro de 1919, foi fundado o Partido do Trabalhador Alemão na Baviera, ao qual</p><p>Hitler se associaria em setembro do mesmo ano, tornando-se o seu principal orador.</p><p>Em 1920, o grupo adotou o nome de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores</p><p>Alemães (NSDAP) e definiu o seu programa político, caracterizado pelo antissemitismo,</p><p>extremo nacionalismo e críticas ao capitalismo internacional.</p><p>De um conjunto de 25 pontos do programa do partido, vários se referiam aos</p><p>judeus, exigindo que fossem eliminados dos cargos públicos e da imprensa, com</p><p>uma legislação específica para esse grupo, o qual seria comparado a estrangeiros. O</p><p>discurso radical contra os judeus foi um dos fatores de atração sobre outros partidos</p><p>de extrema direita e grupos antissemitas; outro fator foi a capacidade retórica de Hitler,</p><p>toda a encenação montada para os seus discursos e, ainda, a incorporação de grupos</p><p>paramilitares, devido a suas relações privilegiadas com o exército.</p><p>No período de três anos, o partido cresceu de forma significativa, chegando a 55 mil filia-</p><p>dos, sendo que parte era de quadros da burocracia do governo, militares e elementos da alta</p><p>burguesia, que enxergavam o NSDAP como uma força na luta contra os grupos de esquerda</p><p>(A FORMAÇÃO..., 2018).</p><p>A República de Weimar atingiu resultados satisfatórios em relação ao</p><p>contexto econômico alemão, entre 1924 e 1929, muito devido aos investimentos</p><p>estrangeiros, grande parte vindo dos Estados Unidos. Contudo, o pagamento</p><p>de onerosas reparações impostas aos perdedores da guerra ocasionou a hi-</p><p>perinflação da moeda alemã (Reichsmark). Somada aos efeitos da Grande</p><p>Depressão, iniciada em 1929, com a Quebra da Bolsa de Valores de Nova</p><p>York, a estabilidade da economia alemã sofreu um sério abalo, acabando com</p><p>as economias pessoais da classe média e acarretando desemprego em massa</p><p>(UNITED STATES HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM, 2018a).</p><p>Com Hitler na liderança do partido e não vislumbrando possibilidades de</p><p>subir ao poder por meio de eleição, os nazistas tentaram um golpe contra o</p><p>governador da Baviera. Com o fracasso, Hitler e outros nazistas foram presos.</p><p>Durante os oito meses de prisão, Hitler conheceu Rudolf Hess, que seria o</p><p>seu aliado por quase toda a vida. Inteligente e com pensamentos próximos</p><p>5Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos</p><p>aos ideais de Hitler, Hess o auxiliou na escrita do livro Mein Kampf (Minha</p><p>luta), uma mistura de biografia e ideologias políticas, na qual explicava todos</p><p>os seus pensamentos (SILVA, 2018).</p><p>Após a prisão e convencido de que o povo alemão não aceitaria uma proposta</p><p>revolucionária, Hitler reestruturou o partido com base no modelo fascista</p><p>italiano, reformulando a atuação da sua militância e focando em vender as</p><p>eleições. Em 1932, Hitler foi indicado ao posto de chanceler (primeiro-ministro)</p><p>do presidente Paul von Hindenburg, sendo nomeado em 1933. Por conta de</p><p>um incêndio no Parlamento alemão (Reichstag), Hitler conseguiu que o pre-</p><p>sidente assinasse um decreto que ampliava o seu poder e endurecia o governo</p><p>(SILVA, 2018).</p><p>Com a morte do presidente Hindenburg, em 1934, Hitler tomou para si o</p><p>cargo de presidente da Alemanha, dando início a um governo totalitário, que</p><p>duraria 11 anos, levando o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores</p><p>Alemães ao poder.</p><p>Nazismo e fascismo</p><p>O nazismo e o fascismo ascenderam em um período entreguerras, isto é,</p><p>durante o período de crise e descrédito na Europa, que ocorreu entre 1919 e</p><p>1939. A Alemanha, que havia sido derrotada na Primeira Guerra Mundial,</p><p>viu nas ideias de Adolf Hitler uma solução para a recuperação. Já a Itália,</p><p>que se consagrou vitoriosa na Primeira Guerra Mundial, enxergou em Benito</p><p>Mussolini um líder que, por meio do fascismo, salvaria a Itália da crise</p><p>(RODRIGUES, 2018).</p><p>Hitler e Mussolini conseguiram formar grupos paramilitares, de extrema</p><p>direita, compostos por ex-militares, estudantes e profissionais liberais. Ambos</p><p>utilizavam as organizações paramilitares para combater, com o aval do Estado,</p><p>comícios e qualquer tipo de manifestação socialista, os quais chamavam de</p><p>perigo vermelho (RODRIGUES, 2018).</p><p>Nazismo</p><p>Com a chegada dos nazistas ao poder, encerrou-se a República de Weimar, bem</p><p>como a democracia parlamentar estabelecida na Alemanha após a Primeira</p><p>Guerra Mundial. A nomeação de Adolf Hitler como chanceler transformou a</p><p>Alemanha nazista (chamada também de Terceiro Reich) em um regime no qual</p><p>os direitos básicos dos alemães foram extintos. Com o incêndio do Parlamento</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos6</p><p>alemão, em 1933, o governo editou um decreto em que suspendia os direitos</p><p>civis constitucionais e declarava estado de emergência, o que permitia ao</p><p>governo executar decretos governamentais sem aprovação parlamentar (UNI-</p><p>TED STATES HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM, 2018b).</p><p>Durante os primeiros meses de Hitler como chanceler, os nazistas instituí-</p><p>ram uma política de coordenação, alinhando os indivíduos e as instituições com</p><p>os objetivos do nazismo. Uma ampla campanha de propaganda disseminava</p><p>os objetivos e ideais do regime nazista. Em 1934, após a morte do presidente</p><p>alemão Paul von Hindenburg, Hitler assumiu a presidência. O exército jurou</p><p>lealdade pessoal a ele.</p><p>A ditadura de Hitler baseava-se em suas posições como Presidente do Reich</p><p>(chefe de estado), Chanceler do Reich (chefe de governo), e Führer (chefe</p><p>do Partido Nazista). Segundo o “princípio Führer”,</p><p>Hitler colocava-se fora</p><p>do estado de direito e passou a determinar as questões políticas (UNITED</p><p>STATES HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM, 2018b).</p><p>Hitler era responsável tanto pela legislação nacional quanto pela política</p><p>externa alemã. A política externa:</p><p>[...] era guiada pela crença racista de que a Alemanha era biologicamente</p><p>destinada a expandir-se para o leste europeu por meio de força militar, e de</p><p>que uma população alemã, maior e racialmente superior, deveria ter domínio</p><p>permanente sobre o leste europeu e a União Soviética (UNITED STATES</p><p>HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM, 2018b).</p><p>Para essa crença, as mulheres exerciam um papel importante como re-</p><p>produtoras, visto que a política populacional do Terceiro Reich encorajava as</p><p>mulheres consideradas racialmente puras a darem à luz ao maior número de</p><p>crianças arianas possível. No contraponto, as pessoas consideradas racialmente</p><p>inferiores, como judeus e ciganos, deveriam ser eliminadas (UNITED STATES</p><p>HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM, 2018b).</p><p>A política externa nazista tinha como foco principal travar uma guerra</p><p>aniquiladora contra a União Soviética. Para atingir o objetivo, os nazistas</p><p>utilizaram os anos de paz anteriores à guerra para preparar o povo alemão</p><p>para o conflito. Nesse contexto de guerra ideológica, os nazistas planejaram</p><p>e colocaram em prática o Holocausto, o assassinato em massa de judeus,</p><p>vistos como os principais inimigos raciais dos alemães (UNITED STATES</p><p>HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM, 2018b).</p><p>7Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos</p><p>Em 2016, os pesquisadores do Arquivo Nacional da Alemanha corrigiram o número de</p><p>judeus alemães mortos durante o Holocausto: de 160 mil, passou para 175.191 assas-</p><p>sinatos. Cerca de 90% dos judeus no País foram mortos nos campos de concentração</p><p>e o restante acabou perdendo a vida dentro dos confins do Reich.</p><p>O grande historiador do Holocausto, Raul Hilberg, explica que a maioria das vítimas</p><p>do genocídio nazista foi assassinada, logo após desembarcar de um vagão, em câmaras</p><p>de gás em locais que ressoam na memória, como Auschwitz, mas também em outros,</p><p>dos quais restam apenas destroços, como Treblinka, Belzec e Sobibor.</p><p>Os dois principais centros de documentação do Holocausto, o Yad Vashem, em</p><p>Jerusalém, e o Museu do Holocausto, em Washington, utilizam o número total de</p><p>6 milhões de mortos. O Museu do Holocausto dedica uma detalhada análise às</p><p>cifras, apesar de lembrar que nenhum documento nazista estabelece o número</p><p>de judeus, nem de outros grupos, assassinados entre 1933, quando Hitler chegou</p><p>ao poder, e 1945, com o final da Segunda Guerra Mundial, dificultando estimar o</p><p>número exato de mortes ocorridas. As estatísticas se baseiam em todo tipo de censo</p><p>e investigações anteriores.</p><p>Auschwitz (1 milhão de mortos, dos quais 870 mil foram levados para câmaras de</p><p>gás logo após chegarem), Treblinka (925 mil) e a atuação dos Einsatzgruppen (unidades</p><p>móveis de extermínio) na União Soviética (1,3 milhão) concentram mais da metade</p><p>dos judeus mortos. Os dados de Treblinka são especialmente impressionantes: as</p><p>instalações eram muito pequenas, com uma plataforma de chegada e câmaras de</p><p>gás. Esteve em operação de julho de 1942 a novembro de 1943. Os seus restos nunca</p><p>foram investigados até o fim (NÚMERO..., 2016; ALTARES 2017).</p><p>Depois de assegurar a neutralidade da União Soviética por meio do Pacto</p><p>de Não Agressão Germano-Soviético, em agosto de 1939, a Alemanha iniciou</p><p>a Segunda Guerra Mundial ao invadir a Polônia, em 1º de setembro de 1939.</p><p>Em 3 de setembro do mesmo ano, a Inglaterra e França declararam guerra</p><p>aos alemães em resposta à agressão. Após um mês, a Polônia foi derrotada</p><p>e teve o seu território dividido entre Alemanha e União Soviética. Em 9 de</p><p>abril de 1940, o exército alemão invadiu a Dinamarca e a Noruega. Ainda no</p><p>mesmo ano, em 10 de maio, a Alemanha deu início a uma série de ataques</p><p>contra a Europa ocidental, invadindo os Países Baixos (Holanda, Bélgica e</p><p>Luxemburgo), visto que tinham assumido uma postura neutra em relação aos</p><p>conflitos, ocupando também a França (UNITED STATES HOLOCAUST</p><p>MEMORIAL MUSEUM, 2018c).</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos8</p><p>Em meio à atmosfera de tensão política que desencadeou a sucessão de conflitos</p><p>da Segunda Guerra Mundial, em 1939, um acordo de não agressão foi firmado</p><p>entre a Alemanha e a União Soviética: o Pacto Germano-Soviético ou Pacto</p><p>Ribbentrop–Molotov.</p><p>Assinado em 23 de agosto de 1939 pelos representantes dos governos da Alemanha</p><p>nazista e da União Soviética, Joachim von Ribbentrop e Vyacheslav Mikhaylovich</p><p>Molotov, respectivamente, o documento estabelecia que, se acaso a Alemanha en-</p><p>trasse em conflito com a Inglaterra ou a França, em razão de uma eventual investida</p><p>da Alemanha contra a Polônia, a União Soviética, por sua vez, ficaria afastada, sem se</p><p>manifestar militarmente (FERNANDES, 2018d).</p><p>Seguindo o exemplo da Alemanha, em junho de 1940, a União Sovié-</p><p>tica ocupou os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia), anexando-os</p><p>formalmente. A Itália integrava o Eixo, que consistia nos países aliados da</p><p>Alemanha, e, em 10 de junho de 1940, aderiu à guerra. De 10 de julho a 31 de</p><p>outubro do mesmo ano, os nazistas travaram uma intensa batalha aérea contra</p><p>a Inglaterra, na qual foram derrotados. Em 6 de abril de 1941, os alemães</p><p>invadiram a Iugoslávia e a Grécia, garantindo a sua posição na região dos</p><p>Balcãs. Em 22 de junho do mesmo ano, violando o Pacto Germano-Soviético,</p><p>a Alemanha invadiu a União Soviética, além dos Estados bálticos, que foram</p><p>ocupados entre junho e julho (UNITED STATES HOLOCAUST MEMORIAL</p><p>MUSEUM, 2018c).</p><p>No entanto, o chefe de Estado soviético, Josef Stalin, não aceitou a Alemanha</p><p>nazista e os seus parceiros do Eixo (Itália e Japão), tornando-se, a partir desse</p><p>momento, um importante líder das forças aliadas, formadas por Inglaterra,</p><p>França, Estados Unidos e União Soviética. Durante o período do verão e do</p><p>outono de 1941, os alemães avançaram em direção ao território soviético, mas</p><p>a forte resistência do Exército Vermelho impediu que as cidades-chave de Le-</p><p>ningrado e Moscou fossem capturadas. Em 6 de dezembro, as tropas soviéticas</p><p>contra-atacaram, expulsando definitivamente as tropas alemãs. No dia seguinte,</p><p>o Japão, que integrava o Eixo, bombardeou Pearl Harbor, localizado no Estado</p><p>americano do Havaí, fazendo os Estados Unidos declararem guerra imediata-</p><p>mente ao Japão. Como resposta, a Alemanha e Itália se voltaram contra os Estados</p><p>Unidos (UNITED STATES HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM, 2018c).</p><p>9Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos</p><p>Após anos de guerras, em 30 de abril de 1945, Hitler cometeu suicídio. Dias</p><p>depois, na madrugada de 7 para 8 de maio de 1945, os aliados derrotaram a</p><p>Alemanha nazista, obtendo a sua rendição. Finalmente, em 2 de setembro do</p><p>mesmo ano, chegou ao fim a Segunda Guerra Mundial.</p><p>Fascismo</p><p>O fascismo é um regime político que defende a prevalência, ou seja, a supe-</p><p>rioridade dos conceitos de Estado, nação e raça sobre os valores individuais.</p><p>A Itália vivia uma profunda crise no início do século XX. O seu território foi</p><p>unifi cado tardiamente. Mesmo com as guerras entre 1859 e 1870, os proble-</p><p>mas políticos e sociais persistiam: o papado romano não admitia se submeter</p><p>ao rei do País, além disso, as diversas regiões, historicamente diferentes,</p><p>recusavam-se a adotar o italiano como idioma, dando preferência aos dialetos</p><p>locais (TURCI, 2008a).</p><p>Além disso, também enfrentava sérios problemas econômicos: a indus-</p><p>trialização e modernização da economia caminhavam em ritmo lento; no</p><p>Sul da Itália, predominava a área agrícola muito pobre, enquanto no Norte</p><p>havia modernização, o que dificultava a integração econômica no País. Ao</p><p>mesmo tempo, os migrantes buscavam trabalho nas indústrias, esvaziando</p><p>os campos, fazendo o desemprego se elevar nas cidades industriais (TURCI,</p><p>2008a).</p><p>A elite capitalista começava a se preocupar, pois os partidos de esquerda</p><p>— comunistas e socialistas,</p><p>além dos anarquistas — conquistavam cada</p><p>vez mais adeptos entre os italianos. Em contrapartida, o Estado monárquico</p><p>pouco fazia para resolver os problemas sociais, pois mantinha um profundo</p><p>conservadorismo, bem como contava com o apoio das elites industriais. Vi-</p><p>sando ao seu crescimento no cenário internacional, visto a pretensão de ter</p><p>reconhecida sua soberania política e angariar territórios para sua expansão</p><p>econômica, a Itália se declarou inimiga da Alemanha e ingressou na Primeira</p><p>Guerra Mundial em 1915 (TURCI, 2008a).</p><p>Como estava ao lado dos países vitoriosos na guerra, a Itália acreditava</p><p>que receberia alguns territórios, mas teve suas intenções frustradas, o que a</p><p>fez se sentir traída pela Inglaterra e França. Além disso, a crise econômica</p><p>se agravou no pós-guerra. Com esse contexto, surgiu o movimento fascista.</p><p>Nesse clima de total insatisfação, diversos movimentos políticos emergiram</p><p>na Itália, entre eles, o Fascio de Combate, no qual um de seus fundadores</p><p>foi o jornalista e agitador político Benito Mussolini. O objetivo era retomar a</p><p>história do povo italiano. Usando o símbolo de poder dos magistrados da Roma</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos10</p><p>Antiga, o feixe de varas ( fascio = feixe), demonstravam que a Itália poderia</p><p>voltar a ser o Império Romano da Antiguidade (TURCI, 2008a).</p><p>Fundado em Milão, em 1919, o movimento ainda não tinha o perfil político-</p><p>-ideológico que assumiria alguns anos depois. Como dizia Mussolini, “não</p><p>temos uma doutrina pronta; nossa doutrina é a ação!” (TURCI, 2008a, docu-</p><p>mento on-line). O programa oficial do movimento foi publicado em junho de</p><p>1919 e trazia algumas das seguintes reivindicações (TURCI, 2008a):</p><p> jornada de trabalho de 8 horas;</p><p> sufrágio universal extensivo às mulheres;</p><p> representação proporcional no Parlamento;</p><p> abolição do Senado do Reino;</p><p> formação de uma milícia que atuasse paralelamente ao Estado;</p><p> maior atuação da Itália no cenário internacional.</p><p>O fascismo crescia à medida que a economia se deteriorava na Itália.</p><p>Em 1992, os fascistas promoveram uma “marcha sobre Roma”, a qual levou</p><p>Mussolini ao poder, recebendo do rei Vitório Emanuel III a incumbência de</p><p>formar um novo governo (BENITO..., 2018). Benito Mussolini governou de</p><p>forma conciliatória entre 1922 e 1924, mantendo o poder do rei Vitor Emanuel</p><p>III, o que desagradou muitos membros do Partido Nacional Fascista, que pedia</p><p>pela instalação de uma ditadura. Aos poucos, porém, Mussolini formou um</p><p>governo paralelo (TURCI, 2008b).</p><p>Com o apoio do rei, dos industriais, do Exército e da Marinha, Mussolini</p><p>promoveu, entre 1925 e 1926, uma ampla perseguição política, momento</p><p>em que impôs o Partido Nacional Fascista como partido único e deu início</p><p>à ditadura fascista. Nessa nova fase da política italiana, Mussolini era</p><p>Duce (o guia). A partir de 1925, o Estado, com o apoio dos capitalistas</p><p>italianos, passou a controlar fortemente a economia. O rei passou a nomear</p><p>os prefeitos das cidades, por indicação de Mussolini. Houve ampliação da</p><p>censura: a educação, as artes, os esportes, as rádios, o cinema e, inclusive,</p><p>o lazer da população deviam seguir as orientações fascistas. Também foi</p><p>criado o Tribunal Especial de Defesa do Estado, que ficava responsável</p><p>por julgar os crimes políticos, no qual os juízes eram os oficiais da Milícia</p><p>Voluntária de Segurança Nacional, grupo composto por milícias fascistas</p><p>(TURCI, 2008b).</p><p>Filiar-se ao Partido Nacional Fascista era praticamente obrigatório, visto</p><p>que só assim era possível prestar concursos públicos, ter livre passagem entre</p><p>11Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos</p><p>as várias regiões ou exercer cargos no funcionalismo público. Em abril de</p><p>1926, foi criada uma legislação trabalhista:</p><p>Patrões e empregados deveriam participar das 22 corporações organizadas</p><p>pelo Estado, a fim de resolver seus embates dentro das leis impostas. Em cada</p><p>corporação, empresários e empregados tinham o mesmo direito, o problema</p><p>era que os primeiros apoiavam o fascismo e os segundos eram representados</p><p>por sindicatos fascistas, os únicos que tinham permissão para participar das</p><p>corporações. A negociação de fato não acontecia, mas era uma tentativa de</p><p>suprimir a luta de classes através do modelo corporativista fascista (TURCI,</p><p>2008b, documento on-line).</p><p>Assim, Mussolini visava aniquilar as organizações trabalhistas, enquanto</p><p>aumentava o poder do Estado sobre as relações sociais. Essa centralização</p><p>política intensificou-se quando foi oficializado o Grande Conselho Fascista,</p><p>em 1928, incorporando os Poderes Legislativo e Judiciário (TURCI, 2008b).</p><p>Outra preocupação de Mussolini era a relação com a Igreja Romana. Desde</p><p>a unificação da Itália, no século XIX, as relações entre Estado e Igreja não</p><p>eram fáceis, principalmente porque o papado não admitia perder o poder</p><p>político sobre os antigos Estados Pontifícios. Pretendendo resolver esse con-</p><p>flito e ao mesmo tempo ganhar o apoio dos católicos, Mussolini e o Papa Pio</p><p>XI assinaram três acordos, conhecidos como Tratado de Latrão, em 1929</p><p>(TURCI, 2008b, documento on-line):</p><p>1. A Santa Sé teria sua soberania política dentro do Estado do Vaticano, ao</p><p>mesmo tempo que reconheceria o Estado Italiano;</p><p>2. A Itália indenizaria o Vaticano pelos danos causados durante as guerras</p><p>de unificação;</p><p>3. A religião católica seria a religião oficial do Estado Italiano, sendo ensinada</p><p>obrigatoriamente em todas as escolas.</p><p>Mussolini aparentava ser um líder anticomunista, o que agradava as po-</p><p>tências ocidentais, como Inglaterra e França. Porém, em 1936, o italiano deu</p><p>início a uma política expansionista na África, momento em que invadiu a</p><p>Etiópia. Essa manobra o aproximou da Alemanha de Hitler. Em 1939, ambos</p><p>os países firmaram uma aliança, que ficou conhecida como Eixo. Em 1940,</p><p>Mussolini foi contra a opinião de seus colaboradores e ingressou a Itália na</p><p>guerra. Suas derrotas militares deram força aos movimentos antifascistas da</p><p>Itália (BENITO..., 2018).</p><p>Mesmo com inúmeras medidas centralizadoras, Mussolini não conseguiu</p><p>implantar efetivamente um Estado totalitário na Itália. A monarquia havia</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos12</p><p>sido mantida, com parte do poder nas mãos do rei Vitor Emanuel III, ao</p><p>mesmo tempo em que a Igreja Católica passou a ter maior participação no</p><p>cenário internacional, bem como na educação e na cultura italiana, após</p><p>a assinatura do Tratado de Latrão. O modelo fascista entrou em declínio</p><p>durante a Segunda Guerra Mundial. A Igreja e a monarquia, com a intenção</p><p>de manter seus privilégios, agiram de forma decisiva para tirar Mussolini do</p><p>poder (TURCI, 2008b).</p><p>Em 1943, Mussolini foi deposto e preso pelo rei. No entanto, foi libertado</p><p>por paraquedistas alemães e levado para junto de Hitler, momento no qual</p><p>proclamou o Partido Fascista Republicano. Voltou à Itália, sob total dependência</p><p>de Hitler, e em Saló fundou a República Social Italiana, em setembro de 1943.</p><p>Como não tinha forças para sustentar a república e não contava mais com grande</p><p>apoio da Alemanha, visto que ela havia se retirado da Itália, após a invasão dos</p><p>aliados, Mussolini tentou fugir para a Alemanha junto com a sua amante Clara</p><p>Petacci, disfarçando-se de soldado alemão. Porém, o caminhão em que viajava</p><p>foi detido, e Mussolini foi reconhecido por homens da resistência italiana.</p><p>Mussolini e Clara foram executados e tiveram os seus corpos pendurados de</p><p>cabeça para baixo, expostos à execração pública (BENITO..., 2018).</p><p>Efeitos jurídicos após o III Reich e a</p><p>universalidade dos direitos humanos</p><p>As maiores violações aos direitos humanos ocorreram durante a Segunda</p><p>Guerra Mundial, com o Holocausto e a agressão japonesa contra a China.</p><p>Isso fez as potências vencedoras criarem dois tribunais militares: de Nu-</p><p>remberg e de Tóquio, para julgar os acusados pelas violações (SANTOS</p><p>et al., 2016).</p><p>Tribunal Militar Internacional de Nuremberg</p><p>O Tribunal de Nuremberg foi criado em 8 de agosto</p><p>de 1945, por meio do Acordo</p><p>de Londres, mas, antes mesmo do fi m da guerra, os aliados e representantes</p><p>dos governos europeus em exílio já debatiam a forma de punição aos nazistas</p><p>devido aos inúmeros crimes cometidos durante o confl ito (BAZELAIRE,</p><p>2004). A ideia de criação de um tribunal surgiu durante duas conferências —</p><p>uma em Moscou e Teerã, em 1943, e outra em Yalta e Potsdam, em 1945 —,</p><p>realizadas por Estados Unidos, União Soviética e Inglaterra; posteriormente,</p><p>a França se uniu ao grupo dos aliados (CASTRO; SOARES, 2014).</p><p>13Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos</p><p>O Acordo de Londres foi confeccionado no dia 8 de agosto de 1945 e trazia o anexo</p><p>B, com o Estatuto do Tribunal Militar Internacional para a Alemanha, junto com os</p><p>princípios norteadores que os julgamentos iriam seguir no Tribunal de Nuremberg.</p><p>Esse acordo resultou da reunião dos representantes dos aliados, ocorrida entre 26 de</p><p>junho e 6 de julho, em Londres, na qual se definiu a realização de um processo coletivo</p><p>dos grandes criminosos de guerra e, de acordo com a proposição norte-americana, a</p><p>formação de um Tribunal Militar Internacional. Esse foi o ato constitutivo do Tribunal</p><p>de Nuremberg. Ainda, o art. 6º do acordo previa, nas alíneas a, b e c, os crimes sob a</p><p>jurisdição do tribunal (RAMOS, 2009).</p><p>De acordo com Piovesan (2006), a competência do Tribunal de Nuremberg</p><p>consistia em julgar os crimes cometidos pelos líderes do partido ou oficiais</p><p>militares durante o nazismo. O Tribunal de Nuremberg trouxe uma inovação</p><p>no campo internacional penal, pois distinguia a responsabilidade do indivíduo</p><p>da responsabilidade do Estado. A composição do tribunal consistia em quatro</p><p>juízes titulares e quatro suplentes, todos escolhidos pelas potências vencedoras.</p><p>Os réus no Tribunal de Nuremberg foram (PAULO FILHO, 1989):</p><p> Hermann Göering;</p><p> Rudolf Hess;</p><p> Joachim von Ribbentrop;</p><p> Robert Ley;</p><p> Wilhelm Keitel;</p><p> Ernst Kaltenbrunner;</p><p> Alfred Rosenberg;</p><p> Hans Frank;</p><p> Wilhelm Frick;</p><p> Julius Streicher;</p><p> Wilhelm Funk;</p><p> Hjalmar Schacht;</p><p> Gustav Krupp;</p><p> Karl Dönitz;</p><p> Erich Raeder;</p><p> Baldur von Schirach;</p><p> Fritz Sauckel;</p><p> Alfred Jodl;</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos14</p><p> Martins Bormann;</p><p> Franz von Papen;</p><p> Arthur Seyss-Inquart;</p><p> Albert Speer;</p><p> Konstantin von Neurath;</p><p> Hans Fritzsche.</p><p>O Acordo de Londres estabelecia, no art. 6º, os crimes contra a paz, de</p><p>guerra e contra a humanidade. Conforme Lima e Costa (2006), os crimes</p><p>julgados no Tribunal de Nuremberg geraram discussões a respeito do princí-</p><p>pio da legalidade em relação aos crimes contra a humanidade e contra paz,</p><p>uma vez que as condutas tipificadas pelo tribunal não eram consideradas</p><p>criminosas quando foram cometidas, o que poderia sugerir uma ideia de</p><p>justiça retroativa.</p><p>Como lecionam Castro e Soares (2014), os crimes de guerra ficaram</p><p>excluídos da questão de legalidade, visto que já tinham sido codificados</p><p>por instrumentos do direito de conflitos armados e, também, por estarem</p><p>inseridos nos usos e costumes de guerra. No entanto, o tribunal afastou</p><p>qualquer questionamento referente ao princípio da legalidade se impor</p><p>como um limite à eficácia, uma vez que seria injusto não punir os crimi-</p><p>nosos devido à gravidade das condutas realizadas e do prejuízo trazido à</p><p>população mundial.</p><p>Nas palavras de Paulo Filho (1989, documento on-line), ao relatar como</p><p>ocorreu o julgamento:</p><p>Foi uma experiência extremamente dolorosa para os advogados alemães a</p><p>defesa de seus clientes, acusados perante o Tribunal de Nuremberg de graves</p><p>crimes de guerra. Advogar perante o Tribunal dos vencedores em favor dos</p><p>vencidos era tarefa hercúlea de heróis, pois a Alemanha vencida na Segunda</p><p>Guerra Mundial estava submetida aos aliados, que instituíram o Tribunal de</p><p>Nuremberg para julgar os vencidos de guerra.</p><p>Entendendo esse desafio imposto aos defensores, o tribunal elogiou os</p><p>serviços prestados pelos advogados, pois os juízes entenderam que as condições</p><p>eram extremamente difíceis. Durante as 400 sessões públicas do Tribunal de</p><p>Nuremberg, observou-se que:</p><p>A linha de defesa dos advogados alemães resumiu-se em adotar uma posição</p><p>que protegesse o homem comum da Alemanha e defendesse a reputação do</p><p>país. Frustrados por não poderem se lastrear em argumentos mais jurídicos,</p><p>15Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos</p><p>lutaram por expungir da Alemanha a mácula de culpa coletiva, no que despen-</p><p>deram, com louvor e admiração pública, um esforço sobre-humano (PAULO</p><p>FILHO, 1989, documento on-line).</p><p>Com isso, as sentenças impostas pelo Tribunal Militar de Nuremberg foram</p><p>as seguintes (PAULO FILHO, 1989):</p><p> Göering (morte);</p><p> Hess (prisão perpétua);</p><p> Ribbentrop (morte);</p><p> Ley (prisão perpétua);</p><p> Keitel (morte);</p><p> Kaltenbrunner (morte);</p><p> Rosenberg (morte);</p><p> Frank (morte);</p><p> Frick (morte);</p><p> Streicher (morte);</p><p> Funk (prisão perpétua);</p><p> Schirach (20 anos de prisão);</p><p> Schacht (absolvição);</p><p> Krupp (absolvição);</p><p> Dönitz (10 anos de prisão);</p><p> Raeder (prisão perpétua);</p><p> Sanckel (morte);</p><p> Jodl (morte);</p><p> Bormann (morte);</p><p> Papen (absolvição);</p><p> Seyss-Inquart (morte);</p><p> Speer (20 anos de prisão);</p><p> Neurath (15 anos de prisão);</p><p> Fritzsche (absolvição).</p><p>Tribunal Militar Internacional de Tóquio</p><p>O Tribunal de Tóquio teve a sua carta proclamada em janeiro de 1946 e foi</p><p>ativado por um comandante do exército dos Estados Unidos, País que também</p><p>indicou 11 juízes. Conforme Bazelaire (2004), a Carta do Tribunal de Tóquio</p><p>foi elaborada de forma idêntica ao Estatuto do Tribunal de Nuremberg, visto</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos16</p><p>que a competência material para o julgamento dos crimes contra a paz, contra</p><p>as convenções de guerra e contra a humanidade era idêntica.</p><p>De acordo com Lima e Costa (2006), os Tribunais Militares são um marco</p><p>na história do Direito Internacional Penal. Como explicitam Castro e Soares</p><p>(2014), entre os fatores que convergem para esse marco, estão:</p><p> duas novas categorias de crimes (contra a paz e contra a humanidade)</p><p>tiveram previsões expressas e definições dos seus elementos constitu-</p><p>tivos em um texto legal;</p><p> responsabilização de oficiais de Estado pelos seus atos e desconsideração</p><p>de suas imunidades, além de não ser aceita qualquer tese de defesa</p><p>relacionada ao fato de que estavam apenas cumprindo ordens;</p><p> ganhou força a ideia de uma comunidade internacional empenhada em</p><p>combater as atrocidades cometidas durante a guerra não pelo Direito</p><p>Nacional, mas mediante normas de Direito Internacional que protege-</p><p>riam o indivíduo independentemente de sua nacionalidade.</p><p>Universalidade dos direitos humanos</p><p>Diante do cenário instalado com o fi m da Segunda Guerra Mundial e após todas</p><p>as atrocidades cometidas durante os confl itos, foi criada em São Francisco,</p><p>nos Estados Unidos, a Organização das Nações Unidas (ONU), em fevereiro</p><p>de 1945 (CUNHA, 2018). A Carta da ONU foi elaborada pelos representantes</p><p>de 50 países que estavam presentes na Conferência sobre Organização Inter-</p><p>nacional, realizada na mesma localidade, entre 25 de abril e 26 de junho. No</p><p>entanto, a ONU passou a existir, ofi cialmente, em 24 de outubro de 1945, após</p><p>a ratifi cação da Carta pelos seguintes países: China, Estados Unidos, França,</p><p>Reino Unido e ex-União Soviética, bem como pela maioria dos signatários</p><p>(NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL, 2018).</p><p>O nome Nações Unidas foi concebido pelo presidente norte-americano Franklin</p><p>Roosevelt e utilizado pela primeira vez na Declaração das Nações Unidas, de 1º de</p><p>janeiro de 1942, quando os representantes de 26 países assumiram o compromisso</p><p>de que os seus governos continuariam lutando contra as potências do Eixo (Nações</p><p>Unidas do Brasil, 2018).</p><p>17Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos</p><p>A Carta da ONU é o documento mais importante da Organização, pois</p><p>estabelece o cumprimento do texto mediante conflitos</p><p>internacionais,</p><p>como disciplina o seu art. 103: “no caso de conflito entre as obrigações</p><p>dos membros das Nações Unidas, em virtude da presente Carta e das obri-</p><p>gações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão as</p><p>obrigações assumidas em virtude da presente Carta” (NAÇÕES UNIDAS</p><p>DO BRASIL, 2018).</p><p>Os países signatários da DUDH assumiram o compromisso de realizar</p><p>esforços para eliminar todas as formas de afronta aos direitos dos povos. O texto</p><p>trouxe em seus princípios a proibição da escravidão, da tortura e de todas as</p><p>formas de discriminação e violência, bem como proibia o tratamento desigual</p><p>entre os indivíduos, além de disciplinar o direito à liberdade de expressão,</p><p>de opinião e de pensamento (STRECKER, 2018). Essa proteção aos direitos</p><p>ficou evidente já no preâmbulo da Carta (NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL,</p><p>2018, documento on-line):</p><p>Preâmbulo da Carta da ONU</p><p>NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS a preservar as</p><p>gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da</p><p>nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé</p><p>nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano,</p><p>na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações</p><p>grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito</p><p>às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional</p><p>possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições</p><p>de vida dentro de uma liberdade ampla.</p><p>E PARA TAIS FINS, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros,</p><p>como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança</p><p>internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos</p><p>métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a</p><p>empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico</p><p>e social de todos os povos.</p><p>RESOLVEMOS CONJUGAR NOSSOS ESFORÇOS PARA A CONSECUÇÃO</p><p>DESSES OBJETIVOS.</p><p>Em vista disso, nossos respectivos Governos, por intermédio de representantes</p><p>reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes,</p><p>que foram achados em boa e devida forma, concordaram com a presente</p><p>Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização</p><p>internacional que será conhecida pelo nome de Nações Unidas.</p><p>Segunda Guerra Mundial e a fragmentação dos direitos humanos18</p><p>A DUDH foi aprovada em 10 de dezembro de 1948, então o Dia Internacional dos</p><p>Direitos Humanos passou a ser comemorado nessa data, a partir de 1950, dois anos</p><p>após a ONU adotar a DUDH como marco legal regulador das relações entre governos e</p><p>pessoas. Com esse ato, mais do que celebrar, a ONU visava destacar o longo caminho</p><p>a ser percorrido na efetivação dos preceitos da declaração.</p><p>Nos 30 artigos do documento, estão descritos os direitos básicos que garantem uma</p><p>vida digna para todos os habitantes do mundo, como liberdade, educação, saúde,</p><p>cultura, informação, alimentação e moradia adequadas, respeito, não discriminação,</p><p>entre outros (CARVALHO, 2011).</p><p>A FORMAÇÃO do partido nazista: a formação do nazismo na Alemanha. HistoriaNet. 2018.</p><p>Disponível em: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=381>.</p><p>Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>ALTARES, G. Por que falamos de seis milhões de mortos no Holocausto? Jornal El País,</p><p>16 set. 2017. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/13/internacio-</p><p>nal/1505304165_877872.html>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>BAZELAIRE, J. A Justiça Penal Internacional. Barueri: Manole, 2004.</p><p>BENITO Mussolini. Uol educação, 2018. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/</p><p>biografias/benito-mussolini.htm>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>CARVALHO, G. Dia internacional dos direitos humanos: uma data para ser lembrada</p><p>todos os dias do ano. Turminha do MPF, dez. 2011. Disponível em: <http://www.turminha.</p><p>mpf.mp.br/direitos-das-criancas/direitos-humanos/dia-internacional-dos-direitos-hu-</p><p>manos-uma-data-para-ser-lembrada-todos-os-dias-do-ano>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>CASTRO, T. A.; SOARES, F. S. C. A criação do tribunal penal internacional e suas contri-</p><p>buições para a justiça penal internacional. PublicaDireito, 2014. Disponível em: <http://</p><p>www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=bbde1be83f91966a>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>CUNHA, A. S. A Segunda guerra mundial e o reflexo nos direitos humanos. Meu site</p><p>jurídico.com, 16 jan. 2018. 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