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<p>1</p><p>GRUPO DE ENSINO LUNA CARRASCOSA</p><p>Apostila de Hematologia</p><p>Professora Emannuelle Tavares</p><p>2</p><p>HEMATOLOGIA</p><p>É o ramo da biologia que estuda o sangue. Estuda seus elementos figurados: hemácias (glóbulos vermelhos</p><p>ou eritrócitos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas (trombócitos).</p><p>Estuda também a produção desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos (órgãos</p><p>hematopoiéticos). Além de estudar o estado de normalidade dos elementos sanguíneos e dos órgãos</p><p>hematopoiéticos e as doenças a eles relacionadas.</p><p>SANGUE</p><p>O sangue é um tecido líquido que circula dentro de um sistema fechado de vasos denominado sistema</p><p>circulatório. Ele é constantemente renovado. É composto por duas partes distintas:</p><p> Parte Líquida: Plasma ou soro;</p><p>Parte Sólida: Células (glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas).</p><p> Plasma: é a parte líquida do sangue não coagulado. Contém os fatores de coagulação. Contém também o</p><p>fibrinogênio, uma proteína importante no processo de coagulação do sangue;</p><p> Soro: é a parte líquida do sangue após a formação do coágulo. Não apresenta fibrinogênio. Apresenta sais</p><p>minerais, vitaminas, proteínas, lipídios, enzimas, hormônios, entre outros que são substâncias também</p><p>encontradas no plasma.</p><p>Funções</p><p> Transporte de gases e nutrientes, como glicose, aminoácidos, proteínas, lipídios, sais minerais até as células,</p><p>hormônios e eletrólitos (Sódio, potássio, cálcio, magnésio, etc.);</p><p> Defesa imunológica - leucócitos;</p><p> Coagulação;</p><p>Composição</p><p> 54%: plasma (parte líquida);</p><p> 1%: glóbulos brancos e plaquetas;</p><p> 45%: glóbulos vermelhos.</p><p>Em cada microlitro ou mm3 de sangue há aproximadamente:</p><p>4,5 a 6 milhões de hemácias;</p><p>150 a 400 mil plaquetas;</p><p>4 a 11 mil glóbulos brancos.</p><p>3</p><p>CÉLULAS DO SANGUE: ORIGEM E FUNÇÃO</p><p> Medula óssea: É o mais importante órgão de produção das células sanguíneas, pois lá estão as células tronco</p><p>que dão origem às células de linhagens mielóide e linfóide.</p><p> Hematopoiese: É o processo de nascimento das células sanguíneas, que ocorrem nos órgão hematopoiéticos</p><p>(medula óssea em adultos normais, baço e fígado em fetos e em pacientes em determinadas anemias graves);</p><p> ORIGEM</p><p> Célula mieloide: engloba os neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos;</p><p> Célula linfoide: engloba os linfócitos T e B.</p><p>4</p><p>Hemácias, glóbulos vermelhos ou eritrócitos</p><p>São as células mais abundantes no sangue. São anucleadas (seu núcleo é</p><p>perdido na diferenciação celular), bicôncavas (duas fases côncavas opostas) e</p><p>possuem hemoglobina, proteína que dá cor vermelha ao sangue. Apresentam</p><p>aproximadamente 120 dias de vida e são destruídas no fígado e baço.</p><p>A produção de hemácias é regulada para que haja um número adequado de</p><p>células para promover a oxigenação, pois elas são responsáveis pelas trocas gasosas</p><p>no organismo.</p><p>Em casos de altitudes elevadas e atividade física intensa, sua produção será</p><p>maior. Quando há uma baixa no número de hemácias, diminui o fornecimento de</p><p>O₂ para o tecido, causando a hipóxia (baixa concentração de O₂) que estimula os</p><p>rins (90%) e fígado (10%) a secretarem um hormônio chamado eritropoetina, que</p><p>uma vez liberado no sangue, perdura por 1 ou 2 dias, atuando na medula óssea,</p><p>estimulando a formação de hemocitoblasto, aumentando a produção de hemácias,</p><p>mantendo seu número constante, gerando uma alta de O₂.</p><p>A e B – Hemácias normais</p><p>Hemácias e a falta de núcleo</p><p>Os mamíferos são organismos homeotérmicos, ou seja, mantém seu corpo constantemente aquecido (em</p><p>torno de 37º C). Manter essa temperatura constante exige um grande gasto energético, o que significa que uma</p><p>maior concentração de oxigênio precisa ser transportada entre os tecidos. Dessa forma, a perda do núcleo em</p><p>mamíferos trouxe uma vantagem. Nas hemácias de outros animais, o núcleo ocupa grande espaço na célula, já em</p><p>hemácias de mamíferos, pode ser ocupado por maior quantidade de oxigênio. Além disso, hemácias anucleadas são</p><p>mais leves e, portanto, mais rápidas. Possuem também maior flexibilidade, facilitando sua movimentação através de</p><p>pequenos vasos sanguíneos.</p><p>5</p><p>ESTUDO DA HEMOGLOBINA</p><p>A hemoglobina (Hb) é uma proteína presente nos</p><p>eritrócitos. Dá ao sangue a característica viscosas e a cor</p><p>vermelha ao sangue. É responsável por transportar o</p><p>oxigênio (O2) dos pulmões para os tecidos e retorna com</p><p>gás carbônico (CO2) para os pulmões. Quando respiramos,</p><p>o O2 é levado dos pulmões ao sangue, de onde é</p><p>transportado para os tecidos pela hemoglobina.</p><p>A hemoglobina pode ser de diferentes tipos,</p><p>conforme a sua composição, estando presente em</p><p>diferentes quantidades ao longo da vida. Os valores das</p><p>hemoglobinas considerados normais são:</p><p>A: representa de 95% a 98% das hemoglobinas em um</p><p>indivíduo adulto;</p><p>A2: representa de 2% a 3% das hemoglobinas em um</p><p>indivíduo adulto;</p><p>Fetal: é predominante durante o período fetal, e sua síntese diminui após o nascimento. No adulto ela representa</p><p>entre 0,5% e 1% das hemoglobinas.</p><p>Curiosidade 1: A hemoglobina apresenta uma afinidade</p><p>química muito maior com o CO (monóxido de carbono) do que</p><p>com o O2. Assim, a oxigenação das células é comprometida na</p><p>sua presença. As moléculas de O2 são expulsos da hemoglobina,</p><p>o que atrapalha a entrega de oxigênio para as células.</p><p>Lentamente, a vítima morre asfixiada.</p><p>Curiosidade 2: Os hematomas são formados pelo escape de</p><p>eritrócitos aos tecidos. Isto geralmente ocorre pelo rompimento</p><p>de um ou mais vasos sanguíneos na ocorrência de uma lesão. A</p><p>degradação da hemoglobina se converte em pigmentos biliares,</p><p>e, estes, são responsáveis pela coloração amarelada dos</p><p>hematomas.</p><p>CÉLULAS DO SANGUE - LEUCÓCITOS</p><p>6</p><p>São também chamados de glóbulos brancos. Estas células produzidas da medula óssea são transportadas</p><p>pelo corpo através do sangue e estão na linfa, nos órgãos linfoides e em vários tecidos conjuntivos.</p><p>São classificados em polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e monomorfonucleares</p><p>(linfócitos e monócitos).</p><p>São classificados de acordo com a granulosidade do citoplasma e a quantidade de lóbulos nucleares. Sendo</p><p>divididos em dois grupos: granulócitos e agranulócitos.</p><p>São células esféricas e nucleadas, de tamanho maior que as hemácias. Fazem parte do sistema imunológico</p><p>e têm como principais funções proteger o corpo contra tumores, toxinas e infecções por microrganismo.</p><p>Eles podem atravessar a parede dos vasos sanguíneos e penetrar nos tecidos, fazendo a fagocitose, além de</p><p>produzir anticorpos.</p><p>Como respondem a estímulos químicos liberados pelas células danificadas ou por outros leucócitos, são</p><p>capazes de localizar tecidos danificados ou infectados por microrganismos, sendo cada tipo de leucócito responsável</p><p>por combater determinadas infecções. Entram em ação sempre que um vírus, uma bactéria, ou qualquer organismo</p><p>estranho entrar no corpo humano, eliminando-os e impedindo que provoquem problemas de saúde.</p><p>GRANULÓCITOS</p><p>NEUTRÓFILOS</p><p>São os mais numerosos, cerca de 70 % do total de</p><p>leucócitos. Tem uma vida média de 6 a 9h no sangue</p><p>periférico e 5 dias nos tecidos. Seu núcleo possui de 2-5</p><p>lóbulos. Quanto maior o número de segmentos, mais velha</p><p>é a célula. O citoplasma apresenta reação neutra em</p><p>corantes hematológicos.</p><p>Desempenham papel fundamental na resposta imune inata.</p><p>Têm propriedades de defesa contra microrganismos,</p><p>7</p><p>principalmente bactérias e fungos. É o primeiro a chegar ao local da infecção. Formam o “pus” que são neutrófilos e</p><p>bactérias mortas, restos celulares e líquido extracelular.</p><p>As células mais jovens são conhecidas por “bastonete”, devido ao núcleo não segmentado em forma de bastão.</p><p>Quando estamos infectados, a medula óssea aumenta rapidamente a produção de leucócitos e acaba lançando na</p><p>corrente sanguínea neutrófilos recém produzidos (bastões).</p><p>A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso,</p><p>não há tempo para esperar que essas células amadureçam. Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos</p><p>circulantes são bastões. A presença de um percentual maior de células jovens é um indicativo de um processo</p><p>infeccioso.</p><p>No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos de “desvio à esquerda”. Esta</p><p>denominação se refere ao processo de amadurecimento do neutrófilo.</p><p>Neutrofilia: É o aumento do número de neutrófilos. Acontece na maioria nas doenças infecciosas, porém, em</p><p>algumas, há neutropenia. A neutrofilia é constante nas doenças inflamatórias agudas e usual nas doenças</p><p>inflamatórias crônicas.</p><p>Neutropenia: É a diminuição do número de neutrófilos. Deve ser sempre interpretada com cautela, considerando-</p><p>se a contagem global de neutrófilos (bastonetes + segmentados). Tanto a neutrofilia como a neutropenia deve ser</p><p>acompanhada dos sinais clínicos do paciente.</p><p>“Em uma guerra, o exército não manda só os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que estão</p><p>disponíveis.”</p><p>BASÓFILOS</p><p>Normalmente em pequeno número, cerca de 0,5 a 1,0 % do total de leucócitos. Apresenta</p><p>dois núcleos que não é completamente observado, sendo encoberto por grosseiras granulações</p><p>densas e escuras, presentes no citoplasma. Têm receptores para imunogobulinas E. Liberam</p><p>histamina (contribui para as respostas alérgicas dilatando e permeabilizando os vasos sanguíneos,</p><p>facilitando a migração de eosinófilos) e heparina (previne a coagulacão do sangue no local). Está</p><p>ligado a processos alérgicos e inflamatórios. Promovem a atração de esinófilos.</p><p>Basofilia: Processos alérgicos e inflamatórios.</p><p>8</p><p>EOSINÓFILOS</p><p>Têm uma vida média de 4 a 8h no sangue periférico e até 12 dias em</p><p>tecidos. Apresentam núcleo bilobulado. Citoplasma preenchido por muitos</p><p>grânulos alaranjados. São atraídos para áreas inflamatórias por meio de</p><p>mediadores químicos liberados por vários tipos celulares. Estimula liberação de</p><p>histamina pelos basófilos. Atuam nas reações alérgicas e na defesa contra</p><p>parasitoses (vermes), liberando enzimas presente em seus grânulos. Estimula</p><p>liberação de histamina pelos basófilos.</p><p>Eosinofilia: infecções parasitárias e processos alérgicos.</p><p>AGRANULÓCITOS</p><p>LINFÓCITOS</p><p>Possuem tempo médio de vida que varia de semanas,</p><p>meses a anos. Possuem um núcleo regular e que ocupa quase</p><p>todo o volume da célula. Seu aumento pode ser indício de</p><p>infecção viral ou leucemia linfoide. Circulam no sangue e na</p><p>linfa e localizam-se por prazo variável nos órgãos linfoides, onde</p><p>podem ativar-se e proliferar em resposta a estímulos</p><p>imunológicos. Sua função é garantir imunidade aos organismos e</p><p>também são importantes no combate aos vírus e às células</p><p>cancerosas. Não é possível identificar cada um dos tipos de</p><p>linfócitos através da análise morfológica. São classificados em:</p><p>9</p><p> Linfócitos T - Formam-se na medula óssea e migram até o timo para o seu amadurecimento. Circulam cerca de</p><p>75% a 85% no sangue periférico;</p><p> Linfócitos B - Formam-se e amadurecem na medula óssea. Quando estimulados, transformam-se em</p><p>plasmócitos, produtores de anticorpos. Circulam cerca de 5% a 15% no sangue periférico;</p><p> NK - chamadas de células exterminadoras naturais. Possuem um papel importante no combate à células</p><p>tumorais e células infectadas por vírus, pois possuem atividade citotóxica contra elas. Destroem a célula,</p><p>ativando o mecanismo de apoptose (morte celular programada). Circulam cerca de 5% a 10% no sangue</p><p>periférico.</p><p>Linfocitose - é o aumento do número de linfócitos no sangue. Ocorre em numerosas infecções virais, raras</p><p>bacterianas e protozoóticas, e em respostas imunológicas.</p><p>Linfopenia - é a diminuição do número de linfócitos no sangue. Acontece na imunodeficiência e outras</p><p>situações. Tanto a linfocitose como a linfopenia deve ser acompanhada dos sinais clínicos do paciente.</p><p>MONÓCITOS</p><p>É uma das principais células mediadoras da resposta imune inata. Possuem um tempo de vida de apenas 8 a</p><p>18h na corrente sanguínea, saem dos vasos sanguíneos e diferenciando-se em macrófagos, que podem receber</p><p>outros nomes, dependendo de sua atividade ou localização. É o maior leucócito circulante com núcleo na forma de</p><p>rim ou ferradura. Quando se transformam em macrófagos, são ativos na fagocitose de microrganismos patogênicos.</p><p>Ocorre em infecções virais, leucemia relacionada aos monócitos e após quimioterapia.</p><p>PLAQUETAS: ORIGEM E FUNÇÃO</p><p>As plaquetas ou trombócitos são derivadas do citoplasma dos megacariócitos. Estes são células gigantes</p><p>produzidas na medula óssea, onde seu citoplasma se fragmenta, dando origem às plaquetas. Cada megacariócito</p><p>pode formar 3 mil plaquetas. Elas são responsáveis pela coagulação sanguínea.</p><p>10</p><p>Quando normais, vivem em média 10 dias, após são destruídas e retiradas de circulação pelo fígado e pelo</p><p>baço.</p><p>ANEMIAS</p><p>É uma anomalia caracterizada pela diminuição da concentração da hemoglobina dentro das hemácias e pela</p><p>redução na quantidade de hemácias no sangue. Isso resulta em uma redução da capacidade do sangue em</p><p>transportar o oxigênio aos tecidos. A hemoglobina, uma proteína presente nas hemácias, é responsável pelo</p><p>transporte de oxigênio dos pulmões para os demais órgãos e tecidos e de dióxido de carbono destes para ser</p><p>eliminado pelos pulmões.</p><p>A anemia pode ser branda, moderada ou grave, dependendo do grau de diminuição da contagem de</p><p>hemácias e dos níveis de hemoglobina. É um problema comum que afeta homens e mulheres de todas as idades. As</p><p>Anemias Carenciais representam um grupo de alterações no qual, apesar de não apresentar doença</p><p>específica há carência de elementos essenciais para produção de hemácias (ferro, Vitamina B12, etc.). As anemias</p><p>carenciais podem ocorrer em qualquer idade, sendo entretanto, mais frequente na criança devido à grande</p><p>necessidade de produção de células.</p><p>A carência alimentar e as perdas sanguíneas correspondem às causas mais frequentes de anemias carenciais.</p><p>Entre as causas de carência alimentar devemos ressaltar a ingestão deficiente de elementos ricos em ferro.</p><p>A principal fonte de ferro é a mioglobina de origem animal e nos de origem vegetal. No entanto, o</p><p>organismo humano tem uma capacidade muito maior de absorver o ferro de origem animal. A hemorragia</p><p>menstrual também causa anemia.</p><p>O diagnóstico de Anemia Carencial pode ser feito durante exames de rotina. Muitos pacientes com anemia</p><p>vão ao médico porque sentem sintomas de fadiga, falta de ar, ou simplesmente porque observaram palidez. Além</p><p>de deficiência de ferro, a dieta inadequada leva à carência de outros elementos essenciais, como vitamina B12, ácido</p><p>fólico e proteínas.</p><p>As anemias não são doenças contagiosas e nem apresentam um caráter pré maligno, ou seja, o</p><p>desenvolvimento de Leucemia ou outra malignidade não é decorrente de uma “anemia mal curada”.</p><p>11</p><p>O diagnóstico é feito através do hemograma. Num primeiro momento, o médico irá tratar como uma</p><p>anemia carencial. Quando a anemia se mostra persistente, apesar do tratamento, alguns pacientes podem</p><p>necessitar de uma consulta com o hematologista.</p><p>Além do hemograma, exames complementares podem ser necessários para esclarecer a causa da anemia.</p><p>Um exame chamado eletroforese de hemoglobina pode estar indicado nos casos cuja suspeita não seja de anemia</p><p>carencial, e sim de origem hereditária.</p><p>As anemias são classificadas, de acordo com a morfologia (usando índices hematimétricos), em microcíticas-</p><p>hipocrômicas, normocíticas-normocrômicas e macrocíticas ou, fisiopatologicamente, por falta de produção, excesso</p><p>de destruição (hemólise) ou perda de sangue.</p><p>Em alguns casos um mielograma ou aspirado de medula óssea pode estar indicado. É um exame onde se faz</p><p>a punção e coleta do sangue da medula óssea para verificar como está o funcionamento da produção do sangue</p><p>e</p><p>identificar doenças em que há interferências nesta produção, como leucemia, anemia, leucopenia ou plaquetopenia,</p><p>por exemplo. Geralmente os ossos em que é realizado o mielogramas são o esterno, ilíaco ou a tíbia.</p><p>Pode também ser necessário uma "biópsia de medula". Costuma ser feita para complementar o</p><p>mielograma. É feita no osso ilíaco ou tíbia. O mielograma e a biópsia são efetuados em casos especiais, não sendo</p><p>um exame de rotina para diagnóstico de anemias.</p><p> Anemia hemolítica - Em pessoas saudáveis, as hemácias duram cerca de 120 dias antes de serem descartados</p><p>pelo organismo. Na anemia hemolítica, os glóbulos vermelhos são destruídos (hemólise), por algum motivo,</p><p>antes do tempo normal, sem dar tempo de serem repostos pela medula óssea. Essa ruptura das hemácias pode</p><p>ser desencadeada pela ocorrência de processos infecciosos, por meio de determinados remédios, por problemas</p><p>autoimunes ou por hereditariedade. Além dos sintomas gerais de anemia, costuma haver icterícia e</p><p>esplenomegalia. Há aumento da bilirrubina indireta, por exagero da degradação da hemoglobina, superando a</p><p>capacidade hepática de eliminação.</p><p>MIELOGRAMA</p><p>12</p><p> Anemia ferropriva - é o tipo de anemia mais comum. A deficiência de ferro prejudica a eritropoese, o que</p><p>resulta na produção de hemácias com menor quantidade de hemoglobina no seu interior, portanto, com menor</p><p>volume e mais hipocrômicas. A hemoglobina apresenta moléculas de ferro em sua composição. As principais</p><p>causas da anemia ferropriva são fatores fisiológicos (gravidez, lactação, menstruação), fatores nutricionais (dieta</p><p>pobre em alimentos que contêm ferro) e fatores patológicos (parasitoses, doenças gastrintestinais e outras</p><p>doenças que alteram a absorção do ferro). No hemograma da anemia ferropriva, as alterações típicas são</p><p>anemia microcítica e hipocrômica, ou seja, VCM e CHCM diminuídos e o RDW, aumentado. Para a avaliação</p><p>laboratorial, os exames mais requisitados são: hemograma, ferro sérico, ferritina sérica, Capacidade total de</p><p>ligação ao ferro e saturação da transferrina.</p><p> Anemia megaloblástica - é causada pela deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico, em geral devido ao déficit</p><p>de alimentos de origem animal, especialmente leite, carnes e ovos (vitamina B12) e frutas, feijão, fígado, nozes e</p><p>vegetais verdes (ácido fólico). A anemia perniciosa é uma causa de anemia megaloblástica. É caracterizada pela</p><p>redução no número de glóbulos vermelhos no sangue devido à incapacidade do intestino absorver</p><p>adequadamente a vitamina B12. O corpo necessita da vitamina B12 para produzir os glóbulos vermelhos. Uma</p><p>proteína especial, denominada fator intrínseco, ajuda o intestino a absorver a vitamina B12. Essa proteína é</p><p>liberada pelas células do estômago. Quando o estômago não produz uma quantidade suficiente de fator</p><p>intrínseco, o intestino não é capaz de absorver adequadamente a vitamina B12. Toda anemia perniciosa é uma</p><p>anemia megaloblástica (presença de células vermelhas maiores que o tamanho normal). No hemograma, O</p><p>número de hemácias e os níveis de hemoglobina estão diminuídos. O VCM está alto, superior a 100 fL, podendo</p><p>chegar a 170 fL. Ou seja, macrocitose com VCM elevado e RDW aumentado. A confirmação diagnóstica ocorre</p><p>por meio dos valores diminuídos de vitamina B12 e ácido fólico.</p><p>13</p><p> Anemia aplástica - é uma doença rara que afeta a formação e o desenvolvimento de células do sangue. Ela faz</p><p>com que o corpo não produza glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas suficientes, tudo ao mesmo</p><p>tempo. Na linguagem médica, isso é chamado de pancitopenia. Diferentes doenças e condições podem impedir</p><p>nosso nossa medula óssea de produzir novas células sanguíneas de maneira saudável.</p><p>Paciente feminino, 41 anos, com anemia aplástica.</p><p>Hemácias: 0,65 milhões/microlito</p><p>Hemoglobina:1,9 g/dl</p><p>Hematócrito: 5,4%</p><p>Hemoglobinopatias</p><p> Anemia falciforme - Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos devido a uma mutação da</p><p>hemoglobina S. As hemácias perdem a forma arredondada e elástica e adquirem o aspecto de uma foice (daí o</p><p>nome falciforme) e endurecem, dificultando a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a</p><p>oxigenação dos tecidos. Os glóbulos vermelhos em forma de foice causam oclusão dos vasos sanguíneos e</p><p>consequentemente, má oxigenação, ocasionando morte dos tecidos. O diagnóstico é feito através do teste do</p><p>pezinho, realizado gratuitamente no bebê, teste de falcização de hemácias e eletroforese de hemoglobinas,</p><p>proporciona a detecção precoce da doença.</p><p>TESTE DE FALCIZAÇÃO DE HEMÁCIAS - evidencia a presença ou a ausência de Hb (hemoglobina) S nas</p><p>hemácias. O princípio é a indução da falcização por meio da desoxigenação da hemoglobina pela substância</p><p>redutora metabissulfito de sódio em um microambiente fechado, formado pelo espaço entre a lâmina e a lamínula.</p><p>PROCEDIMENTO - O procedimento é diluir em 100μL de solução fisiológica com 0,5% de metabissulfito de sódio.</p><p>Colocam-se 50μL de sangue total com anticoagulante EDTA na lâmina. Homogeneizar e cobrir a amostra com a</p><p>lamínula sem deixar bolha, vedando as bordas da lamínula com esmalte. Em seguida, coloca-se na placa de Petri com</p><p>gaze umedecida e tampa-se. Realizam-se leituras até 24h. Na presença de hemácias falcizadas, o resultado será</p><p>positivo. Caso não, o resultado será negativo.</p><p>14</p><p> Talassemia – É um tipo de anemia hereditária. Cada hemoglobina normal presente nas hemácias é</p><p>formada por dois tipos de proteínas – alfa e beta – unidas por um átomo de ferro. A talassemia</p><p>acontece quando há um defeito na produção dessas proteínas. As células humanas têm 23 pares de</p><p>cromossomos cada, totalizando 46 cromossomos. No cromossomo 11 temos a informação genética</p><p>para produzir a proteína beta e no cromossomo 16 para a proteína alfa.</p><p>A talassemia beta é o tipo mais frequente no Brasil, pode se manifestar de três formas: talassemia</p><p>maior, talassemia intermediária ou talassemia menor.</p><p>Na talassemia beta menor, os portadores apresentam apenas uma herança genética, que pode ter sido</p><p>adquirida do pai ou da mãe. O único sintoma aparente é uma leve anemia, e não há necessidade de</p><p>tratamento.</p><p>Na talassemia beta maior, é mais grave, pois seus portadores apresentam uma anemia severa, pois</p><p>suas hemácias duram menos tempo na corrente sanguínea, dificultando a entrega de oxigênio às</p><p>células.</p><p>O tratamento é feito com transfusão de sangue (a cada 20 dias aproximadamente) e medicamentoso</p><p>para retirar o excesso de ferro do corpo causado pelas transfusões de sangue.</p><p>O diagnóstico é feito através do hemograma, eletroforese de hemoglobina e teste molecular (PCR).</p><p>LEUCEMIAS</p><p>É uma doença originada na medula óssea,</p><p>local onde as células do sangue são produzidas.</p><p>Caracteriza-se pela produção excessiva e</p><p>inapropriada de células sanguíneas, ultrapassando</p><p>muito os valores normais.</p><p>Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda</p><p>não atingiu a maturidade sofre uma mutação</p><p>genética que a transforma em uma célula tumoral.</p><p>Essa célula anormal não funciona de forma</p><p>adequada. Estas células podem ter duas</p><p>características: ela pode se multiplicar mais rápido</p><p>que as outras células ou vivem por mais tempo, ou</p><p>seja, morrem menos, se acumulando na medula</p><p>óssea e atrapalhando a produção de células</p><p>sanguíneas normais.</p><p>Com o aumento das células tumorais, as</p><p>15</p><p>células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas. Como resultado, as pessoas não produzem</p><p>quantidades suficientes de células normais, causando: anemia, risco aumentado para infecções, sangramentos e</p><p>hematomas.</p><p>Na maioria dos casos há leucocitose (aumento do número de leucócitos), podendo se apresentar com mais</p><p>de 100 mil leucócitos/mm3.</p><p>Divide-se nas categorias mielóide e linfóide, de acordo com a célula envolvida. Pode ser agrupada de acordo</p><p>com a velocidade com que estas células se multilicam (aguda ou crônica).</p><p>Depois de instalada, a doença exige que o</p><p>tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.</p><p>A leucemia é classificada em aguda e crônica</p><p>Crônica: É mais comum em adultos e idosos. Caracteriza-se pelo crescimento de</p><p>células maduras no sague. Sinais e sintomas de evolução lenta.</p><p>Aguda: Caracteriza-se pelo crescimento rápido de células imaturas (blastos) no sangue.</p><p>Combinando as duas classificações (linfoide e mieloide), existem quatro tipos mais</p><p>comuns de leucemia:</p><p>Leucemia linfoide crônica (LLC): afeta os linfoblastos (linfócitos B e T jovens) e se</p><p>desenvolve de forma lenta. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da</p><p>doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças.</p><p>Leucemia linfoide aguda (LLA): afeta os linfoblastos (linfócitos B e T jovens) e se</p><p>desenvolve de forma rápida. É o tipo mais comum na infância, mas pode ocorrer</p><p>também em adultos;</p><p>Leucemia mieloide crônica (LMC): afeta os mieloblastos e se desenvolve de forma lenta. É mais comum em adultos.</p><p>Leucemia mieloide aguda (LMA): afeta os mieloblastos e se desenvolve de forma rápida. É mais comum em adultos.</p><p>O tratamento é feito através de quimioterapia (oral ou endovenosa) ou até mesmo transplante de medula óssea.</p><p>16</p><p>DIAGNÓSTICO - EXAMES LABORATORIAIS</p><p>O Hemograma é o principal exame a ser realizado quando há uma suspeita de anemia ou leucemia. O</p><p>mais importante em um hemograma, no que diz respeito a uma suspeita de anemia, é a avaliação da série</p><p>vermelha (glóbulos vermelhos) e da leucemia, da série branca (glóbulos brancos). Esta avaliação inclui a</p><p>determinação do número de hemácias, hematócrito, hemoglobina, do volume corpuscular médio (volume da</p><p>hemácia), hemoglobina corpuscular média (peso da hemácia) e concentração corpuscular média (concentração</p><p>da hemoglobina dentro de uma hemácia).</p><p>O exame do esfregaço sanguíneo e a contagem diferencial de glóbulos brancos fornecem dados importantes,</p><p>principalmente no diagnóstico da leucemia. Outros exames ajudam a determinar a causa da anemia e da leucemia e</p><p>orientar o tratamento.</p><p>HEMOGRAMA</p><p>É um exame onde a série vermelha e a série branca são analisados. Auxilia no diagnóstico de anemias,</p><p>infecções ou controlar a evolução de uma doença. Compreende o eritrograma, leucograma e a série</p><p>plaquetária. O sangue é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo. A coleta</p><p>pode ser feita a qualquer hora. Evite-se apenas coletá-lo após exercício físico, pois causa considerável</p><p>neutrofilia, e nas 2 horas que sucedem refeição rica em gordura. Em alguns casos, há necessidade de fazer a</p><p>análise específica (lâmina).</p><p>As células sanguíneas podem ser contadas manualmente ou por instrumentos automáticos, o que</p><p>atualmente é mais comum e prático.</p><p>17</p><p>VANTAGENS</p><p> Simplicidade;</p><p> Baixo custo;</p><p> Automático;</p><p> Muita informação.</p><p>Algumas células podem ser contadas de forma incorreta pelo processo automatizado. Alguns aparelhos não</p><p>contam células imaturas e podem levar a um erro quanto a um diagnóstico de leucemia. O esfregaço, porém, deve</p><p>ser avaliado por pessoal experiente.</p><p>A análise automatizada facilita o desempenho da rotina laboratorial e é a técnica mais utilizada, permitindo</p><p>contagens de eritrócitos, leucócitos e plaquetas ao mesmo tempo.</p><p>ERROS PRÉ ANALITICOS MAIS COMUNS:</p><p> Sangue coagulado:</p><p> Plasma derramado;</p><p> Sangue hemolisado;</p><p> Anticoagulante em excesso;</p><p> Sangue velho ou malconservado - entre 26 e 35°C = 4 horas, entre 8 e 25°C = 12 horas, entre 1 e 7°C = 24 a</p><p>36 horas. O laboratório deve ser informado da hora de coleta e das condições de transporte de materiais</p><p>recebidos. Em postos de coleta afastados, a coleta tardia (após a passagem do transporte diário) é possível:</p><p>coleta-se o sangue, distendem-se duas lâminas (identificadas e guardadas em caixa fechada, à temperatura</p><p>ambiente) e conserva-se o sangue em refrigerador até o transporte e o processamento na manhã seguinte.</p><p> Homogeneização incompleta da amostra.</p><p>ANÁLISES QUE COMPÕEM O HEMOGRAMA</p><p>1. Hematócrito;</p><p>2. Dosagem de Hemoglobina;</p><p>3. Contagem de glóbulos brancos e vermelhos;</p><p>4. Contagem diferencial dos leucócitos com observação da morfologia das hemácias;</p><p>5. Cálculo dos Índices Hematimétricos (VCM, HCM, CHCM e RDW);</p><p>6. Contagem de plaquetas;</p><p>7. Contagem de reticulócitos quando solicitados;</p><p>8. Velocidade de Hemossedimentação (VHS) quando solicitado.</p><p>Todas estas avaliações são resultados quantitativos das três séries: vermelha, branca e plaquetária.</p><p>Entretanto o hemograma deve abranger as análises qualitativas dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas que</p><p>consideram o tamanho, a forma celular, a coloração, etc.</p><p>Essas observações são fundamentais para auxiliar o diagnóstico clínico. Por exemplo: eritrócitos em forma</p><p>de foice no esfregaço sanguíneo indica relação com anemia falciforme; expressivo número de linfócitos pode estar</p><p>relacionado a viroses, etc.</p><p>O hemograma pode ser realizado utilizando equipamentos automatizados e a observação de lâminas.</p><p>Na análise microscópica é feita a contagem de eritrócitos, leucócitos (total e diferencial) em lâmina corada.</p><p>VOLEMIA</p><p>Volume de sangue existente no sistema circulatório;</p><p>Relacionado ao peso e idade do indivíduo;</p><p>Adulto : 4 a 6L de sangue no organismo. Aproximadamente 60mL por Kg de peso.</p><p>RN: 85mL por kg de peso.</p><p>18</p><p>SÉRIE VERMELHA</p><p> A análise da série vermelha é constituída pelas seguintes determinações básicas:</p><p> Hematócrito (Ht)</p><p> Volume Corpuscular Médio (VCM);</p><p> Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM);</p><p> Hemoglobina Corpuscular ou globular Média (HCM);</p><p> Coeficiente de variação de volume do glóbulo vermelho ao redor da média (RDW).</p><p>VALOR DE REFERÊNCIA DAS HEMÁCIAS: 4,5 a 6 milhões/microlitro ou mm3</p><p>HEMATÓCRITO</p><p>O Hematócrito (Ht) é uma técnica complementar ao hemograma que serve para avaliar a porcentagem dos</p><p>glóbulos vermelhos em relação ao plasma. As pessoas que vivem em altitudes mais elevadas possuem níveis mais</p><p>elevados de hematócrito, ou seja, os valores de Hb ou Ht são automaticamente ajustados dependendo da altitude.</p><p>Há a técnica manual (microhematócrito) e o hematócrito automatizado, onde é calculado com base no</p><p>número de hemácias e no VCM (Hm x VCM).</p><p>É determinado pela centrifugação de uma pequena amostra de sangue em tubo capilar e medido o volume</p><p>dos glóbulos vermelhos centrifugados como porcentagem de volume total.</p><p>Os valores são diferentes segundo o sexo. Os homens apresentam valores de hematócrito mais elevados</p><p>que as mulheres porque a testosterona estimula a produção renal de EPO (Eritropoetina) e, portanto, a produção de</p><p>glóbulos vermelhos.</p><p>Caso o valor seja inferior à média significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos e se for</p><p>superior, existe uma maior quantidade de glóbulos vermelhos para o volume de sangue.</p><p>Mulher: 36 – 48 %</p><p>Homem: 40 – 54 %</p><p>19</p><p>HEMATÓCRITO BAIXO</p><p>Se o hematócrito é ligeiramente baixo os sintomas são leves. Os riscos e complicações são causadas pela</p><p>falta de O2 (oxigênio) nas células do corpo porque um menor número de eritrócitos corresponde a uma menor</p><p>quantidade de hemoglobina circulante.</p><p> Anemia - A anemia causa uma redução significativa no número de glóbulos vermelhos. Quando a contagem dos</p><p>glóbulos vermelhos estiver muito baixa, ocorre uma forte diminuição nos níveis de hematócrito. Uma pessoa</p><p>com baixos níveis de hematócrito é considerada anêmica. O hematócrito entre 35 – 40 % é considerado um caso</p><p>leve de anemia, mas se o valor for inferior a 28% é preocupante;</p><p> Hemorragia - A hemorragia pode causar baixos níveis de hematócrito;</p><p> Medicamentos quimioterápicos - Os medicamentos de quimioterapia que são usados frequentemente para o</p><p>tratamento do câncer podem ter um impacto negativo sobre a contagem de glóbulos vermelhos. Estes</p><p>medicamentos são formulados</p><p>para matar células cancerosas, mas também podem destruir glóbulos vermelhos</p><p>saudáveis;</p><p> Deficiências nutricionais - A vitamina B12, o ferro e o ácido fólico são importantes para a produção de glóbulos</p><p>vermelhos. A falta desses nutrientes pode causar baixos níveis de células vermelhas no sangue e do</p><p>hematócrito;</p><p>HEMATÓCRITO ALTO</p><p> Desidratação - a desidratação diminui o nível do plasma no sangue. Quando a porcentagem de plasma é</p><p>reduzida, o corpo tem níveis elevados de hematócrito. Neste caso para restaurar o nível de hematócrito é</p><p>necessário beber bastante água;</p><p> Diarreia – reduz o volume de água do plasma e aumenta o volume das células vermelhas do sangue,</p><p>aumentando assim o nível de hematócrito;</p><p> Altitudes elevadas - altitudes elevadas (acima do nível do mar) a disponibilidade de oxigênio é reduzida em</p><p>comparação à altitude normal (ao nível do mar). Em tais circunstâncias, o corpo aumenta a produção de</p><p>glóbulos vermelhos, para atender a demanda de oxigênio;</p><p> Queimaduras - Uma queimadura grave pode reduzir muito a quantidade de plasma e pode aumentar a</p><p>contagem de glóbulos vermelhos no sangue;</p><p> Doping EPO – o hormônio chamado eritropoetina (EPO) é usado para tratamento da anemia, aumentando os</p><p>glóbulos vermelhos. No entanto, os atletas abusam desta substância para melhorar o desempenho. Aqueles</p><p>que praticam esporte e tomam altas doses de EPO produzem mais eritrócitos e portanto um maior nível de</p><p>hematócrito. Os benefícios e as vantagens de um elevado nível de hematócrito consistem em mais oxigênio no</p><p>sangue;</p><p>No hematócrito alto há riscos de uma pessoa ter coágulos sanguíneos (trombose venosa profunda), doença cardíaca</p><p>e derrame. Estas doenças podem ser fatais, especialmente se a pessoa também sofre de hipertensão (pressão alta).</p><p>20</p><p>PROCEDIMENTO</p><p> Primeiro colhe-se uma amostra de sangue em tubo contendo anticoagulante EDTA;</p><p> Depois coloca-se uma quantidade de sangue dentro do microcapilar;</p><p> Para isto basta encostar o microcapilar na posição horizontal, ligeiramente inclinado na amostra de sangue que</p><p>ele entra por capilaridade;</p><p> Após esse procedimento, um dos lados do tubo deve ser fechado. Para isso pode-se usar um selante ou</p><p>encostar a pontinha do microcapilar em uma chama (que pode ser um bico de bunsen). Com isso o vidro derrete</p><p>e sela uma das pontas;</p><p> Feito isso, deve-se levar o microcapilar a uma centrífuga de microhematócrito como esta da figura abaixo. A</p><p>parte selada fica voltada para fora. Centrifugar a 10.000 por 5 minutos;</p><p> Depois de centrifugado o microcapilar vai ficar como este da figura abaixo;</p><p> Coloca-se ele na posição vertical e faz-se a leitura a tabela, tabela ou cartela de leitura.</p><p>Para a leitura posiciona-se a extremidade inferior da camada de eritrócitos na linha 0 e a extremidade superior da</p><p>coluna de plasma na linha 100.</p><p>21</p><p>ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS</p><p>Os índices hematimétricos VCM, HCM e CHCM foram incluídos no hemograma nos anos 1940, mas ainda são</p><p>bastante utilizados na classificação de anemias. Esses três índices são calculados a partir da contagem de hemácias,</p><p>do hematócrito e da dosagem de hemoglobina. O RDW (distribuição do tamanho das hemácias – red cell distribution</p><p>width) é o outro índice hematimétrico que compõe o eritrograma, apenas fornecido pelos contadores hematológicos</p><p>automatizados. É muito importante observar a relação de coerência entre os níveis hematimétricos e os índices</p><p>eritrocitários e correlacionar com o estudo do esfregaço em caso de alterações.</p><p> VCM OU VGM (VOLUME CORPUSCULAR OU GLOBULAR MÉDIO)</p><p>Se refere ao volume das hemácias.</p><p>Se o VCM é elevado, as hemácias são maiores que o normal (macrocítica).</p><p>Se o VCM é baixo, as hemácias são menores que o normal (microcítica). Se o VCM estiver</p><p>normal, as hemácias estarão do tamanho normal (normocíticas). No entanto, uma pessoa</p><p>com hemácias normoctíticas também pode apresentar anemia se houver um número</p><p>pequeno de hemácias ou se os índices hematimétricos estiverem alterados. Sendo</p><p>chamado de anemia normocítica.</p><p>É calculado pela fórmula abaixo:</p><p>Valor de referência: 80 – 100 fl (fentolitros)</p><p>Ex.: CALCULE O VCM</p><p>Sexo feminino</p><p>Hb = 14,6g/dL</p><p>Ht = 48%</p><p>Hm = 5,7 milhões/microlitro ou mm3</p><p>Resposta: 84,2 fl - Normocítica</p><p> HCM ou HGM (Hemoglobina Corpuscular ou globular Média)</p><p>Indica o peso da hemoglobina por hemácia. Portanto, serve para avaliar a quantidade média de hemoglobina</p><p>na célula. Valores altos de HCM são encontrados em glóbulos vermelhos mais escuros (hipercrômica). Se o HCM</p><p>estiver baixo, as hemácias terão coloração mais clara (hipocrômica). Valores normais de HCM são encontrados em</p><p>glóbulos vermelhos de cor normal (normocrômicos). No entanto, uma pessoa com hemácias normocrômicas</p><p>também pode apresentar anemia. O resultado do HCM é dado em picogramas.</p><p>É calculado pela fórmula abaixo:</p><p>Obs. RBC = hemácias</p><p>Valor de referência: 30 a 33 pg (picogramas)</p><p>22</p><p>Ex.: CALCULE O HCM</p><p>Sexo feminino</p><p>Hb = 14,6g/dL</p><p>Ht = 48%</p><p>Hm = 5,7 milhões/microlitro ou mm3</p><p>Resposta: 25,6 pg - hipocrômica</p><p> CHCM OU CHGM (CONCENTRAÇÃO DA HEMOGLOBINA CORPUSCULAR OU GLOBULAR MÉDIA)</p><p>Se refere à concentração de hemoglobina em 100 mL de hemácias, ou seja, num volume de sangue.</p><p>Os dois valores (HCM E CHCM) indicam basicamente a mesma coisa, a quantidade de hemoglobina nas</p><p>hemácias. Valores baixos são vistos quando a hemoglobina está diluída dentro das hemácias (hipocrômica), como na</p><p>anemia por deficiência de ferro. Valores aumentados ocorrem quando a hemoglobina está mais concentrada dentro</p><p>das hemácias (hipercrômicas) e valores normais (normocrômicas).</p><p>É calculado pela fórmula abaixo:</p><p>Valor de referência: 31 – 36 g/dl</p><p>Ex.: CALCULE O CHCM</p><p>Sexo masculino</p><p>Hb = 10g/dL</p><p>Ht = 30%</p><p>Hm = 5,0 milhões/microlitro ou mm3</p><p>Resposta: 33 g/dl - Normocrômica</p><p> RDW (red cell distribution width) - Coeficiente de variação de volume do glóbulo vermelho</p><p>É um índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias (anisocitose).</p><p>Quando este está elevado significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando. Isso pode</p><p>indicar hemácias com problemas na sua morfologia (poiquilocitose). É muito comum RDW elevado, por exemplo, na</p><p>carência de ferro, onde a falta deste elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando à formação de</p><p>uma hemácia de tamanho reduzido. Quando o valor é abaixo do valor de referência, normalmente não apresenta</p><p>significado clínico, somente se além do RDW outros índices estiverem também abaixo do valor normal, como o VCM,</p><p>por exemplo.</p><p>É vista praticamente em quase todas as anemias, sendo bastante inespecífica.</p><p>Valor de referência Varia entre 11,5 – 14,5%</p><p>23</p><p>POIQUILOCITOSE</p><p>O eritrócito normalmente possui a forma de um disco bicôncavo. Quando visto de frente apresenta uma</p><p>região central mais clara (halo) do que a da zona periférica.</p><p>Dá-se o nome de poiquilocitose às alterações morfológicas dos eritrócitos.</p><p> CONTAGEM DE RETICULÓCITOS</p><p>A contagem de reticulócitos é usada para determinar se a medula óssea está respondendo de modo</p><p>adequado às necessidades do corpo.</p><p>Costuma ser pedida junto com a contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito. Quando há elevação</p><p>do número de hemácias, do hematócrito e da hemoglobina, a contagem de reticulócitos pode ser usada para</p><p>determinar a intensidade da produção excessiva de hemácias.</p><p>O sangue tem 1 reticulócito para cada 100 eritrócitos. A presença de grande quantidade de reticulócitos</p><p>no sangue periférico é um sinal de que a medula óssea está jogando na corrente sanguínea, células jovens. Assim a</p><p>contagem de reticulócitos é usada para avaliar a capacidade da medula óssea em produzir novos eritrócitos. É</p><p>pedida também para avaliar a anemia.</p><p>Este método tem por princípio revelar a presença de RNA ribossomal formados por</p><p>finos filamentos no</p><p>interior das hemácias. Eles são observados por meio do corante azul de cresil brilhante, com base na observação e</p><p>na contagem microscópica.</p><p>24</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>A amostra usada é o sangue total coletado com EDTA, isento de hemólise. Homogeneizar a amostra e</p><p>pipetar 50μL do sangue do paciente e 50μL do corante azul de cresil brilhante. Colocar a mistura em um tubo de</p><p>ensaio e homogeneizar. Coloca-se o material em banho-maria a 37°C por 15min. Após o término do tempo em</p><p>banho-maria, homogeneizar e fazer o esfregaço. Depois da secagem da lâmina, analisa-se por meio do microscópio</p><p>óptico. Conta-se a quantidade de reticulócitos em cinco campos de, aproximadamente, 100 hemácias.</p><p>Valores de referência 0,5 a 1,5%</p><p>VELOCIDADE DE HEMOSEDIMENTAÇÃO (VHS)</p><p>VHS significa a velocidade com que os glóbulos vermelhos se separam do “plasma” e se depositam no fundo</p><p>de um tubo de sangue com anticoagulante EDTA ou citrato de sódico 3,8%.</p><p>É um exame indireto de medir a presença de inflamação.</p><p>Vale lembrar que o VHS não é um exame que não diagnostica doenças, mas sugere a possibilidade de</p><p>inflamação e, assim, a existência de algumas patologias.</p><p>Isso acontece porque ele é um indicador direto de que o fígado está produzindo mais fibrinogênio, que é</p><p>uma proteína produzida por ele em grande quantidade quando o organismo passa por um processo inflamatório.</p><p>Onde há inflamação, existe a produção de proteínas que se aderem às hemácias e elevam a velocidade de</p><p>hemossedimentação. Mas outras proteínas também são capazes de alterar a velocidade da queda das hemácias,</p><p>como o imunoglobulinas (anticorpos), albumina e paraproteínas (produzidas por cânceres do sangue). Atualmente,</p><p>o uso de VHS como auxílio diagnóstico está restrito à doenças das articulações.</p><p>MÉTODO DE WESTERGREEN</p><p> Coleta:</p><p>Jejum não obrigatório</p><p>Sangue com anticoagulante</p><p>Volume mínimo: 2ml</p><p>Sem hemólise ou coagulação</p><p>PROCEDIMENTO</p><p> Homogeneizar o tubo por inversão</p><p> Preencher a pipeta graduada</p><p> Colocar a pipeta no suporte</p><p> Marcar o tempo, sendo que a pipeta deve permanecer no suporte por 1h</p><p> Efetuar a leitura em mm, na escala da pipeta, após o tempo demarcado, ao nível de separação de plasma de</p><p>hemácias.</p><p>25</p><p>Os valores de referência do exame VHS são diferentes para o homem, mulher ou criança.</p><p>Nos homens: após 1h - até 10 mm3/h;</p><p>Nas mulheres: após 1h - até 20 mm3/h;</p><p>Crianças: após 1h – 13 mm3/h.</p><p>Compatível com o Método de Westergreen.</p><p>Resultado em 30 minutos.</p><p>SÉRIE PLAQUETÁRIA</p><p>Promovem a coagulação, ou seja, a formação de um coágulo hemostático em locais de comprometimento</p><p>vascular.</p><p>Sua contagem é feita pelo método automático e é o mais importante teste de rastreamento da função</p><p>plaquetária.</p><p>Os erros mais comuns em uma contagem automática são: aparelhos mal calibrados e problemas na coleta do</p><p>sangue. A coleta é muito importante, homogeneização inadequada do sangue entre outros problemas podem</p><p>fazer com que as plaquetas se agrupem e ao realizar a contagem em aparelhos, seu número estará diminuído.</p><p>Qualquer distúrbio que interfira na ação das plaquetas é denominado trombocitopatia. Dentre os mais</p><p>conhecidos estão as trombocitopenias (diminuição do número de plaquetas). Geralmente, quando evidente, está</p><p>associada a episódios como petéquias, equimoses, hematomas e sangramento anormal (hemorragia). É a patologia</p><p>mais frequente relacionada às plaquetas. Já a trombocitose (aumento do número de plaquetas), problemas que</p><p>alteram o processo de hemostasia.</p><p>Sua ausência no sangue compromete a coagulação, podendo dar origem à sérias hemorragias. Já na</p><p>trombocitose, há um aumento anormal da quantidade de plaquetas. Nesses casos, muitos coágulos são formados e</p><p>o fluxo sanguíneo não ocorre normalmente. Os trombos formados por coagulação excessiva podem obstruir artérias</p><p>e causar, dentre outro problemas, o infarto do miocárdio.</p><p>Objetivos</p><p> Avaliar a produção ou utilização de plaquetas.</p><p> Diagnosticar ou monitorar trombocitose ou trombocitopenia.</p><p>Valores de referência</p><p> Adultos: 150 mil a 400 mil /microlitro ou mm³</p><p>26</p><p>SÉRIE BRANCA: LEUCOGRAMA</p><p>O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos.</p><p>A contagem global é a que determina o número total de leucócitos. A contagem diferencial é a que</p><p>determina os leucócitos específicos.</p><p>A leucocitose refere-se ao aumento dos glóbulos brancos. Geralmente está acima de 11.000/ mm³. As</p><p>principais causas são: infecção/inflamação, traumatismo e leucemia/ linfoma. A leucocitose com neutrofilia é uma</p><p>das anormalidades mais comuns, sendo clinicamente, muitas vezes, acompanhada de febre consequente da</p><p>liberação de mediadores químicos.</p><p>Já a leucopenia é a diminuição da quantidade de leucócitos para valores abaixo de 4.000/ mm³. Geralmente</p><p>resulta de redução do número de neutrófilos (neutropenia). As principais causas de leucopenia são uso de fármacos</p><p>que afetam a produção de leucócitos, terapêuticas imunossupressoras e síndromes de imunodeficiência, bem como</p><p>situações neoplásicas.</p><p>Objetivos</p><p> Determinar infecção ou inflamação;</p><p> Determinar a necessidade de testes adicionais, como, por exemplo, o diferencial de leucócitos ou a biópsia de</p><p>medula óssea;</p><p> Monitorar a resposta à quimioterapia e medicamentos.</p><p>O exame da série branca compreende:</p><p> Contagem total de leucócitos (CTL)</p><p> Contagem diferencial de leucócitos (CDL) - Neutrófilos (Bastonetes e Segmentados), Eosinófilos, Basófilos,</p><p>Linfócitos e Monócitos (lâmina)</p><p> A contagem diferencial de cada leucócito é emitida em % (valor relativo) e em mil/microlitro ou mm3 (valor</p><p>absoluto).</p><p>Método: automatizado, com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.</p><p>Valores de referência CTL</p><p> 4 mil a 11 mil/microlitro ou mm3</p><p> Valores abaixo de 4 mil: leucopenia</p><p> Valores acima de 11 mil: leucocitose</p><p>27</p><p>Valores de referência CDL</p><p>Basófilos: 0 a 220/ mm3; 0 a 2%</p><p>Eosinófilos: 40 a 550/ mm3 ; 1 a 5%</p><p>Linfócitos: 600 a 4.400/ mm3; 15 a 40%</p><p>Monócitos: 80 a 880/ mm3; 2 a 8%</p><p>Neutrófilos: 1.520 a 7.700/ mm3; 38 a 70%.</p><p>Neutrófilos bastonetes: 80 a 550/mm3; 2 a 5%</p><p>Tanto a leucocitose como a leucopenia não são doenças, mas sim o indicativo de que algum problema está</p><p>acontecendo no corpo.</p><p>CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS (CDL)</p><p>É a contagem de 100 leucócitos em esfregaço sanguíneo, diferenciando-os segundo suas variedades morfológicas.</p><p>ESFREGAÇO SANGUÍNEO</p><p> Colocar uma gota de sangue total em uma</p><p>lâmina limpa e seca.</p><p> Com o auxílio de outra lâmina, colocar a gota</p><p>de sangue em contato com sua borda,</p><p>formando um ângulo de 45°.</p><p>28</p><p> Esfregar uma lâmina sobre a outra rapidamente, antes que o sangue seque ou coagule;</p><p> Identificar a lâmina pela cabeça do esfregaço com o auxílio de um lápis;</p><p> Fazer a coloração.</p><p>Condições para um bom esfregaço sanguíneo</p><p> Delgado – as células devem estar estendidas em uma única camada sem superposição, nem formação de</p><p>grumos;</p><p> Completo - a gota de sangue deve ser distendida na sua totalidade. Deve-se levar em consideração que num</p><p>esfregaço as partes mais ricas em elementos citológicos são as bordas.</p><p>A distensão de lâminas com gotas de sangue da ponta da agulha, era recomendada por alguns patologistas</p><p>clínicos para que as células sempre fossem vistas ao microscópio sem alterações causadas pelo anticoagulante. O</p><p>atraso na sequência da coleta, o desvio da atenção dos coletores e o aumento do risco de acidentes, fazem preferir-</p><p>se, hoje, a distensão de lâminas a partir do sangue com anticoagulante. Deve ser feita, sempre que possível, antes</p><p>de 4 horas da coleta e no máximo 6 horas. Se o transporte do ponto de coleta para um laboratório central</p><p>demandar maior prazo, torna-se necessário distendê-las na origem.</p><p>No transporte, lâminas já distendidas não devem ficar no ambiente refrigerado junto com as amostras, pois</p><p>podem hemolisar</p><p>pela umidade. Deve-se embrulhá-las e transportá-las separadamente. O sangue transportado</p><p>deve ter recepção preferencial no laboratório de destino de modo a passar imediatamente à seção técnica para</p><p>processamento. Esta importante recomendação não costuma ser respeitada.</p><p>COLORAÇÃO DO ESFREGAÇO</p><p>Para a técnica de esfregaço sanguíneo é utilizada uma mistura especial de corantes</p><p>para tingir todas as células sanguíneas. Existem muitas variações como a coloração de</p><p>Leishman ou may grunwald giemsa.</p><p>A mistura de corantes inclui um corante básico (azul de metileno), que cora as</p><p>estruturas de azul e um corante ácido (eosina), que cora as estruturas em rosa alaranjado. A</p><p>afinidade das estruturas celulares por corantes específicos ou por combinações de corantes</p><p>dessa mistura proporciona uma visualização diferenciada das células sanguíneas, permitindo</p><p>a coloração simultânea do núcleo e citoplasma das células.</p><p>Enquanto o corante básico confere cor azul aos núcleos, grânulos dos basófilos e</p><p>fracamente os grânulos dos neutrófilos, a eosina confere cor rosa-alaranjado aos grânulos</p><p>citoplasmáticos dos eosinófilos.</p><p>O Panótico Rápido é composto por 1 fixador e 2 soluções corantes para coloração</p><p>rápida em hematologia. É a mais usada no laboratório hematológico devido à sua rapidez,</p><p>porém, deixa a lâmina com algumas limitações de leitura.</p><p>Corante básico → cora estruturas ácidas (ácido desoxirribonucleico - DNA - núcleo</p><p>das células);</p><p>Corante ácido → cora estruturas básicas.</p><p>29</p><p> Primeiro fixa-se a lâmina com metanol (frasco 1) por alguns segundos, logo após mergulha-se algumas vezes no</p><p>frasco de eosina (frasco 2) e depois no azul de metileno (frasco 3).</p><p> Enxague em água corrente e deixe secar.</p><p>A lâmina deve ser lida em objetiva de imersão (100 X) com uma gota de óleo, de acordo com as informações</p><p>abaixo.</p><p>Embora isso seja amplamente recomendado, sabe-se que vários profissionais preferem fazer a leitura</p><p>diferencial em aumento de 40X. Este procedimento é inadequado pois pode ocultar estruturas celulares</p><p>importantes.</p><p>30</p><p>MICROSCOPIA</p><p> Contagem diferencial</p><p> Morfologia das hemácias</p><p>Para identificar cada um dos leucócitos, utilize os seguintes critérios morfológicos:</p><p> Tamanho da célula;</p><p> Relação núcleo/citoplasma;</p><p> Características do citoplasma (cor, presença ou ausência de grânulos, cor e tamanho dos grânulos);</p><p> Características do núcleo (forma, cor, “desenho” do núcleo).</p><p>COAGULOGRAMA</p><p>É um conjunto de exames que visa uma análise geral da hemostasia sanguínea do paciente, ou seja, avaliar a</p><p>coagulação sanguínea, tanto dentro, quanto fora do vaso. Muito utilizado e pré requisito em exames pré</p><p>operatórios.</p><p>HEMOSTASIA: Mecanismo que garante o equilíbrio entre a coagulação excessiva (trombose) e a hemorragia.</p><p>ELEMENTOS: Endotélio (camada interna dos vasos sanguíneos), Plaquetas, Proteínas (fatores de coagulação),</p><p>Anticoagulantes naturais (heparina) e Sistema fibrinolítico (coágulo de fibrina).</p><p>Elementos que participam da hemostasia :</p><p>Endotélio (camada interna dos vasos sanguíneos),</p><p>Plaquetas,</p><p>Proteínas (fatores de coagulação),</p><p>Anticoagulantes naturais (heparina)</p><p>Sistema fibrinolítico (coágulo de fibrina)</p><p>A fluidez do sangue depende da:</p><p> Integridade do endotélio;</p><p> Velocidade do fluxo sanguíneo;</p><p> Presença de heparina, anticoagulante natural</p><p>produzido pelos mastócitos e basófilos;</p><p>CONTADOR DE CÉLULAS</p><p>MICROSCÓPIO ÓPTICO</p><p>31</p><p>Os três mecanismos envolvidos na hemostasia são:</p><p> Resposta vascular;</p><p> Atividade plaquetária;</p><p> Coagulação do sangue.</p><p>Sabe-se que a função básica da circulação é nutrir os tecidos. Então, para que os nutrientes, gases,</p><p>hormônios, anticorpos, etc., sejam distribuídos ou removidos dos tecidos é necessário que o sangue possa fluir</p><p>dentro dos vasos. Assim, a fluidez sanguínea deve ser mantida de modo que se evite o extravasamento de sangue e</p><p>também a deposição intravascular de células e substâncias formando um coágulo (trombo). O extravasamento de</p><p>sangue é o que origina as hemorragias e a formação de trombos pode ocluir um vaso. Com isso, o tecido que se</p><p>encontra depois do local ocluído vai sofrer falta de oxigênio.</p><p>Então, quando o sangue escapa do interior forma-se um coágulo. Este é o fenômeno normal da hemostasia,</p><p>que compreende um conjunto de mecanismos que visam interromper a perda de sangue.</p><p>A hemostasia é o resultado da ação conjunta de três mecanismos principais e independe da causa da leãop</p><p>do vaso sanguíneo, que pode ser consequência de trauma, ruptura espontânea do tecido ou um processo cirúrgico.</p><p>Os três mecanismos devem atuar em perfeita harmonia para que a hemostasia seja completa. A ausência ou</p><p>a disfunção de qualquer um dos mecanismos torna a hemostasia deficiente e perpetua a perda sanguínea.</p><p>Assim, deve haver um equilíbrio que evite o extravasamento ou perda de sangue e a formação de trombos.</p><p>A esse equilíbrio chamamos hemostasia.</p><p>Quando nos cortamos, o tecido lesionado libera um dos fatores de coagulação, o colágeno que é encontrado</p><p>no epitélio para avisar que algo está acontecendo - Acorda!</p><p>A partir daí começa o processo de coagulação sanguínea com a participação das 3 fases da hemostasia.</p><p>HEMOSTASIA PRIMÁRIA - VASOS E PLAQUETAS</p><p> Os vasos sanguíneos são recobertos internamente por uma camada de células chamado endotélio, e</p><p>logo abaixo deste, temos uma camada rica em colágeno. A integridade desse endotélio pode garantir o</p><p>perfeito funcionamento do mecanismo de hemostasia. Porém, quando um vaso sanguíneo é</p><p>lesionado, para que seja contido o extravasamento de sangue, inicia-se uma série de reações.</p><p> Uma dessas reações é a vasoconstrição, ou seja, diminui o fluxo sanguíneo.</p><p> Com a liberação do colágeno, as plaquetas são ativadas imediatamente para impedir o sangramento. E</p><p>o aglomerado delas, formam um tampão. Nas lesões menores, o agregado de plaquetas é o suficiente</p><p>para impedir o sangramento.</p><p>32</p><p>Quando se trata de hemorragias pequenas, o tampão de plaquetas pode ser suficiente para parar a</p><p>hemorragia. No entanto, por vezes ele apenas dá um contributo inicial e é necessário continuar o trabalho até parar</p><p>a hemorragia. É aqui que se inicia a cascata da coagulação.</p><p>FORMAÇÃO DO COÁGULO</p><p>A modificação de um conjunto de proteínas do plasma constitui o mecanismo final da hemostasia, que se</p><p>forma um coágulo no local da lesão do vaso. Essas proteínas são denominadas fatores de coagulação. O coágulo</p><p>então, é o resultado de alterações complexas nos fatores de coagulação, cuja etapa final é a transformação do</p><p>fibrinogênio em fibrina.</p><p>A fibrina é um importante fator da coagulação produzido pelo fígado e a fibrina é a matriz proteica do</p><p>coágulo. Esta forma um emaranhado semelhante a uma rede, na qual ficam retidas as plaquetas e as hemácias que</p><p>participam da composição do coágulo.</p><p>Após qualquer lesão vascular, o coágulo começa a ser formado em 15 a 20 segundos. Em cerca de 3 a 6</p><p>minutos, a lesão do vaso é completamente ocluída pelo coágulo.</p><p>FATORES DE COAGULAÇÃO</p><p>Os fatores de coagulação são proteínas do plasma que circulam do sangue sob a forma inativa, exceto o fator</p><p>IV (cálcio). Quando um vaso é lesado, uma série de reações complexas leva a ativação dos fatores de coagulação,</p><p>resultando na formação de um coágulo de fibrina. Os fatores da coagulação são numerados de I a XIII.</p><p>A CASCATA DE COAGULAÇÃO</p><p>Seu objetivo é transformar o sangue num gel com consistência gelatinosa para parar uma hemorragia. O</p><p>termo cascata é utilizado porque existe uma sucessão de acontecimentos (reações químicas) até à formação do</p><p>coágulo final. Os principais mediadores na cascata da coagulação são os fatores de coagulação( proteínas presentes</p><p>no sangue).</p><p>33</p><p>De uma forma muito simples o que acontece em cada etapa é que um fator na sua forma inativa é ativado e</p><p>convertido numa enzima capaz de atuar e permitir</p><p>a passagem para o patamar seguinte. Ou seja, todos os fatores</p><p>são necessários para que a cascata chegue ao fim.</p><p>No final, depois de todos os fatores de coagulação terem sido ativados, vamos ter um coágulo sanguíneo</p><p>reforçado por uma substância chamada fibrina que tem o aspeto de uma rede. A fibrina permite fazer um reforço</p><p>bastante eficaz do coágulo sanguíneo impedindo que o sangue continue a sair para o exterior do vaso sanguíneo.</p><p>HEMOSTASIA SECUNDÁRIA - FATORES DE COAGULAÇÃO</p><p> Acontece quando os componentes do plasma chamados fatores de coagulação formam fios de fibrina, que</p><p>fortalecem o tampão plaquetário.</p><p> A via intrínseca ocorre no interior dos vasos sanguíneos. Inicia-se quando o sangue entra em contato com</p><p>regiões da parede do vaso em alguma lesão;</p><p> A via extrínseca ocorre quando o sangue extravasa dos vasos para os tecidos conjuntivos.</p><p> Independente se o processo de coagulação se dá através da via extrínseca ou intrínseca, o resultado será a</p><p>formação do coágulo.</p><p>HEMOSTASIA TERCIÁRIA - FIBRINÓLISE</p><p> Após a formação do trombo (coágulo), o mesmo deve ser removido para o reestabelecimento do fluxo</p><p>sanguíneo. Nessa etapa, há o processo que realiza gradualmente a remoção dos depósitos de fibrina através de</p><p>uma enzima chamada plasmina.</p><p>34</p><p>COAGULOPATIAS</p><p>Ocorrem quando os fatores de coagulação se perdem, estão danificados, ou quando o número ou função das</p><p>plaquetas está debilitado. As coagulopatias incluem distúrbios de coagulação e hemorragia. Nas hemorragias, o</p><p>sangue não coagula rápido o suficiente, resultando em um sangramento contínuo ou excessivo. Nos distúrbios de</p><p>coagulação, o sangue coagula muito rápido e pode resultar na formação de coágulos nas veias ou artérias.</p><p>Geralmente resultam de: algumas são herdadas (hemofilia), deficiência de vitamina K, trombocitopenias, maior</p><p>fragilidade da parede dos vasos, alteração dos fatores de coagulação (maioria produzida no fígado, associar com</p><p>hepatopatias) enquanto outras se desenvolvem devido a alguma doença ou tratamento com determinados</p><p>medicamentos.</p><p>Em geral, a avaliação inicial do paciente com distúrbios da hemostasia começa com a análise do</p><p>coagulograma (tempo de protrombina - TAP, tempo de tromboplastina parcial ativada – PTT ou TTPa, Prova do laço,</p><p>Tempo de Sangramento, Tempo de Coagulação) e da contagem plaquetária. Dependendo dos achados desses</p><p>simples testes, outros poderão ser solicitados, até chegar-se ao diagnóstico final.</p><p>EXAMES LABORATORIAIS DA PRIMEIRA ETAPA DA</p><p>HEMOSTASIA</p><p>Os métodos laboratoriais para o diagnóstico das desordens hematológicas são divididos em dois grupos. O</p><p>primeiro corresponde aos testes que avaliam o primeiro momento do sistema hemostático no qual atuam os vasos</p><p>sanguíneos e as plaquetas. O segundo corresponde aos testes que avaliam o segundo momento no qual atuam os</p><p>fatores da coagulação.</p><p>Para avaliar o primeiro momento de hemostasia, os principais exames são:</p><p> Prova do laço;</p><p> Tempo de sangramento;</p><p> Tempo de coagulação;</p><p> Contagem de plaquetas (hemograma)</p><p>PROVA DO LAÇO OU FRAGILIDADE CAPILAR</p><p>Serve para avaliar fragilidade capilar. É muito útil nos casos de suspeita de dengue, mas não dá diagnóstico.</p><p>Se houver hemorragia, a prova é descartada, confirmando o diagnóstico.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p> Desenhar um quadrado com 2,5 cm2 de altura e largura no braço do paciente e garroteá-lo durante cinco</p><p>minutos nos adultos e três minutos em crianças.</p><p> Contar o número de petéquias no quadrado. A prova do laço será positiva se houver 20 ou mais petéquias em</p><p>adultos e 10 ou mais em crianças.</p><p> Se a prova do laço se apresentar positiva antes do tempo para adultos e crianças, ela pode ser interrompida.</p><p>35</p><p>TEMPO DE SANGRAMENTO (TS)</p><p>Este exame depende da elasticidade das paredes dos vasos e da capacidade funcional das plaquetas.</p><p>Tem a finalidade de estimar a resposta das plaquetas a uma lesão dos tecidos e a capacidade de</p><p>vasoconstrição e coagulação.</p><p>Normalmente se usa o método de Duke, onde, após a assepsia, é usado uma lanceta para perfurar a borda</p><p>do lóbulo da orelha ou a polpa digital.</p><p>A cada 30 segundos, com o auxílio de uma gaze, limpar o local sem tocar na incisão e sem comprimir, até a</p><p>parada do sangramento.</p><p>Valores normais ocorrem entre 1 a 3 minutos.</p><p>TEMPO DE COAGULAÇÃO (TC)</p><p>O tempo de coagulação tem por finalidade avaliar os</p><p>fatores da via intrínseca da coagulação e detectar alterações no</p><p>sistema global da coagulação, principalmente no fibrinogênio.</p><p>É um exame que mede o tempo necessário para que o sangue</p><p>coagule “in vitro”. Avalia o tempo necessário para o</p><p>estabelecimento completo da coagulação sanguínea.</p><p>O tempo de coagulação pode estar prolongado em</p><p>diversas coagulopatias como: deficiência de fibrinogênio,</p><p>hemofilia, hepatopatia severa, deficiência de vitamina K,</p><p>trombocitopenia.</p><p>PROCEDIMENTO:</p><p> Fazer a punção venosa;</p><p> Disparar o cronômetro, assim que o sangue entrar na</p><p>seringa;</p><p> Em 1 tubo de ensaio colocar 1 ml de sangue e apertar com as mãos para simular a temperatura do corpo. A</p><p>cada 30 segundos observar se o sangue coagulou. Quando houver a coagulação completa, desligar o</p><p>cronômetro e anotar o tempo de coagulação (TC = ? Minutos e ? Segundos)</p><p>Valor Normal: de 5 a 10 minutos.</p><p>36</p><p>EXAMES LABORATORIAIS DA SECUNDA ETAPA DA</p><p>HEMOSTASIA</p><p> TAP;</p><p> PTT ou TTPa;</p><p> Dosagem de fibrinogênio.</p><p>TEMPO DE ATIVIDADE DA PROTROMBINA – (TAP)</p><p>O tempo de protrombina é realizado adicionando-se ao plasma com citrato, um fator tecidual (tromboplastina).</p><p>É um exame realizado no tubo de citrato que avalia a capacidade de coagulação da via extrínsica, ou seja, fora da</p><p>circulação sanguínea. É assim chamada porque um dos fatores da coagulação que a compõe não está presente na</p><p>circulação sanguínea. É a tromboplastina, que é liberada quando o vaso sanguíneo é lesado. O cálcio é importante</p><p>para ocorrer este processo, por isso utiliza-se como reagentes o cálcio e a tromboplastina.</p><p>Considerando que a protrombina é convertida em trombina, a adição de cálcio produz a coagulação do plasma,</p><p>juntamente com a vitamina k que está no sangue. O tempo entre a adição do cálcio e a coagulação é chamado</p><p>tempo de protrombina.</p><p> A protrombina é uma proteína inativa do plasma sanguíneo, que participa da coagulação.</p><p> É sintetizada no fígado, onde é transformada em trombina.</p><p> Esta, participa da transformação do fibrinogênio em fibrina, constituindo-se em elemento fundamental da</p><p>chamada "cascata de coagulação";</p><p> A amostra deve ser centrifugada a 3.000 rpm por 10 minutos.</p><p> O exame é utilizado sempre que surgem sangramentos, hematomas frequentes, avaliação do risco cirúrgico ou</p><p>quando há suspeitas de problemas no fígado.</p><p> Além disso, o exame também é usado por pacientes que tomam anticoagulantes orais para avaliar o efeito dos</p><p>medicamentos, permitindo adequar suas doses.</p><p> O TAP consiste na determinação do tempo de coagulação do plasma com citrato, após</p><p>a adição de tromboplastina e cálcio à 37°C, ou seja, o TAP é o tempo necessário para a formação de fibrina a</p><p>mistura de tromboplastina, plasma e cálcio.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p> Pré aquecer as amostras do paciente e controle a 37ºC, de 2 a 3 minutos em banho maria;</p><p> Em tubos de ensaio colocar 200 ul do reagente Nº 1 e incubá-lo a 37ºC de 4 a 5 minutos;</p><p> Pipetar 100 ul da amostra do paciente e controle para os tubos contendo o reagente Nº 1 e disparar o</p><p>cronômetro;</p><p> Deixar os tubos no banho maria, agitando-o vagarosamente;</p><p> Remover os tubos, incliná-los e observar a formação de um coágulo. Parar imediatamente o cronômetro e</p><p>registrar o tempo.</p><p>VALORES DE REFERÊNCIA</p><p> O valor de referência do tempo de protrombina deve variar entre 10 e</p><p>14 segundos.</p><p> O tempo de protrombina aumentado indica que existe algum problema</p><p>que está dificultando a coagulação do sangue, ou seja, quanto maior</p><p>for o TAP, menor</p><p>será a concentração de protrombina. Como em casos</p><p>de deficiência de fibrinogênio, doenças hepáticas,</p><p>pacientes que fazem uso de anticoagulantes orais e deficiência de vitamina K.</p><p>37</p><p>RNI (RELAÇÃO NORMALIZADA INTERNACIONAL)</p><p>Como são utilizados diferentes tipos de fator tissular (tromboplastina) nos reagentes de TAP, a OMS</p><p>(Organização Mundial da Saúde) preconizou o uso do RNI para padronizar mundialmente o resultado obtido durante</p><p>o teste. Isso significa que o resultado do RNI é praticamente o mesmo se usado em diferentes laboratórios no</p><p>mundo inteiro.</p><p>TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA (PTT ou TTPa)</p><p> A tromboplastina é uma substância presente nos tecidos e no interior das plaquetas tendo um papel</p><p>fundamental no processo de coagulação.</p><p> É o exame para avaliação da via intrínseca (dentro do vaso), exceto as plaquetas. É formada por fatores</p><p>essencialmente circulantes, ou seja, estão dentro da circulação sanguínea.</p><p> A amostra deve ser centrifugada a 3.000 rpm por 10 minutos.</p><p> É usado para monitorar o uso de anticoagulantes, como a heparina intramuscular, avaliação pré-operatória e</p><p>diagnóstico das coagulopatias.</p><p> Consiste na determinação do tempo de coagulação do plasma com citrato, após a adição de cálcio e fosfolipídio.</p><p> Um ativador plasmático (ácido elágico) é usado como substituto das plaquetas.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p> Pré aquecer 100 ul das amostras do paciente e controle em tubos de ensaio a 37ºC por 2 minutos em banho</p><p>maria;</p><p> Pipetar 100 ul do reagente Nº 1 e incubá-lo a 37ºC de 2 a 3 minutos;</p><p> Pipetar 100 ul do reagente Nº 2 (pré aquecido a 37ºC), disparando simultaneamente o cronômetro;</p><p> Deixar os tubos no banho maria, agitando-o vagarosamente;</p><p> Remover os tubos, incliná-los e observar a formação de um coágulo. Parar imediatamente o cronômetro e</p><p>registrar o tempo.</p><p>VALORES DE REFERÊNCIA</p><p>O valor de referência do tempo de tromboplastina deve variar entre 27 e 38 segundos.</p><p>https://www.infoescola.com/sistema-circulatorio/coagulacao-do-sangue/</p>

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