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<p>Testes de identificação de</p><p>estafilococos</p><p>Apresentação</p><p>A detecção e a identificação de bactérias de importância médica constituem um serviço</p><p>fundamental disponibilizado pelo setor de microbiologia no laboratório de análises clínicas.</p><p>Protocolos são validados e aperfeiçoados ao longo dos anos para que o profissional realize o</p><p>correto diagnóstico laboratorial e, assim, possa contribuir para a identificação e o monitoramento</p><p>desses microrganismos.</p><p>Os estafilococos são bactérias não esporuladas que mais resistem no meio ambiente. Esses</p><p>microrganismos são relativamente resistentes ao calor e a ambientes secos e, ainda, podem tolerar</p><p>uma concentração elevada de sal. Mesmo com a realização de programas e políticas públicas de</p><p>combate a esses agentes ao longo dos anos, os estafilococos continuam sendo um dos gêneros</p><p>bacterianos mais frequentemente encontrados em doenças infecciosas humanas.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as principais diferenças morfológicas entre os cocos de</p><p>maior importância médica, identificará os principais sítios de infecções por estafilococos e</p><p>conhecerá os métodos mais utilizados na rotina laboratorial na identificação desses patógenos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Diferenciar a morfologia dos estafilococos em relação à de outros cocos.•</p><p>Analisar os locais de infecção característicos de estafilococos.•</p><p>Identificar o padrão diagnóstico de estafilococos.•</p><p>Desafio</p><p>Estafilococos é um gênero bacteriano composto por dezenas de espécies; entre elas, S. aureus, S.</p><p>epidermidis e S. saprophyticus são as de maior relevância clínica. A identificação desses patógenos é</p><p>fundamental no tratamento de diversas doenças; portanto, o isolamento desses agentes faz parte</p><p>da rotina de todo laboratório de microbiologia humana.</p><p>Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!</p><p>Com relação ao quadro clínico apresentado e aos resultados encontrados pelo setor de</p><p>microbiologia em que você trabalha, responda às questões:</p><p>1. De acordo com os achados clínico-laboratoriais, descreva a provável doença presente no recém-</p><p>nascido e a bactéria causadora.</p><p>2. Discuta sobre a toxina envolvida na patogênese da doença.</p><p>3. Esse patógeno apresenta um mecanismo de resistência bacteriana que envolve uma proteína de</p><p>parede celular. Descreva esse fenômeno.</p><p>Infográfico</p><p>Cocos Gram-positivos são patógenos amplamente conhecidos por seu potencial de contaminação e</p><p>infecção em humanos. Entre esses microrganismos, existem dois gêneros de relevância médica: os</p><p>Staphylococcus e os Streptococcus.</p><p>Staphylococcus aureus pode causar abcessos, síndrome do choque tóxico e intoxicação alimentar e é</p><p>a espécie mais importante dentro do gênero Staphylococcus. Entretanto, o Streptococcus pyogenes,</p><p>pertencente ao gênero Streptococcus, é associado a doenças na garganta, como a faringite, e de</p><p>pele, como o impetigo e a celulite.</p><p>Observe, no Infográfico, algumas diferenças clínico-laboratoriais existentes nessas duas espécies de</p><p>bactérias que estão rotineiramente presentes no laboratório de análises clínicas.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/3e0db2ff-a513-49e2-90e9-5a73a742b2d4/957b7780-a38a-4073-a8d1-21971c01f23b.jpg</p><p>Conteúdo do livro</p><p>Estafilococos é um importante gênero bacteriano encontrado em humanos, e sua identificação é</p><p>baseada em uma variedade de características fenotípicas convencionais por meio do uso de</p><p>métodos laboratoriais. No entanto, mesmo com a antibioticoterapia disponível, com a maior</p><p>atenção das condições sanitárias e com as medidas de controle e monitoramento de infecções</p><p>hospitalares, esses microrganismos continuam sendo um dos mais isolados em amostras biológicas</p><p>humanas, causando grande impacto no sistema de saúde.</p><p>No capítulo Testes de identificação de estafilococos, da obra Bacteriologia clínica, você irá ter</p><p>contato com a caracterização morfológica dos cocos mais relevantes clinicamente, os principais</p><p>sítios de infecção por estafilococos e as técnicas de identificação desses agentes mais utilizadas no</p><p>laboratório.</p><p>Boa leitura.</p><p>Bacteriologia</p><p>Clínica</p><p>Thiago Corrêa</p><p>Testes de identificação</p><p>de estafilococos</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>� Diferenciar a morfologia dos estafilococos em relação à de outros</p><p>cocos.</p><p>� Analisar os locais de infecção característicos de estafilococos.</p><p>� Identificar o padrão diagnóstico de estafilococos.</p><p>Introdução</p><p>Estafilococos são bactérias gram-positivas aeróbias. Algumas espécies</p><p>estão presentes na microbiota normal da pele e das mucosas dos seres</p><p>humanos, e não provocam nenhum efeito patogênico ao organismo.</p><p>Porém, em algumas ocasiões, estas ou outras espécies podem causar no</p><p>indivíduo supuração, abscessos, infecções piogênicas e até a morte por</p><p>septicemia. Pelo menos 40 espécies de bactérias compõem o gênero</p><p>Staphylococcus. Destas, três apresentam grande relevância clínica: Staphylo-</p><p>coccus aureus, Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus saprophyticus.</p><p>Neste capítulo, você vai ter uma visão geral do gênero Staphylococcus</p><p>e das suas principais espécies de importância clínica. Você aprenderá</p><p>também sobre as principais características morfológicas desse gênero</p><p>bacteriano e os locais mais frequentemente infectados em humanos. Por</p><p>último, estudará os testes disponíveis no laboratório para a sua caracte-</p><p>rização e identificação dos principais agentes patogênicos.</p><p>Morfologia de cocos gram-positivos</p><p>As bactérias gram-positivas, principalmente os cocos, estão entre os micror-</p><p>ganismos mais frequentemente isolados de amostras biológicas humanas no</p><p>setor de microbiologia. A família Micrococcaceae inclui quatro gêneros:</p><p>planococcus, micrococcus, stomatococcus e staphylococcus.</p><p>No entanto, os dois gêneros de cocos gram-positivos de maior importân-</p><p>cia médica são o staphylococcus e streptococcus. Ambos são considerados</p><p>imóveis e não formam esporos. Diferentemente dos estreptococos que são</p><p>vistos em forma de cadeia na microscopia, os estafilococos estão dispostos</p><p>como agrupamentos semelhantes a cachos de uvas. A produção da catalase</p><p>pelos estafilococos é outra grande diferença: os estreptococos não produzem</p><p>essa enzima e, portanto, não têm a capacidade de degradar o peróxido de</p><p>hidrogênio (LEVINSON, 2016).</p><p>Estafilococos são bactérias com formato esférico que medem cerca de</p><p>um micrometro de diâmetro. Eles são vistos como cocos isolados, aos pares,</p><p>em tétrades e cadeias em culturas líquidas. Os cocos jovens são fortemente</p><p>gram-positivos, com coloração roxa na microscopia (Figura 1). Todavia, com</p><p>o envelhecimento das células, a coloração pode ficar da cor rosa, podendo ser</p><p>vistos como gram-negativos (LEVINSON, 2016). As colônias de estafilococos</p><p>em geral são de crescimento rápido, lisas, convexas, com borda contínua e</p><p>coloração branco-porcelana ou cinzas.</p><p>A resistência à penicilina por Staphylococcus aureus foi detectada logo após o início do</p><p>seu uso, na década de 1940, e é mediada pela aquisição de genes que codificavam</p><p>β-lactamases. Em 1960, foi lançada como alternativa terapêutica a meticilina; porém, um</p><p>ano mais tarde, já havia relatos de cepas resistentes à meticilina (oxacilina), denominadas</p><p>Staphylococcus aureus resistentes à meticilina. Recentemente, algumas cepas S. aureus</p><p>resistentes à vancomicina (VRSA) foram isoladas. Essa adaptação bacteriana é mediada</p><p>pelos genes vanA e mecA, que codificam proteínas capazes de fornecer resistência à</p><p>vancomicina e à nafcilina, respectivamente.</p><p>Testes de identificação de estafilococos2</p><p>Figura 1. Coloração do Staphylococcus aureus por método de</p><p>Gram mostrando cocos gram-positivos em pares, tétrade e</p><p>cachos (microscopia no aumento de 1.000 vezes).</p><p>Fonte: Brooks et al. (2014, p. 200).</p><p>Estreptococos são capazes de provocar diversas doenças em humanos,</p><p>como infecções do</p><p>trato respiratório, da pele e dos tecidos; endocardites; sepse</p><p>e meningites. A sua morfologia é identificada por apresentar formato esférico</p><p>e, durante o seu crescimento, formam pares ou longas cadeias de células.</p><p>A Figura 2 mostra o seu crescimento em forma de cadeia.</p><p>3Testes de identificação de estafilococos</p><p>Figura 2. Crescimento de streptococcus em forma de cadeia em</p><p>hemocultura (aumento de 1.000 vezes).</p><p>Fonte: Brooks et al. (2014, p. 211)</p><p>Locais de infecção dos estafilococos</p><p>Os estafilococos estão entre os agentes mais constantemente associados a</p><p>enfermidades humanas e em geral são encontrados na pele e nas mucosas.</p><p>Também podem se comportar como bactérias colonizantes em seres humanos</p><p>assintomáticos, principalmente na nasofaringe, na pele e no períneo, sendo</p><p>esse evento mais comum que a infecção. A colonização pode ocorrer logo</p><p>após o nascimento e ser recorrente durante a vida, aumentando assim a chance</p><p>de uma possível infecção. Por exemplo, estafilococos podem causar a sepse</p><p>neonatal de início tardio, geralmente devido ao uso de dispositivos como</p><p>cateteres intravasculares.</p><p>A principal característica do S. aureus que o distingue de outras espécies</p><p>é a positividade para coagulase. O nariz é o principal local de colonização</p><p>pelo S. aureus, e cerca de 30% das pessoas são colonizadas em algum mo-</p><p>mento das suas vidas. Indivíduos que apresentam maior suscetibilidade de</p><p>portar esses agentes no nariz possuem risco aumentado de infecções pelo</p><p>S. aureus. Essa bactéria também pode ser encontrada na vagina em cerca de</p><p>5% das mulheres ou na pele de profissionais que trabalham em hospitais ou</p><p>de pacientes (LEVINSON, 2016).</p><p>Testes de identificação de estafilococos4</p><p>Staphylococcus aureus é o agente com maior poder patogênico, responsável</p><p>por importantes infecções, e é reconhecido como um grande problema de</p><p>saúde, uma vez que é resistente à maioria dos tratamentos utilizados. Esses</p><p>agentes são capazes de produzir toxinas como na síndrome do choque tóxico e</p><p>na intoxicação alimentar. Alimentos como carnes, ovos, atum, frango, batata,</p><p>macarrão, patês, molhos, sanduíches com recheios e produtos lácteos são os</p><p>principais alimentos que podem causar intoxicação alimentar, se estiverem</p><p>contaminados por Staphylococcus aureus. Veja na Figura 3 um dos exemplos</p><p>de lesão de pele que a contaminação por essas bactérias pode causar.</p><p>Figura 3. Síndrome da pele escaldada: exemplo de lesão</p><p>causada por toxinas produzidas pelo Staphylococcus aureus.</p><p>Fonte: Levinson (2016, p. 110).</p><p>Staphylococcus aureus também podem causar inflamações piogênicas com</p><p>formação de abcessos presentes em infecções de pele. Condições mais graves</p><p>causadas pelo S. aureus incluem a sepse e a endocardite. A Figura 4 mostra</p><p>um exemplo de abscesso no pé, decorrente da contaminação por essa bactéria.</p><p>5Testes de identificação de estafilococos</p><p>Figura 4. Abscesso no pé: exemplo de infecção piogênica causada pelo Staphylococcus</p><p>aureus.</p><p>Fonte: Levinson (2016, p. 109).</p><p>Staphylococcus coagulase-negativos são membros da microbiota normal</p><p>dos seres humanos. Os S. epidermidis pertencem a sítios como as vias respi-</p><p>ratórias e o trato gastrointestinal, e são principalmente encontrados na pele</p><p>humana, tendo a capacidade de invadir a corrente sanguínea (bacteremia) em</p><p>locais de perfuração do cateter endovenoso.</p><p>O S. saprophyticus é encontrado principalmente na mucosa do trato genital</p><p>de mulheres jovens, podendo subir até a bexiga e provocar infecção do trato</p><p>urinário. Os estafilococos também são normalmente encontrados nas roupas</p><p>de cama, em vestuário e em outros fômites (qualquer objeto ou substância</p><p>capaz de transportar agentes patogênicos) em ambientes humanos (BROOKS</p><p>et al., 2014; LEVINSON, 2016). O Quadro 1 mostra a microbiota bacteriana</p><p>normal em cada sítio.</p><p>No entanto, esses agentes podem causar infecções em humanos. As in-</p><p>fecções por S. epidermidis quase sempre são adquiridas em hospitais e estão</p><p>relacionadas a dispositivos como implantes protéticos e cateteres intravenosos,</p><p>sendo mais prevalentes em pacientes jovens, idosos e imunodeprimidos.</p><p>Testes de identificação de estafilococos6</p><p>Fonte: Adaptado de Brooks et al. (2014, p. 166).</p><p>Pele</p><p>� Staphylococcus epidermidis</p><p>� Staphylococcus aureus (em pequeno número)</p><p>� Espécies de Micrococcus</p><p>� Estreptococos α e não hemolíticos (Streptococcus mitis)</p><p>� Espécies de Corynebacterium</p><p>� Espécies de Propionibacterium</p><p>� Espécies de Peptostreptococcus</p><p>� Espécies de Acinetobacter</p><p>� Outros organismos em pequenas quantidades (espécies de Candida,</p><p>Pseudomonas aeruginosa, etc.)</p><p>Nasofaringe</p><p>� Qualquer quantidade das seguintes bactérias: difteroides, espécies de</p><p>Neisseria não patogênicas, estreptococos α-hemolíticos; S. epidermidis,</p><p>estreptococos não hemolíticos, anaeróbios (existem muitas espécies para</p><p>listar, como quantidades variadas de espécies de Prevotella, cocos anaeróbios,</p><p>espécies de Fusobacterium, etc.).</p><p>� Pequenas quantidades dos seguintes agentes, quando acompanhados dos</p><p>organismos listados anteriormente: leveduras, espécies de Haemophilus,</p><p>pneumococos, S. aureus, bacilos gram-negativos, Neisseria meningitidis.</p><p>Quadro 1. Microbiota bacteriana normal</p><p>O Staphylococcus saprophyticus é o agente patogênico mais frequentemente</p><p>associado às infecções do trato urinário em mulheres jovens e sexualmente</p><p>ativas. O S. saprophyticus é o segundo maior causador de infecções do trato</p><p>urinário adquiridas na comunidade, ficando atrás apenas da bactéria Esche-</p><p>richia coli (BROOKS et al., 2014; LEVINSON, 2016).</p><p>7Testes de identificação de estafilococos</p><p>Pacientes mais vulneráveis, como neonatos e imunodeprimidos, são os mais afetados</p><p>por infecções na corrente sanguínea, causadas especialmente por Staphylococcus</p><p>coagulase negativa. Esses casos são frequentes em hospitais e estão associados a</p><p>elevadas taxas de mortalidade e prolongamento do tempo de hospitalização (LEÃO</p><p>et al., 2007; RIGATTI et al., 2010).</p><p>Identificação de estafilococos</p><p>Durante a identificação preliminar, é possível diferenciar estafilococos de</p><p>estreptococos e identificar as diferentes morfologias entre esses dois agentes</p><p>em meio líquido. Nesse momento, pode-se ver uma cadeia normalmente longa</p><p>de estreptococos, ou cocos aos pares ou em cachos de uva nos estafilococos.</p><p>O método de escolha para esse procedimento é a coloração de Gram, que</p><p>é um corante diferencial amplamente utilizado na microbiologia. Com esse</p><p>protocolo, é possível diferenciar as bactérias em gram-positivas, com coloração</p><p>roxo-violeta, e as gram-negativas, com cor-de-rosa. Essa diferenciação no</p><p>aspecto das células analisadas em microscopia ocorre em função da diferença</p><p>na estrutura da parede bacteriana.</p><p>Após o uso do corante cristal violeta, que confere uma coloração roxa, o</p><p>tratamento com etanol descora as células gram-negativas, mas não as gram-</p><p>-positivas. A razão para esse fenômeno é a grande quantidade de proteoglicanos.</p><p>Em seguida, é utilizado um corante de contraste como a safranina e, a partir</p><p>disso, os dois tipos de células podem ser distinguidos por suas diferentes cores</p><p>(MADIGAN et al., 2016). A Figura 5 ilustra o processo de diferenciação por</p><p>cores desses microrganismos</p><p>Testes de identificação de estafilococos8</p><p>Figura 5. Coloração diferencial de células para observação microscópica.</p><p>Fonte: Madigan et al. (2016, p. 28).</p><p>Com relação à cultura, os estafilococos podem crescer na maioria dos meios</p><p>de cultivo em condições aeróbias ou microaerofílicas. Em inoculação primária</p><p>em placa de ágar sangue de carneiro e incubada em 5% de tensão de CO²,</p><p>as colônias de estafilococos são geralmente maiores, convexas, de coloração</p><p>variando de branco-porcelana a amarelo, podendo apresentar hemólise ou</p><p>não. Veja essas colônias na Figura 6.</p><p>9Testes de identificação de estafilococos</p><p>Figura 6. Colônias de Staphylococcus aureus em placa ágar</p><p>sangue após incubação de 24 horas: as colônias são envolvidas</p><p>por β-hemólise.</p><p>Fonte: Brooks et al. (2014, p. 200).</p><p>Culturas de estafilococos</p><p>coagulase-negativos normalmente produzem</p><p>colônias brancas e não hemolíticas, sendo diferenciados com base na sensi-</p><p>bilidade ao antibiótico novobiocina, ao qual o S. epidermidis é sensível e o S.</p><p>saprophyticus é resistente.</p><p>É importante ter em mente que o desenvolvimento da cor amarelada no S. aureus</p><p>ocorre somente após incubação em temperatura ambiente por 72h. As colônias</p><p>de estreptococos geralmente são menores (puntiformes), e com halos de hemólise</p><p>total ou parcial (beta e alfa hemólise). Vale lembrar ainda que a diferenciação entre os</p><p>estreptococos e os estafilococos ocorre pela prova da catalase.</p><p>Testes de identificação de estafilococos10</p><p>Para a família Microccocacea, que engloba o gênero Staphylococcus, a</p><p>prova da catalase é geralmente positiva; já para a família Streptococcacea,</p><p>como os estreptococos, ela é negativa. Dessa forma, a enzima catalase que</p><p>converte o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio é produzida por esta-</p><p>filococos. O teste é realizado com uma gota de peróxido de hidrogênio a 3%</p><p>em uma pequena quantidade de crescimento bacteriano sobre uma lâmina.</p><p>A presença de bolhas indica positivo para catalase.</p><p>Um importante teste na identificação dos estafilococos de maior importân-</p><p>cia clínica é o teste da coagulase. O plasma de coelho com EDTA é misturado</p><p>com partes iguais de caldo de cultura ou crescimento de colônias em ágar,</p><p>sendo incubado a 37 °C. Se houver a formação de coágulos de uma a quatro</p><p>horas após a incubação, o resultado do teste é positivo. A coagulase é uma</p><p>enzima que provoca coagulação do plasma por ativação do fator plasmático à</p><p>protrombina, formando trombina. A trombina (uma serina protease) converte</p><p>o fibrinogênio em coágulo de fibrina. O S. aureus é considerado coagulase-</p><p>-positivos, enquanto o S. epidermidis e o S. saprophyticus são coagulase-</p><p>-negativos (BROOKS et al., 2014). A Figura 7 ilustra o teste de coagulase.</p><p>Figura 7. Teste de coagulase: tubo de cima inoculado com S.</p><p>aureus; tubo de baixo inoculado com S. epidermidis. A seta aponta</p><p>o plasma coagulado.</p><p>Fonte: Levinson (2016, p. 111).</p><p>11Testes de identificação de estafilococos</p><p>Outro teste utilizado na identificação de estafilococos é chamado de DNAse.</p><p>Essa prova permite verificar se a bactéria apresenta a enzima desoxiribonu-</p><p>clease, a qual degrada o ácido nucleico (DNA). O teste da DNAse é feito com</p><p>a inoculação de colônias em meio contendo DNA (DNAse test ágar), obtido</p><p>comercialmente. Os Staphylococcus aureus são identificados pela formação de</p><p>halo cor-de-rosa, indicando DNAase-positivos. O crescimento sem formação</p><p>de halo cor-de-rosa identifica Staphylococcus DNAse-negativos (epidermidis</p><p>e saprophyticus).</p><p>O S. aureus é conhecido por fermentar o manitol, diferentemente dos</p><p>Staphylococcus coagulase-negativos. Esse teste é útil em casos de amostras</p><p>biológicas contaminadas com microbiota mista, como urina, secreções, feridas</p><p>e exsudatos. Essas amostras podem ser cultivadas em meio que contenha</p><p>NaCl a 7,5%. O sal inibe a maior parte da microbiota normal, com exceção</p><p>do S. aureus. Portanto, de forma a isolar o S. aureus, utiliza-se ágar com</p><p>manitol hipertônico ou um meio cromogênico disponível comercialmente.</p><p>A degradação do manitol com a produção de ácido muda a cor do meio de</p><p>rosado para amarelo. Como os S. aureus normalmente fermentam o manitol,</p><p>as colônias são maiores e rodeadas de uma zona amarela.</p><p>Para distinguir entre o S. epidermidis e o S. saprophyticus, realiza-se o</p><p>teste de sensibilidade à novobiocina. A amostra é semeada de maneira seme-</p><p>lhante ao antibiograma em placa de Muller Hinton com a adição de um disco</p><p>teste de novobiocina contendo 5 μg. As amostras resistentes exibem zonas de</p><p>inibição de 6 a 12 mm, enquanto as suscetíveis apresentam halos de 16 mm</p><p>ou mais. As cepas de S. saprophyticus são resistentes, ao passo que as de S.</p><p>epidermidis são sensíveis.</p><p>BROOKS, F. et al. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26. ed. Porto Alegre:</p><p>AMGH, 2014. (Lange).</p><p>LEÃO, L. S. N. D. O. et al. Phenotyping of bacteria isolated in blood cultures from criti-</p><p>cal patients. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 40, n. 5, p. 537–540,</p><p>2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0037-</p><p>-86822007000500009&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 26 out. 2019.</p><p>LEVINSON, W. Microbiologia médica e imunologia. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.</p><p>(Série Lange).</p><p>Testes de identificação de estafilococos12</p><p>MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.</p><p>RIGATTI, F. et al. Bacteremias por Staphylococcus coagulase negativos oxacilina re-</p><p>sistentes em um hospital escola na cidade de Santa Maria, Estado do Rio Grande do</p><p>Sul. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 43, n. 6, p. 686–690, 2010.</p><p>Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v43n6/17.pdf. Acesso em: 26 out. 2019.</p><p>13Testes de identificação de estafilococos</p><p>Dica do professor</p><p>Fluxogramas aplicados ao isolamento e à detecção de estafilococos são rotineiramente utilizados</p><p>no laboratório de análises clínicas. Em algum momento, o setor de microbiologia dispõe de</p><p>diferentes métodos com o mesmo objetivo, e a escolha irá depender do laboratório que oferece o</p><p>exame.</p><p>Na Dica do Professor, você irá conhecer um método alternativo ou complementar ao teste da</p><p>coagulase, usado para a identificação de Staphylococcus aureus.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0e19ddb7b227a26af428e2c80b314310</p><p>Exercícios</p><p>1) A taxonomia é um sistema de classificação dos seres vivos e é muito utilizada na</p><p>microbiologia.</p><p>Com relação à classificação dos Staphylococcus, é correto dizer:</p><p>A) Espécie bacteriana pertencente à família Micrococcaceae.</p><p>B) Gênero bacteriano composto de três espécies de bactérias.</p><p>C) Pertencente ao gênero Staphylococcus aureus.</p><p>D) Gênero que inclui dezenas de espécies bacterianas.</p><p>E) Espécie que inclui os gêneros Planococcus e Micrococcus.</p><p>2) Algumas espécies de estafilococos podem viver na microbiota normal ou causar infecções</p><p>em humanos.</p><p>Em relação a essas espécies, é correto afirmar:</p><p>A) Staphylococcus aureus podem causar inflamações piogênicas com formação de abcessos, mas</p><p>espécies patogênicas não são encontradas na microbiota natural em humanos.</p><p>B) Staphylococcus epidermidis é encontrado em grande número na pele em humanos e está</p><p>associado às infecções do trato urinário em mulheres jovens.</p><p>C) Staphylococcus epidermidis faz parte da microbiota normal e é o agente causador de</p><p>frequentes intoxicações alimentares em humanos.</p><p>D) Staphylococcus saprophyticus pode fazer parte da microbiota e está relacionado com infecções</p><p>adquiridas em hospitais decorrentes do uso de dispositivos médicos.</p><p>E) Staphylococcus saprophyticus pode ser encontrado na mucosa do trato genital de mulheres</p><p>jovens e causar infecção do trato urinário.</p><p>Rita chegou à Unidade Básica de Saúde com lesão de pele caracterizada por um nódulo</p><p>avermelhado, endurecido com eritema, e área amarelada com pus no centro da lesão.</p><p>3)</p><p>Qual é o agente patogênico mais provável por causar essa lesão em Rita?</p><p>A) Staphylococcus epidermidis.</p><p>B) Staphylococcus aureus..</p><p>C) Estafilococos.</p><p>D) Staphylococcus saprophyticus.</p><p>E) Estreptococos.</p><p>4) Testes disponíveis na microbiologia podem ter grande utilidade no diagnóstico clínico-</p><p>laboratorial.</p><p>Com relação à função do teste da catalase, é correto dizer:</p><p>A) Amplamente utilizado para identificar espécies de estafilococos.</p><p>B) Teste usado para distinguir S. epidermidis de S. saprophyticus.</p><p>C) Prova realizada com o intuito de diferenciar estafilococos de estreptococos.</p><p>D) Principal teste presuntivo para identificação de Staphylococcus aureus.</p><p>E) Método utilizado para identificação de Staphylococcus saprophyticus.</p><p>5) Fluxogramas são aplicados rotineiramente no laboratório para identificação de estafilococos.</p><p>Qual é o provável microrganismo</p><p>identificado em resultados como: catalase positiva, DNAse</p><p>negativa, não fermentador de manitol e novobiocina resistente?</p><p>A) Staphylococcus saprophyticus.</p><p>B) Estreptococos.</p><p>C) Staphylococcus aureus.</p><p>D) Estafilococos.</p><p>E) Staphylococcus epidermidis.</p><p>Na prática</p><p>A intoxicação alimentar é uma condição clínica causada pela ingestão de água ou alimentos</p><p>contaminados por bactérias (Estafilococos, Salmonella, Shigella, E. coli, Clostridium) ou por suas</p><p>respectivas toxinas. Indivíduos mais vulneráveis, como crianças e idosos, podem ser os mais</p><p>acometidos. Em casos mais graves, pode haver desidratação, dor de cabeça e alterações na pressão</p><p>arterial. A recuperação ocorre em torno de dois dias, porém alguns casos podem levar mais tempo</p><p>ou exigir hospitalização.</p><p>É relativamente comum ocorrer esse tipo de episódio em algum momento na vida de muita gente,</p><p>como na de Luísa. Conheça, a seguir, a sua história.</p><p>Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Métodos de identificação de bactérias</p><p>Encontre aqui os principais métodos de detecção e identificação de bactérias de importância</p><p>médica.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Resistência microbiana</p><p>Aprenda sobre os principais mecanismos de resistência bacteriana já descritos na literatura.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Infecção generalizada por Staphylococcus aureus</p><p>Reportagem na sessão “Ciência e Saúde” no G1 descreve as principais características do</p><p>Staphylococcus aureus e seu papel na sepse em humanos.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_5_2004.pdf</p><p>http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/mecanismos.htm</p><p>https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/04/staphylococcus-aureus-entenda-o-que-e-a-bacteria-que-pode-causar-sepse-a-infeccao-generalizada.ghtml</p>

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