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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Saúde da Comunidade
Departamento de Saúde e Sociedade
Epidemiologia descritiva
Variáveis de Pessoa, Tempo e Lugar
Adaptado de Helia Kawa
Ilce Ferreira
Epidemiologia Descritiva – “é o estudo da distribuição de freqüência das
doenças e dos agravos à saúde coletiva, em função de variáveis ligadas ao
tempo, ao espaço – ambientais e populacionais – e à pessoa, possibilitando
o detalhamento do perfil epidemiológicoà promoção da saúde.”
Variáveis de: Tempo, Espaço e Pessoa
Na Ciência Epidemiológica: são fundamentais os seguintes conhecimentos:
 onde, quando e sobre quem ocorre tal doença?
 há grupos mais vulneráveis?
 existe alguma época do ano em que aumenta o número de casos?
 qual a distribuição geográfica da doença?
 há diferenças regionais/locais?
 qual(is) a(s) faixa(s) etária(s) mais atingida(s)?
 pertencer a uma dada classe social determina diferenças nos riscos?
Variáveis relacionadas ao Tempo
Distribuição no Tempo ou Cronológica – relação entre uma sequência de
marcos cronológicos sucessivos e uma variável de frequência de casos ou
de óbitos.
Tem os seguintes papéis:
• exibir a ação da doença ou agravo, desde a atualidade, regredindo a um
tempo passado;
• mostrar o tipo de variação que caracteriza o processo estudado, se cíclico
ou errático, se sazonal ou não;
• revelar a tendência secular do processo;
• manifestar o caráter endêmico ou epidêmico da doença;
Com o objetivo de:
- fazer uma avaliação das Medidas de Controle;
- auxiliar na compreensão de eventos inusitados;
- detectar epidemias
Variações: Atípicas 
Cíclicas – Sazonal
Tendências – de Aumento; de Constância e de Diminuição
Exemplos atuais: 
A. Mudança na estrutura da morbimortalidade – doenças 
cardiovasculares/infecciosas e aumento das mortes violentas;
B. Diminuição da morbimortalidade por doenças imunopreviníveis;
C. Permanência e até agravamento dos níveis de pobreza em algumas regiões 
do mundo.
Variáveis relacionadas ao Espaço
- Variáveis Geopolíticas – “países das Américas”, “do terceiro mundo”;
- Variáveis Político-Administrativas; diferenças entre regiões
- Variáveis Geográficas
Fatores Ambientais: 
Fatores Populacionais: 
1) Naturais – Localização, Relevo, Hidrografia, 
Solo, clima, Vegetação e Fauna;
2) Artificiais – Alteração da paisagem natural, Emissão
de poluentes, Uso abusivo de agrotóxicos,
Contaminação de alimentos, Introdução de aditivos
químicos, Restrição na quantidade e diversificação de
alimentos disponíveis, Tipo de habitação, Organização
do espaço urbano e Condições adversas nos locais de
trabalho
1) Demográficos – pirâmide populacional;
2) Sociais – cultura, religião, organização social,
condições sócio-econômicas, Variação
urbano/rural.
Variáveis relacionadas às pessoas
•IVariáveis demográficas (universais)
Idade, sexo, etnia.
•Variáveis sociais
Estado civil, renda, ocupação, educação,...
•Variáveis relativas ao estilo de vida
Estresse, Fumo, exercícios, alimentação, álcool, ...
Perfil Epidemiológico
 Quem? - grupos mais vulneráveis (idade, sexo, raça, 
escolaridade, estilo de vida, profissão,cultura, 
religião etc) 
 Onde? - agregados (cluster espacial ex.epidêmico)
- características climáticas, solo, vegetação, 
- rural x urbano;
- difusão - espalhamento (migração e mobilidade)
 Quando? - intervalo de tempo (estudo de seguimento); 
- ano cronológico (2012);
- estação do ano (tipicamente de inverno);
- agregados (cluster temporal ex.epidêmico)
Variáveis
Estudos descritivos
 Descrevem padrões de ocorrência de doença em relação a 
variáveis como pessoa, lugar e tempo. Utilizam fontes de 
informações como:
• Dados de Censo;
• Registros de fatos vitais;
• Registros hospitalares;
• Dados nacionais de consumo de alimentos, medicamentos e 
outros produtos;
• Registros de dados ocupacionais de empresas, etc
• Sistema de Informações de Agravos (SINAN)
1 – Características relacionadas a tempo, lugar e pessoa:
A) Com relação a pessoa: QUEM?
Variáveis relativas às pessoas
•Variáveis demográficas (universais)
Idade, sexo, etnia.
•Variáveis sociais
Estado civil, renda, ocupação, educação,...
•Variáveis relativas ao estilo de vida
Estresse, Fumo, exercícios, alimentação, álcool, ...
Diferenças entre os sexos
Explicação biológica
Explicação social/comportamental
- Diferenças entre as faixas etárias
A idade é uma das variáveis mais fortemente associada á saúde.
•Agravos que acometem mais em crianças
Doenças infecciosas e parasitárias que independem do tempo de
exposição ao fator de risco (FR) e atacam aqueles com menos
defesas imunológicas.
• Agravos que acometem mais adultos
Doenças crônico-degenerativas que dependem da exposição
prolongada ao FR ou do envelhecimento.
Faixa etária
(em anos)
Casos
N º %
< 1 15 14,4
1 – 4 42 40,4
5 – 14 31 29,8
15 – 29 11 10,5
 30 5 4,9
Total 104 1000
Fonte: Secretaria da Saúde de Anápolis (GO)
Tabela 1 - Número e percentual de casos confirmados de sarampo
por faixa etária, no município de Anápolis – GO, em 2007
- Diferenças estado civil
-Diferenças Ocupação – a saúde de um indivíduo relaciona-se
com o tipo de ocupação que ele exerce.
* O ambiente de trabalho determina riscos aos quais o
trabalhador fica exposto, durante boa parte da vida.
* Associação entre ocupação e classe social – ocupações menos
remuneradas – expõem os trabalhadores a maiores riscos
(lixeiros, cortadores de cana...)
Diferenças Instrução – Ex: maior nível de escolaridade – maior a
esperança de vida e maior o uso de vacinas.
Anos de estudo das mães % de crianças vacinadas
< 1 37,4
1_4 55,4
5 e mais 69,6
- Diferenças Estilo de Vida
As doenças crônico-degenerativas, os acidentes e as demais violências
estão associadas a fatores relacionados ao estilo de vida.
a) Alimentação inadequada;
b) Atividade física reduzida;
c) Vício de fumar;
d) Abuso de álcool e drogas;
e) Intensidade da vida sexual
- Diferenças Renda
* Famílias de menor renda (Terceiro Mundo) – alta frequência de
desnutrição, de doenças transmissíveis e de condições ambientais
deficientes.
* Associação entre renda e escolaridade e ocupação – pessoas de família
de menor renda – nível baixo de instrução e exercem ocupações de
maiores riscos a saúde.
Pessoa
Variáveis fortemente relacionadas com doença
I- Sexo e Idade
 mulheres internam mais que os homens e o risco de morrer entre os 
homens é maior do que entre mulheres;
 nascem mais homens;
 perfil de mortalidade diferente segundo sexo;
 acidente à veiculo motor - homens 15 a 24 anos;
 prevalência de baixo peso ao nascer maior em faixas etárias extremas 
entre filhos de mãe com baixa escolaridade.
0
200000
400000
600000
96 97 98
Internações por todas as causas segundo sexo 
ocorridas no Estado do Rio de Janeiro- 1996 a 1998
masculino
feminino
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
nº
96 97 98
ano
Óbitos por todas as causas segundo sexo de 
residentes do estado do Rio de Janeiro - 1996 a 1998
Masculino
Feminino
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Masc. Fem.
Mortalidade proporcional por causas segundo sexo 
Município do Rio de Janeiro - 2000
Causas externas
Anomalias Congenitas
Aec.Originadas periodo perinatal
Gravidez,parto, puerpério
D.Ap. genitourinario
Sist. Osteomuscular
pele/Tec.subcutâneo
D. Ap. Digestivo
D. Ap. respiratório
D.Ap. Circulatório
Ouvidos e da Apófise
Olho e anexos
D.S.Nervoso
Transtornos Mentais/Comp.
D.Endócrinas/Nutriiconais/SI
D.Sangue
Neoplasmas
DIP
Fonte: SIM/DATASUS: Especialização em Saúde Coletiva - Residência - NESC/UFRJ-2002
Fonte: Censo Demográfico IBGE- 1991- Especialização em Saúde Coletiva - Residência -
NESC/UFRJ-1996
II- Nível sócio-econômico
Niterói - População Favelada Segundo o IBGE
PIRÂMIDE POPULACIONAL POR FAIXA ETÁRIA - 1991
Fonte: IBGE - Censo - 1991
Faixa Etária
80 + 
75 A 79 
70 A 74 
65 A 69 
60 A 64 
55 A 59 
50 A 54 
45 A49 
40 A 44 
35 A 39 
30 A 34 
25 A 29 
20 A 24 
15 A 19 
10 A 14 
5 A 9 
02468
%
0 2 4 6 8
%
Homens
Mulheres
0 A 4
Niterói - População Não Favelada Segundo o IBGE
PIRÂMIDE POPULACIONAL POR FAIXA ETÁRIA - 1991
Fonte: IBGE - Censo - 1991
Faixa Etária
80 + 
75 A 79 
70 A 74 
65 A 69 
60 A 64 
55 A 59 
50 A 54 
45 A 49 
40 A 44 
35 A 39 
30 A 34 
25 A 29 
20 A 24 
15 A 19 
10 A 14 
5 A 9 
02468
%
0 2 4 6 8
%
Homens
Mulheres
0 A 4
Medida indireta - lugar de residência - perfil demográfico diferente
Fonte: SIMÕES, 1996, apud MELLO JORGE E GOTLIEB, 2000
III- Religião
 identifica grupos na população com diferentes perfis de 
morbimortalidade
- abstinência de fumo entre os mórmons (menor frequência de CA 
de pulmão em Utah-EUA);
- circuncisão - judeus (judeus com menor frequência de câncer de 
próstata)
IV- Grupos especiais
 questões antropológicas e culturais
canibais na Nova Guiné - Kuru (doença degenerativa do SNC
causada por um prion cujo reservatório único é o homem)
 mutações genéticas
-doença de Gaucher-maior frequência entre judeus;
-talassemia - maior frequência entre gregos e italianos-
Mediterrâneo.
B) Com relação a lugar: ONDE?
A análise dos agravos a saúde, com ênfase para as diferenças 
geográficas, constitui a preocupação fundamental Epidemiologia.
USOS:
• Apontar os riscos a que o indivíduo está sujeito, por viver em certas
regiões ou por visitá-las.
Ex: concentração de grande número de casos de malária na região
amazônica e de febre amarela na região centro-oeste.
• Fornecer subsídios para explicações causais – exames comparativos dos
locais e das condições de vida das comunidades podem sugerir hipóteses
etiológicas.
Ex: esquimós - menor incidência de doenças coronarianas – dieta rica em
gordura a base de peixes – ponto de partida para maior consumo de
peixes na alimentação como medida protetora de aterosclerose.
Mapeamento
Jonh Snow  epidemia de 
cólera, Londres em 1854 
associação espacial entre mortes 
por cólera e suprimento de 
água, mesmo sem conhecer seu 
agente etiológico
Concentração de casos em áreas 
próximas a bomba d’água Broad Street
Epidemia de AIDS - Brasil
desenho de estudo ecológico 
onde a unidade de análise é 
uma fração do tempo e espaço
ponto-município com pelo menos 1 caso
Medronho e colaboradores, 2012
•Definir as prioridades de intervenção – a comparação geográfica 
permite o ordenamento das regiões segundo a magnitude dos 
respectivos indicadores de saúde.
Ex: identificar áreas de maior incidência, morbidade, mortalidade que
serão áreas prioritárias para ação dos programas de prevenção e
controle. Indicadores de recursos (humanos, materiais ou financeiros)
apontam para regiões pouco beneficiadas.
• Avaliar o impacto das intervenções – interpretar a relação causal entre
determinadas ações e nível de morbimortalidade.
Ex: esquistossomose.
Principais tipos de comparação geográfica:
A) Entre países;
B) Entre unidades administrativas dentro de um mesmo país;
C) Entre áreas urbanas e rurais;
D) Em nível local.
• Uma das principais motivações para realização de comparações entre
países, estados, regiões é de apontar desigualdades, auxiliando dessa forma a
captação de recursos para resolução de problemas de elevada importância
nas áreas desprivilegiadas.
• A comparação da morbimortalidade entre países exige a padronização das
taxas.
• Diversos critérios são usados para definição de urbano e rural (número de
habitantes e características socioeconômicas da localidade).
Áreas rurais – maior risco de doenças infecciosas e parasitárias, zoonoses,
acidentes ofídicos, intoxicações relacionadas ao uso de agrotóxicos e câncer
de pele.
Áreas urbanas – menor risco de doenças infecciosas e parasitárias,
predomínio de doenças sexualmente transmissíveis, gripe e as demais
infecções respiratórias, doenças ligadas ao consumo de drogas, a violência, a
poluição atmosférica e aos acidentes de trânsito. As afecções
cardiovasculares e as neoplasias predominam nas cidades em decorrência de
uma longa exposição a agentes e FR mais comuns em ambientes industriais e
urbanos.
As diferenças internacionais, nacionais, urbana-rural e locais podem ser
apresentadas sob a forma de tabelas, gráficos e mapas.
Grupo de causas Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste
DIP 15,3 8,9 6,4 5,4 9,4
Neoplasias 5,7 3,8 10,7 11,9 7,9
Doenças do ap.
circulatório
14,8 12,9 32,7 32,3 23,9
Doenças do ap.
respiratório
6,7 4,4 9,9 8,7 6,8
Causas externas 11,2 6,7 11,4 10,8 15,9
Tabela. Mortalidade proporcional (%) dos principais grupos de
causas e óbito segundo região do Brasil. 1984.
Fonte: Ministério da Saúde, estatísticas de mortalidade, 1984.
Incidência da dengue 2002 
– município de Niterói
Incidência da dengue em 2001 
– município de Niterói
MAPAS
2. Epidemiologia Descritiva e geração de hipóteses
• Estudos de Migração:
- Se: taxa de incidência (imigrantes) = Tx. Incidência (país origem), 
então sugere uma origem genética. 
- Se: Tx. Incid. (imigrantes) = Tx.Incid. (país adotado), sugere origem 
ambiental.
• No entanto, tem sido observado padrões intermediários:
 As Tx. Incidência Variam em função do:
 Do Tempo desde a migração 
 Da idade na migração; ou
 Número de gerações após a migração
“Sugerindo um processo de acúmulo gradual”
1. Epidemiologia Descritiva: Estudos de Migração
Ex 1: As taxas de câncer de mama entre imigrantes não-brancas nos EUA tendem a ser
maiores do que as taxas das mulheres nos seus países de origem, mas ainda
menores do que as taxas das mulheres americanas brancas (Lilienfield et al, 1972) -
variação com o TEMPO de imigração;
Ex 2: Entre as mulheres que tinham entre 6-16 anos quando imigraram da Inglaterra e
país de Gales para a Austrália, as taxas entre as imigrantes se aproximaram das
taxas das australianas; enquanto as taxas nas imigrantes Italianas e Iugoslavas, que
tinham + 17 anos quando imigraram para a Austrália, permaneceram com as taxas
mais baixas do que as australianas (Armstrong and McMichel, 1984) – variação com
a IDADE na imigração;
Ex3: As taxas de câncer de estômago da primeira geração de homens japoneses que
imigraram para os EUA caem 72% quando comparadas às taxas daqueles que
permaneceram no Japão, enquanto as taxas da segunda geração caem 38%. Entretanto
essas taxas ainda são consideradas altas, se comparadas às taxas dos homens
americanos brancos. - variação com a GERAÇÃO.
Nota: Essas taxas precisam ser avaliadas com cuidado, uma vez que os imigrantes 
São uma sub-população altamente selecionada e as várias diferenças metodológicas
Nos cálculos das taxas podem confundir as comparações.
C) Com relação a tempo: QUANDO?
• Verificar como as frequências evoluem com o passar do tempo
(variações temporais). Frequência de casos ou de óbitos numa
distribuição cronológica (série temporal).
• Intervalo de tempo pode ser considerado em termos de hora, dia,
semana, mês, trimestre, semestre, ano ou década.
USOS:
1. Indicar os riscos a que as pessoas estão sujeitas – época de maior ou
menor incidência de agravos – riscos diferenciados – providências
cabíveis.
2. Monitorar a saúde da população – detectar elevações de frequências –
ações imediatas – evitar outros casos ou danos maiores.
3. Fornecer subsídios para explicações causais.
Ex: variações temporais da poluição atmosférica e as da mortalidade
por doença cerebrovascular.
1. Avaliar o impacto de uma intervenção – investigação do tipo antes e
depois da introdução de uma medida – constatar se houve ou não
impacto na frequência da doença.
Componentes de uma série temporal
• Série Histórica – tendência do evento a longo prazo. Tempo mínimo
de observação (maiores que 10 anos).
• Flutuações cíclicas – tendências que se repetem com certa
regularidade. Ex: Sarampo. Ritmo conhecido – prever ocorrência –
adoção de medidas preventivas em tempo hábil.


 



 












  



  


 



 











  


  
68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97
ANOS
0
20
40
60
80
100
INC./100.000 Hab.
• Flutuações Sazonais – tendências que se repetem a cada ano (estações
do ano). Ex: pneumonia – épocas frias – alta incidência de malária e
dengue associada a épocas de chuvas – condições favoráveis a
proliferação de vetores. Também permite atuar de maneira preventiva em
tempo hábil.
•Variações irregulares – epidemias.
Série Temporal (ST)
 um conjunto de observações ordenadas no tempo;
 desenho de estudo ecológico onde a unidade de análise é uma fração do
tempo (hora, dia, semana, mês, ano etc);
 objetivos: descrição do comportamento, predição e controle;
 componentes: tendência; ciclos; sazonalidade e componente aleatório
(irregularidades).
 Tendência 
• análise das mudanças na frequência (incidência, mortalidade,
etc.) de uma doença por um longo período de tempo,
geralmente, décadas.
• Avaliação de impacto
Ex: treinamento de pessoal da saúde e uma greve de médicos
interferiram na tendência da incidência de infecção hospitalar,
respectivamente como fator de proteção, diminuindo o número
de casos, e como fator de risco, fazendo-o aumentar (Fernandez-
Pérez et al,1998);
Sazonalidade
variação ocorre dentro de um período de um ano
 ex1- mortalidade por d.cardiovasculares e d. respiratórias: aumenta -
inverno e diminui - verão, (KUNST et al, 1993; SAEZ et al., 1995)
 ex2- Picadas de cobra e escorpião - maior incidência nos períodos
chuvosos (os animais saem mais de seus refúgios à procura de locais
secos (PEREIRA, 1995)
 ex3- diarreias infecciosas infantis guardam estreita relação com a
etiologia e a forma predominante de transmissão: Protozoários e
bactérias - transmissão fecal-oral (diarreia de verão)
vírus - predominante de transmissão respiratória (diarréia de inverno).
(ROBINS-BOWNE, 1984)
epidemiologia da diarréia por rotavirus semelhante a epidemiologia do
sarampo
 ex4- dengue no verão
Ciclicidade Incidência de Sarampo no Rio Grande do 
Sul - 1962 a 1976
0
50
100
150
200
250
300
62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76
ano
c
o
e
f.
1
0
0
.0
0
0
 h
a
b
.
Fonte: Vigilância Epidemiológica - SES-
RS apud: Rouquayrol (1994)
Picos na frequência de uma doença 
ocorridos em um período maior que 
um ano
ex. sarampo -ciclos bienais (antes 
das campanhas de vacinação): 
acúmulo de susceptíveis
Irregularidades
Alterações aleatórias da frequência da doença ou inesperadas (não explicadas
pelas demais componentes da série histórica);
Monitoramento e Controle
detectar precocemente mudanças na frequência das doenças;
métodos estatísticos de análise de séries temporais
diagrama de controle (baseado na distribuição normal ou em quartis) -
frequentemente utilizado
Conceitos básicos
Presença habitual de uma doença, dentro dos limites
esperados, em uma determinada área geográfica, por
um período de tempo ilimitado
Endemia
Excesso de casos em relação ao esperado quando
comparado à frequência esperada (ou habitual) de
uma doença em uma determinada comunidade ou
região, em um período determinado
Epidemia
Epidemia de grandes proporções geográficas, ou seja,
atingindo vários países, inclusive mais de um
continente
Pandemia
Ocorrência epidêmica, em que todos os casos estão
relacionados entre si, acometendo uma área
geográfica pequena e delimitada ou uma população
institucionalizada
Surto

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