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1 
 
 
ASPECTOS NUTRICIONAIS E REGULAÇÃO DO 
METABOLISMO NA OBESIDADE E EMAGRECIMENTO 
1 
 
 
SUMÁRIO 
1. NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................................................ 2 
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3 
3. obesidade e processo de emagrecimento ................................................................................... 4 
a. Associação da Vitamina D com a Obesidade ..........................................................................12 
1. ..................................................................................................................................................12 
2.1.1 Relação da Obesidade e o Transtorno Alimentar ........................................................15 
4. metabolismo energético em humanos ......................................................................................19 
a. Influência do chá Verde no Metabolismo Energético – Relação com Emagrecimento ............24 
2. Referências ...............................................................................................................................27 
 
 
2 
 
 
 
1. NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável 
e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e 
ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país 
na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no 
atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
2. INTRODUÇÃO 
 
O avanço da obesidade no mundo vem sendo sugerido como uma das 
principais causas de morbidades e mortalidades dos tempos atuais.O sobrepeso e 
obesidade estão rigorosamente associados com riscos à saúde cardiovascular, 
diabetes, câncer entre outras doenças e o aumento da obesidade tem sido 
relacionado com o aumento de mortalidade 
O corrente interesse na utilização de alimentos funcionais que visam o controle 
de peso está focado em plantas e ingredientes capazes de interferir nos sistema 
simpatoadrenal. Investigações se o extrato de chá verde, em virtude do alto conteúdo 
de catequinas e cafeína no aumento do gasto energético de 24 horas e taxa de 
oxidação lipídica em humanos, estão sendo avaliados a fim de se obter uma ação 
comprobatória do efeito benéfico desta erva. 
O chá verde parece possuir propriedades termogênicas e promove oxidação 
lipídica, além do fato de conter em sua composição a cafeína. O extrato de chá verde 
trabalha no controle da composição corporal via ativação adrenergica estimulando a 
termogênese, oxidação lipídica ou ambos. O aumento da utilização lipídica para o 
gasto energético em indivíduos sedentários e praticantes de atividade físicas parece 
estar evidenciado quando da combinação de exercício e ingestão das catequinas do 
chá verde, se comparada à prática de exercícios somente, porém a associação deste 
e ainda uma dieta controlada ainda são as melhores ferramentas a serem utilizadas. 
A obesidade é uma doença multifatorial e é um fator de risco para outras 
doenças, como a deficiência de vitamina D. Existem diversos fatores que relacionam 
a obesidade com a hipovitaminose D. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
3. OBESIDADE E PROCESSO DE EMAGRECIMENTO 
 
A prevalência de sobrepeso e obesidade tem sido considerada uma epidemia 
de grandes proporções nos últimos anos. O aumento da obesidade é reconhecido 
como um problema médico em países desenvolvidos, associada ao risco de morte 
prematura pelo aumento de uma série de condições clínicas, como o diabetes mellitus 
tipo 2 (DM2) e doenças cardiovasculares. 
A obesidade é um dos fatores de risco mais importantes para outras doenças 
não transmissíveis. Pode causar complicações em quase todos os sistemas do corpo 
humano, levando ao surgimento de doenças como: doenças cardiovasculares, câncer, 
diabetes melittus tipo II, hipertensão arterial sistêmica, resistência à insulina, 
anormalidades lipídicas, hiperuricemia, anormalidades dos hormônios sexuais, 
dispilemias, problemas respiratórios, doença da vesícula biliar, artrite e gota 
A obesidade é uma desordem complexa com múltiplos fatores, incluindo 
genéticos e ambientais. A causa da obesidade é normalmente atribuída à combinação 
destes fatores e as desordens em si envolvem específicos fatores biológicos que 
regulam a homeostase. A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial, resultando 
de interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. O ambiente 
moderno é um potente estímulo para a obesidade (figura 1). A diminuição dos níveis 
de atividade física e o aumento da ingestão calórica são fatores determinantes. 
Percebe-se um traço familiar, de modo que filhos de pais obesos têm risco 
aumentado de ser obesos. Contudo, não é uma tarefa simples avaliar até onde vai o 
papel da genética e qual a contribuição dos fatores ambientais, pois, além da genética, 
pais e filhos costumam compartilhar hábitos alimentares e de atividade física 
semelhantes. Além disso, há evidências de que os fatores genéticos são capazes de 
modular a resposta do organismo às variações dos fatores ambientais, como dieta e 
atividade física. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
Figura 1 - Modelo Causal da Obesidade. 
 
Fonte: J Pediatr (Rio J). 2004;80(1):07-16 
 
A redução na expectativa de vida em função do aumento de peso e os prejuízos 
à saúde são parâmetros importantes para caracterizá-la, e avaliar sua gravidade.O 
comprometimento fisiopatológico de basicamente todos os sistemas do organismo e 
as inúmeras complicações associadas, responsáveis pelos altos índices de 
mortalidade e morbidade, torna a obesidade um grande desafio para pesquisadores, 
profissionais de saúde e governos do mundo inteiro. 
O tecido adiposo humano é subdividido em tecido adiposo branco (TAB) e 
marrom (TAM). O TAB, localizado perifericamente nas regiões subcutânea e visceral, 
armazena energia na forma de triglicerídios e participa da regulação do balanço 
energético mediante processos de lipogênese e lipólise. 
Histologicamente, ele é composto por adipócitos, células do sistema imune, 
tecido conjuntivo, nervoso e vascular. O TAM, localizado no sistema nervoso central, 
apresenta função termogênica, é mais vascularizado, possui maior número de 
mitocôndrias e diminui com a idade. O TAB, antes reconhecido como órgão passivo 
de energia, é considerado atualmente um importante órgão endócrino 
6 
 
 
metabolicamente ativo. Ele expressa e/ou secreta, exclusivamente ou não, várias 
substâncias bioativas com ação local ou sistêmica. Essas substâncias são chamadas 
adipocinas e estão envolvidas em processos metabólicos, imunes e neuroendócrinos. 
Na literatura encontramos o termo “adipocitocinas” e “adipocinas”. O primeiro 
termo infere que as proteínas secretadas pelo adipócito são citocinas, ou atuam como 
tais, como é o caso do TNF-α e da IL-6. Todavia, nem todas têm essa propriedade. 
Por conseguinte, o termo “adipocinas”é mais recomendado, pois engloba todas as 
proteínas ou peptídios secretadas pelos adipócitos, considerando seus distintos 
grupos funcionais. 
Principais adipocinas e suas categorias funcionais. Embora as adipocinas 
estejam agrupadas didaticamente em categorias distintas, suas ações ocorrem de 
forma integrada, ocasionando a participação do TAB na homeostase energética, na 
imunidade, na resposta inflamatória, na sensibilidade insulínica, na angiogênese e na 
pressão sangüínea. TNF-α: Fator de Necrose tumoral alfa; IL-6: Interleucina-6; MCP-
1: Proteína quimioatrativa de monócitos e macrófagos; SAA: Proteína amilóide A 
sérica; RBP: Proteína ligadora de retinol; CETP: Proteína de transferência de colesteril 
éster; PAI-1: Inibidor da ativação de plasminogênio; VEGF: Fator de crescimento 
endotelial vascular. Tem-se um pequeno resumo na figura 2. 
 
Figura 2 – obesidade – uma doença inflamatória 
 
Fonte: Lúcia Dantas Leite, et al. 2009 
7 
 
 
Num primeiro plano, a leptina é um componente integral do complexo sistema 
fisiológico que regula o armazenamento, o equilíbrio e o uso de energia pelo 
organismo. Além deste papel, a leptina sinaliza e modula o estado nutricional do 
organismo para outros sistemas fisiológicos. Este segundo aspecto é evidente diante 
dos seus efeitos inibitórios sobre o conjunto de alterações neuroendócrinas 
secundárias à privação alimentar (6). Outro papel da leptina que vai além da sua 
atividade na regulação do peso corporal é a possibilidade dela ser o sinal bioquímico 
que informa o cérebro que as reservas energéticas são suficientes para sustentar o 
início da puberdade e a reprodução (figura 3). 
 
Figura 3: Diagrama representando o tecido adiposo, o acesso da leptina ao hipotálamo e seus 
efeitos na regulação de energia e atividade neuroendócrina. 
 
Fonte: André B. Negrão Julio Licinio, 2000 
 
Até o momento, os resultados de tratamentos e programas de emagrecimento 
são insatisfatórios.Dos pacientes com obesidade grave não responde ao tratamento 
e recupera seu peso em dois anos.Sumariamente, a obesidade pode ser considerada 
um transtorno do comportamento, no qual há um excesso de consumo alimentar 
comparado ao dispêndio de energia. Essa extrema simplificação poderia situá-la como 
um problema do controle da vontade, caracterizando-a como um distúrbio psicológico. 
8 
 
 
Há uma vulnerabilidade genética, que pode se expressar em maior ou menor 
grau, dependendo das condições ambientais. A própria regulagem do peso pode 
também ser influenciada por esses fatores. 
Os elevados índices de transtorno de humor e ansiedade e os relatos de 
episódios de compulsão alimentar, sem mecanismos compensatórios ou de purgação, 
característicos desse transtorno, fizeram com que esse grupo viesse a ocupar um 
quadro diagnóstico relativamente recente no DMS-IV (APA, 1994) - Diagnostic and 
Statistical Manual of Mental Disorders - e que está para ser incluído no DSM-V como 
diagnóstico próprio. Esses indivíduos são hoje diagnosticados como portadores do 
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP). 
Os transtornos alimentares são doenças psiquiátricas caracterizadas por 
alterações graves no comportamento alimentar, que alteram o metabolismo, os 
padrões de fome e saciedade, o significado do alimento e resulta em graves alterações 
clínicas e nutricionais. 
Essas síndromes comportamentais vêm sendo amplamente estudadas nos 
últimos 30 anos e são ainda designadas como “transtornos”, pelo fato de não terem 
sua etiologia e etiopatogenia devidamente esclarecidas. 
A obesidade é, segundo a Organização Mundial de Saúde (1993), uma doença 
endócrina, nutricional e metabólica, e não um distúrbio mental ou comportamental. 
Apesar de, não ser considerada tampouco como um transtorno alimentar (TA), vários 
aspectos de seu quadro clínico mostram-se relacionados a eles. 
Caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo, sendo 
a classificação mais utilizada para definir os níveis de obesidade é denominada “Índice 
de Massa Corporal (IMC)”, que engloba duas medidas simples: peso e altura, onde o 
peso do indivíduo, expresso em quilogramas, é dividido pela altura ao quadrado 
(P/A²), expresso em metros. Dessa forma, obtém-se o IMC, que possui definições, 
independente do sexo: o peso normal é definido como IMC de 20 a 24,9, o sobrepeso 
é considerado de 25 – 29,9, e a partir do IMC 30, considera-se obesidade dividida em 
seus três graus, grau I de 30 a 34,9, obesidade grau II de 35 a 40,0 e obesidade grau 
III, onde o IMC é acima de 40,0. 
Já se sabe que os índices de obesidade nas camadas mais jovens da 
sociedade vêm aumentando a passos largos, no entanto, o que mais preocupa em 
relação a este dado é a alta frequência de crianças com sobrepeso que se tornam 
9 
 
 
adultos obesos. Além disso, a obesidade na infância tem consequências também 
precoces na saúde cardiovascular e metabólica do indivíduo. 
O processo denominado “Transição Nutricional”, na infância, caracterizado por 
uma inversão nos padrões de distribuição dos problemas nutricionais, consiste em 
uma passagem da desnutrição para o excesso de peso. Aponta-se também a 
coexistência de obesidade e desnutrição em um mesmo indivíduo, que potencializa 
muito o risco de doenças tanto infecciosas quanto crônicas. 
Há uma relação da baixa estatura de adolescentes e pré-púberes, e uma 
possível consequência de uma desnutrição leve, a um maior percentual de gordura, 
principalmente na região abdominal. Para justificar esse fenômeno tem-se uma 
possível privação nutricional durante o período fetal e na primeira infância, que pode 
levar a adaptações resultando no desenvolvimento da obesidade nas fases 
subsequentes. 
O aleitamento materno também tem forte influência na composição corporal 
durante a infância,um importante fator de proteção contra sobrepeso em crianças de 
um a cinco anos. O efeito protetor é ainda intenso quando o aleitamento é realizado 
logo nas primeiras semanas de nascimento. 
Com objetivo de obter um diagnóstico precoce e prevenir o ganho de peso 
nesta população, algumas medidas simples podem ser adotadas em consultas 
médicas e até em avaliações escolares periódicas. A avaliação de obesidade 
abdominal é uma importante medida já que seu impacto na saúde cardiovascular é 
inclusive mais intenso do que na obesidade geral. 
A relação entre obesidade e alterações no metabolismo da glicose já foi bem 
descrita em adultos na literatura, porém, em crianças ainda restam algumas dúvidas 
quanto a seu comportamento. Encontra-se uma forte associação entre a resistência à 
insulina e o IMC nesta faixa etária (pré-púberes). Dessa forma,acredita-se que 
políticas de saúde específicas para redução de peso nesta faixa etária teriam impacto 
direto na prevalência de diabetes e síndrome metabólica na população adulta. 
A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é uma das 
consequências hepáticas da obesidade. Sua prevalência está também associada à 
síndrome metabólica e vem crescendo muito em crianças e adolescentes.Por ser uma 
doença de poucos sintomas e evolução lenta, suas consequências em uma população 
tão jovem podem ser desastrosas como a evolução para cirrose seguida de morte. 
10 
 
 
Estudos mostram a possível contribuição da obesidade para o desenvolvimento 
de asma em crianças e adolescentes. 
Existem dados na literatura que sugerem uma maior presença de massa óssea 
em indivíduos obesos, agindo como um fator de proteção contra fraturas e 
osteoporose. Estabelecem uma forte relação entre a composição corporal e a massa 
óssea em crianças e adolescentes. No entanto foram encontradas grandes diferenças 
entre os gêneros: os meninos tiveram sua massa óssea relacionada à quantidade de 
massa magra, enquanto a massa óssea das meninas se relacionou a sua quantidade 
de massa gorda. 
A obesidade implica uma grave alteração do estado nutricional do indivíduo edessa forma a composição da saliva fica alterada, podendo gerar consequências 
importantes como a desmineralização dos dentes e alterando estruturas protetoras da 
boca.A análise da saliva mostrou que indivíduos com sobrepeso e obesidade 
apresentam alterações na composição química da saliva, podendo influenciar a 
proteção contra cáries. 
Os maus hábitos alimentares adotados pelas crianças e adolescentes têm 
consequências que vão além da obesidade. A escolha de alimentos pobres do ponto 
de vista nutricional, além de ocasionar o ganho de peso, implica um quadro sério de 
deficiências nutricionais nesta população. 
Estudo detectou a prevalência de deficiência de vitaminas B6 e B12 e folato em 
adolescentes brasileiros. Surpreendentemente a prevalência de inadequação 
nutricional foi considerada baixa, o que pode ser explicado pelo programa de 
suplementação destes nutrientes em alimentos processados e farinhas e ao maior 
acesso a alimentos ricos nestes nutrientes. Ainda assim, o feijão foi considerado o 
alimento que mais contribuiu para adequação do consumo destes nutrientes. 
O exercício físico está envolvido na prevenção e tratamento da obesidade e 
comorbidades relacionadas a ela. Nesse cenário a aptidão física é determinante e 
seus baixos índices podem caracterizar alterações metabólicas. Existe correlaçãono 
nível de aptidão física e medidas antropométricas em escolares com idades entre 7 e 
15 anos. O resultado apontou uma importante correlação entre inaptidão física, sexo 
feminino, obesidade e hiperadiposidade abdominal. 
Há íntima relação entre obesidade, resistência à insulina, inflamação e 
aterosclerose. Após a exploração de todos os possíveis mecanismos patofisiológicos 
associando estas condições, o vínculo entre estas condições foi finalmente 
11 
 
 
estabelecido. Tudo indica que o excesso de tecido adiposo induz uma desregulação 
na produção de adipocinas, substâncias metabolicamente ativas produzidas pelo 
adipócito. 
Ocorre um excesso na produção de adipocinas inflamatórias, como IL-6 e TNF-
alfa, resultando em um estado inflamatório crônico do organismo, assim como a 
resistência à insulina e disfunção endotelial. Simultaneamente neste quadro ocorre a 
redução na produção de adipocinas benéficas, como adiponectina e leptina, que 
podem exacerbar suas características e estimular o apetite, induzindo o ganho de 
peso. Sendo assim, a perda de peso parece ser um objetivo essencial para redução 
do risco cardiovascular em obesos. Estratégias clássicas como prática de exercícios 
físicos e dieta devem ser mantidas no tratamento destes indivíduos, porém são 
necessárias novas estratégias que aliadas às clássicas tragam maior eficácia. 
O papel principal da substância butirilcolinesterase (BChE) no organismo é 
hidrolisar a colina e outros ésteres no fígado, antes da distribuição destes nutrientes 
no organismo. Achados anteriores, no entanto, indicam uma associação desta 
substância com a obesidade, dislipidemia e o ganho de peso em razão de sua relação 
de hidrolisação e inativação da grelina. 
Dados mostram também que obesos apresentam valores altos de 
butirilcolinesterase. Para comprovar esta teoria, avaliaram a intensidade e atividade 
desta substância em indivíduos obesos e eutróficos. Apesar dos resultados 
apresentarem valores similares de intensidade entre os dois grupos, acredita- se que 
a atividade desta substância nos indivíduos obesos seja mais intensa do que nos 
eutróficos, o que demonstra uma capacidade de regulação das proporções de ação 
desta substância. 
Outros dados disponíveis na literatura mostraram que os indivíduos com 
atividade BChE inata elevada tendem a ser mais magros e que a síntese de BChE 
está aumentada em indivíduos com tendência ao ganho de peso, sugerindo que a 
atividade da BChE é importante para o equilíbrio energético, IMC e utilização de 
gordura. 
Esta conclusão pode se apoiar no fato de a desacilação da grelina ser uma 
atividade de BChE. Avaliou-se o papel dos genes de BChE e da grelina e sua relação 
com a utilização de gordura nos indivíduos. Os resultados obtidos não foram 
conclusivos, mas indicaram um papel regulatório do gene da grelina na expressão do 
gene BChE, sugerindo uma possível relação no processo de utilização de gordura. 
12 
 
 
O controle hipotalâmico da fome também foi alvo de pesquisas relacionadas à 
obesidade. A serotonina é um neurotransmissor responsável pela regulação de 
funções como humor, sono, apetite etc. Alterações na sua liberação ou nos seus 
receptores estão associadas ao aumento do desejo de consumo de doces e 
carboidratos, além de uma menor saciedade. 
 
 
a. Associação da Vitamina D com a Obesidade 
1. 
A obesidade é uma doença multifatorial e é um fator de risco para outras 
doenças, como a deficiência de vitamina D. Existem diversos fatores que relacionam 
a obesidade com a hipovitaminose D.A patogênese da obesidade é complexa e inclui 
fatores genéticos e ambientais que não estão totalmente esclarecidos. 
Alguns estudos mostram que a vitamina D pode desempenhar um papel 
importante na obesidade. A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel e apesar de ser 
denominada de vitamina, conceitualmente se trata de um pré-hormônio por ser 
sintetizada através da pele. Juntamente com o paratormônio (PTH), atuam como 
importantes reguladores da homeostase do cálcio e do metabolismo ósseo.Uma das 
características mais consistentemente associadas com a deficiência de vitamina D é 
a obesidade. 
Cada vez mais evidências sugerem que a vitamina D possui inúmeras funções 
biológicas além das já conhecidas, como a regulação do metabolismo ósseo. A 
vitamina D vem se destacando por sua participação em outros mecanismos 
fisiológicos. Foram encontrados receptores de vitamina D em tecidos do cérebro, 
mama, cólon e células imunológicas, que se ligam e respondem à forma ativa da 
vitamina. De forma direta ou indireta o calcitriol parece controlar mais de 200 genes, 
incluindo aqueles responsáveis pela regulação de diferenciação e proliferação celular, 
apoptose e angiogênese. 
Além disso, a vitamina D parece atuar também no controle da secreção de 
insulina, controle dos níveis pressóricos e na prevenção e tratamento de diversos tipos 
 SAIBA MAIS: 
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=JIUwL_FEfHcpara saber 
mais sobre bioquímica – aula 05 – obesidade. 
13 
 
 
de câncer. A Sociedade de Endocrinologia Americana classifica como normal um nível 
de 25OHD acima de 30 ng/ml, uma vez que valores acima dessa dose foram 
associados a aumento na absorção de cálcio intestinal de 45 a 60%. Valores entre 
20 e 29,9 ng/ml são considerados insuficientes, e valores abaixo de 20 ng/ml são 
considerados deficientes e relacionados ao desenvolvimento de problemas ósseos. 
Obesidade e deficiência de vitamina D são reconhecidamente problemas 
prevalentes em todo o mundo, e aparentemente estão relacionados entre si, embora 
ainda se desconheçam quais são os mecanismos de causa e efeito desta associação. 
Diversos fatores estão sendo investigados por estarem relacionados com a 
deficiência de vitamina D em pessoas obesas. Um destes fatores é pelo fato da 
vitamina D ser lipossolúvel, o que faz com que ocorra uma maior captação de vitamina 
D pelo tecido adiposo. 
As células de gordura agem como um depósito de grande capacidade para o 
armazenamento e liberação de vitamina D, acumulando a vitamina D 
proporcionalmente à sua concentração no soro, e liberando-a de forma muito mais 
lenta, devido à grande quantidade de gordura. Isto pode afetar a biodisponibilidade de 
25OHD e prejudicar sua atividade biológica. 
Nos adipócitos existem receptores de vitamina D. A presença destes receptores 
sugere que a Vitamina D desempenha um papel na regulação da lipólise e que a forma 
ativa da vitamina D poderia regular a morte de adipócitos e diminuição de massa 
gorda. 
Por outro lado, uma redução da concentraçãode 25OHD pode levar a um 
aumento de PTH no soro, que leva a regulação da massa de gordura corporal, 
aumento da lipogênese e diminuição da lipólise. A figura 4 apresenta os possíveis 
mecanismos envolvidos na relação entre a vitamina D e a obesidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Figura 4. Mecanismos sugeridos para explicar a relação cíclica entre deficiência de vitamina D 
e o aumento do depósito de gordura corporal 
 
Fonte: CUNHA et al., 2015 
 
Outro fator que pode estar envolvido na associação da deficiência de vitamina 
D e a obesidade é a menor conversão de vitamina D3 em 25OHD no fígado, como 
consequência da presença de esteatose hepática não alcoólica (EHNA) em pessoas 
obesas. 
Um estudo mostrou que pacientes obesos obtiveram níveis séricos de 25OHD 
menores em comparação aos indivíduos não obesos. Sobretudo, pacientes obesos 
praticantes de atividade física ao ar livre parecem apresentar menores riscos de 
desenvolver deficiência de vitamina D. 
Verificou-se através dos estudos apresentados que indivíduos obesos 
possuem menores níveis séricos de vitamina D comparados a indivíduos não obesos, 
mesmo expostos a radiação UVB e suplementação oral. 
Os estudos que abordaram a relação entre a deficiência de vitamina D e a 
obesidade mostraram diversos fatores que podem estar envolvidos nesta relação, 
tanto de forma direta ou indireta. 
Nenhum estudo se mostrou conclusivo sobre quais seriam os mecanismos 
envolvidos nesta relação. Entretanto é certo que esta relação existe e que a 
15 
 
 
elucidação destes fatores através de novos estudos poderá contribuir positivamente 
para prevenção e controle destas doenças. 
 
2.1.1 Relação da Obesidade e o Transtorno Alimentar 
 
De acordo com os atuais sistemas de classificação dos transtornos mentais – 
DSM IV (American Psychiatric Association, 1994) e CID 10 (OMS, 1993), a anorexia 
nervosa e a bulimia nervosa, são consideradas as entidades principais da categoria 
dos transtornos alimentares e apresentam como características psicopatológicas 
centrais a preocupação excessiva com o peso e a forma, e o medo excessivo de 
engordar. Nas figuras 5 e 6, respectivamente tem-se a ilustração desses dois quadros 
de transtornos. 
 
Figura 5: transtorno de distorção da imagem corporal (anorexia 
 
Fonte: Boa Vista/Roraima, folha BV - 11 de setembro de 2020. 
 
Figura 6: transtorno de distorção da imagem corporal (bulimia) 
 
Fonte: DreamsTime, 2020 
16 
 
 
Para manterem o peso e alcançarem o corpo, que julgam ideal, os pacientes 
se utilizam normalmente, de dietas extremamente restritivas, e métodos 
compensatórios ou de purgação variados. A insatisfação com a imagem corporal é 
uma tônica e o autojulgamento se faz quase que exclusivamente em função da 
aparência física. 
Os quadros subclínicos ou síndromes parciais, ou seja, que não satisfazem 
todos os critérios diagnósticos para as síndromes completas, citadas anteriormente; 
os quadros atípicos e oTranstorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) (Binge 
Eating Disorder – BED) foram designados como transtornos alimentares sem outra 
especificação (TASOE). 
Diagnóstico, hoje, já amplamente utilizado na clínica, o TCAP se estabeleceu 
como tal, a partir da necessidade de se diferenciar indivíduos obesos que 
apresentavam a compulsão alimentar, daqueles que não a apresentavam, e também 
para distinguir os obesos com TCAP, dos bulímicos. 
Sugerem que as pessoas com episódios de compulsão alimentar e que não 
apresentavam eventos purgativos e/ou compensatórios como os bulímicos, fossem 
investigados como portadores de uma nova categoria de TA, que foi então 
denominada Binge Eating Disorder (BED). 
A principal característica do TCAP é a ingestão repetida de grande quantidade 
de alimentos (Binge), acompanhada pela sensação de perda de controle sobre o ato 
de comer, seguida por angústia intensa, vergonha, nojo, e/ ou culpa (Azevedo, Santos 
e Fonseca, 2004), distresse, aumento significativo de peso e alta comorbidade com 
outros transtornos psiquiátricos (Spitzer e colaboradores, 1992). 
O excesso alimentar, em período curto de tempo – máximo de duas horas, e o 
impulso irrefreável para comer são centrais para o diagnóstico, e devem acontecer 
com uma freqüência de duas vezes por semana, nos últimos seis meses (DSM IV-R). 
Quando comparados aos portadores da bulimia nervosa, esses indivíduos não 
relatam dietas tão restritivas e nem alternam, de forma tão intensa, compulsão e 
restrição. Comer até se sentir repleto, sensação de repulsa por si mesmo, hábito de 
comer sozinho para se evitar embaraços, passam a delinear um padrão alimentar 
característico. 
Outro aspecto do diagnóstico diferencial com a bulimia nervosa, é que 
indivíduos com TCAP não se utilizam de mecanismos compensatórios 
inadequadoscomo uso de laxantes, vômitos, diurese e exercícios exagerados. 
17 
 
 
Um novo critério, que tem pautado os estudos atuais é a auto-avaliação 
baseada no peso e na forma do corpo. Esse aspecto permite a diferenciação entre 
obesos com e sem TCAP, e sugere uma aproximação entre esse diagnóstico e a 
bulimia e anorexia. Para pacientes candidatos à cirurgia bariátrica, verificou-se a 
presença do transtorno em 56%. 
Os transtornos alimentares apresentam etiologia multifatorial e a influência 
sociocultural tem um impacto significativo, ao lado da predisposição genética e das 
vulnerabilidades biológicas e psicológicas. Fatores ambientais, características de 
personalidade, problemas com os pais, história de abuso sexual, história anterior de 
obesidade e de dietas são considerados fatores de risco. 
Para TCAP, os fatores etiológicos mais importantes são altas expectativas, 
maus tratos ou superproteção, eventos traumáticos na infância, alcoolismo ou 
transtornos psiquiátricos dos pais em algum período da vida, abuso e os fatores de 
dieta (comentários críticos sobre peso e forma física, obesidade ou transtorno 
alimentar dos pais e na infância). 
A dieta é considerada o fator precipitante da CA. A restrição alimentar severa, 
as alterações fisiológicas e psicológicas produzidas pela desnutrição e o ciclo de binge 
e purgação tendem a perpetuar os sintomas alimentares. Indivíduos que não desistem 
das dietas restritivas não deixam de ter a compulsão alimentar. 
Embora O TCAP possa ocorrer também em indivíduos com peso normal, há 
evidências que indivíduos com o transtorno ingerem significativamente mais alimentos 
que os obesos sem ele. 
Os frequentes insucessos nos tratamentos de redução de peso e os 
concomitantes prejuízos a saúde física e psicológica dos indivíduos obesos, forçam 
pesquisadores e profissionais de saúde a aprofundar a questão do diagnóstico, com 
o objetivo de se entender como os aspectos psicológicos e comportamentais são 
importantes para o manejo adequado do problema. 
Os transtornos alimentares têm sido considerados como problemas de difícil 
abordagem por sua complexidade etiológica e natureza multidimensional e podem 
produzir uma grande perturbação no funcionamento físico, psicológico, interpessoal e 
social do indivíduo. O tratamento para o TCAP deve ser feito por uma equipe 
interdisciplinar e aabordagem psicoterápica efetiva depende muitas vezes, além da 
psico-educação, da integração de várias técnicas psicológicas. 
18 
 
 
Pacientes obesos com TCAP são mais resistentes às estratégias terapêuticas 
normalmente empregadas e são mais sujeitos a recaídas. A CA está fortemente 
associada à história de dieta, efeito sanfona, sintomas depressivos, maior propensão 
ao abandono do tratamento e piores resultados na perda de peso.Os pacientes com 
TCAP apresentaram auto-estima mais baixa e mais características de patologia 
alimentar. 
A duração, a intensidade e o grau de intervenção influenciam também na 
adesão de pacientes ao tratamento e conseqüentemente, na perda de peso. 
Tratamento comportamental combinado ao contato pós-tratamentocom o terapeuta, 
favoreceu a perda de peso em longo prazo, quando comparado com tratamento 
comportamental de 18 semanas. 
A manutenção da perda de peso adquirida parece ser mantida apenas com a 
continuidade do tratamento.A tendência das abordagens terapêuticas atuais tem 
seguido, cada vez mais, uma proposta de atenção integrada, em que o controle do 
peso, a melhora dos diversos sintomas psiquiátricos, a compreensão de aspectos 
psicológicos e fatores familiares e socioculturais são devidamente valorizados. 
Abordagens terapêuticas demonstram impacto positivo em outros aspectos: 
melhora na auto-estima, redução na ansiedade relacionada à aparência, diminuição 
na freqüência de episódios de CA e diminuição de sintomas psiquiátricos e 
alimentares. A maioria dos estudos com enfoque psicoterapêutico também se limita a 
períodos de curto prazo, ou não incluem aspectos dietéticos, e isso pode contribuir 
para os insucessos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
4. METABOLISMO ENERGÉTICO EM HUMANOS 
 
Definir o que significa metabolismo pode ser mais complicado do que se 
imagina. Isso porque o termo representa um conjunto de reações químicas que 
ocorrem no organismo dos seres vivos. O que faz as reações ocorrerem é a presença 
de enzimas responsáveis pelo processo de catalisação (figura 7). 
 
 
Figura 7: anabolismo x catabolismo 
 
Fonte: Conhecimentocientifico, 2020 
 
Dessa forma, as reações metabólicas possuem diversas funções. Uma das 
principais é, certamente, a produção de energia. Mas, existem outras funções também 
muito importantes, como a quebra de biomoléculas, além de converter as moléculas 
dos nutrientes em macromoléculas, como lipídios, proteínas, etc. 
Com isso, as funções metabólicas se resumem em dois grandes processos: a 
síntese, também chamada de anabolismo; e a degradação, denominada de 
catabolismo.O que define a diferença entre os dois tipos de reações é o nível de 
açúcar no corpo, ou seja, glicose. Assim, as reações que ocorrem no organismo 
possuem a função de controlar os recursos energéticos e materiais do corpo. 
20 
 
 
O metabolismo conta com o processos de catabolismo e de anabolismo. E a 
glicemia, ou seja, nível de glicose no sangue, é o que determina o diferença entre as 
duas vias metabólicas (figura 8). 
Além disso, existem dois hormônios responsáveis no auxilio dos processos. 
Esses hormônios estão presentes no pâncreas e são denominados de Glucagon e 
Insulina. Dessa forma, o processo de catabolismo – também chamado de degradação 
ou via degradativa – ocorre na degradação de moléculas complexas em liberação de 
energia, por exemplo. 
A energia, neste caso, se caracteriza como uma forma de produto mais simples 
que ocorre no organismo. Além disso, o catabolismo se divide em aeróbico e 
anaeróbico. 
 
Figura 8: As reações do metabolismo são irreversíveis, distintas, mas se interligam 
 
Fonte: Conhecimentocientifico, 2020 
 
No caso do metabolismo aeróbico, as reações são realizadas com a presença 
de oxigênio. Com isso, o oxigênio funciona como forma de aceitar os elétrons nas 
21 
 
 
reações químicas. Em contato com hidrogênio, por exemplo, forma água. Assim, as 
reações resultantes do catabolismo aeróbico são água e gás carbônico. 
Já o metabolismo anaeróbico ocorre sem a presença do oxigênio. Neste caso, 
quando ocorrem as reações, os responsáveis pela aceitação dos elétrons 
são íons nitrato. Além disso, amônia, sulfato e fumarato também aceitam elétrons nas 
reações. Logo, dentre os resultados da reação anaeróbica, temos a fermentação 
láctica – chamada de lacto; e a fermentação alcoólica – chamada de etanol. 
A outra forma de metabolismo, o anabolismo, é também chamado de via 
biossintética ou síntese. Neste processo, as moléculas consideradas complexas são 
formadas por meio das moléculas simples. 
Dessa maneira, para a produção de moléculas complexas, o organismo precisa 
consumir energia. Neste sentido, o processo anabólico funciona como forma de 
crescimento, além de manutenção do organismo. 
O metabolismo energético se resume às reações químicas que produzem 
energia para o organismo. Esse tipo de metabolismo ocorre tanto nos seres 
autótrofos, quanto nos heterótrofos. No caso dos seres humanos, por exemplo, as 
reações energéticas necessitam de substratos energéticos. 
Ou seja, esses substratos se originam por meio da alimentação. Para que a 
energia possa ser gerada, alimentos como carboidratos, lipídios e proteínas são 
considerados as principais fontes. Todo o processo se inicia na digestão, onde as 
moléculas dos alimentos são quebradas em moléculas menores. 
Com isso, as moléculas menores conseguem ser absorvidas pela corrente 
sanguínea. Em seguida, os nutrientes chegam aos tecidos, além de serem oxidados 
pelas células. No processo de oxidação, ocorre, então, a liberação de energia. Esse 
processo só é possível por conta da presença de oxigênio no organismo. 
A partir da produção de energia por meio da oxidação, ocorre a liberação de 
calor no organismo. Neste caso, o calor liberado é utilizado para que a temperatura 
do corpo seja mantida. Além disso, a energia no organismo é responsável pela 
produção do trifosfato de adenosina, ou seja, ATP. 
O ATP está inserido em vários processos metabólicos por fornecer energia 
necessária para sua realização. Neste sentido, a liberação de energia só é possível 
devido a conversão do ATP em fosfato inorgânico, além de outra substância, o 
difosfato de adenosina, ou ADP. 
22 
 
 
Já o metabolismo basal está ligado à energia que o organismo gasta na 
realização de atividade e demais funções. O corpo humano, por exemplo, gasta 75% 
da energia produzida pelo metabolismo para realizar atividades involuntárias, como 
respirar. Além disso, a energia é utilizada em funções importantes do organismo, 
como as atividades que ocorrem no sistema nervoso e na circulação. 
Com certeza, você já ouviu expressões como “metabolismo rápido” ou 
“metabolismo muito lento”. Essas expressões representam, na verdade, o tempo 
gasto pelo organismo para que as moléculas sejam construídas ou degradadas. 
Neste caso, quando os processos metabólicos são rápidos, significa que o 
gasto de energia é maior. Ou seja, a quantidade de lipídios e o acumulado de proteína 
são queimados, ou processados de uma forma mais rápida dentro do organismo. 
Agora, quando o metabolismo é lento, significa que o acúmulo de moléculas é 
maior que a degradação das mesmas. Além disso, as calorias ingeridas não são 
queimadas pela energia produzida, pois a digestão ocorre de maneira lenta, por 
exemplo. 
Para os casos em que as reações metabólicas são lentas, existem alimentos 
que auxiliam nos processos. Esses alimentos são chamados de termogênicos, ou 
seja, que ajudam no processo de acelerar o metabolismo (figura 9). Alguns desses 
alimentos são: gengibre, pimenta, canela, café, chá verde e chá de hibisco. 
 
Figura 9: Como funciona o metabolismo 
 
Fonte: Dietadaboaforma, 2020. https://dietadaboaforma.com/como-funciona-o-metabolismo/ 
23 
 
 
Por fim, é possível perceber que um processo metabólico depende do outro, 
por mais que as vias metabólicas sejam distintas e irreversíveis. Com isso, enquanto 
o processo de degradação das moléculas libera energia no organismo, o processo 
de síntese utiliza essa energia para que outras reações ocorram. 
Fundamentalmente existem somente dois caminhos para o tratamento da 
obesidade, reduzindo a energia ingerida e aumentando o gasto calórico. Devido à 
termogênese estar sob controle do sistema nervoso simpático, interferências neste 
sistema de neurotransmissores podem ajudar no controle a obesidade. Algumas 
ferramentas no controle da obesidade como o uso de termogênicos naturais tem sido 
utilizado como estratégias para perda e manutenção de peso. 
O tratamento para obesidade exerce beneficio para perda de peso e reduz os 
riscos de morbidade e mortalidade.Assim,neste contexto, houve um rápido 
crescimento no tratamento terapêutico com suplementos naturais (ervas) e têm 
surgido interesses nos potenciais efeitos termogênicos de compostos extraídos de 
plantas, como a cafeína do café e chás, efedrina da ephedra (erva), capsaícina 
presente nas pimentas e catequinas de chás devido a seu potencial de modular a 
atividade de catecolaminas. 
O desenvolvimento da obesidade é caracterizado pelo aumento do número das 
células de gordura e seus lipídeos, num processo chamado de mitogênese e 
diferenciação, que é regulado pela genética, eixo endócrino, metabólico, neurológico, 
farmacológico, meio ambiente e fatores nutricionais. Os mecanismos de como, 
particularmente, os nutrientes afetam este efeito mitogênico e a diferenciação de 
preadipócitos a adipócitos, ainda é pouco esclarecido, e seria importante para prevenir 
a iniciação do desenvolvimento da obesidade e doenças associadas. Assim, 
potenciais agentes terapêuticos, especialmente com baixa toxicidade, produtos 
naturais têm sido hábeis em reduzir ou inibir adipogênese ou aumentar a morte celular 
por apoptose, o que poderia ter um importante impacto para tratamento e prevenção 
da obesidade, relacionado com doenças metabólicas. 
O chá vem sendo considerada uma bebida saudável e com propriedades 
medicinais desde tempos bem remotos, mas recentemente, tem ganhado grande 
interesse no meio científico devido a suas atividades como antioxidante. 
 
 
24 
 
 
a. Influência do chá Verde no Metabolismo Energético – Relação com 
Emagrecimento 
 
Embora o café e o chá sejam largamente consumidos no mundo, o 
conhecimento de sua influência no metabolismo estava limitado nos estudos com a 
cafeína, como composto ativo de efeito farmacológico.resultados, em humanos, 
relacionando o efeito do chá verde à influência do gasto energético e utilização de 
substrato, mostrando um aumento no gasto energético de cerca de 4%, relacionada 
ao aumento da termogênese. 
O chá, uma das bebidas mais consumidas no mundo, é uma das fontes mais 
ricas em flavonóides. Produzido a partir de folhas de Camellia sinensis, o chá verde é 
largamente consumido em países orientais. O chá verde é constituído de folhas 
secascolhidas de diferentes partes da planta, o que determina os vários tipos de chás 
disponíveis e contém um grande número de substâncias bioativas, fitoquímicos, 
incluindo polifenóis, cafeína, aminoácidos e traços de lipídios e vitaminas. Acredita-se 
que os flavonóides, catequinas, presentes em chás fazem dele um alimento funcional. 
Os polifenóis do chá verde consistem em sua maioria em catequinas, incluindo 
a epigalocatequina galato (EGCG) que é a mais abundante, sendo cerca de 54 a 59% 
do total das catequinas do chá verde e a bioativamente mais ativa e, talvez seja o 
sinergismo desta catequina com a cafeína presente no chá que tragam o melhor 
benefício termogênico, além disso têm sido avaliado o efeito ergogênico no consumo 
de epigalocatequina galato, relacionado à melhora de condicionamento para prática 
de exercícios de endurance, uma vez que favorece uma maior oxidação lipídica, 
substrato energético, melhorando assim a capacidade de execução dos exercícios, 
retardando a fadiga muscular. 
O extrato do chá verde, especialmente, contém uma grande proporção de 
epigalocatequina galato e têm como atrativo, o aumento da termogênese e oxidação 
de gordura e tem sido demonstrado ser capaz de aumentar a energia gasta em 24h e 
a oxidação lipídica promovendo a perda de peso em humanos, esta comprovação tem 
sido evidenciada em estudos que nivelam a mesma quantidade de cafeína e difere 
um grupo, a ser estudado, pelo aumento de catequinas e os resultados observados 
mostram que os indivíduos tratados com as catequinas alcançam melhores resultados 
quanto à termogênese. 
25 
 
 
Embora o efeito da epigalocatequina galato, não seja propriamente na 
diminuição da ingestão calórica, mas o significante aumento de energia presente nas 
fezes, que aumentam de acordo com o aumento das doses de epigalocatequina 
galato, sugerindo uma diminuição de absorção energética intestinal, envolvendo 
gordura e carboidratos, por inibir a ação da ß-amilase e α-glucosidade, que pode estar 
também envolvida com a inibição do sódio dependente do transportador de glicose. 
Numerosas pesquisas mostraram que os antioxidantes naturais, como o chá 
verde, podem ser usados para uma correção efetiva de índices elevados de colesterol 
no sangue, triglicérides e LDL e obesidade. 
A ingestão de epigalocatequina galato é altamente absorvível e distribuída no 
corpo. A ingestão do extrato de chá verde ou catequinas induz o efeito antioxidante, 
antiviral, controle de formação de plaquetas, anticancerígeno, bem como diminui a 
pressão arterial, diminuição absortiva de lipídeos e açúcar no sangue. 
Diversos estudos mostraram uma estreita relação, de inversa proporção, entre 
obesidade generalizada, obesidade abdominal e morbidades e mortalidades 
cardiovasculares e risco de câncer e o consumo de chá verde, estudos indicam que a 
epigalocatequina galato inibe o aumento de células tumorais. 
Sobre o efeito da epigalocatequina galato na inibição dos fatores angiogênicos, 
são sugeridas ações como a da leptina, já que ela está relacionada à geração de 
sinais envolvendo a tirosina quinase que desencadeia um processo intracelular e 
promove a angiogênese; além deste fato outros fatores parecem estar envolvidos, 
como a inibição do fator de proliferação vascular endotelial (VEGF). As catequinas 
são compostos incolores, hidrossolúveis, que contribuem para o amargor e a 
adstringência do chá verde. 
O chá verde contém também o efeito da cafeína e o possível mecanismo de 
atuação na termogênese, seria inibindo a enzima fosfodiesterase, assim inibindo a 
degradação do AMPc , que impediria o desencadeamento da ativação do hormônio 
lipase sensível (LHS), responsável pela lipólise. Além de ainda poder estar envolvida 
no estimulo de liberação de catecolaminas, estimulando a o metabolismo lipídico, e 
de estar relacionada com a redução de ingestão calórica. 
Estudos com humanos têm demonstrado que a cafeína estimula a termogênese 
e oxidação de gordura a curto prazo. A mistura de cafeína com as catequinas do chá 
verde mostraram uma inibição da catecol-O-metil-transferase (COMT), enzima que 
degrada a noradrenalina. 
26 
 
 
A epigalocatequina galato diminui a gordura corporal,reduz a ingestão 
alimentar, a absorção lipídica, os trigliceridios sanguíneos, colesterol, oxidação 
lipídica, concentrações de HDL, excreção de lipídios e a leptina teve um melhor 
desempenho na sinalização de gasto calórico, uma vez que ela está relacionada à 
quantidade de tecido adiposo, assim com a diminuição de peso a expressão da 
leptina, provavelmente induzido pelo consumo de cafeína, seria diminuída e sua 
sinalização melhorada; outro mecanismo que vêm sendo estudado é o estímulo à 
expressão de adiponectina, induzida pelas catequinas do chá verde, melhorando 
assim a sinalização de insulina no tecido adiposo (3T3L1 adipócitos), diminuindo os 
riscos de diabetes tipo 2. Foi descoberto que as catequinas suprimem a expressão do 
gene KLF7 que contribui para a diferenciação dos adipócitos e induz a produção da 
adiponectina. Tem-se a sinergia da epigalocatequina galato e cafeína no estimulo da 
noradrenalina para termogênese do tecido adiposo marrom. 
 
 
 
 
 
 SAIBA MAIS: 
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=7DjOud20prk para saber 
mais sobre metabolismo energético 
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2. REFERÊNCIAS 
 
Andrea de Almeida Alterio; Daniela de Almeida Freitas Fava; Francisco 
Navarro.Interação Da Ingestão Diária De Chá Verde (Camellia Sinensis) No 
Metabolismo Celular E Na Célula Adiposa Promovendo Emagrecimento. Revista 
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Mai/Jun, 2007. ISSN 1981-9919. 
Agnes Schmidt. RelaçãoEntre A Deficiência De Vitamina D E Obesidade: Uma 
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Cunha KA et al. Ingestão De Cálcio, Níveis Séricos De Vitamina D E Obesidade 
Infantil: Existe Associação? Associação de Pediatria de São Paulo. Publicado por 
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Lenize Chaves; Antonio Coppi Navarro. Compulsão Alimentar, Obesidade E 
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André B. Negrão Julio Licinio. Leptina: o Diálogo entre Adipócitos e Neurônios. 
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Lúcia Dantas Leite, et al.Obesidade: Uma Doença Inflamatória. Revista Ciência & 
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https://conhecimentocientifico.r7.com/metabolismo/. Acesso em 11 set 2020. 
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http://www.jped.com.br/conteudo/04-80-01-07/port_print.htm#autor1
http://www.jped.com.br/conteudo/04-80-01-07/port_print.htm#autor2
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