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<p>PODER JUDICIÁRIO</p><p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO</p><p>Gabinete do Desembargador Erik de Sousa Dantas Simões</p><p>31 AI 0456966-0</p><p>1</p><p>1ª Câmara de Direito Público</p><p>Agravo de Instrumento nº 0456966-0 (NPU nº. 0012475-81.2016.8.17.0000)</p><p>Agravante: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS</p><p>Agravado: Antônio da Silva Filho</p><p>Relator: Des. Erik de Sousa Dantas Simões</p><p>DECISÃO INTERLOCUTÓRIA</p><p>Trata-se de Agravo de Instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto pelo</p><p>Instituto Nacional do Seguro Social, face à decisão proferida pelo Juiz da 1ª Vara de</p><p>Acidentes de Trabalho da Capital, Dr. Carlos Antônio Alves da Silva, que, nos autos da Ação</p><p>Acidentária nº 0009910-58.2016.8.17.2001, concedeu o pedido da tutela provisória de</p><p>urgência para que o INSS procedesse com a implantação do auxílio-doença acidentário por</p><p>acidente de trabalho do segurado.</p><p>Inconformado com a decisão, o INSS interpôs o presente agravo de instrumento sob a</p><p>alegação de que não se faz presente a verossimilhança necessária para a concessão do</p><p>provimento antecipatório, tendo em vista que não há o preenchimento dos requisitos previstos</p><p>no art. 59 da Lei nº 8.213/91 para a concessão do benefício.</p><p>Aduziu que a decisão impugnada merece reforma, pois a concessão do benefício</p><p>aconteceu sem a contraprova médica idônea, ou seja, perícia médica oficial, a infirmar o</p><p>posicionamento exarado pelo médico da autarquia previdenciária.</p><p>Requer a autarquia previdenciária, então, que seja concedido o efeito suspensivo ao</p><p>presente recurso, tornando sem efeito a decisão proferida na primeira instância.</p><p>É o breve relatório. Passo a analisar o Pedido de Efeito Suspensivo.</p><p>Exercendo o Juízo de admissibilidade recursal, verifico que a decisão atacada</p><p>antecipou a tutela requerida na inicial, hipótese que autoriza a interposição do Agravo de</p><p>Instrumento. O presente recurso atende às disposições constantes nos artigos 1.015 e 1.017 do</p><p>Código de Processo Civil de 2015.</p><p>A concessão do efeito suspensivo ao agravo de instrumento está prevista no art. 1.019,</p><p>I, c/c art. 995, parágrafo único do CPC/2015:</p><p>PODER JUDICIÁRIO</p><p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO</p><p>Gabinete do Desembargador Erik de Sousa Dantas Simões</p><p>31 AI 0456966-0</p><p>2</p><p>Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído</p><p>imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator,</p><p>no prazo de 5 (cinco) dias:</p><p>I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela,</p><p>total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;</p><p>Art. 995. (...)</p><p>Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão</p><p>do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de</p><p>difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento</p><p>do recurso.</p><p>Resta, então, neste momento, a análise da probabilidade de provimento do recurso e a</p><p>existência de risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, em decorrência do</p><p>cumprimento da decisão recorrida.</p><p>No caso vertente, a tutela de urgência foi concedida para determinar que o INSS</p><p>procedesse com a implantação do auxílio-doença por acidente do trabalho, espécie 91, com o</p><p>alerta à referida autarquia de que o não cumprimento do contido no decisório em espeque</p><p>acarretaria imposição de multa diária a ser implantada pelo juízo.</p><p>Compulsando os autos, verifica-se que o segurado é trabalhador portuário e exerce</p><p>suas atividades no Porto do Recife, contratado pelo OGMO, na função de Arrumador</p><p>Portuário Avulso. Consoante se depreende dos documentos de fls. 12 e 13, o autor é portador</p><p>de Hipertensão Arterial Crônica (CID 10-I 15.0 + I 15.1), acentuada e rebelde a</p><p>medicamentos, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica com exacerbação aguda não</p><p>especificada - DPOC (CID 10 J 44.1), com crises periódicas, principalmente quando exposto</p><p>a poeira, ruptura do músculo deltoide esquerdo, com dor intensa na região, quando exerce</p><p>trabalho de manipulação de objetos pesados, Espondiloartose em todo segmento da coluna</p><p>cervical (CID 10 M 47.8) dorsal e lombo sacra (CID 10 S 33).</p><p>O INSS reconheceu a impossibilidade para o exercício da atividade laboral habitual</p><p>pelo autor, quando concedeu, administrativamente, o auxílio-doença acidentário, espécie 91,</p><p>com início em 01/08/2014 e término em 29/02/2016, conforme se infere do documento de fl.</p><p>18v.</p><p>PODER JUDICIÁRIO</p><p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO</p><p>Gabinete do Desembargador Erik de Sousa Dantas Simões</p><p>31 AI 0456966-0</p><p>3</p><p>Deste modo, o nexo de causalidade, entre o infortúnio e a atividade laboral exercida já</p><p>pode ser verificado, mesmo em sede de cognição sumária, tendo em vista que o auxílio-</p><p>doença acidentário foi reconhecido, administrativamente, pela autarquia previdenciária.</p><p>Cumpre salientar que o segurado logrou êxito em comprovar, através do atestado</p><p>médico acostado às fls. 12, emitido em 08 de junho de 2016, que não se encontra, no</p><p>momento, em condições de exercer suas atividades habituais, demonstrando a permanência da</p><p>moléstia.</p><p>As circunstâncias fáticas narradas, bem como a documentação médica acostada são</p><p>suficientes para configurar a probabilidade do direito, em sede de cognição sumária, à</p><p>concessão do pleito provisório de urgência referente ao restabelecimento do auxílio-doença</p><p>acidentário, espécie 91, principalmente, porque, não há outra forma de comprovar a situação</p><p>do agravado que não seja mediante laudos dos médicos particulares que o acompanham em</p><p>seu tratamento.</p><p>Ademais, condicionar a concessão provisória de benefício com natureza alimentar à</p><p>realização prévia de perícia judicial confrontaria o princípio da dignidade da pessoa humana,</p><p>pois jogaria o segurado a própria sorte, em momento de incapacidade laboral.</p><p>A jurisprudência deste e. Tribunal de Justiça tem se pronunciado reiteradamente pelo</p><p>restabelecimento do auxílio-doença acidentário em casos congêneres, levando em</p><p>consideração que o referido benefício deverá ser concedido a fim de que, diante de</p><p>enfermidades laborais temporárias, o trabalhador possa realizar o tratamento de saúde</p><p>adequado até seu definitivo restabelecimento, sem desprover sua família do essencial à</p><p>sobrevivência.</p><p>Desta feita, o INSS extinguiu o benefício prematuramente, sem avaliar as queixas</p><p>apresentadas pelo autor ou, ao menos, encaminhá-lo ao procedimento da reabilitação previsto</p><p>em lei para a recolocação em outra atividade compatível com sua atual condição.</p><p>Assim, agiu com acerto o magistrado de primeiro grau, no sentido de deferir a tutela</p><p>antecipada requerida, determinando ao INSS que proceda com a implantação do auxílio-</p><p>doença por acidente de trabalho ao segurado.</p><p>Pelo exposto, ausentes os requisitos constantes do art. 1.019, inciso I, c/c art. 995,</p><p>parágrafo único, do Código de Processo Civil/2015, indefiro o pedido de efeito suspensivo.</p><p>PODER JUDICIÁRIO</p><p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO</p><p>Gabinete do Desembargador Erik de Sousa Dantas Simões</p><p>31 AI 0456966-0</p><p>4</p><p>Determino a intimação do agravado para, querendo, contrarrazoar o presente recurso,</p><p>atentando-se ao prazo legal do dispositivo 1.019, inciso II, do CPC/2015.</p><p>Oficie-se ao juízo de primeiro grau informando o conteúdo desta decisão.</p><p>Em seguida, com ou sem resposta, remetam-se os presentes autos a Procuradoria de</p><p>Justiça Cível, conforme determinado no artigo 1.019, inciso III, do CPC/2015.</p><p>Após, voltem os autos conclusos.</p><p>Publique-se.</p><p>Cumpra-se.</p><p>Recife, 18 de outubro de 2016.</p><p>Des. Erik de Sousa Dantas Simões</p><p>Relator</p>

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