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<p>MATEMÁTICA</p><p>FINANCEIRA</p><p>APLICADA A PERÍCIA</p><p>» Como definição, podemos</p><p>tomar emprestado o conceito</p><p>de que “a matemática</p><p>financeira visa estudar o valor</p><p>do dinheiro no tempo, nas</p><p>aplicações do dinheiro e nos</p><p>pagamentos de empréstimo”</p><p>(Hazzan, S.; Pompeo, J. N. Matemática</p><p>Financeira. 6ª edição. São Paulo: Saraiva,</p><p>2007).</p><p>» Na perícia judicial não é</p><p>diferente, mas é relativo. A</p><p>matemática financeira auxilia</p><p>ao expert na tarefa de</p><p>reconstruir a sequência de</p><p>fatos ocorridos em uma</p><p>relação contratual entre partes</p><p>de forma a evidenciar as</p><p>características contábeis</p><p>financeiras dos casos</p><p>analisados, assim como os</p><p>resultados obtidos.</p><p>» Como bem estudamos em nossas graduações, a</p><p>matemática financeira tem diversos aspectos a serem</p><p>considerados em sua aplicação.</p><p>» O mais importante, como já citado, é a capacidade de</p><p>estruturar logicamente a relação do dinheiro no tempo,</p><p>considerando uma remuneração por sua utilização.</p><p>» Assim, a matemática financeira é mais do que um</p><p>instrumento de cálculo. Ela dinamiza a relação entre seres</p><p>humanos e seus instrumentos financeiros, de forma que é</p><p>possível materializar futuras situações ideais.</p><p>» Entretanto, existe uma imprevisibilidade na equação.</p><p>» Dentre as variáveis está o próprio ser humano e sua</p><p>irremediável imprevisibilidade.</p><p>MATEMÁTICA FINANCEIRA</p><p>» Toda equação matemática resultará invariavelmente em</p><p>um valor exato no final das contas.</p><p>» Ou seja, acreditamos que 2 + 2 será sempre 4.</p><p>Com o ser humano, isto se torna uma inconsistência.</p><p>» Ao inserir o pensamento humano nas equações</p><p>matemáticas, os resultados podem ser diversos.</p><p>» Vejamos um caso prático e típico.</p><p>» Consideremos o Sistema Financeiro de Habitação, o qual,</p><p>na maioria dos casos, se utiliza do sistema francês de</p><p>amortização, ou Tabela Price.</p><p>» Todos sabemos que na Tabela Price, ao definirmos um</p><p>valor de financiamento, uma taxa de juros periódica e um</p><p>prazo de pagamento, obteremos um valor de prestação</p><p>suficiente para quitar o saldo devedor exatamente no</p><p>tempo estimado.</p><p>MATEMÁTICA FINANCEIRA</p><p>» Contudo, no nosso Sistema Financeiro Habitacional, por</p><p>força dos efeitos econômicos da inflação, foi necessário</p><p>inserir uma nova variável ao sistema de amortização: a</p><p>correção monetária.</p><p>» Ali começou a subversão da matemática financeira e</p><p>foram constituídos assim os resíduos contratuais que são</p><p>discutidos até hoje nos Tribunais.</p><p>» Desta forma, temos que a atuação do perito se pauta em</p><p>profundo conhecimento em matemática financeira com a</p><p>finalidade de bem evidenciar o reflexos da interação</p><p>humana com os modelos matemáticos tradicionais,</p><p>conferindo a responsabilidade pelos desequilíbrios</p><p>verificados aos devidamente culpados.</p><p>MATEMÁTICA FINANCEIRA</p><p>» Ao longo deste curso de perícia, as fórmulas matemáticas</p><p>serão trazidas de forma pontual, mas desde já se espera que</p><p>o perito já tenha enfrentado uma sabatina de exercícios em</p><p>sua graduação, a fim de lhe conferir embasamento e</p><p>experiência para a prática pericial.</p><p>» Ter o raciocínio matemático-financeiro é uma</p><p>pré-condição para ser perito.</p><p>» Nos próximos módulos, trataremos de juros, contratos</p><p>bancários, contratos no Sistema Financeiro de Habitação,</p><p>contratos de cartão de crédito e contratos de conta</p><p>corrente especial.</p><p>» Todos os casos tem características próprias e inerentes ao</p><p>próprio tipo de contrato.</p><p>» Apesar de utilizar a matemática financeira como base de</p><p>conhecimento, veremos que há algo mais a ser</p><p>considerado.</p><p>MATEMÁTICA FINANCEIRA</p><p>» É importante entender que este tópico é mais expositivo</p><p>do que exemplificativo, justamente porque destaca a</p><p>importância do perito em bem conhecer os fundamentos</p><p>da matemática financeira em face da problemática</p><p>enfrentada na realidade da Justiça e das relações entre as</p><p>pessoas.</p><p>» É preciso conhecer profundos conceitos sobre atuação do</p><p>perito, finalidade da perícia e conduta imparcial, além da</p><p>matemática financeira.</p><p>» As partes e seus patronos que atuarão nos processos, em</p><p>geral, não são especialistas em matemática financeira, e</p><p>portanto, focam seu conhecimento matemático em suas</p><p>percepções parciais, tanto quanto naquelas que melhor os</p><p>atendem.</p><p>» Por isso, o perito não deve se contaminar com as</p><p>pronuncias parciais dos interessados, sob pena de ter estes</p><p>vícios refletidos em seu laudo.</p><p>MATEMÁTICA FINANCEIRA</p><p>CONCLUSÃO</p><p>DO TÓPICO</p><p>» A matemática financeira constitui</p><p>elementar conhecimento na prática</p><p>pericial como forma de prover ao</p><p>julgador a necessária evidenciação</p><p>dos fatos no tempo, o que lhe servirá</p><p>de fundamento para proferir sua</p><p>decisão.</p><p>» Contudo, além da matemática</p><p>financeira, os contratos entre pessoas</p><p>podem ser compostos, além de</p><p>elementos contábeis e financeiros,</p><p>dos elementos humanos, os quais</p><p>influenciam nos resultados</p><p>pecuniários, já que incluem nas</p><p>fórmulas matemáticas elementos e</p><p>variáveis que desequilibram os</p><p>conceitos trazidos neste estudo da</p><p>área de exatas, tanto quanto nos</p><p>resultados obtidos.</p>