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<p>AULA 4</p><p>INTELIGÊNCIA EMOCIONAL –</p><p>COMPETÊNCIAS SOCIAIS E DE</p><p>RELACIONAMENTO</p><p>Profª Lucimara do Nascimento Numata</p><p>2</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Dando continuidade a nossos estudos sobre as habilidades</p><p>socioemocionais para relacionamentos produtivos consigo mesmo e com o outro,</p><p>continuamos nossa caminhada em busca de aprender sobre como a inteligência</p><p>relacional é fundamental na construção de conexões benéficas em diversos</p><p>âmbitos da vida.</p><p>Vamos entender como as habilidades de comunicação positiva e empatia</p><p>intergeracional são essenciais para construir relacionamentos saudáveis e</p><p>produtivos, que podem ajudar a superar barreiras culturais e geracionais,</p><p>promovendo um ambiente de trabalho mais inclusivo e diverso, e impulsionando</p><p>a competitividade. Para tanto, os tópicos a seguir nortearão nosso trajeto de</p><p>aprendizagem:</p><p>1. A relação entre gerações para a competitividade;</p><p>2. Comunicação Não Violenta;</p><p>3. A escuta ativa para a comunicação positiva;</p><p>4. Motivação e emoção no relacionamento interpessoal;</p><p>5. Inteligência relacional e o avanço tecnológico.</p><p>Para que você possa aprender sobre os temas essenciais desta etapa de</p><p>estudos, daremos atenção especial sobre como a inteligência relacional tem se</p><p>mostrado cada vez mais importante na construção de conexões duradouras e</p><p>benéficas em diversos contextos e, em especial, no do trabalho.</p><p>Ao desenvolver habilidades de comunicação positiva e empatia</p><p>intergeracional, indivíduos e organizações são capazes de construir</p><p>relacionamentos mais saudáveis e produtivos, que favorecem a troca de ideias e</p><p>a geração de soluções inovadoras. Além disso, a inteligência relacional pode</p><p>ajudar a superar barreiras culturais e geracionais, promovendo um ambiente de</p><p>trabalho genuinamente voltado para a inclusão e a diversidade. Com isso, é</p><p>possível aumentar a criatividade e a eficiência das equipes, bem como a</p><p>satisfação e o engajamento dos colaboradores, cujo resultado será a</p><p>competitividade.</p><p>Você deve estar ansioso para começar a leitura, então vamos avançar</p><p>juntos nesse percurso.</p><p>3</p><p>TEMA 1 – A RELAÇÃO ENTRE GERAÇÕES PARA A COMPETITIVIDADE</p><p>A autora Ana Artigas (2020) aborda o tema da inteligência relacional e o</p><p>conflito intergeracional em seu livro Inteligência relacional: as 6 habilidades para</p><p>revolucionar seus relacionamentos na vida e nos negócios. Segundo essa autora,</p><p>a falta de entendimento entre as diferentes gerações pode gerar conflitos e</p><p>prejudicar a produtividade e a inovação nas empresas.</p><p>Por outro lado, destaca ainda que a inteligência relacional pode ajudar a</p><p>promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e diverso, que favoreça a</p><p>colaboração e a criatividade entre as gerações.</p><p>Figura 1 – As gerações para a competitividade</p><p>Créditos: Rawpixel.com; M-SUR/Shutterstock.</p><p>Fonte: elaborado com base em Artigas, 2020.</p><p>A autora destaca ainda que as diferenças entre as gerações não devem ser</p><p>vistas como um problema, mas sim como uma oportunidade de aprendizado e</p><p>crescimento mútuo. Ao valorizar as diferentes perspectivas e habilidades de cada</p><p>geração, as empresas podem criar um ambiente mais inclusivo e colaborativo,</p><p>que favoreça a troca de ideias e a geração de soluções inovadoras.</p><p>Moreira (2017) já abordava em seus estudos a gestão de equipes</p><p>compostas por diferentes gerações, evidenciando as diferenças entre os valores,</p><p>comportamentos e formas de trabalhar de cada geração, além de estratégias e</p><p>práticas para liderar e motivar essas equipes de forma eficaz.</p><p>“A colaboração</p><p>intergeracional pode</p><p>levar a resultados</p><p>incríveis, uma vez</p><p>que os membros da</p><p>equipe podem</p><p>aproveitar a</p><p>diversidade de</p><p>experiências,</p><p>habilidades e</p><p>perspectivas para</p><p>gerar ideias</p><p>inovadoras e</p><p>criativas” (Artigas,</p><p>2020, p. 67)</p><p>4</p><p>O autor destaca a importância de líderes e gestores conhecerem essas</p><p>diferenças e promoverem a integração e a colaboração entre as gerações. Ele</p><p>apresenta diversas estratégias para lidar com a intergeracionalidade, como a</p><p>flexibilização do horário de trabalho, a valorização das habilidades de cada</p><p>indivíduo independentemente da idade, a criação de programas de mentoria e a</p><p>promoção de uma comunicação clara e transparente entre as gerações (Moreira,</p><p>2017, p. 106-108).</p><p>2.1 As gerações e os conflitos intergeracionais</p><p>Segundo Moreira (2017), o conceito de gerações refere-se a um grupo de</p><p>pessoas que nasceram aproximadamente na mesma época e, portanto,</p><p>experimentaram eventos históricos, tecnológicos, políticos e culturais</p><p>semelhantes durante sua formação e desenvolvimento pessoal. Esses eventos</p><p>têm um impacto na formação de valores, atitudes e comportamentos dessas</p><p>pessoas e, consequentemente, moldam a maneira como elas se relacionam com</p><p>o mundo ao seu redor e com outras gerações.</p><p>O autor destaca que as gerações não são estanques e que há uma</p><p>sobreposição entre elas. Além disso, é importante lembrar que as características</p><p>atribuídas a cada geração não se aplicam a todos os indivíduos de uma</p><p>determinada faixa etária, mas sim a uma tendência comportamental que pode ser</p><p>identificada em um grupo significativo de pessoas (Moreira, 2017, p. 26).</p><p>Portanto, compreender as diferentes gerações presentes em uma equipe é</p><p>fundamental para a liderança eficaz e para uma gestão de equipes plurais, que</p><p>valorize a diversidade e promova a colaboração e a produtividade.</p><p>Cada geração tem suas próprias características, dado o fato da diferença</p><p>da época de seu nascimento, como podemos observar na Figura 2 sobre as</p><p>gerações.</p><p>Conhecer essas diferenças para gerenciar equipes plurais de forma efetiva</p><p>é fundamental ao gestor em sua liderança, tendo em vista que cada geração traz</p><p>consigo habilidades e competências que podem ser importantes para o sucesso</p><p>da empresa.</p><p>5</p><p>Figura 2 – As gerações</p><p>Fonte: elaborado com base em Moreira, 2017.</p><p>Para Moreira (2017, p. 25-28), as principais gerações hoje estudadas com</p><p>foco na gestão de equipes plurais, em que a diversidade seja um fator para a</p><p>produtividade, são as seguintes:</p><p>• Geração baby boomers: pessoas nascidas entre 1946 e 1964. São</p><p>considerados tradicionais e possuem valores como lealdade, respeito às</p><p>hierarquias e estabilidade no trabalho. Essa geração costuma ter grande</p><p>conhecimento técnico e experiência profissional.</p><p>• Geração X: pessoas nascidas entre 1965 e 1980. São considerados</p><p>independentes e valorizam a autossuficiência. Possuem habilidades em</p><p>tecnologia, são críticos e questionadores. Trata-se de uma geração que</p><p>tende a ser mais avessa ao risco, focada em resultados e objetivos, e muito</p><p>exigente consigo mesma.</p><p>• Geração Y ou millennials: pessoas nascidas entre 1981 e 1995. São</p><p>considerados a geração da tecnologia e valorizam a diversidade e o</p><p>equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Possuem habilidades em</p><p>comunicação e trabalham bem em equipe. Seu diferencial está na</p><p>habilidade empreendedora, perfil questionador e na busca constante por</p><p>novos desafios e oportunidades de aprendizado.</p><p>• Geração Z: pessoas nascidas entre 1996 e 2010. São considerados nativos</p><p>digitais, possuem grande habilidade em tecnologia e estão sempre</p><p>conectados. Tendem a ser mais colaborativos, flexíveis, ágeis e</p><p>multitarefas.</p><p>Cada geração tem suas próprias características, e é importante conhecer</p><p>essas diferenças para gerenciar equipes plurais de forma efetiva, tendo em vista</p><p>Geração baby</p><p>boomers:</p><p>pessoas</p><p>nascidas entre</p><p>1946 e 1964.</p><p>Geração X:</p><p>pessoas</p><p>nascidas entre</p><p>1965 e 1980.</p><p>Geração Y ou</p><p>millennials:</p><p>pessoas</p><p>nascidas entre</p><p>1981 e 1995.</p><p>Geração Z:</p><p>pessoas</p><p>nascidas entre</p><p>1996 e 2010.</p><p>6</p><p>que cada geração traz consigo habilidades e competências que podem ser</p><p>importantes para o sucesso da empresa.</p><p>Artigas (2020, p. 97-98) nos revela que a falta de entendimento entre as</p><p>diferentes gerações pode gerar conflitos e prejudicar a produtividade e a inovação</p><p>nas empresas. Para tanto, enfatiza a importância da empatia e da escuta ativa</p><p>para a resolução de conflitos intergeracionais, assim como a valorização das</p><p>diferentes perspectivas e habilidades trazidas por cada geração.</p><p>A autora</p><p>destaca ainda que a inteligência relacional pode ajudar a promover</p><p>um ambiente de trabalho mais inclusivo e diverso, que favoreça a colaboração e</p><p>a criatividade entre as gerações.</p><p>Compreender as diferentes gerações presentes em uma equipe é</p><p>fundamental para a liderança eficaz e para uma gestão de equipes plurais, que</p><p>valorize a diversidade e promova a colaboração e a produtividade.</p><p>1.2 A liderança de equipes plurais</p><p>Retomamos Moreira (2017) para demonstrar a importância de um líder ter</p><p>valores e comportamentos que contribuam para a construção de uma relação</p><p>produtiva entre as gerações, colaborando para o sucesso dos negócios de uma</p><p>empresa, como demonstrado na Figura 3:</p><p>Figura 3 – Liderança de equipes plurais</p><p>Fonte: elaborado com base em Moreira, 2017.</p><p>“É importante que os líderes</p><p>tenham habilidade para</p><p>reconhecer os pontos</p><p>positivos de cada geração e</p><p>aproveitá-los para o bem</p><p>comum.” (Moreira, 2017, p.</p><p>26)</p><p>“Uma das estratégias para</p><p>uma liderança eficaz é</p><p>identificar os valores comuns</p><p>entre as gerações e utilizá-</p><p>los como ferramenta de</p><p>comunicação.” (Moreira,</p><p>2017, p. 47)</p><p>“Os líderes devem estar</p><p>abertos ao diálogo e à</p><p>escuta ativa para</p><p>compreenderem as</p><p>diferenças e criarem um</p><p>ambiente de respeito e</p><p>confiança entre as</p><p>gerações.” (Moreira, 2017, p.</p><p>76)</p><p>“A promoção de atividades</p><p>que incentivem a</p><p>colaboração e a troca de</p><p>experiências entre as</p><p>gerações é uma forma</p><p>eficiente de criar um</p><p>ambiente de aprendizagem</p><p>constante.” (Moreira, 2017,</p><p>p. 98)</p><p>“Os líderes devem ser</p><p>exemplos de respeito e</p><p>empatia, demonstrando</p><p>atitudes positivas em relação</p><p>às diferenças e valorizando</p><p>a diversidade.” (Moreira,</p><p>2017, p. 125)</p><p>7</p><p>A importância da gestão de equipes compostas por diferentes gerações</p><p>para a produtividade e sucesso de uma empresa, em que as características e</p><p>valores de cada geração devem ser observadas para as estratégias de como lidar</p><p>com conflitos intergeracionais, é uma temática relevante e atual, pois a</p><p>diversidade geracional no ambiente de trabalho é cada vez mais comum e pode</p><p>gerar desafios para líderes e gestores.</p><p>Seguimos ampliando nosso conhecimento sobre como a prática da</p><p>comunicação pode ser uma estratégia eficaz para líderes de equipes plurais.</p><p>TEMA 2 – COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA</p><p>A Comunicação Não Violenta (CNV) é uma abordagem criada pelo</p><p>psicólogo americano Marshall B. Rosenberg (2006), que busca melhorar a</p><p>qualidade da comunicação e dos relacionamentos interpessoais.</p><p>A CNV parte do pressuposto de que todas as pessoas possuem</p><p>necessidades básicas que precisam ser satisfeitas, como segurança, amor,</p><p>reconhecimento, entre outras. A falta de satisfação dessas necessidades pode</p><p>gerar sentimentos negativos e comportamentos destrutivos. Por isso, a CNV</p><p>busca promover a empatia, a compaixão e a colaboração entre as pessoas, como</p><p>demonstrado na Figura 4.</p><p>Figura 4 – Atitudes cotidianas para a CNV</p><p>Fonte: elaborado com base em Rosenberg, 2006.</p><p>Empatia</p><p>Compaixão</p><p>Colaboração</p><p>8</p><p>A CNV promove a empatia ao incentivar as pessoas a se colocarem no</p><p>lugar do outro e a reconhecerem suas necessidades e sentimentos. Segundo</p><p>Rosenberg (2006, p. 26),</p><p>[…] a empatia permite que escutemos a mensagem por trás das palavras</p><p>de outra pessoa, que percebamos os sentimentos e as necessidades</p><p>que ela está expressando e que encontremos uma conexão com esses</p><p>sentimentos e necessidades.</p><p>O autor nos revela uma situação em que podemos identificar a promoção</p><p>da empatia, em que um homem se aproxima dele durante um seminário e diz: “Eu</p><p>não consigo entender minha esposa. Ela está sempre chateada e irritada comigo.</p><p>Eu faço de tudo para agradá-la, mas ela nunca está satisfeita”. Em vez de julgar</p><p>ou dar conselhos ao homem, Rosenberg o incentiva a expressar seus próprios</p><p>sentimentos e necessidades e a se colocar no lugar da esposa, tentando entender</p><p>os sentimentos e necessidades dela (Rosenberg, 2006, p. 27).</p><p>A compaixão é outra forma pela qual a CNV incentiva as pessoas a</p><p>reconhecerem que todo ser humano possui necessidades básicas e que muitas</p><p>vezes comportamentos inadequados são resultado da frustração dessas</p><p>necessidades. Como explica Rosenberg (2006, p. 32), “quando percebemos que</p><p>as necessidades dos outros são tão importantes quanto as nossas próprias, a</p><p>compaixão flui naturalmente”.</p><p>Um exemplo prático de como a CNV promove a compaixão é apresentado</p><p>por Rosenberg (2006, p. 43) ao descrever uma situação em que uma mulher se</p><p>aproxima dele durante um seminário e diz: “Eu não aguento mais meu marido. Ele</p><p>é preguiçoso e não ajuda em nada em casa”. Em vez de julgar o marido da mulher,</p><p>Rosenberg a incentiva a identificar suas próprias necessidades e sentimentos e a</p><p>expressá-los ao marido de forma clara e respeitosa. Dessa forma, é possível que</p><p>o marido reconheça as necessidades da esposa e se sinta motivado a ajudar mais</p><p>em casa.</p><p>Por fim, a CNV promove a colaboração ao incentivar as pessoas a</p><p>identificarem soluções que atendam às necessidades de ambas as partes em uma</p><p>situação de conflito. Como explica Rosenberg (2006, p. 62), “a colaboração é</p><p>possível quando reconhecemos que a solução não precisa ser uma escolha entre</p><p>ganhar e perder, mas sim uma forma de atender às necessidades de todas as</p><p>partes envolvidas”.</p><p>Na vida real, um exemplo prático de como a CNV promove a colaboração</p><p>é apresentado por Rosenberg (2006, p. 63) ao descrever uma situação em que</p><p>9</p><p>dois irmãos estão disputando a posse de uma bola. Em vez de sugerir uma</p><p>solução que beneficie apenas um dos irmãos, Rosenberg os incentiva a identificar</p><p>as necessidades de cada um e a buscar uma solução que atenda a ambas as</p><p>partes, como compartilhar a bola ou usá-la em dias alternados. Dessa forma, é</p><p>possível que os irmãos se sintam mais respeitados e colaborativos um com o</p><p>outro.</p><p>Podemos encontrar na obra de Rosenberg técnicas e estratégias para</p><p>aplicar a CNV em diversas situações, como conflitos, negociações, feedbacks,</p><p>pedidos, entre outras. Além disso, o autor também discute temas como a</p><p>importância da escuta ativa, a identificação dos sentimentos e necessidades</p><p>próprias e dos outros, a expressão clara e assertiva de sentimentos e</p><p>necessidades, a superação de julgamentos e preconceitos, entre outros aspectos</p><p>fundamentais para uma comunicação mais eficaz e saudável.</p><p>As atitudes aqui demonstradas possibilitam que as pessoas se relacionem</p><p>de forma mais saudável e eficaz e, em especial, conheceremos sobre a escuta</p><p>ativa no próximo tópico.</p><p>2.1 A escuta ativa</p><p>A escuta ativa é um conceito fundamental na Comunicação Não Violenta,</p><p>e tanto Rosenberg (2006) quanto Artigas (2020) enfatizam sua importância para</p><p>uma comunicação mais eficaz e empática.</p><p>Rosenberg (2006, p. 83) define a escuta ativa como “a habilidade de</p><p>escutar os sentimentos e necessidades por trás das palavras que as pessoas</p><p>expressam”.</p><p>Créditos: Shchus/Shutterstock.</p><p>10</p><p>Ele enfatiza que a escuta ativa envolve prestar atenção não apenas ao que</p><p>a pessoa está dizendo, mas também ao tom de voz, linguagem corporal e outras</p><p>pistas não verbais que podem fornecer informações valiosas sobre seus</p><p>sentimentos e necessidades subjacentes.</p><p>De maneira semelhante, Artigas (2020, p. 48) destaca a importância da</p><p>escuta ativa em sua abordagem à Comunicação Não Violenta. Ela descreve a</p><p>escuta ativa como “um ato de amorosidade e respeito pelo outro” e enfatiza a</p><p>necessidade de estar presente e atento ao que a outra pessoa está dizendo, sem</p><p>julgamento ou interrupção.</p><p>Ambos os autores argumentam que a escuta ativa é fundamental para a</p><p>construção de relacionamentos mais saudáveis e empáticos no ambiente de</p><p>trabalho. Ao ouvir atentamente as necessidades e preocupações dos colegas de</p><p>trabalho, é possível criar um ambiente de trabalho mais colaborativo e produtivo,</p><p>no qual todos se sintam valorizados e respeitados.</p><p>Em resumo, a escuta ativa é uma habilidade crucial para a Comunicação</p><p>Não Violenta no ambiente de trabalho, e tanto Rosenberg (2006) quanto Ana</p><p>Artigas (2020) destacam sua importância e oferecem orientações para sua</p><p>implementação.</p><p>Ao desenvolver essa habilidade, é possível construir</p><p>relacionamentos mais empáticos e colaborativos, o que pode levar a uma maior</p><p>satisfação e eficácia no trabalho.</p><p>Saiba mais</p><p>O Instituto CNV Brasil é uma organização sem fins lucrativos que tem como</p><p>objetivo promover a Comunicação Não Violenta (CNV) no Brasil. Fundado em</p><p>2010 por um grupo de pessoas comprometidas com a disseminação da CNV. O</p><p>Instituto oferece cursos, treinamentos, workshops e eventos para capacitar</p><p>pessoas e organizações a aplicarem os princípios da CNV em suas vidas pessoais</p><p>e profissionais. O instituto é afiliado ao Center for Nonviolent Communication</p><p>(CNVC), organização internacional fundada por Marshall Rosenberg, criador da</p><p>CNV. Disponível em: <https://www.institutocnvb.com.br>. Acesso em: 8 jun. 2023.</p><p>Dessa forma, agora estudaremos sobre a Comunicação Não Violenta no</p><p>trabalho.</p><p>11</p><p>TEMA 3 – A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NO TRABALHO</p><p>Créditos: Janos Timea/Shutterstock.</p><p>Os estudos de Lasater e Stiles (2013) nos revelam uma continuação</p><p>importante do trabalho pioneiro de Marshall Rosenberg sobre a Comunicação Não</p><p>Violenta. Ao expandir o conceito da CNV para o ambiente de trabalho, os autores</p><p>fornecem uma abordagem passo a passo para a aplicação prática desses</p><p>conceitos em um contexto empresarial.</p><p>Os autores demonstram como a CNV pode ser aplicada no trabalho para</p><p>melhorar a comunicação, resolver conflitos e criar um ambiente de trabalho mais</p><p>positivo e produtivo. Eles focam em como a CNV pode ser usada para promover</p><p>a compaixão e a empatia no ambiente de trabalho, destacando a importância de</p><p>ouvir com atenção e reconhecer as necessidades dos outros. Eles enfatizam a</p><p>importância de criar um ambiente seguro e de apoio para os funcionários, em que</p><p>todos se sintam valorizados e respeitados.</p><p>Dessa forma, seus estudos não apenas expandem os conceitos</p><p>apresentados por Rosenberg em sua obra seminal, mas também os aplicam em</p><p>um contexto empresarial específico. Ao oferecer uma abordagem passo a passo</p><p>para a aplicação da CNV no trabalho, encontramos uma ferramenta prática e</p><p>eficaz para melhorar a comunicação e a satisfação dos funcionários, resultando</p><p>em um ambiente de trabalho mais produtivo e positivo, conforme demonstrado na</p><p>Figura 5.</p><p>"Muitas vezes, no local de trabalho, o foco é fazer</p><p>com que o trabalho seja feito. No entanto, a base de</p><p>todos os esforços, em qualquer setor, é a</p><p>comunicação." (Lasater, 2013)</p><p>12</p><p>Figura 5 – Aplicação da CNV no contexto do trabalho</p><p>Fonte: elaborado com base em Lasater; Stiles, 2013.</p><p>Os passos recomendados pelos autores para a aplicação da CNV no</p><p>contexto empresarial, a saber, são detalhados de maneira que você possa</p><p>entender a aplicabilidade na rotina do cotidiano do trabalho:</p><p>• Compreensão da dinâmica dos conflitos: os autores enfatizam a</p><p>importância de compreender a dinâmica dos conflitos no ambiente de</p><p>trabalho. Eles argumentam que a maioria dos conflitos decorre da falta de</p><p>comunicação clara e eficaz. Para superar essa dinâmica, é preciso estar</p><p>ciente de como nossas ações e palavras afetam os outros e estar disposto</p><p>a assumir a responsabilidade por nossas próprias emoções e</p><p>comportamentos.</p><p>• Reconhecimento das emoções envolvidas: o próximo passo é reconhecer</p><p>as emoções envolvidas no conflito. Os autores sugerem que, em vez de</p><p>tentar suprimir ou ignorar as emoções, é importante identificá-las e</p><p>compreendê-las. Eles argumentam que isso permite uma maior clareza</p><p>sobre as necessidades subjacentes que estão motivando as emoções.</p><p>• Identificação das necessidades subjacentes: uma vez que as emoções</p><p>envolvidas no conflito foram reconhecidas, é preciso identificar as</p><p>necessidades subjacentes que estão motivando essas emoções. Os</p><p>autores enfatizam que, ao reconhecer e articular essas necessidades, é</p><p>possível encontrar soluções mais satisfatórias e satisfatórias para todos os</p><p>envolvidos.</p><p>Compreensão da</p><p>dinâmica dos</p><p>conflitos</p><p>Reconhecimento</p><p>das emoções</p><p>envolvidas</p><p>Identificação das</p><p>necessidades</p><p>subjacentes</p><p>Comunicação</p><p>clara e eficaz</p><p>13</p><p>• Comunicação clara e eficaz: o último passo é garantir uma comunicação</p><p>clara e eficaz. Os autores argumentam que, ao se comunicar com clareza,</p><p>é possível evitar mal-entendidos e conflitos desnecessários. Eles enfatizam</p><p>que, ao falar com os outros, é importante ouvir atentamente e reconhecer</p><p>suas necessidades e emoções, e responder com empatia e compaixão.</p><p>Em resumo, a abordagem de Lasater e Stiles para a implementação da</p><p>CNV no ambiente de trabalho é baseada em compreender a dinâmica dos</p><p>conflitos, reconhecer as emoções envolvidas, identificar as necessidades</p><p>subjacentes e comunicar-se com clareza e empatia. Essa abordagem passo a</p><p>passo é prática e eficaz para a promoção da Comunicação Não Violenta no</p><p>ambiente de trabalho e possibilita resultados positivos, como estudaremos no</p><p>tópico a seguir.</p><p>3.1 Resultados na prática da CNV no trabalho</p><p>A abordagem passo a passo para a implementação da CNV no ambiente</p><p>de trabalho apresentada por Lasater e Stiles é importante e aplicável porque ajuda</p><p>os profissionais a lidar com conflitos de forma mais eficaz e saudável.</p><p>Entender a dinâmica dos conflitos, reconhecer as emoções envolvidas e</p><p>identificar as necessidades subjacentes a essas emoções é crucial para lidar com</p><p>as situações de forma mais compassiva e colaborativa, evitando a escalada de</p><p>conflitos e promovendo a resolução pacífica de disputas. Isso leva a um aumento</p><p>da eficácia e da satisfação no trabalho, uma vez que a comunicação mais</p><p>saudável e colaborativa melhora o ambiente de trabalho e reduz o estresse e a</p><p>tensão entre os colegas.</p><p>Além disso, a aplicação da CNV no ambiente de trabalho tem um impacto</p><p>positivo na cultura organizacional, criando um ambiente de trabalho mais</p><p>acolhedor e colaborativo, onde as necessidades e emoções de todos os</p><p>envolvidos são levadas em consideração. Isso pode levar a uma maior retenção</p><p>de funcionários, melhor desempenho e, consequentemente, maior sucesso da</p><p>empresa.</p><p>Portanto, a abordagem passo a passo para a implementação da CNV no</p><p>ambiente de trabalho apresentada por Lasater e Stiles é fundamental para</p><p>promover uma comunicação mais saudável e colaborativa, melhorar a cultura</p><p>organizacional e aumentar a eficácia e satisfação no trabalho.</p><p>14</p><p>Diante desse contexto, seguimos ampliando nosso conhecimento a</p><p>respeito da motivação e emoção no relacionamento interpessoal.</p><p>TEMA 4 – MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO NO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL</p><p>Tanto a obra de Silva (2018) quanto a de Artigas (2020) abordam a</p><p>importância da motivação e emoção no relacionamento interpessoal.</p><p>Silva destaca a importância da gestão emocional para o desenvolvimento</p><p>da inteligência emocional e habilidades sociais no ambiente profissional. Segundo</p><p>o autor, a motivação é um aspecto crucial para o sucesso no ambiente de trabalho,</p><p>pois é o que impulsiona o indivíduo a buscar seus objetivos e metas. Ele afirma</p><p>que “a motivação pode ser considerada um combustível para a ação, pois nos</p><p>impulsiona a agir para alcançar objetivos” (Silva, 2018, p. 38).</p><p>Além disso, Silva destaca que a gestão das emoções é fundamental para</p><p>manter a motivação e a produtividade, pois emoções negativas como o estresse,</p><p>a ansiedade e o desânimo podem prejudicar o desempenho no trabalho e afetar</p><p>negativamente as relações interpessoais.</p><p>Para Artigas (2020), a motivação e a emoção são fundamentais para os</p><p>relacionamentos interpessoais, pois influenciam a forma como as pessoas se</p><p>comunicam, interagem e se conectam com os outros. O Quadro 1 apresenta</p><p>informações sobre esses dois conceitos.</p><p>15</p><p>Quadro 1 – A motivação e a emoção no relacionamento interpessoal</p><p>Créditos: Roman Samborskyi; Rawpixel.com Shutterstock.</p><p>Fonte: elaborado com base em Artigas, 2020.</p><p>A motivação está relacionada à energia e à disposição para agir em direção</p><p>aos objetivos e desejos, enquanto a emoção está ligada às reações afetivas que</p><p>as pessoas experimentam diante de diferentes situações. Uma pessoa motivada</p><p>e emocionalmente equilibrada</p><p>tende a ser mais empática, compreensiva e</p><p>respeitosa com as emoções dos outros, o que contribui para construir</p><p>relacionamentos saudáveis e produtivos.</p><p>Nesse mesmo sentido, Silva (2018, p. 33) destaca que “a motivação é a</p><p>força interior que impulsiona as pessoas a realizarem suas tarefas com</p><p>entusiasmo, persistência e dedicação”. Portanto, é essencial para o alcance de</p><p>metas e objetivos, tanto pessoais quanto profissionais, e a emoção desempenha</p><p>um papel importante nesse processo.</p><p>Fiorelli (2018) discute na mesma perspectiva que Silva e Artigas sobre a</p><p>importância da motivação e emoção para o relacionamento interpessoal no</p><p>ambiente de trabalho. A autora destaca que a motivação é uma força interna que</p><p>impulsiona as pessoas a agir em direção a determinados objetivos, pois influencia</p><p>Motivação: é preciso estar atento aos</p><p>motivos que levam as pessoas a agir de</p><p>determinada forma.</p><p>É importante identificar os motivos que</p><p>levam as pessoas a agir, seja para elogiar</p><p>ou para dar feedback construtivo, por</p><p>exemplo. Para isso, é necessário prestar</p><p>atenção às emoções e reações dos</p><p>indivíduos, além de ser empático e</p><p>compreensivo.</p><p>Emoção: saber lidar com as emoções de</p><p>forma equilibrada, reconhecendo-as e</p><p>gerenciando-as de forma adequada,</p><p>revela-se na capacidade de gerenciar as</p><p>emoções próprias e alheias, de forma a</p><p>promover relações saudáveis. Essa</p><p>habilidade é fundamental para qualquer</p><p>pessoa que deseje ter sucesso em sua</p><p>vida pessoal e profissional.</p><p>16</p><p>o comportamento das pessoas e a forma como lidam com as situações no</p><p>ambiente de trabalho.</p><p>A autora argumenta ainda que é importante que as empresas criem um</p><p>ambiente motivador, onde os funcionários se sintam valorizados e reconhecidos,</p><p>pois isso contribui para aumentar a satisfação e o engajamento dos</p><p>colaboradores.</p><p>Já em relação à emoção, Fiorelli (2018) destaca que ela pode influenciar</p><p>significativamente a forma como os indivíduos se relacionam entre si e com a</p><p>organização. A autora exemplifica isso com a seguinte situação:</p><p>Imagine um indivíduo que está passando por um momento de tristeza</p><p>profunda em sua vida pessoal. É possível que essa emoção afete sua</p><p>interação com as pessoas no ambiente de trabalho, levando-o a ter</p><p>atitudes mais ríspidas ou desinteressadas. Por outro lado, se esse</p><p>mesmo indivíduo está passando por um momento de felicidade e</p><p>realização pessoal, é possível que ele esteja mais disposto a interagir</p><p>com os colegas de trabalho e a contribuir positivamente para a</p><p>organização. (Fiorelli, 2018, p. 122)</p><p>Esses exemplos ilustram como a motivação e a emoção podem influenciar</p><p>o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho e, consequentemente,</p><p>afetar o relacionamento interpessoal. Por isso, é importante que os gestores</p><p>compreendam esses aspectos e saibam como lidar com eles de forma adequada.</p><p>Em resumo, Fiorelli apresenta argumentos que reforçam a importância da</p><p>motivação e da emoção no relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho</p><p>e destaca a importância da gestão das emoções e do desenvolvimento da</p><p>inteligência emocional para a gestão de pessoas.</p><p>4.1 Praticando a motivação e emoção para a melhoria no relacionamento</p><p>interpessoal</p><p>Para desenvolver a motivação e a emoção no relacionamento interpessoal,</p><p>Artigas (2020) apresenta uma série de exercícios práticos. Alguns exemplos são</p><p>apresentados na Figura 6.</p><p>17</p><p>Figura 6 – Exercícios para desenvolver a motivação e a emoção no</p><p>relacionamento interpessoal</p><p>Fonte: elaborado com base em Artigas, 2020.</p><p>Detalhamos os exemplos citados na figura para que você possa ampliar</p><p>seu conhecimento para uma futura prática cotidiana:</p><p>• Autoconhecimento emocional: o objetivo desse exercício é identificar as</p><p>emoções que estão presentes em determinada situação e como elas</p><p>podem influenciar no comportamento e nas relações interpessoais. Artigas</p><p>sugere que se faça uma reflexão sobre as emoções presentes em</p><p>situações passadas e como foram expressadas. Essa reflexão pode ser</p><p>feita por meio de um diário emocional, no qual o indivíduo escreve as</p><p>emoções que sente em determinada situação e como elas afetaram seu</p><p>comportamento.</p><p>• Escuta ativa: esse exercício é fundamental para o desenvolvimento da</p><p>empatia e da capacidade de se colocar no lugar do outro. A prática da</p><p>escuta ativa pode ocorrer em conversas cotidianas, prestando atenção não</p><p>só no que o outro está dizendo, mas também em sua expressão corporal e</p><p>Autoconhecimento</p><p>emocional</p><p>Escuta ativa</p><p>Identificação</p><p>das</p><p>necessidades</p><p>do outro</p><p>Expressão de</p><p>emoções</p><p>positivas</p><p>Feedback</p><p>construtivo</p><p>18</p><p>emoções. Esse movimento ajuda a compreender melhor o outro e suas</p><p>necessidades, além de fortalecer a relação interpessoal.</p><p>• Identificação das necessidades do outro: esse exercício consiste em</p><p>identificar as necessidades do outro em determinada situação, a fim de</p><p>compreendê-lo melhor e buscar soluções que atendam suas necessidades.</p><p>A sugestão é fazer uma reflexão sobre as necessidades que estão por trás</p><p>das emoções que o outro está expressando. Essa reflexão pode ser feita</p><p>por meio de perguntas abertas, que estimulem o outro a falar sobre suas</p><p>necessidades e desejos.</p><p>• Expressão de emoções positivas: esse exercício consiste em expressar as</p><p>emoções positivas em relação ao outro, a fim de fortalecer a relação</p><p>interpessoal. Ao fazer elogios sinceros, demonstre gratidão pelas ações do</p><p>outro. Isso fortalece a relação interpessoal, demonstrando ao outro que ele</p><p>é valorizado e reconhecido.</p><p>• Feedback construtivo: esse exercício consiste em fornecer feedback de</p><p>forma construtiva, a fim de ajudar o outro a se desenvolver e melhorar suas</p><p>habilidades. Ao fornecer feedback específico, busque soluções para</p><p>melhorar. O feedback construtivo fortalece a relação interpessoal,</p><p>mostrando ao outro que ele é valorizado e que sua melhoria é importante.</p><p>Esses são apenas alguns exemplos dos exercícios práticos apresentados</p><p>por Artigas (2020). Cada um desses exercícios pode ser adaptado e aplicado de</p><p>acordo com as necessidades individuais, e a prática contínua pode contribuir</p><p>significativamente para o desenvolvimento de habilidades interpessoais,</p><p>construindo relacionamentos mais saudáveis e eficazes.</p><p>Avançamos em busca de conhecer os desafios das relações positivas</p><p>diante de um contexto tecnológico.</p><p>TEMA 5 – INTELIGÊNCIA RELACIONAL E O AVANÇO TECNOLÓGICO</p><p>Pierre Lévy é um filósofo e sociólogo francês que se dedica ao estudo do</p><p>impacto da tecnologia na sociedade. Em sua obra O que é virtual?, o autor</p><p>questiona a relação entre tecnologia e relações humanas, afirmando: “Será que a</p><p>tecnologia digital realmente nos aproxima dos outros ou nos afasta?” (Lévy, 1996,</p><p>p. 35).</p><p>Para o autor, a tecnologia digital pode proporcionar novas formas de</p><p>interação e comunicação, mas também pode levar a uma “solidão coletiva”, em</p><p>19</p><p>que as pessoas se isolam em suas bolhas digitais e perdem o contato humano</p><p>real, como podemos observar na Figura 7, que apresenta exemplos do impacto</p><p>da tecnologia digital em nosso cotidiano.</p><p>Figura 7 – Exemplos do impacto da tecnologia digital em nosso cotidiano</p><p>Créditos: vs148; Madele; Willyam Bradberry; Gorodenkoff; optimarc/Shutterstock.</p><p>Fonte: elaborado com base em Lévy, 1996.</p><p>Com base em Pierre Lévy, em sua obra Cibercultura (1999), a tecnologia</p><p>digital tem impactado profundamente nossa sociedade e a forma como nos</p><p>relacionamos. Um exemplo contemporâneo é o uso das redes sociais, que</p><p>permitem a conexão e interação entre pessoas de diferentes lugares do mundo,</p><p>em tempo real. Lévy afirma que “as redes eletrônicas descentralizadas e</p><p>interativas oferecem a possibilidade de acesso a uma inteligência coletiva</p><p>planetária” (Lévy, 1996, p. 67).</p><p>Outro exemplo é a inteligência artificial, que tem se desenvolvido</p><p>rapidamente e é utilizada em diversas áreas, como medicina, indústria, educação,</p><p>entre outras. Segundo o autor, as máquinas inteligentes são capazes de extrair</p><p>enormes quantidades de informações de bancos de dados, compará-las e propor</p><p>soluções.</p><p>Além disso, podemos citar</p><p>a realidade virtual e aumentada, que permitem</p><p>a criação de ambientes virtuais imersivos e interativos, proporcionando</p><p>experiências diferenciadas em diversas áreas, como entretenimento, educação e</p><p>arquitetura. A realidade virtual torna possível a existência de mundos sintéticos</p><p>Redes</p><p>sociais</p><p>Inteligência</p><p>artificial</p><p>Realidade</p><p>virtual e</p><p>aumentada</p><p>Inteligência</p><p>coletiva</p><p>20</p><p>totalmente concebidos, construídos e vividos em interatividade com a imaginação</p><p>humana.</p><p>O autor também aborda o tema da inteligência coletiva, que consiste na</p><p>capacidade das pessoas de colaborar e compartilhar conhecimento em rede, por</p><p>meio da tecnologia. Segundo ele, a inteligência coletiva pode ser uma forma de</p><p>ampliar a inteligência emocional e a empatia, permitindo que as pessoas</p><p>compreendam melhor as emoções e perspectivas dos outros e encontrem</p><p>soluções colaborativas para os problemas.</p><p>Além disso, Lévy argumenta que a tecnologia pode gerar um impacto</p><p>negativo na qualidade das relações interpessoais, levando à superficialidade e à</p><p>falta de autenticidade. Ele defende a importância de buscar uma relação</p><p>equilibrada entre tecnologia e relações humanas, utilizando a tecnologia para</p><p>fortalecer a conexão humana, em vez de substituí-la.</p><p>Assim, os estudos de Lévy trazem importantes reflexões sobre a relação</p><p>entre tecnologia, inteligência emocional e relações humanas, mostrando que é</p><p>preciso buscar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e o contato humano real,</p><p>além de explorar as possibilidades de colaboração e conexão proporcionadas pela</p><p>inteligência coletiva.</p><p>Artigas (2017), à luz das reflexões de Lévy, aborda a relação entre a</p><p>inteligência relacional e o avanço tecnológico, levantando questionamentos</p><p>relevantes para a atualidade. Ela destaca que, com o advento da tecnologia, as</p><p>relações interpessoais se tornaram mais superficiais e impessoais, e as pessoas</p><p>estão cada vez mais dependentes dos dispositivos eletrônicos para se</p><p>comunicarem, o que pode afetar negativamente sua capacidade de se relacionar</p><p>e se comunicar de forma mais profunda e significativa com as outras pessoas.</p><p>Além disso, a autora também levanta a questão da empatia, destacando</p><p>que ela é fundamental para o relacionamento interpessoal, mas pode ser</p><p>prejudicada pela exposição excessiva à tecnologia: “Será que a empatia, uma das</p><p>competências essenciais para o desenvolvimento da inteligência relacional, é</p><p>afetada pelo excesso de exposição à tecnologia?” (Artigas, 2017, p. 68).</p><p>A autora menciona o autor americano Sherry Turkle, que em seu livro Alone</p><p>together (2011) aborda a relação entre tecnologia e solidão. Segundo Turkle, as</p><p>pessoas estão cada vez mais solitárias mesmo estando conectadas, e a</p><p>tecnologia pode ser uma forma de se proteger da intimidade e das emoções reais.</p><p>Outro ponto de atenção é a preocupação em relação à seguinte questão: “Será</p><p>que o uso excessivo da tecnologia não é uma forma de evitar o contato real com</p><p>21</p><p>as pessoas e, consequentemente, evitar as emoções que acompanham esses</p><p>encontros?” (Artigas, 2017, p. 68).</p><p>Diante dessas questões levantadas por Artigas e por outros autores, é</p><p>importante refletir sobre o papel da tecnologia em nossas vidas e em nossas</p><p>relações interpessoais, buscando equilibrar seu uso com o desenvolvimento das</p><p>habilidades sociais e emocionais necessárias para uma convivência mais</p><p>saudável e significativa com os outros.</p><p>Saiba mais</p><p>O documentário O dilema das redes (The Social Dilemma) lançado em</p><p>2020 pela Netflix, aborda a crescente influência das redes sociais e dos algoritmos</p><p>que as controlam na sociedade contemporânea. Especialistas em tecnologia e</p><p>profissionais da área fazem um alerta: as redes sociais podem ter um impacto</p><p>devastador sobre a democracia e a humanidade. Com depoimentos de ex-</p><p>funcionários de empresas de tecnologia como Google, Facebook e Twitter, o filme</p><p>revela como essas empresas utilizam dados pessoais dos usuários para</p><p>influenciar comportamentos e gerar lucros, criando uma bolha de informações que</p><p>pode levar a polarização política e o aumento da desinformação. O documentário</p><p>também apresenta uma reflexão sobre os efeitos negativos do uso excessivo das</p><p>redes sociais na saúde mental e nas relações interpessoais, além de propor uma</p><p>discussão sobre a necessidade de regulamentação das empresas de tecnologia.</p><p>Disponível em: <https://www.netflix.com/br/title/81254224>. Acesso em: 8 jun.</p><p>2023.</p><p>Concluímos esta etapa de estudos com uma série de assuntos que se</p><p>somam aos conhecimentos que já adquirimos em etapas anteriores. Entretanto,</p><p>ainda temos temas relevantes que complementarão a sua formação sobre a</p><p>inteligência emocional em suas competências sociais e de relacionamento.</p><p>22</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARTIGAS, A. Inteligência relacional: as 6 habilidades para revolucionar seus</p><p>relacionamentos na vida e nos negócios. São Paulo: Literare Books International,</p><p>2020.</p><p>_____. Inteligência relacional: uma abordagem inovadora para a gestão de</p><p>pessoas. Gente: São Paulo.2019.</p><p>FIORELLI, J. O. Psicologia para administradores: razão e emoção no</p><p>comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2018</p><p>LASATER, I.; STILES, L. Comunicação Não Violenta no trabalho: uma</p><p>abordagem passo a passo para aumentar a eficácia e melhorar a satisfação no</p><p>trabalho. São Paulo: Editora Colibri, 2013.</p><p>LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.</p><p>_____. O que é virtual? São Paulo: 34, 1996.</p><p>MOREIRA, B. L. Gerenciando a intergeracionalidade: estratégias para liderar</p><p>equipes plurais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2017.</p><p>SILVA, M. G. Inteligência emocional no trabalho: o poder da educação</p><p>emocional para desenvolver competências no ambiente profissional. São Paulo:</p><p>Gente, 2018.</p><p>THE SOCIAL DILEMMA. Direção de Jeff Orlowski. Produção de Larissa Rhodes.</p><p>[S.l.]: Exposure Labs, 2020. 1 vídeo (1h34min). Disponível em:</p><p><https://www.netflix.com/title/81254224>. Acesso em: 8 jun. 2023.</p>

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