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<p>Manual de Tronco Comum</p><p>Psicologia Geral</p><p>Código A0006</p><p>Universidade Católica de Moçambique (UCM)</p><p>Centro de Ensino à Distância (CED)</p><p>Direitos de autor (copyright)</p><p>Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique (UCM), Centro de Ensino à</p><p>Distância (CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou reprodução deste</p><p>manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos,</p><p>mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade</p><p>Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é</p><p>passível a processos judiciais.</p><p>Elaborado Por: Farissai Pedro Campira</p><p>Licenciado em Psicologia e Pedagogia pela Universidade Pedagógica, Delegação da Beira-</p><p>Moçambique.</p><p>Revisado por: António Domingos Braço</p><p>Mestrado em Educação: Currículo pela Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP-</p><p>Brasil)</p><p>Universidade Católica de Moçambique (UCM)</p><p>Centro de Ensino à Distância (CED)</p><p>Rua Correia de Brito No 613 – Ponta-Gêa</p><p>Beira – Sofala</p><p>Telefone: 23 32 64 05</p><p>Cell: 82 50 18 440</p><p>Moçambique</p><p>Fax: 23 32 64 06</p><p>E-mail: ced@ucm.ac.mz</p><p>Website: www.ucm.ac.mz</p><p>Agradecimentos</p><p>A Universidade Católica de Moçambique (UCM) – Centro de Ensino à Distância (CED) e o autor do</p><p>presente manual, Farissai Pedro Campira, agradecem a colaboração de todos que directa ou</p><p>indirectamente participaram na elaboração deste manual. À todos sinceros agradecimentos.</p><p>Psicologia Geral i</p><p>Índice</p><p>Visão geral 1</p><p>Benvindo a Psicologia Geral ............................................................................................. 1</p><p>Objectivos do curso .......................................................................................................... 1</p><p>Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 2</p><p>Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2</p><p>Ícones de actividade .......................................................................................................... 3</p><p>Acerca dos ícones .......................................................................................... 3</p><p>Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3</p><p>Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4</p><p>Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 4</p><p>Avaliação .......................................................................................................................... 5</p><p>Unidade N0 01-A0016 7</p><p>Tema: Introdução a Psicologia ......................................................................................... 7</p><p>Introdução ................................................................................................................ 7</p><p>Sumário ............................................................................................................................. 7</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 12</p><p>Unidade N0 02-A0016 13</p><p>Tema: Inícios da Psicologia Científica ........................................................................... 13</p><p>Introdução .............................................................................................................. 13</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 13</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 17</p><p>Unidade N0 03-A0016 18</p><p>Tema: Evolução do objecto de estudo da Psicologia ...................................................... 18</p><p>Introdução .............................................................................................................. 18</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 18</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 23</p><p>Unidade N0 04-A0016 24</p><p>Tema: Estrutura e Funcionamento do Sistema Nervoso ................................................. 24</p><p>Introdução .............................................................................................................. 24</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 24</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 29</p><p>Unidade N0 05-A0016 30</p><p>Tema: Genética e Comportamento ................................................................................. 30</p><p>Introdução .............................................................................................................. 30</p><p>ii Índice</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 30</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 33</p><p>Unidade N0 06-A0016 34</p><p>Tema: Processos Sensoriais ............................................................................................ 34</p><p>Introdução .............................................................................................................. 34</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 34</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 42</p><p>Unidade N0 07-A0016 43</p><p>Tema: Percepção ............................................................................................................. 43</p><p>Introdução .............................................................................................................. 43</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 43</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 47</p><p>Unidade N0 08-A0016 48</p><p>Tema: Consciência .......................................................................................................... 48</p><p>Introdução .............................................................................................................. 48</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 48</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 51</p><p>Unidade N0 09-A0016 52</p><p>Tema: Motivação ............................................................................................................ 52</p><p>Introdução .............................................................................................................. 52</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 52</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 56</p><p>Unidade N0 10-A0016 57</p><p>Tema: Inteligência .......................................................................................................... 57</p><p>Introdução ..............................................................................................................</p><p>por sua vez comunicam com os nervosos sensitivos através dos</p><p>quais a excitação é transmitida ao cérebro.</p><p>Restrições Sensoriais</p><p>Pessoas temporária ou permanentemente privadas de um dos</p><p>sentidos geralmente compensam ao se tornarem mais</p><p>conscientes das informações recebidas dos outros sentidos.</p><p>Experiências de restrição sensorial temporária muitas vezes</p><p>acarretam uma percepção aguçada de todas as formas de</p><p>sensação. Sob supervisão, a restrição sensorial pode proporcionar</p><p>um impulso terapêutico para as pessoas que procuram controlar</p><p>problemas como o tabagismo.</p><p>42</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Para os empiristas nada existe no homem ao nascer, tudo resulta da</p><p>experiência. Discuta a posição defendida pelos Empiristas na construção</p><p>do conhecimento.</p><p>Resposta: Não há dúvidas que uma das formas de construção do</p><p>conhecimento é a experiência, porém não é a única forma, pois nem todo</p><p>conhecimento que possuímos resulta da experiência, pesquisas</p><p>demonstram que ao nascer o Homem traz consigo uma certa informação</p><p>que o faz reconhecer perigo nas primeiras semanas de vida, que faz</p><p>reconhecer a música que a mãe escutava enquanto grávida, esses são</p><p>apenas alguns exemplos da limitação do posicionamento Empirista.</p><p>Psicologia Geral 43</p><p>Unidade N0 07-A0006</p><p>Tema: Percepção</p><p>Introdução</p><p>Um dos processos cognitivo é a percepção, falamos das sensações na</p><p>Unidade anterior (Unidade VII) como captação específica dos estímulos</p><p>do ambiente. Como são organizados estes estímulos para serem</p><p>significativos? Remete-nos a compreensão da percepção. Sendo assim</p><p>nesta Unidade serão discutidos os seguintes temas: Percepção, atenção</p><p>selectiva, ilusões perceptivas, organização perceptiva, etc.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Definir os conceitos de:</p><p>(a) Atenção selectiva</p><p>(b) Percepção</p><p> Distinguir Percepção da sensação; e</p><p> Explicar o papel da percepção na construção do conhecimento.</p><p>Sumário</p><p>Percepção</p><p>Chama-se percepção o processo de organização e interpretação</p><p>dos estímulos sensoriais. Difere da sensação na medida em que é</p><p>uma actividade cognitiva pela qual conferimos sentido e</p><p>significação à informação sensorial. No entanto, a percepção é um</p><p>fenômeno complexo e resultante da interação de vários factores e</p><p>tem sido explicado de diferentes formas em função dos problemas</p><p>que se lhe colocam.</p><p>44 Unidade N0 07-A0006</p><p>Atenção Selectiva</p><p>A qualquer momento, nossa</p><p>consciência focaliza, como um</p><p>facho de luz, um aspecto</p><p>limitado de nossa experiência,</p><p>(MYERS, 1999, p.127).</p><p>As percepções nos chegam a cada momento e nem todas são</p><p>significativas para nós. Daí, haver uma necessidade de discernir</p><p>as informações recebidas, algo facilitado pela atenção.</p><p>De acordo com Pestana e Páscoa (2002, p.25), a atenção</p><p>consiste na focalização da percepção, de modo prolongado,</p><p>sobre um conjunto de estímulos em detrimento de outros. Trata-</p><p>se dos aspectos activo e selectivo da percepção.</p><p>A atenção selectiva significa que em qualquer momento</p><p>focalizamos nossa percepção em apenas um aspecto limitado de</p><p>tudo o que somos capazes de experimentar.</p><p>Ilusões perceptivas;</p><p>Segundo Cardoso, Frois & Fachada (1993, p. 288), a ilusão é uma</p><p>deformação da percepção. Diz-se, portanto que há ilusão sempre</p><p>que há um desacordo entre o percepto e o objecto, isto é, entre os</p><p>dados da percepção e a realidade física. A ilusão resulta da</p><p>aplicação de processos perceptivos a certas configurações de</p><p>estímulos.</p><p>Convém distinguir a ilusão de dois fenômenos com que, por vezes</p><p>é confundida: a miragem e a alucinação.</p><p>A miragem é mais um fenômeno físico que psicológico. Portanto</p><p>explica-se pela modificação da direcção dos raios solares</p><p>resultantes de certas condições atmosféricas. Ao passo que a</p><p>alucinação tem uma causa psicológica, mas difere da ilusão pelo</p><p>facto de supor uma percepção sem objecto, mais do que uma</p><p>deformação da percepção. A ilusão pelo contrário implica a</p><p>Psicologia Geral 45</p><p>percepção de um objecto, mas uma percepção falseada deste</p><p>objecto cuja causa se situa no processo perceptivo.</p><p>De acordo com Cardoso, Frois & Fachada (1993 p.290), existem</p><p>hoje várias teorias psicológicas que além de tentarem explicar as</p><p>ilusões, procuram nelas razões para reforçar as suas concepções</p><p>acerca dos processos perceptivos normais. Essas teorias estão de</p><p>acordo nestes pontos:</p><p>- As ilusões implicam os processos perceptivos normais; estudar</p><p>as ilusões é extraordinariamente útil para a compreensão da</p><p>percepção normal.</p><p>-Tal é o caso de Piaget, que elaborou sua teoria geral dos</p><p>mecanismos perceptivos com base essencialmente no estudo</p><p>experimental das ilusões perceptivas.</p><p>Organização perceptiva</p><p>A percepção como um processo mental obedece a certos critérios</p><p>estabelecidos pela própria mente e a ter em conta no agente</p><p>perceptivo. Para clarificar este fenômeno, Myers (1999)</p><p>estabelece um princípio que favorece a transformação de</p><p>informações sensoriais em percepções significativas que a seguir</p><p>se apresenta.</p><p>Para transformar a informação</p><p>sensorial em percepções</p><p>significativas, devemos organizá-la:</p><p>devemos perceber objectos como</p><p>distintos de seu ambiente, vê-los</p><p>como tendo uma forma definida e</p><p>constante e discernir sua distância e</p><p>movimento. As regras do cérebro</p><p>para formular percepções explicam</p><p>algumas ilusões desconcertantes,</p><p>(MYERS, 1999, p.130).</p><p>Os primeiros psicólogos da gestalt de acordo com Myers (1999,</p><p>p.136), se impressionaram com a maneira aparentemente inata</p><p>pela qual organizamos dados sensoriais fragmentados em</p><p>percepções completas. A mente estrutura as informações</p><p>recebidas de várias maneiras demonstráveis:</p><p>46 Unidade N0 07-A0006</p><p> Percepção de forma - Para reconhecermos um</p><p>objecto devemos primeiro percebê-lo (vê-lo como uma</p><p>figura), como distinto dos estímulos ao redor (o fundo).</p><p>Devemos também organizar a figura de uma forma</p><p>significativa. Vários princípios da gestalt – proximidade,</p><p>semelhança, continuidade, fechamento e conexão -</p><p>descrevem esse processo.</p><p> Percepção de profundidade – Pesquisas com o</p><p>penhasco visual revelam que muitas espécies</p><p>percebem o mundo em três dimensões, ao nascimento,</p><p>ou logo depois. Transformamos imagens</p><p>bidimensionais na retina em percepções</p><p>tridimensionais usando sugestões binoculares, como a</p><p>disparidade na retina, e sugestões monoculares, como</p><p>os tamanhos relativos dos objectos.</p><p> Percepção do movimento – o cérebro calcula o</p><p>movimento à medida que os objectos se deslocam</p><p>através da retina ou em sua direcção. Uma rápida</p><p>sucessão de imagens, como num filme ou no cartaz</p><p>luminoso, podem também criar uma ilusão de</p><p>movimento.</p><p> Constância perceptiva – Constâncias de tamanho,</p><p>forma e brilho, descrevem como os objectos parecem</p><p>ter características inalteradas, independentemente da</p><p>distância, forma ou movimento. Essas constâncias</p><p>explicam varias das mais conhecidas ilusões visuais.</p><p>Psicologia Geral 47</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Olhando para a teoria da Gestalt ou da forma. Que relevância traria no</p><p>seu entender quando aplicada no processo de ensino aprendizagem?</p><p>Resposta: A compreensão da matéria não é fácil se não olhamos para a</p><p>totalidade do conteúdo, da experiência, essa teoria chama-nos para um</p><p>olhar global das situações da aprendizagem, alias a educação para o</p><p>Futuro, exige esse olhar. Trata-se de enfatizar os paradigmas</p><p>holonómicos, preocupados com o Homem Todo. Assim a abordagem dos</p><p>conteúdos de aprendizagem deve ser feita partindo do geral ao particular,</p><p>depois de o individuo ter compreendido a visão geral.</p><p>48 Unidade N0 08-A0006</p><p>Unidade N0 08-A0006</p><p>Tema: Consciência</p><p>Introdução</p><p>Começamos por</p><p>lembrar que o primeiro objecto de estudo da Psicologia</p><p>foram os fenómenos conscientes, essa consciência que se reduzia a</p><p>associação das sensações.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar o Conceito de Consciência.</p><p> Descrever os diferentes níveis ou graus de consciência.</p><p>Sumário</p><p>A palavra “consciência” é usada de muitas maneiras. Temos</p><p>consciência da nossa identidade e do que nos rodeia. Fazemos</p><p>um esforço consciente para obter bons resultados nos nossos</p><p>estudos.</p><p>Para Pestana & Páscoa (2002: 46), consciência é uma função</p><p>psicológica que no estado de vigília, fornece ao indivíduo a</p><p>experiência subjectiva, suficientemente clara, dos seus processos</p><p>psíquicos (idéias, percepções, sentimentos...).</p><p>Psicologia Geral 49</p><p>Para a maioria dos psicólogos hoje de acordo com Myers (1999) a</p><p>consciência é a percepção de nós mesmos e do nosso ambiente.</p><p>Portanto, consciência é o conhecimento da nossa existência, dos</p><p>nossos actos e do mundo exterior.</p><p>Parece haver um grande fosso entre o mundo “exterior” e cada um</p><p>dos mundos “interiores” e é impossível medir fisicamente os</p><p>sentimentos causados por uma experiência pessoal. As nossas</p><p>experiências conscientes são actividades das células nervosas do</p><p>cérebro.</p><p>Estados de Consciência</p><p>A consciência pode aprender os fenômenos psicológicos de duas</p><p>formas:</p><p>-Expontânea e reflectidamente, daí surgirem duas formas de</p><p>consciência:</p><p> Consciência espontânea – que é o conhecimento</p><p>imediato que acompanha todos fenómenos psicológicos.</p><p>Podemos considerar isso de consciência directa ou</p><p>indirecta porque é a primeira impressão ou o simples</p><p>registo de nossos estados psíquicos.</p><p> Consciência reflectida – que é a volta deliberada do</p><p>espírito sobre si mesmo. A lei da consciência reflectida</p><p>supõe atenção, é mais clara e intensa do que a</p><p>consciência espontânea.</p><p>Podemos dizer que a consciência espontânea é a “consciência</p><p>das coisas” enquanto que a consciência reflectida é a “consciência</p><p>de si mesmo”.</p><p>Graus da consciência</p><p>Como não há dois fenômenos psíquicos rigorosamente idênticos,</p><p>também não haverá dois graus de consciência iguais.</p><p>Existem três graus de consciência:</p><p>50 Unidade N0 08-A0006</p><p> O grau consciente ou zona clara - que abrange todos</p><p>fenómenos de que temos conhecimentos nítidos, como por</p><p>exemplo, a alegria provocada por uma boa noticia ou por</p><p>um pensamento dominante. A percepção consciente</p><p>permite-nos exercer um controle voluntário e comunicar</p><p>nossos estados mentais a outros, mas a consciência é</p><p>apenas a ponta do iceberg do processamento das</p><p>informações.</p><p> O grau subconsciente ou zonas abatidas - que é</p><p>formado pelos fenômenos de conhecimento menos claros,</p><p>mas não igual a zero como adição do bater da chuva na</p><p>janela quando estamos absorvidos numa leitura. Por baixo</p><p>da superfície, o processamento subconsciente de</p><p>informações ocorre simultaneamente em muitos canais</p><p>paralelos.</p><p>É normal que certos fenómenos nunca tenham feito parte da zona</p><p>clara da consciência porque ao se produzirem não provocaram a</p><p>nossa atenção ou por serem pouco intensos ou ainda, por serem</p><p>absorvidas pelas nossas preocupações diversas.</p><p> Grau inconsciente ou zona escura - que abrange</p><p>segundo alguns psicólogos certos fenómenos</p><p>verdadeiramente não conscientes que escapam totalmente</p><p>à consciência, isto é, fenómenos inconscientes.</p><p>Para outros, este grau é constituído por um conjunto de</p><p>possibilidades de ordem psíquica, virtualidades, disposições,</p><p>tendências que são como a fonte das nossas actividades</p><p>conscientes e subconscientes, mas que são pré-fenómenos e não</p><p>fenómenos, possibilidades de actos e não actos propriamente</p><p>ditos. (Rever a psicanálise de Freud, Unidade III).</p><p>Hipnose</p><p>Para Myers (1999), a hipnose é ao menos em parte, um</p><p>subproduto dos processos sociais e cognitivos. Muitos</p><p>pesquisadores acham que é também um estado alterado da</p><p>Psicologia Geral 51</p><p>consciência, talvez envolvendo uma dissociação entre níveis de</p><p>consciência.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Será que a nossa consciência pára quando dormimos? Que papel</p><p>desempenha o mundo inconsciente?</p><p>Resposta: Quando domínios a nossa mente não pára, mas continua a</p><p>funcionar normalmente, as informações recolhidas ao longo do dia, como</p><p>evidenciam psicólogos de aprendizagem, são organizadas neste momento</p><p>já que não existe muita interferência do mundo consciente. O sonho é</p><p>uma evidencia de que a mente funciona mesmo quando dormimos.</p><p>52 Unidade N0 09-A0016</p><p>Unidade N0 09-A0016</p><p>Tema: Motivação</p><p>Introdução</p><p>Um dos conceitos mais discutidos em Psicologia é a motivação,</p><p>acreditam psicólogos que a actividade humana não é cega ela persegue</p><p>algo, ou seja, um fim. Compreender o motivo seria a chave de sucesso na</p><p>explicação do comportamento Humano.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar o conceito motivação.</p><p> Descrever os diferentes tipos de motivação.</p><p> Explicar as teorias motivacionais.</p><p>Sumário</p><p>Conceitos Motivacionais</p><p>Motivação é uma área de investigação da Psicologia, que</p><p>ainda não encontrou rigor terminológico, ou seja, precisão,</p><p>mas a importância na compreensão do comportamento</p><p>humano é inegável. Cardoso, Frois & Fachada (1993, p.</p><p>207) encaram a motivação como um “processo</p><p>finalizado(...)”, significando uma acção do sujeito que seria</p><p>difícil de ser totalmente explicada como reacção mecânica e</p><p>automática a agentes específicos do meio, mas envolve da</p><p>Psicologia Geral 53</p><p>parte do sujeito a orientação para a atingir um determinado</p><p>objectivo.</p><p>Desta definição pode se notar dois elementos da motivação:</p><p>(i) estímulos do meio ambiente, que vão suscitar reacções</p><p>do sujeito, mas essas reações não são mecânicas, pois (ii) o</p><p>sujeito que regula esses estímulos em função das suas</p><p>necessidades e interesses, por esta razão nem todos</p><p>estímulos ambientais provocam reacção ao sujeito. Portanto,</p><p>existe uma componente interna ao sujeito e outra externa,</p><p>do meio circundante.</p><p>Pestana & Páscoa (2002, p.137) consideram a motivação</p><p>como a dinâmica do comportamento e focalizam o aspecto</p><p>interno ao indivíduo enquanto dirigido a uma meta, objectivo,</p><p>ou incentivo. Esses autores distinguem o comportamento</p><p>motivado dos diferentes momentos sucessivos ou</p><p>seqüência, necessidade ou carência que está na origem da</p><p>motivação; impulso ou desejo que constitui o carácter</p><p>energético; saciedade, o fim do processo motivacional</p><p>resultado da anulação ou redução da carência ou do</p><p>impulso.</p><p>A fome, sede, a realização são considerados por alguns</p><p>autores como tipos de motivação, porém olhando para a</p><p>definição de Pestana & Páscoa (2002), esses não passam</p><p>de necessidades ou carências que o sujeito sente e que dão</p><p>origem a motivação. Portanto, a sede leva o indivíduo a</p><p>procurar água, a fome orienta o sujeito a busca da comida,</p><p>sendo assim esses são elementos que originam a</p><p>motivação.</p><p>Tipos de Motivação</p><p>Para aprendizagem desta Unidade, vamos considerar dois</p><p>tipos de motivação, a motivação intrínseca e a Motivação</p><p>extrínseca. Em função das definições da motivação</p><p>54 Unidade N0 09-A0016</p><p>apresentadas anteriormente, podemos definir a motivação</p><p>extrínseca aquela em que a fonte que a origina encontra-se</p><p>no meio exterior ao indivíduo, mas quando a fonte que a</p><p>origina se encontra no interior do sujeito essa chama-se</p><p>intrínseca.</p><p>Por exemplo, quando o pai promete ao filho uma viagem</p><p>para o Brasil, caso se suceda bem nos estudos esta</p><p>motivação é extrínseca porque a fonte da motivação é</p><p>exterior ao sujeito, mas quando o sujeito se esforça em</p><p>estudar porque sente a necessidade de aprender não</p><p>porque alguém lhe impôs, prometeu prémio ou castigo, essa</p><p>motivação por ser própria do sujeito e denomina-se</p><p>intrínseca.</p><p>Note:</p><p>uma motivação pode começar por ser extrínseca e</p><p>passar a intrínseca, pois ao longo do processo o sujeito</p><p>pode perceber a importância desta aprendizagem e que</p><p>passa a se empenhar independentemente do prémio ou</p><p>castigo prometido.</p><p>Teorias Motivacionais</p><p>Procuramos discutir três teorias da motivação a dos</p><p>Behavioristas, dos cognitivistas e a dos humanistas</p><p>(sobretudo a hierarquia das necessidades de Abraham</p><p>Maslow).</p><p>Teoria Behaviorista</p><p>Nesta teoria, a motivação esta dependente do</p><p>condicionamento, isto é, da associação entre o estímulo e a</p><p>resposta. O reforço ou a recompensa são elementos</p><p>fundamentais para a motivação, o indivíduo actua para</p><p>alcançar o prémio que satisfaz a sua necessidade.</p><p>Psicologia Geral 55</p><p>Para esses teóricos o ensino deveria estar repleto de</p><p>condicionamentos ou reforços (prêmios e elogios), por isso</p><p>evidenciam a motivação extrínseca.</p><p>Teoria Cognitiva</p><p>Os cognitivistas consideram o Homem um ser racional capaz</p><p>de decidir conscientemente o que quer ou não quer fazer.</p><p>Bruner citado por Piletti (1995) considera o desejo de</p><p>aprender, um motivo intrínseco que encontra tanto sua fonte</p><p>como sua recompensa em seu próprio exercício. As</p><p>imposições da escola para este autor não despertam as</p><p>energias naturais que sustentam a energia espontânea, tais</p><p>como: o desejo de competência, profundo compromisso em</p><p>relação a reciprocidade social, etc. A ênfase para esses</p><p>teóricos esta na motivação intrínseca.</p><p>Teoria Humanista</p><p>Vamos nos centrar na visão de Abraham Maslow, um dos</p><p>fundadores da teoria humanista; aceitou a idéia de que o</p><p>comportamento humano pode ser motivado pela satisfação</p><p>de necessidades biológicas.</p><p>Maslow distingue as necessidades básicas das superiores.</p><p>As básicas são por exemplo as fisiológicas, de segurança, e</p><p>as superiores abrangem as estéticas, de reconhecimento,</p><p>etc.</p><p>Maslow citado por Piletti, questiona: “quando não há</p><p>alimento, o homem vive apenas pelo alimento, mas o que</p><p>acontece quando o homem consegue satisfazer sua</p><p>necessidade de alimentos?” Imediatamente surgem outras</p><p>necessidades cuja satisfação provoca o aparecimento de</p><p>outras. Daí que esquematizou uma hierarquia de sete</p><p>conjuntos de necessidades:</p><p>56 Unidade N0 09-A0016</p><p>a) Necessidades fisiológicas;</p><p>b) Necessidades de segurança;</p><p>c) Necessidade de amor e de participação;</p><p>d) Necessidade de estima;</p><p>e) Necessidade de realização;</p><p>f) Necessidade de conhecimento e de</p><p>compreensão; e</p><p>g) Necessidades estéticas.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Os leigos na matéria motivacional distinguem motivação da situação</p><p>motivacional. Esclareça a diferença.</p><p>Resposta: As actividades desenvolvidas na sala ou no meio social de</p><p>forma a criar motivação, são situações motivacionais que não devemos</p><p>confundir com a motivação propriamente dita, esta é interior ao sujeito,</p><p>tudo que fazemos é no sentido de suscitar o desejo no individuo para que</p><p>realize a actividade com gosto e prazer, mas só ele que atribuirá este valor</p><p>ou significado.</p><p>Psicologia Geral 57</p><p>Unidade N0 10A0006</p><p>Tema: Inteligência</p><p>Introdução</p><p>Nesta Unidade vamos falar da Inteligência como processo psicológico</p><p>mais discutido entre os psicólogos experimentais, desenvolvimentistas e</p><p>de aprendizagem, trata-se de um conceito tão polêmico dado que não se</p><p>consegue chegar ao consenso na precisão do conceito. Aspectos a serem</p><p>abordados nesta unidade são: Conceito de Inteligência; Tipos de</p><p>Inteligência; e Teorias da Inteligência.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar o conceito Inteligência;</p><p> Identificar os tipos de inteligência; e</p><p> Explicar a diferentes teorias de inteligência;</p><p>Sumário</p><p>Conceito de Inteligência</p><p>Um dos principais alvos de discussão no estudo da</p><p>inteligência é a precisão do termo, porém Cardoso, Frois &</p><p>Fachada (1993, p. 345) apresentam quatro definições que</p><p>passamos a apresentar:</p><p>a) Capacidade de fornecer respostas certas e objectivas;</p><p>58 Unidade N0 10A0006</p><p>b) Capacidade para desenvolver o pensamento abstrato;</p><p>c) Capacidade para aprender a adaptar-se ao meio; e</p><p>d) Capacidade de adquirir capacidades.</p><p>Como é fácil de observar que cada definição apresenta uma</p><p>tendência a evidenciar um elemento constituinte da</p><p>inteligência e em algum momento fazem referência a um tipo</p><p>de inteligência. Tais imprecisões levam a várias definições</p><p>deste conceito algumas convergentes e outras divergentes,</p><p>antes de chegarmos ao conceito, lembremos que existem</p><p>factores que influenciam a inteligência: factor biológico;</p><p>maturação; e meio físico e social.</p><p>Factor Biológico - a inteligência tem um suporte biológico</p><p>daí que é impossível pensar na inteligência sem olhar para</p><p>este detalhe, o funcionamento do Sistema Nervoso,</p><p>condicionam algumas funções psicológicas como é o caso</p><p>da inteligência;</p><p>Maturação - factor responsável pelas modificações dos</p><p>processos fisiológicos, como as estruturas nervosas e</p><p>glândulas endócrinas;</p><p>Meio Físico e Social- basta lembrarmos que o ser humano</p><p>desde a sua nascença está mergulhado nas relações</p><p>sociais, neste sentido é inegável o seu contributo no</p><p>desenvolvimento intelectual.</p><p>Voltando ao conceito de inteligência de Pestana & Páscoa</p><p>(1995) que resumem as quatro definições apresentadas da</p><p>seguinte maneira: “Capacidade de discernir relações entre</p><p>os elementos de uma situação nova ou problema, que</p><p>permite resolvê-lo e atingir de forma adequada e adaptativa.”</p><p>Esses autores apresentam uma definição mais abrangente</p><p>pelo facto de não admitirem no seu conceito a natureza</p><p>Psicologia Geral 59</p><p>específica da capacidade, correndo-se ao risco de</p><p>apresentar um tipo de inteligência.</p><p>Tipos de Inteligência</p><p>Desde muito tempo ficou bem conhecida a visão clássica de</p><p>definição da inteligência vista sob forma conceptual</p><p>Inteligência abstrata, lógica ou matemática. Actualmente</p><p>reconhece-se que a inteligência envolve capacidades de</p><p>realização prática, inteligência prática. Neste sentido,</p><p>podemos falar da inteligência social, aquela que envolve a</p><p>capacidade de lidar com os outros; inteligência emocional,</p><p>capacidade de avaliar o significado emocional das situações;</p><p>inteligência corporal, aquela usada pelos bailarinos,</p><p>jogadores, é a capacidade de lidar com o corpo; inteligência</p><p>espacial, capacidade ou facilidade de localizar as regiões,</p><p>mais desenvolvida nos pilotos e médicos da cirurgia.</p><p>Teorias da inteligência</p><p>Vamos apresentar apenas duas teorias a bifactorial e a</p><p>multifactorial.</p><p>Teoria bifactorial- segundo esta teoria a inteligência se</p><p>estrutura tendo como base, uma capacidade geral de</p><p>discernir relações complexas, factor G, expressão de uma</p><p>energia mental sobre a qual se estabelecem aptidões</p><p>específicas, factor S que predomina no desempenho de</p><p>determinadas actividades.</p><p>Teoria multifactorial- Thurstone a partir de novos cálculos</p><p>de analise factorial nega a existência de um factor geral e</p><p>afirma que a inteligência é constituída pela combinação de</p><p>várias aptidões mentais primárias, no desempenho da sua</p><p>actividade.</p><p>60 Unidade N0 10A0006</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Alguns teóricos consideram que a inteligência varia com o contexto</p><p>sociocultural. Comente a afirmação.</p><p>Resposta: Se a inteligência é a capacidade que o sujeito tem de resolver</p><p>os problemas, esses problemas variam de contexto, os usos e costumes</p><p>também influenciam o nosso pensamento, dai que cada contexto</p><p>desenvolver certo tipo de prática diferente do outro, mas isso não invalida</p><p>a presença de características comuns.</p><p>Psicologia Geral 61</p><p>Unidade N011 - A0006</p><p>Tema: Processos afectivos:</p><p>Sentimento e Emoção.</p><p>Introdução</p><p>Para esta Unidade reservamos o tema relacionado com os processos</p><p>afectivos como parte integrante</p><p>do comportamento humano, pois a</p><p>reacção aos estímulos dependem da forma como sentimos, como</p><p>atribuímos significado e valor. Sendo assim centraremos a análise em</p><p>dois principais processos afectivos: O sentimento e a emoção.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar o conceito afecto;</p><p> Identificar os tipos de afectos; e</p><p> Distinguir sentimento da emoção.</p><p>Sumário</p><p>Afecto</p><p>No dia a dia, já falamos especialmente de alguém familiar ou</p><p>amigo, sentimos algo que pode ser amor, ódio, sentimento</p><p>nos alegres com noticias boas, e triste com acontecimentos</p><p>ruins, essas todas manifestações, ao seu conjunto é que se</p><p>da o nome de afecto, e o processo pelo qual essas</p><p>sensações são cristalizadas em nós, denomina-se processo</p><p>afectivo.</p><p>62 Unidade N011 - A0006</p><p>“Sensação subjectiva e imediata que o indivíduo</p><p>experimenta em relação a um objecto, situação ou pessoa e</p><p>que orienta o seu comportamento” (PESTANA & PÁSCOA,</p><p>1995, p 14). Os afectos são variam de acordo com a</p><p>intensidade, tonalidade e qualidade, desta forma é possível</p><p>distinguir alegria, tristeza, amor, ódio, cólera, etc.</p><p>Tipos de afecto: Sentimento e Emoção</p><p>Ao tratarmos de sentimento e emoção não queremos reduzir</p><p>o quadro dos processos afectivos, mas centramos–nos</p><p>nestes dois processos por uma questão didáctica, pois não</p><p>se pretende esgotar o tema nesta Unidade.</p><p>Sentimento- “estado afectivo em que em que predomina a</p><p>experiência interior e cognitivo” (PESTANA & PÁSCOA,</p><p>1995, p. 197). Esse carácter subjectivo distingue-o da</p><p>emoção, mas faz com que certas correntes da psicologia,</p><p>mais objectiva, não lhe façam referência e incluam na</p><p>emoção sociais, e é em função disto que a forma como são</p><p>avaliados esses sentimentos depende do contexto social,</p><p>pois algumas expressões faciais podem constituírem insulto</p><p>para uns e para outras a melhor forma de expressar o amor</p><p>e alegria.</p><p>Emoção - muitas vezes confundimos os sentimentos com</p><p>emoção, ciúme, cólera; é importante a distinção destes</p><p>conceito para não corrermos o risco de confundir amor com</p><p>indigestão. Esta é uma chamada de atenção para sabermos</p><p>interpretar nossos estados internos, por exemplo, se o</p><p>aperto no coração é antecipação do perigo ou se trata de</p><p>uma forte saudade da pessoa amada.</p><p>Pestana & Páscoa (1995) definem emoção ao estado</p><p>afectivo brusco e agudo desencadeado por uma percepção</p><p>Psicologia Geral 63</p><p>(interna ou externa), ou representação (imaginária ou real), é</p><p>caracterizado por ativação mais ou menos intensa dos</p><p>processos neurovegetativos, são exemplos de emoções: o</p><p>medo, a cólera, surpresa, vergonha, etc.</p><p>A emoção desempenha um papel muito importante na vida</p><p>humana, constitui os padrões de acção que se organizam ao</p><p>longo da evolução (filogénese) de forma a enfrentar</p><p>determinadas situações.</p><p>É importante reconhecer o contexto das interações sociais</p><p>como catalisador dos sentimentos humanos, o ódio, amor,</p><p>alegria, tristeza, são sensações que se experimentam e</p><p>desenvolvem-se no contexto das interacções.</p><p>A principal diferença entre as emoções e o sentimento</p><p>reside, sobretudo, na intensidade dos estímulos que causam</p><p>e no tempo que duram. A emoção é uma reação brusca e</p><p>intensa a determinados estímulos e esta reação não dura</p><p>tanto, diferentemente do sentimento em que a reação tende</p><p>a ser estável e muitas vezes desconhecemos o estímulo</p><p>desencadeador.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – A dor é uma das expressões dos nossos afectos que para muitos não</p><p>tem importância, já que causa sofrimento. Concorda com esta afirmação?</p><p>Argumente.</p><p>Resposta: A dor funciona como elemento sinalizador do organismo</p><p>humano, ela indica que algo não anda bem, exigindo desta forma especial</p><p>atenção para repor o funcionamento normal. Ha tantas doenças que não</p><p>conseguimos verificar, se não sentíssemos a dor como iríamos notar que</p><p>precisamos de cuidados médicos?</p><p>64 Unidade 12 - A0006</p><p>Unidade 12 - A0006</p><p>Tema: Personalidade.</p><p>Introdução</p><p>Caro estudante esta é a última Unidade desta Disciplina, falamos ao</p><p>longo das unidades diferentes aspectos da vida Humana, lembre-se</p><p>dissemos que o Homem era complexo, por este motivo o seu estudo</p><p>requer muito cuidado, pois integram na sua complexidade aspectos</p><p>físicos/biológicos, psicológicos, socioculturais, etc. Agora tentemos</p><p>compreender a totalidade deste Homem, sua personalidade, tarefa não</p><p>fácil.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar o conceito personalidade;</p><p> Identificar os factores que entrevê na sua formação; e</p><p> Explicar a diferentes teorias ou escolas no estudo da personalidade;</p><p>Sumário</p><p>Conceito de Personalidade</p><p>Parece que em Psicologia os conceitos usados não são</p><p>consensuais, isso seria exagerado, mas é certo que estes</p><p>conceitos são mais debatidos, e por isso não constituiem</p><p>crise científica pelo contrário revelam o quanto os</p><p>profissionais desta área estão trabalhando.</p><p>Psicologia Geral 65</p><p>O temo personalidade “vem do latim persona que</p><p>originalmente significava máscara” (CARDOSO, FROIS &</p><p>FACHADA, 1993, p. 370). Esta visão serviu para definir</p><p>personalidade do ponto de vista externo. Mais tarde o</p><p>conceito de personalidade passou a referir as qualidades</p><p>que estão por detrás da máscara, ou seja, as qualidades</p><p>íntimas e pessoais do indivíduo.</p><p>Neste sentido Pestana & Páscoa (1995) entendem por</p><p>personalidade ao conjunto estruturado das características</p><p>inatas (herdadas), das aquisições do meio (sociocultural), e</p><p>da história das experiências vividas (desenvolvimento) que</p><p>organizam e determinam o comportamento do indivíduo.</p><p>A definição destes autores dispensa o esclarecimento dos</p><p>elementos importantes no desenvolvimento da</p><p>personalidade, pois ficou claro que o meio, a herança, e as</p><p>experiências vividas constituem factores preponderantes</p><p>na compreensão da totalidade do indivíduo.</p><p>Teorias da Personalidade</p><p>A noção de personalidade varia de corrente para corrente da</p><p>psicologia. O termo tem vindo associado a outros como</p><p>carácter e temperamento, próximos, mas não sinónimos.</p><p>As teorias da personalidade divergem essencialmente na</p><p>importância que atribuem aos factores responsáveis na</p><p>formação doa personalidade.</p><p>As tipologias morfológicas de Kretschmer e de Sheldon</p><p>enfatizam os factores hereditários, morfofisiológicos; os</p><p>teóricos de aprendizagem vão mais para o meio social;</p><p>Freud e Erikson dão ênfase aos factores dinâmicos do</p><p>desenvolvimento; Roger e Maslow vão mais para as</p><p>necessidades que orientam a realização do indivíduo; e</p><p>66 Unidade 12 - A0006</p><p>Allport, a personalidade pode ser descrita pelos traços que</p><p>a constitui (teoria dos traços).</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Ainda que tenha bastante estudado sobre este assunto, a totalidade do</p><p>Homem é difícil senão impossível. Fundamenta porque.</p><p>Resposta: Tendo em conta a sua complexidade bio-socio-cultural revela</p><p>nos difícil a apreensão da totalidade humana, primeiro, porque ele(o</p><p>homem) não deixa com facilidade que seja compreendido, segundo os</p><p>instrumentos usado na exploração da personalidade carecem de</p><p>aperfeiçoamento e por fim reconhecer que somente alguns aspectos da</p><p>sua personalidade que serão possíveis de desvendar e não a totalidade.</p><p>Psicologia Geral 67</p><p>EXERCÍCIOS PARA RESOLVER</p><p>Em cinco (5) páginas no mínimo, faça uma redação dos seguintes sub-</p><p>temas do tema – “Os Inícios da Psicologia Científica”:</p><p> Trabalho1 para primeira sessão presencial – Código: T-F.E-01</p><p>A Questão da Origem da Psicologia:</p><p>(a) Psicologia Filosofia</p><p>(b) Raízes Biológicas da Psicologia.</p><p> Trabalho2 para segunda sessão presencial – Código: T-F.E-02</p><p>A Questão da Evolução do objecto do objecto de estudo da Psicologia:</p><p>(a) Contribuição</p><p>de Wilhelm Wundt.</p><p>(b) Contribuição da Psicanálise.</p><p> Trabalho3 para terceira sessão presencial – Código: T-F.E-03</p><p>A Questão da Motivação:</p><p>(a) Motivação e aprendizagem.</p><p>(b) Motivação e afecto.</p><p>68 Unidade 12 - A0006</p><p>REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</p><p> ABRUNHOSA, Maria Antónia e LEITÃO, Miguel. Psicologia B.</p><p>Lisboa: Edições Asa, 2009.</p><p> CARDOSO, Adelino, FROIS, António,FACHADA, Odete. Rumos</p><p>da Psicologia. Lisboa, Edições Rumo, 1993.</p><p> CAPARÓS, António. História da Psicologia. Lisboa: Plátano</p><p>editora, 1999.</p><p> GLEITMAN, Henry, FRIDLUND, Alan J., REISEBERG, Daniel.</p><p>Psicologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2009.</p><p> MYERS, David. Introdução Psicologia Geral. São Paulo: Editora</p><p>Santuário, 1999.</p><p> PESTANA, Emanuel, PÁSCOA, Ana. Dicionário Breve de</p><p>Psicologia.Lisboa: Editora Presença, 1995.</p><p> PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Editora Ática,</p><p>1995.</p><p> SPRINTALL, Norman A., SPRINTALL, Richard C. Psicologia</p><p>Educacional, Lisboa: MP-Graw-Hil, 2000.</p><p> ____________________________. Psicologia Educacional, Lisboa:</p><p>MP-Graw-Hil, 2001</p><p>57</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 57</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 60</p><p>Unidade N0 11-A0016 61</p><p>Tema: Processos afectivos: Sentimento e Emoção. ........................................................ 61</p><p>Introdução .............................................................................................................. 61</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 61</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 63</p><p>Unidade N0 12-A0016 64</p><p>Tema: Personalidade. ...................................................................................................... 64</p><p>Introdução .............................................................................................................. 64</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 64</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 66</p><p>Psicologia Geral 1</p><p>Visão geral</p><p>Benvindo a Psicologia Geral</p><p>A vida Humana é essencialmente Social. O homem é produto da história</p><p>da Humanidade, que foi cristalizando ao longo do tempo, nesse processo</p><p>de trocas sociais, foi se ajustando aos símbolos, signos, que são</p><p>elementos da cultura. Com base nesses símbolos, torna-se fácil a</p><p>interação humana, pois permite a compreensão, a comunicação entre os</p><p>diferentes indivíduos na sociedade. É neste contexto da necessidade de</p><p>compreensão e melhoria nas relações humanas que a Psicologia</p><p>configura-se como uma área capaz de providenciar elementos necessários</p><p>para uma melhoria da actividade humana.</p><p>Objectivos do curso</p><p>Quando terminar o estudo de Psicologia Geral, o estudante deve ser</p><p>capaz de:</p><p> Explicar o objecto de estudo da Psicologia Geral (o comportamento</p><p>Humano) descrevendo as etapas da sua evolução e sua importância</p><p>para a actualidade.</p><p> Compreender a importância da Psicologia na vida do homem;</p><p>2 Visão geral</p><p>Quem deveria estudar este</p><p>módulo</p><p>Este módulo foi concebido para todos aqueles que frequentam os cursos à</p><p>distância, oferecidos pela Universidade Católica de Moçambique (UCM),</p><p>através do seu Centro de Ensino à Distância (CED).</p><p>Como está estruturado este</p><p>módulo</p><p>Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED encontram-se</p><p>estruturados da seguinte maneira:</p><p>Páginas introdutórias</p><p> Um índice completo.</p><p> Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os</p><p>aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.</p><p>Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de</p><p>começar o seu estudo.</p><p>Conteúdo do curso / módulo</p><p>O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma</p><p>introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo</p><p>actividades de aprendizagem, um resumo da unidade e uma ou mais</p><p>actividades para auto-avaliação.</p><p>Outros recursos</p><p>Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista</p><p>de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir</p><p>livros, artigos ou sites na internet.</p><p>Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação</p><p>Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada</p><p>unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para</p><p>desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes</p><p>elementos encontram-se no final do módulo.</p><p>Comentários e sugestões</p><p>Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários</p><p>sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários</p><p>serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.</p><p>Psicologia Geral 3</p><p>Ícones de actividade</p><p>Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das</p><p>folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo</p><p>de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma</p><p>nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.</p><p>Acerca dos ícones</p><p>Os icones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por</p><p>adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África</p><p>Ocidental, datam do século XVII e ainda se usam hoje em dia.</p><p>Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada</p><p>um com uma descrição do seu significado e da forma como nós</p><p>interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao</p><p>longo deste módulo.</p><p>Habilidades de estudo</p><p>Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões</p><p>nomeadamente: o lado social, profissional e estudante, daí ser importante</p><p>planificar muito bem o seu tempo.</p><p>Procure reservar no mínimo 2(duas) horas de estudo por dia e use ao</p><p>máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é</p><p>necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o</p><p>dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho,</p><p>com colegas, outros).</p><p>Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz</p><p>bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolver suas</p><p>competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos de</p><p>caso, reflexão, etc.</p><p>O manual contém muita informação, algumas chaves, outras</p><p>complementares, daí ser importante saber filtrar e apresentar a</p><p>informação mais relevante. Use estas informações para a resolução das</p><p>exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de</p><p>notas desempenha um papel muito importante.</p><p>Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de</p><p>desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus pontos</p><p>fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.</p><p>Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o</p><p>responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,</p><p>organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.</p><p>4 Visão geral</p><p>Precisa de apoio?</p><p>Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o</p><p>material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,</p><p>alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de</p><p>clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,</p><p>escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,</p><p>contacte-o pessoalmente.</p><p>Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o</p><p>estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,</p><p>usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.</p><p>Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de</p><p>problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase</p><p>posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da natureza</p><p>geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.</p><p>Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de</p><p>expediente.</p><p>As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem</p><p>a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode</p><p>apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras.</p><p>O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque</p><p>apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamnte, reflictam</p><p>sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu</p><p>próprio saber e desenvolva suas competências.</p><p>Juntos na Educação à Distância, vencedo a distância.</p><p>Tarefas (avaliação e auto-</p><p>avaliação)</p><p>O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto-</p><p>avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante</p><p>que sejam realizadas.As tarefas devem ser entregues antes do período</p><p>presencial.</p><p>Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrga, e o não</p><p>cumprimento dos prazos de entrega , implica a não classificação do</p><p>estudante.</p><p>As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser</p><p>dirigidos ao tutor/docentes.</p><p>Psicologia Geral 5</p><p>Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os</p><p>mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do</p><p>autor.</p><p>O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)</p><p>palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade ,</p><p>humildade cintífica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a</p><p>realização dos trabalhos.</p><p>Avaliação</p><p>Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o</p><p>período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com</p><p>base no chamado regulamento de avaliação.</p><p>Os trabalhos de campo por si desenvolvidos , durante o estudo individual,</p><p>concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.</p><p>Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem para</p><p>os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira.</p><p>Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões</p><p>presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da média</p><p>de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a</p><p>cadeira.</p><p>A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de: (a) admissão ao exame,</p><p>(b) nota de exame e, (c) conclusão do módulo.</p><p>Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)</p><p>testes escritos e 1 (um) exame escrito.</p><p>Não estão previstas quaisquer avaliações orais.</p><p>Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como</p><p>ferramentas de avaliação formativa.</p><p>Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em</p><p>consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de</p><p>cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a</p><p>indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,</p><p>entre outros.</p><p>Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.</p><p>Consulte-os.</p><p>Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.</p><p>Psicologia Geral 7</p><p>Unidade N0 01-A0006</p><p>Tema: Introdução a Psicologia</p><p>Introdução</p><p>Antes de começar a falar da Psicologia, como qualquer outra disciplina, é</p><p>importante definir o seu campo de estudo, descrever os procedimentos</p><p>usados na investigação psicológica, é importante também discutir a</p><p>importância da Psicologia na vida. Esta primeira unidade vai centrar-se</p><p>na discussão destes aspectos para uma melhor compreensão das unidades</p><p>seguintes.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar o objecto de estudo da Psicologia.</p><p> Descrever os procedimentos usados na investigação Psicológica.</p><p> Explicar a importância da Psicologia na vida e na sua futura profissão.</p><p>Sumário</p><p>Para os iniciantes do Curso de Psicologia, a expectativa é maior, a</p><p>prior lhes vem à cabeça que serão capazes de ler a mente dos</p><p>outros. Por esta razão, muitos quando se deparam com cursantes</p><p>desta área científica o receio é maior, pois se acredita que eles</p><p>são capazes de penetrar nos nossos pensamentos, invadindo</p><p>deste modo a privacidade.</p><p>Esta forma de pensar resulta da concepção que desde o início a</p><p>Psicologia se identificou, o estudo dos fenômenos conscientes,</p><p>através da introspecção, método usado pelo alemão Wilhelm</p><p>Wundt no estudo dos processos mentais baseando-se nas</p><p>8 Unidade N0 01-A0006</p><p>sensações. Com o tempo percebe-se que não é necessariamente</p><p>assim, ninguém seria capaz de entrar nos pensamentos dos</p><p>outros, pois assim sendo as nossas acções seriam tão previsíveis.</p><p>A Psicologia enquanto campo Científico constitui preocupação de</p><p>muitos, todos nós gostaríamos de conhecermo-nos, a nós próprios</p><p>e aos outros por forma a melhorar as nossas relações ainda que</p><p>preocupações desta natureza tenham marcado a vida dos nossos</p><p>antepassados.</p><p>Tantas vezes já nos perguntamos: porque a vida é assim, fulano</p><p>tem atitude estranha, por que se comporta deste modo, da mesma</p><p>forma ficamos preocupados em compreender fenômenos de</p><p>natureza macro, como a ideologia de Adolf Hitler, de Savimbi, Bin</p><p>Laden. Essas são preoupações do homem, que foi criando</p><p>pressupostos para uma nova área Científica- a Psicologia. A</p><p>Psicologia trata de estudar o comportamento humano nas suas</p><p>diversas manifestações (observáveis e não observáveis).</p><p>(Confronte com a unidade III).</p><p>Estudar o comportamento humano não é tarefa fácil, psicólogos</p><p>acredita que a Psicologia é tão complexa quanto o próprio</p><p>homem. Não é fácil, sobretudo, quando o objecto de estudo é o</p><p>próprio homem, capaz de se transformar em sujeito da pesquisa.</p><p>Daí todo o cuidado que se tem ao estudar o comportamento</p><p>humano.</p><p>O comportamento humano é também difícil de ser compreendido</p><p>pela natureza da sua realidade, bio-psico-sócio-cultural. A análise</p><p>do seu comportamento requer o cuidado de ter-se em conta essa</p><p>complexa realidade humana. Por esta razão a Psicologia pode e</p><p>deve possuir laços interdisciplinares com outras ciências, como</p><p>por exemplo, as de natureza biológica, sociológica, cultural, etc.</p><p>Nesta ordem de idéias, Cardoso, Frois & Fachada (1993)</p><p>consideram como objectivo final da Psicologia a explicação das</p><p>condutas em função dos factores ou variáveis que as condicionam</p><p>ou determinam, daí a necessidade de se ter em conta as outras</p><p>áreas científicas na abordagem dos fenómenos psicológicos.</p><p>Psicologia Geral 9</p><p>Os métodos usados na investigação psicológica.</p><p>Tal como todas as outras áreas científicas, a Psicologia firmou-se</p><p>como ciência quanto elaborou seus próprios caminhos de</p><p>investigação. Normalmente, a construção do conhecimento</p><p>científico parte de um método que se caracteriza por formular</p><p>hipóteses, teorias e organizar observações. Essas hipóteses são</p><p>testadas para confirmar ou refinar a teoria sugerindo aplicações</p><p>práticas.</p><p>Em termos gerais, os métodos usados em Psicologia não são</p><p>muito diferentes dos usados nas pesquisas em áreas sociais e</p><p>humanas, no entanto, os mais aplicados na investigação</p><p>psicológica são: Estudo de caso; Observação; Experimental e</p><p>Clínico.</p><p>Estudo de caso: é um dos mais antigos métodos usado pelos</p><p>psicólogos, e consiste no estudo de um ou mais sujeitos com</p><p>maior profundidade, na intenção de revelar verdades de muitos.</p><p>Os estudos de caso são usados na impossibilidade de se abarcar</p><p>toda a população que se requer pesquisar. Alguns exemplos</p><p>clássicos de estudos de caso realizados na Psicologia são os de</p><p>Jean Piaget, que depois de interrogar e observar suas crianças foi</p><p>capaz de desenvolver a sua teoria de desenvolvimento cognitivo,</p><p>muito usada para a explicação da aprendizagem das crianças do</p><p>mundo inteiro e, ainda, os estudos com chipanzés e de “crianças</p><p>selvagens” que foram importantes na explicação da linguagem em</p><p>todos os seres.</p><p>O cuidado que se deve prestar nestes estudos é que os</p><p>resultados, por resultarem de uma amostra restrita e pequena,</p><p>podem ser enganosos, quando generalizados para um universo</p><p>maior da população.</p><p>Observação: Obervar é registar o comportamento de organismos</p><p>em seu ambiente natural, a isso Myers (1999) chama de</p><p>“observação naturalista”. Nesta observação é importante o registo</p><p>10 Unidade N0 01-A0006</p><p>da informação recolhida, como também é importante definir o que</p><p>realmente vai observar.</p><p>Experimentação: Felizes são aqueles que “se mostram capazes</p><p>de perceber as causas das coisas” revelou o Poeta Virgílio citado</p><p>por (Myers 1999). Lembre-se que a Psicologia estuda o</p><p>comportamento humano, mas não o pode compreender sem</p><p>analisar a relação causa-efeito. Os experimentos permitem que</p><p>um pesquisador focalize os possíveis efeitos de uma ou várias</p><p>variáveis. Enfim, para se compreender o porquê as jovens</p><p>solteiras têm filhos, o porquê as pessoas</p><p>fumam ou fazem algo</p><p>estranho quando bebem, é necessário realizar experiências que</p><p>podem permitir o alcance das respostas desejadas. Em psicologia</p><p>muitos experimentos foram feitos com animais, ver a primeira</p><p>causa do surgimento tardio da Psicologia na unidade II.</p><p>Método clínico: refere-se à observação directa dos pacientes</p><p>com lesão ou doenças cerebrais, o objectivo fundamental é</p><p>procurar relacionar o tipo de lesão ou doença as modificações do</p><p>comportamento. A observação clínica tem suas limitações,</p><p>algumas observações só são possíveis depois da morte do</p><p>indivíduo, explica-se por razões éticas.</p><p>Que Importância tem a psicologia na vida prática? Ou seja,</p><p>porque tanto interesse com o estudo objectivo do</p><p>comportamento? Não basta o conhecimento do senso</p><p>comum?</p><p>No início da unidade deixamos claro que as ciências nascem da</p><p>necessidade do ser humano, em responder ou satisfazer suas</p><p>necessidades. Cada momento da evolução histórica do ser</p><p>humano vai exigindo que se aperfeiçoem os campos científicos; é</p><p>natural, o conhecimento não é algo estático, mas um processo</p><p>complexo de criação do ser humano com o meio envolvente, no</p><p>caso da Psicologia é importante reconhecer que o comportamento</p><p>humano tende a ser mais complexo ao longo da evolução</p><p>histórica, limitando deste modo a explicação do senso comum</p><p>dando lugar a esclarecimento mais conciso, objectivo e científico.</p><p>Psicologia Geral 11</p><p>Os psicólogos “além de ajudar, poderão também dedicar-se a</p><p>investigação, exercer funções de planificação e organização em</p><p>diferentes áreas, tanto empresariais como educacionais.”</p><p>(CARDOSO, FROIS & FACHADA, 1993, p. 6). Como ficou claro,</p><p>o comportamento humano passou a exigir explicação mais</p><p>ajustada a sua complexidade de modo a nos adequarmos melhor</p><p>aos contextos, situações e as pessoas com quem nos lidamos.</p><p>São vários os domínios da vida humana, por esta razão ela (a</p><p>Psicologia) tem se multiplicado em várias áreas ou domínios de</p><p>modo a procurar melhor explicar o comportamento humano.</p><p>Quais são esses domínios? Qual a preocupação de cada</p><p>domínio?</p><p>Mencionar esses domínios seria tarefa fatigante, porém podemos</p><p>resumir nas palavras de Myers (1999, p. 5), para este autor,</p><p>“alguns psicólogos realizam pesquisa básica, alguns fazem</p><p>pesquisa aplicada, e alguns prestam serviços profissionais”, ao</p><p>conjunto desses domínios, na idéia deste autor, é que se dá o</p><p>nome de Psicologia, pois a Psicologia é um campo de disciplinas</p><p>nas suas diversas actividades.</p><p>Na área da pesquisa básica há que integrar os psicofisiologistas,</p><p>preocupados com o estudo da relação cérebro e a mente (ver</p><p>Unidade IV), os psicólogos do desenvolvimento que estudam as</p><p>mudanças que ocorrem nas diferentes fases da vida humana.</p><p>Na pesquisa aplicada, por exemplo, constatam-se os psicólogos</p><p>industriais ou organizacionais que tratam de investigar o</p><p>comportamento humano no trabalho ou nas organizações,</p><p>selecionando, recrutando e avaliando os profissionais das</p><p>diferentes áreas de trabalho. Nesta categoria constam também os</p><p>psicólogos clínicos e psiquiatras proporcionando</p><p>acompanhamento clínico e psicoterapia (para psiquiatras) de</p><p>algumas perturbações mentais.</p><p>12 Unidade N0 01-A0006</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Explique a importância da Psicologia para a sua vida Profissional?</p><p>Resposta: A vida na Sociedade, para uma melhor cooperação, exige</p><p>dos seus intervenientes a compreensão mútua, no contexto educacional</p><p>(nosso lado profissional), essa compreensão é muito necessária para a</p><p>direcção do processo de Ensino Aprendizagem. Ninguém pode ensinar</p><p>melhor se não conhece os seus alunos.</p><p>Psicologia Geral 13</p><p>Unidade N0 02-A0006</p><p>Tema: Inícios da Psicologia</p><p>Científica</p><p>Introdução</p><p>O surgimento de um campo científico, traz antecedentes, aliás psicólogos</p><p>acreditam que a Psicologia existia desde a muito tempo. Mas interessa</p><p>compreender quando é que ela assume o estatuto de uma ciência, o que a</p><p>difere, enquanto conhecimento científico, do conhecimento de senso</p><p>comum.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Distinguir Psicologia Científica a do Senso Comum;</p><p> Identificar os objectivos da Psicologia;</p><p> Explicar os princípios que orientam a Psicologia; e</p><p> Explicar as razões do surgimento tardio da Psicologia.</p><p>Sumário</p><p>OS INÍCIOS DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA</p><p>Há que destacar que “A psicologia se desenvolveu a partir da</p><p>Biologia e da Filosofia, com objectivo de se tornar uma ciência que</p><p>descreve e explica como pensamos, sentimos e agimos.”</p><p>(MAYERS, 1999, p. 1). Numa primeira manifestação a Psicologia</p><p>foi, simplesmente, uma disciplina descritiva, isto é, tratava de</p><p>descrever as manifestações comportamentais dos indivíduos sem</p><p>com isso explicar a causa ou os porquês dessa manifestação.</p><p>14 Unidade N0 02-A0006</p><p>Hoje a psicologia, para além de descrever e explicar o</p><p>comportamento humano, objectiva prever e modificar (dentro das</p><p>possibilidades) o comportamento humano.</p><p>No entanto, é preciso ter em conta que a tentativa de explicar o</p><p>comportamento humano não é um acto recente, em tempos, antes</p><p>do ano 300 a.C., Aristóteles, filósofo grego, preocupou-se com os</p><p>temas relacionados com aprendizagem e memória, vocação e</p><p>emoção, percepção e personalidade Mayers (1999). Mesmo</p><p>pensadores como Platão (427 -347 a.C), Santo Agostinho (354 –</p><p>430 d.C), Descartes (1596-1650) também contribuíram com</p><p>profundas reflexões sobre a natureza do ser humano. E, mais</p><p>tarde Charles Darwin, nas suas viagens descobriu e explicou a lei</p><p>de selecção natural.</p><p>A idéia de Aristóteles recebeu críticas do filósofo empirista John</p><p>Locke (1632-1704), ao rejeitar a noção das idéias inatas, para</p><p>Locke nada existe no homem ao nascer, tudo seria resultado da</p><p>experiência.</p><p>Importa referir-nos às inquietações da Neurociência e dos</p><p>Evolucionistas, duas correntes da Psicologia que se confrontam</p><p>na explicação das características humanas. Na neurociência, as</p><p>preocupações centraram-se na relação entre o corpo e o cérebro</p><p>para explicar as emoções, percepções e sensações, já para os</p><p>evolucionistas ficaram preocupados na influência da evolução</p><p>(genes) no comportamento humano.</p><p>Com tantos antecedentes, a Psicologia como Ciência</p><p>independente (da Biologia e da Filosofia) nasceu em 1879, “data</p><p>em que o alemão Wilhelm Wundt estabeleceu em Lípsia (hoje</p><p>Alemanha do Leste), o primeiro laboratório de Psicologia</p><p>Experimental” (CAPARRÓS, 1999, p.10).</p><p>Os antecedentes apresentados nos parágrafos anteriores</p><p>associados à idéia de que as preocupações com o</p><p>comportamento humano não começaram em 1879, com a criação</p><p>Psicologia Geral 15</p><p>do laboratório de Wundt, mas bem antes, quando os provérbios ou</p><p>adágios populares, ainda que partindo de um conhecimento de</p><p>senso comum, eram os alicerces para a compreensão e</p><p>explicação da conduta humana, deixa para a humanidade a</p><p>seguinte questão: onde fica esse todo contributo na história da</p><p>Psicologia? Então porquê 1879? Estas preocupações constituíram</p><p>num desafio colocado a esta Ciência jovem. Porém, a resposta</p><p>vem de Caparrós (1999), que lembra-nos de que se trata da</p><p>Psicologia Científica que é diferente da do senso comum, o que</p><p>caracteriza uma ciência, de entre outros aspectos, é um campo</p><p>delimitado e emprego de certos métodos, técnicas ou</p><p>instrumentos na sua investigação e a possibilidade de verificação</p><p>a partir de testes objectivos.</p><p>Com efeito, cada um de nós possui conhecimentos da psicologia</p><p>do senso comum, este entendido como o “conjunto de opiniões</p><p>geralmente aceites pelos membros de um grupo social numa</p><p>determinada época (...) é aquela forma de saber vulgar, própria do</p><p>comum das pessoas, que se adquire de modo espontâneo, sem</p><p>esforço e não intencionalmente na experiência do dia a dia”</p><p>(CARDOSO, FROIS & FACHADA, 1993).</p><p>Sendo assim, a Psicologia científica</p><p>não se limita nesta explicação</p><p>casual, ela, enquanto ciência, procura fundamentar de forma</p><p>objectiva, através de pesquisas cientificamente ajustadas à</p><p>natureza de cada situação do ser humano. E, isso foi possível</p><p>graças ao alemão Wilhelm Wundt em 1879 que criou as condições</p><p>para que a Psicologia configurasse como área científica, o que</p><p>não significa menosprezar o contributo e a importância que o</p><p>conhecimento do senso comum presta a essa jovem ciência.</p><p>Duas razões levaram ao desenvolvimento tardio da Psicologia: A</p><p>primeira, o carácter espiritual, sagrado e transcendental do</p><p>Homem o que fez com que as investigações não fossem feitas</p><p>directamente ao ser humano, por isso grande parte das pesquisas</p><p>psicológicas foram feitas com animais, e, a segunda prende-se</p><p>com a complexidade do ser humano e do seu comportamento,</p><p>isso fez com que os psicólogos levassem mais tempo para</p><p>aperfeiçoar os métodos antes de serem aplicados ao Homem.</p><p>16 Unidade N0 02-A0006</p><p>Princípios Psicológicos</p><p>A psicologia encontra-se, actualmente, no seu auge e num estágio</p><p>de indiscutível desenvolvimento progressivo. Os princípios básicos</p><p>pela qual a Psicologia se fundamenta são:</p><p>1. Princípio do monismo materialista. Estabelece que a</p><p>psique é uma propriedade do cérebro, e por consequência</p><p>os psicólogos devem estudar as leis da actividade nervosa</p><p>superior para compreenderem de forma objectiva a</p><p>natureza dos processos psíquicos e conhecer os</p><p>mecanismos fisiológicos desses processos a fim de</p><p>“sobrepor” os fenómenos psíquicos aos processos</p><p>fisiológicos;</p><p>2. Princípio do determinismo. Mediante a qual se</p><p>reconhece a condicionalidade causal dos fenómenos</p><p>psíquicos pelos processos da actividade nervosa superior</p><p>e as influências do meio exterior.</p><p>3. Princípio do reflexo. Segundo o qual a consciência é</p><p>reflexo subjectivo do mundo objectivo. A partir deste</p><p>critério os psicólogos devem estudar a psique, a</p><p>consciência, não como algo independente e que se</p><p>desenvolve segundo suas próprias leis imanentes, mas</p><p>como algo condicionado pela existência objectiva do</p><p>mundo que reflecte.</p><p>4. Princípio unidade entre a consciência e a acção.</p><p>Pressupõe que a consciência é inseparável da actividade e</p><p>não apenas manifesta-se nela, mas também forma-se</p><p>durante a actividade. Guiando-se por este princípio, os</p><p>psicólogos devem estudar os processos psíquicos não de</p><p>forma abstracta, mas com relação aos tipos concretos de</p><p>actividade.</p><p>Psicologia Geral 17</p><p>5. Princípio da historicidade. Estabelece que a psique, a</p><p>consciência, desenvolve-se no processo de</p><p>desenvolvimento histórico do homem, por isso é</p><p>necessário, estudar os fenómenos psíquicos no seu</p><p>desenvolvimento, esclarecendo a condicionalidade social</p><p>dos diferentes aspectos da consciência humana e da</p><p>personalidade.</p><p>6. Princípio da unidade entre a teoria e a prática. Significa</p><p>que os psicólogos devem estruturar os seus trabalhos de</p><p>investigação científica de tal forma que os ajude a resolver</p><p>tarefas práticas da construção social.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual seria a importância da Psicologia do Senso Comum para</p><p>actualidade?</p><p>Resposta: Primeiro, a Psicologia existe em cada um de nós de forma</p><p>casual, esse modo de proceder é que organiza maior parte da nossa vida</p><p>que não exige necessariamente uma ciência, porém não dispensa o</p><p>conhecimento científico dada a limitação deste conhecimento</p><p>sensocomunal. Se pararmos para pensar nos problemas que enfrentamos</p><p>no dia a dia veremos que a solução destes não exige necessariamente os</p><p>conhecimentos científicos. A psicologia como ciência tem raízes no senso</p><p>comum, que a partir dai passou a organizar-se como ciência.</p><p>18 Unidade N0 03-A0006</p><p>Unidade N0 03-A0006</p><p>Tema: Evolução do objecto de</p><p>estudo da Psicologia</p><p>Introdução</p><p>O presente texto sustenta e prolonga o estudo anteriormente feito na</p><p>Unidade I sobre o objecto de estudo da Psicologia, nesta Unidade serão</p><p>explicados as diferentes percepções quanto ao objecto de estudo da</p><p>Psicologia, desenvolvidas ao longo da história humana, tomaremos como</p><p>referencias na explicação desta evolução os trabalhos de Wilhelm Wundt,</p><p>Condutistas ou comportamentalista, gestaltistas e os psicanalistas.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar a evolução do objecto de estudo da Psicologia.</p><p> Seleccionar as principais idéias defendidas por diferentes correntes ou</p><p>escolas.</p><p>Sumário</p><p>Ficou claro na Unidade I que o objecto de estudo da Psicologia é</p><p>o comportamento humano, mas o consenso neste campo não foi</p><p>tão pacífico, resultou de uma “luta interna” entre os pensadores da</p><p>área que culminou com esta visão mais actual e aceite por muitos</p><p>profissionais deste campo científico. Vejamos a seguir a evolução</p><p>do seu objecto de estudo.</p><p>Psicologia Geral 19</p><p>Visão de Wilhelm Wundt</p><p>Wilhelm Wundt, considerado pai da Psicologia, montou o primeiro</p><p>laboratório de psicologia experimental na Europa (1879)</p><p>influenciado pela Fisiologia, área que já tinha atingido o estatuto</p><p>de uma ciência, a semelhança da Física, Química, mesmo a</p><p>Filosofia;</p><p>Interessado no estudo da experiência consciente, procurava fazê-</p><p>lo analisando a consciência nos mais ínfimos componentes.</p><p>Procurava os elementos básicos da psicologia às partes mais</p><p>ínfimas da consciência analisável. “Como a física tinha seus</p><p>elementos, também a psicologia as teria (...) os elementos básicos</p><p>eram unidos por associação” – tese defendida por Wundt</p><p>(SPRINTALL & SPRINTALL, 2000, p. 20). Para este pensador, a</p><p>mente é composta por elementos individuais ou átomos de</p><p>experiência ligados por associação. Para estudar esses elementos</p><p>Wundt utilizou a técnica de introspecção que consistia no</p><p>treinamento de sujeitos a olharem para dentro de si, relatando</p><p>seus sentimentos e sensações.</p><p>Essa forma de olhar para os fenômenos psicológicos não agradou</p><p>os psicólogos gestaltistas. Adiante estão descritos seus</p><p>argumentos.</p><p>Os gestaltistas</p><p>Max Wertheimer, seu expoente principal citado por (SPRINTALL &</p><p>SPRINTALL, 2000) considera Wundt ter levado a Psicologia por</p><p>água abaixo – ao tentar produzir a sua perfeita tabela atômica</p><p>organizada da psicologia, com ela perdera de vista a realidade da</p><p>experiência humana, ao analisar a experiência em suas partes</p><p>ínfimas, tinha de facto destruído a noção da experiência como</p><p>totalidade. Max considera “o todo é maior do que a soma das</p><p>partes” (citado por Wertheimer, apud Sprintal&sprintal, 2001). Por</p><p>isso, é preciso estudar o todo, a totalidade, a configuração inteira,</p><p>a gestalt.</p><p>20 Unidade N0 03-A0006</p><p>Os elementos atuam de maneira diferente quando são retirados</p><p>do seu contacto. As sensações são partes integrantes da</p><p>experiência humana e o estudo destas não nos revela essa</p><p>complexa experiência humana. Para estes teóricos, a</p><p>compreensão da experiência humana é irredutível ao estudo das</p><p>sensações, sobretudo na sua forma de estudá-los, por</p><p>associação.</p><p>Os comportamentalistas</p><p>Conhecidos também como behavioristas, de seu representante</p><p>John B. Watson, os comportamentalistas atacam Wundt pelo uso</p><p>do método de introspenção enquanto instrumento científico. Eles</p><p>acreditavam nos elementos, mas não gostavam como Wundt</p><p>tentava os encontrar.</p><p>Watson considera o verdadeiro objecto de estudo, comportamento</p><p>(behavior). A introspenção não tem utilidade para a psicologia,</p><p>como também não tem para a Física e para a Química.</p><p>A única coisa observável, por isso, a única que permite o uso dos</p><p>métodos científicos é o comportamento manifesto pelo sujeito. Se</p><p>a consciência puder apenas ser estudada através da</p><p>introspenção, e não tiver correlatos do comportamento, então a</p><p>psicologia terá de se ver livre dela (SPRINTALL & SPRINTALL,</p><p>2000 p. 26).</p><p>Watson aliou-se ao poderoso Russo Ivan Pavlov, cujo trabalho</p><p>sobre condicionamento</p><p>era mais conhecido na altura e consegui o</p><p>que queria na altura, demonstrar a existência do – reflexo</p><p>condicionado, algo observável para substituir o não observável de</p><p>Wundt.</p><p>Visão dos psicanalístas</p><p>A preocupação dos psicólogos até esta etapa evolutiva centrou-se</p><p>no estudo da consciência, diferem-se simplesmente na forma</p><p>como estes a estudam-na. A visão psicanalítica ampliou a</p><p>Psicologia Geral 21</p><p>compreensão do campo de estudo da psicologia, sua principal</p><p>inovação é o mundo inconsciente, antes por muitos ignorados.</p><p>A consciência para Freud parece determinada por esse mundo</p><p>inconsciente, pois é o reservatório de toda nossa experiência, o</p><p>que realmente sabemos de nós (consciente), não explica a</p><p>experiência (desejos, frustrações, ansiedades, mágoas, glórias</p><p>etc.), por várias razões, reprimimos e, outras, que por força da</p><p>memória esquecemos.</p><p>Freud especulou se alguns distúrbios neurológicos não poderiam</p><p>ter causas psicológicas, em vez de fisiológicas. Para explorar</p><p>esta possibilidade, ele usou a hipnose para tratar de pacientes</p><p>que sofriam desses distúrbios.</p><p>Enquanto experimentava com a hipnose, Freud descobriu o</p><p>“inconsciente”. Juntando os relatos dos pacientes sobre suas</p><p>vidas, ela conclui que a perda da sensibilidade em umas das</p><p>mãos podia ser causada por um medo de tocar os órgãos</p><p>genitais; a cegueira ou a surdez podiam ser causadas por não</p><p>querer ver ou ver alguma coisa que provocava uma intensa</p><p>ansiedade.</p><p>Diante de capacidades desiguais dos pacientes para a hipnose,</p><p>ele passou a usar a associação livre, em que apenas dizia ao</p><p>paciente para relaxar e falar qualquer coisa que lhe aflorasse a</p><p>mente, por mais trivial ou embaraçosa que pudesse parecer.</p><p>Freud acreditava que a associação livre produzia uma corrente de</p><p>pensamento que levava ao inconsciente do paciente,</p><p>recuperando e acreditando, dessa forma, lembranças</p><p>inconscientes dolorosas, com freqüências oriundas da infância.</p><p>Freud chamou sua teoria e técnicas associadas de psicanálise.</p><p>Subjacente à concepção psicanalítica de Freud havia sua</p><p>convicção de que a mente é como um iceberg- a maior parte</p><p>dela está oculta. Nossa concepção consciente é a parte do</p><p>iceberg que flutua acima da superfície. Por baixo da superfície,</p><p>está a região inconsciente, muito maior, contendo pensamentos,</p><p>desejos, sentimentos e lembranças para os quais, em grande</p><p>22 Unidade N0 03-A0006</p><p>medida, não estamos despertos. Guardamos alguns desses</p><p>pensamentos temporariamente numa área pré-consciente, de</p><p>onde podemos recuperá-los à vontade para a percepção</p><p>consciente. De maior interesse para o Freud eram essas paixões</p><p>e pensamentos inaceitáveis que ele acreditava que reprimimos,</p><p>ou bloqueamos à força, da nossa percepção, porque admiti-los</p><p>seria doloroso demais.</p><p>Freud achava que podíamos não ter percepção consciente</p><p>desses sentimentos e idéias perturbadoras, mas eles nos</p><p>influenciam poderosamente. Em sua opinião, os impulsos não-</p><p>reconhecidos expressam-se de formas disfarçadas – o trabalho</p><p>que escolhemos, as convicções a que nos apagamos, os hábitos</p><p>quotidianos os sintomas perturbadores. Dessa maneira, o</p><p>inconsciente se infiltra nos nossos pensamentos e acções.</p><p>Para Freud o determinista, jamais era acidental, ele achava que</p><p>vislumbrava a infiltração do inconsciente não apenas nas</p><p>associações livres, convicções, hábitos e sintomas das pessoas,</p><p>mas também em seus sonhos e lapsos ou actos falhos, enquanto</p><p>liam, escreviam e falavam.</p><p>O aparelho Psíquico</p><p>O aparelho psíquico de Freud é constituído por três elementos</p><p>fundamentais (Id, Ego e Superego); estes elementos estão</p><p>relacionados entre si funcionando assim de forma</p><p>interdependente. Freud citado por Cardoso, Frois & Fachada</p><p>(1993) considera o primeiro elemento ID, que se desenvolve nos</p><p>primeiros momentos da vida, e corresponde ao conjunto de</p><p>desejos instintivos que procura a auto satisfação do sujeito e rege-</p><p>se pelo princípio de prazer, é denominada parte biológica ou</p><p>animaléstica.</p><p>Entre os 3 a 5 anos forma-se o segundo elemento que se rege</p><p>pelo princípio normativo ou social, o Super-Eu ou Superego,</p><p>conjunto de normas sociais do próprio meio em que a criança se</p><p>desenvolve.</p><p>Psicologia Geral 23</p><p>O terceiro elemento da estrutura psíquica é o Ego, este tende a</p><p>gerir o conflito entre o ID e o Superego, isto é entre os desejos e a</p><p>possibilidade de satisfazê-las de acordo com os princípios ético-</p><p>morais vigentes em cada contexto social. É também denominado</p><p>como elemento psíquico que age segundo o princípio da razão.</p><p>Por exemplo, o estudante que sente a necessidade de cabular no</p><p>teste porque quer passar de classe (ID), no entanto, ele</p><p>reconhece que este acto é sancionável e é desonesta a atitude</p><p>que pretende tomar (Superego) pode resolver em não cabular e</p><p>no próximo teste estude o suficiente para cobrir a nota do teste</p><p>anterior (Ego).</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Explique porque há divergências entre diferentes escolas ou correntes</p><p>na definição do objecto de estudo da Psicologia.</p><p>Resposta: A visão que cada escola tem da Psicologia, os contextos sócio-</p><p>históricos que os pensadores vivenciam, a ideologia defendida sustenteda</p><p>por influencias do contexto de cada pensador, fazem com que haja</p><p>diferenças na forma de pensar no objeto de estudo.</p><p>24 Unidade N0 04-A0006</p><p>Unidade N0 04-A0006</p><p>Tema: Estrutura e Funcionamento</p><p>do Sistema Nervoso</p><p>Introdução</p><p>Nesta Unidade procura-se discutir a Estrutura e Funcionamento do</p><p>Sistema Nervoso para uma melhor compreensão dos processos</p><p>psicológicos, pois a relação entre o biológico e o psicológico</p><p>(fundamentos biológicos do comportamento) é evidente o que torna</p><p>necessária esta abordagem.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar a Estrutura do Sistema Nervoso;</p><p> Explicar o funcionamento das partes constituintes do Sistema</p><p>Nervoso;</p><p>Sumário</p><p>Estamos neste momento em casa, na biblioteca da escola ou no</p><p>café, de livro aberto, a iniciar o estudo do sistema nervoso. Até</p><p>ao momento, o nosso dia decorreu de modo natural, tendo-nos</p><p>comportado como habitualmente nas circunstâncias normais da</p><p>nossa vida. Fizemos a higiene matinal, tomamos o pequeno-</p><p>almoço, viemos para a escola, cumprimentamos pessoas,</p><p>discutimos com alguns colegas, sorrimos para os outros,</p><p>assistimos as aulas, lemos o jornal, ouvimos música, etc.</p><p>Psicologia Geral 25</p><p>Tudo isto exigiu que os nossos músculos e as nossas glândulas</p><p>executassem actos de natureza fisiológica e que determinados</p><p>mecanismos internos se implicassem em actos de natureza</p><p>psicológica. E toda esta actividade foi realizada</p><p>espontaneamente, sem grande esforço e reflexão da nossa parte,</p><p>como se fosse inevitável que as coisas se processassem com</p><p>esta naturalidade e ligeireza.</p><p>Será sempre assim? Estará sempre presente esta naturalidade? E</p><p>em todas as pessoas? Não haverá circunstancia em que uma</p><p>alteração no organismo venha a destruir a tranqüilizadora rotina</p><p>do nosso modo de estar na vida?</p><p>Essas questões evidenciam a relação entre as estruturas</p><p>fisiológicas e o comportamento humano, basta uma ligeira</p><p>afecção numa pequena parte do cérebro para a conduta da</p><p>pessoa se alterar significativamente.</p><p>Podemos ver, pois, que percepcionar o mundo e orientamo-nos</p><p>nela, dando conta dos problemas, executar actos ajustados, ser</p><p>amigo das pessoas, gozar o bom tempo e o sol, fazer projectos,</p><p>desejar a ir numa festa viver a vida e apreciar o que ela tem de</p><p>bom, alimentar expectativas relativamente ao futuro, tudo isso</p><p>implica no normal funcionamento de estruturas fisiológicas cujo</p><p>controlo está a cargo do sistema nervoso.</p><p>Constituído por um conjunto de órgãos inter-relacionados, o</p><p>sistema nervoso tem como função geral à coordenação dos</p><p>processos que garantem o equilíbrio interno do organismo e o</p><p>equilíbrio</p><p>descendentes.</p><p>Cardoso, Frois & Fachada (1993) distinguem aqui dois tipos de</p><p>hereditariedade, a Específica e a Individual, a primeira refere-se</p><p>às características comuns da mesma espécie, essas</p><p>características são as que distinguem os indivíduos das outras</p><p>espécies. Todavia, apesar da existência de características</p><p>comuns nos indivíduos, estes podem apresentar características</p><p>particulares que os distinguem dos outros, ai estaremos a falar de</p><p>Hereditariedade individual.</p><p>Genótipo é constituído por todos caracteres quer morfológicos,</p><p>quer psicológicos quer comportamentais, são características como</p><p>altura, cor dos olhos, cor e tipo de cabelo, etc. Esse conjunto de</p><p>material hereditário responsável pelo fenótipo, constituído pelo</p><p>gene das células denomina-se genótipo.</p><p>Para ser preciso na questão Cardoso, Frois e Fachada (1993, p.</p><p>155) explicam que,</p><p>“o conhecimento claro dos</p><p>princípios básicos do</p><p>mecanismo da hereditariedade</p><p>permitirá compreender, justificar</p><p>e resolver muitos dos problemas</p><p>dos seres humanos nos mais</p><p>diversos domínios da vida social</p><p>tais como a educação,</p><p>segurança social, o emprego,</p><p>etc.”</p><p>32 Unidade N0 05-A0006</p><p>Os trabalhos sobre o estudo da hereditariedade mais conhecidos</p><p>são os de Gregório Mendel, acredito que o estudante já se lembra</p><p>deste cientista cuja experiência com ervilha é famosa.</p><p>Como ao longo do tempo nos tornamos quem somos? Cada um</p><p>de nós já se questionou e gostaria de obter resposta desta</p><p>inquietação. Mas a resposta para essa questão não é pacífica,</p><p>por um lado as explicações religiosas e por outro as científicas</p><p>podem trazer idéias contrárias a este respeito. Desde as</p><p>descobertas de Abadi Spallanzani (1775), ficou claro que a longa</p><p>marcha do desenvolvimento humano começa com a união do</p><p>espermatozóide com o óvulo (processo denominado por</p><p>fecundação) este desenvolvimento progride numa seqüência</p><p>ordenada, embora frágil.</p><p>Cromossomos sexuais</p><p>Por cromossoma, devemos entender o “elemento integrante do</p><p>núcleo de cada célula transportadores dos genes que são as</p><p>unidades básicas da hereditariedade” (ABRUNHOSA & LEITÃO,</p><p>2009, p. 20).</p><p>Já deixamos claro que o processo de transmissão de caracteres</p><p>de pais à sua descendência designa-se por hereditariedade, esta</p><p>transmissão ou processo que recebe o nome de herança genética</p><p>processa-se através da fecundação, isto é da união do óvulo e</p><p>espermatozóide. O óvulo fecundado é designado por ovo e</p><p>constitui a primeira célula e pelo processo da mitose vai-se</p><p>dividindo até formar outras células que são constituintes do</p><p>organismo.</p><p>Em cada célula existe um núcleo com cromossomas formados</p><p>por genes, que são os agentes portadores e transmissores de</p><p>toda informação hereditária. O número e a disposição de</p><p>cromossomas estão definidos num cariótipo que é o mesmo em</p><p>todos os indivíduos da mesma espécie. Mas importa referir que o</p><p>cariótipo humano apresenta 46 cromossomas dispostos em</p><p>pares: 23 para cada origem (materna e paterna)</p><p>Psicologia Geral 33</p><p>Os genes contém moléculas de ácido desoxorribonucleico (ADN,</p><p>também conhecido por DNA), cada molécula de ADN contém</p><p>milhares de nucleótidos formados por associação de ácido</p><p>fosfórico, açúcar e uma das quatro bases: adenina, timina,</p><p>citosina e guanina. A informação hereditária codificada no ADN</p><p>designa-se por genoma.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – “Nem tudo que é inato é hereditário, mas tudo que é hereditário é</p><p>inato”comente a afirmação.</p><p>Resposta: toda a informação(características) que carregamos ao nascer</p><p>não é toda que é transmitida, porém o que se transmite não são</p><p>características adquiridas mas sim inatas. O herdamos nascemos com ele,</p><p>mas a herança não resumo tudo que trazemos ao nascer.</p><p>34 Unidade N0 06-A0006</p><p>Unidade N0 06-A0006</p><p>Tema: Processos Sensoriais</p><p>Introdução</p><p>A presente Unidade procura abordar aquilo que chamamos de Processos</p><p>Sensoriais, que também são processos cognitivos, como elementos</p><p>importantes na construção do Conhecimento. Para o efeito serão tratados</p><p>alguns sentidos, tais como: Audição, Visão, Olfato, Tacto, etc.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Explicar o Papel dos processos Sensoriais na construção do</p><p>Conhecimento.</p><p> .Descrever os diferentes tipos de Sentidos e o papel que elas</p><p>desempenham.</p><p>Sumário</p><p>A possibilidade de sobrevivência no mundo depende da</p><p>capacidade de utilização do repertório (equipamento) humano, os</p><p>sentidos. A capacidade de descriminar os estímulos ambientais</p><p>depende dos nossos sentidos, Isto é, audição, visão, tacto,</p><p>gustação, olfacto.</p><p>Sensação é para Abrunhosa & Leitão (2009, p. 139) a “captação</p><p>de estímulos realizada pelos órgãos sensoriais” nota-se neste</p><p>conceito que cada sentido é responsável na captação de um</p><p>determinado estímulo. A este conjunto de órgãos e suas funções é</p><p>denominada de processos sensoriais.</p><p>Psicologia Geral 35</p><p>A questão mais discutida no estudo dos processos sensoriais é a</p><p>“Origem do Conhecimento” (GLETMAN, FRIDLUND &</p><p>REISBERG, 2009). Os empiristas defendem a posição da</p><p>passividade dos nossos sentidos na construção do conhecimento,</p><p>nesta ordem de idéia tal como a máquina fotográfica, os nossos</p><p>sentidos captam do meio experiências pré-concebidas, exclui-se</p><p>aqui o seu papel selectivo. Locke (ano), um dos representantes</p><p>desta corrente, defendia que nada existia na mente do individuo</p><p>ao nascer, o ser humano era simplesmente uma folha em branco</p><p>ou uma tabua rasa. Hoje acreditamos que os empiristas foram</p><p>reducionistas, o homem é capaz de seleccionar, ordenar os</p><p>estímulos e atribui-lhes o significado, pois o indivíduo percebe-os</p><p>porque guardam sentido para ele.</p><p>Codificação Sensorial</p><p>Um código é um conjunto de regras através das quais um</p><p>conjunto de símbolos e transformado num outro conjunto de</p><p>símbolos (GLEITMAN, FRIDLUND & REISBERG, 2009). É a</p><p>tentativa de compreender os intervenientes no processamento</p><p>sensorial, ou seja, entre o estímulo físico e a experiência sensorial</p><p>leva-nos a discutir as diferentes formas de codificação sensorial.</p><p>De acordo com os autores acima referenciados, temos três formas</p><p>de explicar a codificação sensorial:</p><p>Código sensorial- através dele o sistema nervoso representa as</p><p>várias experiências sensoriais;</p><p>Código da intensidade psicológica- mudanças no volume do</p><p>som, do brilho, em geral quanto mais intenso o estímulo mais é a</p><p>probabilidade de activação neuronal e maior será a magnitude</p><p>psicológica.</p><p>Código da Qualidade sensorial- o que distingue uma sensação</p><p>da outra não é apenas o estímulo que causa esta sensação, a</p><p>doutrina da energia específica dos nervos explica que as</p><p>diferenças nas qualidades sensoriais não são causadas por</p><p>36 Unidade N0 06-A0006</p><p>diferenças dos próprios estímulos, mas pelas diferentes estruturas</p><p>nervosas que esses estímulos excitam.</p><p>Para o melhor esclarecimento das qualidades sensoriais, Myers</p><p>(1999) propõe o conceito Limiar para designar os diferentes</p><p>níveis de estimulação ou de intensidade sensorial, assim temos</p><p>Limiar inferior, absoluto e relativo.</p><p>Limiar Inferior- também chamado de estimulação subliminar, isto</p><p>é abaixo do limiar essas estimulações normalmente não as</p><p>sentimos, mas ela tem poder sobre o mundo sensorial.</p><p>Limiar Absoluto- é o nível em que detectamos o estímulo na</p><p>metade das vezes, se for abaixo destes níveis poucas vezes</p><p>detectaríamos, por isso pode ser considerado como o nível médio</p><p>e não necessariamente absoluto. Por esta razão significa que</p><p>todos os estímulos apresentados a este nível serão percebidos.</p><p>Limiar Relativo- também conhecido por diferença mal</p><p>perceptível. Não é um a quantidade constante, mas certa</p><p>proporção relativamente constante do estímulo, o limiar inferior</p><p>varia com o aumento da magnitude do estímulo, dai a designação</p><p>relativa.</p><p>Os Sentidos</p><p>Não vamos entrar</p><p>em muitos detalhes sobre aos diferentes tipos</p><p>de sentidos, para mais esclarecimento temos no fim do manual</p><p>uma proposta de obras a consultar.</p><p>O sentido e o mundo; Princípios Básicos;</p><p>Os sistemas sensoriais permitem que os organismos obtenham as</p><p>informações de que precisam. Através das sensações</p><p>conhecemos os pormenores ou aspectos dos objetos e das</p><p>situações. No entanto as condições das sensações são os</p><p>agentes externos ou internos que excitando os receptores</p><p>sensoriais determinam neles modificações que atingem a</p><p>consciência.</p><p>Psicologia Geral 37</p><p>No processo das sensações temos que considerar as seguintes</p><p>condições e fases:</p><p>a) O estimulo- que é todo o agente capaz de provocar uma</p><p>resposta de um organismo, podem ser estímulos mecânicos</p><p>(tácteis e sonoros), físicos (térmicos, eléctricos e luminosos) e</p><p>químicos (gustativos e olfactivos).</p><p>b) A excitação- que é a modificação momentânea a que se segue</p><p>uma reação de um organismo a um estímulo. A existência deste</p><p>depende da eficácia do estímulo.</p><p>c) A sensação- que é a apreensão pela consciência da</p><p>mensagem nervosa originada pela consciência.</p><p>Visão</p><p>A tarefa do sentido visual, como a de todos os sentidos, é a de</p><p>receber a estimulação, convertê-la para sinais neuronais e enviar</p><p>estas mensagens neuronais para o cérebro.</p><p>O estímulo da visão é a radiação ou vibrações luminosas. Para</p><p>que o estímulo seja eficaz são necessárias três condições:</p><p>freqüência, intensidade e duração.</p><p>Dispositivo receptor</p><p>O principal dispositivo receptor da vista é a retina que é uma</p><p>membrana de meio milímetro (1/2 mm) de espessura. Cada uma</p><p>das retinas forra a parte do glóbulo ocular e prolonga-se pelo</p><p>nervo óptico até ao cérebro.</p><p>Há dois (2) tipos de retinas – as que terminam em forma de</p><p>bastonetes e as que se apresentam em forma de cones. Estes</p><p>dois tipos de células correspondem a sensibilidades e funções</p><p>diferentes.</p><p>Por exemplo, os bastonetes são extremamente sensíveis à luz e</p><p>não suportam a luminosidade intensa pelo que só entram em</p><p>funcionamento na semi-obscuridade. Por isso, os animais de vida</p><p>38 Unidade N0 06-A0006</p><p>nocturna como (gato, morcego...), têm uma retina rica em</p><p>bastonetes.</p><p>Os cones são essencialmente sensíveis às cores e são menos</p><p>sensíveis à luz. Tem o seu funcionamento de dia ou quando a</p><p>luminosidade é suficientemente intensa.</p><p>Audição</p><p>O estímulo sonoro é constituído por vibrações mecânicas</p><p>transmitidas por um meio elástico geralmente o ar. Para que haja</p><p>o estímulo sonoro deve-se ter em conta as três condições –</p><p>duração, intensidade e freqüência.</p><p>As freqüências audíveis ao homem variam entre 20 e 20 mil</p><p>vibrações por segundo. As freqüências inferiores a 20 (infracções)</p><p>e superiores a 20 mil (ultracções) não excitam o ouvido humano.</p><p>As ultracções são audíveis por certos animais como, por exemplo,</p><p>cães e ratos. Portanto, o dispositivo receptor da audição, situa-se</p><p>no ouvido interno nas chamadas células auditivas onde se gera o</p><p>influxo nervoso, transmitido ao cérebro pelo nervo auditivo.</p><p>Os dados imediatos da audição são os sons e ruídos. Os sons são</p><p>sensações distintas e geralmente agradáveis produzidas por</p><p>vibrações de freqüências regulares.</p><p>Os ruídos são sensações confusas geralmente desagradáveis</p><p>produzidas por vibrações de freqüências irregulares.</p><p>Outros Sentidos</p><p>Acontecimentos extraordinários estão ocultos dentro dos quatro</p><p>outros sentidos comuns: tacto, paladar, olfato e o sentido de</p><p>posição.</p><p>O tacto</p><p>O estímulo táctil é qualquer corpo sólido, liquido ou gasoso com a</p><p>condição de que comprima a pele deformando-a mais ou menos</p><p>ligeiramente. A sua acção é mecânica.</p><p>Psicologia Geral 39</p><p>Os dispositivos receptores tácteis distribuem-se pelas diferentes</p><p>regiões da pele. É de realçar a existência de dois tipos de</p><p>receptores:</p><p>a) Superficiais - sensíveis a deformações ligeiras, fornecem</p><p>sensações de contacto.</p><p>b) Profundas- só sensíveis a compressões demoradas,</p><p>fornecem sensações de pressão.</p><p>Portanto, os dados imediatos de tacto são as sensações de</p><p>pressão e de contacto.</p><p>O paladar</p><p>Como o tacto, o sentido do paladar envolve quatro sensações</p><p>básicas, nomeadamente doce, azedo, salgado e amargo. O gosto</p><p>é uma sensação química.</p><p>Os estímulos gustativos são substâncias chamadas sápidas que</p><p>se diluem na saliva, (acção química). O dispositivo receptor é</p><p>constituído por células reunidas em papilas e que com</p><p>ramificações do nervo gustativo se encontram dispostas na</p><p>superfície da língua.</p><p>Para que as células sejam excitadas é necessária a diluição, por</p><p>isso, a introdução na boca de qualquer substância sapida</p><p>determina logo um acréscimo de secreção salivar (reflexo salivar).</p><p>Os elementos do sentido gustativo são os sabores e que se</p><p>dividem em quatro grupos – doce, amargo, acido e salgado. Esta</p><p>distinção de sabores tem uma base fisiológica, porque cada sabor</p><p>fundamental corresponde a grupos de células de estabilidade</p><p>química diferentes.</p><p>As sensações gustativas combinam-se com as outras que as</p><p>enriquecem ou modifica (térmicas ou olfativas).</p><p>As sensações gustativas térmicas, como por exemplo café,</p><p>cerveja, sopa e água sabem de modo diferente conforme se são</p><p>tomadas quentes ou frias. As sensações olfativas, ao exemplo da</p><p>40 Unidade N0 06-A0006</p><p>comida, da bebida entre outras sabem melhor quando cheiram</p><p>bem.</p><p>O olfato</p><p>Como o paladar, o olfato é uma sensação química. Cheiramos</p><p>alguma coisa quando moléculas de uma substância trazidas pelo</p><p>ar alcançam um pequeno agrupamento de 5 milhões de células</p><p>receptoras no alto de cada cavidade nasal.</p><p>Os estímulos olfativos são partículas de substâncias voláteis</p><p>transportadas na corrente respiratória que passam pelas fossas</p><p>nasais.</p><p>O seu dispositivo receptor é constituído por uma camada de</p><p>células extremamente excitante que são ramificações de nervo</p><p>olfativo e que formam um número de muitos milhões da mucosa</p><p>nasal especialmente na sua parte superior.</p><p>Os dados imediatos do sentido olfativo são os odores. Há uma</p><p>grande qualidade de odores muito ricos em qualidades sensíveis.</p><p>Uns agradáveis (flores, frutos), outros desagradáveis (suor) e</p><p>outros ainda repugnantes (carnes podres, excrementos humanos,</p><p>ovos podres, etc).</p><p>A sensibilidade olfativa é varia muito de espécie para espécie e é</p><p>relativamente pouco desenvolvida no homem e extremamente</p><p>desenvolvida nos animais chamados osmóticos, na vida dos quais</p><p>tem um papel primordial. É pelo olfato que os animais geralmente</p><p>distinguem substâncias próprias para a sua alimentação das</p><p>substâncias nocivas. É pelo olfato que os animais caçadores e</p><p>predadores descobrem e perseguem as suas presas.</p><p>O sentido de posição</p><p>O funcionamento eficaz do corpo exige um sentido sinestésico,</p><p>que comunica ao cérebro a posição e o movimento de partes do</p><p>corpo, assim como um sentido de equilíbrio, que monitora a</p><p>posição e o movimento de todo o corpo.</p><p>Psicologia Geral 41</p><p>Chama-se sentido de equilíbrio a capacidade que o ser vivo tem</p><p>de assumir quer no estado de repouso quer em movimento, a</p><p>posição somática correspondente às exigências de momento.</p><p>E o sentido de orientação é a capacidade que tem o ser vivo de se</p><p>situar no espaço e de se dirigir para o lugar não directamente</p><p>percebido.</p><p>Os estímulos de orientação e de equilíbrio são de natureza</p><p>mecânica respectivamente a força de gravidade e as forças</p><p>centrípetas produzidas pelos movimentos do nosso corpo.</p><p>O dispositivo receptor dos sentidos de equilíbrio e de orientação</p><p>no homem é o ouvido interno a que se encontram dispositivos</p><p>sobre os quais atuam os estímulos, isto é, os otólitos e a</p><p>endolinfa.</p><p>Os otólitos são corpúsculos calcários (pedrinhas) situados em</p><p>pequenas cavidades do ouvido interno. São sensíveis a acção da</p><p>gravidade, isto é, pesam sob acção de gravidade. Os otólitos</p><p>fazem a pressão sobre as células revestidas de cílios tácteis e que</p>de Wilhelm Wundt. 
(b) Contribuição da Psicanálise. 
 
 
 Trabalho3 para terceira sessão presencial – Código: T-F.E-03 
 
A Questão da Motivação: 
 
(a) Motivação e aprendizagem. 
(b) Motivação e afecto. 
 
 
 
 
 
68 Unidade 12 - A0006 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
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