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<p>Comentários Pedagógicos - Língua Portuguesa</p><p>Caro(a) professor(a),</p><p>A Avaliação Diagnóstica é um instrumento de avaliação formativa que permite sondar as fragilidades dos alunos em</p><p>determinados saberes para que possamos investir em formas de como melhorar a aprendizagem.</p><p>Neste documento você encontrará comentários pedagógicos acerca dos 26 itens da Avaliação Diagnóstica de Língua</p><p>Portuguesa 2024.2. Ele está estruturado em ordem crescente por saberes e habilidades que foram ofertados no teste,</p><p>apresentando mais informações e detalhamentos sobre a temática de cada um deles.</p><p>Sumário</p><p>Saber Habilidade Dificuldade Gabarito Página</p><p>S01 S01.H16 MÉDIO C 3</p><p>S02 S02.H11 DIFÍCIL B 4</p><p>S03 S03.H10 MÉDIO A 6</p><p>S04 S04.H05 FÁCIL E 8</p><p>S05 S05.H03 MÉDIO E 11</p><p>S06 S06.H16 MÉDIO C 13</p><p>S07 S07.H10 MÉDIO D 16</p><p>S07 S07.H20 MÉDIO B 18</p><p>S09 S09.H03 FÁCIL A 20</p><p>S10 S10.H09 DIFÍCIL A 23</p><p>S11 S11.H21 MÉDIO E 25</p><p>S12 S12.H08 FÁCIL D 27</p><p>S13 S13.H06 FÁCIL D 29</p><p>S14 S14.H04 FÁCIL C 31</p><p>S15 S15.H02 FÁCIL A 32</p><p>S16 S16.H01 FÁCIL B 34</p><p>S17 S17.H02 FÁCIL A 36</p><p>S18 S18.H03 FÁCIL E 37</p><p>S19 S19.H09 DIFÍCIL D 39</p><p>S20 S20.H05 MÉDIO C 41</p><p>S20 S20.H07 MÉDIO B 43</p><p>S21 S21.H06 MÉDIO A 45</p><p>S22 S22.H10 DIFÍCIL D 46</p><p>S22 S22.H14 DIFÍCIL C 48</p><p>2</p><p>S23 S23.H05 MÉDIO E 49</p><p>S23 S23.H12 MÉDIO C 52</p><p>Saber S01 - Localizar informações explícitas em um texto</p><p>Habilidade S01.H16 - Localizar uma informação explícita a partir do sentido global de textos de gêneros</p><p>simples predominantemente expositivos (ex.: verbete de dicionário, curiosidade, nota</p><p>explicativa etc.).</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir:</p><p>QUEM FOI FRIDA KAHLO?</p><p>Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón foi uma das mais importantes pintoras mexicanas da história. Ela</p><p>nasceu em 6 de julho de 1907, no distrito de Coyoacan, terceira de quatro irmãs, filha de um judeu alemão e uma</p><p>católica fervorosa. Frida se auto intitulava “Filha da Revolução Mexicana”, disputa política entre revolucionários e</p><p>opositores que aconteceu entre 1910 e 1920.</p><p>Em 1913, aos 6 anos de idade, Frida contraiu poliomielite infantil, doença responsável por deixar uma lesão em</p><p>seu pé direito e encurtar uma de suas pernas. Não foi a única tragédia em sua vida: em 1925, aos 18, a artista estava</p><p>dentro de um ônibus que se chocou contra um trem. Ela fraturou a espinha, a clavícula, a pélvis e várias costelas. Por</p><p>causa dos ferimentos, passou por 35 cirurgias ao longo da vida e precisou usar colete ortopédico até morrer.</p><p>De cama por meses a fio após o acidente, Frida adotou como passatempo desenhar em seus próprios coletes</p><p>ortopédicos - transformando-os em verdadeiras obras de arte. Nesse período, ela também ganhou de seu pai um</p><p>cavalete adaptado, no qual rabiscou os seus primeiros quadros. Foi desse modo que a pintura entrou em sua vida.</p><p>Em 1928, aos 21 anos, já andando com as próprias pernas e estudando arte, Frida entrou para o Partido</p><p>Comunista. Lá conheceu o artista plástico e muralista Diego Riviera, 21 anos mais velho. Casou-se com ele no ano</p><p>seguinte, iniciando um relacionamento conturbado, repleto de brigas e adultérios de ambas as partes. Frida era</p><p>bissexual (algo trangressor para a época) e teve amantes do sexo feminino.</p><p>[...]</p><p>Fonte: MONTEIRO, Gabriela. Quem foi Frida Kahlo? SuperInteressante. Disponível em:</p><p><https://super.abril.com.br/historia/quem-foi-frida-kahlo>. Acesso em: 15 maio 2024. (FRAGMENTO)</p><p>A partir do texto, qual foi o evento responsável por Frida Kahlo ter adotado a pintura como passatempo?</p><p>A) Sua entrada para o Partido Comunista.</p><p>B) O casamento com Diego Rivera.</p><p>C) O acidente de ônibus, em 1925.</p><p>D) Ela contraiu poliomielite infantil.</p><p>E) O início de sua carreira como muralista.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Sua entrada para o Partido Comunista: Embora seja um evento significativo em sua vida, não foi o motivo pelo qual</p><p>ela começou a pintar.</p><p>B) O casamento com Diego Rivera: Frida conheceu Diego Rivera após o acidente de ônibus em 1925, seu casamento</p><p>é um acontecimento importante, mas não foi a razão pela qual ela começou a pintar.</p><p>C) Gabarito.</p><p>D) Ela contraiu poliomielite infantil: Ela contraiu poliomielite aos 6 anos de idade, muito antes do acidente de ônibus.</p><p>E) Ela iniciou sua carreira como muralista: Frida Kahlo era pintora, não muralista. Diego Rivera era o muralista famoso.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>3</p><p>https://super.abril.com.br/historia/quem-foi-frida-kahlo</p><p>As informações explícitas em um texto são aquelas que estão claramente expressas e diretamente afirmadas. Elas</p><p>são fáceis de identificar porque não exigem interpretação ou leitura nas entrelinhas. Essas informações são</p><p>apresentadas de maneira direta e específica, de forma que o leitor não precise fazer suposições ou deduções para</p><p>entendê-las.</p><p>A partir das informações presentes no texto, o evento responsável por Frida Kahlo ter adotado a pintura como</p><p>passatempo foi o acidente de ônibus, em 1925, pois foi durante sua recuperação desse acidente que Frida adotou a</p><p>pintura como passatempo.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Características das informações explícitas incluem:</p><p>- Clareza e objetividade, estão descritas de forma direta.</p><p>- Fácil identificação, podem ser encontradas rapidamente no texto.</p><p>- Fatos e detalhes diretos, apresentam fatos, datas e nomes que não deixam margem para dúvidas.</p><p>Como localizar informações explícitas em um texto?</p><p>Para localizar informações explícitas em um texto, é necessário seguir alguns passos importantes:</p><p>Leitura atenta</p><p>É fundamental fazer uma leitura atenta e cuidadosa do texto, buscando identificar as informações mais relevantes e</p><p>os pontos principais do assunto abordado.</p><p>Destacar palavras-chave</p><p>Durante a leitura, é importante destacar as palavras-chave que indicam a presença de informações explícitas no</p><p>texto. Essas palavras podem ser nomes próprios, datas, lugares, conceitos, entre outros.</p><p>Utilizar marcadores</p><p>O uso de marcadores, como grifos ou anotações, pode ajudar a identificar as informações explícitas no texto e tornar</p><p>a leitura mais eficiente.</p><p>Revisar o texto</p><p>Por fim, é importante revisar o texto após a leitura, buscando identificar se todas as informações relevantes foram</p><p>identificadas e compreendidas corretamente.</p><p>Sumarização</p><p>Resuma os parágrafos ou seções, focando nos pontos principais que são claramente apresentados. A prática de</p><p>sumarização ajuda a destilar as informações explícitas do texto.</p><p>Notas e Anotações</p><p>Faça anotações enquanto lê, registrando os fatos e detalhes que são claramente afirmados no texto. Isso não apenas</p><p>ajuda na compreensão, mas também facilita a localização dessas informações posteriormente.</p><p>Releitura</p><p>Se necessário, releia o texto. Às vezes, informações explícitas podem ser mais evidentes em uma segunda leitura,</p><p>especialmente se o texto for complexo ou denso.</p><p>Encontrar informações explícitas em um texto é uma habilidade essencial para entender e interpretar o conteúdo.</p><p>Reconhecer dados visíveis em um texto é uma ação que pode demandar um certo tempo, mas é com ela que se faz</p><p>possível captar o tema, responder a perguntas e solucionar problemas.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad01-aluno-AVACED.pdf</p><p>Saber S02 - Inferir informação em texto verbal</p><p>Habilidade S02.H11 - Inferir características ou estados psicológicos de seres retratados com base em</p><p>suas atitudes, ações ou discursos em textos verbais pertencentes a gêneros simples,</p><p>predominantemente descritivos ou da ordem do relatar (ex.: classificados, nota ou cupom</p><p>fiscal, notícia, diário íntimo, biografia etc.).</p><p>Nível de dificuldade Difícil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>4</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad01-aluno-AVACED.pdf</p><p>Apenas uns dias</p><p>(Nynhã Gwarini Tupinambá)</p><p>Um dia dei muitos frutos, hoje quase não tenho mais forças.</p><p>Minhas águas já foram limpas, agora nem tanto.</p><p>Um dia fui cheia de animais de todas as espécies que você possa imaginar,</p><p>A maioria foi extinto e os poucos que sobraram estão em extinção.</p><p>aqui."</p><p>No dia 27 de abril de 2024, postei no Instagram, junto com Estelinha, um vídeo com o título: "Autoestima e</p><p>longevidade: eu sem batom não sou ninguém". Até o momento, o vídeo teve mais de 1 milhão e 800 mil visualizações</p><p>e mais de 7.000 comentários.</p><p>Entre incontáveis comentários elogiosos, duas críticas revelaram que as próprias mulheres reproduzem e</p><p>fortalecem os estereótipos, estigmas e preconceitos associados ao envelhecimento feminino feminino. A primeira</p><p>dizia: "Velha ridícula, com essa boca vermelha, é o fim. Não se enxerga não? Vai para casa!". E a outra: "Até pode</p><p>usar o batom. Mas essa cor ficou ridícula. Não combina com sua idade. Ou vai querer usar também biquíni fio dental?</p><p>Tá maluca?".</p><p>Estelinha respondeu às críticas com muito humor e serenidade. Disse que vai continuar usando batom</p><p>vermelho porque "batom não é maquiagem: é roupa!". E, mais ainda, que o batom vermelho é um símbolo da sua</p><p>autonomia, liberdade e alegria de viver.</p><p>"Aos 49 anos, quando cheguei a São Paulo, ganhei o meu primeiro batom dos meus filhos, no Dia das</p><p>Mães. Foi o primeiro presente que ganhei na vida. Ganhei a fama de rainha do batom. Adoro batom e uso todo dia. E</p><p>tem que ser vermelho. Eu sem batom não sou ninguém."</p><p>Fonte: GOLDENBERG, Mirian. Por que Estelinha, 94, foi xingada de velha ridícula e maluca? Folha de São Paulo. Disponível em:</p><p><https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2024/05/por-que-estelinha-94-foi-xingada-de-velha-ridicula-e-maluca.sht</p><p>m>. Acesso em: 27 jun. 2024. (FRAGMENTO)</p><p>O propósito comunicativo do texto é:</p><p>A) Destacar a trajetória de superação e a alegria de viver de Estelinha Bezerra, especialmente na terceira idade.</p><p>B) Discutir os estereótipos associados ao envelhecimento feminino e criticar o uso de batom vermelho por mulheres</p><p>idosas.</p><p>C) Descrever as dificuldades financeiras e os obstáculos enfrentados por Estelinha ao longo de sua vida.</p><p>D) Contar a história de Estelinha Bezerra com foco nos desafios de saúde que ela enfrentou por conta do</p><p>envelhecimento.</p><p>E) Enfatizar a importância do estudo e da educação para os filhos, como defendido por Estelinha Bezerra.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Gabarito.</p><p>B) A alternativa está errada porque o texto não tem como foco a crítica ao uso do batom vermelho. Embora mencione</p><p>críticas recebidas por Estelinha, o principal propósito do texto é mostrar a trajetória de superação e alegria de viver</p><p>dela, não focar na crítica ou nos estereótipos.</p><p>C) A alternativa está errada porque, embora mencione os desafios enfrentados por Estelinha, o texto não tem como</p><p>foco principal as dificuldades financeiras. O foco principal é a superação e a positividade na terceira idade.</p><p>D) A alternativa está errada porque, embora o texto mencione os problemas de saúde, esse não é o principal propósito.</p><p>O principal propósito é mostrar como ela superou esses desafios e encontrou alegria na vida, especialmente através</p><p>de sua presença nas redes sociais.</p><p>E) A alternativa está errada porque, apesar de mencionar a valorização da educação por Estelinha, este não é o foco</p><p>principal do texto. O propósito principal é mostrar sua trajetória de superação e alegria na terceira idade.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O item tem o objetivo de avaliar a habilidade de identificar o propósito comunicativo de gêneros simples que materializam</p><p>textos verbais, predominantemente da ordem do relatar (ex.: relato histórico, relato científico, reportagem etc.). Os</p><p>estudantes devem atentar para o fato de que é apresentado aos leitores acontecimentos da vida de Estelinha Bezerra:</p><p>as dificuldades financeiras, os obstáculos enfrentados, a trajetória de superação, a alegria de viver etc. Assim, chegarão</p><p>ao propósito principal do texto.</p><p>24</p><p>https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2024/05/por-que-estelinha-94-foi-xingada-de-velha-ridicula-e-maluca.shtm</p><p>https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2024/05/por-que-estelinha-94-foi-xingada-de-velha-ridicula-e-maluca.shtm</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Você pode utilizar o texto sobre Estelinha Bezerra para ensinar seus alunos a identificar o propósito comunicativo de</p><p>diferentes gêneros, seguindo algumas etapas e estratégias didáticas. Aqui estão algumas sugestões:</p><p>1. Introdução ao Conceito de Propósito Comunicativo</p><p>● Explicação Teórica: Comece explicando o que é o propósito comunicativo. Explique que o propósito é a</p><p>intenção do autor ao escrever um texto, que pode variar dependendo do gênero (narrativo, descritivo, expositivo,</p><p>argumentativo, etc.).</p><p>● Exemplos Simples: Forneça exemplos simples de diferentes gêneros e seus propósitos, como um conto</p><p>(entreter), um artigo científico (informar), uma propaganda (persuadir).</p><p>2. Análise do Texto sobre Estelinha Bezerra</p><p>● Leitura e Compreensão: Peça aos alunos para lerem o texto sobre Estelinha Bezerra em grupos ou</p><p>individualmente. Assegure-se de que todos compreendem o conteúdo do texto.</p><p>● Identificação de Elementos Chave: Discuta em sala os elementos chave do texto, como o tema central, os</p><p>eventos principais, e as reações de Estelinha.</p><p>3. Discussão e Identificação do Propósito Comunicativo</p><p>● Perguntas Guiadas: Utilize perguntas guiadas para ajudar os alunos a identificar o propósito comunicativo do</p><p>texto:</p><p>○ Qual é a mensagem principal que o autor quer transmitir?</p><p>○ O texto foca mais nos desafios ou nas superações de Estelinha? Por quê?</p><p>○ Como o autor quer que nos sintamos em relação à história de Estelinha?</p><p>● Atividade em Grupo: Divida os alunos em grupos e peça para que discutam e escrevam qual acreditam ser o</p><p>propósito comunicativo do texto. Depois, cada grupo pode apresentar suas conclusões para a turma.</p><p>4. Comparação com Outros Gêneros</p><p>● Textos de Diferentes Gêneros: Apresente outros textos de diferentes gêneros com propósitos comunicativos</p><p>variados. Por exemplo, um artigo de jornal, um anúncio publicitário, uma carta pessoal, e uma poesia.</p><p>● Análise Comparativa: Peça aos alunos para compararem esses textos com o de Estelinha Bezerra,</p><p>identificando os diferentes propósitos comunicativos. Faça uma discussão sobre como a linguagem, o estilo e a</p><p>estrutura variam de acordo com o propósito.</p><p>5. Exercícios Práticos</p><p>● Criação de Textos: Peça aos alunos para escreverem seus próprios textos com propósitos comunicativos</p><p>específicos. Por exemplo, uma carta para inspirar alguém, um artigo informativo sobre um tema que estudaram,</p><p>ou um conto para entreter.</p><p>● Reflexão e Discussão: Depois de escreverem, os alunos podem trocar seus textos entre si e identificar o</p><p>propósito comunicativo dos textos dos colegas. Discuta em sala como cada um conseguiu (ou não) alcançar o</p><p>propósito desejado.</p><p>6. Avaliação e Feedback</p><p>● Teste de Identificação: Proponha um teste que os alunos leiam vários textos curtos e identifiquem o propósito</p><p>comunicativo de cada um.</p><p>● Feedback Constante: Dê feedback sobre as respostas dos alunos, reforçando a importância de prestar atenção</p><p>aos detalhes e à intenção do autor.</p><p>●</p><p>Conclusão</p><p>O uso do texto sobre Estelinha Bezerra, combinado com exemplos de outros gêneros, perguntas guiadas, discussões</p><p>em grupo e atividades práticas, pode ajudar os alunos a desenvolver uma compreensão mais profunda e crítica dos</p><p>diferentes propósitos comunicativos nos textos que leem e escrevem.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad10-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S11 - Reconhecer os elemento que compõem uma narrativa e o conflito gerador</p><p>Habilidade S11.H21 - Identificar características psicológicas ou estados emocionais de personagens em</p><p>textos verbais, pertencentes a gêneros complexos predominantemente narrativos (ex.: crônica</p><p>25</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad10-professor-AVACED.pdf</p><p>literária, parábola, passagem bíblica, trechos de roteiros cinematográficos/peças de teatro</p><p>etc.).</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Os trechos a seguir, da obra “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector,</p><p>falam da personagem Macabéa. Leia-os:</p><p>“Quando era pequena tivera vontade intensa de criar um bicho. Mas a tia achava que ter um bicho era mais uma boca</p><p>para comer. Então a menina inventou que só lhe cabia criar pulgas pois não merecia o amor de um cão. Do contato</p><p>com a tia ficara-lhe a cabeça baixa. Mas a sua beatice não lhe pegara: morta a tia, ela nunca mais fora a uma igreja</p><p>porque não sentia nada e as divindades lhe eram estranhas.”.</p><p>“Dava-se melhor com um irreal cotidiano, vivia em câmara leeeenta, lebre puuuuulando no aaar sobre os</p><p>ooooouteiros, o vago era o seu mundo terrestre, o vago era o de dentro da natureza. E achava bom ficar triste. (...)</p><p>Nunca se queixava de nada, sabia que as coisas são assim mesmo e – quem organizou a terra dos homens (...) Só</p><p>então vestia-se de si mesma, passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser. (...) A datilógrafa</p><p>vivia numa espécie de atordoado nimbo, entre céu e inferno. Nunca pensara em “eu sou eu”. Acho que julgava não ter</p><p>direito, ela era um acaso. Um feto jogado na lata de lixo embrulhado em um jornal. Há milhares como ela? Sim, e que</p><p>são apenas um acaso. Pensando bem: quem não é um acaso na vida?”.</p><p>“Talvez a nordestina já tivesse chegado à conclusão de que a vida incomoda bastante, alma que não cabe bem no</p><p>corpo, mesmo alma rala como a sua. Imaginavazinha, toda supersticiosa, que se por acaso viesse alguma vez a</p><p>sentir um gosto bem bom de viver – se desencantaria de súbito de princesa que era e se transformaria em bicho</p><p>rasteiro. Porque, por pior que fosse sua situação, não queria ser privada de si, ela queria ser ela mesma. Achava que</p><p>cairia em grave castigo e até risco de morrer se tivesse gosto. Então defendia-se da morte por intermédio de um viver</p><p>de menos, gastando pouco de sua vida para esta não acabar. Essa economia lhe dava alguma segurança pois, quem</p><p>cai, do chão não passa. Teria ela a sensação de que vivia para nada? Nem posso saber, mas acho que não. Só uma</p><p>vez se fez uma trágica pergunta: Quem sou eu? Assustou-se tanto que parou completamente de pensar.”.</p><p>“Macabéa ficou um pouco aturdida sem saber se atravessaria a rua pois sua vida já estava mudada. E mudada por</p><p>palavras. Até para atravessar a rua ela já era outra pessoa. Uma pessoa grávida de futuro. Sentia em si uma</p><p>esperança tão violenta como jamais sentira tamanho desespero. Se ela não era mais ela mesma, isso significava uma</p><p>perda que valia por um ganho. Assim como havia sentença de morte, a cartomante lhe decretara sentença de vida.”.</p><p>Fonte: LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.</p><p>Qual das alternativas a seguir melhor descreve as características psicológicas da personagem Macabéa?</p><p>A) Macabéa era extremamente ambiciosa e sempre buscava formas de melhorar sua situação de vida, mostrando</p><p>uma grande capacidade de planejamento e ação.</p><p>B) Macabéa sentia-se confortável com a própria existência e era confiante em sua individualidade, valorizando</p><p>suas conquistas e seu lugar no mundo.</p><p>C) Macabéa tinha uma visão otimista da vida, acreditando que poderia mudar seu destino e alcançar seus sonhos</p><p>com determinação e esforço.</p><p>D) Macabéa tinha uma visão otimista da vida, acreditando que poderia mudar seu destino e alcançar seus sonhos</p><p>com determinação e esforço.</p><p>E) Macabéa era uma pessoa resignada e conformada com sua realidade, vivendo em um estado de alienação e</p><p>passividade, sem grandes aspirações ou sentimentos de pertencimento.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Esta alternativa está errada porque Macabéa não era ambiciosa. Ela aceitava sua realidade de forma resignada e</p><p>não demonstrava nenhuma iniciativa para mudar sua situação ou buscar melhorias significativas em sua vida.</p><p>B) Esta alternativa está errada porque Macabéa não se sentia confortável com sua existência e tampouco era</p><p>confiante em sua individualidade. Ela vivia em um estado de alienação e não tinha um senso claro de identidade ou</p><p>pertencimento.</p><p>C) Esta alternativa está errada porque Macabéa não tinha uma visão otimista da vida. Ela era passiva e resignada,</p><p>sem grandes sonhos ou aspirações, aceitando sua situação sem tentar mudar seu destino.</p><p>26</p><p>D) Esta alternativa está errada porque Macabéa não era independente ou determinada. Ela era uma personagem</p><p>passiva, que não lutava contra as adversidades e aceitava as dificuldades sem questionamentos ou ações para</p><p>superá-las.</p><p>E) Gabarito.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>No item apresentado, o objetivo é identificar características psicológicas ou estados emocionais de personagens</p><p>em textos verbais, pertencentes a gêneros complexos predominantemente narrativos (ex.: crônica literária, parábola,</p><p>passagem bíblica, trechos de roteiros cinematográficos/peças de teatro etc.).</p><p>Nordestina órfã de pai e mãe, e criada por uma tia que a maltratava muito, Macabéa é uma alagoana pobre de 19</p><p>anos que possui um corpo franzino e só come cachorro-quente. Além disso, ela é feia, virgem, tímida, solitária,</p><p>ignorante, alienada e de poucas palavras, representa estereótipos que definem a sua posição social e sua relação com o</p><p>mundo.</p><p>Psicologicamente falando, Macabéa era uma pessoa resignada e conformada com sua realidade, vivendo em um</p><p>estado de alienação e passividade, sem grandes aspirações ou sentimentos de pertencimento. Essa descrição reflete as</p><p>características psicológicas da personagem Macabéa, conforme apresentadas nos trechos fornecidos.</p><p>O título da obra "Hora da Estrela" representa o momento epifânico de Macabéa: a hora da morte. É irônica porque</p><p>só no momento da morte é que Macabéa alcança a grandeza do ser.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad11-aluno-AVACED.pdf</p><p>Saber S12 - Identificar semelhanças e/ou diferenças de idéias e opiniões na comparação entre</p><p>textos.</p><p>Habilidade S12.H08 - Reconhecer ideias e opiniões diferentes na comparação entre textos verbais,</p><p>pertencentes a gêneros diferentes, simples e predominantemente expositivos, instrucionais ou</p><p>argumentativos (ex.: verbete de dicionário, curiosidade, nota explicativa, receita médica,</p><p>receita culinária, regra de jogo, horóscopo, carta de reclamação, carta do leitor, comentário ou</p><p>postagem opinativo/a em redes sociais etc.).</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia os textos a seguir.</p><p>Texto I</p><p>27</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad11-aluno-AVACED.pdf</p><p>Disponível em: <http://oblogderedacao.blogspot.com/2017/09/outro-tema-possivel-para-o-enem-2017.html>. Acesso em: 12 jul.</p><p>2024.</p><p>Texto II</p><p>A TECNOLOGIA PODE APROXIMAR AS PESSOAS?</p><p>A tecnologia tem sido uma das principais impulsionadoras da conexão humana nos últimos anos. Desde o</p><p>surgimento da internet, até a proliferação de dispositivos móveis e plataformas de mídia social, a tecnologia tem</p><p>fornecido novas maneiras para as pessoas se conectarem e interagirem umas com as outras.</p><p>Uma das principais maneiras pelas quais a tecnologia tem aproximado as pessoas é através das redes sociais.</p><p>Plataformas como o Facebook, Twitter, Instagram e LinkedIn permitem que as pessoas se conectem com amigos,</p><p>familiares e colegas de trabalho em todo o mundo. As pessoas podem compartilhar fotos, atualizações de status,</p><p>vídeos e outras informações com aqueles que estão longe fisicamente.</p><p>As redes sociais também permitem que as pessoas encontrem e se conectem com outras que compartilham</p><p>seus interesses e paixões tornando mais fácil encontrar uma comunidade online que se sinta acolhedora e receptiva.</p><p>Além disso, a tecnologia tem permitido que as pessoas se comuniquem instantaneamente, independentemente</p><p>da distância física. Com a proliferação de aplicativos de mensagens como WhatsApp, Telegram e Messenger, as</p><p>pessoas podem se comunicar em tempo real com amigos e familiares em todo o mundo. Isso torna mais fácil manter</p><p>contato com entes queridos que vivem longe, mesmo que seja apenas uma conversa rápida.</p><p>Disponível em: <https://pt.linkedin.com/pulse/tecnologia-pode-aproximar-pessoas-f%C3%A1bio-fleck->.</p><p>Acesso em: 15-jul.-2024.</p><p>Considerando que os dois enunciados tratam do mesmo tema, a abordagem desenvolvida por eles:</p><p>A) expõem o mesmo ponto de vista.</p><p>B) defendem ideias complementares.</p><p>C) apresentam argumentos confusos.</p><p>D) apresentam posicionamentos divergentes.</p><p>E) apresentam argumentos inconsistentes.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Ao assinalar esta alternativa, os estudantes podem ter considerado apenas a aproximação temática entre os dois</p><p>textos.</p><p>B) Ao assinalar esta alternativa, os estudantes podem ter considerado que, por se tratarem de posicionamentos</p><p>diferentes, as ideias poderiam se complementar de alguma forma.</p><p>C) Ao assinalar esta alternativa, os estudantes demonstram dificuldades em reconhecer os efeitos de sentido</p><p>produzidos a partir do material multissemiótico utilizado na produção do texto I e em reconhecer os argumentos</p><p>utilizados na produção do texto II.</p><p>D) Gabarito.</p><p>E) Ao assinalar esta alternativa, os estudantes demonstram dificuldades em reconhecer os efeitos de sentido</p><p>produzidos a partir do material multissemiótico utilizado na produção do texto I e em reconhecer os argumentos</p><p>utilizados na produção do texto II.</p><p>28</p><p>http://oblogderedacao.blogspot.com/2017/09/outro-tema-possivel-para-o-enem-2017.html</p><p>https://pt.linkedin.com/pulse/tecnologia-pode-aproximar-pessoas-f%C3%A1bio-fleck-</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>Este item tem o objetivo de avaliar nos estudantes a habilidade de reconhecer ideias e opiniões diferentes na</p><p>comparação entre textos verbais, pertencentes a gêneros diferentes, simples e predominantemente expositivos,</p><p>instrucionais ou argumentativos (ex.: verbete de dicionário, curiosidade, nota explicativa, receita médica, receita</p><p>culinária, regra de jogo, horóscopo, carta de reclamação, carta do leitor, comentário ou postagem opinativo/a em redes</p><p>sociais etc.).</p><p>Diante disso, os estudantes são convidados a lerem uma charge e um artigo de opinião sobre o impacto das redes</p><p>sociais nas relações que apresentam informações e posicionamentos distintos. O texto 1 apresenta o posicionamento de</p><p>que as redes sociais afastam as pessoas, enquanto que o texto 2 demonstra que as redes sociais agregam pessoas, se</p><p>posicionando a favor da utilização delas.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or), o material estruturado de Língua Portuguesa de 2020 e de 2022 apresenta diversas questões para</p><p>trabalhar este saber. O primeiro aborda o saber a partir de diferentes estratégias. O segundo, apresenta itens objetivos</p><p>que podem auxiliar na consolidação do saber.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad12-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S13 - Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos de</p><p>um mesmo tema.</p><p>Habilidade S13.H06 - Reconhecer ideias e opiniões diferentes na comparação entre textos não verbais</p><p>ou multissemióticos, pertencentes a gêneros diferentes, simples e/ou de grande circulação</p><p>social, de qualquer sequência discursiva predominante (ex.: placa, fotografia convencional,</p><p>emoticon, e-mail, fotolegenda, cardápio, mensagem de WhatsApp/Messenger, direct, meme,</p><p>anúncio ou campanha publicitária, rótulo, embalagem, catálogo, panfleto etc.).</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia os textos.</p><p>Texto I</p><p>Como é calculada a felicidade de um país?</p><p>O Relatório Mundial da Felicidade coleta dados em mais de 150 países – em 2021 foram 156 países – e cada variável</p><p>possui uma pontuação média ponderada através de entrevistas com a população, em uma escala de 0 a 10. Essa</p><p>pontuação é monitorada e comparada com a de outros países.</p><p>Na pesquisa atual, as variáveis medidas são: PIB per capita real, assistência social, expectativa de vida saudável,</p><p>liberdade para fazer escolhas, generosidade e percepções de corrupção. As pesquisas são feitas por especialistas</p><p>independentes, e coletadas pela Gallup World Poll. E o relatório é financiado pela ONU.</p><p>De acordo com Jeffrey Sachs, um dos coautores do relatório, existem dois fatores essenciais para a felicidade de um</p><p>país:</p><p>“A lição obtida do relatório, nestes dez anos, é que a generosidade entre as pessoas e a honestidade dos governos</p><p>são cruciais para o bem-estar”.</p><p>Em que posição está o Brasil no ranking de felicidade?</p><p>No ranking da felicidade de 2022 o Brasil está na 39ª posição, sendo o país latino-americano mais bem colocado no</p><p>relatório. Em relação ao ano passado, o Brasil subiu duas posições, sendo que estava em 41º.</p><p>Disponível em: https://www.eurodicas.com.br/pais-mais-feliz-do-mundo/. Acesso em: 03 de abr. de 2023.</p><p>29</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad12-professor-AVACED.pdf</p><p>https://www.eurodicas.com.br/pais-mais-feliz-do-mundo/</p><p>Texto II</p><p>Haverá um dia em que você</p><p>não haverá de ser feliz</p><p>Sentirá o ar sem se mexer</p><p>Sem desejar como antes sempre quis</p><p>Você vai rir, sem perceber</p><p>Felicidade é só questão de ser</p><p>Quando chover, deixar molhar</p><p>Pra receber o Sol quando voltar</p><p>Lembrará os dias</p><p>Que você deixou passar sem ver a luz</p><p>Se chorar, chorar é vão</p><p>Porque os dias vão para nunca mais</p><p>Melhor viver, meu bem</p><p>Pois há um lugar em que o Sol brilha para você</p><p>Chorar, sorrir também e depois dançar</p><p>Na chuva quando a chuva vem</p><p>Melhor viver, meu bem</p><p>Pois há um lugar em que o Sol brilha para você</p><p>Chorar, sorrir também e dançar</p><p>Dançar na chuva quando a chuva vem</p><p>Tem vez que as coisas pesam mais</p><p>Do que a gente acha que pode aguentar</p><p>Nesta hora fique firme</p><p>Pois tudo isso logo vai passar</p><p>Você vai rir, sem perceber</p><p>Felicidade é só questão de ser</p><p>Quando chover, deixar molhar</p><p>Pra receber o Sol quando voltar</p><p>Melhor viver, meu bem</p><p>Pois há um lugar em que o Sol brilha para você</p><p>Chorar, sorrir também e depois dançar</p><p>Na chuva quando a chuva vem</p><p>Melhor viver, meu bem</p><p>Pois há um lugar em que o Sol brilha para você</p><p>Chorar, sorrir também e dançar</p><p>Dançar na chuva quando a chuva vem</p><p>Dançar na chuva quando a chuva vem</p><p>Dançar na chuva quando a chuva</p><p>Dançar na chuva quando a chuva vem</p><p>Disponível em: https://www.letras.mus.br/marcelo-jeneci/1524699/. Acesso em: 03 de abr. de 2023.</p><p>O texto I e II</p><p>A) apresentam fatos e dados em uma linguagem informal.</p><p>B) apresentam a felicidade a partir de uma linguagem poética.</p><p>C) o texto I apresenta linguagem informal e o texto II uma linguagem formal.</p><p>D) o texto I apresenta uma linguagem formal e o texto II uma linguagem poética.</p><p>E) o texto I apresenta rimas e musicalidade e o texto II uma linguagem formal.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) O aluno que marcou essa alternativa não soube diferenciar as ideias e formas de linguagens do texto I para o texto</p><p>II.</p><p>B) O aluno que marcou essa alternativa não soube diferenciar as ideias e formas de linguagens entre os textos. Ele</p><p>observou apenas o texto II.</p><p>C) O aluno aparenta não reconhecer os recursos linguísticos que identificam uma linguagem formal ou informal.</p><p>D) Gabarito.</p><p>E) O aluno que marcou essa alternativa inverteu as características dos textos. O texto I não apresenta rimas e</p><p>musicalidade. Essa é uma característica do texto II. O texto II não apresenta variáveis para felicidade. Essa é uma</p><p>característica do texto I.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é um documento que estabelece as diretrizes curriculares para a</p><p>Educação Básica no Brasil. Em relação à comparação de textos, a BNCC destaca a importância dessa habilidade para o</p><p>desenvolvimento das competências linguísticas e para a formação de leitores críticos e reflexivos.</p><p>Na BNCC, a comparação de textos é tratada como um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento da</p><p>30</p><p>https://www.letras.mus.br/marcelo-jeneci/1524699/</p><p>leitura crítica e reflexiva. A BNCC destaca que, por meio da comparação de textos, os alunos podem identificar</p><p>semelhanças, diferenças e relações entre diferentes gêneros e tipos de texto, ampliando assim sua capacidade de</p><p>análise e interpretação.</p><p>Além disso, a BNCC ressalta que a comparação de textos pode ser utilizada como estratégia para desenvolver</p><p>habilidades de escrita, permitindo</p><p>aos alunos o desenvolvimento de argumentos baseados em diferentes fontes e</p><p>perspectivas.</p><p>Em resumo, a BNCC destaca a importância da comparação de textos para a formação de leitores críticos e</p><p>reflexivos, bem como para o desenvolvimento das competências linguísticas e de escrita.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Reconhecer e compreender as diferentes formas de tratar uma informação em textos relacionados ao mesmo tema é</p><p>uma habilidade crucial para a leitura crítica e a interpretação contextual. Essa habilidade é importante porque auxilia na:</p><p>Compreensão contextual: ajuda os alunos a entenderem como as informações são moldadas pelo contexto em que são</p><p>produzidas e como esse contexto afeta a forma como são interpretadas.</p><p>Análise crítica: capacita os alunos a avaliarem a objetividade e o viés dos textos, reconhecendo quando um texto é</p><p>informativo, persuasivo, opinativo ou voltado para entretenimento.</p><p>Pensamento crítico: desenvolve a capacidade dos alunos de questionarem e refletirem sobre as informações</p><p>apresentadas, considerando a influência do autor e do público-alvo.</p><p>Comunicação eficaz: prepara os alunos para comunicarem informações de maneira apropriada e persuasiva,</p><p>dependendo do contexto e da audiência.</p><p>Aqui estão algumas sugestões para trabalhar o descritor "Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na</p><p>comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em</p><p>que será recebido" (D15) com os alunos:</p><p>https://www.educacao.ma.gov.br/wp-content/uploads/2019/06/SD_LP_D20_-Diferentes-formas-de-tratar-uma-informa%C</p><p>3%A7%C3%A3o-G%C3%AAneros-textuais-Professor.pdf</p><p>Saber S14 - Reconhecer as relações entre partes de um texto, identificando os recursos coesivos</p><p>que contribuem para sua continuidade.</p><p>Habilidade S14.H04 - Reconhecer relações entre partes de um texto estabelecidas pela retomada de</p><p>termos, expressões ou ideias mediante o uso de pronomes de tratamento em textos verbais</p><p>ou multissemióticos, pertencentes a gêneros simples e/ou de grande circulação social, de</p><p>qualquer sequência discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>Senhor Presidente, Nós, Yanomami, estamos contentes, pois o senhor foi eleito presidente. O senhor prometeu</p><p>melhorar o Brasil, por isso nós, Yanomami, estamos também nessa expectativa. Ouvimos as palavras de seu discurso</p><p>e, apesar de não votarmos, demos nosso apoio aqui de longe. Os espíritos de nossos pajés prestaram-lhe apoio, por</p><p>isso o senhor foi eleito [...] Apesar de não ter nos enviado uma carta, queremos que fique ciente de nosso</p><p>pensamento e nos apoie. Quando o senhor era candidato lhe enviamos um primeiro documento e não recebemos</p><p>resposta; esperamos que agora possa nos responder. Senhor Presidente, queremos que proteja realmente nossa</p><p>terra, que garanta com firmeza nossa demarcação e não deixe que nossa floresta seja destruída. Vocês, brancos, a</p><p>chamaram de “Terra da União”, portanto, queremos que garantam isso como uma verdade. Não queremos</p><p>garimpeiros em nossa terra, pois eles a destroem. Por isso, senhor Presidente, tome medidas para impedi-los</p><p>(Yanomami, 2003).</p><p>Disponível em:</p><p>https://cartasindigenasaobrasil.com.br/wp-content/uploads/2021/07/AS-CARTAS-DAS-MULHERES-INDIGENAS-AO-BRASIL.pdf.</p><p>Acesso em: 17 de mai. de 2023.</p><p>31</p><p>https://www.onlineescola.com.br/2023/09/viradao-saeb-de-lingua-portuguesa-d15.html#</p><p>https://www.educacao.ma.gov.br/wp-content/uploads/2019/06/SD_LP_D20_-Diferentes-formas-de-tratar-uma-informa%C3%A7%C3%A3o-G%C3%AAneros-textuais-Professor.pdf</p><p>https://www.educacao.ma.gov.br/wp-content/uploads/2019/06/SD_LP_D20_-Diferentes-formas-de-tratar-uma-informa%C3%A7%C3%A3o-G%C3%AAneros-textuais-Professor.pdf</p><p>https://cartasindigenasaobrasil.com.br/wp-content/uploads/2021/07/AS-CARTAS-DAS-MULHERES-INDIGENAS-AO-BRASIL.pdf</p><p>No trecho: “Quando o senhor era candidato lhe enviamos um primeiro documento… “ a palavra destacada diz respeito a</p><p>A) Yanomami.</p><p>B) pajés.</p><p>C) Presidente.</p><p>D) candidato.</p><p>E) branco.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) A alternativa diz respeito ao remetente da carta, o povo Yanomami.O pronome de tratamento “senhor” não faz</p><p>referência a essa palavra.</p><p>B) A alternativa está no plural enquanto o pronome de tratamento “senhor” está no singular, portanto, ele não pode</p><p>fazer referência a pajés.</p><p>C) Gabarito.</p><p>D) A alternativa não é a correta porque a carta é dirigida ao “Senhor Presidente” e não ao candidato. Dessa forma, o</p><p>pronome senhor não faz referência a candidato.</p><p>E) A alternativa não é a correta porque a palavra “branco” está depois do trecho e a palavra “senhor” não faz</p><p>referência a essa palavra.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O item aborda o saber reconhecer as relações entre as partes de um texto, identificando os recursos coesivos que</p><p>contribuem para a sua continuidade. Nesse caso, espera-se que o aluno compreenda a que se refere o pronome de</p><p>tratamento “Senhor” no texto. Embora o estudo dos pronomes seja recorrente durante o ensino fundamental, é comum</p><p>que muitos alunos do ensino médio apresentam dificuldades neste saber. Portanto, explorar essa habilidade através de</p><p>exercícios de leitura e de reescrita de textos é uma das estratégias que podem ser utilizadas em sala de aula. Atividades</p><p>nas quais os alunos precisem enumerar os pronomes utilizados em um texto, relacionando-os aos seus referentes</p><p>também podem auxiliar nesse processo. A complexidade da habilidade pode variar de acordo com o gênero textual a</p><p>ser interpretado.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Considerando que a coerência é a lógica entre as ideias expostas no texto, para que exista coerência é</p><p>necessário que a ideia apresentada se relacione ao todo textual dentro de uma sequência e progressão de ideias. Dessa</p><p>forma, as peças que interligam o texto, como pronomes, conjunções e preposições, promovendo o sentido entre as</p><p>ideias são chamadas coesão textual.</p><p>A compreensão e a atribuição de sentidos relativos a um texto dependem da adequada interpretação de seus</p><p>componentes. De acordo com o gênero textual, o leitor tem uma apreensão geral do assunto do texto.</p><p>As habilidades que podem ser avaliadas por este Saber relacionam-se ao reconhecimento da função dos</p><p>elementos que dão coesão ao texto. Dessa forma, eles poderão identificar quais palavras estão sendo substituídas e/ou</p><p>repetidas para facilitar a continuidade do texto e a compreensão do sentido.</p><p>Para desenvolver esse assunto em sala de aula, sugerimos o Material Estruturado de Língua Portuguesa</p><p>disponível no link a seguir:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/05/MDE-FOCO-LP-C1-2021-PROFESSOR.pdf</p><p>Também sugerimos a sequência didática da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão:</p><p>https://www.educacao.ma.gov.br/wp-content/uploads/2019/06/SD_LP_D02_Estudante.pdf</p><p>Saber S15 - Identificar a tese de um texto.</p><p>Habilidade S15.H02 - Identificar o trecho que evidencia a tese principal de textos verbais, pertencentes a</p><p>gêneros simples, predominantemente argumentativos (ex.: comentário/postagem opinativo(a)</p><p>em redes sociais, carta do leitor, carta de reclamação, artigo de opinião etc.).</p><p>32</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/05/MDE-FOCO-LP-C1-2021-PROFESSOR.pdf</p><p>https://www.educacao.ma.gov.br/wp-content/uploads/2019/06/SD_LP_D02_Estudante.pdf</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>Afetos são ligações. Mas não é qualquer tipo de ligação. Afeto é uma ligação carinhosa. Um tipo de conexão com</p><p>a possibilidade de expressão de sentimentos. Se pensar bem, construímos nossas vidas em torno dessas conexões</p><p>porque elas literalmente nos afetam. Essas ligações nos movem, nos impelem a dar nome, a manifestar o que</p><p>sentimos por dentro. Percebe, os afetos são magnéticos. É liga: razão pela qual nos unimos.</p><p>A vida comunitária, ou as formas de compartilhamento de vida são simbolizações dos nossos afetos. Criamos</p><p>instintivamente situações que nos acomodem emocionalmente, que apaziguem nossas angústias, e amenizem</p><p>nossos medos. Expandimos nossos escudos nos cercando de pessoas (ou afetos)</p><p>e de símbolos (estrategicamente</p><p>encharcados de sentidos, como o dinheiro, títulos, o conhecimento, etc).</p><p>Essa construção simbólica existe principalmente para aplacar um dos afetos primários, que é exatamente o</p><p>medo. Medo de sofrer, de ficar só, de ser abandonado… então o papel do outro é também o de anteparo para nosso</p><p>“eu” (que deseja se sentir protegido, seguro, resguardado, amparado).</p><p>Mas estes mesmos afetos, pessoas ou símbolos que a princípio nos protegeriam, podem ser os mesmos que nos</p><p>causam dor.</p><p>É justamente pelo grau da força de conexão que o medo de perder o elo com o outro se torna traumático. E a</p><p>mera sensação de que essa ligação pode se romper muitas vezes causa pânico, sensação de morte mesmo.</p><p>Devastação.</p><p>Disponível em: https://www.agazeta.com.br/colunas/maria-sanz/cronica-vamos-falar-de-afeto-0122. Acesso em: 03 de abr. de</p><p>2023.</p><p>A tese do texto é</p><p>A) “Afeto é uma ligação carinhosa. Um tipo de conexão com a possibilidade de expressão de sentimentos” (1º</p><p>parágrafo).</p><p>B) “Essas ligações nos movem, nos impelem a dar nome, a manifestar o que sentimos por dentro” (1º parágrafo).</p><p>C) “A vida comunitária, ou as formas de compartilhamento de vida são simbolizações dos nossos afetos” (2º</p><p>parágrafo).</p><p>D) “Mas estes mesmos afetos, pessoas ou símbolos que a princípio nos protegeriam, podem ser os mesmos que</p><p>nos causam dor” (4º parágrafo).</p><p>E) “É justamente pelo grau da força de conexão que o medo de perder o elo com o outro se torna traumático” (5º</p><p>parágrafo).</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Gabarito.</p><p>B) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu a tese do texto dado que esse é um argumento do texto. É</p><p>possível que ele tenha assinalado essa alternativa devido o trecho estar situado no primeiro parágrafo.</p><p>C) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu a tese do texto dado que esse é um argumento do texto. O</p><p>uso da palavra afeto pode ter levado o estudante a pensar que se trataria da tese do texto.</p><p>D) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu a tese do texto dado que esse é um argumento do texto,</p><p>demonstrando que ele desconhece o que é a tese.</p><p>E) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu a tese do texto dado que esse é um argumento do texto.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O objetivo de um texto argumentativo é convencer o leitor de um determinado ponto de vista, a respeito de um</p><p>tema específico. Para tanto, o produtor desse gênero, deve mobilizar argumentos que sustentem seu ponto de vista,</p><p>sendo, um deles, sua tese. A tese é a ideia principal que será defendida pelo autor. Dessa forma, ela deve aparecer na</p><p>introdução, ou seja, logo no início do texto.</p><p>Todo texto fala sobre relações afetuosas. Os argumentos ao longo do desenvolvimento também reforçam a tese</p><p>de que “Afeto é uma ligação carinhosa. Um tipo de conexão com a possibilidade de expressão de sentimentos”,</p><p>perfazendo, portanto, a tese do texto.</p><p>33</p><p>https://www.agazeta.com.br/colunas/maria-sanz/cronica-vamos-falar-de-afeto-0122</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>A identificação da tese de um texto é uma habilidade importante para a compreensão de textos argumentativos.</p><p>Para trabalhar em sala de aula com a identificação da tese de um texto, sugerimos algumas estratégias:</p><p>● Explique o conceito de tese: comece explicando aos alunos o que é uma tese e como ela se relaciona com</p><p>o texto. Explique que a tese é a ideia principal do texto e que o objetivo é identificá-la para entender melhor</p><p>o argumento apresentado.</p><p>● Mostre exemplos de teses: use exemplos de textos argumentativos para mostrar como a tese é</p><p>apresentada e como ela é sustentada ao longo do texto.</p><p>● Faça perguntas orientadas: durante a leitura do texto, faça perguntas orientadas para ajudar os alunos a</p><p>identificarem a tese. Pergunte, por exemplo, qual é a ideia principal defendida pelo autor e como ela é</p><p>sustentada no texto.</p><p>● Incentive a discussão em grupo: incentive os alunos a discutirem a tese do texto em grupos,</p><p>compartilhando suas opiniões e pontos de vista. Isso ajudará a promover uma compreensão mais profunda</p><p>do texto e a identificar diferentes perspectivas.</p><p>● Utilize ferramentas de apoio: utilize ferramentas de apoio, como fichas de leitura ou resumos, para ajudar</p><p>os alunos a identificarem a tese do texto. Essas ferramentas podem incluir perguntas orientadas ou espaço</p><p>para anotações sobre a ideia principal do texto.</p><p>Com essas estratégias, é possível trabalhar em sala de aula com a identificação da tese de um texto de forma</p><p>eficaz e ajudar os alunos a desenvolverem suas habilidades de leitura crítica.</p><p>Consulte também o Material Estruturado de Língua Portuguesa 2023 no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2023/07/FOCO-APRENDIZAGEM_LP_2023.pdf</p><p>Saber S16 - Estabelecer relação entre tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.</p><p>Habilidade S16.H01 - Reconhecer o(s) argumento(s) que sustenta(m) a tese principal vinculada a textos</p><p>verbais, pertencentes a gêneros simples, predominantemente argumentativos (ex.:</p><p>comentário/postagem opinativo(a) em redes sociais, carta do leitor, carta de reclamação,</p><p>artigo de opinião etc.).</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>A TRAIÇÃO É UM PROBLEMA DE CARÁTER?</p><p>A pergunta do nosso título certamente causa muitas polêmicas. Para alguns, quem trai não ama, e certamente</p><p>é um “mau caráter". Para outros, a traição não está relacionada à questão de a pessoa ser boa ou não, mas a uma</p><p>série de variáveis que envolvem a complexidade das relações.</p><p>Entretanto, para melhor responder à questão acima, é necessário, inicialmente, esclarecer o que significa</p><p>caráter ou, ao menos, como vamos abordar esse tema nesse texto.</p><p>Para muitos, caráter tem uma conotação moral e significa o quanto uma pessoa age de acordo com bons</p><p>costumes, valores ou o quanto essa pessoa se afasta de comportamentos considerados bons. Nesse sentido, o mau</p><p>caráter seria aquele que rouba, é corrupto, engana, etc.</p><p>Uma outra aproximação, que será a que utilizaremos, entende o caráter como modo de ser, como uma forma</p><p>de vida que se constrói ao longo da existência.</p><p>Nesse sentido, o caráter não é estático ou herdado, mas sim uma realidade que, ao longo da vida, vai se</p><p>formando de acordo com uma série de influências e decisões que tomamos. De certa maneira, nós temos uma</p><p>liberdade na construção de nosso caráter, ou seja, ele é fruto de nossas decisões. Sendo assim, podemos dizer que</p><p>nós somos responsáveis pela nossa construção, por aquilo que nos tornamos.</p><p>Aqui podemos inserir o tema da traição e, com isso, pontuar que a traição não ocorre somente quando um</p><p>homem ou mulher estabelecem um relacionamento amoroso com outra pessoa, enquanto em um relacionamento</p><p>estável com alguém. A traição tem seu início na medida em que eu permito que pouco a pouco algo ou alguém vá</p><p>tomando na minha vida o lugar daquele com quem resolvi estabelecer um vínculo amoroso.</p><p>Você pode perceber, portanto, que a traição é construída e, muitas vezes, não inicia somente quando uma</p><p>pessoa começa a pensar em outra, apesar de estar casado(a) ou em uma relação estável (namoro ou noivado). Ela</p><p>34</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2023/07/FOCO-APRENDIZAGEM_LP_2023.pdf</p><p>começa quando não se reserva um espaço para o outro em sua vida, desde os aspectos externos (tempo de</p><p>convivência, diálogo, momentos de intimidade) até internos (Quanto tempo você reserva para pensar na pessoa com</p><p>quem se relaciona? Quanto você a contempla, a observa?).</p><p>Em um mundo marcado pela hiperestimulação, é fácil se distanciar do outro, perdê-lo em uma enxurrada de</p><p>informações e, no fim, esquecer que, para amar, precisamos nos voltar para quem amamos, precisamos de entregar</p><p>nosso tempo e nossa vida.</p><p>Sendo assim, podemos dizer que a traição não é um problema de caráter no sentido de bom ou mau caráter,</p><p>mas sim um problema que nasce da forma como vamos nos construindo ao longo de nossa vida, ao longo de nossa</p><p>relação, ao ponto em que perdemos o outro, já não sendo ele um "tu", mas somente "algo".</p><p>Fonte: CARDOSO, José Augusto Rento.</p><p>A traição é um problema de caráter? A12 Redação. Disponível em:</p><p><https://www.a12.com/redacaoa12/opiniao/a-traicao-e-um-problema-de-carater>. Acesso em: 22 jul. 2024.</p><p>Qual dos seguintes argumentos sustenta a tese principal do autor sobre a traição em relacionamentos amorosos?</p><p>A) A traição ocorre exclusivamente por influências externas, como a hiperestimulação do mundo moderno.</p><p>B) A traição é construída gradualmente quando não se reserva espaço para o parceiro na vida, tanto em aspectos</p><p>externos quanto internos.</p><p>C) O caráter é estático e herdado, e a traição é um resultado direto de um mau caráter inato.</p><p>D) Trair é um ato que começa quando uma pessoa pensa em outra, apesar de estar em um relacionamento estável.</p><p>E) A traição é sempre justificada pela falta de amor e compromisso no relacionamento.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Embora o autor mencione que a hiperestimulação do mundo moderno pode facilitar o distanciamento entre</p><p>parceiros, ele não afirma que as influências externas são a única causa da traição. O argumento principal do autor é</p><p>que a traição é resultado de como o caráter e as relações são construídos ao longo do tempo.</p><p>B) Gabarito.</p><p>C) O autor argumenta justamente o contrário, afirmando que o caráter não é estático ou herdado, mas sim construído</p><p>ao longo da vida. A traição, segundo o autor, é um reflexo desse caráter em construção, influenciado pelas decisões</p><p>e experiências individuais.</p><p>D) O autor afirma que a traição começa antes mesmo dos pensamentos sobre outra pessoa, quando não se reserva</p><p>espaço para o parceiro na vida diária. A traição é vista como um processo gradual de distanciamento e desatenção</p><p>ao parceiro.</p><p>E) O autor não sugere que a traição seja justificada pela falta de amor e compromisso. Em vez disso, ele argumenta</p><p>que a traição resulta da forma como as pessoas constroem suas relações e seu caráter, e não apenas da ausência</p><p>de amor ou compromisso.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O objetivo deste item é avaliar nos estudantes a habilidade de reconhecer o(s) argumento(s) que sustenta(m) a</p><p>tese principal vinculada a textos verbais, pertencentes a gêneros simples, predominantemente argumentativos (ex.:</p><p>comentário/postagem opinativo(a) em redes sociais, carta do leitor, carta de reclamação, artigo de opinião etc.).</p><p>A tese do texto é que a traição não é um problema de caráter no sentido moral tradicional (bom ou mau caráter),</p><p>mas sim um problema que surge da forma como uma pessoa constrói seu caráter e suas relações ao longo da vida. A</p><p>traição é vista como resultado de um processo gradual de distanciamento e desatenção ao parceiro, influenciado por</p><p>decisões e influências externas ao longo do tempo.</p><p>Assim, Esta alternativa reflete o argumento central do autor de que a traição é um processo gradual, que começa</p><p>quando o espaço e a atenção dedicados ao parceiro começam a diminuir, tanto externamente (tempo de convivência,</p><p>diálogo, momentos de intimidade) quanto internamente (tempo de pensamento, observação e contemplação do</p><p>parceiro).</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>35</p><p>https://www.a12.com/redacaoa12/opiniao/a-traicao-e-um-problema-de-carater</p><p>Para identificar os argumentos utilizados pelo autor na construção de um texto argumentativo, é importante</p><p>reconhecer o ponto de vista que está sendo defendido e relacioná-lo com os argumentos usados para sustentá-lo.</p><p>Para realizar essa tarefa de forma eficaz, é necessário seguir alguns passos que ajudarão o leitor a identificar e</p><p>relacionar os argumentos com o ponto de vista defendido pelo autor. Aqui estão algumas orientações para essa análise:</p><p>Leia o texto e identifique sua tese: comece lendo o texto cuidadosamente para compreender a ideia central e o</p><p>ponto de vista do autor. Isso proporcionará uma base sólida para a identificação dos argumentos.</p><p>Encontre os argumentos e seus exemplos: procure por argumentos que sustentem a tese do autor. Esses</p><p>argumentos são frequentemente apresentados como declarações de apoio à ideia central e podem ser encontrados ao</p><p>longo do texto com exemplos.</p><p>Relacione os argumentos à tese e os avalie: organize os argumentos em categorias ou tipos, como argumentos</p><p>de autoridade (baseados na expertise de alguém), argumentos de causa e efeito, argumentos de comparação, entre</p><p>outros. Isso ajudará a entender melhor como o autor está construindo sua argumentação. Em seguida, avalie se os</p><p>argumentos estão, de fato, a serviço do texto e de sua ideia central. Verifique também se não há contradições ou falhas</p><p>na argumentação.</p><p>Forme sua própria opinião: depois de identificar os argumentos e entender o ponto de vista do autor, avalie</p><p>criticamente a argumentação e forme sua própria opinião. Isso permite que você se envolva de forma mais eficaz com o</p><p>texto.</p><p>Ao seguir esses passos, é possível aprimorar sua capacidade de identificar, analisar e avaliar os argumentos em</p><p>textos argumentativos, o que contribui para uma leitura mais crítica do texto.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad16-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S17 - Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas marcadas por conjunções,</p><p>advérbios etc.</p><p>Habilidade S17.H02 - Reconhecer a relação lógico-discursiva de adição, inclusão ou alternância marcada</p><p>pelo uso de advérbios, locuções adverbiais, conjunções, denotadores etc. que expressam</p><p>essa relação em textos verbais, pertencentes a gêneros simples, ou multissemióticos em</p><p>geral, de qualquer sequência discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>Disponível em: https://www.pensador.com/frase/MjI1NDA1NA/. Acesso em: 23 de jun. de 2023.</p><p>No trecho: “Os anciões gostam de ver as crianças nascer e de cantar para elas…” , a palavra “e” destacada tem um</p><p>sentido de</p><p>A) adição.</p><p>B) oposição.</p><p>36</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad16-professor-AVACED.pdf</p><p>https://www.pensador.com/frase/MjI1NDA1NA/</p><p>C) conclusão.</p><p>D) explicação.</p><p>E) alternância.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Gabarito.</p><p>B) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu o sentido da conjunção “e”.</p><p>C) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu o sentido da conjunção “e”.</p><p>D) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu o sentido da conjunção “e”.</p><p>E) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu o sentido da conjunção “e”.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>Resultados das avaliações externas comprovam que a maioria dos jovens tem dificuldade para estabelecer relações</p><p>lógico-discursivas nos textos. Alguns estudos apontam que essa dificuldade pode estar associada à natureza dos textos</p><p>produzidos para as redes sociais e mensagens instantâneas, pois geralmente esses textos são marcados pela</p><p>justaposição, ou seja, uma frase é colocada em seguida da outra, sem ligações hierárquicas. Portanto, é importante</p><p>trabalhar atividades que estimulem os estudantes a pensar como alguns termos interferem na construção de sentido de</p><p>uma ideia. Apresente aos alunos questões com frases e lacunas a serem preenchidas com mais de uma possibilidade,</p><p>podendo causar mudança no significado. Também é válido trabalhar situações para os alunos utilizarem articuladores</p><p>pouco convencionais, como forma de instigar a reflexão acerca dos usos desses elementos para melhorar a coerência</p><p>do texto.Sugerimos, como intervenção, a visita ao site da Olimpíada de Língua Portuguesa, no endereço:</p><p>https://www.escrevendoofuturo.org.br/concurso. No site, é possível ter acesso a atividades que trabalham o uso dos</p><p>elementos coesivos de forma lúdica, através de jogos e outros recursos.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Para trabalhar as relações lógico-discursivas marcadas por advérbios, conjunções e outros elementos coesivos,</p><p>sugerimos duas sequências didáticas que podem ser utilizadas com as turmas de Ensino Médio.</p><p>https://www.educacao.ma.gov.br/files/2019/06/SD_LP_D15_Coerencia_e_coesao_Classes_Gramaticais-Professor.pdfhtt</p><p>ps://idadecerta.seduc.ce.gov.br</p><p>file:///C:/Users/C%C3%ADntia%20Coelho/Downloads/material%20completo_lp_aula4_9oano_revisao%20(2).pdf</p><p>Saber S18 - Reconhecer o sentido do texto e suas partes sem a presença de marcas coesivas.</p><p>Habilidade S18.H03 - Compreender o sentido do texto e suas partes sem a presença de marcas coesivas</p><p>a partir da temática central em textos verbais pertencentes a gêneros simples</p><p>predominantemente narrativos, descritivos ou da ordem do relatar (ex.: fábula, lenda,</p><p>classificados, nota ou cupom fiscal, apresentação de seres/lugares/objetos, notícia, diário</p><p>íntimo, biografia etc.).</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>O que mais você quer?</p><p>Era uma festa familiar, dessas que reúnem tios, primos, avós e alguns agregados ocasionais que ninguém conhece</p><p>direito. Jogada no sofá, uma garota não estava lá muito sociável, a cara era de enterro. Quieta, olhava para a parede</p><p>como se ali fosse encontrar a resposta para a pergunta que certamente martelava em sua cabeça: o que estou</p><p>37</p><p>https://www.escrevendoofuturo.org.br/concurso</p><p>https://idadecerta.seduc.ce.gov.br/index.php/fique-por-dentro/downloads/category/208-2018-11-01-16-53-56?download=1723%3Amaterial-completolpaula49oanorevisao</p><p>https://idadecerta.seduc.ce.gov.br/index.php/fique-por-dentro/downloads/category/208-2018-11-01-16-53-56?download=1723%3Amaterial-completolpaula49oanorevisao</p><p>https://fnet.bmfbovespa.com.br/fnet/publico/exibirDocumento?id=72921</p><p>fazendo aqui? De soslaio, flagrei a mãe dela também observando a cena, inconsolável, ao mesmo tempo em que</p><p>comentava com uma tia: "Olha pra essa menina. Sempre com essa cara. Nunca está feliz. Tem emprego, marido,</p><p>filho. O que ela pode querer mais?"</p><p>(...)</p><p>Martha Medeiros</p><p>MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre: L&PM, 2008. (Adaptado)</p><p>O trecho: “Tem emprego, marido, filho” dá ao texto um sentido de</p><p>A) fuga.</p><p>B) rotina.</p><p>C) sofrimento.</p><p>D) medo.</p><p>E) plenitude.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) O aluno que marcou essa alternativa pode ter baseado-se em “Jogada no sofá, uma garota não estava lá muito</p><p>sociável". Entretanto, o trecho do comando não indica um sentido de fuga.</p><p>B) O aluno que marcou essa alternativa, extrapolou o sentido do texto e pode ter pensando que ter emprego, filhos e</p><p>marido indicaria uma rotina da personagem. Entretanto, essa alternativa é um distrator.</p><p>C) O aluno que marcou essa alternativa pode ter se baseado no texto há um sofrimento subjacente, mas o que o</p><p>comando solicita é a interpretação do conjunto das palavras dispostas no trecho.</p><p>D) O aluno que marcou essa alternativa pode ter se baseado nas circunstâncias familiares que tomam parte na vida</p><p>da protagonista da história. Entretanto, isso não está relacionado com o trecho em questão.</p><p>E) Gabarito.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>Essa habilidade é sobre compreender o sentido do texto e suas partes sem a presença de marcas coesivas a partir da</p><p>temática central em textos verbais pertencentes a gêneros simples predominantemente narrativos, descritivos ou da</p><p>ordem do relatar. Trouxemos um texto narrativo, em que pedimos para o aluno perceber o encontro de palavras de um</p><p>mesmo léxico: “Tem emprego, marido, filho”. Para trabalhar isso com os seus alunos indicamos o livro Território das</p><p>Palavras, de Irandé Antunes.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Ensinar alunos a reconhecer o sentido do texto e suas partes sem a presença de marcas coesivas pode ser um desafio,</p><p>mas existem várias estratégias que podem ser eficazes:</p><p>1. Leitura Atenta e Análise de Conteúdo</p><p>● Leitura em Voz Alta: Peça aos alunos que leiam o texto em voz alta. Isso pode ajudá-los a perceber a fluência e</p><p>o ritmo do texto.</p><p>● Perguntas de Compreensão: Faça perguntas que incentivem os alunos a pensar sobre o significado geral do</p><p>texto, identificando ideias principais e secundárias.</p><p>2. Contexto e Inferência</p><p>● Uso de Contexto: Ensine os alunos a usar o contexto para inferir o significado de partes do texto que não são</p><p>38</p><p>https://www.pensador.com/autor/martha_medeiros/</p><p>explicitamente ligadas por marcas coesivas.</p><p>● Atividades de Inferência: Proponha atividades em que os alunos precisem inferir informações implícitas com</p><p>base no que está explícito no texto.</p><p>3. Estrutura e Organização do Texto</p><p>● Mapeamento de Ideias: Incentive os alunos a criar mapas mentais ou esquemas que representem a</p><p>organização das ideias no texto.</p><p>● Identificação de Estrutura: Ensine-os a identificar a estrutura típica de certos tipos de texto (narrativo,</p><p>argumentativo, expositivo), o que pode ajudar a prever e reconhecer partes do texto mesmo sem coesão</p><p>explícita.</p><p>4. Reconhecimento de Padrões Textuais</p><p>● Modelos de Textos: Apresente diferentes tipos de textos e discuta como eles são organizados, destacando</p><p>padrões comuns de desenvolvimento de ideias.</p><p>● Comparação de Textos: Compare textos que utilizam muitas marcas coesivas com aqueles que não as</p><p>utilizam, discutindo como a coesão pode ser percebida de outras formas.</p><p>5. Vocabulário e Conhecimento Prévio</p><p>● Construção de Vocabulário: Amplie o vocabulário dos alunos para que eles possam entender e fazer conexões</p><p>entre palavras e ideias.</p><p>● Ativação do Conhecimento Prévio: Ajude os alunos a conectar o conteúdo do texto com seus conhecimentos</p><p>prévios, o que pode facilitar a compreensão mesmo sem marcas coesivas.</p><p>6. Prática e Feedback</p><p>● Exercícios Práticos: Proporcione exercícios regulares onde os alunos pratiquem a leitura e compreensão de</p><p>textos sem coesão explícita.</p><p>● Feedback Constante: Forneça feedback específico e construtivo para ajudar os alunos a melhorar suas</p><p>habilidades de compreensão.</p><p>7. Discussões em Grupo</p><p>● Trabalho Colaborativo: Organize discussões em grupo onde os alunos possam compartilhar suas</p><p>interpretações do texto e discutir como chegaram a essas conclusões.</p><p>● Debates e Perguntas: Promova debates e encoraje os alunos a fazer perguntas uns aos outros sobre o texto,</p><p>promovendo uma compreensão mais profunda através do diálogo.</p><p>Exemplos Práticos</p><p>● Estudo de Casos: Use textos reais onde as marcas coesivas são mínimas e analise-os em conjunto com a</p><p>turma, identificando as ideias principais e como elas se conectam implicitamente.</p><p>● Reescrita de Textos: Peça aos alunos para reescrever partes do texto, adicionando suas próprias marcas</p><p>coesivas e discutindo como isso altera a compreensão.</p><p>Essas estratégias podem ajudar os alunos a desenvolver uma compreensão mais profunda e autônoma dos textos,</p><p>mesmo na ausência de marcas coesivas explícitas. Para mais informações sobre o assunto, acessar o Material</p><p>Estruturado de Língua Portuguesa no link a seguir:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad18-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou</p><p>expressões.</p><p>Habilidade S19.H09 - Compreender o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou</p><p>expressões conotativas em textos verbais pertencentes a gêneros complexos, ou</p><p>multissemióticos em geral, de qualquer sequência discursiva predominante.</p><p>39</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad18-professor-AVACED.pdf</p><p>Nível de dificuldade Difícil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>O RECALCITRANTE</p><p>(Carlos Drummond de Andrade)</p><p>O trocador olhou, viu, não aprovou. Daquele passageiro escanchado placidamente no banco lateral, escorria um fio de</p><p>água que ia compondo, no piso do ônibus, a microfigura de uma piscina.</p><p>– Ei, moço quer fazer o favor de levantar?</p><p>O moço (pois ostentava barba e cabeleira amazônica, sinais indiscutíveis de mocidade), nem-te-ligo.</p><p>O trocador esfregou as mãos no rosto, em gesto de enfado e desânimo, diante de situação tantas vezes enfrentada, e</p><p>murmurou:</p><p>– Estes “caras” são de morte.</p><p>Devia está pensando: Todo ano a mesma coisa. Chegando o verão, chegam problemas. Bem disse o Dario, quando</p><p>fazia gol no Atlético Mineiro: problemática demais. Estava cansado de advertir passageiros que não aprendem como</p><p>viajar em coletivos. Não aprendem e não querem aprender. Tendo comprado passagem por 65 centavos, acham que</p><p>compraram o ônibus e podem fazer dele casa-da-peste. Mas insistiu:</p><p>– Moço! Ô moço!</p><p>Nada. Dormia? Olhos abertos, pernas cabeludas</p><p>ocupando cada vez mais espaço, ouvia e não respondia. Era preciso</p><p>tomar providência:</p><p>– O senhor aí, cavalheiro, quer cutucar o braço do distinto, pra ele me prestar atenção?</p><p>O cavalheiro, vê lá se ia se meter numa dessas. Ignorou, olímpico, a marcha do caso terrestre.</p><p>Embora sem surpresa, o cobrador coçou a cabeça. Sabia de experiência própria que passageiro nenhum quer entrar</p><p>numa “fria”. Ficam de camarote, espiando o circo pegar fogo. Teve pois que sair do seu trono, pobre trono de trocador,</p><p>fazendo a difícil ginástica de sempre. Bateu no ombro do rapaz:</p><p>– Vamos levantar?</p><p>O outro mal olhou para ele, do longe de sua distância espiritual. Insistiu:</p><p>– Como é, não levanta?</p><p>– Estou bem aqui.</p><p>– Eu sei, mas é preciso levantar.</p><p>– Levantar pra quê?</p><p>– Pra que, não. Por quê. Seu calção está molhado de água do mar.</p><p>– Tem certeza que é água do mar?</p><p>– Tá na cara.</p><p>– Como tá na cara? Analisou?</p><p>Forrou-se de paciência para responder:</p><p>– Olha, o senhor está de calção de banho, o senhor veio da praia, que água pode ser essa que está pingando se não</p><p>for água do mar? Só se…</p><p>– Se o quê?</p><p>– Nada.</p><p>– Vamos, diz o que pensou.</p><p>– Não pensei nada. Digo que o senhor tem de levantar porque seu calção está ensopado e vai fazendo uma lagoa aí</p><p>embaixo.</p><p>– E daí?</p><p>– Daí, que é proibido.</p><p>– Proibido suar?</p><p>– Claro que não.</p><p>– Pois eu estou suando, sabe? Não posso suar sentado, com esse calorão de janeiro? Tenho que suar de pé?</p><p>– Nunca vi suar tanto na minha vida. Desculpe, mas a portaria não permite.</p><p>– Que portaria?</p><p>– Aquela pregada ali, não está vendo? “O passageiro, ainda que com roupa sobre as vestes de banho molhadas,</p><p>somente poderá viajar de pé.</p><p>– Portaria nenhuma diz que o passageiro suado tem que viajar de pé. Papo findo, tá bom?</p><p>– O senhor está desrespeitando a portaria e eu tenho que convidar o senhor a descer do ônibus.</p><p>– Eu, descer porque estou suado? “Sem essa”.</p><p>– O ônibus vai parar e eu chamo a polícia.</p><p>40</p><p>– A polícia vai me prender porque estou suando?</p><p>– Vou botar o senhor pra fora porque é um… recalcitrante.</p><p>O passageiro pulou, transfigurado:</p><p>– O quê? Repita se for capaz.</p><p>– Re… calcitrante.</p><p>– Te quebro a cara, ouviu? Não admito que ninguém me insulte!</p><p>– Eu? Não insultei.</p><p>– Insultou, sim. Me chamou de réu. Réu não sei o que, calcitrante, sei lá o que é isso. Retira a expressão, ou lá vai</p><p>bolacha.</p><p>– Mas é a portaria! A portaria é que diz que o recalcitrante…</p><p>– Não tenho nada com a portaria. Tenho é com você, seu cretino. Retira já a expressão, ou…</p><p>Retira não retira, o ônibus chegou ao meu destino, eu paro infalivelmente no meu destino. Fiquei sem saber que</p><p>consequências físicas e outras teve o emprego da palavra “recalcitrante”.</p><p>Fonte: https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/06/cronica-o-recalcitrante-carlos-drummond.html>. Acesso em: 10 jul. 2024.</p><p>A expressão "Ignorou, olímpico, a marcha do caso terrestre" no texto sugere que o passageiro:</p><p>A) estava distraído com os acontecimentos ao seu redor.</p><p>B) sentiu-se bastante irritado e nervoso com o trocador.</p><p>C) se envolveu diretamente na situação descrita.</p><p>D) demonstrou uma atitude de indiferença e superioridade.</p><p>E) tentou ajudar o trocador a resolver o problema.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) A expressão "Ignorou, olímpico" implica que o passageiro estava ciente da situação, mas escolheu</p><p>deliberadamente ignorá-la, demonstrando indiferença e não distração.</p><p>B) A expressão sugere indiferença e superioridade, não irritação ou nervosismo. A atitude olímpica implica desdém ou</p><p>desapego, não uma reação emocional intensa como a irritação.</p><p>C) A expressão indica que o passageiro escolheu não se envolver na situação, mantendo uma atitude distante e</p><p>superior.</p><p>D) Gabarito.</p><p>E) O passageiro ignorou o pedido de ajuda, mostrando desinteresse e superioridade, em vez de tentar ajudar.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>Efeito de sentido é o resultado causado pela escolha de palavras ou expressões considerando a intenção</p><p>comunicativa do interlocutor e que ultrapassa os limites do óbvio. Nesse sentido, importante as seguintes reflexões: qual</p><p>a importância da escolha das palavras na formação do discurso? De que maneira a escolha lexical pode demonstrar a</p><p>autonomia dos sujeitos?</p><p>No caso, a expressão "Ignorou, olímpico, a marcha do caso terrestre" significa que o passageiro, ao olhar para o</p><p>trocador, demonstrou uma atitude de indiferença e superioridade.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões é uma habilidade muito</p><p>natural que todos os falantes de uma língua já possuem e usam constantemente no cotidiano. Sempre quando usamos</p><p>uma palavra com um significado diferente do habitual, nós estamos lidando com efeitos de sentidos. A partir das leituras</p><p>dos textos, dos vídeos e das discussões durante a formação sobre o efeito de sentido decorrente do uso das palavras</p><p>ou expressões utilizadas nos discursos, utilize em sala de aula o material proposto como sugestão disponível no</p><p>seguinte link:</p><p>https://www.recife.pe.gov.br/efaerpaulofreire/sites/default/files/arquivos/noticias/21outubro_21_L%C3%8DNGUA%20PO</p><p>41</p><p>https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/06/cronica-o-recalcitrante-carlos-drummond.html</p><p>https://www.recife.pe.gov.br/efaerpaulofreire/sites/default/files/arquivos/noticias/21outubro_21_L%C3%8DNGUA%20PORTUGUESA_F2.pdf</p><p>RTUGUESA_F2.pdf</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad19-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S20 - Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.</p><p>Habilidade S20.H05 - Detectar o efeito de sentido decorrente do emprego do ponto de interrogação como</p><p>recurso para expressar dúvida, pergunta retórica ou reflexão em textos verbais ou</p><p>multissemióticos em geral de qualquer sequência discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>O texto a seguir faz parte de um blog pessoal no qual podemos ler algumas reflexões do autor. Leia.</p><p>LUA EM TOURO</p><p>Vida que cai em mim, aquariana divina com lua em touro. Não lembro exatamente quando passei a me valer</p><p>de leituras do destino. Sinto que sempre fui aguçada nos meus sentidos. Hoje o olhar de fora de uma lágrima vertente</p><p>me visitou, e ele me trazia lembranças de uma estrela cadente – como pode a beleza que tange o tensionamento do</p><p>acaso e rompe todas as certezas mais incríveis ser tão semelhante?</p><p>Esta tarde, não pedalei. O cansaço da disposição só não me tira o juízo. Este se põe em labuta operária de</p><p>construção moral e civil. Por sorte, venho andando em muitas conduções coletivas e transportes públicos. Tenho lido</p><p>muitos jornais e minha visão está cada vez melhor. Agora alcanço o horóscopo, e a charge de hoje é uma criança</p><p>usando a folha do dia como fralda. “Você acha que eu nasci ontem?”. Ri.</p><p>Durmo melhor à noite quando debruço nas culpas e o sono transmuta-me para o ideal ilusório, onde os</p><p>valores e o real dividem prateleira com o sentir ortodoxo. Desperto ao que os olhos fechados são capazes de ver.</p><p>Encontro a paz quando me esforço a entender as minhas culpas, e em meus sonhos há o perdão habitando um</p><p>mundo onde todos se preocupam com as dores do devir.</p><p>E se eu olhar pela janela e perceber que respiro o mesmo ar que o resto do mundo? Será que eu percebo?</p><p>Nunca sei se me desespero ou me tranquilizo. Atormenta(dor) querer entender demais. Nos sonhos costumo ter</p><p>respostas para as dualidades. De olhos fechados enxergo mais.</p><p>Me sinto uma folha em branco mas que foi carimbada pelas pautas da sociedade. Agora quero apagar as</p><p>pautas, voltar ao vazio. Dizem que do vazio tudo nasce, e eu estou afim de nascer de novo.</p><p>Em uma nova página. De um diário que chamo calendário.</p><p>Cami & Sérgio Loureiro</p><p>Disponível em: <https://disritmia.art.blog/2021/02/18/lua-em-touro/>. Acesso em:14-jun.-2024.</p><p>Considerando o texto, qual o efeito de sentido produzido pelo ponto de interrogação na expressão “Você acha que eu</p><p>nasci ontem?” (2º parágrafo)?</p><p>A) Dúvida sobre a capacidade de compreensão da situação.</p><p>B) Surpresa diante</p><p>de uma situação inesperada.</p><p>C) Ironia ao questionar a ingenuidade de alguém.</p><p>D) Curiosidade em relação aos acontecimentos recentes.</p><p>E) Indignação diante de uma atitude considerada injusta.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Ao apontar esta alternativa, o (a) estudante, possivelmente, compreende o valor semântico do ponto de</p><p>interrogação, porém não interpretou todo o contexto.</p><p>B) Ao apontar esta alternativa, o (a) estudante, possivelmente, não compreendeu o valor semântico do ponto de</p><p>interrogação, pois neste caso, ele não expressa surpresa. Ele é usado para questionar a credibilidade ou a</p><p>sinceridade de alguém, neste caso, de forma irônica.</p><p>C) Gabarito.</p><p>42</p><p>https://www.recife.pe.gov.br/efaerpaulofreire/sites/default/files/arquivos/noticias/21outubro_21_L%C3%8DNGUA%20PORTUGUESA_F2.pdf</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad19-professor-AVACED.pdf</p><p>https://disritmia.art.blog/2021/02/18/lua-em-touro/</p><p>D) Ao apontar esta alternativa, o (a) estudante, possivelmente, manteve o foco na primeira frase proferida pela mulher,</p><p>desconsiderando as demais partes do texto, pois o ponto de interrogação na expressão não sinaliza curiosidade.</p><p>Ele é usado para questionar a credibilidade de uma afirmação, como no caso da ironia presente na frase.</p><p>E) Ao apontar esta alternativa, o (a) estudante, possivelmente, compreende o valor semântico do ponto de</p><p>interrogação, porém não interpretou todo o contexto, já que, na verdade, ele está sendo usado de forma irônica</p><p>para questionar a credibilidade da pessoa que está sendo falada na expressão.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>Necessário se faz aqui uma explanação sobre o uso do ponto de interrogação, que pode assumir também papel</p><p>exclamativo, além disso o(a) estudante necessita ser orientado(a) para a proximidade das alternativas, exige-se dele</p><p>muita eficiência, a fim de não se confundir com as afirmações semelhantes. No item apresentado, o objetivo é identificar</p><p>o efeito de sentido produzido pelo ponto de interrogação na expressão "Você acha que eu nasci ontem?". Essa</p><p>expressão é uma forma comum de indicar ironia e questionar a ingenuidade de alguém.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Peça ao corpo discente a realização de atividades escritas apresentando exemplos do uso de pontuação que</p><p>fogem ao seu sentido principal, em seguida oriente-os a compartilharem suas produções com os colegas.</p><p>Para melhor compreensão do uso da pontuação, segue a dica de vídeo sobre este conteúdo:</p><p><https://www.google.com/search?sca_esv=b1f6889afc73a5b3&sca_>.</p><p>Saber S20 - Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.</p><p>Habilidade S20.H07 - Identificar efeitos de sentido decorrentes do uso de aspas, como recurso para</p><p>expressar ironia, sarcasmo, insinuação, licença poética e ética, bem como para marcar gírias</p><p>ou estrangeirismos em textos verbais ou multissemióticos em geral, de qualquer sequência</p><p>discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>O RECALCITRANTE</p><p>(Carlos Drummond de Andrade)</p><p>O trocador olhou, viu, não aprovou. Daquele passageiro escanchado placidamente no banco lateral, escorria um fio</p><p>de água que ia compondo, no piso do ônibus, a microfigura de uma piscina.</p><p>– Ei, moço quer fazer o favor de levantar?</p><p>O moço (pois ostentava barba e cabeleira amazônica, sinais indiscutíveis de mocidade), nem-te-ligo.</p><p>O trocador esfregou as mãos no rosto, em gesto de enfado e desânimo, diante de situação tantas vezes enfrentada, e</p><p>murmurou:</p><p>– Estes “caras” são de morte.</p><p>Devia está pensando: Todo ano a mesma coisa. Chegando o verão, chegam problemas. Bem disse o Dario, quando</p><p>fazia gol no Atlético Mineiro: problemática demais. Estava cansado de advertir passageiros que não aprendem como</p><p>viajar em coletivos. Não aprendem e não querem aprender. Tendo comprado passagem por 65 centavos, acham que</p><p>compraram o ônibus e podem fazer dele casa-da-peste. Mas insistiu:</p><p>– Moço! Ô moço!</p><p>Nada. Dormia? Olhos abertos, pernas cabeludas ocupando cada vez mais espaço, ouvia e não respondia. Era preciso</p><p>tomar providência:</p><p>– O senhor aí, cavalheiro, quer cutucar o braço do distinto, pra ele me prestar atenção?</p><p>O cavalheiro, vê lá se ia se meter numa dessas. Ignorou, olímpico, a marcha do caso terrestre.</p><p>43</p><p>https://www.google.com/search?sca_esv=b1f6889afc73a5b3&sca_</p><p>Embora sem surpresa, o cobrador coçou a cabeça. Sabia de experiência própria que passageiro nenhum quer entrar</p><p>numa “fria”. Ficam de camarote, espiando o circo pegar fogo. Teve pois que sair do seu trono, pobre trono de trocador,</p><p>fazendo a difícil ginástica de sempre. Bateu no ombro do rapaz:</p><p>– Vamos levantar?</p><p>O outro mal olhou para ele, do longe de sua distância espiritual. Insistiu:</p><p>– Como é, não levanta?</p><p>– Estou bem aqui.</p><p>– Eu sei, mas é preciso levantar.</p><p>– Levantar pra quê?</p><p>– Pra que, não. Por quê. Seu calção está molhado de água do mar.</p><p>– Tem certeza que é água do mar?</p><p>– Tá na cara.</p><p>– Como tá na cara? Analisou?</p><p>Forrou-se de paciência para responder:</p><p>– Olha, o senhor está de calção de banho, o senhor veio da praia, que água pode ser essa que está pingando se não</p><p>for água do mar? Só se…</p><p>– Se o quê?</p><p>– Nada.</p><p>– Vamos, diz o que pensou.</p><p>– Não pensei nada. Digo que o senhor tem de levantar porque seu calção está ensopado e vai fazendo uma lagoa aí</p><p>embaixo.</p><p>– E daí?</p><p>– Daí, que é proibido.</p><p>– Proibido suar?</p><p>– Claro que não.</p><p>– Pois eu estou suando, sabe? Não posso suar sentado, com esse calorão de janeiro? Tenho que suar de pé?</p><p>– Nunca vi suar tanto na minha vida. Desculpe, mas a portaria não permite.</p><p>– Que portaria?</p><p>– Aquela pregada ali, não está vendo? “O passageiro, ainda que com roupa sobre as vestes de banho molhadas,</p><p>somente poderá viajar de pé.</p><p>– Portaria nenhuma diz que o passageiro suado tem que viajar de pé. Papo findo, tá bom?</p><p>– O senhor está desrespeitando a portaria e eu tenho que convidar o senhor a descer do ônibus.</p><p>– Eu, descer porque estou suado? “Sem essa”.</p><p>– O ônibus vai parar e eu chamo a polícia.</p><p>– A polícia vai me prender porque estou suando?</p><p>– Vou botar o senhor pra fora porque é um… recalcitrante.</p><p>O passageiro pulou, transfigurado:</p><p>– O quê? Repita se for capaz.</p><p>– Re… calcitrante.</p><p>– Te quebro a cara, ouviu? Não admito que ninguém me insulte!</p><p>– Eu? Não insultei.</p><p>– Insultou, sim. Me chamou de réu. Réu não sei o que, calcitrante, sei lá o que é isso. Retira a expressão, ou lá vai</p><p>bolacha.</p><p>– Mas é a portaria! A portaria é que diz que o recalcitrante…</p><p>– Não tenho nada com a portaria. Tenho é com você, seu cretino. Retira já a expressão, ou…</p><p>Retira não retira, o ônibus chegou ao meu destino, eu paro infalivelmente no meu destino. Fiquei sem saber que</p><p>consequências físicas e outras teve o emprego da palavra “recalcitrante”.</p><p>Fonte: https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/06/cronica-o-recalcitrante-carlos-drummond.html>. Acesso em: 10 jul. 2024.</p><p>No trecho "Sabia de experiência própria que passageiro nenhum quer entrar numa 'fria'", o uso das aspas em "fria" tem</p><p>o efeito de:</p><p>A) Indicar uma expressão de temperatura.</p><p>B) Ressaltar uma gíria que significa uma situação complicada.</p><p>C) Marcar um estrangeirismo usado no texto.</p><p>D) Expressar uma citação direta de outro personagem.</p><p>E) Sugerir uma expressão de dúvida ou incerteza.</p><p>44</p><p>https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/06/cronica-o-recalcitrante-carlos-drummond.html</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Incorreta porque "fria" no contexto não se refere à temperatura, mas sim a uma situação difícil ou indesejável.</p><p>B) Gabarito.</p><p>C) Incorreta porque "fria" é uma gíria em português e não um termo estrangeiro.</p><p>D) Incorreta porque o uso das aspas aqui não indica uma fala direta de outro personagem, mas sim uma gíria.</p><p>E) Incorreta porque as aspas estão sendo usadas para marcar uma gíria, não para expressar dúvida ou incerteza.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>A habilidade que pode ser avaliada por este Saber refere-se à identificação, pelo aluno, dos efeitos provocados</p><p>pelo emprego de recursos da pontuação ou de outras formas de notação, em contribuição à compreensão textual, não</p><p>se limitando ao seu aspecto puramente gramatical.</p><p>As aspas são um sinal de pontuação empregado para destacar palavras ou expressões, como citações, títulos de</p><p>obra, palavras incomuns do idioma, expressões irônicas, entre outros casos. Elas abrem e fecham os termos, de modo a</p><p>indicar o início e o fim da expressão destacada. No caso, o trecho "Sabia de experiência própria que passageiro nenhum</p><p>quer entrar numa 'fria'", o uso das aspas enfatiza o sentido conotativo da palavra que, ao invés de indicar a temperatura,</p><p>refere-se a envolver-se numa complicação, sem saída ou de saída apertada.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>O uso de recursos expressivos possibilita uma leitura para além dos elementos superficiais do texto e auxilia o</p><p>leitor na construção de novos significados. Nesse sentido, o conhecimento de diferentes gêneros textuais proporciona</p><p>ao leitor o desenvolvimento de estratégias de antecipação de informações que o levam à construção de significados.</p><p>Em diferentes gêneros textuais, tais como a propaganda, por exemplo, os recursos expressivos são largamente</p><p>utilizados, como caixa alta, negrito, itálico, etc. Os poemas também se valem desses recursos, exigindo atenção</p><p>redobrada e sensibilidade do leitor para perceber os efeitos de sentido subjacentes ao texto.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad20-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S21 - Reconhecer o efeito decorrente do emprego de recursos estilísticos e morfossintáticos.</p><p>Habilidade S21.H06 - Identificar o uso primordial de sinais de pontuação que indicam pausas ou</p><p>interrupções entre unidades de forma e sentido (ponto final, reticência, vírgula, dois pontos e</p><p>ponto-vírgula) em texto</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>POEMA DA NECESSIDADE</p><p>É preciso casar João,</p><p>é preciso suportar Antônio,</p><p>é preciso odiar Melquíades</p><p>é preciso substituir nós todos.</p><p>É preciso salvar o país,</p><p>é preciso crer em Deus,</p><p>é preciso pagar as dívidas,</p><p>é preciso comprar um rádio,</p><p>é preciso esquecer fulana.</p><p>É preciso estudar volapuque,</p><p>45</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad20-professor-AVACED.pdf</p><p>é preciso estar sempre bêbado,</p><p>é preciso ler Baudelaire,</p><p>é preciso colher as flores</p><p>de que rezam velhos autores.</p><p>É preciso viver com os homens</p><p>é preciso não assassiná-los,</p><p>é preciso ter mãos pálidas</p><p>e anunciar O FIM DO MUNDO.</p><p>Carlos Drummond de Andrade</p><p>Disponível em: <https://poetisarte.com/autores/carlos-drummond-de-andrade/poema-da-necessidade/>. Acesso em: 16-jul.-2024.</p><p>Qual é o efeito de sentido da repetição da expressão "é preciso"?</p><p>A) A repetição cria uma sensação de urgência e necessidade, destacando a inevitabilidade das ações</p><p>mencionadas.</p><p>B) A repetição serve para enfraquecer a importância das ações, sugerindo que elas são triviais e rotineiras.</p><p>C) A repetição é usada para criar um ritmo melódico e musical, sem relação com o conteúdo das ações</p><p>mencionadas.</p><p>D) A repetição demonstra a variedade de atividades que precisam ser realizadas, sem nenhuma hierarquia entre</p><p>elas.</p><p>E) A repetição serve para mostrar como as pessoas assumem várias obrigações e expectativas perante a família.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Gabarito.</p><p>B) Esta alternativa está errada porque a repetição de "é preciso" não enfraquece a importância das ações. Pelo</p><p>contrário, ela enfatiza a necessidade e a urgência das ações mencionadas no poema.</p><p>C) Embora a repetição possa contribuir para um ritmo melódico, esta alternativa está errada porque o principal efeito</p><p>de sentido da repetição não é apenas melódico, mas sim para enfatizar a urgência e a necessidade das ações. O</p><p>conteúdo das ações é diretamente relevante.</p><p>D) Esta alternativa está errada porque, embora a repetição destaque a variedade de atividades, o efeito principal é a</p><p>urgência e a necessidade de cada uma dessas ações, e não a ausência de hierarquia entre elas.</p><p>E) Embora o poema possa ser interpretado como uma mostra das diversas obrigações e expectativas assumidas, elas</p><p>não ocorrem apenas no âmbito familiar, mas também perante a sociedade.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>No item apresentado, o objetivo é reconhecer o efeito de sentido decorrente da repetição de vocábulos e/ou</p><p>expressões em textos verbais ou multissemióticos de qualquer sequência discursiva predominante.</p><p>O texto analisado recorre à estratégia da repetição lexical (é preciso) com o propósito de reforçar a expressão de</p><p>um desejo. Assim, este é um item por meio do qual se pode avaliar se o estudante sabe identificar a função textual do</p><p>recurso em foco, sabendo diferenciá-la de outras que também seriam possíveis pelo uso do mesmo recurso expressivo.</p><p>Os estudantes que não conseguirem identificar a função textual do recurso em foco têm dificuldades de leitura</p><p>num nível mais abstrato e não construíram ainda a competência de investigar as diferentes funções textuais utilizadas</p><p>pelo autor. Como sugestões que podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade, apresentamos as</p><p>atividades de leitura e de análise linguística que possibilitam ao estudante investigar diferentes funções textuais</p><p>produzidas por um único recurso expressivo e os diferentes efeitos de sentido que podem daí derivar.</p><p>Temos, muitas vezes, a ideia equivocada de que a repetição de palavras e expressões é um recurso típico de</p><p>textos produzidos na modalidade oral, que indica falta de maestria no uso da linguagem. O recurso da repetição é,</p><p>entretanto, estratégia que pode promover múltiplos e vários efeitos (por exemplo, topicalização, sequenciação textual,</p><p>entre outros).</p><p>#FicaAdica</p><p>46</p><p>https://poetisarte.com/autores/carlos-drummond-de-andrade/poema-da-necessidade/</p><p>Professora(or),</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad21-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S22 - Reconhecer os efeitos de humor e ironia.</p><p>Habilidade S22.H10 - Reconhecer humor ou ironia através do uso de recursos morfossintáticos em textos</p><p>verbais ou multissemióticos de qualquer sequência discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Difícil</p><p>Observe o texto a seguir.</p><p>Disponível em: <https://www.campograndenews.com.br/colunistas/em-pauta/outubro-no-charco-quem-engolira-sapo/>. Acesso em:</p><p>04-jul.-2024.</p><p>No texto, o recurso que colabora para a ironia está indicado pelo(a)</p><p>A) uso de “nós” para referir-se à necessidade de mudança dos sujeitos.</p><p>B) emprego de palavras com sentidos opostos: “mudar” pela mulher e “hábitos” pelo homem.</p><p>C) uso do exagero para confirmar a necessidade de mudança sugerida pelo homem.</p><p>D) uso da palavra “mudar” com sentidos diferentes pelo homem e pela mulher no diálogo.</p><p>E) emprego da frase “Os nossos hábitos!” que mantém a expectativa ao final.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) O emprego do pronome pessoal "nós" está oculto em “vamos” e em "os nossos hábitos" é usado, mas ele não é o</p><p>principal recurso que cria a ironia. Ele apenas identifica os sujeitos envolvidos.</p><p>B) Antítese é uma figura de linguagem que coloca ideias opostas em contraste. No trecho, não há uma oposição direta</p><p>entre as palavras "mudar" e "hábitos"; a ironia surge da estrutura da frase, não da antítese.</p><p>C) Hipérbole é uma figura de linguagem que envolve exagero. No trecho fornecido, não há nenhum exagero evidente.</p><p>D) Gabarito.</p><p>E) O emprego da oração exclamativa após a pergunta, cria uma expectativa que é subvertida e não mantida como</p><p>afirma a alternativa.</p><p>Comentário</p><p>47</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad21-professor-AVACED.pdf</p><p>https://disritmia.art.blog/2021/02/18/lua-em-touro/</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>No item apresentado, o objetivo é reconhecer humor ou ironia através do uso de recursos morfossintáticos em</p><p>textos verbais ou multissemióticos de qualquer sequência discursiva predominante.</p><p>A pergunta "Vamos ter que mudar?" sugere que a mudança é necessária. No entanto, a resposta irônica "Sim, os</p><p>nossos hábitos!" contrasta</p><p>Eu, logo eu, que tanto dei e dou de comer e beber a todos.</p><p>Eu, logo eu, que ofereço o ar que a humanidade respira.</p><p>Eu, logo eu, que sem mim a humanidade não viveria.</p><p>Mas será que ninguém percebe isso?</p><p>O homem só me maltrata com os seus atos imaturos e irracionais.</p><p>Eu que sou e sempre serei a sua Mãe Terra!</p><p>O sol que clareia e aquece os dias.</p><p>A lua que ilumina as noites escuras.</p><p>As estrelas que brilham.</p><p>As nuvens que trazem a sombra e a chuva.</p><p>As flores que colorem e perfumam a vida.</p><p>Os pássaros que cantam e encantam.</p><p>Todas essas maravilhas ofereço à humanidade.</p><p>Mas os homens insistem em me desfrutar da pior maneira possível.</p><p>Será que pensam que tenho vida eterna?</p><p>Do jeito que vamos temos só apenas uns dias.</p><p>Vamos cuidar! Vamos zelar! Somos um!</p><p>Por: Nynhã Gwarini Tupinambá. In.: Memória da Mãe Terra. Disponível em:</p><p>http://www.thydewa.org/wp-content/uploads/2014/12/livro-mae-terra-web.pdf. Acesso em: 03 de mar. de 2022.</p><p>A partir do trecho: “Um dia dei muitos frutos, hoje quase não tenho mais forças.” podemos inferir que a Mãe Terra está</p><p>A) forte.</p><p>B) cansada.</p><p>C) próspera.</p><p>D) extinta.</p><p>E) agradecida.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) O aluno que marcou essa alternativa pode ter baseado-se apenas na palavra “força” na segunda parte do verso:</p><p>“hoje quase não tenho mais forças.” Entretanto, não percebeu o sentido dos versos, dado que o verso traz o</p><p>advérbio “Não” que leva a uma inferência sobre a Mãe Terra está fraca e não forte.</p><p>B) Gabarito.</p><p>C) O aluno que marcou essa alternativa pode ter percebido apenas a primeira parte do verso “um dia dei muito frutos” e</p><p>ter relacionado “dar muito frutos” a questão de prosperidade. Entretanto, esse aluno mostra que está com bastante</p><p>dificuldade na compreensão geral do verso dado que a ideia deles é de que a terra que já deu muitos frutos (foi</p><p>muito frutífera) está cansada para frutificar agora.</p><p>D) O aluno que marcou essa alternativa atentou apenas para a primeira parte do verso: “A maioria foi extinto e os</p><p>poucos que sobraram estão em extinção”. Esse aluno mostra que apenas associou esse trecho, mas não</p><p>compreendeu o sentido dos versos como um todo. Tais versos não mostram que a terra está extinta, mas que ela</p><p>está cansada para frutificar.</p><p>E) O aluno que marcar essa alternativa pode ter baseado-se na primeira parte da frase “Um dia dei muitos frutos, hoje</p><p>quase não tenho mais forças”.</p><p>Comentário</p><p>5</p><p>http://www.thydewa.org/wp-content/uploads/2014/12/livro-mae-terra-web.pdf</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>Segundo o Pisa (2018, p. 57), gerar inferências é um processo complexo no qual os leitores devem trabalhar com</p><p>trechos de textos que levam o aluno a ir além da compreensão do significado literal. Coscarelli (2002, p.1) considera</p><p>inferências aquelas informações que o leitor adiciona ao texto. As inferências podem ser de muitos tipos, podem ser</p><p>feitas em diferentes momentos da leitura e, para fazê-las, o leitor conta com dados do texto, elementos do seu</p><p>conhecimento prévio, bem como da situação comunicativa que juntos possibilitaram a ele fazer deduções,</p><p>generalizações, entre outras operações mentais necessárias à compreensão do texto.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Inferir significa realizar um raciocínio com base em informações já conhecidas, a fim de se chegar a informações novas,</p><p>que não estejam explicitamente marcadas no texto. Com este descritor, pretende-se verificar se o leitor é capaz de inferir</p><p>um significado para uma palavra ou expressão que ele desconhece</p><p>Para tanto, sugerimos o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no link a seguir:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad02-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S03 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão</p><p>Habilidade S03.H10 - Inferir o significado de gírias ou regionalismos a partir de seus usos em textos</p><p>verbais pertencentes a gêneros complexos de qualquer sequência discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>O RECALCITRANTE</p><p>(Carlos Drummond de Andrade)</p><p>O trocador olhou, viu, não aprovou. Daquele passageiro escanchado placidamente no banco lateral, escorria um fio de</p><p>água que ia compondo, no piso do ônibus, a microfigura de uma piscina.</p><p>– Ei, moço quer fazer o favor de levantar?</p><p>O moço (pois ostentava barba e cabeleira amazônica, sinais indiscutíveis de mocidade), nem-te-ligo.</p><p>O trocador esfregou as mãos no rosto, em gesto de enfado e desânimo, diante de situação tantas vezes enfrentada, e</p><p>murmurou:</p><p>– Estes “caras” são de morte.</p><p>Devia está pensando: Todo ano a mesma coisa. Chegando o verão, chegam problemas. Bem disse o Dario, quando</p><p>fazia gol no Atlético Mineiro: problemática demais. Estava cansado de advertir passageiros que não aprendem como</p><p>viajar em coletivos. Não aprendem e não querem aprender. Tendo comprado passagem por 65 centavos, acham que</p><p>compraram o ônibus e podem fazer dele casa-da-peste. Mas insistiu:</p><p>– Moço! Ô moço!</p><p>Nada. Dormia? Olhos abertos, pernas cabeludas ocupando cada vez mais espaço, ouvia e não respondia. Era preciso</p><p>tomar providência:</p><p>– O senhor aí, cavalheiro, quer cutucar o braço do distinto, pra ele me prestar atenção?</p><p>O cavalheiro, vê lá se ia se meter numa dessas. Ignorou, olímpico, a marcha do caso terrestre.</p><p>Embora sem surpresa, o cobrador coçou a cabeça. Sabia de experiência própria que passageiro nenhum quer entrar</p><p>numa “fria”. Ficam de camarote, espiando o circo pegar fogo. Teve pois que sair do seu trono, pobre trono de trocador,</p><p>fazendo a difícil ginástica de sempre. Bateu no ombro do rapaz:</p><p>– Vamos levantar?</p><p>O outro mal olhou para ele, do longe de sua distância espiritual. Insistiu:</p><p>– Como é, não levanta?</p><p>– Estou bem aqui.</p><p>– Eu sei, mas é preciso levantar.</p><p>– Levantar pra quê?</p><p>6</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad02-professor-AVACED.pdf</p><p>– Pra que, não. Por quê. Seu calção está molhado de água do mar.</p><p>– Tem certeza que é água do mar?</p><p>– Tá na cara.</p><p>– Como tá na cara? Analisou?</p><p>Forrou-se de paciência para responder:</p><p>– Olha, o senhor está de calção de banho, o senhor veio da praia, que água pode ser essa que está pingando se não</p><p>for água do mar? Só se…</p><p>– Se o quê?</p><p>– Nada.</p><p>– Vamos, diz o que pensou.</p><p>– Não pensei nada. Digo que o senhor tem de levantar porque seu calção está ensopado e vai fazendo uma lagoa aí</p><p>embaixo.</p><p>– E daí?</p><p>– Daí, que é proibido.</p><p>– Proibido suar?</p><p>– Claro que não.</p><p>– Pois eu estou suando, sabe? Não posso suar sentado, com esse calorão de janeiro? Tenho que suar de pé?</p><p>– Nunca vi suar tanto na minha vida. Desculpe, mas a portaria não permite.</p><p>– Que portaria?</p><p>– Aquela pregada ali, não está vendo? “O passageiro, ainda que com roupa sobre as vestes de banho molhadas,</p><p>somente poderá viajar de pé.</p><p>– Portaria nenhuma diz que o passageiro suado tem que viajar de pé. Papo findo, tá bom?</p><p>– O senhor está desrespeitando a portaria e eu tenho que convidar o senhor a descer do ônibus.</p><p>– Eu, descer porque estou suado? “Sem essa”.</p><p>– O ônibus vai para e eu chamo a polícia.</p><p>– A polícia vai me prender porque estou suando?</p><p>– Vou botar o senhor pra fora porque é um… recalcitrante.</p><p>O passageiro pulou, transfigurado:</p><p>– O quê? Repita se for capaz.</p><p>– Re… calcitrante.</p><p>– Te quebro a cara, ouviu? Não admito que ninguém me insulte!</p><p>– Eu? Não insultei.</p><p>– Insultou, sim. Me chamou de réu. Réu não sei o que, calcitrante, sei lá o que é isso. Retira a expressão, ou lá vai</p><p>bolacha.</p><p>– Mas é a portaria! A portaria é que diz que o recalcitrante…</p><p>– Não tenho nada com a portaria. Tenho é com você, seu cretino. Retira já a expressão, ou…</p><p>Retira não retira, o ônibus chegou ao meu destino, eu paro infalivelmente no meu destino. Fiquei sem saber que</p><p>consequências físicas e outras teve o emprego da palavra “recalcitrante”.</p><p>Fonte: https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/06/cronica-o-recalcitrante-carlos-drummond.html>. Acesso em: 10 jul. 2024.</p><p>No trecho "Tendo comprado passagem por 65 centavos, acham que compraram o ônibus e podem fazer dele</p><p>casa-da-peste", a expressão regional "casa-da-peste" pode ser entendida como:</p><p>A) Um lugar desorganizado e sujo.</p><p>B) Uma residência</p><p>com a expectativa inicial de uma mudança mais significativa ou diferente.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Ensinar alunos do ensino médio a reconhecer humor ou ironia através do uso de recursos morfossintáticos em</p><p>textos verbais ou multissemióticos pode ser desafiador, mas também muito gratificante. Aqui estão algumas estratégias</p><p>que você pode usar:</p><p>Durante a produção textual, muitas vezes utilizamos recursos para expressar algum sentido além do óbvio. Esses</p><p>recursos são chamados de efeitos de sentido e podem ser construídos por meio do duplo sentido, da ambiguidade, da</p><p>ironia e do humor. Vamos trazer uma breve explicação sobre a ironia, habilidade presente neste suporte.</p><p>Outro efeito de sentido muito comum é a ironia que consiste na utilização de determinada palavra ou expressão</p><p>que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um novo sentido, gerando um efeito de humor.</p><p>Exemplos:</p><p>– Que menino educado! Entrou sem cumprimentar ninguém!</p><p>–Vai ver se estou na esquina!</p><p>Perceba que a ironia é construída pela relação de oposição entre o sentido de educação e não cumprimentar, e</p><p>de vai ver e estou.</p><p>Usar uma combinação dessas estratégias pode ajudar os alunos a desenvolver uma compreensão mais profunda</p><p>das intenções do locutor ao utilizar a ironia e a aplicá-la de maneira eficaz em suas próprias comunicações.</p><p>Saber S22 - Reconhecer os efeitos de humor e ironia.</p><p>Habilidade S22.H14 - Reconhecer efeitos de ironia em textos verbais, não verbais ou multissemióticos,</p><p>pertencentes a gêneros simples e/ou de grande circulação social, predominantemente</p><p>narrativos, descritivos ou da ordem do relatar (ex.: fábula, piada, lenda, bilhete, canção,</p><p>cardápio, classificados, notícia, diário íntimo, apresentação de seres/lugares/objetos etc.).</p><p>Nível de dificuldade Difícil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>MULHERES DE ATENAS</p><p>(Chico Buarque)</p><p>Mirem-se no exemplo</p><p>Daquelas mulheres de Atenas</p><p>Vivem pros seus maridos</p><p>Orgulho e raça de Atenas</p><p>Quando amadas, se perfumam</p><p>Se banham com leite, se arrumam</p><p>Suas melenas</p><p>Quando fustigadas não choram</p><p>Se ajoelham, pedem imploram</p><p>Mais duras penas; cadenas</p><p>Mirem-se no exemplo</p><p>Mirem-se no exemplo</p><p>Daquelas mulheres de Atenas</p><p>Geram pros seus maridos</p><p>Os novos filhos de Atenas</p><p>Elas não têm gosto ou vontade</p><p>Nem defeito, nem qualidade</p><p>Têm medo apenas</p><p>Não tem sonhos, só tem presságios</p><p>O seu homem, mares, naufrágios</p><p>Lindas sirenas, morenas</p><p>Mirem-se no exemplo</p><p>48</p><p>Daquelas mulheres de Atenas</p><p>Sofrem pros seus maridos</p><p>Poder e força de Atenas</p><p>Quando eles embarcam soldados</p><p>Elas tecem longos bordados</p><p>Mil quarentenas</p><p>E quando eles voltam, sedentos</p><p>Querem arrancar, violentos</p><p>Carícias plenas, obscenas</p><p>Mirem-se no exemplo</p><p>Daquelas mulheres de Atenas</p><p>Despem-se pros maridos</p><p>Bravos guerreiros de Atenas</p><p>Quando eles se entopem de vinho</p><p>Costumam buscar um carinho</p><p>De outras falenas</p><p>Mas no fim da noite, aos pedaços</p><p>Quase sempre voltam pros braços</p><p>De suas pequenas, Helenas</p><p>Daquelas mulheres de Atenas</p><p>Temem por seus maridos</p><p>Heróis e amantes de Atenas</p><p>As jovens viúvas marcadas</p><p>E as gestantes abandonadas</p><p>Não fazem cenas</p><p>Vestem-se de negro, se encolhem</p><p>Se conformam e se recolhem</p><p>Às suas novenas, serenas</p><p>Mirem-se no exemplo</p><p>Daquelas mulheres de Atenas</p><p>Secam por seus maridos</p><p>Orgulho e raça de Atenas</p><p>Disponível em:</p><p><https://www.letras.mus.br/chico-buarque/45150/>. Acesso em:</p><p>16-jul.-2024.</p><p>O poema "Mulheres de Atenas" apresenta uma ironia ao descrever o comportamento das mulheres de Atenas em</p><p>relação aos seus maridos. Qual das alternativas a seguir melhor exemplifica essa ironia?</p><p>A) O poema exalta a dedicação e o sacrifício das mulheres de Atenas como um exemplo a ser seguido.</p><p>B) As mulheres de Atenas são retratadas como figuras independentes e autossuficientes.</p><p>C) A submissão e o sofrimento das mulheres de Atenas são apresentados de forma crítica e sarcástica.</p><p>D) O poema celebra as mulheres de Atenas por sua capacidade de suportar abusos sem reclamar.</p><p>E) As mulheres de Atenas são descritas como sendo igualmente respeitadas e valorizadas por seus maridos.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) A ironia do poema reside exatamente no fato de que, embora pareça exaltar a dedicação e o sacrifício das</p><p>mulheres de Atenas, na verdade critica essa condição. O texto usa um tom sarcástico para revelar a opressão e a</p><p>submissão forçada das mulheres.</p><p>B) As mulheres de Atenas são descritas como dependentes de seus maridos, vivendo para eles e sofrendo por eles. A</p><p>independência e a autossuficiência não são características atribuídas a essas mulheres no poema.</p><p>C) Gabarito.</p><p>D) Esta alternativa ignora o tom crítico e irônico do poema. Embora as mulheres suportem abusos, o poema não</p><p>celebra essa capacidade, mas sim critica a situação, destacando a injustiça e a opressão que elas enfrentam.</p><p>E) O poema descreve uma realidade onde as mulheres são oprimidas, não respeitadas nem valorizadas de forma</p><p>justa. A falta de respeito e a desigualdade são aspectos centrais na crítica irônica do poema.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>No item apresentado, o objetivo é reconhecer efeitos de ironia em textos verbais, não verbais ou multissemióticos,</p><p>pertencentes a gêneros simples e/ou de grande circulação social, predominantemente narrativos, descritivos ou da</p><p>ordem do relatar (ex.: fábula, piada, lenda, bilhete, canção, cardápio, classificados, notícia, diário íntimo, apresentação</p><p>de seres/lugares/objetos etc.).</p><p>Em primeiro lugar, precisamos nos lembrar que Chico Buarque compôs a música Mulheres de Atenas no ano de</p><p>1976, durante o período do Regime Militar. Portanto, ele não tinha a liberdade de expressão que temos hoje.</p><p>Por isso, nem ele nem outros artistas daquela época expressavam suas críticas ou opiniões abertamente, em</p><p>público. Muitos deles usavam metáforas para falar do que não concordavam, fosse na sociedade ou no governo do país.</p><p>Portanto, embora em toda a música o autor conclame as pessoas a imitarem o exemplo das mulheres de Atenas,</p><p>ele está na verdade fazendo uma crítica. Ele está mostrando que, naquele momento, vivíamos em uma sociedade</p><p>patriarcal em que a mulher não tinha voz nem direitos, onde seus desejos eram anulados.</p><p>49</p><p>https://www.letras.mus.br/chico-buarque/45150/</p><p>Portanto, apenas a alternativa C reflete corretamente a ironia presente no texto, ao mostrar a submissão e o</p><p>sofrimento das mulheres de Atenas de forma crítica e sarcástica.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad22-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S23 - Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor</p><p>e/ou interlocutor.</p><p>Habilidade S23.H05 - Identificar marcas linguísticas que evidenciam o uso da linguagem</p><p>coloquial/informal/popular pelo locutor e/ou interlocutor em textos verbais de qualquer</p><p>sequência discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>Estelinha Bezerra nasceu no dia 5 de janeiro de 1930, no município de Jaguaribe, no Ceará. Casou-se em</p><p>1950 e, em 1979, veio morar em São Paulo em busca de melhores condições de vida para a família, pois "a cidade</p><p>era um celeiro de empregos".</p><p>Estelinha passou por muitos obstáculos ao longo da vida, especialmente a perda de cinco filhos: um na</p><p>gestação, dois ainda bebês e dois adultos, um com 39 anos e outro com 62 anos. "Eles levaram um pedaço de mim</p><p>com eles."</p><p>"Meu pai se enforcou em uma árvore quando eu tinha apenas dois anos. E minha mãe, sem marido, criou as</p><p>quatro filhas com valores muito claros: respeito, verdade, bondade. Quando casei, fiz por amor. Meu marido sempre</p><p>foi pouco presente na educação dos filhos. Eu cuidava de absolutamente tudo relacionado à casa e aos filhos. Me</p><p>tornei o general da casa, eu era a líder da tropa toda. Tive apenas um mês e 19 dias de estudo e, por ter estudado tão</p><p>pouco, fazia questão que meus filhos estudassem".</p><p>50</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad22-professor-AVACED.pdf</p><p>Viúva desde</p><p>2003, Estelinha teve 17 filhos. Ela é avó de 28 netos, bisavó de 20 bisnetos e tataravó de uma</p><p>menina. Em 2019, Estelinha teve um AVC e, em 2020, teve Covid e ficou entre a vida e a morte.</p><p>"Com a morte do meu marido, conheci uma depressão severa. Na pandemia, passei 14 dias, sozinha, em</p><p>um quarto de hospital, com poucas chances de sobreviver. Foi a pior doença que já tive na vida e não desejo o que</p><p>passei para ninguém. Só chorava e passei por uma depressão muito forte."</p><p>Em junho de 2023, Estelinha teve um AVC isquêmico.</p><p>"Por muito pouco não perdi a voz para sempre. Voltei para casa depois de uma intervenção muito delicada.</p><p>Em julho de 2023, voltei à UTI com uma embolia pulmonar cuja única opção de tratamento tinha um altíssimo risco. O</p><p>que fiz? Arrisquei e optei por viver."</p><p>Foi então que o filho caçula, Josafá, de 50 anos, teve a ideia de gravar as histórias da mãe para que seus</p><p>conselhos e vontade de viver ficassem guardados para sempre.</p><p>O primeiro vídeo de Estelinha no Instagram foi a resposta a uma pergunta de Josafá: "Agora que recuperou</p><p>a fala e está viva, o que a senhora nunca viveu e gostaria de viver?". "Viajar e comer filé mignon e lagosta", ela</p><p>respondeu.</p><p>Assim, Estelinha iniciou uma carreira que jamais imaginou: tornou-se uma celebridade da internet. Em um</p><p>ano, ela já ganhou mais de meio milhão de fãs e admiradoras nas redes sociais.</p><p>"Quando a gente está com depressão, qualquer coisa vira motivo de tristeza. Agora estou alegre e satisfeita.</p><p>Voltei a ter vontade de sair, de ver as pessoas, de conversar e acho que a internet me ajudou. As redes sociais se</p><p>tornaram uma alegria para mim."</p><p>Algumas de suas falas viralizaram: "Quem manda em mim sou eu". "Homem nenhum me governa." "Mulher</p><p>para ser elegante precisa gostar dela mesma." "Vaidade não é pecado."</p><p>"Fico contente de ter meus seguidores acompanhando a minha vida. É um sentimento maravilhoso ser tão</p><p>querida, todo mundo gostar de mim. Queria trazer todos para a minha casa, mas acho que não caberia aqui."</p><p>No dia 27 de abril de 2024, postei no Instagram, junto com Estelinha, um vídeo com o título: "Autoestima e</p><p>longevidade: eu sem batom não sou ninguém". Até o momento, o vídeo teve mais de 1 milhão e 800 mil visualizações</p><p>e mais de 7.000 comentários.</p><p>Entre incontáveis comentários elogiosos, duas críticas revelaram que as próprias mulheres reproduzem e</p><p>fortalecem os estereótipos, estigmas e preconceitos associados ao envelhecimento feminino. A primeira dizia: "Velha</p><p>ridícula, com essa boca vermelha, é o fim. Não se enxerga não? Vai para casa!". E a outra: "Até pode usar o batom.</p><p>Mas essa cor ficou ridícula. Não combina com sua idade. Ou vai querer usar também biquíni fio dental? Tá maluca?".</p><p>Estelinha respondeu às críticas com muito humor e serenidade. Disse que vai continuar usando batom</p><p>vermelho porque "batom não é maquiagem: é roupa!". E, mais ainda, que o batom vermelho é um símbolo da sua</p><p>autonomia, liberdade e alegria de viver.</p><p>"Aos 49 anos, quando cheguei a São Paulo, ganhei o meu primeiro batom dos meus filhos, no Dia das</p><p>Mães. Foi o primeiro presente que ganhei na vida. Ganhei a fama de rainha do batom. Adoro batom e uso todo dia. E</p><p>tem que ser vermelho. Eu sem batom não sou ninguém."</p><p>Fonte: GOLDENBERG, Mirian. Por que Estelinha, 94, foi xingada de velha ridícula e maluca? Folha de São Paulo. Disponível em:</p><p><https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2024/05/por-que-estelinha-94-foi-xingada-de-velha-ridicula-e-maluca.sht</p><p>ml>. Acesso em: 27 jun. 2024. (FRAGMENTO)</p><p>Após a leitura do texto, identifique a alternativa que contém uma marca linguística que evidencia o uso da linguagem</p><p>coloquial.</p><p>A) "Meu pai se enforcou em uma árvore quando eu tinha apenas dois anos." (3º parágrafo).</p><p>B) "Eles levaram um pedaço de mim com eles." (2º parágrafo).</p><p>C) "Viúva desde 2003, Estelinha teve 17 filhos." (4º parágrafo).</p><p>D) "No dia 27 de abril de 2024, postei no Instagram [...] um vídeo”. (14º parágrafo).</p><p>E) "Ou vai querer usar também biquíni fio dental? Tá maluca?" (15º parágrafo).</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Essa frase é direta e informativa, sem o uso de expressões coloquiais. É uma descrição factual de um evento.</p><p>B) Embora seja uma expressão emocional e poética, ela não utiliza linguagem coloquial. A construção da frase é mais</p><p>literária do que informal.</p><p>C) Esta frase é uma afirmação clara e objetiva sobre o estado civil e a família de Estelinha. Não há uso de linguagem</p><p>informal ou coloquial.</p><p>D) A frase é descritiva, relatando uma ação. Não há elementos de linguagem coloquial na construção da frase.</p><p>E) Gabarito.</p><p>51</p><p>https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2024/05/por-que-estelinha-94-foi-xingada-de-velha-ridicula-e-maluca.shtml</p><p>https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2024/05/por-que-estelinha-94-foi-xingada-de-velha-ridicula-e-maluca.shtml</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O item apresentado tem como objetivo avaliar no aluno a habilidade de identificar marcas linguísticas que evidenciam o</p><p>uso da linguagem coloquial/informal/popular pelo locutor e/ou interlocutor em textos verbais de qualquer sequência</p><p>discursiva predominante. Ao ensinar sobre linguagem coloquial, é importante destacar as características que a</p><p>diferenciam da linguagem formal. A linguagem coloquial costuma incluir gírias, contrações, expressões informais e pode</p><p>refletir regionalismos e a forma como as pessoas realmente falam no dia a dia.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Para ensinar sobre linguagem coloquial e informal com base no texto sobre Estelinha Bezerra, você pode seguir um</p><p>plano de aula que inclua as seguintes etapas:</p><p>1. Introdução ao Tema</p><p>● Objetivo: Introduzir os conceitos de linguagem coloquial e informal.</p><p>● Atividade: Começar a aula com uma breve explicação sobre as diferentes variedades da língua portuguesa,</p><p>destacando a diferença entre linguagem formal e informal/coloquial.</p><p>2. Leitura e Discussão do Texto</p><p>● Objetivo: Contextualizar o uso da linguagem coloquial dentro de um texto real.</p><p>● Atividade: Fazer uma leitura coletiva em sala de aula.</p><p>3. Identificação de Marcas Coloquiais e Informais</p><p>● Objetivo: Identificar e analisar exemplos de linguagem coloquial no texto.</p><p>● Atividade: Pedir aos alunos que sublinhem ou grifem partes do texto que utilizam linguagem coloquial.</p><p>Exemplos podem incluir:</p><p>○ Expressões como "a gente"</p><p>○ Uso de frases curtas e diretas</p><p>○ Expressões idiomáticas e populares</p><p>● Discussão: Discutir por que essas escolhas linguísticas foram feitas e como contribuem para a narrativa</p><p>pessoal e emocional do texto.</p><p>4. Produção Textual</p><p>● Objetivo: Aplicar o conhecimento de forma prática.</p><p>● Atividade: Solicitar aos alunos que escrevam um pequeno texto sobre uma experiência pessoal, utilizando</p><p>linguagem coloquial e, em seguida, reescrevam o texto utilizando linguagem formal.</p><p>5. Reflexão e Feedback</p><p>● Objetivo: Refletir sobre a importância e o uso adequado de cada registro linguístico.</p><p>● Atividade: Realizar uma discussão final sobre quando é apropriado usar linguagem coloquial e quando é</p><p>necessário usar a linguagem formal. Os alunos podem compartilhar suas produções e discutir as dificuldades</p><p>encontradas na transformação do texto.</p><p>6. Conexão com Redes Sociais</p><p>● Objetivo: Relacionar o conteúdo com o uso cotidiano da língua.</p><p>● Atividade: Discutir como a linguagem nas redes sociais geralmente é coloquial e como isso afeta a</p><p>comunicação. Analisar alguns comentários no perfil de Estelinha Bezerra para identificar linguagem coloquial.</p><p>Recursos e Materiais</p><p>● Texto sobre Estelinha Bezerra</p><p>● Projetor ou quadro branco para destacar exemplos</p><p>● Papéis e canetas para atividades em grupo</p><p>Avaliação</p><p>● Objetivo: Avaliar a compreensão dos alunos sobre os conceitos abordados.</p><p>● Atividade: Criar uma breve avaliação com questões de múltipla escolha e dissertativas sobre a identificação e</p><p>uso da linguagem coloquial e formal.</p><p>Essa abordagem ajudará os alunos a entenderem e reconhecerem as diferenças entre linguagem formal e coloquial,</p><p>52</p><p>além de proporcionar uma aplicação prática do conhecimento adquirido.</p><p>Você também</p><p>pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad10-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S23 - Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor</p><p>e/ou interlocutor.</p><p>Habilidade S23.H12 - Reconhecer intenções do locutor e/ou interlocutor pelo uso de provérbios, ditos</p><p>populares, expressões idiomáticas ou frases feitas em textos multissemióticos de qualquer</p><p>sequência discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Observe o texto a seguir.</p><p>Disponível em:<https://www.campograndenews.com.br/colunistas/em-pauta/outubro-no-charco-quem-engolira-sapo/>. Acesso em:</p><p>04-jul.-2024.</p><p>Qual efeito de sentido produzido pela expressão “engolir sapo”?</p><p>A) Demonstrar satisfação com a situação visualizada.</p><p>B) Expressar a necessidade de desistir de um projeto.</p><p>C) Indicar que alguém está aceitando algo desagradável sem reclamar.</p><p>D) Mostrar que alguém está sendo recompensado por seus esforços.</p><p>E) Indicar que alguém está doente diante de escolhas difíceis.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) A expressão "engolir sapo" tem uma conotação negativa, referindo-se a aceitar algo desagradável ou humilhante.</p><p>Demonstrar satisfação seria o oposto do significado da expressão.</p><p>B) Embora "engolir sapo" envolva enfrentar uma situação desagradável, o foco da expressão está na resignação e</p><p>aceitação silenciosa, não na necessidade de desistir de um projeto.</p><p>C) Gabarito.</p><p>D) "Engolir sapo" implica passar por algo negativo sem receber uma recompensa imediata. Portanto, essa alternativa</p><p>não reflete o sentido da expressão.</p><p>E) A expressão "engolir sapo" não sugere que a pessoa esteja doente, mas sim que a pessoa está aceitando algo</p><p>indesejável ou desconfortável, muitas vezes por falta de alternativa melhor.</p><p>Comentário</p><p>53</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad10-professor-AVACED.pdf</p><p>https://disritmia.art.blog/2021/02/18/lua-em-touro/</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>No item apresentado, o objetivo é identificar o efeito de sentido produzido pela expressão idiomática "engolir</p><p>sapo". Essa expressão é comumente utilizada no contexto da língua portuguesa e possui um significado específico que</p><p>pode ser relacionado às situações do cotidiano. Ao trabalhar com expressões idiomáticas, é essencial contextualizar e</p><p>explicar o significado figurado, que muitas vezes não é literal.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Ensinar alunos do ensino médio a reconhecer as intenções do locutor em expressões idiomáticas pode ser desafiador,</p><p>mas também muito gratificante. Aqui estão algumas estratégias que você pode usar:</p><p>1. Contextualização das Expressões Idiomáticas</p><p>● Uso de Exemplos em Contexto: Apresente as expressões idiomáticas em frases ou situações específicas.</p><p>Peça aos alunos que discutam o significado da expressão com base no contexto fornecido.</p><p>○ Exemplo: "Ela teve que engolir sapo quando o chefe a criticou na frente de todos."</p><p>○ Pergunta: O que você acha que significa "engolir sapo" nesta frase?</p><p>2. Discussão e Análise de Intenção</p><p>● Perguntas Guiadas: Faça perguntas que levem os alunos a pensar sobre a intenção do locutor ao usar a</p><p>expressão idiomática.</p><p>○ Exemplo: Por que alguém diria que "engoliu sapo" em vez de apenas dizer que aceitou algo</p><p>desagradável?</p><p>○ Discussão: O que a expressão sugere sobre os sentimentos do locutor?</p><p>3. Atividades Práticas</p><p>● Criação de Histórias: Peça aos alunos que criem histórias curtas usando expressões idiomáticas,</p><p>incentivando-os a refletir sobre a intenção e o efeito de sentido.</p><p>○ Exemplo: Crie uma história onde um personagem tenha que "engolir sapo". Qual é a situação? Como o</p><p>personagem se sente?</p><p>● Dramatizações: Realize dramatizações onde os alunos devem usar expressões idiomáticas. Isso pode ajudar a</p><p>ilustrar as emoções e intenções por trás das palavras.</p><p>○ Exemplo: Em um diálogo, um aluno deve criticar o trabalho do outro e este deve responder com uma</p><p>expressão idiomática apropriada.</p><p>4. Comparações e Contrastes</p><p>● Comparação com Expressões Literais: Peça aos alunos que comparem a expressão idiomática com uma</p><p>forma literal de dizer a mesma coisa.</p><p>○ Exemplo: Qual é a diferença entre dizer "engolir sapo" e "aceitar algo desagradável"? Qual é o efeito de</p><p>sentido de cada uma?</p><p>5. Exploração Cultural</p><p>● Pesquisa de Expressões: Peça aos alunos que pesquisem expressões idiomáticas em diferentes culturas e</p><p>comparem-nas com as de sua própria língua.</p><p>○ Exemplo: Como outras culturas expressam a ideia de "engolir sapo"? Que diferenças e semelhanças</p><p>existem?</p><p>6. Reflexão e Discussão</p><p>● Reflexão sobre Experiências Pessoais: Incentive os alunos a refletirem sobre suas próprias experiências e</p><p>como poderiam descrever essas situações usando expressões idiomáticas.</p><p>○ Exemplo: Conte uma vez em que você teve que "engolir sapo". Como você descreveria essa</p><p>experiência usando uma expressão idiomática?</p><p>7. Recursos Visuais e Tecnológicos</p><p>● Vídeos e Mídia Digital: Use vídeos, memes, e outras mídias que ilustram expressões idiomáticas em uso real.</p><p>○ Exemplo: Mostre um clipe de um programa de TV ou filme onde uma expressão idiomática é usada e</p><p>discuta o contexto e a intenção do locutor.</p><p>8. Avaliação e Feedback</p><p>54</p><p>● Quiz e Jogos Educativos: Utilize quizzes e jogos para reforçar o entendimento das expressões idiomáticas e</p><p>suas intenções.</p><p>○ Exemplo: Crie um quiz onde os alunos escolhem a expressão idiomática correta para completar uma</p><p>frase baseada na intenção do locutor.</p><p>9. Leitura de Textos Diversificados</p><p>● Análise de Textos: Propor a leitura de textos literários e não literários onde as expressões idiomáticas são</p><p>usadas.</p><p>○ Exemplo: Identificar expressões idiomáticas em um conto ou artigo e discutir o efeito de sentido e a</p><p>intenção do autor.</p><p>Usar uma combinação dessas estratégias pode ajudar os alunos a desenvolver uma compreensão mais profunda das</p><p>intenções do locutor ao usar expressões idiomáticas e a aplicá-las de maneira eficaz em suas próprias comunicações.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad23-aluno-AVACED.pdf</p><p>Ficha Técnica</p><p>Elmano de Freitas da Costa</p><p>Governador</p><p>Jade Afonso Romero</p><p>Vice-Governadora</p><p>Eliana Nunes Estrela</p><p>Secretária da Educação</p><p>Maria Oderlânia Torquato Leite</p><p>Secretária Executiva de Gestão da Rede Escolar</p><p>Emanuelle Grace Kelly Santos de Oliveira</p><p>Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios</p><p>Stella Cavalcante</p><p>Secretária Executiva de Planejamento e Gestão Interna</p><p>Maria Jucineide da Costa Fernandes</p><p>Secretária Executiva do Ensino Médio e Profissional</p><p>Helder Nogueira</p><p>Secretária Executiva do Ensino Médio e Profissional</p><p>Kelem Carla Santos de Freitas</p><p>Coordenadoria de Avaliação e</p><p>Desenvolvimento Escolar para</p><p>Resultados de Aprendizagem - Coade</p><p>Yure Pereira de Abreu</p><p>Articulador Coade</p><p>Regia Maria Carvalho Xavier</p><p>Articuladora Coade</p><p>Ana Paula Pequeno Matos</p><p>Orientadora Coade</p><p>José Eduardo Vasconcelos de Morais</p><p>Orientador Coade</p><p>Jenilson Sousa Nogueira</p><p>Orientador Coade</p><p>55</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad23-aluno-AVACED.pdf</p><p>https://www.escavador.com/sobre/4315955/emanuelle-grace-kelly-santos-ferreira</p><p>ORGANIZADORES</p><p>Ana Paula Pequeno Matos</p><p>Orientadora Coade</p><p>José Alves Ferreira Neto</p><p>Assessor Técnico Coade</p><p>Lilian Kelly Alves Guedes</p><p>Assistente Técnica Coade</p><p>Nivea Barros de Moura</p><p>Assistente Técnica Coade</p><p>ELABORADORES</p><p>Lilian Kelly Alves Guedes</p><p>Assistente Técnica Coade</p><p>Márcio Fernandes de Souza</p><p>EEMTI Professor Milton Façanha Abreu - Mulungu - CE.</p><p>Nivea Barros de Moura</p><p>Assistente Técnica Coade</p><p>DIAGRAMAÇÃO</p><p>Ana Carmen Martiniano de Souza</p><p>Técnica Coade</p><p>Geanny de Holanda Oliveira do Nascimento</p><p>Técnica Coade</p><p>Sylvia Andrea Coelho Paiva</p><p>Técnica Coade</p><p>ARTE</p><p>Lindemberg Souza Correia</p><p>Designer Gráfico Coded/CED</p><p>56</p><p>de uma pessoa doente.</p><p>C) Uma casa muito cara e luxuosa.</p><p>D) Um local de grande alegria e festividade.</p><p>E) Uma casa pequena e acolhedora.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Gabarito.</p><p>B) Esta alternativa foca na palavra "peste" associada à doença. No entanto, no contexto da frase, "casa-da-peste" não</p><p>está se referindo a uma residência de uma pessoa doente, mas sim a um ambiente desorganizado.</p><p>C) Esta alternativa não faz sentido no contexto, pois a expressão "casa-da-peste" não tem conotação de luxo ou alto</p><p>valor. Pelo contrário, sugere algo negativo e desorganizado.</p><p>7</p><p>https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/06/cronica-o-recalcitrante-carlos-drummond.html</p><p>D) Esta alternativa contradiz o tom negativo da expressão "casa-da-peste". No texto, o trocador está reclamando do</p><p>comportamento inadequado dos passageiros, o que não está relacionado com um ambiente alegre ou festivo.</p><p>E) Esta alternativa também está incorreta porque "casa-da-peste" sugere desordem e descuido, o oposto de um lugar</p><p>acolhedor e agradável.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>Inferir significa realizar um raciocínio com base em informações já conhecidas, a fim de se chegar a informações</p><p>novas, que não estejam explicitamente marcadas no texto. Com este descritor, pretende-se verificar se o leitor é capaz</p><p>de inferir um significado para uma palavra ou expressão que desconhece.</p><p>No trecho "Tendo comprado passagem por 65 centavos, acham que compraram o ônibus e podem fazer dele</p><p>casa-da-peste", a expressão regional "casa-da-peste" pode ser entendida como um lugar desorganizado e sujo, pois se</p><p>alinha com a crítica do trocador sobre o comportamento dos passageiros que tratam o ônibus de maneira descuidada e</p><p>desrespeitosa.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Inferir é concluir, deduzir, interpretar uma palavra específica ou uma expressão dentro do texto, mas é importante</p><p>saber que nem sempre uma palavra dentro do texto terá o mesmo significado que ela tem no dicionário.</p><p>Sendo assim, para inferir o sentido de uma palavra ou expressão no texto é necessário ler o enunciado, retomar o</p><p>texto, relacionar as informações do texto e o seu conhecimento de mundo e concluir o sentido que a palavra ou</p><p>expressão tem, de acordo com o contexto.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad03-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S04 - Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais</p><p>Habilidade S04.H05 - Reconhecer a ordem cronológica em que fatos acontecem, em textos não verbais</p><p>ou multissemióticos, pertencentes a gêneros simples de qualquer sequência discursiva, exceto</p><p>os predominantemente narrativos (ex.: panfleto, cartaz, convite, cartão de mensagem,</p><p>catálogo, anúncio ou campanha publicitária etc.).</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia o texto a seguir:</p><p>8</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad03-professor-AVACED.pdf</p><p>“Como muitas meninas, fui criada para ser romântica e acreditar que a felicidade só seria possível com o amor.</p><p>Mas os meninos não se interessavam por mim e eu comecei a pensar que nunca seria amada e nunca seria</p><p>feliz. Eu me odiava por isso. - Feiosa!</p><p>Já mais madura e fazendo terapia, passei a questionar por que eu fazia isso comigo mesma.</p><p>Foi quando percebi que não preciso de alguém do meu lado para ser realizada e feliz. Solteira, eu entrei na</p><p>faculdade que queria…</p><p>… consegui uma bolsa em uma universidade estrangeira, entrei no emprego dos meus sonhos, comecei a</p><p>praticar esportes e a fazer cursos incríveis.</p><p>Seria ótimo ter um parceiro, mas isso não dita o meu valor e não deveria afetar minha autoestima.</p><p>Eu finalmente encontrei o amor da minha vida: eu mesma!”</p><p>Disponível em: <https://x.com/ltdathayde/status/1471261596047613960>. Acesso em: 13 jun. 2024.</p><p>Assinale a alternativa que traz a ordem cronológica correta dos acontecimentos descritos no texto.</p><p>A) A personagem entra na faculdade que queria, consegue uma bolsa em uma universidade estrangeira, faz terapia,</p><p>começa a praticar esportes e percebe que não precisa de alguém para ser feliz.</p><p>B) A personagem percebe que não precisa de alguém para ser feliz, entra na faculdade que queria, começa a</p><p>praticar esportes, consegue uma bolsa em uma universidade estrangeira e faz terapia.</p><p>C) A personagem se odeia por não ser amada, começa a praticar esportes, entra na faculdade que queria, consegue</p><p>uma bolsa em uma universidade estrangeira e faz terapia.</p><p>D) A personagem é criada para ser romântica, faz terapia, se odeia por não ser amada, percebe que não precisa de</p><p>alguém para ser feliz e entra na faculdade que queria.</p><p>E) A personagem se odeia por não ser amada, faz terapia, percebe que não precisa de alguém para ser feliz, entra</p><p>na faculdade que queria e começa a praticar esportes.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) A alternativa está errada porque a personagem percebe que não precisa de alguém para ser feliz depois de fazer</p><p>terapia, não antes.</p><p>B) A alternativa está errada porque a personagem percebe que não precisa de alguém para ser feliz depois de fazer</p><p>terapia, não antes, e a terapia vem antes de todas essas realizações.</p><p>C) A alternativa está errada porque a personagem faz terapia antes de começar a praticar esportes e conseguir a bolsa.</p><p>D) A alternativa está errada porque, embora a ordem inicial esteja correta, a personagem faz terapia depois de se odiar.</p><p>E) Gabarito.</p><p>9</p><p>https://x.com/ltdathayde/status/1471261596047613960</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or)</p><p>O objetivo deste item é avaliar nos estudantes a habilidade de reconhecer a ordem cronológica em que fatos</p><p>acontecem em textos não verbais ou multissemióticos, pertencentes a gêneros complexos, de qualquer sequência</p><p>discursiva, exceto os predominantemente narrativos (ex.: catálogo, anúncio ou campanha publicitária, charge, cartum,</p><p>fotografia artística, infográfico, poemas concretistas, etc.).</p><p>Percebe-se no texto traços de sequência narrativa, visto que há sucessão de fatos, nos quais a personagem se</p><p>odeia por não ser amada, faz terapia, percebe que não precisa de alguém para ser feliz, entra na faculdade que queria,</p><p>começa a praticar esportes e consegue uma bolsa em uma universidade estrangeira.</p><p>O suporte multissemiótico requer dos estudantes atenção e a recuperação do conhecimento de que a maioria das</p><p>meninas - assim como a personagem - são criadas para serem românticas e acreditarem que a felicidade só seria</p><p>possível com o amor. Já que os meninos não se interessavam pela personagem, ela passou a pensar que nunca seria</p><p>amada e, consequentemente, nunca seria feliz e passou a se odiar por isso.</p><p>Entretanto, mais madura e fazendo terapia, a personagem passou a questionar por que fazia isso consigo própria.</p><p>Foi quando ela percebeu que não precisava de ninguém do seu lado para ser realizada e feliz. Solteira, a personagem</p><p>entrou na faculdade que queria, conseguiu uma bolsa em uma universidade estrangeira, entrou no emprego dos seus</p><p>sonhos, começou a praticar esportes e a fazer cursos incríveis.</p><p>Dessa forma, a personagem concluiu que seria ótimo ter um parceiro, mas que isso não ditava o seu valor e,</p><p>portanto, não deveria afetar sua autoestima. Ao realizar a análise apropriada, o estudante infere que a personagem</p><p>finalmente encontrou o amor da sua vida: ela própria.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Você pode usar esse texto para ensinar os alunos sobre a ordem cronológica dos acontecimentos de várias maneiras.</p><p>Aqui estão alguns passos e atividades que podem ser implementados:</p><p>Passos para a Aula:</p><p>1. Introdução ao Texto:</p><p>○ Leia o texto em voz alta para a turma ou peça para que os alunos leiam individualmente.</p><p>○ Certifique-se de que todos compreendem o conteúdo e o contexto do texto.</p><p>2. Discussão Inicial:</p><p>○ Pergunte aos alunos quais eventos principais eles conseguiram identificar no texto.</p><p>○ Escreva esses eventos no quadro conforme os alunos os mencionam.</p><p>3. Identificação de Eventos:</p><p>○ Divida os alunos em pequenos grupos e peça para que cada grupo faça</p><p>uma lista dos eventos principais</p><p>na ordem em que acreditam ter ocorrido.</p><p>○ Incentive-os a discutir e justificar suas escolhas com base no texto.</p><p>4. Atividade de Ordenação:</p><p>○ Forneça aos alunos cartões com os eventos descritos no texto, cada cartão contendo um evento.</p><p>○ Peça para que ordenem os cartões na sequência correta.</p><p>○ Compare e discuta as diferentes ordens que os grupos podem ter proposto e chegue a um consenso</p><p>sobre a ordem correta.</p><p>Atividades de Fixação:</p><p>1. Linha do Tempo:</p><p>○ Peça para que os alunos criem uma linha do tempo visual dos eventos descritos no texto.</p><p>○ Eles podem usar desenhos, símbolos ou breves descrições para representar cada evento.</p><p>2. Questões de Múltipla Escolha:</p><p>○ Utilize questões como a que você já criou, com uma correta e outras alternativas erradas, para testar a</p><p>compreensão dos alunos sobre a ordem dos acontecimentos.</p><p>3. Redação:</p><p>○ Solicite que os alunos escrevam um breve parágrafo ou redação recontando a história na ordem correta</p><p>dos eventos.</p><p>○ Incentive-os a usar conectores temporais como "primeiro", "depois", "em seguida", e "finalmente".</p><p>4. Discussão sobre a Importância da Ordem Cronológica:</p><p>○ Promova uma discussão sobre por que a ordem dos acontecimentos é importante para entender uma</p><p>história.</p><p>○ Relacione a atividade a exemplos do cotidiano ou outras disciplinas, como História, em que a cronologia</p><p>10</p><p>é fundamental.</p><p>Exemplo de Atividade com Cartões:</p><p>Eventos em Cartões:</p><p>1. A personagem se odeia por não ser amada.</p><p>2. A personagem faz terapia.</p><p>3. A personagem percebe que não precisa de alguém para ser feliz.</p><p>4. A personagem entra na faculdade que queria.</p><p>5. A personagem começa a praticar esportes.</p><p>6. A personagem consegue uma bolsa em uma universidade estrangeira.</p><p>Atividade:</p><p>● Distribua os cartões para os alunos e peça para que trabalhem em pares ou grupos pequenos para colocá-los</p><p>na ordem correta.</p><p>● Após a atividade, revisem a sequência juntos e discutam por que cada evento segue o anterior.</p><p>Conclusão:</p><p>Ao final da aula, os alunos deverão ser capazes de:</p><p>● Identificar e organizar eventos em ordem cronológica.</p><p>● Entender a importância da sequência dos acontecimentos para a clareza de uma narrativa.</p><p>● Aplicar essas habilidades a outros textos e contextos.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad18-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S05 - Identificar o tema ou assunto de um texto</p><p>Habilidade S05.H03 - Identificar o tema ou o assunto central de textos verbais pertencentes a gêneros</p><p>simples predominantemente da ordem do relatar (ex.: reportagem, relato de viagem, diário</p><p>etc.).</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>Memórias de minha trajetória escolar</p><p>Entre cinco e seis anos, tive a presença e o primeiro incentivo de minha mãe na minha vida escolar, já que</p><p>ela teve acesso à escola e tinha o segundo grau completo. Ela me ajudou com os primeiros rabiscos até a entrada na</p><p>escola. Sua presença foi muito importante em minha vida.</p><p>Ingressei na escola com sete anos, já conhecendo algumas palavras. No início do Ensino Fundamental I,</p><p>estudei em uma escolinha pequena que havia na minha comunidade. O Ensino Médio foi cursado em outra escola, na</p><p>cidade Ouro Verde de Minas, período em que tive as dificuldades com o transporte, pois, com a falta de ônibus, perdia</p><p>aulas e ficava um pouco prejudicada nas disciplinas.</p><p>Nas outras séries do Ensino Fundamental I, encontrei apoio da professora Vilma, que me ajudou muito.</p><p>Como disse, em casa, tinha incentivo desde que era criança: minha mãe, Ivani, me ensinou as primeiras letras, e com</p><p>sete anos, eu conhecia algumas palavras. Por exemplo, já conhecia o alfabeto e as vogais, já tinha contato com os</p><p>números, mas só comecei a praticar a leitura na escola.</p><p>Desde o Ensino Fundamental, tínhamos os livros didáticos para estudar em casa, entretanto, era muito difícil</p><p>ter acesso a livros literários. A partir do Ensino Fundamental II, tive acesso à biblioteca da escola, que disponibilizava</p><p>os livros aos alunos. Entretanto, não tínhamos muito interesse pela leitura e muito menos incentivo dos professores</p><p>para fazê-la, por isso, não li esses livros. Em muitos casos, os alunos pegavam os livros, levavam para casa e não os</p><p>devolviam. Por isso, muitas vezes, faltavam livros na biblioteca.</p><p>Lembro-me que os professores nos mandavam à biblioteca só para assistirmos algum filme e, assim,</p><p>elaborar um resumo ou atividade sobre ele. Na maioria das vezes, quando algum professor faltava, colocavam-nos</p><p>para assistir filmes, sem objetivos pedagógicos claros. Isto era ruim, pois perdíamos muitos conteúdos, sobretudo no</p><p>início do Ensino Médio.</p><p>Depois do Ensino Fundamental II, minha mãe quis que eu estudasse no período matutino, das 7h às 11h 25</p><p>min. Recordo-me de ter aulas aos sábados, porque algum professor havia faltado ou feito greve, requerendo aumento</p><p>de salário. Sempre me saí bem em todas as disciplinas, mas, ao chegar ao final do terceiro ano do Ensino Médio, tive</p><p>dificuldades com a disciplina de inglês. De fato, acho que não me adaptei a ela.</p><p>11</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad18-professor-AVACED.pdf</p><p>No final do Ensino Médio, eu não pensava em continuar os estudos, só pensava em conseguir um emprego,</p><p>mas na minha cidade não há muitas opções de trabalho. Este é um dos motivos que me levou a ingressar na</p><p>faculdade. Minha mãe, novamente, incentivou-me a ingressar na universidade, pois ela já havia feito o curso de</p><p>Licenciatura em Educação do Campo, em Viçosa, Minas Gerais. Foi ela quem me deu todo apoio quando prestei o</p><p>vestibular para a faculdade, em Diamantina.</p><p>Em 2018, ingressei na Licenciatura em Educação do Campo (LEC-UFVJM), e, hoje, estou no terceiro</p><p>período do curso, com outra visão sobre Educação, outro olhar para os estudos. Apesar de ter tido pouco acesso à</p><p>leitura, agora tenho e penso diferente, pois percebo que a leitura é bem gratificante. Percebo que do início de meus</p><p>estudos até hoje, as coisas mudaram, tenho mais afinidade com a leitura. Tenho necessidade de aprender, de</p><p>construir algo novo. Entendo que vale a pena continuar, prosseguir rumo ao final deste processo de aprendizagem,</p><p>mesmo sabendo que não é fácil. Pensar que seria uma educadora do campo é sempre muito gratificante.</p><p>Memórias de Letramentos II: Outras Vozes do Campo. Disponível em: https://auladigital.net.br/ebooks/. Acesso em: 16 de set. de</p><p>2022.</p><p>O tema principal desse texto é</p><p>A) o ingresso de alunos na universidade.</p><p>B) a importância de levar os livros para estudar em casa.</p><p>C) a importância do apoio dos professores na escola.</p><p>D) as dificuldades com o transporte público para ir à escola.</p><p>E) o relato da vida escolar de uma estudante.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) O aluno que marcou essa alternativa não conseguiu identificar o tema principal desse texto. O ingresso de alunos na</p><p>universidade é um dos tópicos abordados no texto, no tocante a garota ter terminado o ensino médio e não querer</p><p>entrar na universidade e depois por incentivo de sua mãe fazer o vestibular e conseguir sua vaga.</p><p>B) O aluno que marcou essa alternativa não conseguiu identificar o tema principal desse texto. Há um parágrafo</p><p>dedicado para o fato de como foi importante para a garota levar os livros para estudar em casa, mas essa é uma</p><p>ideia secundária e não o tema do texto.</p><p>C) O aluno que marcou essa alternativa não conseguiu identificar o tema principal desse texto, pois a questão da</p><p>importância do apoio dos professores aos alunos é destacado pela autora em um parágrafo, mas essa menção é</p><p>pontual, faz parte do universo da vida escolar da narradora, mas não é principal.</p><p>D) O aluno que marcou essa alternativa não conseguiu identificar o tema principal desse texto, pois a questão das</p><p>dificuldades que a estudante enfrentou com o transporte público para ir à escola foi mencionada em um parágrafo</p><p>de forma pontual, mas não foi o tema tratado no texto todo.</p><p>E) Gabarito.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or)</p><p>O texto suporte desse item nos dá possibilidade de trabalhar com as diferentes temáticas dos textos. Como o</p><p>texto traz um relato, podemos propor ao aluno que também façam relatos de sua trajetória para a partir daí eles</p><p>pensarem em quais ideias eles poderão usar para sustentar esse tema. Vamos indicar a temática da Olimpíada de</p><p>Língua Portuguesa que sugere o trabalho com diferentes gêneros a partir da temática “O lugar em que eu vivo”. Segue</p><p>o link:</p><p>https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/787/o-lugar-onde-eu-</p><p>vivo.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Você pode usar as atividades sugeridas na página, inclusive, para se inspirar a criar atividades para trabalhar com</p><p>temas diferentes em sua sala. Sobre isso, podemos citar a BNCC que coloca como é interessante que os alunos</p><p>participem, produzam, leiam textos de diferentes temáticas. Vejamos duas dessas habilidades:</p><p>12</p><p>https://auladigital.net.br/ebooks/</p><p>https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/787/o-lugar-onde-eu-vivo</p><p>https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/787/o-lugar-onde-eu-vivo</p><p>EM13LP20 Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior</p><p>interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses</p><p>comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.</p><p>EM13LP45 Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou</p><p>global, notícias, fotos denúncias, fotorreportagens, reportagens multimidiáticas, documentários, infográficos, podcasts</p><p>noticiosos, artigos de opinião, críticas da mídia, vlogs de opinião, textos de apresentação e apreciação de produções</p><p>culturais (resenhas, ensaios etc.) e outros gêneros próprios das formas de expressão das culturas juvenis (vlogs e</p><p>podcasts culturais, gameplay etc.), em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, analista,</p><p>crítico, editorialista ou articulista, leitor, vlogueiro e booktuber, entre outros.</p><p>Outra sugestão seria elaborar atividades com textos curtos, mas que trouxessem informações diversas e solicitar</p><p>ao aluno que destaque o tema desses textos. Gradualmente, os textos podem aumentar de tamanho e complexidade,</p><p>sempre com o mesmo objetivo de identificar o tema ou assunto central. Uma outra sugestão seria comparar textos que</p><p>trazem informações semelhantes, mas que têm foco distintos para que o aluno possa compreender as sutilezas que</p><p>muitas vezes precisam ser percebidas para reconhecer o tema em meio a informações diversas. O trabalho com este</p><p>Saber está relacionado a outros Saberes, como o S07 - Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto,</p><p>o S10 - Identificar o propósito comunicativo em diferentes gêneros e o S13 - Reconhecer diferentes formas de tratar uma</p><p>informação na comparação de textos de um mesmo tema. Por isso, o trabalho com textos diversos em uma mesma aula</p><p>seria uma estratégia válida para o desenvolvimento das habilidades relacionadas com este Saber.</p><p>Saber S06 - Distinguir fato de opinião relativa ao fato.</p><p>Habilidade S06.H16 - Identificar um juízo de valor/julgamento expresso pelo enunciador (narrador, autor,</p><p>eu lírico) sobre algo, alguém ou fato textos verbais, pertencentes a gênero simples, expositivo,</p><p>injuntivo ou argumentativo (ex.: verbete de dicionário, verbete de enciclopédia, receita médica,</p><p>receita culinária, carta de reclamação, carta do leitor etc.).</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>A TRAIÇÃO É UM PROBLEMA DE CARÁTER?</p><p>A pergunta do nosso título certamente causa muitas polêmicas. Para alguns, quem trai não ama, e certamente</p><p>é um “mau caráter". Para outros, a traição não está relacionada à questão de a pessoa ser boa ou não, mas a uma</p><p>série de variáveis que envolvem a complexidade das relações.</p><p>Entretanto, para melhor responder à questão acima, é necessário, inicialmente, esclarecer o que significa</p><p>caráter ou, ao menos, como vamos abordar esse tema nesse texto.</p><p>Para muitos, caráter tem uma conotação moral e significa o quanto uma pessoa age de acordo com bons</p><p>costumes, valores ou o quanto essa pessoa se afasta de comportamentos considerados bons. Nesse sentido, o mau</p><p>caráter seria aquele que rouba, é corrupto, engana, etc.</p><p>Uma outra aproximação, que será a que utilizaremos, entende o caráter como modo de ser, como uma forma de</p><p>vida que se constrói ao longo da existência.</p><p>Nesse sentido, o caráter não é estático ou herdado, mas sim uma realidade que, ao longo da vida, vai se</p><p>formando de acordo com uma série de influências e decisões que tomamos. De certa maneira, nós temos uma</p><p>liberdade na construção de nosso caráter, ou seja, ele é fruto de nossas decisões. Sendo assim, podemos dizer que</p><p>nós somos responsáveis pela nossa construção, por aquilo que nos tornamos.</p><p>Aqui podemos inserir o tema da traição e, com isso, pontuar que a traição não ocorre somente quando um</p><p>homem ou mulher estabelecem um relacionamento amoroso com outra pessoa, enquanto em um relacionamento</p><p>estável com alguém. A traição tem seu início na medida em que eu permito que pouco a pouco algo ou alguém vá</p><p>tomando na minha vida o lugar daquele com quem resolvi estabelecer um vínculo amoroso.</p><p>Você pode perceber, portanto, que a traição é construída e, muitas vezes, não inicia somente quando uma</p><p>pessoa começa a pensar em outra, apesar de estar casado(a) ou em uma relação estável (namoro ou noivado). Ela</p><p>começa quando não se reserva um espaço para o outro em sua vida, desde os aspectos externos (tempo de</p><p>convivência, diálogo, momentos de intimidade) até internos (Quanto tempo você reserva para pensar na pessoa com</p><p>quem se relaciona? Quanto você a contempla, a observa?).</p><p>Em um mundo marcado pela hiperestimulação, é fácil se distanciar do outro, perdê-lo em uma enxurrada de</p><p>informações e, no fim, esquecer que, para amar, precisamos nos voltar para quem amamos, precisamos de entregar</p><p>nosso tempo e nossa vida.</p><p>Sendo assim, podemos dizer que a traição não é um problema de caráter no sentido de bom ou mau caráter,</p><p>mas sim um problema que nasce da forma como vamos nos construindo ao longo de nossa vida, ao longo de nossa</p><p>13</p><p>relação, ao ponto em que perdemos o outro, já não sendo ele um "tu", mas somente "algo".</p><p>Fonte: CARDOSO, José Augusto Rento. A traição é um problema de caráter? A12 Redação. Disponível em:</p><p><https://www.a12.com/redacaoa12/opiniao/a-traicao-e-um-problema-de-carater>. Acesso em: 22 jul. 2024.</p><p>Qual das seguintes alternativas melhor representa o julgamento do autor sobre a traição em relacionamentos amorosos?</p><p>A) A traição é um comportamento de pessoas com mau caráter, que são incapazes de amar verdadeiramente.</p><p>B) A traição ocorre devido à falta de tempo e convivência entre os parceiros, o caráter pouco influencia esse</p><p>comportamento.</p><p>C) A traição é um reflexo de um caráter em construção, influenciado pelas decisões e experiências ao longo da</p><p>vida.</p><p>D) A traição começa quando uma pessoa se envolve fisicamente com outra fora do relacionamento.</p><p>E) A traição é inevitável em um mundo hiperestimulado e, portanto, é desculpável e compreensível.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) O autor argumenta que a traição não é necessariamente um reflexo de mau caráter, mas sim de como o caráter se</p><p>constrói ao longo da vida e das relações. O autor também menciona que a traição está mais ligada à forma como</p><p>nos distanciamos do outro, e não à incapacidade de amar verdadeiramente.</p><p>B) Embora a falta de tempo e convivência sejam fatores mencionados, o autor não diz que o caráter pouco influencia</p><p>na traição. Na verdade, o autor enfatiza que a traição é um problema que nasce da forma como construímos nosso</p><p>caráter e nossas relações ao longo do tempo.</p><p>C) Gabarito.</p><p>D) O autor argumenta que a traição começa antes do envolvimento físico, quando não se reserva espaço para o outro</p><p>em sua vida, tanto em aspectos externos como internos.</p><p>A traição, segundo o autor, inicia-se com a perda gradual</p><p>de conexão e atenção com o parceiro.</p><p>E) Embora o autor mencione que a hiperestimulação do mundo moderno facilita a distanciamento, ele não afirma que a</p><p>traição é inevitável ou desculpável. Em vez disso, o autor destaca a importância de se voltar para quem se ama e de</p><p>tomar decisões conscientes para construir um caráter e uma relação sólidos.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O objetivo deste item é avaliar nos estudantes a habilidade de identificar um juízo de valor/julgamento expresso</p><p>pelo enunciador (narrador, autor, eu lírico) sobre algo, alguém ou fato textos verbais, pertencentes a gênero simples,</p><p>expositivo, injuntivo ou argumentativo (ex.: verbete de dicionário, verbete de enciclopédia, receita médica, receita</p><p>culinária, carta de reclamação, carta do leitor etc.).</p><p>O fato é um acontecimento, uma ocorrência que acontece em decorrência de algum evento exterior, é algo que</p><p>pode ser constatado, comprovado como verdadeiro ou falso. A opinião é um ponto de vista relativo a um fato, isto é, é</p><p>um julgamento pessoal a respeito de algo, uma opinião.</p><p>Para distinguir um fato de uma opinião relativa a esse fato, é importante observar as palavras e frases usadas no</p><p>texto com o objetivo de verificar as evidências, estatísticas ou dados concretos que os respaldam. Esses elementos</p><p>apontam para os fatos. As opiniões, geralmente, estão acompanhadas de palavras ou expressões como “acredito que”,</p><p>“penso que”, “na minha opinião”, “melhor”, “pior”.</p><p>Outra forma de identificar e distinguir fato de opinião, consiste em observar a semântica dos adjetivos empregados</p><p>para caracterizar os substantivos relacionados ao fato. O suporte do item é um artigo de opinião, gênero do tipo de texto</p><p>dissertativo-argumentativo através do qual o autor apresenta seu ponto de vista sobre determinado tema e, por isso,</p><p>recebe esse nome. O gabarito está de acordo com a abordagem do autor, que vê o caráter como algo que se constrói ao</p><p>longo do tempo, influenciado por decisões e experiências, e que a traição é um reflexo desse processo contínuo de</p><p>construção do caráter.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Ensinar alunos de ensino médio a identificar um juízo de valor expresso pelo narrador em textos verbais pode ser uma</p><p>14</p><p>https://www.a12.com/redacaoa12/opiniao/a-traicao-e-um-problema-de-carater</p><p>tarefa desafiadora, mas aqui estão algumas estratégias e atividades que podem ser úteis:</p><p>Estratégias de Ensino</p><p>1. Definição e Exemplificação:</p><p>○ Comece explicando o que é um juízo de valor: uma opinião ou avaliação que reflete a atitude ou</p><p>perspectiva do narrador sobre um assunto específico.</p><p>○ Use exemplos claros de textos que contêm juízos de valor e outros que são puramente descritivos.</p><p>2. Análise de Textos Curtos:</p><p>○ Escolha textos curtos, como notícias, editoriais, ou excertos de literatura, e peça aos alunos para</p><p>identificarem frases que expressam opiniões ou avaliações.</p><p>3. Comparação de Textos:</p><p>○ Apresente dois textos sobre o mesmo tema: um que contenha juízos de valor e outro que seja apenas</p><p>informativo. Peça aos alunos para compararem as abordagens.</p><p>4. Uso de Destaques e Anotações:</p><p>○ Ensine os alunos a sublinharem ou destacarem frases que contenham adjetivos, advérbios ou frases</p><p>opinativas. Mostre como esses elementos geralmente indicam juízos de valor.</p><p>5. Discussões em Grupo:</p><p>○ Promova discussões em grupo em que os alunos possam debater e justificar se determinadas frases ou</p><p>expressões contêm juízos de valor, apoiando-se em evidências textuais.</p><p>Atividades Práticas</p><p>1. Identificação e Justificação:</p><p>○ Dê aos alunos um parágrafo e peça que identifiquem todas as frases que expressam juízos de valor. Em</p><p>seguida, eles devem justificar suas escolhas, explicando por que cada frase é um juízo de valor.</p><p>2. Criação de Textos:</p><p>○ Peça aos alunos para escreverem dois pequenos textos sobre o mesmo tema: um que contenha juízos</p><p>de valor e outro que seja puramente descritivo. Depois, discutam as diferenças em classe.</p><p>3. Análise de Artigos:</p><p>○ Escolha artigos de opinião de jornais ou revistas e peça aos alunos para sublinharem todas as frases</p><p>que contenham juízos de valor. Em seguida, discuta como esses juízos influenciam a percepção do</p><p>leitor.</p><p>4. Mapeamento de Sentimentos:</p><p>○ Use gráficos ou mapas conceituais para ajudar os alunos a visualizar como os juízos de valor afetam o</p><p>tom geral do texto.</p><p>Exemplos Práticos</p><p>1. Texto com Juízo de Valor:</p><p>○ “Foi uma revolução dos elementos da natureza, associados numa empreitada sinistra de destruição e</p><p>angústia.”</p><p>■ Juízo de valor: "sinistra" e "angústia" indicam uma opinião negativa sobre a situação.</p><p>2. Texto Descritivo:</p><p>○ “As águas invadiram o cais do porto de Porto Alegre no dia 30 de abril e alcançaram o centro da cidade</p><p>no dia 8 de maio.”</p><p>■ Descritivo: Apenas apresenta os fatos sem opiniões ou avaliações.</p><p>Discussão e Reflexão</p><p>1. Análise Reflexiva:</p><p>○ Peça aos alunos para refletirem sobre como os juízos de valor podem influenciar a interpretação dos</p><p>eventos descritos. Como diferentes juízos de valor poderiam mudar a percepção do leitor?</p><p>2. Exploração de Contextos:</p><p>○ Incentive os alunos a considerarem o contexto em que o texto foi escrito. Como o contexto pode</p><p>influenciar os juízos de valor expressos pelo narrador?</p><p>Usando essas estratégias e atividades, os alunos podem desenvolver uma habilidade crítica importante: a capacidade de</p><p>identificar e analisar juízos de valor em textos verbais.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte</p><p>link:https://www.educacao.ma.gov.br/wp-content/uploads/2019/06/SD_LP_D14_-Professor.pdf</p><p>15</p><p>https://www.educacao.ma.gov.br/wp-content/uploads/2019/06/SD_LP_D14_-Professor.pdf</p><p>Saber S07 - Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.</p><p>Habilidade S07.H10 - Identificar informação principal expressa por meio de eventos ordenados em uma</p><p>sequência temporal em textos de gêneros simples de qualquer sequência discursiva</p><p>predominante.</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>De 1941 a 2024: por que as enchentes são desafio constante no RS</p><p>“Foi uma revolução dos elementos da natureza, associados numa empreitada sinistra de destruição e</p><p>angústia”. É assim que um relatório destinado ao prefeito do Rio Grande descreve a inundação de 1941. Foram 22</p><p>dias de chuvas intensas que resultaram em uma das piores catástrofes da história da região. As águas invadiram o</p><p>cais do porto de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, no dia 30 de abril e rumaram para o centro em marcha</p><p>contínua. O ápice da altura foi no dia 8 de maio, quando as águas do Guaíba chegaram a impressionantes 4,76m</p><p>acima do nível normal, cerca de 70 mil pessoas (de uma população de 272 mil habitantes, tiveram de abandonar as</p><p>suas casas e a recuperação levou anos. “Foi um grande trauma”, afirma André Silveira, pesquisador do Instituto de</p><p>Pesquisas Hidrológicas (IPH) da UFRGS.</p><p>Mas, como se sabe, não foi assim que aconteceu. Das cinco maiores cheias do Guaíba registradas desde</p><p>1941, quatro ocorreram apenas nos últimos oito anos. Em 2023, o Rio Grande do Sul já tinha batido em marcas</p><p>históricas de alagamentos. Nenhuma, porém, tinha superado o trauma de 1941. Até agora. As mudanças ocasionadas</p><p>pelo aquecimento global, somadas às características hidrológicas do Rio Grande do Sul, contribuem para situações</p><p>extremas, mas não são as únicas. Especialistas alertam para a falta de manutenção nas estruturas de controle das</p><p>águas. De acordo com Silveira, há rachaduras espalhadas pelos muros de contenção, além de falhas operacionais</p><p>nos sistemas de escoamento das comportas, o que resultou em vazamentos e prejudicou a contenção da inundação.</p><p>Para a arquiteta Mima Feltrin, se a tragédia de 1941 causou alguma surpresa, a de 2024 era fato anunciado.</p><p>A pesquisadora defende que desde a década de 1970, cientistas brasileiros têm produzido estudos robustos sobre as</p><p>inundações no estado. E desde os anos 2000, analistas avaliam que se houvesse uma convergência geográfica,</p><p>hidrográfica e meteorológica</p><p>poderia haver uma enchente igual ou superior a de 1941. “Estamos falando de, pelo</p><p>menos, 25 anos de avisos”, diz. A inércia diante dos fatos representa, para a arquiteta, uma estratégia política. “Aqui</p><p>no Brasil a lógica é inversa. Gastamos cerca de 14 vezes mais com reconstrução do que com a prevenção de</p><p>tragédias”. Diante do novo trauma, Silveira resume: “Está tudo igual a 1941, e 80 anos não mudaram praticamente</p><p>nada. Vamos ter que começar tudo de novo. Espero que dessa vez aprendamos alguma coisa”.</p><p>Fonte: MONITCHELE, Marília. De 1941 a 2024: por que as enchentes são desafio constante no RS. Disponível em:</p><p><https://veja.abril.com.br/ciencia/de-1941-a-2024-porque-as-enchentes-sao-desafio-constante-no-rs>. Acesso em: 21 maio 2024.</p><p>Qual das alternativas a seguir identifica corretamente a informação principal sobre as enchentes ocorridas no Rio Grande</p><p>do Sul entre 1941 e 2024?</p><p>A) Entre 1941 e 2024, não houve nenhuma enchente significativa no Rio Grande do Sul além da de 1941, que foi</p><p>contida rapidamente graças a sistemas eficientes de controle de água.</p><p>B) Desde 1941, a região do Rio Grande do Sul tem enfrentado enchentes cada vez menos frequentes, culminando</p><p>em um período de seca entre 2020 e 2024.</p><p>C) A enchente de 1941 foi a única catástrofe desse tipo a atingir o Rio Grande do Sul até 2024, quando novas</p><p>estruturas de contenção finalmente evitaram uma grande inundação.</p><p>D) Entre 1941 e 2024, houve enchentes significativas no Rio Grande do Sul, principalmente nos últimos oito anos,</p><p>evidenciando problemas de manutenção das estruturas de controle de água.</p><p>E) Após a enchente de 1941, o Rio Grande do Sul adotou medidas de prevenção que evitaram qualquer</p><p>alagamentos até 2024, quando uma nova tecnologia de controle foi implementada.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Esta alternativa está incorreta porque afirma que não houve nenhuma enchente significativa no Rio Grande do Sul</p><p>além da de 1941, o que contraria a informação do texto que menciona várias enchentes significativas ocorridas entre</p><p>1941 e 2024, especialmente nos últimos oito anos.</p><p>16</p><p>https://veja.abril.com.br/ciencia/de-1941-a-2024-porque-as-enchentes-sao-desafio-constante-no-rs</p><p>B) Esta alternativa está incorreta porque sugere que as enchentes no Rio Grande do Sul se tornaram cada vez menos</p><p>frequentes e culminaram em um período de seca entre 2020 e 2024, o que não é mencionado no texto. O texto</p><p>indica que as enchentes se tornaram mais frequentes e severas nos últimos anos.</p><p>C) Esta alternativa está incorreta porque afirma que a enchente de 1941 foi a única até 2024 e que novas estruturas de</p><p>contenção evitaram uma grande inundação em 2024. No entanto, o texto menciona que houve várias enchentes</p><p>significativas entre 1941 e 2024, e que a falta de manutenção nas estruturas de controle contribuiu para a grande</p><p>enchente de 2024.</p><p>D) Gabarito.</p><p>E) Esta alternativa está incorreta porque sugere que medidas eficazes de prevenção evitaram alagamentos até 2024, o</p><p>que contraria a informação do texto. O texto menciona que houve várias enchentes significativas, especialmente nos</p><p>últimos oito anos, e que problemas de manutenção nas estruturas de controle de água contribuíram para a</p><p>inundação de 2024.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O objetivo deste item é avaliar nos estudantes a habilidade de identificar uma informação principal expressa por</p><p>meio de eventos ordenados em uma sequência temporal em textos de gêneros simples de qualquer sequência</p><p>discursiva predominante.</p><p>No item, o estudante, ao reconhecer o fato principal divulgado, reconhece, também, a informação principal do</p><p>texto. Portanto, a única alternativa correta é a D, que reflete corretamente a informação principal sobre as enchentes no</p><p>Rio Grande do Sul entre 1941 e 2024 conforme descrito no texto.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Você pode utilizar o texto para ensinar seus alunos a diferenciar a informação principal das secundárias adotando</p><p>algumas estratégias pedagógicas específicas:</p><p>1. Introdução ao Conceito</p><p>Explicar a diferença:</p><p>● Informação principal: O ponto central ou a ideia mais importante do texto.</p><p>● Informação secundária: Detalhes que explicam, exemplificam ou expandem a ideia principal.</p><p>2. Leitura Orientada</p><p>Leitura em etapas:</p><p>● Pedir aos alunos para lerem o texto uma vez em silêncio.</p><p>● Em seguida, fazer uma leitura compartilhada, destacando trechos importantes.</p><p>3. Identificação da Informação Principal</p><p>Exercício prático:</p><p>● Perguntar aos alunos: "Qual é a principal descoberta ou afirmação do estudo?"</p><p>● Resposta esperada: A probabilidade de ocorrência de terremotos de magnitude até 5.1 em Acaraú e até 4.7 em</p><p>Cascavel e Palhano em 50 anos.</p><p>4. Identificação das Informações Secundárias</p><p>Análise de detalhes:</p><p>● Pedir aos alunos para identificar detalhes que explicam a descoberta principal.</p><p>● Exemplos:</p><p>○ A diferença entre ameaça e risco explicada pelo professor Aderson Nascimento.</p><p>○ A razão dos tremores devido à reativação de falhas geológicas.</p><p>○ Exemplos de tremores registrados em maio de 2024.</p><p>○</p><p>5. Discussão em Grupo</p><p>Debate orientado:</p><p>● Dividir a classe em grupos e pedir para discutirem quais informações no texto são principais e quais são</p><p>secundárias.</p><p>● Cada grupo apresenta suas conclusões.</p><p>17</p><p>6. Exercícios de Revisão</p><p>Questões de múltipla escolha:</p><p>● Criar questões de múltipla escolha onde os alunos precisam identificar se a informação apresentada é principal</p><p>ou secundária.</p><p>7. Produção de Resumos</p><p>Atividade prática:</p><p>● Pedir aos alunos para escreverem um resumo do texto, garantindo que incluam a informação principal e</p><p>algumas informações secundárias.</p><p>● Comparar os resumos e discutir quais informações foram consideradas principais e secundárias por diferentes</p><p>alunos.</p><p>Exemplo de Resumo:</p><p>Informação principal:</p><p>● "Um estudo do LabSis da UFRN aponta uma probabilidade de 50% de terremotos de magnitude até 5.1 em</p><p>Acaraú e até 4.7 em Cascavel e Palhano nos próximos 50 anos."</p><p>Informações secundárias:</p><p>● A explicação do professor Aderson Nascimento sobre a diferença entre ameaça e risco.</p><p>● Registros de tremores de terra em maio de 2024 no Ceará.</p><p>● A causa dos tremores devido à reativação de falhas geológicas na região.</p><p>●</p><p>8. Avaliação</p><p>Teste escrito:</p><p>● Aplicar uma avaliação onde os alunos leiam um texto similar e identifiquem as informações principais e</p><p>secundárias.</p><p>Conclusão</p><p>Usando essas estratégias, o professor pode ajudar os alunos a desenvolver habilidades críticas de leitura e</p><p>compreensão, permitindo que eles diferenciem informações principais de secundárias de forma eficaz.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad07-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S07 - Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.</p><p>Habilidade S07.H20 - Identificar informação principal expressa pela relação de um agente e seus</p><p>respectivos eventos por ele desencadeados em textos verbais ou multissemióticos,</p><p>pertencentes a gêneros complexos e/ou de grande circulação social de qualquer sequência</p><p>discursiva predominante.</p><p>Nível de dificuldade Médio</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>O RECALCITRANTE</p><p>(Carlos Drummond de Andrade)</p><p>O trocador olhou, viu, não aprovou. Daquele passageiro escanchado placidamente no banco lateral, escorria um fio de</p><p>água que ia compondo, no piso do ônibus, a microfigura de uma piscina.</p><p>– Ei, moço quer fazer o favor de levantar?</p><p>O moço (pois ostentava barba e cabeleira amazônica, sinais indiscutíveis de mocidade), nem-te-ligo.</p><p>O trocador esfregou as mãos no rosto, em gesto de enfado e desânimo, diante de situação tantas vezes enfrentada, e</p><p>murmurou:</p><p>– Estes “caras” são de morte.</p><p>Devia está pensando: Todo ano a mesma coisa. Chegando o verão, chegam problemas. Bem disse o Dario, quando</p><p>fazia gol no Atlético Mineiro: problemática demais. Estava cansado de advertir passageiros que não aprendem como</p><p>viajar em coletivos. Não aprendem e não querem aprender. Tendo comprado passagem por 65 centavos, acham que</p><p>compraram o ônibus e podem fazer dele casa-da-peste.</p><p>Mas insistiu:</p><p>– Moço! Ô moço!</p><p>Nada. Dormia? Olhos abertos, pernas cabeludas ocupando cada vez mais espaço, ouvia e não respondia. Era preciso</p><p>tomar providência:</p><p>18</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad07-professor-AVACED.pdf</p><p>– O senhor aí, cavalheiro, quer cutucar o braço do distinto, pra ele me prestar atenção?</p><p>O cavalheiro, vê lá se ia se meter numa dessas. Ignorou, olímpico, a marcha do caso terrestre.</p><p>Embora sem surpresa, o cobrador coçou a cabeça. Sabia de experiência própria que passageiro nenhum quer entrar</p><p>numa “fria”. Ficam de camarote, espiando o circo pegar fogo. Teve pois que sair do seu trono, pobre trono de trocador,</p><p>fazendo a difícil ginástica de sempre. Bateu no ombro do rapaz:</p><p>– Vamos levantar?</p><p>O outro mal olhou para ele, do longe de sua distância espiritual. Insistiu:</p><p>– Como é, não levanta?</p><p>– Estou bem aqui.</p><p>– Eu sei, mas é preciso levantar.</p><p>– Levantar pra quê?</p><p>– Pra que, não. Por quê. Seu calção está molhado de água do mar.</p><p>– Tem certeza que é água do mar?</p><p>– Tá na cara.</p><p>– Como tá na cara? Analisou?</p><p>Forrou-se de paciência para responder:</p><p>– Olha, o senhor está de calção de banho, o senhor veio da praia, que água pode ser essa que está pingando se não</p><p>for água do mar? Só se…</p><p>– Se o quê?</p><p>– Nada.</p><p>– Vamos, diz o que pensou.</p><p>– Não pensei nada. Digo que o senhor tem de levantar porque seu calção está ensopado e vai fazendo uma lagoa aí</p><p>embaixo.</p><p>– E daí?</p><p>– Daí, que é proibido.</p><p>– Proibido suar?</p><p>– Claro que não.</p><p>– Pois eu estou suando, sabe? Não posso suar sentado, com esse calorão de janeiro? Tenho que suar de pé?</p><p>– Nunca vi suar tanto na minha vida. Desculpe, mas a portaria não permite.</p><p>– Que portaria?</p><p>– Aquela pregada ali, não está vendo? “O passageiro, ainda que com roupa sobre as vestes de banho molhadas,</p><p>somente poderá viajar de pé.</p><p>– Portaria nenhuma diz que o passageiro suado tem que viajar de pé. Papo findo, tá bom?</p><p>– O senhor está desrespeitando a portaria e eu tenho que convidar o senhor a descer do ônibus.</p><p>– Eu, descer porque estou suado? “Sem essa”.</p><p>– O ônibus vai parar e eu chamo a polícia.</p><p>– A polícia vai me prender porque estou suando?</p><p>– Vou botar o senhor pra fora porque é um… recalcitrante.</p><p>O passageiro pulou, transfigurado:</p><p>– O quê? Repita se for capaz.</p><p>– Re… calcitrante.</p><p>– Te quebro a cara, ouviu? Não admito que ninguém me insulte!</p><p>– Eu? Não insultei.</p><p>– Insultou, sim. Me chamou de réu. Réu não sei o que, calcitrante, sei lá o que é isso. Retira a expressão, ou lá vai</p><p>bolacha.</p><p>– Mas é a portaria! A portaria é que diz que o recalcitrante…</p><p>– Não tenho nada com a portaria. Tenho é com você, seu cretino. Retira já a expressão, ou…</p><p>Retira não retira, o ônibus chegou ao meu destino, eu paro infalivelmente no meu destino. Fiquei sem saber que</p><p>consequências físicas e outras teve o emprego da palavra “recalcitrante”.</p><p>Fonte: https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/06/cronica-o-recalcitrante-carlos-drummond.html>. Acesso em: 10 jul. 2024.</p><p>A informação principal do texto é:</p><p>A) A frustração do trocador com passageiros mal-educados.</p><p>B) A discussão entre o trocador e o passageiro sobre a origem da água.</p><p>C) A descrição detalhada da aparência do passageiro.</p><p>D) A regra específica sobre passageiros com vestes de banho molhadas.</p><p>19</p><p>https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/06/cronica-o-recalcitrante-carlos-drummond.html</p><p>E) A tentativa do trocador de analisar a água que estava escorrendo.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Incorreta porque, embora a frustração do trocador seja notória, ela é um evento dentro do contexto maior da</p><p>discussão entre o trocador e o passageiro sobre a origem da água.</p><p>B) Gabarito.</p><p>C) Incorreta porque a aparência do passageiro é uma informação secundária e não o foco principal do texto.</p><p>D) Incorreta porque, embora a regra seja mencionada, o texto foca mais na reação do trocador e na sua frustração.</p><p>E) Incorreta porque a análise da água é um detalhe menor comparado ao tema central da frustração do trocador.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O objetivo deste item é avaliar nos estudantes a habilidade de identificar informação principal expressa pela</p><p>relação de um agente e seus respectivos eventos por ele desencadeados em textos verbais ou multissemióticos,</p><p>pertencentes a gêneros complexos e/ou de grande circulação social de qualquer sequência discursiva predominante. Os</p><p>textos multissemióticos, também conhecidos como multimodais, são aqueles que combinam diferentes modos de</p><p>comunicação, como texto escrito, imagens, gráficos, sons e vídeos, para transmitir informações. Esses textos são cada</p><p>vez mais comuns na era digital e exigem dos alunos habilidades de leitura e interpretação que vão além do texto verbal.</p><p>No ensino médio, é essencial que os alunos desenvolvam a capacidade de interpretar e analisar textos multissemióticos,</p><p>pois essas habilidades são fundamentais tanto para a vida acadêmica quanto para a vida cotidiana.</p><p>Para identificar a principal informação do texto, é importante considerar o núcleo da narrativa e os principais</p><p>eventos que acontecem em torno do tema central. No caso desse trecho, a principal informação gira em torno da</p><p>interação entre o trocador e o passageiro molhado, e a dificuldade do trocador em lidar com a situação de forma a</p><p>manter a ordem no ônibus.</p><p>#FicaAdica</p><p>Professora(or),</p><p>Enfatize aos estudantes que este Saber tem como foco diferenciar as partes principais das secundárias em um</p><p>texto, espera-se, como habilidade, que os estudantes busquem identificar o que é essencial e o que é acessório em um</p><p>texto. Assim, é importante, nessa discussão, esclarecer aos estudantes que, para isso, é importante que os objetivos do</p><p>texto sejam percebidos pelo leitor.</p><p>Dessa forma, reforce que esse Saber visa avaliar a capacidade de distinguir informações relevantes daquelas</p><p>que, num texto específico, se apresentam como secundárias. Como exemplo, você pode comentar que para fazer um</p><p>resumo, essa é uma habilidade fundamental: verificar as relações no texto, as quais aparecem indicadas com</p><p>marcadores linguísticos (conjunções, por exemplo) e/ou destaques gráficos que indiquem as relações entre as partes</p><p>que compõem o texto.</p><p>Reitera-se, assim, que o trabalho para desenvolvimento da compreensão das relações de sentido que se</p><p>estabelecem no texto por meio da articulação dos elementos que o compõem deve ser constante. Antes de iniciar a</p><p>atividade, faça uma explanação sobre os diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade, desde os mais formais</p><p>até os informais, pontuando sempre que cada um apresenta uma finalidade específica e, além disso, comente sobre a</p><p>importância da coesão e coerência na organização do texto.</p><p>Você também pode consultar o Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad07-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S09 - Reconhecer gêneros discursivos</p><p>Habilidade S09.H03 - Reconhecer gêneros simples que materializam textos verbais, predominantemente</p><p>expositivos (ex.: verbete de dicionário, verbete de enciclopédia etc.).</p><p>Nível de dificuldade Fácil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>20</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad07-professor-AVACED.pdf</p><p>Disponível em: https://www.dicio.com.br/paje/. Acesso em 28 Abr. 2022.</p><p>A qual gênero esse texto pertence?</p><p>A) Verbete de dicionário.</p><p>B) Apresentação pessoal.</p><p>C) Trecho de livro didático.</p><p>D) Artigo científico.</p><p>E) Roteiro turístico.</p><p>Operações Mentais</p><p>A) Gabarito.</p><p>B) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu o gênero verbete de dicionário e também não observou que o</p><p>próprio texto dá a dica quando coloca a referência “Dicio.com.br”. Esse aluno pode ter pensado que o texto era uma</p><p>apresentação pessoal, semelhante a um slide por exemplo.</p><p>C) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu o gênero verbete de dicionário e também não observou que o</p><p>próprio texto dá a dica quando coloca a referência “Dicio.com.br”. Esse aluno pode ter pensado que o texto poderia</p><p>ser um trecho de um livro de geografia ou história,</p><p>por exemplo.</p><p>D) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu o gênero verbete de dicionário e também não observou que o</p><p>próprio texto dá a dica quando coloca a referência “Dicio.com.br”. Esse aluno pode ter pensado que o texto poderia</p><p>ser uma divulgação científica sobre o tema.</p><p>E) O aluno que marcou essa alternativa não reconheceu o gênero verbete de dicionário e também não observou que o</p><p>próprio texto dá a dica quando coloca a referência “Dicio.com.br”. Esse aluno pode ter pensado que o texto poderia</p><p>ser uma divulgação de uma região.</p><p>Comentário</p><p>Cara(o) educadora(or),</p><p>O item tem o objetivo de avaliar a habilidade de reconhecer gêneros simples que materializam textos verbais de grande</p><p>circulação social, predominantemente narrativos ou descritivos (ex.: fábula, piada, lenda, apresentação de</p><p>seres/lugares/objetos etc.).O texto apresentado é predominantemente narrativo, sendo uma biografia. Os estudantes</p><p>devem atentar sobretudo para o propósito comunicativo do texto, já que há aspectos composicionais que podem</p><p>confundi-lo visto que o texto apresenta traços de notícia e reportagem, por exemplo.</p><p>#FicaAdica</p><p>21</p><p>https://www.dicio.com.br/paje/</p><p>Professora(or),</p><p>Para que possamos trabalhar de maneira eficiente com os gêneros discursivos no ensino de línguas em sala de</p><p>aula, é necessário ressaltarmos que, além de propiciar o contato dos alunos com os mais variados gêneros discursivos,</p><p>o professor deve compreender que não é preciso fazer com que os alunos assimilem ou até mesmo decorem quais são</p><p>as características ou estrutura de cada gênero discursivo individualmente (até porque existem algumas centenas deles).</p><p>Como os gêneros discursivos são tipos relativamente estáveis de enunciados, não é eficiente que professor</p><p>prescreva uma receita de como desenvolver um artigo de opinião ou um conto, por exemplo. Existem diversas formas de</p><p>redigir um artigo de opinião, o que vai determinar seu estilo é, sobretudo, o suporte de circulação desse texto, se em</p><p>uma revista sobre política e economia ou uma revista sobre moda e cosméticos, por exemplo.</p><p>Dessa forma, elaboramos uma sugestão de como trabalhar com os gêneros discursivos em sala de aula sem</p><p>reproduzir modelos, mas, sim, pela compreensão dos efeitos de sentido causados pelo uso de um gênero discursivo em</p><p>detrimento de outro, em cada contexto específico.</p><p>Sugestão de trabalho com os gêneros discursivos em sala de aula:</p><p>1) Professor, leia com os alunos o poema “Um Beijo”, do poeta parnasiano Olavo Bilac:</p><p>Um beijo</p><p>Foste o beijo melhor da minha vida,</p><p>Ou talvez o pior...Glória e tormento,</p><p>Contigo à luz subi do firmamento,</p><p>Contigo fui pela infernal descida!</p><p>Morreste, e o meu desejo não te olvida:</p><p>Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,</p><p>E do teu gosto amargo me alimento,</p><p>E rolo-te na boca malferida.</p><p>Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,</p><p>Batismo e extrema-unção, naquele instante</p><p>Por que, feliz, eu não morri contigo?</p><p>Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto,</p><p>Beijo divino! e anseio, delirante,</p><p>Na perpétua saudade de um minuto…</p><p>(BILAC, Olavo. Poesias. 1888)</p><p>2) Em seguida, leia com os alunos o poema “Poema tirado de uma notícia de jornal”, do poeta modernista Manuel</p><p>Bandeira:</p><p>Poema tirado de uma notícia de jornal</p><p>João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número</p><p>Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro</p><p>Bebeu</p><p>Cantou</p><p>Dançou</p><p>Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.</p><p>(BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1966.)</p><p>3) Reflita com os alunos sobre o fato de os dois textos pertencerem ao gênero poema, mas serem diferentes tanto na</p><p>forma quanto no conteúdo. No caso do segundo poema, o de Manuel Bandeira, é possível destacar ainda que há um</p><p>hibridismo de gêneros no texto, o poema e a notícia (gêneros que, inclusive, são bastante distintos na sua forma de</p><p>organização, já que um é escrito em prosa – a notícia – e o outro é escrito em versos – o poema).</p><p>4) Agora peça para que os alunos desenvolvam dois textos, de gêneros discursivos distintos, abordando o mesmo</p><p>assunto/tema. O assunto pode ser sugerido pelo professor ou ficar a critério dos alunos. Após a escrita dos textos, peça</p><p>para que os alunos comentem sobre os efeitos de sentido causados pelos textos de gêneros discursivos distintos para</p><p>tratarem do mesmo assunto. Bom trabalho!</p><p>Para conhecer mais sobre o assunto, sugerimos a leitura do Material Estruturado de Língua Portuguesa disponível</p><p>no seguinte link:</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad09-professor-AVACED.pdf</p><p>22</p><p>https://www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/82/2022/03/mesisedu-aulad09-professor-AVACED.pdf</p><p>Saber S10 - Identificar o propósito comunicativo em diferentes gêneros</p><p>Habilidade S10.H09 - Identificar o propósito comunicativo de gêneros simples que materializam textos</p><p>verbais, predominantemente da ordem do relatar (ex.: relato histórico, relato científico,</p><p>reportagem etc.).</p><p>Nível de dificuldade Difícil</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>Estelinha Bezerra nasceu no dia 5 de janeiro de 1930, no município de Jaguaribe, no Ceará. Casou-se em</p><p>1950 e, em 1979, veio morar em São Paulo em busca de melhores condições de vida para a família, pois "a cidade</p><p>era um celeiro de empregos".</p><p>Estelinha passou por muitos obstáculos ao longo da vida, especialmente a perda de cinco filhos: um na</p><p>gestação, dois ainda bebês e dois adultos, um com 39 anos e outro com 62 anos. "Eles levaram um pedaço de mim</p><p>com eles."</p><p>"Meu pai se enforcou em uma árvore quando eu tinha apenas dois anos. E minha mãe, sem marido, criou as</p><p>quatro filhas com valores muito claros: respeito, verdade, bondade. Quando casei, fiz por amor. Meu marido sempre</p><p>foi pouco presente na educação dos filhos. Eu cuidava de absolutamente tudo relacionado à casa e aos filhos. Me</p><p>tornei o general da casa, eu era a líder da tropa toda. Tive apenas um mês e 19 dias de estudo e, por ter estudado tão</p><p>pouco, fazia questão que meus filhos estudassem".</p><p>Viúva desde 2003, Estelinha teve 17 filhos. Ela é avó de 28 netos, bisavó de 20 bisnetos e tataravó de uma</p><p>menina. Em 2019, Estelinha teve um AVC e, em 2020, teve Covid e ficou entre a vida e a morte.</p><p>"Com a morte do meu marido, conheci uma depressão severa. Na pandemia, passei 14 dias, sozinha, em</p><p>um quarto de hospital, com poucas chances de sobreviver. Foi a pior doença que já tive na vida e não desejo o que</p><p>passei para ninguém. Só chorava e passei por uma depressão muito forte."</p><p>Em junho de 2023, Estelinha teve um AVC isquêmico.</p><p>"Por muito pouco não perdi a voz para sempre. Voltei para casa depois de uma intervenção muito delicada.</p><p>Em julho de 2023, voltei à UTI com uma embolia pulmonar cuja única opção de tratamento tinha um altíssimo risco. O</p><p>que fiz? Arrisquei e optei por viver."</p><p>Foi então que o filho caçula, Josafá, de 50 anos, teve a ideia de gravar as histórias da mãe para que seus</p><p>conselhos e vontade de viver ficassem guardados para sempre.</p><p>O primeiro vídeo de Estelinha no Instagram foi a resposta a uma pergunta de Josafá: "Agora que recuperou</p><p>a fala e está viva, o que a senhora nunca viveu e gostaria de viver?". "Viajar e comer filé mignon e lagosta", ela</p><p>respondeu.</p><p>Assim, Estelinha iniciou uma carreira que jamais imaginou: tornou-se uma celebridade da internet. Em um</p><p>ano, ela já ganhou mais de meio milhão de fãs e admiradoras nas redes sociais.</p><p>"Quando a gente está com depressão, qualquer coisa vira motivo de tristeza. Agora estou alegre e satisfeita.</p><p>23</p><p>Voltei a ter vontade de sair, de ver as pessoas, de conversar e acho que a internet me ajudou. As redes sociais se</p><p>tornaram uma alegria para mim."</p><p>Algumas de suas falas viralizaram: "Quem manda em mim sou eu". "Homem nenhum me governa." "Mulher</p><p>para ser elegante precisa gostar dela mesma." "Vaidade não é pecado."</p><p>"Fico contente de ter meus seguidores acompanhando a minha vida. É um sentimento maravilhoso ser tão</p><p>querida, todo mundo gostar de mim. Queria trazer todos para a minha casa, mas acho que não caberia</p>