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Prévia do material em texto

Professor(a) Me. Jéssica Ribeiro de Castro
DIREITO CIVIL
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Hugo Batalhoti Morangueira
 Bruna de Lima Ramos
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
C355d Castro, Jéssica Ribeiro de
 Direito civil / Jéssica Ribeiro de Castro. Paranavaí: 
 EduFatecie, 2023.
 64 p.: il. Color.
 
 Direito civil. 2. Contratos. 3. Responsabilidade (Direito). 4.
 Obrigações (Direito). I. Centro Universitário UniFatecie. II. 
 Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 CDD : 23 ed. 342.1
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
Professor(a) Me. Jéssica Ribeiro de Castro
• Mestre em ciências jurídicas (UniCesumar);
• Especialista em Direito Processual Civil (Faculdades Maringá);
• Especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário (IDCC);
• Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Maringá.
Advogada desde 2016 na empresa Consultoria Jurídica Errerias Advogados e Asso-
ciados. Revisora de revistas científicas. Professora, pesquisadora e palestrante. 
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/5133494461060208
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/5133494461060208
4
Olá, aluno (a). Seja bem vindo (a)! 
Que bom que você chegou aqui para iniciarmos essa trilha de aprendizagem no 
mundo do direito. Nessa jornada vamos nos aprofundar no estudo do principal ramo do 
direito privado, o direito civil. Embora em um primeiro momento pareça distante, o direito civil 
está em nosso dia a dia. Ele regulamenta direitos que se iniciam antes mesmo do nascimento 
da pessoa e permanece produzido seus efeitos após a morte. Interessante, não é?
É importante você ter em mente que nossa disciplina de direito civil apresenta conteúdo 
essencial para sua graduação, bem como para torná-lo um excelente profissional operador do 
direito, independentemente de qual área que você escolherá no futuro para dedicar sua atuação. 
Ademais, você precisa saber que esse estudo será guiado pela ordem disposta no 
Código Civil brasileiro de 2002. 
Assim, na unidade I vamos iniciar nosso estudo do direito civil em sua parte geral, 
com a abordagem dos livros I e II do Código Civil, que abordam “as pessoas” e os “bens”. 
Dentro dos direitos das pessoas vamos conhecer os direitos relacionados às pessoas físi-
cas e jurídicas. No que se refere aos bens, vamos compreender o que a lei disciplina sobre 
os bens móveis e imóveis. 
Já na unidade II você irá saber mais sobre os “fatos jurídicos”. Esses fatos são 
aqueles que acontecem no dia a dia, mas que possuem reflexos no mundo jurídico e que, 
em razão disso, são regulamentados pelo direito. 
Na sequência, na unidade III iniciaremos o estudo da parte especial do Código Civil. Nes-
sa oportunidade estudaremos os livros I até IV, falaremos a respeito dos direitos da obrigações.
Por fim, na última unidade você aprenderá as regras aplicáveis aos direitos contratuais 
e também sobre a responsabilidade civil, duas matérias essenciais a todo profissional do direito. 
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
5
UNIDADE 4
Parte Especial: Contratos e 
Responsabilidade Civil
Parte Especial: Das Obrigações
UNIDADE 3
Direito Civil Parte Geral:
Dos Fatos Jurídicos
UNIDADE 2
Direito Civil Parte Geral: 
Das Pessoas e dos Bens
UNIDADE 1
SUMÁRIO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
Plano de Estudos
• Do direito das pessoas; 
• Dos bens.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender as regras e definições do direito das pessoas;
• Entender as espécies dos bens e as normas que os regulamentam.
Professor(a) Me. Jéssica Ribeiro de Castro
DIREITO CIVIL PARTE DIREITO CIVIL PARTE 
GERAL: DAS PESSOAS GERAL: DAS PESSOAS 
E DOS BENSE DOS BENS1UNIDADEUNIDADE
7DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
INTRODUÇÃO
Olá, tudo bem? Seja bem-vindo (a) a nossa primeira unidade da disciplina de Direito 
Civil. Acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas para iniciar 
essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar confortável e se acomode, porque 
vamos realizar uma introdução ao nosso estudo do direito privado agora. 
Para início desse estudo, querido aluno (a), é importante você compreender que 
o direito civil é dinâmico, isso porque ele disciplina a vida humana e suas relações. Assim, 
na medida em que a sociedade evolui, o direito civil se modifica se amoldando às novas 
realidades das pessoas. No entanto, todas as mudanças ocorridas no direto ao longo da 
história, bem como aquelas que ainda irão acontecer futuramente, são norteadas pelo 
princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. 
Nesse contexto, importante você entenderque o primeiro Código Civil vigente no 
Brasil foi aquele publicado em 1916 e este vigeu por 86 anos, quando em 2002 foi publicado 
o Código Civil que conhecemos hoje e que iremos estudar nesta apostila. Contudo, é impor-
tante destacar que esse último também já sofreu algumas alterações, a fim de se adaptar 
às novas necessidades da sociedade. 
Dito isso, no início dessa unidade vamos aprender sobre o direito das pessoas, cujas 
regras de proteção se iniciam antes mesmo do nascimento com vida do ser humano. Legal, 
não é? Nessa unidade também vamos aprender a normativa aplicável às pessoas jurídicas.
Já no segundo tópico dessa unidade vamos aprender sobre o livro “dos bens”. 
Mas você sabe o que são bens? São todos aqueles que compõem a propriedade de uma 
pessoa, podendo ser móveis ou imóveis, por exemplo. Assim, vamos compreender todas 
as regras que recaem sobre esse direito. 
Está preparado?! 
Então vem comigo!
Bons estudos!
DO DIREITO 
DAS PESSOAS1
TÓPICO
8DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
1.1. Capacidade de direito e de fato
O Primeiro Livro do Código Civil, da parte geral, inicia-se com o livro “das pessoas”, 
que são todos aqueles que podem ser sujeitos de direito e que também são aptos para 
cumprir deveres.
O Código Civil disciplina que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem 
civil” e “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a 
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro” (BRASIL, 2002).
Contudo, há uma diferenciação muito importante que você deve compreender, 
a capacidade de fato e a capacidade de direito. A capacidade de direito compreende a 
capacidade da pessoa de ser titular de direitos. Por outro lado, a capacidade de fato, é a 
capacidade de exercer, sem intervenção de terceiros, seus direitos. Para ficar um pouco 
mais claro, imagine uma criança que recebeu um imóvel de herança, embora menor de 
dezoito anos, possui a capacidade de direito de propriedade. Contudo, não pode exercer 
seus direitos, como a venda desse bem, sem que haja representação de seu tutor. Assim, 
o menor possui capacidade de direito, mas não possui a capacidade de fato. 
1.2. Regras aplicáveis à capacidade civil 
O Código Civil disciplina que “são absolutamente incapazes de exercer pessoal-
mente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos” (BRASIL, 2002). Essas 
pessoas, embora possuidoras de direitos, em regra, precisam ser assistidas para exercê-los 
e para que os atos tomados possuam validade. 
Não obstante, também há os relativamente incapazes, os quais devem ser apenas 
representados, são eles:
9DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
a) Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
b) Os ébrios habituais e os viciados em tóxico: consideram-se ébrios habituais os 
alcoólatras, que são os sujeitos que habitualmente ingerem bebidas alcoólicas, causando 
uma significativa redução de seu discernimento (FERNANDES, 2017, p. 163).
c) Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade: esse fato ocorre, por exemplo, se o indivíduo é internado em coma. Nessa hipóte-
se, por questões de doença, ele não pode impor sua vontade. 
d) Os pródigos: são aqueles que dissipam seus bens ao ponto de esgotar seu patrimônio. 
O Código Civil disciplina em seu art. 5º que aquele que completa dezoito anos 
fica habilitado para a prática de todos os atos da vida civil. Contudo, a minoridade, não 
apenas cessa por meio do fator idade (BRASIL, 2002). É possível que ela cesse através da 
emancipação, do casamento, pelo exercício do emprego público efetivo, pela colação de 
grau em curso superior, bem como quando o menor de dezoito anos passe a ter economia 
própria através da abertura de estabelecimento ou de vínculo empregatício. 
1.3. Extinção da personalidade natural
De acordo com a regra imposta no art. 6º, do Código Civil, “a existência da pessoa 
natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a 
lei autoriza a abertura de sucessão definitiva” (BRASIL, 2002).
A doutrina dispõe sobre espécies distintas de morte, as quais são importantes para 
definir os direitos sucessórios (transferência de herança).
a) Morte real: a morte real é aquela certa, ainda que sem cadáver. Um exemplo é a 
morte ocorrida com a queda de um avião em alto mar, na qual os corpos não tenham sido 
recuperados. Embora não seja possível velar o corpo, é possível identificar as pessoas que 
foram mortas no acidente pela relação de passageiros no voo. 
b) Ocorrência ou morte simultânea: essa é identificada quando uma ou mais 
pessoas falecem na mesma situação e não é possível identificar quem faleceu primeiro 
(art. 8º, do CC). Maria Helena Diniz traz em sua doutrina a importância da comoriência no 
direito sucessório. A autora cita o exemplo de um casal sem filhos que sofre um acidente 
automobilístico, o marido falece no momento, mas a esposa é encontrada com poucos 
sinais de vida e logo vem a óbito. Aqui não será declarada a morte simultânea, a esposa 
herdará o patrimônio do marido e, posteriormente, todos os bens serão transferidos aos 
seus herdeiros (pais, por exemplo). Já se ambos forem encontrados mortos, será declarada 
a morte simultânea e os bens são sucedidos aos seus herdeiros (DINIZ, 2002, p. 255-256).
c) Morte presumida: o art. 7º do Código Civil admite duas espécies de declaração 
de morte presumida, sem a necessidade de declaração e ausência, quando é extremamente 
10DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
provável a morte de quem estava em situação de perigo, bem como alguém que estava desa-
parecido em campanha ou feito prisioneiro não for encontrado até dois anos do fim da guerra.
1.4. Direitos da personalidade
O Código de Direito Civil de 2002 inovou ao trazer a disposição de direitos não dis-
ciplinados no CC de 1916, ao criar um título próprio para regulamentar os direitos da perso-
nalidade. Esses direitos nada mais são do que aqueles inerentes à pessoa humana, e já são 
resguardados antes mesmo do nascimento com vida, ou seja, independem de capacidade 
civil. Protegem-se o direito à vida, à liberdade, à honra, à imagem, privacidade, entre outros. 
Nos termos do processo civil, esses direitos da personalidade são intransmissíveis 
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária (BRASIL, 2002). 
O art. 12 do CC disciplina que “pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, 
a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções 
previstas em lei” (BRASIL, 2002). A violação dos direitos da personalidade pode atingir, 
inclusive, a pessoa jurídica, quando ela tem sua imagem violada. Um exemplo disso ocorre 
quando há a negativação do nome da pessoa jurídica indevidamente, a partir disso nasce 
o direito à indenização.
De igual modo, a pessoa falecida tem direitos da personalidade resguardados, pois 
a proteção desses direitos transcende a vida. “Em se tratando de morto, terá legitimação 
para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente 
em linha reta, ou colateral até o quarto grau (BRASIL, 2002)”.
1.5 Das pessoas jurídicas
Além dos direitos naturais, o código civilista também regulamenta os direitos 
aplicáveis às pessoas jurídicas. Segundo o professor Flávio Tartuce, as pessoas jurídicas 
são aquelas “denominadas pessoas coletivas, morais, fictícias ou abstratas, podem ser 
conceituadas como sendo conjuntos de pessoas ou de bens arrecadados, que adquirem 
personalidade jurídica própria por uma ficção legal” (TARTUCE, p. 122, 2015).
A legislação diferencia as pessoas jurídicas entre pessoas jurídicas de direito pri-
vado e público (interno e externo). São pessoas jurídicas de direito público a União, os 
estados e Distrito Federal, os municípios, as autarquias e as associações públicas e outras 
criadas por lei. Já as pessoas jurídicas de direito privado são compostas porassociações, 
sociedades, fundações, organizações religiosas e partidos políticos.
O art. 45 aponta que a pessoa jurídica de direito privado começa a partir do registro 
de seu ato constitutivo no registro competente, por exemplo, na junta comercial. Ademais, 
todas as alterações também devem ser registradas no referido órgão. Por exemplo, é 
criada uma empresa com três sócios, eles levam a criação ao registro da junta comercial 
do estado onde a empresa foi criada. Contudo, um ano depois um dos sócios retira-se da 
11DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
sociedade, essa retirada deve ser registrada através da “primeira alteração do contrato 
social”, e também ser levada à registro na junta comercial. 
São informações imprescindíveis ao registro: 
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, 
quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos dire-
tores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial 
e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que 
modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimô-
nio, nesse caso (BRASIL, 2002).
Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019, o art. 49-A dispõe que a pessoa jurídica não se 
confunde com a pessoa de seus sócios. É garantida a autonomia patrimonial da pessoa jurídica, 
como forma de estímulo aos empreendimentos, geração de empregos, tributos, renda e inovação. 
Entretanto, essa autonomia não é absoluta. Nas hipóteses de desvio de finalidade, 
abuso da personalidade jurídica e confusão patrimonial, a pedido da parte, o juiz pode 
desconsiderar a personalidade jurídica da empresa, a fim de atingir o patrimônio dos sócios.
Quando a pessoa jurídica se tratar de microempresa ou empresário individual, não 
há necessidade da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica, 
em razão do patrimônio dos sócios se confundir com os da empresa. Nesse sentido, a 
jurisprudência se posicionou:
Agravo de instrumento – Ação de despejo por falta de pagamento – Contrato 
de locação – Cumprimento de sentença - Indeferimento de pedido de pesqui-
sa para localização de bens passíveis de penhora em nome dos sócios da 
executada – Possibilidade – Microempresa – Confusão patrimonial. No caso 
ora sob exame, a personalidade jurídica do empresário individual se con-
funde com o da microempresa, razão pela qual é desnecessária a descon-
sideração da personalidade jurídica em razão da confusão patrimonial dos 
devedores – Há interesse estatal na realização da atividade jurisdicional no 
mais breve espaço de tempo possível, e, portanto, justificativa para a solicita-
ção de pesquisas para a localização de bens passíveis de penhora em nome 
dos sócios da devedora, às expensas da exequente. Agravo provido. (TJ-SP 
- AI: 22464640620198260000 SP 2246464-06.2019.8.26.0000, Relator: Lino 
Machado, Data de Julgamento: 12/02/2020, 30ª Câmara de Direito Privado, 
Data de Publicação: 14/02/2020)
Nesse contexto, embora a legislação proteja o patrimônio e a individualidade da 
pessoa jurídica, nota-se que esta não é absoluta, havendo permissão em determinados 
casos que essa autonomia seja eliminada com o objetivo de satisfazer a tutela jurídica.
DOS BENS2
TÓPICO
12DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
O doutrinador Silvio Rodrigues define bens como “bens são coisas que, por serem 
úteis e raras, são suscetíveis de apropriação e contêm valor econômico” (p. 117, 1987). 
Esses bens são divididos entre bens corpóreos e incorpóreos. Bens corpóreos 
compõe-se por aqueles que possuem existência física, material e podem ser atingidos pelo 
homem, por exemplo, a propriedade sobre um imóvel. Já os bens incorpóreos possuem 
existência abstrata, porém, possuem valor econômico, como, por exemplo, os direitos au-
torais (GONÇALVES, 2011, p. 218). 
2.1. Dos bens imóveis
Nos termos do art. 79, eles são classificados como “o solo e tudo quanto se lhe 
incorporar natural ou artificialmente” (BRASIL, 2022). Isso significa que tudo que está no 
subsolo, no solo e em seu espaço aéreo compõe o bem móvel. Para melhor esclarecer, 
pense em um prédio edificado em um terreno. Ele possui a estrutura no subsolo, no solo e 
também possui apartamentos que compõem a parte acima do solo. 
2.2. Bens móveis
Os bens móveis, por sua vez, são aqueles que podem ser transportados, por força 
própria ou de terceiros, sem que haja deterioração ou alteração da substância ou destina-
ção econômico-social (TARTUCE, 2015, p. 151). 
Bens sui generis: Ainda há a classificação da doutrina dos bens que possuem 
gênero próprio:
Os navios e aeronaves são bens móveis especiais ou sui generis. Apesar de 
serem móveis pela natureza ou essência, são tratados pela lei como imóveis, 
necessitando de registro especial e admitindo hipoteca. Justamente porque 
13DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
pode recair também sobre navios e aviões, pelo seu caráter acessório e pelo 
princípio de que o acessório deve seguir o principal, a hipoteca, direito real de 
garantia, pode ser bem móvel ou imóvel (TARTUCE, 2015, p. 151). 
2.3 Dos bens fungíveis e infungíveis 
Entende-se por bens fungíveis aqueles que podem ser substituídos por outro da 
mesma espécie, qualidade e quantidade (art. 85, CC). Já os bens infungíveis são aqueles 
que não podem ser substituídos pela sua essência. Tem-se como exemplo de bem fungível 
o dinheiro. Já os bens infungíveis podem ser exemplificados pela obra de arte ou um quadro 
famoso, eles não são substituíveis por serem peças únicas. 
2.4 Bens consumíveis e inconsumíveis 
Descreve o art. 86 do Código Civil que são bens consumíveis aqueles que o uso 
incorre na destruição imediata de sua própria substância, sendo também considerados tais 
os destinados à alienação. Por exemplo, os gêneros alimentícios. 
Já os bens não consumíveis aqueles que o uso não causa deterioração da substân-
cia. Embora o uso de qualquer bem cause desgaste com o tempo, os bens não consumíveis 
não se desconstituem no primeiro uso, tal como os consumíveis. 
2.5 Bens divisíveis e indivisíveis 
Nos termos do art. 87, entende-se como bens divisíveis aqueles que “podem fracio-
nar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso 
a que se destinam”. Por exemplo, acredito que você está com um celular muito próximo de 
você neste momento. Observe ele e imagine se ele é um bem divisível. Poderia funcionar 
sem a tela? Poderia funcionar sem a bateria? Uma vez que lhe falta um dos itens, não 
funciona ou, se funciona, pode perder grande parte de seu valor econômico. Portanto, seu 
celular é considerado pelo código civil como um bem indivisível.
2.6 Bens singulares e coletivos
São bens singulares aqueles que, reunidos, se consideram de per si , independente-
mente dos demais. Por exemplo, uma caneta, sapatos, roupas etc. Já os bens coletivos são 
compostos por diversos bens singulares. Por exemplo, uma biblioteca é um bem coletivo, que é 
formado pelo conjunto de bens singulares, os livros. O gado é um outro exemplo de bem coletivo.
2.7 Bens principais e bens acessórios
Os bens principais, ou também denominados como bens independentes, são 
aqueles que existem de forma autônoma. Ou seja, não depende de outro bem para seu 
funcionamento. Por exemplo: Uma árvore exerce sua função independente de outro bem. 
Um cavalo mecânico também é um exemplo de bem principal. 
14DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
Já os bens acessórios dependem da existência e funcionamento do bem principal. 
Por exemplo, os frutos de uma árvore não podem existir sem que a árvore exista. A carreta 
de um caminhão não tem funcionalidade se não estiver acoplada no cavalo mecânico. 
No que diz respeito aos bens acessórios,a doutrina classifica-os como frutos da 
seguinte forma:
Frutos – São bens acessórios que têm sua origem no bem principal, man-
tendo a integridade desse último, sem a diminuição da sua substância ou 
quantidade. 
Os frutos, quanto à origem, podem ser assim classificados: Frutos naturais 
– São aqueles decorrentes da essência da coisa principal, como as frutas 
produzidas por uma árvore.
Frutos industriais – São aqueles decorrentes de uma atividade humana, caso 
de um material produzido por uma fábrica. 
Frutos civis – São aqueles decorrentes de uma relação jurídica ou econômi-
ca, de natureza privada, também denominados rendimentos. É o caso dos 
valores decorrentes do aluguel de um imóvel, de juros de capital, de dividen-
dos de ações (TARTUCE, 2015, p. 155). 
Outra classificação existente dos acessórios são as benfeitorias, que são as modi-
ficações/reformas realizadas em determinado bem, com o objetivo de melhorar a estrutura, 
promover sua conservação ou torná-lo mais bonito, confortável e funcional.
As benfeitorias se classificam como: 
a) Necessárias: são aquelas que tem como finalidade evitar que o bem se deterio-
re. Por exemplo, imagine que você tem um imóvel e ele está sendo alugado para João. Em 
um dia de chuva, esse imóvel sofre um grande dano em sua parte estrutural e é necessário 
realizar a reforma para que o imóvel não desmorone. Esse tipo de reforma é necessária, 
pois sem ela o imóvel perde sua funcionalidade. 
b) Úteis: são aquelas que facilitam o uso do bem ou o tornam mais funcionais. 
Exemplo: imagine que esse seu imóvel não possui garagem coberta e seu inquilino durante 
a locação adquire um veículo. Ele entra em contato contigo e informa que gostaria de fazer 
uma reforma no seu imóvel para incluir uma garagem coberta e atender a sua nova neces-
sidade. Se a reforma não for feita, o imóvel terá o mesmo uso, que é a moradia. Porém, 
se a garagem for construída, nota-se que ao imóvel será agregado valor e funcionalidade. 
c) Voluptuárias: São aquelas de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso 
habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. Pensei no 
mesmo exemplo acima. Contudo, o mencionado inquilino vem até você e informa que concluiu 
um curso de jardinagem e gostaria de fazer um lindo jardim no imóvel com um lago, para em-
belezar o imóvel. Essa benfeitoria não é necessária e nem útil, mas tornará o imóvel mais belo.
15DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
Pois bem, trabalhamos com o exemplo acima para que você conheça em quais 
hipóteses o locatário do imóvel poderá ser indenizado por você, locador. No caso de ben-
feitorias necessárias, ainda que não autorizadas pelo locador, haverá direito a indenização 
pelos valores gastos. As benfeitorias úteis serão indenizadas ao locatário, desde que te-
nham sido autorizadas pelo locador. Já as benfeitorias voluptuárias não são indenizáveis. 
Ainda, se possível, podem ser retiradas pelo locatário quando finalizada a locação.
2.8 Bens privados e públicos
Bens privados são aqueles que compõem o patrimônio particular da pessoa física 
ou jurídica de direito privado e que atendem os interesses patrimoniais. Assim, são bens pri-
vados todos aqueles que não compõem o patrimônio de pessoa jurídica de direito público. 
Por exemplo, a sua casa, seu carro, seu computador e outros. 
Já os bens classificados como bens públicos são os bens do domínio nacional 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno (art. 98, do CC). 
O Código Civil descreve os bens públicos:
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, 
inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas 
entidades (BRASIL, 2002). 
Uma informação muito importante sobre os bens públicos é que, ao contrário dos 
particulares, eles não podem ser objeto de usucapião. Ainda, seu uso pode ser gratuito ou 
retribuído, conforme determinado pela entidade que o administre. 
16DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
 A Súmula 364 do STJ dispõe que “O imóvel residencial do próprio casal ou da entidade familiar, é impe-
nhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra 
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, 
salvo nas hipóteses previstas nesta Lei” (STJ, 2008).
“As leis, em seu significado mais extenso, são as relações necessárias que derivam da natureza das coisas; 
e, neste sentido, todos os seres têm suas leis; a Divindade possui suas leis, o mundo material possui suas 
leis, as inteligências superiores ao homem possuem suas leis, os animais possuem suas leis, o homem 
possui suas leis.” (MONTESQUIEU, 2000, p. 11).
17DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
Chegamos ao fim da nossa primeira unidade! Espero que você tenha aproveitado 
ao máximo os conhecimentos apresentados aqui. Você sabe que seus estudos sobre esses 
assuntos não acabam aqui, não é?! Agora é o momento de procurar por mais informações, 
continuar suas pesquisas em sites, revistas, artigos científicos, livros e vídeos, a fim de 
enriquecer ainda mais seu repertório sobre o assunto!
Sabendo que você vai continuar seus estudos depois de finalizar a leitura da nossa 
unidade, é importante relembrar que o Código Civil é uma das legislações mais importantes 
no ordenamento jurídico brasileiro, eis que sua regulamentação pode ser identificada nas 
relações que travamos diariamente em cada momento da nossa vida. 
Ainda, é imprescindível você saber que o estudo do direito civil se inicia com o 
estudo das pessoas, físicas, jurídicas, de direito privado e público. Também, que alguns 
direitos são concedidos antes mesmo do nascimento com vida e se prolongam após a sua 
morte, como ocorre com os direitos da personalidade que estudamos nesta unidade.
Ademais, nesta unidade também conhecemos as regras que regulamentam os 
direitos sobre os bens, bem como as espécies e classificações dos bens que existem. 
Para fixar melhor esses conceitos apresentados, recomenda-se que você busque 
diferentes exemplos práticos, com isso você irá assimilar melhor o estudo das situações 
rotineiras e, consequentemente, aprender para nunca mais esquecer. 
Obrigado pela companhia e até a próxima unidade.
Abraço!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
18DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
Título: Bem de família de fiador pode ser penhorado para quitar dívida de aluguel 
comercial, decide STF.
Fonte: Supremo Tribunal Federal.
Link de acesso: https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteu-
do=483088&ori=1
Resenha: A notícia acima sugerida traz o entendimento recente proferido pelo STF 
no julgamento do RE 1307334, o qual após muitas discussões jurisprudenciais, firmou-se 
o entendimento do bem de família do fiador é passível de penhora quando for dado em 
garantia de contrato de bem imóvel comercial. 
LEITURA COMPLEMENTAR
19DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DAS PESSOAS E DOS BENSUNIDADE 1
MATERIAL COMPLEMENTAR
Eu me importo 
• Ano: 2020
• Sinopse: O filme da plataforma Netflix conta a história de Marla 
Grauson, que é uma renomada guardiã legal. No filme ela gosta 
de realizar a interdição de pessoas idosas, como se elas fossem 
incapazes para exercer seus atos da vida civil (capacidade de fato), 
para administrar e desviar os bens dos idosos. 
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=DjovwjAVD_o
• Título: Direitos da personalidade
• Autor: Cleyson de Moraes Mello
• Editora: Processo
• Sinopse: Essa obra oferece uma clara e panorâmica visão de 
como vêm sendo realizadosos estudos e pesquisas sobre os 
Direitos da Personalidade. O autor apresenta uma personalíssima 
análise do mais refinado pensamento desta disciplina, abordando 
temas como: dignidade da pessoa humana, anencefalia, zika ví-
rus, eutanásia, testamento vital, criogenia, transexual, wannabes, 
tatuagens, bodyart e bodymodification, homem-lagarto, direito ao 
nome, direito à honra, YouTube, BBB, pornografia de vingança, 
topless, internet, direito ao esquecimento, caso Xuxa, Doca Street, 
discurso do ódio, intimidade e privacidade, Caso Maitê Proença, 
Caso Garrincha, até mesmo a polêmica sobre a questão de apre-
sentação dos exames médicos do Presidente Jair Bolsonaro.
https://www.youtube.com/watch?v=DjovwjAVD_o
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Plano de Estudos
• Dos fatos jurídicos.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar os fatos jurídicos;
• Compreender os tipos de negócios jurídicos, seus defeitos e suas 
consequências;
• Estabelecer a importância da prescrição e decadência.
Professor(a) Me. Jéssica Ribeiro de Castro
DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL 
PARTE GERAL: DOS PARTE GERAL: DOS 
FATOS JURÍDICOSFATOS JURÍDICOS2UNIDADEUNIDADE
21DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
INTRODUÇÃO
Olá, pessoal! Vamos iniciar mais uma unidade?
Na Segunda Unidade da nossa disciplina de direito civil, vamos aprofundar nossos 
estudos da disciplina de Direito Civil. É importante você lembrar que essa legislação foi muito 
bem estruturada, já estudamos as pessoas e os bens, agora vamos estudar os fatos jurídicos. 
Mas o que são fatos jurídicos que estudaremos nesta unidade? São todos aqueles 
fatos que interessam ao direito e que são afetados, de alguma forma, pela regulamentação 
das leis. Para ficar um pouco mais claro, pense que hoje pela manhã você foi à padaria 
comprar um saco de pães para o café da manhã. Esse fato, por si só, já é um fato jurídico, 
pois no mundo do direito você firmou um contrato verbal de compra e venda. Já deu para 
sentir o quão importante são os fatos jurídicos na nossa vida, não é? Agora imagina para um 
operador do direito, que é o profissional que você irá se tornar quando finalizar sua graduação.
Pois bem! Considerando a importância do que iremos estudar juntos nessa unida-
de, preciso que você fique 100% atento a todo material.
Nesta unidade iremos iniciar o estudo dos fatos jurídicos a partir do negócio jurídico. 
Vamos compreender quais são as regras aplicáveis aos negócios jurídicos, como pessoas 
legítimas para firmarem negócios jurídicos, suas regras, defeitos, regras e aplicação.
De igual modo, iremos estudar as regras de prescrição e decadência disciplinadas 
no código civilista. 
Após o estudo desta unidade você compreenderá as principais regras aplicáveis 
aos fatos jurídicos, disciplinados no livro III do Código Civil. 
Vem comigo!
Bons Estudos ;)
22DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
DOS FATOS 
JURÍDICOS1
TÓPICO
Assim como na vida, o direito também observa um ciclo, ele nasce, desenvolve-se 
e extingue-se. Todas essas fases são descritas na doutrina como fatos jurídicos, por ultra-
passarem um mero acontecimento cotidiano e emitirem efeitos no mundo jurídico. Isso quer 
dizer que nem todos os fatos que você observa em seu dia a dia podem ser denominados 
como fatos jurídicos. Por exemplo, eventos da natureza, como a queda de um raio, não 
podem ser classificados como fatos jurídicos. Contudo, a depender da situação causada, 
pode se transformar em um fato jurídico. Por exemplo, imagine que esse mesmo raio caia 
em uma casa que possui seguro contra eventos naturais, e todos os eletrodomésticos da 
residência queimam e param de funcionar. O mero fato que não era jurídico, passa a pro-
duzir efeitos no mundo jurídico. 
Segundo Flávio Tartuce (2015, p. 167), o fato jurídico é o “ato jurídico em que 
há uma composição de interesses das partes com uma finalidade específica”. Já para o 
professor Álvaro Villaça Azevedo (2012, 169), no negócio jurídico “as partes interessadas, 
ao manifestarem sua vontade, vinculam-se, estabelecem, por si mesmas, normas regula-
mentadoras de seus próprios interesses”.
1.1 Negócio jurídico 
O negócio jurídico consiste em um ato ou uma coordenação de atos de uma ou 
mais pessoas, que tem por finalidade produzir efeitos jurídicos. Segundo o professor Carlos 
Alberto Gonçalves, “no negócio jurídico a manifestação da vontade tem finalidade negocial, 
que abrange a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos” (2012, p. 232). 
23DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
1.2 Unilaterais, bilaterais e plurilaterais
Os atos unilaterais são aqueles que se configuram por meio de uma única ma-
nifestação de vontade, como as doações, os testamentos, confissões de dívida e outros. 
Já os atos bilaterais se configuram por meio de duas manifestações de vontade sobre o 
mesmo objeto de forma simultânea, tais como os contratos em geral. 
Por fim, os atos plurilaterais são aqueles que se configuram a partir da manifesta-
ção de vontade de mais de duas pessoas. São exemplos de atos plurilaterais os contratos 
de sociedade e as atas de assembleias de condomínio, onde há a necessidade maioria ou 
quórum para que haja alteração de direitos. 
1.3 Gratuitos ou onerosos 
Os negócios jurídicos gratuitos são aqueles em que há benefício para uma parte, 
sem que seja esta obrigada na contraprestação, como as doações. Nesse tipo de negócio 
jurídico apenas uma parte assume o ônus, se obriga. Já os negócios jurídicos onerosos 
são aqueles que ambos contratantes possuem vantagens e se obrigam em contraprestação. 
1.4 Inter vivos e mortis causa
Os atos inter vivos são aqueles atos que possuem efeitos desde já, como os 
contratos em geral. Já os atos causa mortis são aqueles que dependem do efeito morte 
para produzir efeitos, sendo exemplo os testamentos.
1.5 Principais acessórios. Negócios derivados
Os negócios jurídicos principais são aqueles que possuem existência própria, ou 
seja, não dependem de outro para sua existência. Como, por exemplo: doações, contratos 
de compra e venda e outros. 
Os negócios jurídicos acessórios estão ligados ao principal em caráter de subor-
dinação, como as hipotecas ou fianças. 
Por fim, os negócios jurídicos derivados são aqueles que têm por objeto os 
direitos previstos em outro contrato, o principal. São exemplos os contratos de sublocação 
e subempreitada. 
1.6 Solenes e não solenes 
Os atos jurídicos solenes são aqueles que para possuírem validade devem obser-
var a forma prescrita em lei. Nos termos do art. 108 do Código Civil, tem-se como essencial 
para validade do negócio jurídico, a formalização de escritura de compra e venda para os 
imóveis de valor acima de trinta salários mínimos. 
Já os atos não solenes são aqueles feitos de forma livre, inclusive verbal. Esses 
atos são a regra, sendo apenas exigida a formalização quando a lei assim exigir (art. 107, 
CC). Pode-se citar como exemplo os contratos de locação, compra e venda de veículos. 
24DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
1.7 Tricotomia existência-validade-eficácia
A doutrina classificaos negócios jurídicos em três planos, sendo denominada a 
tricotomia existência-validade-eficácia, definida por Pontes de Miranda como a Escada 
Ponteana. Flávio Tartuce apresenta:
FIGURA 1 – ESCADA PONTEANA
Fonte: Tartuce (2015)
Não obstante, esses termos são tratados como sinônimos muitas vezes, cada 
qual possui seu significado e efeito jurídico, sendo importante que você tenha em mente o 
conceito de cada um.
Segundo Carlos Alberto Gonçalves:
“No plano da existência não se indaga da invalidade ou eficácia do negócio 
jurídico, importando apenas a realidade da existência. Tal ocorre quando este 
sofre a incidência da norma jurídica, desde que presentes todos os seus ele-
mentos estruturais. Se faltar, no suporte fático, um desses elementos, o fato 
não ingressa no mundo jurídico: é inexistente. Nele podem, porém, ingressar 
todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos (2012, p. 249). 
Pode-se citar como exemplo de negócio jurídico inexistente o casamento celebrado 
apenas no religioso por um padre. Embora haja celebração, é necessário a regulamentação 
no cartório de registro civil. Caso contrário, o casamento religioso não terá efeitos. 
Já no plano da validade, esse negócio deve observar as regras do art. 104 do CC, 
ou seja, é necessário que seja formalizado por agente capaz, objeto lícito, possível, determi-
nado ou indeterminado e forma prescrita em lei. Vamos a um exemplo para ficar mais claro? 
25DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
Pense em um contrato, no qual a pessoa se obrigue a entregar toda a água do mar. 
Essa obrigação não é possível, pois não há a possibilidade de uma pessoa recolher toda 
água do mar e entregar para a outra.
Um outro exemplo é um contrato de compra e venda de um móvel, no qual o ad-
quirente é um menor de dezesseis anos, não assistido por seus pais ou tutor. Você se 
recorda dos estudos da unidade I? Os menores de dezesseis anos devem ser assistidos 
para que possam praticar atos da vida civil, pois embora possuam capacidade de direito, 
não possuem capacidade de fato. 
O plano da eficácia é onde os fatos jurídicos produzem os seus efeitos. Segundo 
Flávio Tartuce, “no plano da eficácia estão os elementos relacionados com a suspensão e 
resolução de direitos e deveres das partes envolvidas “ (2015, 181). Um negócio jurídico 
pode ser existente e válido, mas pode não produzir efeitos no plano da eficácia. Exemplo: 
Um contrato de compra e venda de um imóvel que há cláusula prevendo a incidência de 
cláusula penal em caso de descumprimento. A cláusula é existente e válida, porém, é inefi-
caz enquanto o contrato estiver sendo cumprido. 
1.8 Vícios e defeitos do negócio jurídico
Os vícios dos negócios jurídicos prejudicam o ato celebrado. Esses vícios atingem 
a vontade ou impõem repercussão social, tornando o negócio jurídico nulo ou anulável. 
São vícios de vontade ou de consentimento aqueles disciplinados a partir do art. 138 do 
Código Civil: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão (TARTUCE, 2015, p. 
190). Ademais, também será estudado o negócio jurídico simulado.
Neste tópico você compreenderá cada um dos vícios do negócio jurídico e aprender 
quais seus efeitos no mundo jurídico.
Figura 2 – Vícios ou defeitos dos negócios jurídicos 
Fonte: Tartuce (2015).
26DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
1.8.1 Do erro
Carlos Roberto Gonçalves ensina que “O erro consiste em uma falsa representação da 
realidade. Nessa modalidade de vício do consentimento o agente engana-se sozinho. Quando 
é induzido em erro pelo outro contratante ou por terceiro, caracteriza-se o dolo” (2012, p. 289). 
O Código Civil preconiza que é erro substancial (art.139, CC): “interessa à natureza 
do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais”. 
Nessa situação podemos citar como exemplo a celebração de um contrato de compra e 
venda, no qual a pessoa acredita que está realizando um contrato de aluguel. Há erro sobre 
o objeto essencial do contrato. 
Também é erro substancial aquele que “concerne à identidade ou à qualidade essen-
cial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de 
modo relevante”. Cita-se, como exemplo, as hipóteses descritas no art. 1.557 do CC, como o 
casamento celebrado com completo desconhecimento que o cônjuge tenha praticado crime 
anterior ao casamento que, diante de sua natureza, torne insuportável a vida conjugal. 
Ademais, “sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo 
único ou principal do negócio jurídico”. Gonçalves explica que é “o falso conhecimento, igno-
rância ou interpretação errônea da norma jurídica aplicável à situação concreta” (2012, p. 292). 
Os negócios jurídicos realizados com esse vício são passíveis de anulação.
1.8.2 Do dolo
O dolo é classificado como dolo essencial, dolo acidental, dolo por omissão e dolo 
de terceiro. 
O dolo substancial é uma das espécies de vício de vontade que se verifica no 
emprego de artifício ardiloso com o objetivo de enganar outrem e, ao mesmo tempo, auferir 
proveito próprio. No Dolo acidental a conduta do agente causador não é intencional. Já o 
dolo por omissão ocorre quando a parte se omite em informação que deveria ser transmi-
tida na realização de negócio jurídico (FERNANDES, 2017, p. 83). 
Por fim, o dolo de terceiro se configura quando “se a parte a quem aproveite dele 
tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, 
o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou” (art. 148, CC).
O dolo substancial, dolo por omissão e dolo por terceiro podem ser anuláveis. Já no 
dolo acidental há apenas a configuração do direito a perdas e danos. 
Por fim, é importante que você saiba que se ambas as partes agirem com dolo no negó-
cio jurídico, nenhuma delas poderá suscitar a anulação deste ou reivindicar as perdas e danos. 
1.8.3 Coação
A coação consiste na ameaça ou até mesmo no início da violência que influi na 
manifestação de vontade da pessoa que está realizando o negócio jurídico. Ela pode ser 
27DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
física ou moral. Causa medo ou temor que conduz a pessoa na prática do negócio jurídico, 
sob pena de sofrer violência. Aquele que pratica ato sob coação age em desacordo com a 
vontade (FERNANDES, 2017, p. 89).
O art. 151 do CC dispõe que “a coação, para viciar a declaração da vontade, há de 
ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à 
sua família, ou aos seus bens”. Se o dano incorrerá sobre pessoa que não faz parte da família 
daquele que sofre a coação, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. 
Não se configura coação o mero temor referencial, pois se trata de mero exercício 
do direito, como, por exemplo, o credor que ameaça processar seu devedor. 
Os negócios jurídicos realizados com esse vício são passíveis de anulação.
1.8.4 Estado de perigo
No estado de perigo, a parte encontra-se em temor de grave dano ou prejuízo e, 
para evitá-lo, realiza negócio jurídico assumindo para si prestação com onerosidade exces-
siva. É necessário que aquele que se beneficia tenha conhecimento da situação de risco 
que atinge aquele que sofrerá prejuízo (TARTUCE, 2015, p. 198). Os negócios jurídicos 
realizados com esse vício são passíveis de anulação.
1.8.5 Lesão
O Código Civil preconiza em seu art. 157 que “ocorre a lesão quando uma pessoa, 
sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente 
desproporcional ao valor da prestação oposta”.
Para que a lesão seja configurada, também é necessário que a outra parte tenha 
conhecimento que a parte prejudicada estava agindo com necessidade ou por inexperiência. 
Deve haver a perda do equilíbrio contratual, sendo que será apreciada desproporção 
das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.1.8.6 Simulação
De início, esclarece-se que a existência de simulação em um negócio jurídico gera 
a nulidade deste. Ou seja, ele é nulo desde seu início e não pode ser convalidado poste-
riormente (art. 167, CC). 
Segundo Flávio Tartuce, a simulação ocorre quando há desacordo entre a vontade 
declarada ou manifestada e a verdadeira vontade do indivíduo, a vontade interna (2015, p. 205). 
O Código Civil (art., 167, I) descreve que há simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às 
quais realmente se conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados (BRA-
SIL, 2002). 
28DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
1.9 Prescrição e decadência 
1.9.1 Prescrição
Você já deve ter ouvido a expressão “o direito não socorre aqueles que dormem!”. 
Esse termo representa o instituto da prescrição, eis que esse garante que se o titular do 
direito permanecer inerte por tempo determinado e prescrito em lei, perderá o direito de 
buscar a tutela jurídica perante o Estado, ou seja, perderá o direito de ingressar judicial-
mente buscando seu direito. 
A prescrição também garante às partes a segurança jurídica, já imaginou se o 
direito de propor ações judiciais se prolongasse para sempre? Justamente para isso que a 
prescrição existe no mundo jurídico.
Contudo, para toda regra há uma exceção. O Código Civil estabelece nos arts. 197 
e 198, que não ocorre a prescrição, entre os cônjuges, durante o casamento, o mesmo 
se aplica com relação àqueles que convivem em união estável. Entre os ascendentes e 
descendentes, durante o poder familiar, entre os tutelados ou curatelados e seus tutores 
ou credores, contra os incapazes, contra os ausentes do País em serviço público da União, 
dos Estados ou dos Municípios e contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, 
em tempo de guerra. Por sua vez, o art. 199 impõe que a prescrição também não ocorrerá 
quando houver condição suspensiva, quando não há vencimento de prazo e, por fim, quan-
do pendente ação de evicção. 
Os prazos prescricionais estão disciplinados no art. 206 do Código Civil, os quais você 
deverá fazer uma leitura atenta e, quando precisar, fazer a consulta na legislação para aplicá-los. 
1.9.2 Decadência 
Muitas vezes o conceito de prescrição pode ser confundido com o da decadência. 
Contudo, é importante você ter conhecimento que embora se trate de conceitos que defi-
nem a perda do direito, são conceitos distintos.
Carlos Roberto Gonçalves diferencia esses dois conceitos:
Um dos critérios usados pela doutrina para distinguir prescrição de decadên-
cia consiste em considerar que, nesta, o prazo começa a fluir no momento 
em que o direito nasce. Desse modo, no mesmo instante em que o agente 
adquire o direito já começa a correr o prazo decadencial. O prazo prescricio-
nal, todavia, só se inicia a partir do momento em que este tem o seu direito 
violado também se diz que a prescrição resulta exclusivamente da lei, en-
quanto a decadência pode resultar da lei (legal), do testamento e do contrato 
(convencional). (GONÇALVES, 2012, p. 386). 
Quando a configuração da decadência for definida em lei, o juiz a conhecerá de 
ofício, ou seja, independentemente da insurgência da parte no processo. Ademais, se a 
decadência for convencionada entre as partes, poderá ser alegada pela parte em qualquer 
momento do processo e independentemente do grau de jurisdição.
29DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
A prescrição intercorrente consiste na perda do direito de exigir um direito pela ausência de ação durante 
o curso processual. Ainda que a parte ingresse com a demanda judicial dentro dos prazos previstos no art. 
206 CC, se, durante o curso do processo se manter inerte, a prescrição intercorrente será configurada e o 
detentor do direito o perderá. O instituto da prescrição intercorrente possui como escopo o princípio da 
duração razoável do processo insculpido no art. 5º, LXXVIII da Constituição Brasileira.
Fonte: autor (2022).
Nossas obrigações são os direitos dos outros sobre nós.
Fonte: Friedrich Nietzsche (2000).
30DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
Ufa! Quantos conceitos, não? O que você está achando?
Chegamos ao final da nossa segunda unidade! E 50% da nossa jornada no universo do 
estudo do direito civil. Com essa unidade, encerramos o estudo da parte geral do Código Civil. 
Espero que você tenha compreendido todos os conceitos trabalhados e curtido os exemplos! 
Você pode observar que tudo que foi estudado nesta unidade é aplicável nas nos-
sas relações negociais do dia a dia. Agora, quando você for assinar um contrato, poderá 
identificar se este possui os requisitos de existência, validade e eficácia. Também poderá 
identificar se a situação em que ele foi assinado poderá ensejar o reconhecimento de even-
tual nulidade ou anulação. Olha que bacana, além de aprender e se profissionalizar, a cada 
estudo que fazemos juntos, você já pode aplicar a matéria em sua vida pessoal. 
É muito importante que durante sua rotina você já passe a aplicar tudo o que foi 
estudado até então. Com isso, cada vez mais a matéria estudada será fixada.
Contudo, isso não quer dizer que seus estudos pararam por aqui! Vou escrever mais 
uma vez que: um bom profissional do direito só aprende e adquire repertório pesquisando e 
construindo sua própria fonte/biblioteca de estudos. Por isso, ao finalizar a leitura da nossa 
unidade, vá em busca de outros exemplos e procure ler cada um deles. Isso ajudará muito 
na construção do seu conhecimento.
Não existe receita mágica! Só se aprende quem pratica, e ponto!
Te vejo na nossa próxima unidade!
Até mais!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
31DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
O artigo disponível no link abaixo explora a evolução do tema simulação do negócio 
jurídico à luz dos posicionamentos do Superior Tribunal de Justiça.
Superior Tribunal de Justiça. Simulação do negócio jurídico: a evolução do tema 
na jurisprudência do STJ. Disponível em: https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/
Comunicacao/Noticias/15052022-Simulacao-do-negocio-juridico-a-evolucao-do-tema-na-
-jurisprudencia-do-STJ.aspx. Acesso em: 13 mar. 2023.
LEITURA COMPLEMENTAR
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/15052022-Simulacao-do-negocio-juridico-a-evolucao-do-tema-na-jurisprudencia-do-STJ.aspx
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/15052022-Simulacao-do-negocio-juridico-a-evolucao-do-tema-na-jurisprudencia-do-STJ.aspx
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/15052022-Simulacao-do-negocio-juridico-a-evolucao-do-tema-na-jurisprudencia-do-STJ.aspx
32DIREITO CIVIL PARTE GERAL: DOS FATOS JURÍDICOSUNIDADE 2
MATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Direito no cotidiano. Guia de sobrevivência na selva das leis. 
• Autor: Eduardo Muylaert
• Editora: Editora Contexto.
• Sinopse: Este livro explica, em linguagem simples, as principais 
regras e a estrutura básica da Justiça. Há normas para o nasci-
mento e a morte, a infância e a adolescência, o infrator e o eleitor. 
Leis regulam a propriedade e o aluguel, o amor e a separação, 
o trabalhador, o empreendedor e os impostos. O direito protege 
a vida, a mulher, o consumidor e o meio ambiente. Saber como 
essas coisas funcionam pode ajudar a enfrentar as inevitáveis 
dificuldades do dia a dia e a fugir de algumas armadilhas.
• Título: Inventando Anna
• Ano: 2022
• Sinopse: A história conta a vida de Anna, Delvey, a mulher que 
convenceu a elite de Nova York de que era uma herdeira alemã 
e grande empreendedora. Mas por trás de todo esse glamour se 
escondia uma audaciosa golpista.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=5Y_t1jJEMV0
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Plano de Estudos
• Conceito;
• Modalidades obrigacionais.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar as obrigações no direito civil; 
• Compreender os tipos as modalidades de obrigações existentes no 
plano jurídico;
• Estabelecer a importância das obrigações.
Professor(a) Me. Jéssica Ribeiro de Castro
PARTE ESPECIAL: PARTE ESPECIAL: 
DAS OBRIGAÇÕESDAS OBRIGAÇÕES
UNIDADEUNIDADE3
34PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
INTRODUÇÃO
E aí, pessoal, tudo bem?
Chegamos na terceira unidade da nossa disciplina de Direito Civil. O que você está 
achando da caminhada até aqui? Está conseguindo praticar a partir da leitura do material? 
Lembre-se que nossas discussões são, também, uma provocação para que você se sinta 
motivado a ir em busca de aprofundamento. Essas atualizações constantes do conheci-
mento é que o tornará um bom profissional do Direito.
Vamos ao que interessa! Agora vamos prosseguir nossos estudos da disciplina de 
Direito Civil. Lembrando que na unidade II finalizamos o estudo da parte geral do código 
civil e agora vamos iniciar o estudo da parte especial, que se inicia a partir do art. 233. 
Nesta unidade iremos aprofundar nossos conhecimentos no direito das obrigações, 
as quais você poderá identificar em seu dia a dia nos contratos.
Assim, iremos estudar os aspectos gerais do direito das obrigações, os conceitos, 
suas fontes, suas características e outros.
 Além disso, estudaremos as obrigações em espécie, as obrigações de dar coisa 
certa e incerta e as obrigações de fazer e não fazer. 
Vamos começar? Espero que você curta o conteúdo!
Bons Estudos!
CONCEITO1
TÓPICO
35PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
A obrigação quanto a um contrato assume grande importância no direito civil. Para 
compreensão dos tipos negociais, é de suma importância que você domine os conceitos 
básicos da relação jurídica negocial para que, só então, aprofunde seus estudos nas mo-
dalidades das obrigações. 
Segundo Gonçalves (2012, p. 19), a importância do direito das obrigações está 
relacionada com o fato de estruturarem o regime econômico, visto que retratam a estrutura 
econômica da sociedade, bem como englobam as relações jurídicas que constituem proje-
ções na autonomia privada na esfera patrimonial.
Para melhor compreensão do conceito de direito das obrigações, apresenta-se o 
conceito trazido pelo professor Flávio Tartuce: 
[...]conceitua-se a obrigação como sendo a relação jurídica transitória, exis-
tente entre um sujeito ativo, denominado credor, e outro sujeito passivo, o 
devedor, e cujo objeto consiste em uma prestação situada no âmbito dos 
direitos pessoais, positiva ou negativa. Havendo o descumprimento ou ina-
dimplemento obrigacional, poderá o credor satisfazer-se no patrimônio do 
devedor (2015, p.254).
No direito obrigacional se tem direitos de natureza pessoal, os quais resultam em 
vínculo jurídico estabelecido entre devedor e credor, sendo que nessa relação o devedor é 
sujeito passivo e o credor o sujeito ativo. 
1.1 Características 
A obrigação é uma relação jurídica, que assume caráter transitório, ou seja, que 
não se perpetuará para sempre. Também é uma relação bilateral ou até mesmo multila-
36PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
teral, que envolve uma prestação econômica e exigível, cujo descumprimento gerará a 
obrigação do devedor de garantir o cumprimento da obrigação com seu patrimônio. 
1.2 Pressupostos de existência
Nos pressupostos de existência, o direito obrigacional apresenta os elementos ob-
jetivos, elemento subjetivo, elemento objetivo e o espiritual (TARTUCE, 2015, p. 256 – 259).
No elemento subjetivo há a necessidade de, no mínimo, dois sujeitos, os quais 
se encontram em pólos distintos na posição de credor ou devedor. É importante que você 
saiba que o incapaz e as pessoas jurídicas também podem ser sujeitos em uma relação 
obrigacional, desde que devidamente representadas. 
O elemento objetivo é composto por imediato e mediato. A obrigação terá dois ob-
jetos, o imediato, que se constitui pela prestação (dar, fazer e não fazer) e o objeto mediato, 
que é o bem da vida. Exemplo: em um contrato de compra e venda de um imóvel, o objeto 
de imediato é a prestação de dar, enquanto o vendedor entrega a casa ao comprador efetua 
a entrega da quantia em dinheiro convencionada, já o bem da vida é o próprio bem imóvel. 
Por fim, o elemento espiritual é o próprio vínculo jurídico que une devedor e credor 
na obrigação. 
1.3 Fontes das obrigações
As obrigações podem ser subdivididas entre fonte imediata, a qual é composta 
pela lei. Assim, tudo o que está disposto na legislação e impõe obrigações podem ser 
consideradas como fonte. 
Também há as fontes mediatas das obrigações. Elas são compostas por: a) con-
tratos, os quais estabelecem obrigações e direitos aos pactuantes; b) atos unilaterais 
de vontade: a pessoa sozinha manifesta sua vontade e obriga-se perante terceiros (ex.: 
promessa de recompensa) e o ato ilícito: são as obrigações decorrentes de condutas 
lesivas (art. 186 c/c art. 927, do CC) (GONÇALVES, 2012, p. 259). 
1.4 Figuras híbridas
Embora muitas pessoas confundam os direitos das obrigações com os direitos reais, 
esses dois conceitos do direito civil são distintos. Ambas tratam do direito civil patrimonial. 
No direito das obrigações, há um rol taxativo, enquanto nos direitos reais, há um 
rol exemplificativo. No direito das obrigações tem-se direitos temporários, enquanto nos 
direitos reais há direitos perpétuos. Os direitos obrigacionais produzem efeitos inter partes, 
já os direitos obrigacionais produzem efeitos erga omnes.
37PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
Não obstante, há que se ressaltar que algumas figuras dentro de ambos direitos 
são híbridas, pois possuem características das duas parcelas, são elas:
a) Obrigações propter rem: Essa espécie de obrigação estabelece entre as partes 
um vínculo jurídico de débito e crédito, mas não se origina de um contrato, de um ato ilícito 
ou de ato unilateral de vontade, ela se origina da titularidade de um direito real, que normal-
mente é da propriedade. As obrigações propter rem decorrem do simples fato do indivíduo 
ser dono de alguma coisa, de um bem. Exemplo: obrigação de pagar IPTU, obrigação de 
pagar IPVA, obrigação de pagar taxas condominiais. 
b) Obrigações de ônus real: Consiste na espécie obrigacional que limita o exer-
cício de propriedade ou do uso do bem. Nasce a partir de um gravame que estabelece 
direito sobre coisa alheia e é oponível erga omnes. Exemplo: alienação fiduciária, penhor, 
anticrese, servidão, hipoteca e outros. 
c) Obrigação de eficácia real: Conste na espécie de direito obrigacional que tendo 
caráter exclusivamente pessoa, por ser levada a registro, passa a ter eficácia erga omines. 
Segundo Gonçalves (2012, p. 31), “são as que, sem perder seu caráter de direito a uma 
prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado 
bem”. Exemplo: Os arts. 1.417 e art. 1.418 do Código Civil estabelecem que quando firma-
do compromisso de compra e venda entre as partes, sem cláusula de arrependimento e o 
instrumento é registrado em cartório de registro de imóveis, o compradoradquire direito real 
à aquisição do imóvel, bem como à sua adjudicação compulsória.
1.5 Obrigação quanto à exigibilidade
 Nas obrigações civis e perfeitas, haverá todos os elementos constitutivos do direito 
e, em razão disso, o devedor estará obrigado a cumprir o débito, ainda que de forma coer-
citiva. Assim, a principal característica é a exigibilidade. 
MODALIDADES 
OBRIGACIONAIS2
TÓPICO
38PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
Agora que você já compreendeu todos os conceitos básicos e necessários do direi-
to das obrigações, vamos aprender cada uma das modalidades obrigacionais previstas no 
Código Civil. Para você ter melhor compreensão das modalidades obrigacionais, apresen-
ta-se o quadro abaixo, para uma análise prévia do que será estudado. 
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
Fonte: FARIAS (2020). 
2.1 Obrigação de dar coisa
A obrigação de dar coisa ocorre quando o sujeito se obriga na entrega de coisa, 
podendo ela ser certa, incerta ou de restituir.
A obrigação de dar coisa tem natureza positiva, tem como objetivo a entrega de coisa, 
que pode ser móvel, fungível ou infungível, divisível ou indivisível. Gonçalves explica que “As 
39PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
obrigações positivas de dar, chamadas pelos romanos de obligationes dandi, assumem as for-
mas de entrega ou restituição de determinada coisa pelo devedor ao credor. Assim, os atos de 
entregar ou restituir podem ser representados por uma única palavra, a tradição” (2011 p. 68).
Flávio Tartuce define a obrigação de dar como: 
A obrigação positiva de dar pode ser conceituada como aquela em que o 
sujeito passivo compromete-se a entregar alguma coisa, certa ou incerta. 
Nesse sentido, há na maioria das vezes uma intenção de transmissão da 
propriedade de uma coisa, móvel ou imóvel. Assim sendo, a obrigação de 
dar se faz presente, por exemplo, no contrato de compra e venda, em que 
o comprador tem a obrigação de pagar o preço e o vendedor de entregar a 
coisa (TARTUCE, 2015, p. 269).
Venosa ensina que:
“Na obrigação de dar, a coisa pertence ao devedor até o momento da tradi-
ção, recebendo o credor o que, até então, não lhe pertencia. Na obrigação de 
restituir, pelo contrário, a coisa certa pertence ao credor, que recebe de volta, 
em devolução (2003, p. 88). 
Na obrigação de dar ou entregar, o devedor é o proprietário do bem, enquanto nas 
obrigações de restituir, o credor é o proprietário. Ou seja, nesta última o devedor está com 
bem que não lhe pertence.
2.2 Obrigação de dar coisa ou entregar coisa certa
Segundo Gonçalves (2011, p. 59), a “coisa certa é coisa individualizada, que se 
distingue das demais por características próprias, móvel ou imóvel”. Assim, o objeto é de-
terminado e perfeitamente individualizado, de modo que pode ser distinguido de qualquer 
outro bem. Por exemplo, a entrega de um quadro pintado por determinado artista.
Neste contexto, o credor não é obrigado a receber coisa diversa do que foi pactuado 
na obrigação, ainda que seja mais valiosa. Além disso, o Código Civil em seu art. 233, dis-
ciplina que a obrigação abrange essa e seus acessórios, ainda que estes não tenham sido 
pactuados e, como acessórios, compreendem-se os frutos, os produtos, as benfeitorias e 
as pertenças de natureza essencial, conforme dispõe o art. 94 do diploma civilista. 
Ocorre que, às vezes, a coisa não pode ser entregue, pois antes do termo final do cum-
primento da obrigação, a coisa se perde ou deteriora. Considerando que essa obrigação não pode 
ser substituída, o Código Civil apresenta as alternativas possíveis para resolução da lide. Para 
melhor visualizar, aponta-se o quadro sintético fornecido na obra do professor Flávio Tartuce:
40PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
QUADRO 2 – OBRIGAÇÕES 
Fonte: Tartuce (2015).
2.3 Obrigação de dar coisa ou entregar coisa incerta
Na obrigação incerta, o objeto é genérico. A princípio, o objeto é indeterminado, 
porém, há indicação de gênero e quantidade, de maneira que a definição da qualidade é 
feita em momento posterior e, em regra, é definida pelo devedor.
Segundo Flávio Tartuce:
Assim, coisa incerta não quer dizer qualquer coisa, mas coisa indeterminada, 
porém suscetível de determinação futura. A determinação se faz pela esco-
lha, denominada concentração, que constitui um ato jurídico unilateral. As-
sim, enuncia o art. 243 do atual Código que a coisa incerta será indicada, ao 
menos, pelo gênero e pela quantidade (2015, p. 273). 
Pode-se citar como exemplo a entrega de uma quantidade de sacas de café. Aqui 
se sabe a quantidade e gênero, restando pendente a definição da qualidade. Também po-
de-se citar a obrigação de entrega de determinada quantidade de novilhas, de igual modo é 
possível identificar a quantidade e o gênero, mas não é possível verificar a qualidade. 
A determinação da qualidade do bem é denominada de escolha, a partir do mo-
mento que a qualidade é determinada, a obrigação se converte na entrega de coisa certa. 
Salva se expressamente delimitado que a escolha caberá ao credor, aplica-se a regra que 
a escolha é feita pelo devedor. 
Contudo, alguns cuidados devem ser tomados na escolha do bem. Segundo o art. 
244, a escolha deve guardar um meio-termo. Não pode ser a pior coisa, nem é necessário 
que seja a melhor coisa. Sobre os parâmetros de escolha:
Adotou-se, desse modo, o critério da qualidade média ou intermediária. Se 
alguém, por exemplo, se obrigar a entregar uma saca de café a outrem, não 
41PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
se tendo convencionado a qualidade, deverá o devedor entregar uma saca 
de qualidade média. Se existirem três qualidades, A, B e C, entregará uma 
saca de café tipo B. Nada impede que, porém, que opte por entregar, em vez 
de saca de qualidade intermediária, a de melhor qualidade. Apenas não pode 
ser obrigado a fazê-lo. 
Se, no entanto, da coisa a ser entregue só existirem duas qualidades, poderá 
o devedor entregar qualquer delas, até mesmo a pior. Caso contrário, esco-
lha não haverá. Na hipótese torna-se inaplicável, pois, o critério da qualidade 
intermediária (GONÇALVES, 2011, p 81). 
Por fim, ainda que nas hipóteses de caso fortuito ou força maior, antes de determi-
nada a coisa, não poderá ser alegada a deterioração do objeto. 
2.4 Obrigação de fazer e não fazer 
A obrigação de fazer compreende o serviço humano em geral. A prestação em atos 
de serviço os quais serão prestados pelo devedor em favor do credor. Assim, a obrigação 
de fazer é atividade humana, lícita, possível e que atribui vantagem ao credor. 
Em algumas situações, a obrigação de fazer pode se confundir com a obrigação de 
dar. Por exemplo, na obrigação de fazer a entrega de uma obra de arte. O artista tem que 
criar a obra e, somente após, realizar a entrega dela ao credor (TARTUCE, 2015, p. 274). 
A obrigação de fazer pode ser classificada como fungível ou infungível. Na obri-
gação fungível, ela pode ser executada por qualquer pessoa. Por outro lado, a obrigação 
infungível não pode ser executada por pessoa diversa daquela que foi contratada. Utilizando 
o mesmo exemplo apresentado anteriormente. Se o credor escolheu determinado artista 
pelas características que apenas ele tem, não pode terceirizar a execução da obra. 
Na hipótese da obrigação se tornar impossível, sem que haja culpa do devedor, 
a obrigação resolver-se-á. Contudo, se ocorrer por culpa do devedor, ele será obrigado a 
indenizar o credor em perdas e danos, conforme preconiza o art. 248, do Código Civil. 
O Código Civil também dispõe sobre a obrigação de não fazer, a qual constitui 
uma obrigação negativa. Nessa obrigação o devedor deve se abster de fazer, de praticar 
determinado ato. Essa obrigação sempre será infungível, por se tratar de obrigação é intuitu 
personae (TARTUCE, 2015, p. 275). Cita-se como exemplo a obrigação imposta ao inquilino 
de não executar obras voluptuárias no imóvel locado. 
Caso o ato que o devedor deveria se abster seja praticado, “o credorpode exigir 
dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas 
e danos” (art. 251, CC). Ainda, caso haja urgência no desfazimento, independente de au-
torização judicial, o credor poderá desfazer ou determinar que seja desfeito e, após, ser 
ressarcido por perdas e danos.
42PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
Há a possibilidade de previsão de multa na pactuação de obrigação de não fazer. O Superior Tribunal de Justiça 
sumulou o entendimento de que “A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a 
cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer”, conforme súmula n. 410. 
(STJ, 2009).
Quem tem “por que” viver é capaz de suportar qualquer “como”.
(NIETZSCHE, 2000).
43PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
Chegamos ao final de mais uma unidade! Tenho certeza de que você já não tem 
mais as mesmas ideias que tinha quando começou a estudar os conteúdos apresentados 
na nossa disciplina. E isso é muito bom, só prova que você está se aprofundando no uni-
verso do direito civil, sendo lapidado para se tornar um excelente operador do direito, certo? 
Você pode observar que tudo que foi estudado nessa unidade é aplicável nas nos-
sas relações negociais do dia a dia. Agora, quando você for assinar um contrato poderá 
identificar qual o tipo de obrigação que ele constitui. Faça um exercício mental quando se 
deparar com o próximo contrato, analise-o e identifique se ele constitui obrigação de dar 
coisa certa ou incerta, se constitui uma obrigação de fazer e não fazer. 
Ainda, no mesmo instrumento contratual verifique se são obrigações fungíveis ou 
infungíveis, ou seja, se o contratante que irá cumprir a obrigação pode terceirizar a obriga-
ção ou se terá que ser cumprida pessoalmente. 
Além disso, analise se o contrato tem alguma espécie de multa em caso de des-
cumprimento. Conforme já orientado, é muito importante que durante sua rotina você já 
aplique tudo o que foi estudado até então. 
No entanto, seus estudos não podem e, nem devem, para por aqui! Agora é sua vez 
de procurar livros, revistas, pesquisa em sites, museus de arte, entre tantas outras fontes, 
para aprofundar seus estudos sobre o assunto. 
E aí? Aceita o desafio de continuar pesquisando? Mãos à obra!
Te vejo na próxima unidade. Abraço!
Professora Jéssica. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
44PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
O artigo disponível no link abaixo apresenta o entendimento perfilhado pela terceira 
turma do STJ que autoriza a conversão de execução para entrega de coisa incerta em 
execução por quantia certa.
Superior Tribunal de Justiça. Terceira Turma autoriza conversão de execução 
para entrega de coisa incerta em execução por quantia certa. Disponível em: https://www.
stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2017/2017-11-22_09-38_
Terceira-Turma-autoriza-conversao-de-execucao-para-entrega-de-coisa-incerta-em-exe-
cucao-por-quantia-certa.aspx. Acesso em: 27 mar.2023.
LEITURA COMPLEMENTAR
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2017/2017-11-22_09-38_Terceira-Turma-autoriza-conversao-de-execucao-para-entrega-de-coisa-incerta-em-execucao-por-quantia-certa.aspx
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2017/2017-11-22_09-38_Terceira-Turma-autoriza-conversao-de-execucao-para-entrega-de-coisa-incerta-em-execucao-por-quantia-certa.aspx
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2017/2017-11-22_09-38_Terceira-Turma-autoriza-conversao-de-execucao-para-entrega-de-coisa-incerta-em-execucao-por-quantia-certa.aspx
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2017/2017-11-22_09-38_Terceira-Turma-autoriza-conversao-de-execucao-para-entrega-de-coisa-incerta-em-execucao-por-quantia-certa.aspx
45PARTE ESPECIAL: DAS OBRIGAÇÕESUNIDADE 3
MATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Análise econômica do direito dos contratos. 
• Autor: Manoel Gustavo Neubarth Trindade
• Editora: Editora Thoth.
• Sinopse: A obra que Manoel Gustavo Neubarth Trindade traz a 
público é o resultado de um longo período de estudos dedicados à 
Análise Econômica do Direito (AED), em particular, em um de seus 
aspectos: o Direito Contratual. Após tecer considerações introdutó-
rias sobre a (a) contratualidade e as falhas de mercado, nas quais 
examina a distinção entre o contrato, na sua acepção jurídica, e a 
realidade que lhe é subjacente (a operação econômica) e (b) as 
ineficiências do sistema de mercado, com ênfase nas “falhas de 
mercado”, o autor, desde o início do trabalho, apresenta ao leitor a 
sua ideia principal: em que medida o Direito Contratual é meio ade-
quado à redução destas “falhas”. O contrato é percebido como um 
instrumento eficiente de colaboração entre agentes econômicos, 
“mormente considerando que estamos em um mundo globalizado”, 
e considerando a necessária distinção entre “sistema de merca-
do”, “mercado” e “mecanismo de mercado”, chega à constatação 
que “uma das principais finalidades do direito contratual parece 
ser justamente enfrentar as falhas de mercado”, noção que será 
desenvolvida ao longo da obra.
• Título: O Contrato
• Ano: 2006
• Sinopse: Frank Carden, um dos maiores assassinos do mundo, 
recebe uma proposta lucrativa para matar um bilionário. Em uma 
reviravolta do destino, ele sofre um acidente de carro. Quando sua 
arma é encontrada no hospital, agentes federais o prendem. Algum 
tempo depois, o professor e ex-policial Ray Keene leva seu filho 
para acampar na floresta, a mesma pela qual Carden está sendo 
escoltado. Agora, pai e filho tentam entregar o perigoso fugitivo às 
autoridades, evitando seus perigosos comparsas. 
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Plano de Estudos
• Contratos; 
• Responsabilidade Civil.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar os contratos no código civil; 
• Compreender os requisitos necessários para formalização dos 
contratos;
• Entender as hipóteses de extinção dos contratos; 
• Analisar a responsabilidade civil contratual e extracontratual.
Professor(a) Me. Jéssica Ribeiro de Castro
PARTE ESPECIAL: PARTE ESPECIAL: 
CONTRATOS E CONTRATOS E 
RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE 
CIVILCIVIL
UNIDADEUNIDADE4
47PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
INTRODUÇÃO
E aí pessoal, tudo bem?
Chegamos na quarta e última unidade da nossa disciplina de direito civil. Foi um 
longo caminho de estudos até agora e o início desta unidade já está deixando saudades. 
Até agora podemos ver como o direito civil possui grande impacto na nossa vida e como 
é necessário que você profissional do direito tenha domínio sobre a matéria para ser um 
profissional de destaque no mercado. 
Mas vamos ao que interessa! Agora vamos prosseguir nossos estudos da disciplina de 
direito civil. Nesta última unidade, você irá avançar no estudo da parte especial do Código Civil, 
a partir do estudo de uma das matérias mais atrativas no direito civil, o estudo dos contratos. 
Nesta unidade iremos aprofundar o estudo dos contratos, analisando quais os 
requisitos mais importantes, seus reflexos no mundojurídico, bem em quais hipóteses que 
eles podem ser extintos. 
Também iremos estudar o conceito de responsabilidade civil e seus reflexos no que 
diz respeito ao dever de indenizar. 
Muito interessante, não é?
Vamos começar? Espero que você curta o conteúdo!
Bons Estudos!
CONTRATOS1
TÓPICO
48PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
1.1 Introdução ao direito contratual
O contrato é a mais comum e mais importante fonte de obrigação, eis que a partir 
da sua constituição, ele reproduz inúmeras consequências no mundo jurídico.
O contrato é o acordo jurídico entre duas ou mais partes, as quais manifestam 
suas declarações de vontade, no sentido de criar, alterar ou extinguir alguma obrigação 
(TARTUCE, 2015, p. 416). Sua importância é tão grande dentro do código civilista que:
Código Civil brasileiro de 2002 disciplina, em vinte capítulos, vinte e três es-
pécies de contratos nominados (arts. 481 a 853) e cinco de declarações uni-
laterais da vontade (arts. 854 a 886 e 904 a 909), além dos títulos de crédito, 
tratados separadamente (arts. 887 a 926). Contém ainda um título referente 
às obrigações por atos ilícitos (“Da Responsabilidade Civil”, arts. 927 a 954) 
(GONÇALVES, 2011, p. 24).
Em suma, podemos considerar como contrato o negócio jurídico bilateral ou pluri-
lateral, de conteúdo sempre patrimonial, cujo objetivo é criar, modificar ou extinguir direitos 
e deveres no mundo jurídico. 
1.2 Requisitos de validade
Nos termos do art. 104 do Código Civil, o contrato é válido quando possui na relação 
jurídica agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma prescrita 
ou não defesa em lei. Embora não esteja prescrita em lei, também se pode considerar como 
requisito a vontade das partes.
49PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
1.3 Princípios fundamentais
O direito contratual rege-se à luz de vários princípios, podendo ser classificados 
como mais importantes o da autonomia da vontade, consensualismo, obrigatoriedade, 
boa-fé e supremacia da ordem pública.
1.3.1 Princípio da autonomia privada
Esse princípio está descrito expressamente no Código Civil, através dos artigos n. 
421 e 425. Destaca-se que esse princípio existe no mundo jurídico desde o direito romano, 
o qual sempre previu que as pessoas são livres para contratar.
Assim, as pessoas possuem liberdade para realizar ou não contratações, com 
quem quiserem, com o objeto de sua livre escolha, bem como de acordo com as regras que 
serão convencionadas entre as partes (GONÇALVES, 2011, p. 48).
Um exemplo da autonomia da vontade privada são as cláusulas de eleição de 
foro nos contratos entre particulares (exceto nos contratos consumeristas), nos quais deve 
prevalecer como foro de eleição para resolução de conflitos aquele convencionado entre as 
partes no instrumento contratual. 
1.3.2 Princípio do consensualismo 
Em regra, basta que as partes estejam de acordo para que o contrato seja válido, 
sendo desnecessária a observância do formalismo ou simbolismo que antes era apreciada 
pela doutrina. Isso significa que um contrato pode ser verbal ou até mesmo descrito em 
papel de saco de pão.
Um exemplo muito citado na doutrina são os contratos de compra e venda. Imagine 
que você foi até o mercado hoje e adquiriu alimentos para fazer uma refeição para sua família. 
Naquele momento você firmou contrato de compra e venda com o mercado ou mercearia, 
não se exigiu qualquer formalidade além da tradição da coisa adquirida mediante pagamento.
1.3.3 Princípio da obrigatoriedade 
Também denominado como princípio da obrigatoriedade do contrato, decorre do 
fato que os contratos firmados entre as partes possuem força de lei. 
Conforme preconiza a doutrina, “esse princípio importa em autêntica restrição da liber-
dade, que se tornou limitada para aqueles que contrataram a partir do momento em que vieram a 
formar o contrato consensualmente e dotados de vontade autônoma” (TARTUCE, 2015, p. 464).
1.3.4 Princípio da boa-fé e da probidade
Esse princípio também é expressamente previsto no Código Civil, o qual dispõe no 
art. 422 que “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como 
50PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”. Gonçalves explica que “o princípio 
da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas, 
como também durante a formação e o cumprimento do contrato (GONÇALVES, 2019, p. 63). 
1.3.5 Princípio da supremacia da ordem pública
Em que pese haja liberdade contratual entre as partes, essa é limitada pela ordem 
pública. Isso porque o interesse entre os particulares não pode prevalecer sobre os interes-
ses da sociedade. Assim, em caso de colisão de direitos, a supremacia da ordem pública 
deve ser observada. 
1.4 Formação dos contratos 
Carlos Roberto Gonçalves ensina que “o contrato é o resultado de duas manifesta-
ções de vontade, da proposta e da aceitação” (2019, p. 89). A primeira pode ser denominada 
como oferta, a qual dá início às negociações. Muitas vezes pode ocorrer de o contrato não 
ser fechado com base na primeira oferta, razão pela qual se abre a fase das negociações.
Contudo, a oferta, desde que séria e consciente, vincula o proponente, conforme pre-
coniza o art. 427, do Código Civil: “A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário 
não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”. 
Além disso, também se tem o conceito de aceitação. Gonçalves explica que:
Aceitação é a concordância com os termos da proposta. É manifestação de 
vontade imprescindível para que se repute concluído o contrato, pois, somen-
te quando o oblato se converte em aceitante e faz aderir a sua vontade à do 
proponente, a oferta se transforma em contrato (GONÇALVES, 2011, p. 99). 
Há, contudo, duas hipóteses trazidas pelo código civil em que a aceitação deixa 
de ter força vinculante. A primeira delas ocorre quando a aceitação chegar tarde ao co-
nhecimento do proponente e a segunda quando a retratação chega antes ou no mesmo 
momento do aceite (arts. 430 e 433, do CC). 
1.5 Extinção do contrato 
1.5.1 Do cumprimento da obrigação
A extinção contratual ocorre, em regra, pela execução instantânea, diferida ou contí-
nua do pactuado. O cumprimento do objeto contratual, a princípio, extingue a obrigação entre 
as partes, o que não exclui o direito de garantia. Por exemplo, em um contrato de compra e 
venda de veículo entre particulares, a entrega do veículo e o pagamento em dinheiro extingue 
a obrigação entre as partes. Porém, se o veículo apresentar algum vício oculto, aquele que 
fez a venda do automóvel deverá responder pelos danos ou até mesmo desfazer o negócio. 
Assim, pode-se afirmar que o cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz 
o credor (GONÇALVES, 2011, p. 223). Sobre a quitação, o Código Civil dispõe:
51PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, 
designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem 
por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, 
ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a qui-
tação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
Assim, é imprescindível que a forma de pagamento seja discriminada e obedecida, 
para não se deparar com o velho ditado do “quem paga mal, paga duas vezes”.
1.5.2 Do distrato ou Resilição 
Além do cumprimento da obrigação, o contrato pode ser extinto pelo distrato, que 
ocorre quando as partes de comum acordo decidem por encerrar a obrigação. A resilição 
também ocorre de forma unilateral quando a lei expressamente permite, como, por exem-
plo, nos contratos de doação, em que a parte doadora pode exigir, sem consentimento da 
parte contrária,de proceder com a obrigação que assumiu. 
1.5.3 Resolução 
A resolução ocorre quando o contrato é extinto por descumprimento das obrigações 
assumidas. Ou seja, quando há inadimplemento e quebra contratual. Na execução do con-
trato, o contratante poderá suscitar o direito de resolução contratual, esse direito pode ser 
decorrente de estipulação contratual ou de lei. 
Importa destacar que o Código Civil preconiza em seu art. 474, que “a cláusula resolu-
tiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.” (BRASIL, 2002). 
1.5.4 Exceção do contrato não cumprido 
Em um contrato, os contraentes assumem obrigações recíprocas, as quais são 
vinculadas umas às outras. Assim, cada parte torna-se credor e devedor da outra, sendo 
dever de cada qual cumprir com sua obrigação, sob pena de eximir a outra parte de cumprir 
com sua obrigação. Nesse contexto, o Código Civil traz o permissivo da parte se valer do 
instituto da exceção do contrato não cumprido. 
Determinada situação ocorre sempre que é convencionada obrigações simultâneas, 
sendo excluído o direito daquele que pactuou obrigação sucessiva e assumiu a obrigação 
de cumprir sua obrigação primeiro. 
Para esclarecer melhor a situação acima exposta, cita-se como exemplo de contrato 
de obrigação simultânea o contrato de permuta, nos quais são cumpridas as obrigações pelas 
partes ao mesmo tempo. Já a obrigação sucessiva pode ser identificada na compra e venda 
de um veículo a prazo, se o vendedor não proceder à entrega do automóvel, o comprador se 
exime da obrigação de realizar o pagamento, nos termos do art. 476, do Código Civil. 
1.5.5 Resolução por onerosidade excessiva 
Também chamada de cláusula “rebus sic stantibus” ou teoria da imprevisão, a re-
solução por onerosidade excessiva ocorre quando há quebra insuportável desequilíbrio nas 
obrigações contratuais assumidas por uma das partes. Gonçalves pontua que:
52PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
Embora a resolução por onerosidade excessiva se assemelhe ao caso for-
tuito ou força maior, visto que em ambos os casos o evento futuro e incerto 
acarreta a exoneração do cumprimento da obrigação, diferem, no entanto, 
pela circunstância de que o último impede, de forma absoluta, a execução do 
contrato (impossibilitas praestandi), enquanto a primeira determina apenas 
uma dificultas, não exigindo, para sua aplicação, a impossibilidade absoluta, 
mas a excessiva onerosidade, admitindo que a resolução seja evitada se a 
outra parte se oferecer para modificar equitativamente as condições do con-
trato. Nas hipóteses de caso fortuito ou força maior, o contrato será necessa-
riamente extinto, em razão da absoluta impossibilidade de cumprimento das 
obrigações contraídas, como é o caso, por exemplo, do locador, impossibi-
litado de assegurar ao locatário o uso de seu imóvel, em razão de incêndio 
provocado por um raio, que o destruiu logo após a celebração do contrato 
(GONÇALVES, 2011, p. 245).
O Código Civil dispõe sobre a resolução por onerosidade excessiva que:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação 
de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vanta-
gem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisí-
veis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença 
que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar 
equitativamente as condições do contrato.
Um grande exemplo de onerosidade excessiva é o aumento dos preços em de-
corrência da pandemia no Brasil. Pense na hipótese da venda de um imóvel no ano 2018 
e antes da pandemia, no qual ficou acordado entre as partes o pagamento a prazo pelos 
próximos 5 anos, com a aplicação do índice IGP-M para correção das parcelas. Antes de 
2020, os índices anuais do IGP-M para 2018 e 2019 foram de 7,54% e 7,30%. Contudo, 
com o advento da pandemia, o índice foi afetado por um aumento imprevisível e significa-
tivo, passando para 23,14%. Ou seja, no caso concreto houve um desequilíbrio contratual 
entre as partes, tornando oneroso o cumprimento da obrigação assumida pelo comprador 
e enriquecimento ilícito pelo vendedor.
Nessa hipótese específica pode-se verificar uma situação na qual é possível a 
aplicação da resolução por onerosidade excessiva, se não houver alteração de índice com-
patível com o que as partes pactuaram quando assinaram o contrato. 
1.6 Das várias Espécies de contratos 
O Código Civil disciplina algumas das espécies de contratos, os quais denomi-
namos como contratos nominados. Contudo, há contratos que não possuem previsão no 
Código Civilista que são denominados de contratos inominados. 
Nos próximos subtópicos serão apresentadas algumas das mais importantes espé-
cies de contrato, o contrato de compra e venda e de troca ou permuta.
1.6.1 Contrato de compra e venda
Os contratos de compra e venda são disciplinados entre o art. 481 ao art. 532 do 
Código Civil. Assim, “pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a 
53PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro” (art. 481, 
CC). Como regra, a propriedade do bem móvel (joias, veículos, produtos etc.) ocorre pela 
tradição, ou seja, pela entrega da coisa. Já a propriedade dos imóveis se transfere pelo 
registro do contrato no Cartório de Registro Imobiliário (CRI).
São elementos constitutivos da compra e venda as partes, a coisa e o preço, contu-
do, no contrato poderá haver outros elementos além dos obrigatórios desde que estipulados 
pelas partes e não vedados em lei. 
Para simbolizar o contrato de compra e venda, o professor Flávio Tartuce apresenta 
o seguinte:
FIGURA 1 – COMPRA E VENDA
Fonte: Tartuce (2015).
1.6.1.1 Compra e venda entre cônjuges 
No tópico da permuta foram apresentados os cuidados nas negociações feitas entre 
ascendentes e descendentes, as quais são tratadas também no caso de compra e venda. 
Outra dúvida muito comum é sobre a aplicação dos contratos de compra e venda entre os 
cônjuges. Será que é possível?
É permitida a compra e venda entre cônjuges desde que o contrato firmado seja 
compatível com o regime de bens adotado no casamento. A depender do regime de bens 
adotados pelos cônjuges, haverá bens que são de propriedade particular entre eles e que 
não serão partilháveis. Por exemplo, se os cônjuges adotaram o regime de separação total 
de bens, poderão firmar contrato de compra e venda, sem problemas, uma vez que não há 
comunicabilidade entre o patrimônio do casal, pois cada bem adquirido antes ou depois do 
casamento será de propriedade daquele que o adquiriu. 
Se um bem for de propriedade do casal e for vendido, a venda é nula, por impossi-
bilidade do objeto (art. 166, II, do CC).
54PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
Apresenta-se nesse estudo a figura explicativa do professor Flávio Tartuce:
FIGURA 2 – VENDA ENTRE CÔNJUGES
Fonte: Tartuce (2015).
1.6.2 Contrato de troca ou permuta
No contrato de troca ou permuta, as partes se obrigam em dar coisa que não é 
dinheiro. Nessa hipótese há duas vendas, sendo que as coisas que serão trocadas são 
moeda para compensação recíproca. A permuta, no entanto, pode ser total ou parcial. 
Vamos ao exemplo. Imagine que duas partes possuem imóveis e decidem realizar 
a troca, considerando que ambos os imóveis possuem valor compatível de mercado. Assim, 
o simples contrato de permuta poderá ser utilizado para concretizar a negociação. 
Contudo, pode ocorrer que um dos imóveis possua maior valor de mercado que 
outro, nesse caso poderá ser pactuado entre as partes o denominado contrato de permuta 
com torna, sendo esse último conceito trazido para consignar que a parte que possui imóvel 
com menor valor também pagará quantia em dinheiro em favor do permutante que possui 
imóvel de maior valor. 
No que diz respeitoàs demais despesas do contrato, como o pagamento de custas e 
emolumentos, o Código Civil em seu art. 533, inc. I, disciplina que “salvo disposição em con-
trário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca”. 
Por fim, é importante considerar que quando se trata de troca de valores desiguais 
entre ascendentes e descendentes, deverão os permutantes apresentar o consentimento dos 
outros descendentes e do cônjuge do alienante, sob pena de nulidade. Conforme pondera 
Flávio Tartuce, “o dispositivo pretende proteger os direitos dos herdeiros necessários, sendo 
certo que, tratando-se de coisas de valores iguais, não haverá necessidade de consentimen-
to dos outros descendentes e do cônjuge do tradente ou permutante” (2015, p. 550).
RESPONSABILIDADE CIVIL2
TÓPICO
55PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
A responsabilidade civil é disciplinada pelo Código Civil nos arts. 389 e seguintes, nos 
art.186 e 927. Segundo Flávio Tartuce “a responsabilidade civil surge em face do descumpri-
mento obrigacional, pela desobediência de uma regra estabelecida em um contrato, ou por 
deixar determinada pessoa de observar um preceito normativo que regula a vida” (2015. p. 368). 
Nesse contexto, será apresentado nos próximos subtópicos as duas hipóteses de 
responsabilidade civil. 
2.1 Responsabilidade civil contratual 
De início, para que seja configurada a responsabilidade civil contratual, tem-se por 
imprescindível que o contrato seja válido. O Código Civil disciplina que “não cumprida a obri-
gação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado” (art. 389, CC). Assim, 
em muitos casos sua aplicação é subsidiária ao inadimplemento da obrigação contratada.
Para exemplificar, cita-se um contrato de prestação se serviços no qual é pactuado 
entre uma empresa e um artista a apresentação em um espetáculo. Contudo, sem qualquer 
justificativa, o contratado não comparece na apresentação e o espetáculo é cancelado. 
Nessa hipótese, o contratado além de indenizar o contratante pelos danos que sofreu nos 
custos desprendidos para o espetáculo, como devolução do pago pela apresentação, do 
aluguel do local e outros, também deverá indenizar a empresa pelo lucro que deixou de 
auferir, denominado de lucros cessantes, conforme preconiza o art. 402, do CC. 
56PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
O Código Civil ainda excepciona o dever de indenizar do devedor quando os pre-
juízos são resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por 
eles responsabilizado.
2.2 Responsabilidade civil extracontratual 
Nessa espécie de responsabilidade civil, o dever de indenizar não nasce a partir do 
descumprimento do contrato. Ele decorre da mera prática do ato ilícito e também é conheci-
da como responsabilidade aquiliana. 
Essa hipótese está disciplinada nos arts. 186 e seguintes e no art. 927 do Código 
Civil. Nesse contexto, passa-se à análise dos principais artigos que disciplinam a matéria:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, 
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor 
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Para melhor compreensão, cita-se o exemplo do acidente de trânsito. Imagine que o 
condutor “A” avança o sinal vermelho atingindo o veículo do condutor “B”, que estava regu-
larmente transitando pela via. Em decorrência do acidente de trânsito, o veículo do condutor 
“B” é danificado, fato que apenas ocorreu diante da imprudência no trânsito causada pelo 
condutor “A”. Nessa situação, há a presença de ato ilícito, de dano e nexo causal, elementos 
caracterizadores do dever de indenizar.
As situações de configuração de atos ilícitos podem ser inúmeras, podendo causar 
danos de ordem material, moral individual ou coletivo, danos sociais, danos estéticos e 
perda de uma chance. 
Contudo, o Código Civil disciplina que há situações em que não haverá dever de 
indenizar, quando forem praticados em legítima defesa, no exercício regular do direito, com 
o objetivo de evitar a deterioração de coisa alheia, de lesão à pessoa ou para remover o 
perigo iminente. 
57PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
Muitas dúvidas pairavam sobre o direito de a pessoa jurídica sofrer dano moral diante de uma violação de 
seus direitos. Contudo, a partir da Súmula n. 227, o STJ pacificou o entendimento o entendimento de que “a 
pessoa jurídica pode sofrer dano moral.” Para que esse direito seja reconhecido, devem estar presentes todos 
os requisitos essenciais da responsabilidade civil que estudamos nesta unidade: ato ilícito, dano e nexo causal.
Se você acredita que foi feito à imagem do Criador, deve, portanto, ser criativo. E, se estiver disposto a 
enxergar a si mesmo como uma pessoa criativa, comece agora a cultivar a criatividade em tudo que faz. 
Dedique-se a inventar soluções inesperadas para os desafios que a vida lhe apresenta (CHANDELER, 1944).
58PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
Chegamos ao final da nossa quarta e última unidade! O que você achou da nossa 
trilha de aprendizagem até aqui? Enquanto escrevo nossas considerações finais fico pen-
sando nas possibilidades que você terá para continuar seus estudos e se aprimorar cada 
dia mais para ser um excelente profissional do direito, especialista no direito civil. 
Ao olhar para nossos tópicos da unidade, percebemos os impactos do direito civil 
em nossas vidas. Aliás, ele está em praticamente em todas as relações que temos em 
nosso dia a dia. Por isso, é tão importante que você domine a matéria. 
E tudo isso quer dizer é que seus estudos não param por aqui! Nossa apostila
serve para te dar a base para conhecer sobre os fundamentos do direito civil, mas 
você deve procurar outros meios de estudos para aprofundar seu conhecimento, a partir da 
leitura de artigos científicos, de notícias publicadas em sites jurídicos, analisar a atualização 
da jurisprudência sobre o tema. Bons profissionais são para sempre estudantes, estão 
constantemente se aperfeiçoando e indo em busca de inovação! Portanto, aproveite tudo 
que aprendeu aqui nessa unidade e procure por mais conhecimento. 
Foi um grande prazer compartilhar esse tempo de estudos juntos. Nos vemos em 
outra oportunidade!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
59PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
Durante e após a pandemia discutiu-se judicialmente o tema da onerosidade excessi-
va nos contratos decorrentes do aumento no IGP-M. Confira esse artigo no Conjur “juiz altera 
índice de correção de parcelas do IGP-M para IPCA em contrato imobiliário”. Disponível no: ht-
tps://www.conjur.com.br/2022-fev-10/juiz=-altera-indice-correcao-parcelas-igp-ipca::::text-
Onerosidade%20excessiva&text=Diante%20do%20aumento%20excessivo%20e,dos%20
valores%20cobrados%20a%20maior.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
60PARTE ESPECIAL: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVILUNIDADE 4
MATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Contrato Vitalício 
• Ano: 2016
• Sinopse: O cineasta Miguel e o ator Rodrigo decidem celebrar 
uma premiação em um festival de cinema. Depois de beberem 
muito, Rodrigo assina em um guardanapo um contrato vitalício 
com Miguel, o que significa que ele teria que estar disponível 
para o amigo sempre que fosse requisitado. Miguel reaparece 
dez anos depois, cobrando de Rodrigo, agora um ator de suces-
so, a participação de um filme que pode acabar com sua carreira 
e com sua vida.
• Título: Responsabilidade civilna rede, danos à liberdade à luz 
do marco civil da internet
• Autor: João Quinelato de Queiroz
• Editora: Editora Processo
• Sinopse: Nesta obra, João Quinelato enfrenta com brilhan-
tismo o desafio de analisar, à luz do Marco Civil da Internet, a 
responsabilidade civil por danos no mundo digital, propondo-se 
a examinar, em ambiente de diuturna renovação, o regime de 
responsabilidade civil do provedor de aplicações nas hipóteses 
de circulação de materiais ofensivos nas redes sociais, vale dizer 
Facebook, Twitter e Instagram, dentre tantos outros.
61
O processo de aprendizagem do profissional do direito nunca se encerra! Pode 
acreditar que esses cinco anos passarão mais rápido do que você imagina e serão apenas 
os primeiros anos da sua vida de estudos no mundo do direito. 
Estamos em constante construção! Agora chegamos ao final do nosso material de 
direito civil. Espero que você tenha aprendido os principais conceitos debatidos aqui sobre 
a disciplina e tenha absorvido os exemplos trazidos para analisar na prática do seu dia a 
dia. Com o conhecimento adquirido nos estudos feitos até o momento, não será incomum 
que você passe a observar os fenômenos na sua rotina em que o direito civil pode ser 
aplicado e isso será ótimo para você memorizar toda a matéria estudada.
Além disso, é importante que você mantenha seu foco nos estudos. Indico que 
procure mais conhecimento em doutrinas de direito civil, em sites jurídicos, em revistas 
científicas e em outras fontes. Não tenha dúvidas que com isso você se tornará um profis-
sional destaque no mercado. 
Assim, desejo a você, caro (a) aluno (a), sucesso em sua jornada de conhecimento! 
Profª. Jéssica Ribeiro de Castro.
CONCLUSÃO GERAL
62
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Teoria geral do Direito Civil. Parte Geral. São Paulo: Atlas, 
2012. 
BRASIL. Código Civil de 2002. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 30° Câmara de Direito Privado. 
AI 22464640620198260000. Relator: Lino Machado. Data de Publicação: 14/02/2020. 
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DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. Teoria geral do direito civil. 29ª 
ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
FARIAS, Cristiano Chaves de. et. al. Código Civil para concursos – 9. ed. Salvador: 
Juspodivm, 2020.
FERNANDES, Alexandre Cortez. Direito civil: introdução, pessoas e bens. 1ª ed. Caxias 
do Sul: Educs, 2017.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Parte Geral. 10 ed. São Paulo: 
Saraiva, 2012.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. Vol.1 Saraiva Educação SA, 
2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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63
MELLO, Cleyson de Moraes. Direito Civil: parte geral. 5ª Rio de Janeiro: Editora Sucesso, 
2022. 
MONTESQUIEU, Charles Luis. Do Espírito Das Leis. São Paulo: Martins fontes, 2000.
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. São Paulo: Cia das letras, 2000. 
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 1987. 
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 5ª ed. São Paulo: Editora Método, 2015.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil. Direito das obrigações. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 
2003.
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