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Proteção contratual do consumidor II

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DISCIPLINA: DIREITO DO CONSUMIDOR
PROF.: ANA LECTÍCIA
AULA 8
TEMA: Proteção contratual do consumidor II. Fase da formação contratual. Contratos adesivos (art. 54). Interpretação das cláusulas contratuais (arts. 46/54 CDC). Contratos à distância (art. 49). Contratos de Planos de Saúde – Aplicação da Lei 9.656/98. Diálogo das fontes.
Art.46. Revela o princípio da oportunização contratual e a necessidade do consentimento refletido nas contratações de consumo. Visa permitir que o consumidor tome conhecimento prévio e efetivo das cláusulas contratuais (princípio da transparência) e, atue conscientemente no mercado de consumo.
	Assim, nos termos do artigo em análise, os contratos de consumo só obrigarão os consumidores quando: lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento anterior do seu conteúdo e, se não forem redigidos de modo a dificultar a compreensão do seu sentido e alcance.
Art.47. Trata-se de regra hermenêutica, pela qual as dúvidas e o contrato como um todo, devem ser interpretados de maneira mais favorável ao consumidor. Difere do art.423 do CC, uma vez que tem aplicação restrita aos contratos de adesão.
Art.48. Reflete o princípio da vinculação, também analisado no art.30, CDC. Por esta concepção, o fornecedor é compelido ao dever de prestar aquilo que ofertou ao consumidor. Possibilita, inclusive, o pedido de execução específica da oferta: art.84, CDC.
Art.49. CONTRATOS À DISTÂNCIA. Características:
Relação de consumo estabelecida fora do estabelecimento comercial, cujo rol é meramente exemplificativo, vale dizer, engloba os contrato pela TV, telefone, Internet, catálogos, por reembolso postal, etc. 
Obs.) Importante registrar que já há jurisprudência no sentido de que, excepcionalmente, também seria possível o direito de arrependimento para os contratos celebrados no próprio estabelecimento, desde que o consumidor tenha sofrido forte pressão psicológica para a aquisição do produto, que o coloca em situação desvantajosa, impedindo-o de refletir e manifestar livremente a sua vontade;
Possibilita o direito de arrependimento do consumidor de forma imotivada; há uma presunção de insatisfação e surpresa;
Possui prazo de reflexão (decadencial) de sete dias;
Contagem do prazo: art.132, CC. Conta-se a partir da assinatura do contrato ou do ato do recebimento do produto ou serviço. (ex. contrato assinado num dia e produto entregue depois: o prazo contará da efetiva entrega);
Devolução das quantias pagas: monetariamente atualizadas, bem como as despesas de envio, frete e outros encargos, em regra, por conta do fornecedor (risco negocial da empresa).
Art.50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. Aquela é um plus em favor do consumidor, mera faculdade, liberalidade do fornecedor adotada na livre iniciativa visando a competitividade no mercado; deve ser feita por escrito (vide crime do art.74, CDC). Já esta é obrigatória e inderrogável pela vontade das partes, bem como independe de termos expresso, a teor do disposto no art.24, CDC.
Art.54. CONTRATOS ADESIVOS. Características: 
Prévia e unilateralmente elaborados pelo fornecedor;
Ofertados uniformemente e em caráter geral;
Modo de aceitação: simples adesão do aderente-consumidor à vontade do ofertante;
Vide conceito legal do art.54, que revela a existência de duas espécies de contratos de adesão, as quais, segundo Orlando Gomes se traduziriam nos chamados contratos de adesão (restrito aos casos de impossibilidade de rejeição das cláusulas preestabelecidas, a exemplo das estipulações unilaterais do poder público) e por adesão (demais estipulações que não seja irrecusáveis pelo aderente).
Ë possível cláusula de resolução (§2o, art.54), alternativa (resolução ou manutenção), cuja escolha pertencerá ao consumidor, com devolução dos valores pagos, descontadas as vantagens auferidas (§2o, parte final, art.53).
Vide a recente Lei nº 11.785 de 22 de setembro de 2008 que alterou o parágrafo terceiro deste artigo, para definir o tamanho mínimo da fonte em contratos de adesão.
O parágrafo 4o do artigo vertente, possibilita a cláusula limitativa, desde que seja redigida em destaque (ex. caracteres de cor diferente; tarja preta em volta da cláusula; fonte e tamanho de letra diferente, em itálico ou negrito, etc). De registrar-se que tal limitação não pode ser abusiva (ex. cláusula que limita tempo de internação em UTI por apenas 15 dias nos contratos de plano de saúde – Verbete 302 do STJ).
Contratos de Planos de Saúde – Aplicação da Lei 9.656/98. Diálogo das fontes.
Também incide a lei do consumidor, vide art. 3º, § 2º que menciona expressamente que as atividades securitárias;
Cuida-se de típico contrato de adesão (art. 54)
É possível cláusula limitativa de risco (consoante § 4º do art. 54), desde que não seja abusiva, ferindo o rol do art. 51 do CPDC.
O artigo 47 permite uma interpretação mais favorável ao consumidor.
Vide as Portarias da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça que tratam das cláusulas consideradas abusivas nestes contratos, ampliando o rol exemplificativo do artigo 51 do CDC.

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