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<p>LINGUAGEM E INTERPRETAÇÃO</p><p>1-1 Teoria da comunicação: elementos da comunicação</p><p>1. Relembrando a situação descrita no desafio desta unidade de aprendizagem, você precisa participar de uma entrevista com o seu superintendente, para pleitear uma ascensão profissional. Em uma situação como essa, todas as alternativas abaixo configuram-se como ruídos que podem prejudicar o seu desempenho na comunicação, EXCETO:</p><p>E. Vestir-se formalmente e falar quando for solicitado, procurando se ajustar ao contexto da entrevista.</p><p>A roupa é um tipo de código e, como tal, fala sobre nós. Em situações de entrevistas, deve-se usar roupa formal, adequada ao negócio da empresa.</p><p>Não se deve usar smoking em situações de entrevista, por mais imponente que seja o cargo. Essa vestimenta é adequada a festas.</p><p>A linguagem informal não é a mais indicada para a situação de comunicação em pauta, a não ser que o entrevistador assim o determine.</p><p>O atraso em situações de entrevista pode denotar descompromisso do entrevistado. Ponto negativo, portanto.</p><p>É equivocado pensar que a aproximação física pressupõe convencimento do interlocutor, pelo contrário, pode ser constrangedor para ambos.</p><p>2. Você tem bastante conhecimento e experiência na área de formação de cooperativas e foi convidado pelo presidente de uma comunidade da cidade de Recife a conceder uma palestra a 15 moradores, que têm aptidão para o artesanato e precisam se organizar para promover o desenvolvimento das pessoas e do lugar. Nessa situação de comunicação, você deve:</p><p>C. Usar a linguagem o mais próximo possível da praticada pelo público-alvo.</p><p>Em todo processo de comunicação, o emissor é o responsável por adequar a linguagem à do seu receptor.</p><p>Uma palestra não deve se estender tanto. Um encontro de quatro horas já deve ser considerado um minicurso, no qual se incluem oficinas e participação ativa do público.</p><p>O uso da linguagem técnica impedirá a comunicação entre você e o auditório, pois dificilmente será compreendido.</p><p>Não é necessário usar microfone para um público de 15 pessoas. Isso poderá distanciá-lo das pessoas.</p><p>Considerando que a roupa também é linguagem, a vestimenta fina poderá afastá-lo do público, que é mais humilde e, provavelmente, estará vestido com simplicidade.</p><p>3. Você presenciou uma criança de três anos colocando o dedinho na tomada da sala e se assustou com o perigo que ela correu. Para evitar que um acidente grave venha a acontecer, você deve alertar a criança. Marque a alternativa que revela a linguagem mais adequada a essa interação:</p><p>A. Agacha-se, olha nos olhos da criança e explica-lhe as consequências da ação que ela praticou.</p><p>Ao falar com uma criança pequena, é aconselhável aproximar-se e conversar seriamente, explicando o fato e colocando-se, fisicamente, no mesmo nível dela.</p><p>4. Márcio e a namorada estão completando dois anos de namoro e ele vai aproveitar a ocasião para pedi-la em casamento, por meio de uma música, em um restaurante romântico escolhido a dedo para a ocasião. Marque a opção que apresente ERRO ao identificar o elemento da comunicação que compõe o evento.</p><p>D. Canal – as alianças que o Márcio escondeu até o momento do pedido.</p><p>O canal é a voz do Márcio, por meio da qual a mensagem será proferida em forma de música.</p><p>5. Ao estudar esta Unidade de Aprendizagem, estamos construindo um processo de comunicação. Nesse processo, podemos considerar que é errado dizer que:</p><p>B. A mensagem é a sua intenção com este texto.</p><p>A mensagem é o conteúdo da Unidade de Aprendizagem, não a intenção de quem lê, embora esta faça parte da construção do sentido.</p><p>1-2 Teoria da comunicação: funções da linguagem</p><p>1. Leia o texto a seguir e, depois, assinale a opção que indica a função de linguagem preponderante do texto.</p><p>Lei contra a palmada: governo coloca os pais no banco dos réus.</p><p>Com uma simples canetada, o presidente Lula empurrou os pais e educadores brasileiros para o banco dos réus. Foi o que se passou no último dia 14, quando o Presidente da República assinou a mensagem que encaminha ao Congresso Nacional um projeto de lei para proibir a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes. (IPCO, 2010)</p><p>C. Referencial.</p><p>O texto enfatiza as informações referenciais e contextuais. O que acontece, onde, como, quando, com quem...</p><p>2. Você se encontra com um colega de trabalho no corredor da empresa e diz: “Oi, Paulo! Tudo bem?” E ele responde: “Tudo bem! E você?”.</p><p>Esse evento comunicativo enfatizou o canal de comunicação, já que o cumprimento foi apenas uma forma de “testar” o canal de comunicação oral.</p><p>Quando isso ocorre, dizemos que a função da linguagem é:</p><p>A. Fática.</p><p>O elemento mais forte, nos casos de função fática, é o próprio canal.</p><p>3. Você precisa escrever uma crônica intitulada “Felicidade: um estilo de vida” para ser divulgada no jornal da faculdade. A editora do jornal pediu para você se esmerar no uso dos recursos literários. ,Isso significa que você realçará:</p><p>D. A mensagem, pois se trata de um texto poético.</p><p>Um cronista se dedica ao modo de trabalhar a mensagem, brincando com as palavras e explorando a mensagem esteticamente.</p><p>4. Bizarro: 1. gentil, nobre, generoso. 2. Bem-apessoado, bem-parecido, garboso. 3. Vestido com elegância; bem vestido. 4. Fanfarrão, jactancioso. 5. Extravagante, esquisito. (Aurélio Buarque de Holanda).</p><p>A função de linguagem preponderante no verbete acima é:</p><p>B. Metalinguística.</p><p>A linguagem do dicionário é o código explicando o próprio código.</p><p>5. Ao encaminhar o currículo para o escritório Habeas Data, o recém-formado advogado, Paulo Alcântara, resolveu escrever uma carta com dois objetivos: encaminhar o currículo e fazer a sua apresentação sucinta, no intuito de convencer o receptor de que ele é o candidato adequado para preencher uma vaga existente.</p><p>Para atender a esses dois objetivos, ele deverá ressaltar, respectivamente:</p><p>E. As informações referenciais e o receptor.</p><p>O advogado deve realçar o conteúdo referencial (encaminhamento do currículo), bem como tentar convencer o receptor/empregador a tomá-lo como melhor opção para preencher a vaga existente.</p><p>2-1 Estratégias de leitura - leitura textual ou literal</p><p>1.Para responder à questão a seguir, acesse o texto: As lições da Finlândia para o Brasil, disponível no link a seguir:</p><p>Ao identificar informações literais do texto, é possível extrair a seguinte informação verdadeira:</p><p>D. As informações contextuais são: São Paulo, 24 de maio de 2013, quando da visita da diretora do Ministério da Educação da Finlândia ao Brasil.</p><p>Sendo o contexto informações como: onde e quando, as informações dadas são contextuais.</p><p>2. Para responder à questão a seguir, acesse o texto: As lições da Finlândia para o Brasil, disponível no link a seguir:</p><p>Pode-se afirmar que o gênero discursivo representado por essa matéria jornalística é:</p><p>E. Artigo de opinião.</p><p>O artigo de opinião reúne dados coletados que são apresentados como argumentos que sustentam o posicionamento do autor.</p><p>3. Para responder à questão a seguir, acesse o texto: As lições da Finlândia para o Brasil, disponível no link a seguir:</p><p>Trata-se de uma informação literal do texto:</p><p>A. O segredo do sucesso da educação finlandesa refere-se à valorização do trabalho do professor.</p><p>Esta afirmação está contida no texto. Além de bom salário, o professor é valorizado pelo trabalho e tem autonomia para fazê-lo.</p><p>4. A respeito do texto a seguir, assinale a opção errada em relação às informações textuais ou literais:</p><p>Rio de Janeiro 2/1/2015 às 20h13.</p><p>Homem morre baleado dentro de agência bancária no Rio.</p><p>Ele teria tentado assaltar um policial federal dentro da agência bancária nesta sexta. Um homem morreu na tarde desta sexta-feira na avenida Graça Aranha, centro do Rio, dentro de uma agência bancária. Segundo informações de policiais militares que estavam no local, ele teria tentado assaltar um policial federal dentro do banco.</p><p>O agente teria reagido à tentativa de assalto e atirado contra o homem, que morreu na hora. A DH (Divisão de Homicídios) da Capital realizou perícia no local e imagens da câmera de segurança estão sendo colhidas para</p><p>auxiliar na investigação.</p><p>(Portal R7 Notícias, 2015)</p><p>D. Foi realizada perícia nas imagens das câmeras de segurança e constatado o crime.</p><p>Pelo texto, as imagens das câmeras ainda estão sendo colhidas.</p><p>5. Todas as asserções abaixo foram retiradas da literalidade do texto “Desejos de ano novo”. Em relação ao texto, marque a opção que está em desacordo com uma leitura literal:</p><p>Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.</p><p>Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.</p><p>Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra adiante vai ser diferente para você,</p><p>desejo o sonho realizado.</p><p>O amor esperado.</p><p>A esperança renovada.</p><p>Para você, desejo todas as cores desta vida.</p><p>Todas as alegrias que puder sorrir.</p><p>Todas as músicas que puder emocionar.</p><p>Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.</p><p>Gostaria de lhe desejar tantas coisas mas nada seria suficiente…</p><p>Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.</p><p>Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, rumo a sua felicidade!</p><p>(Carlos Drummond de Andrade)</p><p>B. O texto é um poema que tem como objetivo apresentar metas para serem realizadas no novo ano.</p><p>O poema trata dos desejos manifestados para um novo ano que se iniciará e não aponta sugestões de realizações a serem alcançadas ao longo do mesmo. Uma leitura literal aponta que o texto se consolida na base dos anseios do autor para o leitor do mesmo.</p><p>2-2 Estratégias de leitura - texto e contexto</p><p>1. Considerando as informações contextuais da crônica de Clarice Lispector, a função principal da mulher, no ano de 1960, como dona de casa era:</p><p>Dirigir um lar – Clarice Lispector - 24 de fevereiro de 1960</p><p>Somente uma mulher, e dona de casa, sabe e reconhece a grande tarefa que é bem dirigir uma casa. A dona de casa tem de ser, antes de tudo, uma economista, uma “equilibrista” das finanças, principalmente, com as dificuldades da vida atual. O lar é o lugar onde devemos encontrar a nossa paz de espírito num ambiente limpo, sadio e agradável e cabe à mulher providenciar isso [...]</p><p>A boa dona de casa é a que sabe dar ordens e acompanha de perto a sua execução. É a que mantém a limpeza, a ordem, o capricho em sua casa, sem fazer desta um eterno lugar de cerimônias, de deveres, onde tudo é proibido. É a que faz de sua casa o lugar de descanso, da felicidade, do marido e dos filhos, onde eles se sentem realmente bem, à vontade e são bem tratados. O melhor lugar do mundo.</p><p>D. Gerir a casa e mantê-la em ordem.</p><p>Essa função foi definida no início do texto e explicitada ao longo dele.</p><p>2. A capa da Revista Veja, de 11 de março de 2013, traz a notícia da morte de Hugo Chávez e posiciona a Revista Veja contrária à imagem do presidente falecido. Assinale a opção que NÃO evidencia esse posicionamento:</p><p>E. O período em que Hugo Chávez comandou a Venezuela.</p><p>O período da vida dele é uma informação referencial, aparentemente, sem posicionamento associado.</p><p>3.Ao tematizar o mesmo fato da Revista Veja, a Revista Carta Capital de 11 de março de 2013, traz também a notícia da morte de Hugo Chávez. Observe as informações contextuais presentes na capa e julgue as três asserções que seguem com relação ao posicionamento deste veículo quanto às ações do ex-presidente.</p><p>Das três afirmativas, pode-se dizer que:</p><p>I. A Revista Carta Capital, provavelmente, foi favorável à política do ex-presidente, o que pode ser afirmado pela manchete “a morte de um líder” e pela imagem de um líder que olha para frente com um semblante de visionário.</p><p>II. A Revista Carta Capital, provavelmente, foi contrária à política do ex-presidente, o que pode ser afirmado pela opção por uma imagem desfocada e cores vibrantes.</p><p>III. Os indícios deixados na capa não são suficientes para que o leitor infira sobre o posicionamento da Revista Carta Capital em relação à política do ex-presidente.</p><p>D. Está correta a asserção I.</p><p>Todos os indícios verbais e não verbais da capa da revista incidem para um posicionamento da revista favorável a Hugo Chávez.</p><p>4.</p><p>Língua - Caetano Veloso</p><p>Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões</p><p>Gosto de ser e de estar</p><p>E quero me dedicar a criar confusões de prosódia</p><p>E uma profusão de paródias</p><p>Que encurtem dores</p><p>E furtem cores como camaleões</p><p>Gosto do Pessoa na pessoa</p><p>Da rosa no Rosa</p><p>E sei que a poesia está para a prosa</p><p>Assim como o amor está para a amizade</p><p>E quem há de negar que esta lhe é superior?</p><p>E deixe os Portugais morrerem à míngua</p><p>"Minha pátria é minha língua"</p><p>Fala Mangueira! Fala!</p><p>Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó</p><p>O que quer</p><p>O que pode esta língua?</p><p>Dos versos destacados a seguir, qual dispensa inferências a conhecimentos específicos para que o leitor possa construir um sentido?</p><p>E. O que quer/ O que pode esta língua?</p><p>Não há referência a um conteúdo específico. O leitor é livre para construir o sentido que desejar para esta pergunta.</p><p>5. A rosa de Hiroshima – Vinícius de Morais</p><p>Pensem nas crianças</p><p>Mudas telepáticas</p><p>Pensem nas meninas</p><p>Cegas inexatas</p><p>Pensem nas mulheres</p><p>Rotas alteradas</p><p>Pensem nas feridas</p><p>Como rosas cálidas</p><p>Mas oh não se esqueçam</p><p>Da rosa da rosa</p><p>Da rosa de Hiroshima</p><p>A rosa hereditária</p><p>A rosa radioativa</p><p>Estúpida e inválida.</p><p>A rosa com cirrose</p><p>A anti-rosa atômica</p><p>Sem cor sem perfume</p><p>Sem rosa sem nada.</p><p>Ao intitular a poesia de “A rosa de Hiroshima”, Vinícius de Morais faz uma associação entre as imagens da rosa e da bomba de Hiroshima. Os termos que, objetivamente, conduzem o leitor para tal ligação são:</p><p>C. Rosa radioativa, anti-rosa atômica.</p><p>As duas expressões associam objetivamente as imagens da rosa/anti-rosa à imagem da bomba "radioativa" e "atômica".</p><p>3-1 Estratégias de leitura - texto e intertextualidade</p><p>1. Para Brasileiro (2013), uma das tarefas mais difíceis do pesquisador, na fase inicial do trabalho, é a de caracterizar a metodologia da sua pesquisa quanto aos fins, meios e abordagem.</p><p>No trecho destacado acima, o tipo de intertextualidade do qual a autora lançou mão foi:</p><p>C. Citação.</p><p>Na citação, utiliza-se do dito de outro texto como argumento de autoridade, mencionando-se a fonte.</p><p>2. O chefe da seção disse à equipe: “Vamos juntos, turma! Um galo sozinho não tece uma manhã”.</p><p>No trecho destacado acima, o tipo de intertextualidade do qual o autor lançou mão foi:</p><p>A. Alusão.</p><p>É uma menção que se faz de outro texto sem a devida citação, já que se trata de algo de conhecimento amplo. Neste caso, é a alusão de um conhecido poema de João Cabral de Melo Neto, “Tecendo a manhã”.</p><p>3. - [...] Elas acreditam que o príncipe encantado está a caminho e que um dia serão felizes para sempre. Mas, enquanto isso não acontece, o negócio é viver cada experiência livre e sem culpa. Suas avós eram consideradas mulheres de verdade: cuidavam dos filhos e da casa, tal qual a Amélia da canção de Mário Lago e Ataulfo Alves, de 1942. A geração seguinte exorcizou a Amélia e deu passos largos na luta pela igualdade de direitos entres os sexos, deixando para as filhas um campo menos minado no trajeto para o sucesso profissional.</p><p>[...]</p><p>(OROSCO, 2003)</p><p>Ao mencionar a personagem Amélia, da canção de Mário Lago e Ataulfo Alves, a autora pretende:</p><p>A. Diferenciar o modelo de mulheres de verdade, as avós, das mulheres da sociedade contemporânea.</p><p>Os autores apresentam a Amélia para diferenciá-la dos modelos da mulher contemporânea.</p><p>4. Ao observar as duas imagens de Mona Lisa, a de Leonardo da Vinci e a outra uma paródia de Salvador Dali, é possível constatar a construção da arte por meio de:</p><p>A. Paródia.</p><p>A imagem 2 (a Monalisa de Salvador Dali) é a apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Nesse caso, a paródia retoma o original de forma</p><p>cômica, ao dar a aparência do rosto do artista, Dali, à obra de Da Vinci.</p><p>5. Quando lemos um texto e, direta ou indiretamente, remetemo-nos a outro, deparamo-nos com o fenômeno linguístico da intertextualidade, que é o diálogo entre textos. Leia os três fragmentos seguintes, retirados de textos de Drummond, Chico Buarque e Adélia Prado:</p><p>I. Quando nasci, um anjo torto</p><p>Desses que vivem na sombra</p><p>Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida.</p><p>(ANDRADE, 1964)</p><p>II. Quando nasci veio um anjo safado</p><p>O chato dum querubim</p><p>E decretou que eu tava predestinado</p><p>A ser errado assim</p><p>Já de saída a minha estrada entortou</p><p>Mas vou até o fim.</p><p>(BUARQUE, 1989)</p><p>III. Quando nasci um anjo esbelto</p><p>Desses que tocam trombeta, anunciou:</p><p>Vai carregar bandeira.</p><p>Carga muito pesada pra mulher</p><p>Esta espécie ainda envergonhada.</p><p>(PRADO,1986)</p><p>Chico Buarque e Adélia Prado estabelecem respectivamente, em relação a Carlos Drummond de Andrade, os seguintes tipos de intertextualidade:</p><p>A. Paráfrase e paródia.</p><p>Chico Buarque diz algo semelhante a Drummond, alterando a estrutura. E Adélia Prado diz algo diferente em uma estrutura inicial muito semelhante.</p><p>3-2 Tipos textuais - a descrição: elementos, estrutura e gêneros</p><p>1. Ao descrever o Raimundo, no trecho a seguir, Machado de Assis explora: "Chamava-se Raimundo este pequeno e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levavam apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco."</p><p>C. Tanto a descrição física quanto a psicológica, para que o leitor construa uma ideia integral do personagem.</p><p>O autor explora tanto os aspectos físicos (tamanho, cor da pele) quanto os aspectos psicológicos do personagem (inteligência tardia, raramente alegre etc.).</p><p>2. "A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada, um cheiro mole e salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado, coberta de teias de aranha, coava a luz suja do saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o ranger de um berço, o chorar doloroso de uma criança." (Eça de Queirós)</p><p>Observando-se os recursos de estilo presentes na composição desse trecho do livro "O primo Basílio", é correto afirmar que:</p><p>B. O autor conduz o leitor pelo olhar do personagem que sai da carruagem.</p><p>Ao caracterizar o personagem psicologicamente, o autor explora a descrição subjetiva, mas não é apenas este o artifício utilizado.</p><p>3. A partir da descrição do autorretrato, assinale o sentimento que NÃO é possível ser identificado no eu-lírico do poema de Cecília Meireles.</p><p>Retrato</p><p>Eu não tinha esse rosto de hoje,</p><p>assim calmo, assim triste, assim magro,</p><p>nem estes olhos tão vazios,</p><p>nem o lábio amargo.</p><p>Eu não tinha estas mãos sem força,</p><p>tão paradas e frias e mortas;</p><p>eu não tinha este coração</p><p>que nem se mostra.</p><p>Eu não dei por esta mudança,</p><p>tão simples, tão certa, tão fácil:</p><p>- Em que espelho ficou perdida</p><p>a minha face?</p><p>D. Culpa.</p><p>O texto não deixa pista de que o eu-lírico se sinta culpado pela mudança que ocorreu com ele.</p><p>4. A adjetivação foi usada como recurso na descrição do anúncio da Avon que segue. Marque o item que NÃO condiz com as finalidades do autor do texto:</p><p>E. Localizar o produto.</p><p>Em nenhum momento o publicitário tratou da localização espacial do produto.</p><p>5. Qual item apresenta uma opção falsa quanto às finalidades da “Social imóveis” ao utilizar a descrição no anúncio publicitário?</p><p>A. Promover a ação do cliente.</p><p>As adjetivações utilizadas não incidem sobre a ação do cliente. O que promove esse objetivo são as expressões injuntivas, como: “topa negociar! ”, “Oportunidade! ”</p><p>4-1 Composição textual</p><p>1. Qual alternativa apresenta um parágrafo que melhor exemplifica uma introdução de um texto argumentativo?</p><p>D. O uso excessivo de celulares por crianças em idade escolar é um problema, não só dos professores e funcionários das escolas, mas também – e principalmente – dos pais. É sabido que, atualmente, a maior parte das crianças tem um aparelho que leva para a escola. A justificativa é que, ao permitir que os estudantes tenham celulares e o levem consigo para a sala de aula, a família pode ter um contato direto em caso de emergência.</p><p></p><p>A alternativa D apresenta um parágrafo que pode ser utilizado como introdução de um texto argumentativo.</p><p>Primeiramente, essa alternativa apresenta o tema que será abordado, o qual, pela primeira linha, entendemos que é “o uso excessivo de celulares por crianças em idade escolar”.</p><p>Além disso, o parágrafo apresenta informações para contextualizar a informação e “abre” o texto a respeito da possível posição do autor.</p><p>A alternativa A apresenta um parágrafo que seria melhor usado como conclusão.</p><p>A alternativa B é um exemplo de texto que poderia ser usado como um parágrafo de desenvolvimento.</p><p>A alternativa C, embora apresente conteúdos que poderiam ser utilizados como uma introdução, não serviria como narração de um texto argumentativo, mas de uma narrativa.</p><p>A alternativa E apresenta um texto que serviria como chamada de texto jornalístico.</p><p>2. Qual a diferença entre tempo cronológico e tempo psicológico em uma narrativa?</p><p>A. Tempo cronológico é externo e medido pelo passar do tempo, como em segundos, horas, dias, meses, anos, etc. Já o tempo psicológico é o que ocorre por uma perspectiva interior, sem seguir, necessariamente, uma linha cronológica.</p><p>Tempo cronológico é, literalmente, uma demarcação do passar do tempo.</p><p>Esse tempo é presente e demonstrado na história por meio de advérbios ou locuções adverbiais de tempo. Ele é externo aos personagens.</p><p>Já o tempo psicológico é interno ao personagem e independe do tempo cronológico. Ele revela detalhes a respeito dos sentimentos e impressões dos personagens. </p><p>3. Qual a melhor definição para protagonista e para antagonista, respectivamente? </p><p>D. Protagonista é o personagem principal da narrativa, independente de ser herói ou vilão, bom ou mau. Antagonista é o personagem que se opõe ao protagonista, independente de ser herói ou vilão, bom ou mau.</p><p>Embora exista uma confusão de que um protagonista é sempre uma representação do bem, enquanto o antagonista é uma representação do mal, isso não é verdade.</p><p>Protagonista é sempre o personagem principal da história. Antagonista é o personagem que se opõe a ele.</p><p>O protagonista pode ser um vilão, desde que seja o principal da história. Assim como o antagonista pode ser um herói, desde que inserido em uma narrativa onde ele se opõe ao protagonista. </p><p>4. Qual alternativa apresenta um exemplo de narrador-personagem? </p><p>C. Enquanto eu dirigia, o vento batia nos meus cabelos. Nunca senti uma sensação de liberdade tão forte. Foi o melhor dia da minha vida. O sol estava brilhando, a estrada estava vazia, meu tipo preferido de dia. </p><p>A única alternativa que apresenta um narrador-personagem é a C.</p><p>Narrador-personagem é aquele que narra a história que vivencia, de maneira que a descrição da história e dos detalhes seja limitada por sua perspectiva. </p><p>5. Qual alternativa apresenta um exemplo de narrador-onisciente? </p><p>A. Dirceu dormiu com a televisão ligada. Isso é bastante rotineiro. Ele chega cansado do trabalho, toma um banho, janta e vê televisão por alguns minutos.</p><p>Dona Lola, coitada, mal consegue dormir. Além de estar incrivelmente chateada pelas notícias que recebeu naquela manhã, as batidas do relógio pareciam incrivelmente altas.</p><p>A noite estava bonita, mas isso não importava para nenhum deles.</p><p>Em direção a sua casa vinha alguém que mudaria sua vida para sempre. Segurava em suas mãos um pequeno cesto, com algo que deixaria dona Lola acordada por</p><p>várias noites. </p><p>Com exceção da alternativa A, todos os outros parágrafos apresentam um narrador-personagem, que vivencia a história enquanto a conta.</p><p>A alternativa A, por sua vez, apresenta o tipo de narrador que é onisciente, porque ele sabe de todos os detalhes, tanto da história quanto dos personagens.</p><p>4-2 Coerência textual</p><p>1. Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de incoerência no texto:</p><p>A. Choveu muito durante o inverno e foram necessários novos projetos para ampliar a irrigação.</p><p>Esse é um exemplo de incoerência. Se houve chuva suficiente, não há necessidade de ampliar a irrigação.</p><p>2. Observe a seguinte proposição: "Ontem, fui ao médico e ele me recomendou repouso e um remédio para melhorar o sono porque não estou tendo problemas com o estresse". Qual alternativa apresenta uma maneira de reescrever a frase de forma que ela fique coerente?</p><p>B. Ontem, fui ao médico e ele me recomendou repouso e um remédio para melhorar o sono, apesar de eu não estar tendo problemas com o estresse.</p><p>A frase ganha sentido com o conectivo "apesar de".</p><p>3. Observe a frase a seguir: "Ele sempre foi bom, porém honesto". O conectivo mais adequado para promover a coerência da frase é:</p><p>C. E.</p><p>O conectivo "e" completa e dá coerência à frase a partir de uma relação de adição.</p><p>4. Assinale a alternativa que apresenta a frase coerente e coesa:</p><p>D. O trânsito ficou completamente paralisado por duas horas por causa das fortes chuvas.</p><p>A frase é coerente e foi utilizado o conectivo correto.</p><p>5. Observe a tirinha a seguir:</p><p>E. O animal seria cruel ao matar um homem, enquanto que os homens matam livremente os animais para comê-los, sem que isso seja considerado crueldade.</p><p>Essa é a incoerência apresentada no diálogo da tirinha.</p><p>5-1 Introdução à leitura interpretativa através de textos.</p><p>1. Observe o panfleto publicitário abaixo e responda:</p><p>D. Um passeio pela Ponte de Londres que é, de acordo com o panfleto, a mais famosa ponte do mundo.</p><p>O panfleto chama para conhecer a Tower Bridge, ou a Ponte da Torre, um dos pontos turísticos mais visitados em Londres.</p><p>2. O texto abaixo se refere ao passeio ao HSM Belfast, navio operado pela Marinha Real Britânica e que hoje se encontra em exposição em Londres.</p><p>Qual o assunto do texto?</p><p>B. Aconselhar os visitantes a não deixarem de ir à loja de lembranças e à cafeteria que fia às margens do navio</p><p>Comprovada na frase “Don´t miss our shop and café bye the shore” – Não perca nossa loja nem nosso café às margens.</p><p>3. Ainda de acordo com o texto “Shop and Café”, indique qual das alternativas abaixo é correta:</p><p>A. Além da loja de lembranças e da cafeteria, os visitantes do HSM-Belfast, também contam com um bar no telhado panorâmico.</p><p>Comprovada pela frase: We also have a rooftop bar – Upper Deck- which offers fabulous views of HMS Belfas anda surrounding landmarks.</p><p>4.</p><p>No texto acima sobre a Abadia de Westminster, é correto afirmar que:</p><p>B. As pessoas que visitam a Abadia pensam que ela é financiada pela Coroa Inglesa, pela Igreja da Inglaterra ou pelo Governo o que não é verdade, uma vez que ela é independente dessas instituições.</p><p>De acordo com a frase "People who visit Westminster Abbey often incorrectly assume that it is wealthy and does not need fincancial support".</p><p>5. Na versão internacional do Jornal Folha de São Paulo, pode-se ler a seguinte manchete:</p><p>E. Essa foi a pior semana da pandemia no Brasil.</p><p>Comprovada pela frase "Brazil suffers the worst week in the Pandemic".</p><p>5-2 Leitura acadêmica</p><p>1. O domínio da escrita e da leitura é considerado essencial no ambiente acadêmico. Da mesma forma, existe uma grande exigência em relação à produção de conhecimento na universidade. Essas ações ocorrem devido a quê? Marque a alternativa correta.</p><p>C. Ao fato de que acadêmicos devem ter consciência do papel social e científico da academia.</p><p>A necessidade de produção tem relação com a responsabilidade em relação à sociedade e ao desenvolvimento científico das nações. Regras de apresentação e normatizações são apenas ferramentas de padronização. Seguir carreira acadêmica não ocorre, necessariamente, ao final da graduação. Tampouco são exigidas publicações para ingresso na pós-graduação.</p><p>2. Os textos que circulam e são produzidos na universidade apresentam características que os diferenciam dos demais. Indique o trecho que traz uma escrita adequada para um texto acadêmico:</p><p>E. Nossas contribuições foram dirigidas a aumentar o conhecimento em estimativas corrigidas das taxas de mortalidade por Alzheimer com base em estatísticas vitais, proporcionando estimativas mais precisas e pertinentes, fundamentadas no método científico.</p><p>A alternativa correta é: "Nossas contribuições foram dirigidas a aumentar o conhecimento em estimativas corrigidas das taxas de mortalidade por Alzheimer com base em estatísticas vitais, proporcionando estimativas mais precisas e pertinentes, fundamentadas no método científico." O trecho é retirado do resumo de um artigo científico (SANDOVAL et al., 2019). Pode-se perceber o rigor acadêmico pela própria menção ao método científico. Nas demais alternativas, há adaptações de textos de jornais ou revistas de circulação geral que apresentam dados verdadeiros, mas neles não há necessidade de rigor científico.</p><p>3. Os textos na universidade são diferenciados, porque toda escrita está inserida em um contexto específico. Considerando as questões relativas à escrita acadêmica, assinale a alternativa verdadeira:</p><p>A. O uso de citações referenciadas para sustentar uma argumentação consistente é importante para validar os estudos acadêmicos.</p><p>A referenciação em citações é essencial, e seu uso é válido para sustentar a argumentação no meio universitário. A escrita cotidiana não tem valor na academia, mas no cotidiano é relevante. A linguagem utilizada na academia é mais formal e apresenta terminologias específicas em cada área. Embora o leitor possa procurar outras fontes, qualquer posicionamento apresentado em um texto acadêmico deve ter sua argumentação desenvolvida. Os artigos de opinião dos jornais não são válidos para serem utilizados na argumentação de textos acadêmicos, ainda que sejam relevantes no uso cotidiano.</p><p>4. Leia a afirmação de Fiorin (2015, p. 9): “Todo discurso tem uma dimensão argumentativa. Alguns se apresentam como explicitamente argumentativos (por exemplo, o discurso político, o discurso publicitário), enquanto outros não se apresentam como tal (por exemplo, o discurso didático, o discurso romanesco, o discurso lírico). No entanto, todos são argumentativos: de um lado, porque o modo de funcionamento real do discurso é o dialogismo; de outro, porque sempre o enunciador pretende que suas posições sejam acolhidas, que ele mesmo seja aceito, que o enunciatário faça dele uma boa imagem.”.</p><p>O que pode ser percebido no trecho citado? Marque a alternativa correta:</p><p>D. O uso de uma argumentação adequada, baseada no senso crítico, visível pelos exemplos dados pelo autor.</p><p>O autor faz uso do senso crítico, valendo-se de exemplos empíricos. Ele não utiliza o senso comum, pois dá exemplos concretos que corroboram sua opinião. Também não usa argumentos preferíveis; dá exemplos do que afirma. O autor utiliza adequadamente o senso crítico. Ele não traz citações no trecho reproduzido.</p><p>5. A referenciação é um dos aspectos mais relevantes quando se trata de textos considerados significativos na universidade. Quais são as fontes de pesquisa mais confiáveis para os textos acadêmicos? Marque a alternativa correta:</p><p>B. Livros da área e revistas acadêmicas.</p><p>Os livros da área e revistas acadêmicas trazem resultados de pesquisa científica, tendo maior rigor em termos argumentativos. As demais fontes têm valor no cotidiano, mas são inadequados para uso acadêmico.</p><p>6-1 O novo acordo ortográfico</p><p>1. Dois amigos que há muito tempo não se viam, resolvem se encontrar para colocar as novidades em dia. Um deles é professor de Português e tratou logo de colocar o velho amigo a par do Novo Acordo Ortográfico.</p><p>- Para que serve isso? Gastam tanto dinheiro com</p><p>coisas sem importância e o que realmente precisa ser melhorado é deixado de lado. – diz o amigo.</p><p>O professor indignado sai logo em defesa do Novo Acordo:</p><p>- Não diga sandices, estamos falando de algo muito importante. Estamos falando da unificação do idioma escrito, da padronização da língua! Este livro de bolso que trago aqui, por exemplo, já está adaptado. É de Portugal, mas pode ser publicado aqui no Brasil sem mudar sequer uma vírgula.</p><p>- Deixe-me ver.- diz o amigo pegando o livro e começando a lê-lo em voz alta:</p><p>-“Saindo da bicha fui tomar uma bica antes de ir comprar um par de peúgas”. Peúgas, bica...o que é isso?</p><p>- Sei lá. – diz constrangido o professor.</p><p>- Eu não disse que esse acordo não servia para nada!</p><p>O texto acima apresenta uma crítica implícita ao Novo Acordo Ortográfico. Assinale a alternativa que contenha essa crítica.</p><p>A. Critica-se o fato de que a nova reforma ortográfica não prevê alterações no vocabulário dos países envolvidos no acordo. Logo, apesar dos esforços para unificação da Língua Portuguesa escrita, isso será impossível, já que as línguas são organismos vivos e em constante transformação.</p><p>A reforma ortográfica prevê alterações apenas nas regras ortográficas utilizadas pelos países falantes do português, mas não prevê alterações vocabulares, o que seria uma utopia, já que as línguas estão em constante processo de transformação, sofrendo influências diretas de seus locais de desenvolvimento, o que impossibilita uma unificação. Assim, querer padronizar a forma de se falar ou escrever em uma língua é um erro tão grande quanto aquele de querermos voltar a utilizar o português falado no ano de 1500.</p><p>2. Assinale a alternativa que justifica, segundo a reforma ortográfica, o uso do hífen na palavra “pré-sal”.</p><p>A. Palavras compostas iniciadas com o prefixo “pré”, acentuado, devem ser sempre ligadas por hífen.</p><p>Segundo a nova ortografia, toda palavra que possui como prefixo o “pré” acentuado devem ser ligadas por hífen, como acontece com pré-escola, pré-natal. Exceção: Não use o hífen se os prefixos pre, pro e pos não forem acentuados: preaquecer, preestabelecido, preexistente, prejulgar, progenitora, proeminente, pospor etc.</p><p>3. Os eletrodomésticos lá de casa vivem dando problema. Acho que já fiquei até amiga do dono da loja de assistência técnica. Ontem por exemplo, passei lá para ver o que havia de errado com o “microondas” que deixei para conserto. Mas dessa vez ele me disse que eu tive sorte, pois não havia nada de errado com o aparelho, só faltava colocar um hífen: “micro-ondas”.</p><p>Na pequena história, acima narrada, é possível identificar a presença de uma alteração no uso do hífen proposta pelo novo acordo ortográfico. Qual é essa alteração?</p><p>A. Quando o prefixo termina com vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.</p><p>Correta. Segundo novo acordo ortográfico, essa é uma das novas regras para a utilização do hífen.</p><p>4. Considere a conjugação dos seguintes verbos no tempo presente e na terceira pessoa do plural. A grafia de qual deles foi afetada pelo Acordo Ortográfico?</p><p>E. Ver</p><p>As palavras terminadas em “ôo” e “êem”perderam o acento circunflexo, portanto, a nova grafia desse verbo conjugado na terceira pessoa do plural é “veem”.</p><p>5. É objetivo do novo Acordo Ortográfico:</p><p>D. Uniformizar a ortografia dos países envolvidos no acordo.</p><p>As novas reformas atingiram apenas a língua escrita e sua ortografia.</p><p>6-2 Rede social, diversidade linguística e pluralidade cultural</p><p>1. O conceito de redes sociais está expresso de maneira CORRETA na alternativa:</p><p>C. Uma rede social é concebida como o conjunto de vínculos de qualquer tipo que se estabelecem entre as pessoas de um grupo, podendo ser no meio digital ou não.</p><p>Sim. Apesar de relacionarmos o termo com o meio digital, com um ambiente virtual, na verdade rede social se refere às relações entre pessoas, inclusive de maneira presencial.</p><p>2. Na perspectiva de Étienne Wenger, a identidade é:</p><p>E. Uma experiência que envolve participação e reificação; um permanente vir a ser, não é definida apenas em um período específico da vida; é fruto da pertença a grupos; é um processo de aprendizagem: é uma trajetória no tempo que incorpora o presente, o passado e o futuro; combina múltiplas formas de participação; é um local-global: não se constrói apenas pelas práticas imediatas ou se regula somente pelas estruturas sociais mais amplas, é uma interface de ambas.</p><p>Sim. Essa alternativa descreve o conceito de identidade na perspectiva wengeriana em sua abrangência.</p><p>3. A respeito das relações dos jovens da sociedade atual com a internet, é CORRETO afirmar:</p><p>B. Trata-se de uma relação que pode ser extremamente útil, pois as mídias digitais podem contribuir muito para a aprendizagem da Língua Portuguesa.</p><p>Sim. As mídias digitais podem ser uma ferramenta muito interessante no ensino da Língua Portuguesa, cabendo aos educadores e às educadoras propiciar atividades que as utilizem.</p><p>As mídias digitais podem dificultar o trabalho em sala de aula; porém, por outro lado, servem de estímulo para educadores e educadoras inovarem em sala de aula, de maneira a tornarem suas aulas interessantes e cativar os educandos durante o período das aulas.</p><p>4. Os conceitos de Nativos digitais, Geração Net e Homo Zappiens são atribuídos a:</p><p>D. Os jovens que têm acesso às tecnologias digitais e demonstram grande capacidade de apropriação e utilização desses recursos.</p><p>Sim. Essas nomenclaturas são definições para esses jovens da atualidade, aos quais, conforme o autor, se designa uma ou outra nomenclatura.</p><p>5. Em relação ao regionalismo nas redes sociais, é CORRETO afirmar:</p><p>A. Esse encontra espaço nas redes sociais, preservando a identidade cultural da região que representa.</p><p>Sim. O internetês empregado nas redes sociais consiste em uma reprodução escrita da fala, permitindo, assim, que o regionalismo encontre seu espaço na internet, como em representações encontradas em "Bode Gaiato", "Suricate Seboso", "O Bairrista", etc.</p><p>Desafios</p><p>1-1</p><p>Problemas de comunicação sempre foram comuns na história humana. Curiosamente, embora vivamos a era da informação, tais problemas têm se intensificado, sendo que um dos principais motivos que se ressaltam tem sido a falta de tempo para nos atentarmos ao que o outro diz. Enquanto você lê este texto, pode estar pensando em situações de comunicação, das mais simples e informais, como uma conversa com um amigo, às mais delicadas e formais, como uma entrevista de emprego.</p><p>Considerando essa última situação, imagine que você seja gestor de um segmento de uma grande corporação brasileira e que será entrevistado pelo seu superintendente. Caso obtenha êxito, você poderá assumir o cargo com que sempre sonhou na empresa. Para ter mais segurança em sua avaliação, antes de ir para a entrevista, você deve analisar a situação comunicativa. Identifique os 6 (seis) elementos que compõem o evento de comunicação do qual participará.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Emissor e receptor: como se trata de uma entrevista, os papéis de emissor e receptor vão se revezar entre você e o entrevistador, entretanto você será o principal emissor, pois aquilo que disser será avaliado pelo superintendente, que verificará a sua aptidão ou não para o cargo.</p><p>Mensagem: você deve transmitir ao entrevistador que seus conhecimentos, habilidades e competências são suficientes para assumir o cargo com o desempenho esperado por ele.</p><p>Canal: por se tratar de uma entrevista face a face, o canal é a fala. Caso fosse em videoconferência, por exemplo, além da fala, vocês contariam, também, com um equipamento tecnológico, um celular, por exemplo.</p><p>Código: é a língua portuguesa oral. A situação pede formalidade e o uso da modalidade padrão da língua. Além disso, deve-se considerar que o modo de vestir, bem como as expressões faciais e gestuais também fazem parte da linguagem e devem ser zeladas para transmitir informações positivas sobre você.</p><p>Contexto: é um ambiente de trabalho, nos tempos atuais, em uma situação formal.</p><p>1-2</p><p>Todo</p><p>evento comunicativo é constituído por um emissor que tem a intenção de transmitir uma mensagem a um receptor, dentro de um determinado contexto. Para isso, ele se utiliza de um código e de um canal, por meio do qual a mensagem chega até o receptor. Roman Jakobson (2005) defendeu que, dependendo da intenção de quem fala ou escreve, um desses elementos será enfatizado nesse circuito.</p><p>Isso significa que, para aprimorarmos o processo de leitura e produção de textos, é necessário que busquemos entender as intencionalidades do emissor. Essas podem ser: emocionar, esclarecer, persuadir, informar, manter contato, encantar etc. Assim, por exemplo, se a intenção do emissor é emocionar, ele dará ênfase à 1ª pessoa do discurso, ou seja, a ele mesmo. Falará de suas emoções, de seus posicionamentos, usará os verbos na 1ª pessoa e terá mais chance de alcançar o seu intento.</p><p>Imagine que você seja um publicitário de uma marca conhecida no mercado brasileiro que, com inovação, está lançando um massageador revolucionário, pelo formato, tamanho e desenvoltura.</p><p>Para realizar este desafio você deve:</p><p>a) Fazer uma peça publicitária para outdoor na qual convença o público-alvo a adquirir o produto em lançamento.</p><p>b) Identificar o elemento que foi enfatizado em seu texto.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>O texto publicitário tem o objetivo de convencer o receptor de algo. Então, o receptor é o elemento da comunicação a ser enfatizado. Isso se fará notar pelo uso dos verbos na 2ª pessoa (ou no infinitivo) e pelos motivos que o receptor tem para adquirir o produto.</p><p>Na peça publicitária, além da criatividade para atrair a atenção do cliente, é possível explorar a marca, que já é conhecida no mercado; bem como as características do produto informadas no desafio: inovador e revolucionário pelo tamanho, formato, desenvoltura etc.</p><p>Como se trata de uma publicidade em outdoor, a imagem do produto deve aparecer, dando destaque ao formato e ao tamanho; a marca deve merecer ênfase; o slogan deverá refletir as características do produto; e o texto, com discurso em 2ª pessoa, deve convocar o leitor a experimentar o produto e ser alvo de todos os benefícios que ele proporciona.</p><p>Termos como: experimente, use, você merece são usuais nesse tipo de propaganda.</p><p>2-1</p><p>Sermão da Sexagésima (excerto)</p><p>Será por ventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda arte e a toda natureza? Boa razão é também esta. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso, Cristo comparou o pregar ao semear. Compara Cristo o pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte.</p><p>Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador que houve no Mundo. E qual foi ele? O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o Céu. Suposto que o Céu é pregador, deve ter sermões e deve ter palavras. E quais são estes sermões e estas palavras do Céu? As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está brando, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de outra há de estar noite? Se de uma parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário?</p><p>Mas dir-me-eis: Padre, os pregadores de hoje não pregam do Evangelho, não pregam das Sagradas Escrituras? Pois como não pregam a palavra de Deus? Esse é o mal. Pregam palavras de Deus, mas não pregam a Palavra de Deus. (VIEIRA, 1960, p.107)</p><p>O primeiro passo para interpretarmos um texto é conhecê-lo em sua literalidade. Para isso, algumas perguntas básicas devem ser respondidas. Seu desafio é explorar o texto do Pe. Antônio Vieira, respondendo às seguintes perguntas:</p><p>a) Qual o título do texto?</p><p>b) Qual o gênero do texto e o domínio discursivo que representa?</p><p>c) Que informações literais estão registradas no texto?</p><p>d) Que variedade linguística foi usada no texto?</p><p>e) Como o texto foi veiculado? Como alcançou o público-alvo?</p><p>f) Que estratégias de articulação entre as partes do texto foram utilizadas pelo autor?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>a) O texto se chama Sermão da Sexagésima.</p><p>b) Trata-se de um sermão, um discurso oral, sustentado por uma crença religiosa, que tematiza o comportamento humano perante os dogmas religiosos.</p><p>c) O Padre questiona e critica o estilo que era usado nos púlpitos no século XVII, que para ele era difícil e afetado, quando deveria ser fácil e natural. Então, ele cita a comparação que Cristo fez entre o pregar e o semear. Para ele, o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte. E faz uma alusão ao modo harmônico e belo como as estrelas estão semeadas no céu, evitando o trabalho forçado da disposição planejada. Conclui dizendo que, dessa forma, os oradores "Pregam palavras de Deus, mas não pregam a Palavra de Deus."</p><p>d) O orador usa a norma culta da língua, com vocabulário rico e pouco comum.</p><p>e) Esse sermão, inicialmente, foi elaborado para ser proferido nos púlpitos, que são os altares das igrejas, mas foi também publicado e veiculado por meio de livros.</p><p>f) O autor produz frases complexas, utilizando coordenações e subordinações variadas.</p><p>2-2</p><p>Uma carta é um texto, normalmente, de linguagem simples e familiar, motivo pelo qual é considerado de fácil leitura. Considerando, contudo, que se trata de um texto íntimo, ele carece de informações prévias para que seja analisado em profundidade.</p><p>Na leitura da carta a seguir, aponte quais conhecimentos prévios o destinatário deve saber para que ele possa entender o texto e o contexto do assunto tratado.</p><p>Oi, Dinho!</p><p>Tudo bem? Como está aí, já se acostumou? Estou com saudades. Não te mandei nada por e-mail porque estou sem internet, mas assim que der eu mando algo, viu? E aí, estudando muito? Aqui tá bem puxado, mas estou amando o curso. Estou tendo muitos trabalhos para fazer, mas os resultados têm me deixado feliz! Cada vez tenho mais certeza de que era este o meu destino.</p><p>E os três reis magos? Ainda se falam? Eu fiquei sabendo de cada história das férias... é verdade o que falaram sobre a barraquinha de churros? Olhe lá, hein!</p><p>Pode ter certeza de que todos aqui estão sentindo tua falta...Você vem pra cá no feriado? Se vier nos avise para podermos nos ver. Agora que você e a Nica foram embora, sobraram poucas pessoas para bater um papo um pouco mais interessante... Só consigo isto com o Juan e com o Roger. Pois é, eu continuo com o cara dos três sax e estamos nos dando super bem!</p><p>Falando da Nica, ela foi chamada na federal, mas resolveu ficar mesmo. Ela já está instalada lá, trabalhando, fazendo música. Além disso, os pais dela não querem ela aqui. Ligue para ela qualquer dia!</p><p>Você não sabe o que me aconteceu ontem! Eu caí de bicicleta naquela avenida em frente a minha casa, aquela que tem uma cratera gigantesca e cheia de ônibus! Ainda bem que eu caí na calçada e só ralei o joelho e as mãos.</p><p>Bom, eu vou parando por aqui...Vê se não esquece das amizades, OK? Beijos da amiga,</p><p>Jana</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Para compreender o texto em sua profundidade, é necessário que o leitor tenha conhecimento sobre: De onde ela fala e a que curso se refere?</p><p>Quem são os três reis magos? O que falaram sobre a barraquinha de churros? Quem são as pessoas que sobraram para bater um papo mais interessante? Quem é o cara dos três saxes? E do que se trata a federal da Nica?</p><p>Veja que, apesar de um texto simples, a carta guarda em si uma série de informações contextuais que não foram mencionadas no texto, pois a Jana já contava com o conhecimento prévio do Dinho. Para um leitor externo isso é importante, para o Dinho, entretanto, o receptor desta carta, se a Jana detalhasse essas informações, ele estranharia e, provavelmente,</p><p>acharia o texto desinteressante.</p><p>3-1</p><p>Monte Castelo - Renato Russo</p><p>Ainda que eu falasse</p><p>A língua dos homens</p><p>E falasse a língua dos anjos</p><p>Sem amor eu nada seria</p><p>É só o amor! É só o amor</p><p>Que conhece o que é verdade</p><p>O amor é bom, não quer o mal</p><p>Não sente inveja ou se envaidece</p><p>O amor é o fogo que arde sem se ver</p><p>É ferida que dói e não se sente</p><p>É um contentamento descontente</p><p>É dor que desatina sem doer</p><p>Ainda que eu falasse</p><p>A língua dos homens</p><p>E falasse a língua dos anjos</p><p>Sem amor eu nada seria</p><p>É um não querer mais que bem querer</p><p>É solitário andar por entre a gente</p><p>É um não contentar-se de contente</p><p>É cuidar que se ganha em se perder</p><p>É um estar-se preso por vontade</p><p>É servir a quem vence, o vencedor</p><p>É um ter com quem nos mata a lealdade</p><p>Tão contrário a si é o mesmo amor</p><p>Estou acordado e todos dormem</p><p>Todos dormem, todos dormem</p><p>Agora vejo em parte</p><p>Mas então veremos face a face</p><p>É só o amor! É só o amor</p><p>Que conhece o que é verdade</p><p>Ainda que eu falasse</p><p>A língua dos homens</p><p>E falasse a língua dos anjos</p><p>Sem amor eu nada seria</p><p>A famosa canção de Legião Urbana, "Monte Castelo", alvo de muito sucesso nos anos de 1980, pela letra e pela melodia, é resultado de uma leitura anterior que seu autor, Renato Russo, fez da Bíblia.</p><p>O seu desafio é encontrar o texto bíblico original que inspirou a canção e observar o tipo de diálogo que é construído entre os dois.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>O texto que inspirou Renato Russo foi o capítulo 13 do livro bíblico Coríntios, abaixo transcrito. 1 Coríntios 13:1-13:</p><p>"1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.</p><p>2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.</p><p>3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.</p><p>4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.</p><p>5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;</p><p>6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;</p><p>7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.</p><p>8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;</p><p>9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;</p><p>10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.</p><p>11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.</p><p>12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.</p><p>13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."</p><p>Com este texto, Renato Russo constrói uma intertextualidade positiva, dizendo o mesmo conteúdo bíblico, porém em estrutura diferente, passando de prosa para verso.</p><p>3-2</p><p>Pensando na necessidade de desenvolvermos a habilidade da descrição, vamos fazer um exercício de descrição por perspectivas diferentes.</p><p>Observe, então, a imagem de Salvador Dali e descreva o que consegue ver.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Dependendo do foco adotado como expectador, poderemos ver, em um primeiro plano, um conjunto de cisnes nadando no lago, sob alguns galhos secos de árvores. Apurando um pouco mais o olhar, podemos ver que, refletidos na água, os cisnes se transformam em elefantes. Esta obra pertence ao pintor espanhol Salvador Dali, o mestre do Surrealismo, e se chama "Cisnes refletindo elefantes". Se a nossa perspectiva for mais panorâmica, ainda é possível verificar um homem em pé do lado esquerdo da tela, o qual, segundo os analistas, é um autorretrato do pintor. E se ainda nos autorizarmos brincar com nossa criatividade, poderemos identificar, em cada sombra ou risco, uma imagem diferente.</p><p>É perceptível que um mesmo objeto, uma mesma pessoa, um mesmo lugar podem ser vistos de maneiras diferentes por diferentes pessoas, ou seja, o sentido não está no texto lido ou no objeto da descrição, mas na interação entre este e o leitor, pois aí está envolvida, também, a bagagem de cada leitor.</p><p>Liberte-se de preconceitos e experimente reler um texto, rever uma questão! Faça isso de maneira aberta e verá como poderá mudar o seu jeito de ver o mundo.</p><p>4-1</p><p>A leitura é uma das formas que pode potencializar a evolução da sociedade. Por meio dela, as pessoas adquirem mais conhecimento e aprendizado. Para isso, todo profissional necessita compreender o que está lendo.</p><p>Observe os textos a seguir e defina o tipo de narrador, podendo ser: narrador-personagem, narrador-observador, narrador-onisciente neutro ou narrador-onisciente seletivo.</p><p>Texto I:</p><p>Era no verão de 2014, em São Paulo.</p><p>O grupo de amigos era bastante diferenciado.</p><p>Tinha Larissa, uma menina tímida que - se me permite dizer - precisa de uma sacudida pelos ombros para ver se acorda para a vida, Renato, que embora fosse o mais popular, era muito fofoqueiro (eu mesmo não confiaria nele) e Martina, garota bastante talentosa e íntegra.</p><p>Eles levantaram da mesa da lanchonete e foram em direção ao carro de Martina. O sol estava muito forte, todos suavam visivelmente. As roupas de marca de Renato estavam tão encharcadas que parecia que pertenciam a um morador de rua.</p><p>Martina, mesmo com sua camiseta velha e todo seu suor, irradiava uma confiança e um poder que só ela conseguia.</p><p>Mal sabiam eles que tudo mudaria em apenas alguns segundos.</p><p>Texto II:</p><p>Eles estavam brigando mais uma vez!</p><p>Já era a terceira vez essa semana que Amanda e Bárbara discutiam. Já estavam juntas há mais de quatro anos e ainda viviam feito cão e gato.</p><p>Bianca resolveu ficar longe, pois não gostava de se meter quando isso acontecia.</p><p>Bianca é a melhor amiga de Amanda, a garota mais popular da história.</p><p>Já a Bárbara não gosta tanto assim Bianca. Às vezes, Amanda acha que é ciúme, embora ela já tenha dito mil vezes que não tem nada a ver, que Bianca é totalmente apaixonada por Tomé.</p><p>Texto III:</p><p>Eu estava assustado. Era meu primeiro dia naquela nova escola.</p><p>Entrei, apressadamente, pelos corredores. Tentei manter a cabeça baixa em todo o tempo. Imaginei que se evitasse qualquer contato visual, teria menos riscos de chamar atenção.</p><p>Depois de me perder pela escola gigante, cheguei atrasado para a minha primeira aula.</p><p>Assim que entrei, olhei para o fundo da sala com esperanças de encontrar um lugar por lá e meus olhos foram direto para os dele: eram de um verde-esmeralda, profundos e misteriosos. Meu coração disparou.</p><p>Texto IV:</p><p>O dia estava bastante chuvoso. Os garotos estavam todos na sala de estar da família Cortina. No canto, uma pilha de livros abandonados, indicando que o motivo do encontro (fazer o trabalho de ciências), tinha sido deixado de lado por outro motivo, que se podia enxergar bem na frente deles: o videogame.</p><p>Antônio sabia que sua mãe lhe colocaria de castigo se soubesse que ele ignorou as tarefas mais uma vez, mas dessa vez ele não se importava, ela não chegaria em casa até de noite. Ele tinha tempo o suficiente para se divertir e depois fazer o que tinha que fazer.</p><p>Sofia, mãe de Antônio, estava apenas alguns quarteirões de distância. Sentiu dor de cabeça no trabalho e resolveu ir para casa mais cedo. Pretendia chegar em casa, tomar um banho e não se estressar pelo resto da noite. Mal sabia o que encontraria na sua sala.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Texto I: narrador-onisciente seletivo.</p><p>Texto II: narrador observador.</p><p>Texto III: narrador personagem.</p><p>Texto IV: narrador-onisciente neutro.</p><p>4-2</p><p>A coerência textual está ligada a fatores de textualidade, interpretação, compreensão e coesão. Quando pensamos em um texto ou um discurso coerente, estamos nos referindo à necessidade de que ele faça sentido e seja perfeitamente compreensível para o leitor ou</p><p>interlocutor. Caso não seja, o referido texto ou discurso se torna incoerente e ambíguo, o que pode, inclusive, comprometer a comunicabilidade.</p><p>Carlos é candidato a vereador e está visitando um bairro da periferia da sua cidade com o objetivo de divulgar a sua campanha e apresentar as suas propostas. Este foi o diálogo que estabeleceu com um grupo de líderes comunitários:</p><p>Por que as pessoas ficaram com uma má impressão em relação ao candidato Carlos? O que, no seu discurso, evidenciou despreparo no momento de argumentar com a população da comunidade?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Carlos apresentou um discurso incoerente quando propôs fazer obras sem ter a verba necessária para tal. Além disso, também foi incoerente ao propor retirar recursos de uma área essencial para a população para investir em outra igualmente importante. Em virtude das propostas incoerentes, o candidato acabou perdendo a credibilidade diante daqueles possíveis eleitores.</p><p>5-1</p><p>Leia o texto abaixo quantas vezes forem necessárias. Várias palavras foram inventadas propositalmente. Embora não pareça, seus próprios conhecimentos linguísticos serão suficientes para atribuir um sentido coerente ao texto. Divirta-se!</p><p>ELONOMIO FOI PARA A VIRLA</p><p>Elonomio era um crode muito delinado com a situação do místiro. Um dia, asterilando pela cidade, ele decidiu que não mais queria xuvarir no Brasil. Rufocou com vários amigos antes de revuar a decisão. Um deles falou sobre as rivales da Itália; outro disse que Portugal seria zimber. Mas, dentre todos os místiros da Virla, Elonomio tinha especial abrunato pela Alemanha. Foi assim que em 1985 ele decidiu ir duvinar lá. Hoje, Elo não é mais um chito delinado. Holeste trabalha como estiro milo numa grande sistia e tem um fito líber salário. Elonomio está envelenido com uma bela crodira e até já é fati de dois crodinhos alemães.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>José* foi para a Europa</p><p>José era um rapaz/homem muito chateado/preocupado com a situação do Brasil/seu país. Um dia, passeando pela cidade, ele decidiu que não mais queria viver/morar no Brasil. Conversou com vários amigos antes de tomar a decisão. Um deles falou sobre as cidades/belezas da Itália; outro disse que Portugal seria melhor. Mas, dentre todos os países da Europa, José tinha especial preferência/simpatia pela Alemanha. Foi assim que em 1985 ele decidiu ir viver/morar lá. Hoje, José não é mais um rapaz/homem chateado/preocupado. Atualmente/Hoje trabalha como gerente geral/diretor-presidente numa grande empresa/loja/companhia e tem um alto/grande e fixo salário. José está casado com uma bela moça/mulher e até já é pai de dois garotinhos alemães.</p><p>* Qualquer nome próprio poderá ser utilizado.</p><p>5-2</p><p>Quando os assuntos são a escrita cotidiana e a escrita acadêmica, é vital considerar as questões relativas ao contexto. Uma não é mais importante do que a outra; elas se propõem a ações distintas. Sempre que alguém escreve, age no mundo com um determinado objetivo e deve corresponder a ele.</p><p>Da mesma forma que haverá uma liberdade muito grande na escrita cotidiana, na escrita acadêmica o rigor prevalecerá, pois se trata de alcançar um patamar de cientificidade. No entanto, todos os textos têm uma argumentação subjacente. A escrita cotidiana pode prescindir da necessidade de realizar uma argumentação profunda. Isso não pode ser dito da escrita acadêmica, que, por princípio, precisa estar alicerçada em dados concretos, fundamentados, e em uma argumentação sólida para garantir seu caráter científico. Qualquer escrita deve sempre levar em conta quem é o autor e qual a imagem que ele deseja passar, quem é seu público-alvo, qual o assunto de que trata, de que forma e em que momento é realizada.</p><p>Considerando tais questões, leia os trechos dos textos a seguir e responda: qual deles corresponde à escrita cotidiana e qual deles, à escrita acadêmica? Fundamente sua resposta com base nas características de cada texto.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>O Trecho 1 consiste em uma escrita cotidiana, ainda que traga uma conceituação do gênero "crônica" por parte do autor, pois esta se baseia nas suas vivências pessoais. Não há qualquer referência a teorias ou a autores que sustentem a posição do autor. Além disso, seria esperado o desenvolvimento de outros conceitos levantados no texto. Não se explica mais a fundo a questão do tempo, por exemplo, ou o que seriam “crônicas voltadas ao passado”; não se determina a noção de humor que se está usando. Até mesmo admitir que faz uma “definição bastante esquálida” evidencia que o objetivo do autor não é fazer um estudo aprofundado e científico da questão.</p><p>Com relação ao Trecho 2, pode-se dizer que se trata de uma escrita acadêmica. A cientificidade do texto pode ser percebida, por exemplo, na utilização de um autor (Bakhtin) que fundamenta o que é expresso. A delimitação do objeto de estudo se dá pela explicitação de suas características, como a relação com as formas linguísticas e com características sociodiscursivas. As explicações são ampliadas pela evidenciação das relações entre as características do objeto. Enfim, percebe-se que há um trabalho de pesquisa que fundamenta a argumentação, caracterizando o rigor científico.</p><p>Os dois trechos, assim, aproximam-se quanto à temática, já que ambos tratam de gêneros textuais. Entretanto, um o faz de modo mais informal, em uma crônica; outro, de forma mais rigorosa e precisa, em um texto destinado a profissionais da área de Letras.</p><p>6-1</p><p>A chegada do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa tem causado estranhamento e dúvidas quanto à sua utilização. Apesar dos materiais de leitura já estarem atualizados com as novas regras ainda encontramos algumas dúvidas na grafia de algumas palavras.</p><p>Observe as frases dos anúncios a seguir e analise os possíveis deslizes na ortografia, corrigindo-os quando for necessário, justificando as mudanças realizadas:</p><p>I) A livraria Sabedoria está com uma superpromoção de livros de auto-ajuda.</p><p>II) O hipermercado Rei dos descontos tem promoção aos finais de semana.</p><p>III) Na rede Dirija Já você encontra seu semi-novo e sai motorizado na hora</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>As frases 1 e 2 apresentam equívocos na utilização do hífen, sendo necessárias as seguintes correções:</p><p>I) A livraria Sabedoria está com uma superpromoção de livros de autoajuda. Pela nova regra de uso do hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da que inicia o segundo termo, as palavras devem ser unidas sem hífen,</p><p>II) A frase 2 está correta, a palavra hipermercado segue a regra de uso do hífen (prefixo termina em consoante diferente da que inicia o segundo termo e por isso as palavras são unidas sem o uso do hífen).</p><p>III) Na rede Dirija já você encontra seu seminovo e sai motorizado na hora. Pela nova regra de uso do hífen quando temos prefixo terminado em vogal e segundo termo iniciado por consoante as palavras são unidas sem hífen.</p><p>6-2</p><p>No ambiente virtual, você escreve sem monitorar sua escrita ou alguma vez você se preocupou com a tal "norma padrão"? É uma maneira gráfica de se conversar: você usa da língua escrita como se fosse falada! Fantástico! Por isso mesmo que surgiu o "internetês", língua escrita com cara de fala, que reúne novos códigos linguísticos e favorece estabelecer vínculos com pessoas virtualmente! Bom, justamente pensando nessa peculiaridade, proponho a você o seguinte desafio.</p><p>Selecione duas conversas sua via chat ou aplicativos de mensagem. A primeira, com uma pessoa amiga, íntima; a segunda, com uma pessoa com a qual você não tenha intimidade, não tenha um vínculo de amizade (por exemplo, um chat de atendimento ao cliente, um fórum de discussão, uma conversa com seu chefe ou, ainda, um diálogo via intranet no seu ambiente de trabalho). Depois que você selecionou as duas conversas, observe-as. Preste atenção tanto na sua fala quanto na fala do seu interlocutor. Escreva um relato das diferenças que você percebe entre as duas conversas e destaque algumas palavras que evidenciem as diferenças observadas.</p><p>Mãos à obra!</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>O aluno deverá escrever um breve relato, no qual poderá apontar como diferenças:</p><p>- Formalidade/informalidade na fala;</p><p>- Utilização/não utilização de termos relacionados à intimidade;</p><p>- Monitoramento da fala/fala espontânea;</p><p>- Assuntos de foro pessoal/assuntos de foro geral.</p><p>Deverão surgir, como exemplos, termos como: "vc", "sds", "blz", "cmigo", "sqn", "mto", etc.</p><p>Questões</p><p>“Ele era inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo,</p><p>Todo abacate é verde.</p><p>Ao encaminhar o currículo para o escritório Habeas Data,</p><p>image6.jpeg</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.jpeg</p><p>image12.jpeg</p><p>image13.jpeg</p><p>image14.jpeg</p><p>image15.jpg</p><p>image16.jpg</p><p>image17.jpg</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p>