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<p>PROCESSUAL PENAL</p><p>Procedimento penal</p><p>Procedimento Especial dos Crimes de Competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>Parte 2</p><p>Prof. Gisela Esposel</p><p>Procedimento especial doscrimes de</p><p>competência do Tribunal do Júri- Impronúncia .</p><p>- Artigo 414 do CPP . Não se convencendo da materialidade do fato</p><p>ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de</p><p>participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o</p><p>acusado</p><p>- Parágrafo único . Enquanto não ocorrer a extinção da</p><p>punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se</p><p>houver prova nova</p><p>Procedimento especial doscrimes de</p><p>competência do Tribunal do Júri- A impronúncia significa</p><p>julgar inadmissível a acusação</p><p>- É uma decisão que não julga o mérito da causa, mas tão</p><p>somente, a falta de elementos mínimos para a pronúncia.</p><p>- Por isso não faz coisa julgada material, mas sim formal</p><p>- O processo será arquivado, porém poderá ser oferecida nova</p><p>denúncia desde que não extinta a punibilidade</p><p>- Natureza jurídica: decisão interlocutória mista terminativa. Não</p><p>decide o mérito, mas encerra o procedimento</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- Assim, o processo poderá</p><p>ser reaberto a qualquer</p><p>tempo, desde que surjam novas provas</p><p>- A decisão de impronúncia não significa que o réu esteja</p><p>absolvido, pois apesar de não ser submetido ao Tribunal do</p><p>Júri, não está completamente livre da imputação</p><p>- Assim, o réu não está absolvido e nem condenado. E pode voltar</p><p>a ser processado pelo mesmo fato a qualquer momento</p><p>- Para alguns autores, tal decisão viola a garantia constitucional da</p><p>presunção de inocência</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- Como também afirmam que</p><p>a situação de incerteza viola o princípio da duração razoável do</p><p>processo</p><p>- Impronúncia X crime conexo</p><p>- O crime conexo não poderá ser objeto de qualquer decisão.</p><p>Transitada em julgado a decisão de impronúncia, o crime</p><p>conexo será redistribuído para o juiz singular competente</p><p>- Recurso cabível: apelação conforme o disposto no artigo 416 do</p><p>CPP</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- Despronúncia: é uma</p><p>expressão doutrinária e poderá ocorrer em duas situações:</p><p>I. Quando o próprio juiz prolator da decisão de pronúncia se</p><p>retratar da decisão proferida</p><p>II. Quando apesar de o juiz manter a decisão de pronúncia, o</p><p>Tribunal, julgando recurso interposto contra a decisão, o</p><p>acolhe e dá provimento para impronunciar o réu</p><p>Existe um desfazimento da pronúncia, por parte do Tribunal, que</p><p>anulando a decisão de pronúncia, profere outra</p><p>- Absolvição sumária</p><p>Procedimento especial doscrimes</p><p>de competência do Tribunal do Júri</p><p>-</p><p>Artigo 415 do CPP . O juiz, fundamentadamente, absolverá</p><p>desde logo o acusado, quando:</p><p>I. Provada a inexistência do fato</p><p>II. Provado não ser ele autor ou partícipe do fato III.O</p><p>fato não constituir infração penal</p><p>IV. Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão de</p><p>crime</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- Parágrafo único: Não se</p><p>aplica o disposto no inciso</p><p>IV do caput deste artigo ao</p><p>caso de inimputabilidade</p><p>prevista no caput do artigo</p><p>26 do Decreto –Lei n. 2.848 de 7 de dezembro de 1940 – Código</p><p>Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva</p><p>- Natureza jurídica: sentença de mérito</p><p>- Recurso cabível: recurso de apelação, nos termos do artigo 416</p><p>do CPP</p><p>- Artigo 416 do CPP . Contra a sentença de impronúncia ou de</p><p>absolvição sumária caberá apelação</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- A lei 11.689/08 ampliou as</p><p>hipóteses de absolvição</p><p>sumária, antes limitadas às causas excludentes da ilicitude ou</p><p>culpabilidade. Também inovou extinguindo o recurso ex officio</p><p>da sentença de absolvição sumária</p><p>- As hipóteses previstas nos inciso I e II do artigo 415 do CPP</p><p>exigem prova robusta, juízo de certeza e não de probabilidade (</p><p>provada a inexistência do fato ou de que o réu não é autor ou</p><p>partícipe do fato )</p><p>- A hipótese do inciso III significa dizer que o fato é atípico</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- O inciso III refere-se a</p><p>presença de qualquer causa</p><p>de exclusão da ilicitude ou culpabilidade, salvo a</p><p>inimputabilidade, a não ser que esta seja a única tese defensiva</p><p>- Assim, assegura-se ao inimputável o direito ao processo e ao</p><p>julgamento, cabendo-lhe ao final uma sentença absolutória</p><p>propriamente dita, sem nenhuma imposição de medida de</p><p>segurança</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- Mas quando o réu alega,</p><p>exclusivamente, que</p><p>praticou o ato em razão de</p><p>doença mental ou</p><p>desenvolvimento mental incompleto ou retardado (artigo 26,</p><p>caput do CP)o juiz deverá absolver sumariamente e aplicar</p><p>medida de segurança</p><p>- Absolvição sumária X crime conexo: quando o juiz absolve</p><p>sumariamente o réu pelo crime doloso contra a vida, havendo o</p><p>trânsito em julgado desta sentença, o crime conexo será</p><p>encaminhado para o juízo competente</p><p>Procedimento especial doscrimes de</p><p>competência do Tribunal do Júri- Desclassificação:</p><p>-</p><p>Artigo 419 do CPP . Quando o juiz se convencer, em</p><p>discordância com a acusação, da existência de crime diverso</p><p>dos referidos no parágrafo 1º do art.74 deste Código e não for o</p><p>competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o</p><p>seja</p><p>- Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à</p><p>disposição deste ficará o acusado preso</p><p>- Trata-se da desclassificação ao término da primeira fase</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- Desclassificar a infração</p><p>significa afirmar que não se</p><p>trata de crime doloso contra a vida</p><p>- Natureza jurídica: decisão interlocutória modificadora de</p><p>competência. Os autos serão enviados ao juízo competente,</p><p>após o trânsito em julgado da decisão</p><p>- Desclassificação própria: quando o juiz dá ao fato uma nova</p><p>classificação jurídica, excluindo da competência do júri. Afirma</p><p>que o delito não é da competência do júri</p><p>- Exemplo: desclassifica de tentativa de homicídio para lesões</p><p>corporais, ou de homicídio doloso para culposo</p><p>Procedimento especial</p><p>doscrimes de</p><p>competência do</p><p>Tribunal do Júri</p><p>- Desclassificação imprópria: ocorre a desclassificação para outro</p><p>crime que continua sendo da competência do júri, assim, o juiz</p><p>desclassifica mas o pronuncia</p><p>- Exemplo: desclassifica de infanticídio para homicídio simples</p><p>- Recurso cabível: da decisão de desclassificação caberá Recurso</p><p>em Sentido Estrito, nos termos do artigo 581, inciso II, pois ele</p><p>concluiu pela incompetência do juízo</p>