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<p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 1/67</p><p>Regime Geral de Previdência Social</p><p>Prof. Marcos Paulo Secioso de Góes</p><p>Descrição</p><p>Os principais benefícios previstos no Regime Geral da Previdência Social</p><p>(RGPS), a relevância dos processos administrativo, judicial,</p><p>previdenciário e a análise dos principais crimes previdenciários.</p><p>Propósito</p><p>Compreender o funcionamento do Regime Geral da Previdência Social</p><p>(RGPS) é de fundamental importância para um bom planejamento (visão</p><p>programática para obtenção de benefícios futuros) e para a salvaguarda</p><p>de direitos no caso de infortúnios que possam levar à situação de</p><p>incapacidade laborativa.</p><p>Preparação</p><p>Antes de iniciar o estudo, tenha em mãos a Constituição da República e</p><p>a Lei n. 8213/91.</p><p>Objetivos</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 2/67</p><p>Módulo 1</p><p>Benefícios previstos no Regime</p><p>Geral da Previdência Social</p><p>Identificar os principais benefícios previstos no Regime Geral de</p><p>Previdência Social.</p><p>Módulo 2</p><p>Processo administrativo, judicial e</p><p>previdenciário</p><p>Descrever os processos administrativo, judicial e previdenciário.</p><p>Módulo 3</p><p>Crimes previdenciários</p><p>Reconhecer os principais crimes previdenciários.</p><p>Introdução</p><p>Diante das inúmeras possibilidades vivenciadas por alguém ao</p><p>longo da vida laborativa, é importante conhecer o sistema de</p><p>proteção social oferecido pelo Regime Geral da Previdência</p><p>Social (RGPS), um dos maiores sistemas do mundo, que prevê as</p><p>espécies de benefícios disponibilizados para a maioria dos</p><p>trabalhadores brasileiros. Todos os que estão vinculados à</p><p></p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 3/67</p><p>iniciativa privada (e mesmo alguns detentores de cargos</p><p>públicos) têm, de alguma forma, interesse e possibilidade de</p><p>vinculação ao RGPS e de auferir suas benesses.</p><p>Questões relacionadas à parte instrumental processual também</p><p>têm sua relevância, pois a demanda por um benefício</p><p>previdenciário deverá enfrentar a via administrativa e, a depender</p><p>do resultado, também a via judicial. Em ambos os casos, normas</p><p>processuais definirão a condução do processo de concessão e</p><p>revisão de benefícios; logo, conhecê-las poderá ser essencial na</p><p>tarefa de provar o direito buscado.</p><p>Além disso, uma incursão no campo da tutela penal do sistema</p><p>previdenciário evidencia aquilo que o legislador elegeu como</p><p>conjunto de condutas essencialmente reprováveis, que deverão</p><p>ser objeto de persecução, prevenção e punição para que o</p><p>sistema opere da forma mais regular possível.</p><p>Sobre esses aspectos do Direito Previdenciário (benefícios em</p><p>espécie, questões processuais e tutela penal), nós nos</p><p>debruçaremos, ao longo deste tema, valendo-nos da legislação</p><p>específica e de aportes encontrados na obra Manual de Direito</p><p>Previdenciário (CASTRO & LAZZARI, 2018) e nos livros Direito</p><p>Previdenciário (ABREU, 2016) e Prática Previdenciária (OLIVEIRA,</p><p>2016).</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 4/67</p><p>1 - Benefícios previstos no Regime Geral da</p><p>Previdência Social</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais</p><p>benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social.</p><p>Aposentadoria por tempo de</p><p>contribuição (ATC)</p><p>Na própria nomenclatura desta espécie de aposentadoria, insere-se uma</p><p>ideia que adveio de uma mudança de perspectiva previdenciária</p><p>introduzida pela Emenda Constitucional (EC) 20/1998: tempo de serviço</p><p>x tempo de contribuição. Até a EC 20/98, o sistema era voltado para a</p><p>garantia de uma aposentadoria após certo tempo de serviço de seus</p><p>segurados. Todavia, com a necessidade de promover um equilíbrio entre</p><p>receitas e despesas, o paradigma começou a transformar-se em direção</p><p>a uma nova ideia: aposentadoria após certo tempo de contribuição.</p><p>A ideia inicial já na EC 20/1998 era acumular tempo de contribuição e</p><p>idade. Porém, não houve aprovação do congresso à época. Para</p><p>compensar, o resultado foi a criação do Fator Previdenciário pela Lei</p><p>9.876/99, cuja jurisprudência dominante (inclusive STF) entende como</p><p>constitucional. Quais eram os requisitos (antes da EC 103/2019)?</p><p>1. 35 anos de contribuição [serviço?] para homens / 30 anos de</p><p>contribuição [serviço?] para mulheres;</p><p>2. Carência de 180 meses de contribuição.</p><p>A eventual perda da qualidade de segurado não influencia na concessão</p><p>de aposentadorias, exceto a por invalidez (art. 3º e seu § 1º da Lei</p><p>10.666/03). Isso significa que, se a pessoa completou os requisitos de</p><p>contribuição numa época e veio a completar a idade depois, quando não</p><p>tinha mais qualidade de segurado, será concedida a aposentadoria.</p><p>Com as mudanças advindas da Reforma Constitucional de 2019 (EC</p><p>103/19), foi implementado o que não tinha sido aprovado na EC/1998</p><p>(idade mínima), ou seja, 65 anos de idade para homens e 62 anos de</p><p>idade para mulheres. A carência passa a ser de 240 contribuições para</p><p>homens e é mantida em 180 contribuições para mulheres.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 5/67</p><p>Na prática, com a Reforma da Previdência de 2019, deixam de existir</p><p>modalidades diferenciadas de aposentadoria por tempo de contribuição</p><p>(ATC), gerando uma modalidade de aposentadoria única com critérios</p><p>de idade e carência, semelhante à antiga APID, aumentando-se a idade</p><p>mínima da mulher de 60 para 62 e as contribuições do homem de 180</p><p>para 240. Para quem já estava no sistema em 12/11/2019 (dia anterior à</p><p>publicação da EC 103/2019), há regras de transição previstas na</p><p>Reforma da Previdência.</p><p>[Serviço?]</p><p>A questão do tempo de contribuição x tempo de serviço é colocada com</p><p>interrogação, porque o que se vê é uma transição que se dá ao longo do</p><p>tempo.</p><p>Regras de transição</p><p>Vamos ver abaixo as regras de transição:</p><p> Sistema de Pontos [art. 15] (os pontos equivalem à</p><p>soma: idade + tempo de contribuição): precisa</p><p>completar 96 pontos (homem) e 86 pontos (mulher)</p><p>em 2019 mais 1 ponto a cada ano a partir de</p><p>01/2020 até 105 pontos para homens (que ocorrerá</p><p>no ano de 2028) e 100 pontos para mulheres (no</p><p>ano de 2033). Deve haver o mínimo de 35 anos de</p><p>contribuição para homens e de 30 anos para</p><p>mulher.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 6/67</p><p>Observações sobre as regras de transição:</p><p>A. Nas regras de transição 1 e 2, aplica-se a nova regra dos</p><p>coeficientes;</p><p>B. Nas regras de transição 3 e 4, o coeficiente é 100% [art. 17</p><p>parágrafo único e art. 26 § 3º I];</p><p>C. Na regra de transição 3, aplica-se o fator previdenciário (nas</p><p>demais, não), pois é a única que não leva em conta a idade;</p><p>D. Tudo isso vale até que sobrevenha nova lei regulando a matéria.</p><p> Acréscimo Progressivo de Idade [art.16]: mantendo-</p><p>se 30 anos de contribuição para mulheres e 35</p><p>anos de contribuição para homens, exige-se idade</p><p>mínima: 61 (homens) e 56 (mulheres) em 2019</p><p>mais 6 meses a cada ano a partir de 2020 até</p><p>atingir 65 anos para homens (ano de 2027) e 62</p><p>anos para mulheres (ano de 2031).</p><p> Pedágio de 50% para quem está faltando até 2 anos</p><p>para completar o tempo de contribuição no</p><p>momento da promulgação da emenda [art. 17]: sem</p><p>idade mínima, mas cumprindo pedágio de mais</p><p>50% do tempo que falta até 35 anos para homens e</p><p>30 anos para mulheres.</p><p> Pedágio de 100%, aplicável independentemente de</p><p>quanto tempo de contribuição estava faltando no</p><p>momento da promulgação da emenda [art. 20]:</p><p>idade mínima de 60 anos para homens e 57 anos</p><p>para mulheres, cumprindo pedágio de 100% do</p><p>tempo que faltava para atingir os 35 anos para</p><p>homens e 30 anos para mulheres.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 7/67</p><p>A nova regra dos coeficientes</p><p>de prévio indeferimento administrativo. A</p><p>exigência de prévio requerimento, contudo, não se confunde com o</p><p>exaurimento das vias administrativas, ou seja, não é necessário o</p><p>recurso administrativo em relação ao indeferimento. O STF fixou que a</p><p>prévia exigência de requerimento administrativo não deve prevalecer</p><p>nos seguintes casos:</p><p>Excesso de prazo legal para análise do requerimento (demora</p><p>superior a 45 dias).</p><p>Entendimento da Administração notório e reiteradamente contrário</p><p>à postulação do segurado (teses não aceitas pelo INSS).</p><p>Pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de</p><p>benefício anteriormente concedido (salvo, neste último caso, se</p><p>depender da análise de matéria de fato ainda não levada ao</p><p>conhecimento da Administração).</p><p>Apreciação da prova na via judicial</p><p>As espécies de provas admitidas (já estudadas no âmbito do PAP) são</p><p>as mesmas que instruirão as ações judiciais. A diferença do direito</p><p>probatório nas vias administrativa e judicial reside na menor tarifação e</p><p>limitações imposta ao juiz, ao contrário do servidor administrativo, que</p><p>deve necessariamente observar o Decreto 3.048/99 e a IN 77/2015.</p><p>Na via judicial, a jurisprudência acaba só admitindo a tarifação imposta</p><p>pela Lei. Nos demais casos, vigora a ampla liberdade para apreciação</p><p>do acervo probatório.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 46/67</p><p>No âmbito previdenciário, o principal exemplo de tarifação imposta pela</p><p>lei é a exigência de início de prova material para comprovação de</p><p>vínculo (art. 55 § 3º da Lei 8.213/91). Depois da MPV 871/19</p><p>(convertida na Lei 13.846/19), passou-se a exigir início de prova material</p><p>também para dependência econômica.</p><p>Dica</p><p>1) Priorizar as provas pré-constituídas. Nem sempre é fácil conseguir</p><p>documentação em prazos judiciais exíguos. Ex.: PPP ou prova</p><p>contemporânea de vínculo.</p><p>2) Impugnação de laudos médicos periciais. Via de regra, são acolhidas</p><p>em impugnação apenas contradições internas do laudo ou questão</p><p>muito evidente (internação atual/ laudo pela capacidade). Lembrar que</p><p>já houve dois peritos (1 administrativo e 1 judicial) apontando na mesma</p><p>direção, bem como a função executada pelo médico-assistente da parte</p><p>(que eventualmente opina pela incapacidade) não é a mesma do perito.</p><p>3) Impugnar o perito ou especialidade tem mais eficácia no momento da</p><p>nomeação, e não depois de apresentado o laudo desfavorável.</p><p>4) A jurisprudência é forte no sentido de que só é necessária</p><p>especialização do perito em casos médicos muito complexos. Via de</p><p>regra, médicos do trabalho ou clínicos gerais são nomeados para as</p><p>perícias quando se alega muitas patologias ou comorbidades. Deste</p><p>modo, se há diversas patologias, mas algumas nitidamente não geram</p><p>incapacidade, é mais indicado pedir perícia na área realmente crítica.</p><p>Psiquiatria e oftalmologia são os casos que se costumam ser mais</p><p>restritivos com a especialidade.</p><p>5) A lei 13.876/19 entrou em vigor em 09/2019, limitando o pagamento</p><p>(pelo Poder Executivo) de apenas uma perícia por processo (art. 1º §</p><p>3°). Exceção: determinação de instâncias superiores (§4º).</p><p>Só cabe recurso (inominado/ordinário) de sentença definitiva (art. 5º da</p><p>Lei 10.259/01). Consequências:</p><p>1. Não cabe recurso de sentença que extingue o processo sem</p><p>julgamento do mérito. Obs.: tem-se admitido recurso</p><p>inominado/ordinário quando a sentença terminativa gera negativa</p><p>de jurisdição, pois acarretaria violação constitucional</p><p>(inafastabilidade da jurisdição - art. 5º XXXV da CRFB).</p><p>2. Não cabe recurso de decisão interlocutória, exceto quanto ao</p><p>deferimento de medidas cautelares (art. 4º da Lei 10.259/01).</p><p>Obs.: em face de decisão interlocutória (inclusive em fase</p><p>executiva), admite-se a impetração de mandado de segurança</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 47/67</p><p>perante as turmas recursais (súmula 376 do STJ e enunciado 88</p><p>do FONAJEF).</p><p>Decisões de turma recursal desafiam Pedido de Uniformização de</p><p>Interpretação de Lei Federal (PEDILEF):</p><p>No prazo de 10 dias</p><p>Dirigido à Turma Regional de Uniformização quando se tratar de</p><p>divergência entre turmas da mesma região judiciária.</p><p>No prazo de 15 dias</p><p>Dirigido à Turma Nacional de Uniformização dos JEF – TNU quando se</p><p>tratar de divergência entre turmas de regiões diferentes (Art. 14 da Lei</p><p>n.º 10.259/01 c/c art. 13 Res. 345/15 CJF).</p><p>Além de PEDILEF, cabe também recurso extraordinário para o STF em</p><p>face das decisões das turmas recursais no prazo de 15 dias (art. 15 da</p><p>Lei 10.259/01 e súmula 640 do STF). Quando a orientação acolhida pela</p><p>TNU contrariar súmula ou jurisprudência dominante STJ, a parte</p><p>interessada poderá usar do Incidente de Uniformização de</p><p>Jurisprudência – IUJ (PUIL) para provocar a manifestação do STJ, que</p><p>dirimirá a controvérsia (art. 14 § 4º da Lei 10.259/01).</p><p>Fase executiva</p><p>As execuções previdenciárias se concretizam, na maioria dos casos, em</p><p>duas obrigações, sendo uma de fazer, consistente na implantação ou</p><p>revisão do benefício previdenciário, e outra de pagar quantia certa, que</p><p>são as parcelas atrasadas.</p><p>As implantações ou revisões são feitas através das Centrais de Análise</p><p>de Benefícios – Demandas Judiciais (CEAB-DJ), antigas AADJ ou EADJ.</p><p>Os cálculos dos atrasados são apresentados pelo Setor de Contadoria</p><p>da Procuradoria Especializada do INSS – a chamada Execução Invertida</p><p>(não é o autor, e sim o réu – INSS – que apresenta o cálculo dos</p><p>atrasados).</p><p>Alguns juízos fazem os cálculos mais simples na secretaria da Vara/</p><p>Juizado. O pagamento é feito via Requisição de Pequeno Valor (RPV) na</p><p>Caixa Econômica Federal ou no Banco de Brasil no prazo de até 60 dias</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 48/67</p><p>a partir da transmissão do juízo, ou segue a dinâmica dos precatórios</p><p>(art. 100 da CRFB), se o valor a pagar superar 60 salários mínimos e não</p><p>houver renúncia do excedente.</p><p>Processos administrativo e</p><p>judicial previdenciário</p><p>Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre o processos</p><p>administrativo, judicial e previdenciário</p><p></p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 49/67</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Assinale a alternativa que descreve corretamente um dos aspectos</p><p>dos sistemas de prova e sua relação com o Direito Previdenciário.</p><p>A</p><p>Prevalece o sistema do livre convencimento</p><p>motivado, em que o julgador considera as provas</p><p>determinadas pela lei e as usa livremente na</p><p>fundamentação de sua decisão.</p><p>B</p><p>Tendo em vista que, no Direito Previdenciário, certos</p><p>fatos da vida laborativa são provados</p><p>preponderantemente, em certa época, através de</p><p>certos documentos, o sistema probatório que</p><p>prevalece é o da prova tarifada.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 50/67</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Opção A está errada, pois a determinação de provas pela lei</p><p>configura o sistema de prova tarifada. Opção B está errada, porque,</p><p>apesar da consideração sobre os documentos vigentes em cada</p><p>época de fato ser um traço da operação com o Direito</p><p>Previdenciário, prevalece o sistema do livre convencimento</p><p>motivado. Opção C é a correta, e podemos citar como exemplo as</p><p>provas periciais em benefício por incapacidade e documentais em</p><p>aposentadoria especial. A opção D está errada, pois não se tolera o</p><p>sistema da íntima convicção no Direito Previdenciário, sob pena de</p><p>violação da ampla defesa e contraditório.</p><p>Questão 2</p><p>Assinale a alternativa que apresenta uma afirmativa correta sobre</p><p>os princípios que regem o Processo Administrativo Previdenciário</p><p>(PAP):</p><p>C Apesar de o sistema do livre convencimento</p><p>motivado prevalecer no Direito Previdenciário, há,</p><p>conforme o benefício</p><p>pretendido, maior</p><p>credibilidade de certas espécies de prova.</p><p>D</p><p>O sistema da íntima convicção, apesar de não ser</p><p>regra no Direito Previdenciário, pode,</p><p>ocasionalmente, nortear o julgamento sobre</p><p>existência de união estável em requerimentos de</p><p>pensão por morte.</p><p>E</p><p>O sistema da prova tarifada prevalece no Direito</p><p>Previdenciário, tendo em vista o valor probatório de</p><p>algumas provas essenciais ao Direito Previdenciário.</p><p>A</p><p>O princípio da motivação tem estreita ligação com o</p><p>princípio do impulso.</p><p>B</p><p>Caso exista a possibilidade de conceder mais de um</p><p>benefício, o INSS deixará a cargo do beneficiário</p><p>optar pelo melhor benefício para si, a fim de</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 51/67</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>O art. 659, XVI, IN77, encampa o princípio da oficialidade ao PAP, eis</p><p>dispor o seguinte: “Nos processos administrativos previdenciários</p><p>serão observados, entre outros, os seguintes preceitos - impulsão,</p><p>de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos</p><p>interessados”.</p><p>proteger o princípio do menor ônus financeiro para o</p><p>INSS.</p><p>C</p><p>O princípio da verdade material não se aplica no</p><p>PAP, prevalecendo, por assim, o princípio da verdade</p><p>formal.</p><p>D</p><p>O PAP observa o princípio do impulso, cabendo ao</p><p>requerente (interessado) impulsionar o processo e</p><p>promover as diligências para provar seu direito</p><p>perante o INSS.</p><p>E</p><p>O princípio da oficialidade impõe à Administração o</p><p>dever de dar prosseguimento ao processo,</p><p>impulsionando-o de ofício, sem prejuízo da atuação</p><p>dos interessados.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 52/67</p><p>3 - Crimes previdenciários</p><p>Reconhecer os principais crimes previdenciários.</p><p>Primeiras palavras</p><p>Inicialmente, alguns crimes previdenciários estavam previstos no artigo</p><p>95 da Lei de Custeio da Previdência Social (LCPS – Lei 8.212/91), mas, a</p><p>partir do ano 2000, com o advento da Lei 9.983/00, houve uma migração</p><p>desses tipos penais para o Código Penal. Vale dizer que não houve</p><p>revogação, anistia, ou o que se denomina no Direito Penal como abolitio</p><p>criminis, ou seja, não houve perdão ou retirada desses crimes do</p><p>ordenamento jurídico, mas apenas uma alteração do diploma legislativo</p><p>que os prevê.</p><p>Apropriação indébita</p><p>previdenciária</p><p>O empregador possui entre as suas obrigações acessórias tributárias</p><p>reter o valor de contribuição dos segurados a seu serviço e recolher aos</p><p>cofres da Previdência. A retenção feita em cima do salário pago ao</p><p>empregado coloca nas mãos do empregador um valor que a ele não</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 53/67</p><p>pertence: é um valor do seu empregado que deve ser destinado à</p><p>Previdência Social, ou seja, o empregador, por uma questão de</p><p>otimização da lógica fiscalizatória, fica de posse desse valor de</p><p>terceiros (seus empregados e contribuintes individuais que lhe prestam</p><p>serviço) até a data designada para o recolhimento das contribuições,</p><p>sendo que a legislação prevê o crime de apropriação indébita</p><p>previdenciária caso tais valores não sejam repassados à Previdência</p><p>Social no tempo oportuno.</p><p>Previsão legal: artigo 168-A do CP / pena prevista: reclusão de 2 (dois) a</p><p>5 (cinco) anos e multa. O caput do art. 168-A prevê que constitui crime</p><p>“deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos</p><p>contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional”, sendo que o § 1º</p><p>estende a previsão para as seguintes condutas:</p><p>Deixar de recolher, no prazo legal, contribuição ou outra</p><p>importância destinada à previdência social que tenha sido</p><p>descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou</p><p>arrecadada do público.</p><p>Deixar de pagar benefício devido a segurado, quando as</p><p>respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à</p><p>empresa pela Previdência Social.</p><p>Há, ainda, dentre os incisos do §1º, uma previsão relacionada a valores</p><p>derivados de venda de produtos e serviços, que se aplicam a casos</p><p>especiais, em que algumas empresas, em razão de sua operação, estão</p><p>sujeitas à substituição tributária (ficar responsável por tributos devidos</p><p>por terceiros) em cima de contribuições substitutivas (que não incidem</p><p>sobre valores de remuneração, mas em razão de venda de produtos).</p><p>Nesses casos, também há a caraterização de apropriação indébita</p><p>previdenciária caso não haja o repasse: “Deixar de recolher</p><p>contribuições devidas à previdência social que tenham integrado</p><p>despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à</p><p>prestação de serviços”.</p><p>Quando a empresa deixa de recolher as contribuições</p><p>devidas por ela própria, não está caracterizada a</p><p>apropriação indébita previdenciária. Há necessidade de</p><p>que o valor tenha sido retido de um terceiro para a</p><p>configuração dessa espécie de delito.</p><p>Quem pratica o crime? O responsável legal pelo recolhimento, ainda que</p><p>tenha delegado essa tarefa a terceiro que venha a agir em seu nome.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 54/67</p><p>Trata-se de crime próprio. Veja os exemplos abaixo:</p><p>Apenas punível na modalidade dolosa (não há previsão de</p><p>apropriação indébita previdenciária culposa). Para a</p><p>configuração do crime, não se exige dolo específico, como se</p><p>beneficiar pessoalmente dos valores não repassados. Trata-se</p><p>de dolo genérico, com caráter omissivo, que se perfectibiliza pelo</p><p>não repasse do valor retido no tempo devido.</p><p>É aceita, por parte da jurisprudência, a inexigibilidade de conduta</p><p>diversa (excludente de culpabilidade) ou estado de necessidade</p><p>(excludente da ilicitude), quando comprovada dificuldade</p><p>financeira. Geralmente, tais excludentes são admitidos apenas</p><p>em hipóteses excepcionais em que a apropriação indébita</p><p>previdenciária não se protraia longamente no tempo. Vale dizer</p><p>que esses entendimentos não são expressamente previstos em</p><p>lei – o que está expressamente previsto em lei é a possibilidade</p><p>de extinção de punibilidade e o perdão judicial, que veremos na</p><p>sequência.</p><p>Ocorre se o agente, antes do início da ação fiscal (caracterização</p><p>da autodenúncia espontânea), declara, confessa e efetua o</p><p>pagamento das contribuições.</p><p>O juiz pode deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a multa</p><p>se o agente for primário e de bons antecedentes e tenha</p><p>promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a</p><p>denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária,</p><p>inclusive acessórios (multa e juros). Há também a possibilidade</p><p>Elemento subjetivo </p><p>Excludentes </p><p>Extinção de punibilidade (no CP) </p><p>Perdão judicial (no CP) </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 55/67</p><p>de perdão (desde que o agente seja primário e de bons</p><p>antecedentes) quando o valor das contribuições, inclusive</p><p>acessórios, seja igual ou inferior ao estabelecido como mínimo</p><p>para o ajuizamento de execuções fiscais.</p><p>Apesar de a lei colocar como uma faculdade do juiz, o</p><p>entendimento que prevalece é que se trata de um direito</p><p>subjetivo do réu, de modo que o juiz é obrigado a conceder o</p><p>perdão caso estejam presentes as condições.</p><p>É pública incondicionada (promoção pelo Ministério Público</p><p>Federal, independentemente de provocação, apesar de</p><p>regularmente se dar através de notícia por parte do ente</p><p>fiscalizador) com competência para julgamento da Justiça</p><p>Federal (ente atingido – INSS – atrai a competência da Justiça</p><p>Federal).</p><p>Sonegação �scal</p><p>previdenciária</p><p>Com a migração dos tipos penais da LCPS para o CP, a sonegação fiscal</p><p>previdenciária passou a ser prevista no capítulo dos crimes praticados</p><p>por particular contra a administração em geral. O que se visa coibir com</p><p>essa previsão na lei penal são as condutas direcionadas a ocultar fatos</p><p>geradores de contribuições previdenciárias, procurando impedir,</p><p>através</p><p>do peso de uma condenação criminal, que o contribuinte acarrete uma</p><p>supressão, redução ou omissão de informações relativas às</p><p>contribuições que está obrigado a recolher.</p><p>Caracteriza-se a sonegação fiscal previdenciária quando alguém</p><p>suprime ou reduz contribuição social previdenciária, mediante:</p><p>Ação penal </p><p> Omissão na folha de pagamento da empresa ou em</p><p>documento de informações previsto pela legislação</p><p>id iá i ( l G i d FGTS</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 56/67</p><p>Percebe-se a extensão do tipo penal quando nele se insere “[...] demais</p><p>fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias”, ou seja,</p><p>depois de uma série de exemplos mais específicos, o tipo, ao final, abre-</p><p>se para configurar, como sonegação fiscal previdenciária, toda omissão</p><p>(seja total, seja parcial) de qualquer fato gerador de contribuição</p><p>previdenciária.</p><p>Atenção!</p><p>É importante que se diga que a ausência de pagamento do tributo</p><p>(obrigação principal sob o ponto de vista tributário) não configura</p><p>sonegação. O crime de sonegação dá-se em razão da omissão, redução</p><p>ou supressão dos fatos geradores aos olhos do Fisco (obrigação</p><p>acessória sob o ponto de vista tributário). Uma vez expostos ao Fisco,</p><p>os recolhimentos devidos poderão ser cobrados regularmente do</p><p>contribuinte; por outro lado, a ocultação dos fatos geradores acarreta</p><p>necessidade de movimento da máquina fiscalizatória para descortiná-</p><p>los. A configuração penal da sonegação fiscal previdenciária visa</p><p>justamente coibir essa ocultação, que retarda ou impede o</p><p>funcionamento regular da máquina de cobrança tributária.</p><p>previdenciária (por exemplo: na Guia do FGTS e</p><p>Informações à Previdência – GFIP) segurados</p><p>(empregado, empresário, trabalhador avulso ou</p><p>trabalhador autônomo ou a este equiparado) que</p><p>lhe prestem serviços.</p><p> Falta de lançamento dos títulos próprios da</p><p>contabilidade, as quantias descontadas dos</p><p>segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo</p><p>tomador de serviços.</p><p> Omissão total ou parcialmente, receitas ou lucros</p><p>auferidos, remunerações pagas ou creditadas e</p><p>demais fatos geradores de contribuições sociais</p><p>previdenciárias.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 57/67</p><p>Apesar de a sonegação fiscal pretender coibir precipuamente a má</p><p>declaração (obrigação acessória tributária – que se revela uma</p><p>obrigação de fazer), acaba sendo uma consequência natural fiscal que,</p><p>uma vez descoberta, também acarreta lançamento fiscal para</p><p>pagamento (uma obrigação principal tributária – a obrigação de pagar),</p><p>com multas mais pesadas integrando o processo administrativo fiscal.</p><p>Em suma, o mesmo fato (sonegação) pode gerar consequências penais</p><p>e administrativas (fiscais).</p><p>Previsão legal: artigo 337-A do CP /pena prevista: reclusão, de 2 (dois) a</p><p>5 (cinco) anos, e multa. Quem pratica o crime? O responsável legal pela</p><p>declaração (contribuinte da Previdência Social), ainda que tenha</p><p>delegado essa tarefa a terceiro que venha a agir em seu nome. Trata-se</p><p>de crime próprio.</p><p>Apenas punível na modalidade dolosa – o agente deve ter</p><p>consciência e vontade de praticar a supressão, redução ou</p><p>omissão. Não há previsão de sonegação fiscal previdenciária</p><p>culposa.</p><p>Ocorre se o agente, antes do início da ação fiscal (caracterização</p><p>da autodenúncia espontânea), declara e confessa, prestando as</p><p>informações devidas. Não é necessário que efetue o pagamento</p><p>das contribuições para que se extinga a punibilidade, pois, como</p><p>visto, a previsão de persecução penal se debruça sobre a</p><p>obrigação acessória tributária.</p><p>O juiz pode deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a multa</p><p>se o agente for primário e de bons antecedentes e o valor das</p><p>contribuições, inclusive acessórios, for igual ou inferior ao</p><p>estabelecido como mínimo para o ajuizamento de execuções</p><p>fiscais. Apesar de a lei colocar como uma faculdade do juiz, o</p><p>entendimento que prevalece é que se trata de um direito</p><p>Elemento subjetivo </p><p>Extinção da punibilidade (no CP) </p><p>Perdão judicial (no CP) </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 58/67</p><p>subjetivo do réu, de modo que o juiz é obrigado a conceder o</p><p>perdão caso estejam presentes as condições.</p><p>É pública incondicionada (promoção pelo Ministério Público</p><p>Federal) com o entendimento prevalente (apesar de</p><p>controvertido) no sentido de que só pode ser iniciada depois de</p><p>encerrado o procedimento administrativo que concluiu pelo</p><p>reconhecimento definitivo da obrigação tributária (crime de</p><p>resultado que exigiria o lançamento definitivo como condição de</p><p>procedibilidade). A competência para julgamento é da Justiça</p><p>Federal (ente atingido – INSS – atrai a competência da Justiça</p><p>Federal).</p><p>Extinção da punibilidade pelo</p><p>pagamento</p><p>As previsões no Código Penal para a extinção da punibilidade e perdão</p><p>judicial (que vimos acima) foram ampliadas pelas Leis 10.684/03</p><p>(PAES) e 11.941/09 (REFIS da Crise). Essas leis supervenientes</p><p>permitem a extinção da punibilidade através do recolhimento das</p><p>contribuições e acessórios a qualquer tempo (mesmo depois de iniciada</p><p>a ação penal). No entanto, apesar de não haver necessidade de se</p><p>cumprir nenhum outro requisito, para essa modalidade de extinção da</p><p>punibilidade, tem de haver o pagamento integral do tributo.</p><p>A Lei 12.382/11 admite que, no caso de parcelamento antes do</p><p>oferecimento da denúncia, haverá a suspensão da pretensão punitiva e</p><p>do prazo prescricional até que se conclua o pagamento de todas as</p><p>parcelas. Se rescindir o parcelamento, pode ser oferecida a denúncia. Se</p><p>concluir o pagamento, extingue-se a punibilidade.</p><p>Até aqui, vimos delitos que atentam contra o sistema arrecadatório da</p><p>Previdência Social. Agora, nosso próximo passo é explorar o principal</p><p>tipo penal que visa coibir a prática de atos fraudulentos no sistema de</p><p>concessão de benefícios.</p><p>Ação penal </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 59/67</p><p>Estelionato previdenciário</p><p>A ideia central do tipo penal de estelionato (art. 171 CP) é prevenir e</p><p>punir ações que atentem contra a confiança e boa-fé das pessoas para</p><p>obtenção de vantagem (via de regra, econômica). Mais especificamente,</p><p>esse tipo de estelionato prevê penas para quem, dolosamente, pretende</p><p>enganar alguém, utilizando-se de algum meio fraudulento, para obter,</p><p>para si ou para terceiro, vantagem ilícita. A previsão legal apresenta</p><p>como núcleos: “Obter vantagem ilícita” e “induzir ou manter” alguém em</p><p>erro, utilizando-se como meios o “artifício”, o “ardil”, ou “qualquer outro</p><p>meio fraudulento”.</p><p>E quando o INSS é o ente enganado? Aplica-se a causa</p><p>de aumento de pena prevista no §3º: aumento de 1/3</p><p>na pena “se o crime é cometido em detrimento de</p><p>entidade de direito público”. A súmula 24 do STJ (de</p><p>1991) menciona explicitamente a aplicação do art. 171</p><p>§ 3º quando a vítima é entidade autárquica da</p><p>Previdência Social. Até hoje, é pacificada essa</p><p>interpretação.</p><p>Na prática, quais os meios mais comuns utilizados para induzir o INSS a</p><p>erro? Documentos falsos, especialmente os que visam comprovação de</p><p>tempo de serviço, ou relação de dependência entre pessoas (sobretudo</p><p>comprovação de união estável), ou, ainda, declarações falsas de</p><p>inexistência de união estável e coabitação, quando o benefício</p><p>pretendido é o BPC-LOAS (pois a renda de um(a) companheiro(a) pode</p><p>impedir a percepção do benefício assistencial).</p><p>Como muitas vezes são utilizados documentos falsos para a prática do</p><p>estelionato, é comum que se depare com o concurso de crimes: artigo</p><p>171 (estelionato) e artigo 304 (uso de documento falso), ou, então,</p><p>artigo 171 (estelionato) e artigo 299 (falsidade ideológica). Todavia, a</p><p>jurisprudência entende, na linha da súmula 14 do STJ, que, “quando o</p><p>falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é</p><p>por</p><p>este absorvido”. Deste modo, é comum, nos casos de estelionato</p><p>previdenciário, mesmo que haja uso de documento falso (art. 304) ou</p><p>documento verdadeiro com conteúdo falso (art. 299), que se aplique</p><p>apenas a pena do artigo 171 § 3º do CP.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 60/67</p><p>Não obstante as críticas da doutrina no que concerne à topologia, foram</p><p>incluídos, pela Lei 9.983/00, certos crimes específicos (que seriam</p><p>espécie de “falsidade ideológica”) como §§ 3º e 4º do artigo 297 (que</p><p>trata de “falsidade material”). De toda maneira, há enquadramento</p><p>específico para condutas de quem insere (ou faz inserir):</p><p>Pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório na</p><p>folha de pagamento ou em documento de informações (ex.: GFIP)</p><p>que seja destinado a fazer prova perante a previdência social.</p><p>Declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita na</p><p>Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em</p><p>documento que deva produzir efeito perante a previdência social,</p><p>bem como em documento contábil ou em qualquer outro</p><p>documento relacionado às obrigações da empresa perante a</p><p>previdência social.</p><p>O § 4o prevê a mesma punição para quem omite, nestes documentos, o</p><p>nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do</p><p>contrato de trabalho ou de prestação de serviços. Elemento subjetivo:</p><p>Apenas punível na modalidade dolosa – o agente deve ter consciência e</p><p>vontade de obter a vantagem ilícita para si ou para outrem. Não há</p><p>previsão de estelionato previdenciário culposo.</p><p>É um delito que pode ser praticado pelo próprio beneficiário (quem</p><p>receberá o benefício indevido), por terceiro (externo à administração</p><p>pública), agindo em favor do beneficiário, ou por funcionário público,</p><p>que, sabendo da irregularidade, concede o benefício mediante fraude. A</p><p>depender da situação (de conluio entre agentes), poderão ser</p><p>configurados, além do próprio estelionato previdenciário, os crimes de</p><p>corrupção ativa (art. 333 CP), corrupção passiva (art. 317 CP), ou, ainda,</p><p>formação de quadrilha (art. 288 CP). Atualmente, é majoritária a</p><p>jurisprudência no sentido de que a análise deve levar em conta o ponto</p><p>de vista do agente:</p><p>1. Para o beneficiário que, em interesse próprio, mantém o INSS em</p><p>erro ao longo do tempo, percebendo o benefício indevido, o delito</p><p>teria natureza de crime permanente;</p><p>2. Para o agente que pratica um ato fraudulento, levando um terceiro</p><p>a receber indevidamente, sem se locupletar ao longo do tempo</p><p>com o benefício indevido, o delito teria natureza de crime</p><p>instantâneo de efeitos permanentes.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 61/67</p><p>Uma questão jurídica relevante, sob o ponto de vista da prescrição, é</p><p>saber se o estelionato previdenciário é um crime permanente (enquanto</p><p>o INSS for mantido em erro, pagando um benefício que não deveria,</p><p>estaria ocorrendo o crime), ou se é um crime instantâneo de efeitos</p><p>permanentes (ocorreu o crime apenas no momento da indução do INSS</p><p>a erro, sendo o pagamento do benefício fraudulento ao longo do tempo</p><p>apenas um efeito do crime já ocorrido). A depender de quando se</p><p>descubra a fraude, poderia haver prescrição ou não da pretensão</p><p>punitiva, conforme a visão adotada.</p><p>Inserção de dados falsos em sistema</p><p>de informações</p><p>Com a crescente informatização, no ano 2000, a Lei 9.983 alterou o CP,</p><p>para incluir um tipo específico destinado a coibir e punir quem insere</p><p>dados falsos nos sistemas de informação da Administração Pública.</p><p>Não se trata de crime especificamente previdenciário, mas, sem dúvida,</p><p>pode ocorrer com o fim de obter vantagem indevida perante a</p><p>Previdência Social.</p><p>Previsão legal: Art. 313-A do CP / Pena prevista:</p><p>reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.</p><p>Trata-se de um crime próprio (só pode ser cometido por funcionário</p><p>público) e exige dolo específico: “O fim de obter vantagem indevida para</p><p>si ou para outrem ou para causar dano”. Tem como núcleos “inserir” ou</p><p>“facilitar a inserção” de dados falsos, ou ainda “alterar” ou “excluir”</p><p>indevidamente dados corretos. Obs.: se há invasão do sistema ou banco</p><p>de dados por terceiro, que não funcionário público, o enquadramento é</p><p>outro, pois o crime do artigo 313-A do CP, por expressa determinação</p><p>legal, só se aplica ao funcionário público.</p><p>Elemento subjetivo: Apenas punível na modalidade dolosa – o agente</p><p>deve ter consciência e vontade de inserir ou facilitar a inserção de dados</p><p>falsos, ou alterar ou excluir dados verdadeiros. Não há previsão de</p><p>modalidade culposa.</p><p>Outro crime que também pode vir a atentar contra a previdência social é</p><p>o previsto no artigo 313-B do CP, que prevê a modificação ou alteração</p><p>do sistema de informações ou programa de informática sem</p><p>autorização ou solicitação de autoridade competente, com pena de 3</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 62/67</p><p>meses a 2 anos. Tal como o delito do artigo 313-A, só pode ser</p><p>cometido por funcionário público e na modalidade dolosa.</p><p>Vistos os principais crimes previdenciários, que podem atentar tanto</p><p>contra os mecanismos de arrecadação quanto contra o sistema de</p><p>concessão de benefícios, passamos à nossa atividade.</p><p>Crimes previdenciários</p><p>Neste vídeo, falaremos sobre crimes previdenciários</p><p></p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 63/67</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Tício, responsável legal pela empresa TTT, de 2015 a 2019,</p><p>contratou Mévio como funcionário de sua empresa, ajustando-se o</p><p>pagamento mensal de um salário mínimo como remuneração.</p><p>Durante todo o período de trabalho, houve desconto de 8% sobre o</p><p>salário de Mévio, tendo a ele sido afirmado que se tratava de</p><p>contribuições previdenciárias devidas pelo empregado à</p><p>Previdência Social. Ocorre que Tìcio nunca recolheu tais</p><p>contribuições aos cofres públicos. Diante dessa narrativa, devemos</p><p>reconhecer que Tício estaria incurso nas penas de que tipo penal?</p><p>A Estelionato previdenciário.</p><p>B Apropriação indébita previdenciária.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 64/67</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>Os valores retidos do empregado a título de contribuição</p><p>previdenciária devem ser recolhidos aos cofres públicos na época</p><p>própria, sob pena de configuração do crime previsto no artigo 168-A</p><p>do CP (Apropriação indébita previdenciária).</p><p>Questão 2</p><p>Sobre a sonegação fiscal, marque a alternativa correta:</p><p>C Sonegação fiscal previdenciária.</p><p>D</p><p>Inserção de fados falsos em sistema de</p><p>informações.</p><p>E Prevaricação.</p><p>A</p><p>Caracteriza-se crime de sonegação fiscal o</p><p>lançamento errôneo, ainda que de boa-fé, dos títulos</p><p>próprios da contabilidade, as quantias descontadas</p><p>dos segurados ou devidas pelo empregador ou</p><p>tomador de serviço.</p><p>B</p><p>Caracteriza-se crime de sonegação fiscal apenas a</p><p>omissão total de receitas e lucros auferidos,</p><p>remunerações pagas ou creditadas e demais fatos</p><p>geradores de contribuições sociais previdenciárias.</p><p>C</p><p>Caracteriza-se crime de sonegação fiscal deixar de</p><p>recolher, aos cofres da Previdência, quantias</p><p>expressivas que tenham sido regularmente</p><p>declaradas ao Fisco e comprovadamente devidas à</p><p>Previdência Social.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 65/67</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>Por se tratar de crime próprio, quem responderá pelo crime de</p><p>sonegação fiscal será aquele responsável legal pela declaração.</p><p>Considerações �nais</p><p>Neste tema, oferecemos uma apresentação dos principais benefícios</p><p>administrados pelo INSS, sejam programáveis, como as aposentadorias,</p><p>sejam não programáveis, como é o caso</p><p>dos benefícios por</p><p>incapacidade. Além disso, tratamos dos aspectos processuais</p><p>relevantes para a concessão e revisão de benefícios nos campos</p><p>administrativo e judicial, já que o segurado, inevitavelmente, terá de</p><p>formalizar um processo quando precisar de um benefício previdenciário</p><p>e for requerê-lo.</p><p>Por fim, reunir noções a respeito dos principais crimes previdenciários</p><p>nos ajuda a compreender o sistema como um todo, por diferentes óticas</p><p>de proteção. Com estas informações, aumentamos nossos recursos</p><p>pessoais para lidar com os desafios do campo previdenciário,</p><p>conhecendo os direitos e deveres perante a Previdência Social e, como</p><p>resultado, aprimoramos o planejamento de uma vida futura.</p><p>Podcast</p><p>D</p><p>A pena prevista para a sonegação fiscal é de</p><p>reclusão, de 03 (três) a 06 (seis) anos, e multa.</p><p>E</p><p>O responsável legal pela declaração (contribuinte da</p><p>Previdência Social) é quem pratica o crime, ainda</p><p>que tenha delegado essa tarefa a terceiro que venha</p><p>a agir em seu nome.</p><p></p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 66/67</p><p>Neste podcast, ouça um resumo dos principais tópicos abordados no</p><p>conteúdo.</p><p>Explore +</p><p>Para conhecer as modalidades específicas de aposentadoria para a</p><p>categoria dos professores e para as pessoas com deficiência, bem</p><p>como os benefícios de pensão por morte, salário-família e salário-</p><p>maternidade, procure e leia o texto Modalidades específicas de</p><p>aposentadoria, de Marcos Góes.</p><p>Para conhecer a jurisprudência associada e aprofundar aspectos</p><p>relacionados às aposentadorias, leia o texto Jurisprudência e</p><p>aprofundamento em aposentadorias, também de Marcos Góes.</p><p>Referências</p><p>CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Manual de Direito Previdenciário. 21.</p><p>ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.</p><p>ABREU, S. M. Direito Previdenciário. Rio de Janeiro: SESES, 2016.</p><p>OLIVEIRA, R. M. Prática Previdenciária. Rio de Janeiro: SESES, 2016.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 67/67</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do</p><p>conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>javascript:CriaPDF()</p><p>(mencionada acima) corresponde a: 60%</p><p>+ 2% por ano excedente a 15 (mulheres) ou 20 (homens) [art. 26 da EC</p><p>103]. Quem não recebe a ATC?</p><p>Segurado especial (a menos que contribua como facultativo).</p><p>Contribuinte individual que contribua com 11% - LC 123/06.</p><p>Facultativo que contribua com 11% - LC 123/06.</p><p>Facultativo de baixa renda que contribua com 5% - Lei 12.470/11.</p><p>Para conhecer as modalidades específicas de aposentadoria para a</p><p>categoria dos professores e para as pessoas com deficiência, consulte</p><p>o texto sobre o assunto indicado no Explore+.</p><p>Aposentadoria por idade</p><p>(APID)</p><p>Modalidade de aposentadoria com previsão constitucional no art. 201 §</p><p>7º, inciso II e previsão legal no art. 48 da Lei 8.213/91 (para segurados</p><p>urbanos no caput e para segurados rurais nos parágrafos). Antes da Lei</p><p>8.213/91, a APID Rural (chamada de aposentadoria por velhice na</p><p>época) era devida a um membro (arrimo de família), conforme artigo</p><p>297 do Decreto 83.080/79. Depois da Lei 8.213/91, todos da família</p><p>podem ganhar cumulativamente.</p><p>Para o estudo da Aposentadoria por Idade (APID), é interessante separá-</p><p>la em três modalidades (urbana, rural e híbrida) em razão de algumas</p><p>diferenças entre elas.</p><p>Requisitos</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 8/67</p><p>Para quem se filiar após a EC 103/19: homens: 65 anos + 240</p><p>contribuições (carência) / mulheres: 62 anos + 180 contribuições</p><p>(carência). Quais foram as alterações promovidas pela EC 103/19?</p><p>Resposta</p><p>Aumentou de 60 para 62 anos a idade mínima para as mulheres.</p><p>Aumentou de 180 para 240 contribuições a carência para homens.</p><p>Regra de transição para idade da mulher (art. 18 § 1º da EC 103/19): 60</p><p>anos em 2019 e, a partir de 2020, acréscimo de mais 6 meses a cada</p><p>ano até completar 62 anos (a partir de 2023).</p><p>Não há regra de transição para homens, pois fica mantida a idade de 65</p><p>anos e a carência de 180 contribuições para quem já teve vínculo com o</p><p>RGPS antes da promulgação da emenda. A única diferença é o</p><p>coeficiente para o cálculo do valor do benefício (RMI). Como se calcula</p><p>este coeficiente na APID urbana?</p><p>70% + 1% para cada 12 contribuições (art. 50 da Lei 8.213/91)</p><p>com fator previdenciário opcional (art. 7º da Lei 9.786/99).</p><p>Atingiria coeficiente de 100% com 30 anos de contribuição.</p><p>60% + 2% para cada 12 contribuições (no limite de 100%) que</p><p>excederem o mínimo exigido (180 para mulheres e 240 para</p><p>homens). Para os homens que já tinham vínculo com o RGPS na</p><p>promulgação da emenda, apesar de mantido o mínimo de 180</p><p>meses de contribuição, só começa a somar 2% para cada 12</p><p>contribuições a partir de 240 contribuições (20 anos). Com isso,</p><p>chega-se ao máximo do coeficiente (100%) em 40 anos de</p><p>contribuição para homens e 35 anos para mulheres.</p><p>Mas atenção, a EC 103/19 admite que futura lei altere o tempo de</p><p>contribuição definido temporariamente em 180 e 240 contribuições (art.</p><p>19). O art. 142 da Lei de Benefícios da Previdência Social (LBPS) contém</p><p>regra de transição (no requisito da carência) para quem já era segurado</p><p>Antes da EC 103/19 </p><p>Depois da EC 103/19 (regra para as aposentadorias – art.</p><p>26 § 2º) </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 9/67</p><p>na publicação da Lei 8.213/91 e completou requisito etário até 2011. Até</p><p>1991, bastavam 60 contribuições e houve progressão desse número até</p><p>atingir 180 contribuições para quem completasse o requisito etário em</p><p>2011 ou depois.</p><p>Resumindo</p><p>Homens: 60 anos mais carência diferenciada; Mulheres: 55 anos mais</p><p>carência diferenciada. Ou seja, em relação à APID urbana, são menos 5</p><p>anos de idade, além de contagem de carência diferenciada. A EC 103/19</p><p>passou a exigir mínimo de 180 contribuições também para os rurícolas</p><p>(de ambos os sexos). Quem tem direito ao redutor de 5 anos na idade?</p><p>Quem passou os últimos 15 anos como trabalhador rural (art. 48 §§ 2º e</p><p>3º da LBPS).</p><p>Carências diferenciadas? Sim. Os segurados especiais são isentos do</p><p>cumprimento de carência, devendo comprovar exercício de atividade</p><p>rural no período anterior à DER (art. 39 I e art. 143 da Lei 8.213/91). Qual</p><p>é a diferença entre artigo 143 e o artigo 39 I da Lei 8.213/91? O artigo</p><p>143 (empregados, antigo autônomo, segurado especial) é uma norma de</p><p>transição – vale durante 15 anos após a Lei 8.213/91, só necessitando</p><p>comprovar a atividade (sem necessidade de contribuições). O artigo 39 I</p><p>(segurado especial): só é necessário comprovar a atividade (não é</p><p>norma de transição).</p><p>A Lei 11.718/08: estende o prazo de 15 anos do artigo 143 para até</p><p>31/12/2010 e escalona necessidade de contribuições até 2020 (art. 3º).</p><p>No entanto, vale destacar que a jurisprudência do STJ equipara a figura</p><p>do boia-fria à do segurado especial (RE 1.762.211). RMI da APID Rural:</p><p>salário mínimo para os que não têm contribuições (dispensados de</p><p>carência). Regra do urbano para os que contribuíram.</p><p>Resumindo</p><p>Para (rural e urbana) homens: 65 anos mais 180 contribuições</p><p>(carência) / mulheres: 60 anos mais 180 contribuições (carência). Não</p><p>há redução de 5 anos no requisito da idade (art. 48 § 2º da LBPS).</p><p>A questão para a APID híbrida é: Se não passou 15 anos no meio rural,</p><p>mas, somado ao período urbano, completa 180 meses? Em alguns</p><p>casos, o período rural é aproveitado como carência, mas se aposenta</p><p>como urbano (sem redutor de idade).</p><p>Quando o período rural é aproveitado como parte da carência? Tema</p><p>1007 do STJ (julgado em 09/2019): o tempo de serviço rural, ainda que</p><p>remoto e descontínuo, pode ser computado para fins da carência</p><p>necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, mesmo que</p><p>não tenha sido efetivado o recolhimento das contribuições.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 10/67</p><p>Aposentadoria Especial</p><p>(APESP)</p><p>É uma espécie de aposentadoria por tempo de contribuição, com</p><p>redução de tempo necessário à inativação, concedida em função das</p><p>condições especiais nas quais a atividade é desenvolvida, com risco à</p><p>saúde ou integridade física do segurado. Em razão de ser uma</p><p>aposentadoria muito precoce, sofreu grande modificação pela Reforma</p><p>da Previdência de 2019.</p><p>Art. 57 da Lei 8.213/91 – A aposentadoria especial será devida,</p><p>uma vez cumprida a carência exigida nesta lei (180</p><p>contribuições), ao segurado que tiver trabalhado durante 15</p><p>(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos sujeito a condições</p><p>especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.</p><p>Após a EC 103/19 (Reforma da Previdência), foi retirada a</p><p>menção que havia à integridade física. Assim, a redação ficou:</p><p>“Cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a</p><p>agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou</p><p>associação desses agentes, vedada a caracterização por</p><p>categoria profissional ou ocupação” (art. 201 § 1º II).</p><p>Compensar o risco social decorrente do maior desgaste a que</p><p>são submetidos os trabalhadores, de forma habitual, no exercício</p><p>de atividades sujeitas à exposição de agentes nocivos. Vale</p><p>dizer: a questão da periculosidade é um problema pouco estável</p><p>na jurisprudência.</p><p>Mas atenção:</p><p>Fundamentos (antes da EC 103/19) </p><p>Finalidade </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 11/67</p><p>O tempo de 15, 20 ou 25 anos não varia para homens ou mulheres:</p><p>a questão é a afetação da saúde e necessidade de afastamento</p><p>antes que os prejuízos se manifestem. Nesse ponto, não haveria</p><p>diferença apta a justificar distinções entre homens e mulheres.</p><p>Quanto ao enquadramento por atividade profissional: a tônica da</p><p>Lei 9.032/95 foi acabar com a ideia de atividade nociva em si. A</p><p>aposentadoria especial (APESP), a partir da nova Lei, seria apenas</p><p>para atividades com exposição a agentes nocivos.</p><p>RMI (art. 57 § 1º LBPS): 100% do salário de benefício (sem fator</p><p>previdenciário).</p><p>Regra de ouro</p><p>para análise da legislação aplicável à aposentadoria</p><p>especial: o princípio norteador para avaliação da especialidade</p><p>(direito intertemporal) é o Tempus Regit Actum (“O tempo rege o</p><p>ato”), que determina, para avaliação da especialidade, a aplicação</p><p>de cada lei conforme o período em que estava vigente (e não só a</p><p>lei vigente no tempo da aposentadoria para avaliar todo o período).</p><p>Exemplo</p><p>a) Trabalho exercido até 04/1995: artigo 31 da Lei nº 3.807/60 – Lei</p><p>Orgânica da Previdência Social (LOPS) – admite a contagem do tempo</p><p>especial caso a atividade profissional exercida pelo segurado fosse</p><p>considerada penosa, insalubre, nociva ou perigosa. As atividades foram</p><p>elencadas pelos Dec. 53.831/64 e 83.080/79 (até hoje, ambos regulam</p><p>concomitantemente os períodos anteriores à Lei 9.032/95).</p><p>Jurisprudência coloca o rol como não taxativo, mas deve haver boa</p><p>analogia para enquadramento (para mais informações, veja texto</p><p>indicado sobre o assunto no Explore +).</p><p>b) Trabalho exercido após 04/1995: a Lei 9.032/95 confere nova</p><p>redação ao artigo 57 da Lei 8.213/91, retirando a expressão “conforme</p><p>atividade profissional”, deixando apenas “trabalhador sujeito a</p><p>condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física”.</p><p>Inclui ainda no § 3º do artigo a necessidade de “trabalho permanente,</p><p>não ocasional nem intermitente, em condições especiais”. O § 4º retira a</p><p>parte de “categoria profissional”. O artigo 58 retira “relação de atividades</p><p>profissionais” (que havia na redação original) e reforça o novo</p><p>paradigma.</p><p>Mudanças com a EC 103/19 (art. 19)</p><p>Introdução de idade mínima (deixando espaço para que lei posterior</p><p>altere as idades definidas provisoriamente): a) 55 anos de idade nas</p><p>APESP de 15 anos de contribuição; b) 58 anos de idade nas APESP de</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 12/67</p><p>20 anos de contribuição; c) 60 anos de idade nas APESP de 25 anos de</p><p>contribuição.</p><p>Regra de transição</p><p>De acordo com o Sistema de Pontos [art. 21]:</p><p>66 pontos e 15 anos de efetiva exposição.</p><p>76 pontos e 20 anos de efetiva exposição.</p><p>86 pontos e 25 anos de efetiva exposição.</p><p>Se não completar 15, 20 ou 25 anos de efetiva exposição, deverá se</p><p>sujeitar às regras de transição da aposentadoria por tempo de</p><p>contribuição (ATC), pois a EC 103/19 introduziu regra de impossibilidade</p><p>de conversão de tempo especial em comum. Até 12/11/2019</p><p>(promulgação da EC 103/19 em 13/11), a conversão do tempo especial</p><p>em comum era admitida pelo art. 57 § 5º LBPS.</p><p>A partir de 13/11/2019, o art. 25 § 2º da EC 103/19 veda essa</p><p>conversão. Depois da EC 103, ou completa-se todo o tempo exigido em</p><p>condições especiais, ou só se tem direito à conversão dos períodos até</p><p>12/11/2019, ou seja, se, no total (antes e depois), o segurado não</p><p>completar 15, 20 ou 25 anos de período especial, todo o período após</p><p>13/11/2019 acaba só contado como comum, mesmo que sujeito a</p><p>condições especiais, visto que não poderá mais ser convertido. Ou seja,</p><p>a regra passa a ser no regime do tudo ou nada para APESP.</p><p> Renda Mensal Inicial – RMI</p><p>(coe�ciente x Salário de Benefício</p><p>[SB])</p><p>Antes da EC 103/19: Coeficiente = 100%; SB =</p><p>média dos 80% maiores SC no PBC; Sem fator</p><p>previdenciário. Depois da EC 103/19 (art. 26):</p><p>Coeficiente (art. 26 § 5º) = 60% + 2% por ano além</p><p>de 15a (H ou M); SB = média de 100% dos SC do</p><p>PBC; Não há fator previdenciário. No que concerne</p><p>ao enquadramento de períodos especiais, a</p><p>Legislação e a Jurisprudência são extremamente</p><p>vastas, de modo que veremos os aspectos</p><p>essenciais que tocam a matéria e indicaremos</p><p>l t f d h i t</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 13/67</p><p>elementos para aprofundar o conhecimento no</p><p>Explore +.</p><p> Formulários e laudos</p><p>O formulário entregue ao trabalhador ao final do</p><p>vínculo comprovará a exposição aos agentes</p><p>nocivos – atualmente, o PPP é o formulário a que</p><p>se refere o artigo 58 § 1º da LBPS (já teve os</p><p>nomes SB40, DSS 8030 e DIRBEN 8030). Elaborado</p><p>geralmente pelo RH da empresa, com base em</p><p>laudo técnico de condições ambientais do trabalho</p><p>(LTCAT) expedido por médico do trabalho ou</p><p>engenheiro de segurança do trabalho.</p><p> Equipamento de Proteção</p><p>Individual (EPI): STF – ARE</p><p>664.335 (12/2014)</p><p>Se o EPI for realmente capaz de neutralizar a</p><p>nocividade, não haverá respaldo constitucional à</p><p>aposentadoria especial. A exceção é o ruído, pois a</p><p>potência do som causa danos ao organismo que</p><p>vão além daqueles relacionados à perda das</p><p>funções auditivas. A eficácia do EPI não impede o</p><p>reconhecimento de atividade especial exercida</p><p>antes de 03/12/1998, data de início da vigência da</p><p>MP 1.729/98, convertida na Lei n. 9.732/98</p><p>(Súmula 87 da TNU - Turma Nacional de</p><p>Uniformização).</p><p> Ruído – limites</p><p>Até 05/03/1997 – acima de 80dB; de 06/03/1997 a</p><p>18/11/2003 – acima de 90dB; depois de</p><p>18/11/2003 – acima de 85dB.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 14/67</p><p>Exposição habitual e permanente</p><p>“Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de</p><p>forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do</p><p>empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo</p><p>seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço” (art.</p><p>68 do Dec. 3048/99). De acordo com a jurisprudência do STJ, a partir da</p><p>vigência da Lei n. 9.032/95, faz-se necessária a demonstração de que a</p><p>atividade tenha se dado sob a exposição a fatores insalubres de forma</p><p>habitual e permanente.</p><p>Parâmetro: tensões superiores a 250V. Não há previsão legal e</p><p>regulamentar para enquadramento desde o Dec. 2.172/97.</p><p>Todavia, o STJ (Tema 534 dos Recursos Repetitivos) e a TNU</p><p>(Tema 210) estende a possibilidade de enquadramento em razão</p><p>da periculosidade como elemento a configurar aposentadoria</p><p>especial.</p><p>A lista dos decretos 2.172/97 e 3.048/99 retratam situações</p><p>extremas de exposição para fins de enquadramento, mas a</p><p> A metodologia de aferição (Tema</p><p>174 TNU julgado em 04/2019)</p><p>A partir de 19/11/2003, é obrigatória a utilização</p><p>das metodologias contidas na NHO-01 da</p><p>FUNDACENTRO ou na NR-15. Em caso de omissão</p><p>ou dúvida quanto à indicação da metodologia</p><p>empregada, deve ser apresentado o respectivo</p><p>laudo técnico (LTCAT).</p><p>Eletricidade </p><p>Agentes biológicos </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 15/67</p><p>jurisprudência tem entendido que diversas outras hipóteses</p><p>também configuram especialização de período.</p><p>Não há previsão legal ou regulamentar específica, mas, tal como</p><p>no caso da eletricidade, o STJ e a TNU estendem a possibilidade</p><p>de enquadramento em razão da periculosidade como elemento a</p><p>configurar aposentadoria especial.</p><p>Os agentes químicos são considerados em conformidade com o</p><p>anexo II do Decreto 3.048/99. O anexo XI da NR15 do MTE traz</p><p>os agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por</p><p>limite de tolerância (avaliação qualitativa e quantitativa</p><p>necessária para detectar eventual especialidade do período</p><p>trabalhado).</p><p>Aposentadoria, vínculo de</p><p>emprego e retorno ao</p><p>trabalho</p><p>Para cada espécie de aposentadoria, há um tratamento em relação ao</p><p>vínculo de emprego e a possibilidade de retorno ao trabalho:</p><p>Suspensão do contrato de trabalho (art. 475 CLT) – se retorna ao</p><p>trabalho, cancela a aposentadoria.</p><p>Arma de fogo </p><p>Agentes químicos </p><p>Aposentadoria por invalidez </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 16/67</p><p>Não extingue o contrato de trabalho (o trabalhador não é</p><p>obrigado a romper o vínculo de emprego).</p><p>Proibição de continuar em atividade sujeita a agentes nocivos</p><p>(art. 57 § 6º da Lei 8.213/91) – a Lei 9.732/98 estabeleceu o</p><p>cancelamento da aposentadoria, tal como ocorre com o</p><p>aposentado por invalidez. Tema 709 da Repercussão</p><p>Geral do</p><p>STF firmou a constitucionalidade dessas disposições. O art. 69,</p><p>parágrafo único, do Dec. 3.048/99, estabelece a notificação para</p><p>a cessação.</p><p>Vale dizer que há duas relações jurídicas diferentes que geram</p><p>obrigações distintas:</p><p>Empregador/Empregado</p><p>INSS/Segurado</p><p>Se a empresa extinguir o contrato de trabalho pela aposentadoria, o</p><p>reflexo é o seguinte: pagamento pelo empregador de todas as verbas</p><p>rescisórias, inclusive a multa de 40% do FGTS e aviso prévio. O</p><p>aposentado que retorna à atividade não terá direito a novos benefícios</p><p>previdenciários, exceto salário-família e reabilitação profissional (Artigo</p><p>18, § 2º, da Lei nº 8.213/1991). O Dec. 3.048 (art. 103) prevê o direito ao</p><p>salário-maternidade para a segurada já aposentada.</p><p>O Princípio da Solidariedade ampara essa regra legal? (relação</p><p>contribuição x benefício prejudicial ao segurado). O STF afirma que sim,</p><p>de acordo com os RE (Recurso Extraordinário) 381.367, 661.256 e</p><p>827.833. Nesses julgados, o STF afirmou como constitucional a</p><p>previsão legal de irreversibilidade da aposentadoria (art. 18 § 2º da Lei</p><p>8.213/91) e afastou as teses que defendiam a desaposentação e</p><p>reaposentação.</p><p>Desaposentação</p><p>Aposentadoria por idade e tempo de contribuição </p><p>Aposentadoria especial </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 17/67</p><p>Direito de se aposentar novamente, levando em conta o período trabalhado</p><p>depois da aposentadoria, somando esse tempo ao que já havia sido</p><p>considerado na aposentadoria original.</p><p>Reaposentação</p><p>Direito de, sem considerar as remunerações e o tempo que foram levados</p><p>em conta na primeira aposentadoria, garantir uma nova aposentadoria (via</p><p>de regra, APID) com base apenas em contribuições feitas após o</p><p>deferimento da primeira ATC/APESP.</p><p>Espécies de aposentadoria, tempo de</p><p>serviço e contribuição</p><p>Antes de responder mais objetivamente a essa pergunta, vale a pena</p><p>verificar a mudança de paradigma iniciada na EC 20/98: T. Serviço x T.</p><p>Contribuição. Falamos em “iniciada” porque a Lei 8.213/91 (LBPS)</p><p>continuou usando a expressão tempo de serviço e, como não há</p><p>definição legal do que deve ser considerado como tempo de</p><p>contribuição, consideram-se ainda aplicáveis (em muitos casos) os</p><p>conceitos de tempo de serviço para este fim.</p><p>O artigo 4º da Emenda Constitucional nº 20/1998 determinou que,</p><p>“observado o disposto no artigo 40, § 10 da CRFB [vedação à contagem</p><p>de tempo de contribuição fictício], o tempo de serviço considerado pela</p><p>legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei</p><p>discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição”.</p><p>O artigo 55 da Lei 8.213 retrata a ideia de tempo de serviço – regra do</p><p>caput: atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata</p><p>o artigo 11 desta Lei [segurados obrigatórios], mesmo que anterior à</p><p>perda da qualidade de segurado (vale a observação de que tempo de</p><p>serviço não se perde – o que se perde é qualidade de segurado e</p><p>carência cumprida). Além disso, também é considerado como tempo de</p><p>serviço (art. 60 do Decreto 3.048/99):</p><p>Período intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou</p><p>aposentadoria por invalidez.</p><p>Tempo de serviço militar ou de serviço civil alternativo.</p><p>Período de gozo de licença-maternidade.</p><p>Período de contribuição como segurado facultativo.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 18/67</p><p>Período de licença remunerada, desde que tenha havido</p><p>contribuição.</p><p>RPPS mediante contagem recíproca.</p><p>Mandato eletivo quando não contado para outro regime.</p><p>Vitimado por atos de exceção que tenham sido compelidos ao</p><p>afastamento de atividade remunerada no período de 18/09/46 a</p><p>05/10/88.</p><p>Período como aluno-aprendiz referente ao período de aprendizado</p><p>profissional em escola técnica, desde que comprovada a</p><p>remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento público e</p><p>o vínculo empregatício.</p><p>A comprovação de tempo de serviço exige início de prova material (art.</p><p>55 § 3º da Lei 8.213/91) – prova exclusivamente testemunhal apenas é</p><p>aceita em caso fortuito ou de força maior. Essa posição é reforçada pela</p><p>Súmula 149 e Tema 297 STJ. Sobre a comprovação documental, temos</p><p>uma lista no artigo 62 § 2º do Dec. 3.048/99 (não exaustiva - § 4º diz</p><p>que é exemplificativa) dos documentos geralmente aceitos. Sobre as</p><p>contribuições do CI (contribuinte individual) que presta serviço a</p><p>empresas, a partir de 04/2003 (Lei 10.666/03), basta declaração na</p><p>GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência</p><p>Social) por parte da empresa, independentemente de efetivo</p><p>recolhimento (cuja atribuição é da empresa).</p><p>Já a Retroação de DICA (Data de início de contribuição) é uma</p><p>sistemática de indenização ao INSS quando comprovada a efetiva</p><p>atuação do CI (segurado obrigatório) em data anterior às contribuições</p><p>constantes do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais).</p><p>Previsão no artigo 45 da Lei 8.212/91 e, depois na Lei Complementar</p><p>(LC) 128/08, através do art. 45-A da Lei 8.212/91, além do artigo 96,</p><p>inciso IV, da Lei 8.213/91 para o mecanismo de indenização a favor do</p><p>INSS.</p><p>Até aqui, vimos os principais benefícios programados, aqueles que, de</p><p>alguma forma, podem ser planejados e obtidos por meio do transcurso</p><p>do tempo e do adimplemento dos critérios de concessão. Agora,</p><p>entraremos no rol dos denominados benefícios por incapacidade (que</p><p>se enquadram na modalidade de benefícios não programados).</p><p>Benefícios por incapacidade</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 19/67</p><p>Os benefícios por incapacidade são: auxílio-doença (AD), aposentadoria</p><p>por invalidez (APIN) e auxílio-acidente (AA). Trataremos desses</p><p>benefícios de modo conjunto, pois todos têm em comum a ocorrência</p><p>de algum infortúnio, seja pela ocorrência de um acidente, seja pelo</p><p>desenvolvimento de alguma patologia. Para que um benefício</p><p>previdenciário seja deferido, tal infortúnio deve gerar algum grau de</p><p>incapacidade, que deve se impor ao segurado enquanto ele preserva</p><p>vínculo com a Previdência Social. Vamos a algumas distinções entre</p><p>essas modalidades de benefício:</p><p>No auxílio-doença (AD), a incapacidade deve ser parcial ou temporária</p><p>por mais de 15 dias.</p><p>A aposentadoria por invalidez (APIN) exige incapacidade total e</p><p>permanente.</p><p>No acréscimo de 25% sobre APIN, o segurado deve necessitar de ajuda</p><p>permanente de terceiros.</p><p>O auxílio-acidente é devido quando sucede uma redução da capacidade</p><p>após a consolidação das lesões.</p><p>Beneficiários são todos os segurados (até o facultativo de baixa renda,</p><p>não obstante a necessidade de maiores restrições nesse caso). Pré-</p><p>existência da patologia (não confere direitos)/ agravamento da</p><p>patologia (confere direito a benefício por incapacidade)/ filiação</p><p>oportunista (zona cinzenta). Se a incapacidade não for total, cabe</p><p>reabilitação, e o segurado não deve ser aposentado. Dependendo do</p><p>grau de instrução e idade, pode ocorrer a concessão de APIN pela</p><p>inviabilidade de reabilitação.</p><p>A filiação oportunista representa uma zona cinzenta pelo fato de,</p><p>algumas vezes, confundir-se com eventual agravamento da patologia,</p><p>que confere direito ao benefício por incapacidade (BI). A filiação</p><p>oportunista é aquela em que a pessoa, mesmo não sendo incapaz no</p><p>momento da filiação ao sistema, sabe que, necessariamente, irá se</p><p>tornar incapaz em um horizonte de tempo breve e previsível. A carência</p><p>corresponde a 12 contribuições (12 meses). As exceções são:</p><p>Sofrer acidente de qualquer natureza ou causa.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 20/67</p><p>Sofrer acidente de trabalho, seja em razão de doença profissional,</p><p>seja do trabalho.</p><p>Ser acometido por alguma das doenças especificadas no art. 151</p><p>da Lei 8.213/91, bem como na Portaria Interministerial 2.998, de</p><p>23.8.2001.</p><p>(Mas tem de ser acometido depois do ingresso no</p><p>sistema – não pode ser incapacidade decorrente de agravamento).</p><p>Segurados especiais – isentos do cumprimento de carência,</p><p>devendo comprovar exercício de atividade rural nos 12 meses</p><p>anteriores à data de entrada do requerimento (DER).</p><p>Sobre a Data do Início do Benefício (DIB):</p><p>Na APIN: dia da cessação do AD.</p><p>No auxílio-acidente (AA): dia da cessação do AD.</p><p>No auxílio-doença (AD), para Empregados: 16º dia após o</p><p>afastamento. Demais segurados (inclusive empregado</p><p>doméstico): data do afastamento (se a incapacidade for superior a</p><p>15 dias) ou na DER (se requerimento for posterior a 30 dias do</p><p>afastamento).</p><p>A renda mensal inicial sofreu severa modificação com a EC 103/19, em</p><p>especial para a aposentadoria por invalidez. Então, temos na APIN:</p><p>Antes da EC 103/19: 100% do salário de benefício – SB (em todos</p><p>os casos).</p><p>Depois da EC 103/19 (art. 26 § 2º c/c § 3º II): 100 % do SB no caso</p><p>de acidente do trabalho, doença profissional ou doença do</p><p>trabalho //ou// 60% + 2% por ano de contribuição além dos 20</p><p>anos (H) ou 15 anos (M), nas demais APIN (acidente de qualquer</p><p>natureza ou doença não ocupacional).</p><p>Para incapacidade posterior a 13/11/2019 (Reforma da Previdência), a</p><p>APIN fica menor que o AD quando se tem menos de 35 anos de</p><p>contribuição.</p><p>No AD: 91% do SB e no AA: 50% do SB (antes da Lei 9.528/97 era 30%,</p><p>40% ou 60% a depender se a incapacidade parcial fosse leve, média ou</p><p>grave). Data da cessação do benefício (DCB):</p><p>No AA: morte ou concessão da aposentadoria.</p><p>Na APIN: morte ou cessação da incapacidade.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 21/67</p><p>No AD: Art. 60 § 8º da LBPS: “Sempre que possível, o ato de</p><p>concessão ou de reativação de auxílio-doença, judicial ou</p><p>administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do</p><p>benefício”.</p><p>Auxílio-doença</p><p>Não há AD quando afastamento é inferior a 15 dias. Para o empregado, a</p><p>empresa paga o salário integral nos 15 primeiros dias de afastamento</p><p>(considera-se o contrato de trabalho interrompido). Durante o recebimento</p><p>do auxílio-doença, o contrato é considerado suspenso, ficando o</p><p>empregado licenciado.</p><p>Atenção!</p><p>Alta programada (art. 78 § 1º do Dec. 3.048/99): “O INSS poderá</p><p>estabelecer, mediante avaliação médico-pericial, o prazo que entender</p><p>suficiente para a recuperação da capacidade para o trabalho do</p><p>segurado, dispensada nessa hipótese a realização de nova perícia”. Esse</p><p>comando é mitigado pelo § 2º: “Caso o prazo concedido para a</p><p>recuperação se revele insuficiente, o segurado poderá solicitar a</p><p>realização de nova perícia médica”. Na jurisprudência, criou-se muita</p><p>resistência em aplicar isoladamente o § 1º (como chegou a proceder o</p><p>INSS administrativamente em diversos casos no passado,</p><p>impossibilitando o segurado que continuasse se sentindo incapaz de</p><p>marcar nova perícia). Depois, a Lei 13.457/17 veio respaldar a aplicação</p><p>conjunta dos §§ 1º e 2º do Decreto 3.048/99 (a aplicação conjunta dos</p><p>dispositivos permite a fixação de um prazo, com possibilidade de pedido</p><p>de prorrogação pelo segurado). Para aprofundamento sobre esse tema,</p><p>pode-se verificar o julgamento do Tema 164 pela TNU.</p><p>O Requerimento de prorrogação deve ocorrer nos últimos 15 dias</p><p>do AD. Regra de escape (art. 60 § 9º da LBPS com redação da Lei</p><p>13.457/17): na ausência de fixação do prazo, o benefício cessará</p><p>após o prazo de 120 dias, contado da data de concessão ou de</p><p>reativação do AD, exceto se o segurado requerer a sua</p><p>prorrogação.</p><p>Tema 232 TNU (julgado em 12/2019: “O auxílio-doença é</p><p>inacumulável com o seguro-desemprego, mesmo na hipótese de</p><p>reconhecimento retroativo da incapacidade em momento posterior</p><p>ao gozo do benefício da Lei 7.998/90, hipótese na qual as parcelas</p><p>do seguro-desemprego devem ser abatidas do valor devido a título</p><p>de auxílio-doença”.</p><p>Dever de Cooperação na Recuperação (Art. 101 da Lei 8.213/91): o</p><p>segurado em gozo de AD, APIN e o pensionista inválido estão</p><p>obrigados, sob pena de suspensão do benefício a: 1) submeter-se</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 22/67</p><p>a exame médico a cargo da Previdência Social; 2) processo de</p><p>reabilitação profissional prescrito e custeado pelo INSS (nas</p><p>situações de incapacidade parcial); 3) tratamento dispensado</p><p>gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que</p><p>são facultativos.</p><p>Se quem tem AD ou APIN voltar à atividade, cessa</p><p>automaticamente o auxílio (art. 60 § 6º) e a APIN (art. 46 da Lei</p><p>8.213/91) – Tal aferição é possível de se fazer através de</p><p>informações prestadas pelas empresas ao INSS (em especial, pelo</p><p>sistema CNIS).</p><p>Na APIN, se nova perícia concluir pela recuperação, o benefício é</p><p>cancelado nos seguintes moldes (art. 47 da Lei 8.213/91): 1) Se a</p><p>recuperação é total e recebeu (AD + APIN) por menos de 5 anos:</p><p>de imediato, em se tratando de segurado empregado e se a</p><p>empresa receber na mesma função que executava, ou, para os</p><p>demais segurados, depois de tantos meses quantos anos tiverem</p><p>durado o (AD + APIN); 2) Se a recuperação é parcial ou recebia (AD</p><p>+ APIN) por mais de 5 anos: recebe 6 meses de forma integral,</p><p>depois recebe 50% de 6 meses a 1 ano e, por fim, 25% de 1 ano a</p><p>18 meses, cessando por completo depois dos 18 meses.</p><p>Acidente do trabalho</p><p>Tendo em vista que, além do valor diferenciado numa eventual APIN,</p><p>algumas consequências advêm em favor do trabalhador quando ocorre</p><p>um acidente do trabalho, é interessante buscar seu conceito legal: é o</p><p>que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de</p><p>empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho do segurado</p><p>especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause</p><p>a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da</p><p>capacidade para o trabalho (art. 19 da LBPS). A caracterização do</p><p>acidente do trabalho é feita através da conjunção de quatro elementos:</p><p>Exterioridade: o acidente é causado por ação contundente de um</p><p>agente externo (não é congênito, não se trata de enfermidade</p><p>preexistente, ou suas consequências). Obs.: apesar da existência</p><p>de um agente externo, é passível de provocação pela própria</p><p>vítima.</p><p>Violação à integridade física.</p><p>Evento súbito: fato causador abrupto durante curto lapso temporal</p><p>(não decorre do desenvolvimento progressivo de patologia).</p><p>Relação com a atividade laboral: ocorre em razão do exercício da</p><p>atividade laborativa.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 23/67</p><p>Trabalhador</p><p>Foi incluído o empregado doméstico pela LC 150/15. Há quem defenda a</p><p>inconstitucionalidade da exclusão do contribuinte individual (tratamento</p><p>não isonômico com os demais segurados).</p><p>Atividade laborativa</p><p>Não necessariamente no ambiente de trabalho. Ocorrências fora do local e</p><p>horário de trabalho que caracterizam acidente do trabalho (art. 21, inciso IV,</p><p>da LBPS):</p><p>Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade</p><p>da empresa ou, ainda, para evitar prejuízo ou proporcionar proveito ao</p><p>empregador.</p><p>Em viagem a serviço da empresa.</p><p>Nos percursos da residência para o trabalho, e vice-versa.</p><p>Veremos a seguir as consequências para o trabalhador.</p><p>Estabilidade</p><p>O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantia de</p><p>estabilidade no emprego por 12 meses após a cessação do auxílio-</p><p>doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-</p><p>acidente (art. 118 da LBPS).</p><p>No caso de acidente do trabalho, o empregador tem de continuar a</p><p>depositar a contribuição para o FGTS na conta vinculada do empregado</p><p>(art. 15 § 5º da Lei 8.036/90).</p><p>Doenças pro�ssionais e do trabalho</p><p>Doenças ocupacionais são as deflagradas em virtude da atividade</p><p>laborativa desempenhada, resultado de constante exposição a agentes</p><p>físicos, químicos e biológicos, ou mesmo do uso inadequado dos</p><p>recursos disponíveis ao trabalhador (uso indevido</p><p>de equipamentos de</p><p>informática). As doenças ocupacionais dividem-se em (art. 20 da LBPS):</p><p>Doenças profissionais: Decorrentes de situações comuns aos</p><p>integrantes de determinada categoria de trabalhadores, ou</p><p>exercício de trabalho peculiar a determinada atividade.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 24/67</p><p>Doença do trabalho: Adquirida ou desencadeada em função de</p><p>condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se</p><p>relaciona diretamente. Competência: os benefícios derivados de</p><p>acidente do trabalho possuem a peculiaridade de serem julgados</p><p>na Justiça Estadual (art. 109, I, da CRFB).</p><p>Doenças ocupacionais</p><p>Diferenciação em relação ao acidente do trabalho: não decorrem de evento</p><p>súbito nem dependem de evento violento. As doenças ocupacionais</p><p>derivam das contingências do trabalho desempenhado ao longo do tempo,</p><p>que estabelecem o nexo causal entre a atividade laborativa e a doença.</p><p>O caput do art. 20 da LBPS equipara as doenças ocupacionais a acidente</p><p>do trabalho nos seus efeitos. Com isso, são geradas as mesmas</p><p>consequências de Direito (ex.: estabilidade de 12 meses, depósito do FGTS,</p><p>valor maior de APIN).</p><p>Doença do trabalho</p><p>Não são consideradas como doença do trabalho (art. 20 § 1º da LBPS):</p><p>Doença degenerativa;</p><p>Inerente a grupo etário;</p><p>Que não produza incapacidade laborativa;</p><p>Doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que</p><p>ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de</p><p>exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.</p><p>Auxílio-acidente (AA)</p><p>Sobre este benefício, é necessário fazer algumas considerações:</p><p> Decorre de acidente, seja acidente do trabalho,</p><p>equiparado a acidente do trabalho (doença</p><p>ocupacional) ou acidente de qualquer natureza. Ou</p><p>seja, não se defere auxílio-acidente em razão de</p><p>doença que não seja ocupacional.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 25/67</p><p>Mas atenção: Não se pode acumular o AA com aposentadoria (art. 86 §</p><p>2º da LBPS) – mas seu valor entra no cômputo dos SC (não era essa a</p><p>sistemática antes da Lei 9.528/97). Na passagem do AD para o AA, a</p><p>incapacidade que era total passa a ser parcial, ao mesmo tempo em que</p><p>deixa de ser temporária e passa a ser permanente.</p><p> Tem caráter indenizatório (não substitui a renda</p><p>mensal do segurado), é recebido quando resultam</p><p>sequelas após a consolidação das lesões que</p><p>impliquem redução da capacidade para a atividade</p><p>habitual (art. 86 da LBPS). Portanto, é recebido em</p><p>conjunto com a remuneração do trabalho que o</p><p>segurado vier a executar (em razão do seu resíduo</p><p>laborativo).</p><p> O AA pode ter valor inferior ao SM, pois não é</p><p>substitutivo do salário (não viola o art. 201 § 2º da</p><p>CRFB).</p><p> Hipóteses de concessão (art. 104 do Dec.</p><p>3.048/99): I - redução da capacidade para o</p><p>trabalho que habitualmente exercia; II – seja exigido</p><p>maior esforço para o desempenho da mesma</p><p>atividade que exercia à época do acidente; III -</p><p>impossibilidade de desempenho da atividade que</p><p>exercia à época do acidente, porém permite o</p><p>desempenho de outra, após processo de</p><p>reabilitação profissional.</p><p></p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 26/67</p><p>As prestações da Previdência</p><p>Social</p><p>Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre as prestações da</p><p>Previdência Social</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 27/67</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>As aposentadorias são um dos principais benefícios previstos no</p><p>Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Sobre elas, é possível</p><p>afirmar corretamente que:</p><p>A</p><p>O requisito etário (atingimento de certa idade) não</p><p>se aplica à aposentadoria por tempo de</p><p>contribuição, independentemente da data em que o</p><p>segurado complete as contribuições necessárias</p><p>para o gozo do benefício.</p><p>B</p><p>A perda da qualidade de segurado não influencia na</p><p>concessão de aposentadoria por tempo de</p><p>contribuição e aposentadoria por idade.</p><p>C</p><p>O fator previdenciário deixa de existir depois da</p><p>Reforma da Previdência para os novos segurados</p><p>(que entrarem no RGPS depois da EC 103/19) e de</p><p>acordo com as regras de transição (para os que já</p><p>estavam vinculados ao RGPS quando foi publicada</p><p>a EC 103/19).</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 28/67</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A opção A não é verdadeira depois da EC 103/19 (Reforma da</p><p>Previdência). A opção B é verdadeira, pois apenas a aposentadoria</p><p>por invalidez exige qualidade de segurado para a sua concessão. A</p><p>opção C é falsa porque uma das regras de transição dispostas na</p><p>EC 103/19 ainda utiliza o fator previdenciário. A opção D é falsa</p><p>porque é necessária contribuição no patamar de 20% para que</p><p>esses segurados venham a receber ATC.</p><p>Questão 2</p><p>Em relação aos benefícios não programados, assinale a alternativa</p><p>correta.</p><p>D</p><p>O segurado especial, o contribuinte individual e o</p><p>segurado facultativo têm direito à aposentadoria por</p><p>tempo de contribuição, caso contribuam com</p><p>alíquota de 11%.</p><p>E</p><p>Após a EC 103/19 a idade mínima para as mulheres</p><p>se aposentarem passou para 65 (sessenta e cinco)</p><p>anos de idade.</p><p>A</p><p>O valor do auxílio-doença pago pelo INSS às</p><p>diversas categorias de segurado não engloba os</p><p>primeiros 15 (quinze) dias de afastamento.</p><p>B</p><p>Os benefícios por incapacidade, como auxílio-</p><p>doença, auxílio-acidente e aposentadoria por</p><p>invalidez, não exigem que a incapacidade ocorra</p><p>depois da vinculação ao RGPS.</p><p>C</p><p>Não é possível a concessão de benefício por</p><p>incapacidade para o segurado facultativo que</p><p>exerça apenas atividades domésticas no âmbito de</p><p>sua própria residência.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 29/67</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>O acidente de trabalho é causado por ação contundente de um</p><p>agente externo, há violação à integridade física, assim como um</p><p>fato causador abrupto durante curto lapso temporal e há de ocorrer-</p><p>se em razão do exercício da atividade laborativa.</p><p>2 - Processo administrativo, judicial e</p><p>previdenciário</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever os processos</p><p>administrativo, judicial e previdenciário.</p><p>D</p><p>Quem sofre acidente de qualquer natureza, ainda</p><p>que não seja caracterizado como acidente de</p><p>trabalho, não é dispensado do cumprimento da</p><p>carência.</p><p>E</p><p>A caracterização do acidente de trabalho é feita</p><p>através de quatro elementos: exterioridade, violação</p><p>à integridade física, relação com a atividade laboral</p><p>e evento súbito.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 30/67</p><p>Prova</p><p>Antes de entrarmos nas características fundamentais dos processos</p><p>administrativo e judicial que instrumentalizam o Direito Previdenciário, é</p><p>interessante ter em mente o quanto esse ramo do Direito depende de</p><p>boa produção de prova.</p><p>As questões de Direito, apesar dos inúmeros debates doutrinários e</p><p>precedentes jurisprudenciais existentes, não exigem maiores</p><p>demonstrações, seja no processo administrativo, seja no processo</p><p>judicial. A princípio, o juiz ou analista administrativo tem o dever de</p><p>saber do que se trata e, de fato, conhece a legislação e as teses</p><p>defendidas, pois Previdência Social é matéria que atinge todo mundo e</p><p>acaba que, pela repetição de demandas no dia a dia de quem opera na</p><p>área, tem-se conhecimento do que geralmente é defendido pelas partes.</p><p>Já as questões de fato, relativas à vida pessoal de quem está</p><p>demandando, exigem maior cuidado e necessidade de demonstração,</p><p>pois o juiz ou o analista administrativo não as conhece. Nesse ponto,</p><p>entra a importância da prova! É principalmente</p><p>através da prova que se</p><p>faz o convencimento do juiz ou do analista. Quanto à valoração da</p><p>prova, existem três grandes sistemas passíveis de serem utilizados pelo</p><p>órgão julgador:</p><p>Livre convencimento motivado (regra).</p><p>Íntima convicção (não tolerado no Direito Previdenciário).</p><p>Prova tarifada (há resquícios no Direito Previdenciário).</p><p>Apesar de ser preponderante o uso do livre convencimento motivado, é</p><p>notório que, especialmente no Direito Previdenciário, determinados fatos</p><p>da vida laborativa sejam provados preponderantemente, em certa época,</p><p>através de certos documentos. O resultado é que, mesmo diante da</p><p>possibilidade do livre convencimento motivado, o julgador possua um</p><p>rol de “provas preferidas”, conforme o ponto que se deseja provar. É um</p><p>ramo no qual, frequentemente, confere-se à prova documental ou</p><p>pericial maior credibilidade do que à prova testemunhal ou depoimento</p><p>pessoal. Ex.: a prova pericial é uma regra (quase que absoluta) em</p><p>casos que envolvam benefícios por incapacidade; PPP e Laudo Técnico</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 31/67</p><p>são os documentos geralmente aceitos como prova para contagem</p><p>majorada na exposição a gentes nocivos; fotos da moradia ajudam</p><p>muito no julgamento de BPC-LOAS.</p><p>Livre convencimento motivado</p><p>Quando o julgador expõe quais fundamentos que, no caso concreto,</p><p>convenceram-no e levaram-no à conclusão exposta no dispositivo do</p><p>julgamento.</p><p>Sobre prova tarifada</p><p>A LBPS, no art. 55 § 3º, exige início de prova material para comprovação</p><p>de tempo de serviço. Mais adiante, no artigo 106, há um elenco de</p><p>provas materiais para a comprovação da atividade rural (esse rol é</p><p>ampliado pelos art. 47 e 54 da IN 77/15). Desde 2019, a MP 871/19</p><p>(convertida na Lei 13.876/19) introduz § 5º no artigo 16 da LBPS,</p><p>fazendo com que a união estável e a dependência econômica também</p><p>passem a exigir início de prova material contemporânea aos fatos (não</p><p>admite prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de</p><p>motivo de força maior e/ou caso fortuito). Não basta que seja prova oral</p><p>reduzida a termo (apenas formalmente documental), como no caso de</p><p>declarações escritas de pessoas próximas. Feitas estas considerações</p><p>iniciais sobre a necessidade probatória, vamos ao processo!</p><p>Processo administrativo</p><p>previdenciário</p><p>De acordo com a IN 77/15 (art. 658):</p><p>Considera-se processo</p><p>administrativo previdenciário o</p><p>conjunto de atos administrativos</p><p>praticados nos Canais de</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 32/67</p><p>Atendimento da Previdência Social,</p><p>iniciado em razão de requerimento</p><p>formulado pelo interessado, de</p><p>ofício pela Administração ou por</p><p>terceiro legitimado, e concluído com</p><p>a decisão definitiva no âmbito</p><p>administrativo.</p><p>IN 77/15 (art. 658)</p><p>Fases do PAP: inicial, instrução, decisão, recursos, julgamento dos</p><p>recursos.</p><p>Princípios que regem o PAP</p><p>Estão previstos nos artigos 5º e 37 da CRFB e art. 2º da Lei 9.784/99 os</p><p>princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,</p><p>eficiência, do contraditório e ampla defesa, duração razoável do</p><p>processo, isonomia, do devido processo legal, segurança jurídica, do</p><p>interesse público, finalidade, motivação, razoabilidade e</p><p>proporcionalidade. Os preceitos do PAP constantes do art. 659 da</p><p>IN77/15 dão contornos mais concretos a estes princípios. Vamos a eles:</p><p>É direito do cidadão conhecer as razões pelas quais seu</p><p>requerimento foi indeferido ou parcialmente deferido, o que é</p><p>necessário para o exercício do contraditório (oportunidade de</p><p>contraditar o ato administrativo) e ampla defesa. Liga-se ao</p><p>preceito do art. 659, X, da IN77:</p><p>Fundamentação das decisões, indicando os documentos e</p><p>os elementos que levaram à concessão ou ao</p><p>indeferimento do benefício ou serviço.</p><p>Princípio da motivação </p><p>Presunção de boa-fé </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 33/67</p><p>Dos atos praticados pelos interessados (art. 659, I, IN77).</p><p>Que contempla os preceitos da identificação do servidor</p><p>responsável por cada ato e a data em que cada ato foi praticado</p><p>(art. 659, XI, IN77).</p><p>Que contempla o preceito de garantia à comunicação, à</p><p>apresentação de alegações finais, à produção de provas e à</p><p>interposição de recursos (art. 659, XIV, IN77).</p><p>Que define que o julgador deve buscar a verdade, ainda que</p><p>tenha que se valer de outros elementos além daqueles trazidos</p><p>aos autos pelos interessados. Utilizando-se de sua experiência</p><p>na matéria, o julgador pode determinar certas provas úteis a</p><p>desvendar situações que, dentro de um juízo de probabilidade,</p><p>costumam ocorrer em situações similares ao caso concreto em</p><p>análise. Legitima, por exemplo, a pesquisa externa, a justificação</p><p>administrativa e qualquer outra solicitação de documentos ou</p><p>informações feitas a órgãos ou empresas. Mas isso não retira do</p><p>segurado a obrigação de trazer elementos indicativos aos autos,</p><p>bem como informações e documentos quando solicitado (Obs.:</p><p>Não basta o “quero me aposentar”). Este princípio complementa-</p><p>se com a ideia de cooperação (art. 5º do NCPC).</p><p>Que impõe à Administração o dever de dar prosseguimento ao</p><p>processo, impulsionando-o de ofício, sem prejuízo da atuação</p><p>Princípio da publicidade </p><p>Princípio da ampla defesa e contraditório </p><p>Princípio da primazia da verdade material </p><p>Princípio da oficialidade </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 34/67</p><p>dos interessados (art. 659, XVI, IN77).</p><p>Que contempla a regra hermenêutica de interpretação da norma</p><p>administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do</p><p>fim público (art. 659, XVII, IN77), que, no caso da Previdência</p><p>Social, é conceder o benefício a quem tem direito e negar aos</p><p>que ainda não completaram os requisitos necessários.</p><p>Além desses, há ainda os princípios específicos do PAP:</p><p>Princípio do interesse público </p><p> Obrigatoriedade da concessão do</p><p>benefício mais vantajoso</p><p>Os servidores do INSS devem verificar as provas</p><p>produzidas nos autos e, no momento do</p><p>julgamento, mesmo que o segurado ou dependente</p><p>requeira espécie de benefício diverso ou sejam</p><p>possíveis duas ou mais interpretações sobre o</p><p>caso, se constatado o direito ao benefício diverso</p><p>do requerido e/ou mais vantajoso economicamente,</p><p>deve-se informar tal fato ao interessado. No caso</p><p>de anuência do segurado, deve-se proceder a</p><p>concessão.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 35/67</p><p> Direito de esclarecimento</p><p>O servidor do INSS deve prestar ao segurado, em</p><p>todas as fases, os esclarecimentos necessários</p><p>para o exercício dos seus direitos, tais como</p><p>documentação indispensável, prazos para a prática</p><p>de atos, abrangência e limite dos recursos (art. 659,</p><p>VII, IN77) com formas e vocabulário simples,</p><p>evitando-se o uso de siglas ou palavras de uso</p><p>interno da Administração que dificultem o</p><p>entendimento pelo interessado (art. 659, XII, IN77).</p><p> Presunção de veracidade dos</p><p>dados constantes nos sistemas</p><p>corporativos da Previdência (ART.</p><p>29-A e §§ da LBPS)</p><p>Por um lado, caberá ao INSS comprovar que a</p><p>informação inserida no sistema não é verdadeira</p><p>para que possa desconsiderá-la. Por outro lado,</p><p>cria-se resistência (necessidade de prova robusta)</p><p>para considerar períodos e remunerações que não</p><p>estejam nos sistemas (onde cidadão pode verificar</p><p>com regularidade os dados constantes do CNIS e</p><p>solicitar, a qualquer tempo, a inclusão, exclusão ou</p><p>retificação de informações).</p><p> Gratuidade</p><p>Proibição de cobrança de despesas processuais,</p><p>ressalvadas as previstas em lei (art. 659, XV, IN77).</p><p> Informalismo procedimental</p><p>(aplicado em favor do segurado e</p><p>d d )</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html#</p><p>36/67</p><p>Artigo 690 da IN 77/15 – Reafirmação da DER (Data da Entrada do</p><p>Requerimento): “Se durante a análise do requerimento for verificado que</p><p>na DER o segurado não satisfazia os requisitos para o reconhecimento</p><p>do direito, mas que os implementou em momento posterior, deverá o</p><p>servidor informar ao interessado sobre a possibilidade de reafirmação</p><p>da DER, exigindo-se para sua efetivação a expressa concordância por</p><p>escrito”. A reafirmação da DER em processo judicial foi admitida pelo</p><p>STJ em 10/2019, com o julgamento do Tema 995: É possível a</p><p>reafirmação da DER para o momento em que implementados os</p><p>requisitos para a concessão do benefício, mesmo que isso se dê no</p><p>interstício entre o ajuizamento da ação e a entrega da prestação</p><p>jurisdicional nas instâncias ordinárias.</p><p>Há também o direito de desistência previsto no artigo 181-B do Dec.</p><p>3.048/99. Apesar de serem irreversíveis e irrenunciáveis, o segurado</p><p>pode desistir da sua aposentadoria (ex.: acreditava que o benefício viria</p><p>num valor mais alto e veio mais baixo, preferindo continuar trabalhando</p><p>e pedir em outro momento). Essa desistência deve ser logo após a</p><p>concessão e antes da ocorrência de um dos seguintes atos: I -</p><p>recebimento do primeiro pagamento do benefício; ou II - saque do</p><p>respectivo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou do</p><p>Programa de Integração Social (PIS).</p><p>Reconhecimento automático de</p><p>direitos</p><p>Além dos princípios do PAP, há algo que esbarra no material e no</p><p>processual (ao mesmo tempo) e que é um objetivo perseguido pelo</p><p>INSS: o reconhecimento automático de direitos. É um dos objetivos</p><p>estratégicos do INSS. A diretriz que o precede é manter um cadastro</p><p>fidedigno da vida laboral e profissiografia do cidadão com vistas a</p><p>seus dependentes)</p><p>Determina que erros formais não devem prejudicar</p><p>o requerente, desde que seja possível aproveitar</p><p>seu ato e fazê-lo atingir sua finalidade. Com base</p><p>neste princípio, pode-se até mesmo alterar um</p><p>pedido depois de realizada a instrução e gozar de</p><p>direitos que só seriam alcançados no curso do</p><p>processo.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 37/67</p><p>facilitar a obtenção de prestações previdenciárias e serviços, como a</p><p>reabilitação profissional e o serviço social. O desafio é lidar com</p><p>situações ocorridas há cinco décadas. Ex.: GFIP foi criada em 1999, e a</p><p>obrigatoriedade em meio magnético para todas as empresas, só em</p><p>2004.</p><p>Ciência dos atos</p><p>As formas de ciência dos atos processuais são as seguintes:</p><p>Ciência nos autos, preferencialmente.</p><p>Via postal com AR, telegrama ou outro meio que assegure ciência</p><p>ao interessado. Presumem-se válidas as comunicações dirigidas</p><p>ao endereço declinado nos autos, ainda que sejam recebidas por</p><p>terceiros.</p><p>Outro meio que assegure ciência, desde que registrado no</p><p>processo.</p><p>Ciência</p><p>Comparecimento supre a falta de comunicação e dá início à contagem de</p><p>prazos. Para os processos de suspensão de benefício por indício de erro ou</p><p>irregularidade, a ciência inicial será preferencialmente pela rede bancária.</p><p>Contagem de prazos</p><p>Sobre a contagem de prazos, veja as etapas:</p><p>Início: data da cientificação.</p><p>Contagem: em dias corridos, excluindo o dia inicial e incluindo o</p><p>dia final.</p><p>Prorrogação: nos casos de dia sem expediente, primeiro dia útil</p><p>subsequente.</p><p>No PAP, o não atendimento da comunicação não implica o</p><p>reconhecimento da verdade dos fatos de modo desfavorável à</p><p>pretensão formulada pelo interessado. Porém, pode prejudicar a</p><p>instrução, com aumento das chances de insucesso. O art. 678 § 7º da</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 38/67</p><p>IN 77 determina que, esgotado o prazo para cumprimento de exigências,</p><p>o INSS deve analisar os dados presentes nos sistemas e proferir a</p><p>decisão.</p><p>Fase inicial ou postulatória</p><p>Em regra, dá-se por requerimento da parte (exceção: início de ofício pelo</p><p>INSS). Elemento essencial: definição do objeto (concessão, revisão,</p><p>atualização cadastral, prestação de serviços) + documentos (que</p><p>provam o direito). A formalização do processo se dá com:</p><p>Requerimento assinado;</p><p>Procuração, se for o caso;</p><p>Comprovante de agendamento, quando cabível;</p><p>Cópia do documento de identificação do requirente e</p><p>representante legal;</p><p>Documentação comprobatória relacionada ao pedido, caso haja.</p><p>Mas atenção a estas informações:</p><p>Solução no caso de recusa ao protocolo por parte do servidor:</p><p>contatar a Ouvidoria.</p><p>Documentação incompleta causa expedição de carta de exigência,</p><p>na fase instrutória, com prazo de 30 dias para o cumprimento.</p><p>No PAP, o requerimento geralmente é padrão, mas é possível</p><p>melhorar seu conteúdo através de anexo construído pelo</p><p>segurado.</p><p>Requerimento pode ser formulado pelos canais: A) Portal do INSS</p><p>na Internet; B) Central de Atendimento 135; C) Agência de</p><p>Atendimento da Previdência Social - APS (1.500 pontos de</p><p>atendimento no Brasil).</p><p>Qualquer que seja o canal utilizado, fixa-se a Data da Entrada do</p><p>Requerimento – DER.</p><p>Fase instrutória</p><p>Nos âmbitos administrativo e judicial, o mais importante é a boa</p><p>produção das provas. No Direito Previdenciário, a maior parte das</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 39/67</p><p>provas são pré-constituídas. As provas que instruem o processo</p><p>administrativo são praticamente as mesmas utilizadas na via judicial.</p><p>Todavia, uma das principais diferenças do âmbito administrativo para o</p><p>judicial é a liberdade na apreciação das provas.</p><p>A valoração de provas no PAP é muito atrelada ao que determina a IN</p><p>77/15, que apresenta listas de provas geralmente aceitas para cada</p><p>situação (a tarifação de provas diminui no âmbito judicial). A carta de</p><p>exigências é o expediente comum para o servidor do INSS requerer</p><p>complementação de documentação, isso quando já não comunica de</p><p>pronto no atendimento inicial. Prazo para cumprimento das exigências:</p><p>30 dias, prorrogável por mais 30 mediante justificativa do interessado.</p><p>Espécies de provas</p><p>Sobre as espécies de provas, elas podem ser:</p><p>Documental.</p><p>Oral: justificação administrativa (JA) para testemunhas; entrevista</p><p>rural para verificar a situação dos segurados no campo.</p><p>Registros em cadastros públicos.</p><p>Pesquisa externa: feita pelo servidor do INSS, previamente</p><p>designado para atuar nas empresas, nos órgãos públicos ou em</p><p>relação aos contribuintes em geral e beneficiários, com o objetivo</p><p>de verificar a veracidade de documentos, conferir dados</p><p>constantes nos sistemas, dentre outros.</p><p>Prova pericial: destinada a avaliar a capacidade laborativa do</p><p>segurado e a invalidez ou deficiência para fins de prorrogação da</p><p>qualidade de dependente após os 21 anos de idade, bem como a</p><p>deficiência/impedimentos para fins de percepção de benefício</p><p>assistencial (BPC-LOAS).</p><p>Cadastro Nacional de Informações</p><p>Sociais (CNIS)</p><p>Os dados constantes no CNIS relativos a vínculos, remunerações e</p><p>contribuições valem como prova de filiação à Previdência Social, relação</p><p>de emprego, tempo de serviço ou de contribuição e salário-de-</p><p>contribuição, salvo comprovação de erro ou fraude. A comprovação dos</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 40/67</p><p>dados divergentes, extemporâneos ou não constantes no CNIS caberá</p><p>ao requerente. O que alimenta o CNIS?</p><p>GFIP, que entrou em funcionamento em 1999, e obrigatoriedade</p><p>em meio magnético para todas as empresas em 2004.</p><p>RAIS, que começou em 1974.</p><p>CAGED, que foi instituído em 1965.</p><p>Recolhimentos em bancos e lotéricas.</p><p>Fase decisória</p><p>Na fase decisória, o servidor responsável analisa as provas e o</p><p>requerimento e emite uma decisão administrativa. A decisão, em</p><p>qualquer hipótese, deverá conter despacho sucinto com objeto do</p><p>requerimento administrativo, fundamentação com análise das provas</p><p>constantes nos autos e conclusão, deferindo ou indeferindo o pedido</p><p>formulado.</p><p>Reconhecido o direito ao benefício, como regra geral,</p><p>os efeitos financeiros retroagem à data de entrada do</p><p>agendamento (Central 135 ou internet) ou do</p><p>requerimento – DER.</p><p>Fase recursal</p><p>Em primeira análise, corresponde a uma fase aberta ao administrado</p><p>que não concordar com a decisão administrativa. Porém, o INSS</p><p>também poderá recorrer (não contra si próprio, mas pode recorrer das</p><p>decisões proferidas pelas JR – Juntas de Recursos, já que o Tribunal</p><p>Administrativo não compõe a estrutura organizacional do INSS, mas,</p><p>sim, do Ministério a que é associado). O CRSS (Conselho de Recursos</p><p>do Seguro Social) é composto de 29 JR e 4 Câmaras de Julgamento</p><p>(CaJ), com as mesmas competências.</p><p>Fase aberta</p><p>É possível voltar à produção de provas na fase recursal (mais uma</p><p>manifestação da busca pela verdade material e informalismo</p><p>procedimental.</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 41/67</p><p>JR – Juntas de Recursos</p><p>As JR têm jurisdição (administrativa) no estado ou região onde são</p><p>localizadas, e as CaJ têm jurisdição em todo o território nacional.</p><p>CRSS</p><p>O CRSS é um tribunal administrativo, e suas decisões têm força de coisa</p><p>julgada para o INSS, mas não para o particular (que pode ingressar com</p><p>uma ação no Judiciário).</p><p>Recurso ordinário para a JR</p><p>O prazo para recurso é de 30 dias a partir da intimação da decisão de</p><p>indeferimento. Prazo para Contrarrazões (do INSS): 30 dias do protocolo</p><p>do recurso. O INSS tem o poder de revisar a decisão com base nos</p><p>argumentos trazidos em recurso ordinário. Se acolher, o processo se</p><p>encerra. Se não acolher, faz despacho expondo as razões do não</p><p>acolhimento (contrarrazões). Se não houver o despacho de</p><p>contrarrazões, considera-se a manutenção da decisão de indeferimento</p><p>pelos seus próprios fundamentos.</p><p>Atenção!</p><p>A intempestividade não impede a revisão de ofício pelo INSS quando a</p><p>decisão administrativa estiver incorreta. Ocorrido o julgamento pela JR,</p><p>o processo retorna ao INSS para que proceda a comunicação ao</p><p>interessado.</p><p>Recurso especial para a CaJ</p><p>O prazo para recurso é de 30 dias. Podem recorrer tanto a parte quanto</p><p>o INSS. Também é possível a conversão em diligência. É vedado ao</p><p>INSS escusar-se de cumprir as diligências solicitadas pelo CRSS, bem</p><p>como deixar de dar cumprimento às decisões definitivas daquele</p><p>colegiado, reduzir ou ampliar o seu alcance ou executá-las de modo que</p><p>contrarie ou prejudique seu evidente sentido.</p><p>A propositura, pelo interessado, de ação judicial que tenha por objeto</p><p>idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa</p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 42/67</p><p>renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do</p><p>recurso interposto.</p><p>Processo judicial</p><p>Tem início com a petição inicial, que deve vir acompanhada de</p><p>documentos essenciais: identidade, CPF, procuração e comprovante de</p><p>residência. Conforme o caso, haverá termos necessários à</p><p>comprovação da regularidade da representação (termo de curatela, por</p><p>exemplo). Além desses documentos, deverá ser juntada renúncia ao</p><p>excedente a 60 salários-mínimos quando se opta por ajuizamento nos</p><p>juizados especiais federais (JEF). Destaques úteis na petição inicial</p><p>conforme a pretensão:</p><p>Esclarecer a doença/especialidade médica (múltiplas patologias,</p><p>mas, em regra, geram perícia com médico do trabalho ou clínico</p><p>geral), se pretende concessão/reestabelecimento, Número do</p><p>Benefício no INSS (NB) e Data do Início do Benefício (DIB). Se for</p><p>indeferido administrativamente por perda da qualidade de</p><p>segurado, precisará comprovar o vínculo com o RGPS no início</p><p>da incapacidade, ainda que tenha perdido posteriormente.</p><p>Comprovar o tempo de carência alcançado, elencar os vínculos</p><p>não computados pelo INSS, NB e DIB. Usar uma planilha de</p><p>contagem de carência ajuda. Os casos mais comuns de</p><p>indeferimento de APID derivam de:</p><p>a. INSS desconsiderar vínculos da CTPS que não estão no CNIS.</p><p>b. Não computar AD como carência.</p><p>c. Recolhimento em atraso não computado como carência.</p><p>Na situação b, devemos observar se o AD está intercalado com</p><p>período contributivo para que possa ser considerado. Na</p><p>AD/APIN </p><p>APID </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 43/67</p><p>situação c, devemos verificar se foi perdida a qualidade de</p><p>segurado no momento do recolhimento em atraso.</p><p>Fazer uma lista de vínculos especiais, agente nocivo /</p><p>enquadramento por profissão e se foi considerado ou não pelo</p><p>INSS, elencar os outros vínculos comuns, NB, DIB e usar uma</p><p>planilha de contagem de tempo de contribuição ajuda.</p><p>Informações necessárias: dados do segurado falecido, idade da</p><p>parte autora e tempo de convivência, data do óbito e DER.</p><p>Esclarecer se o de cujus recebia benefício ou contribuía para o</p><p>RGPS (comprovação da qualidade de segurado) e trazer lista de</p><p>provas que comprovem a união estável (ou dependência</p><p>econômica). Quanto à lista de provas, pode-se consultar as</p><p>listadas no artigo 22 § 3º do Dec. 3048/99 e artigo 135 da IN</p><p>77/15. Caso o segurado tenha morrido sem qualidade de</p><p>segurado, averiguar se ele teria algum direito a benefício do</p><p>RGPS no momento do falecimento (AD, APIN, ATC ou APID). O</p><p>direito a qualquer benefício impede a perda da qualidade de</p><p>segurado.</p><p>Vínculos não considerados pelo INSS, remunerações divergentes</p><p>na carta de concessão, NB, DIB (há decadência de 10 anos para</p><p>as revisionais).</p><p>APESP </p><p>Pensão </p><p>Ações revisionais fáticas </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 44/67</p><p>Destaque para qual é a tese, NB e DIB (há decadência de dez</p><p>anos para as revisionais, mas não para as de reajustes</p><p>remuneratórios).</p><p>Revelia (ausência de resposta do réu – no caso, o INSS): A partir do art.</p><p>20 (parte final) da Lei nº 9.099/95, extrai-se que a decretação da revelia</p><p>somente implica presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial</p><p>se o contrário não resultar da convicção do juiz.</p><p>Decadência (art. 103 da LBPS): Prazo de 10 anos para revisão do ato de</p><p>concessão, indeferimento, revisão ou cessação por parte do INSS. Para</p><p>consultar julgados importantes sobre decadência, veja o Explore +.</p><p>Competência: A competência dos JEF é de natureza absoluta (art. 3º §</p><p>3º da Lei 10.259/01), e a maioria das ações previdenciárias tramita nos</p><p>JEF. Exceções:</p><p>Causas com valor acima de 60 SM (Varas Previdenciárias).</p><p>Causas que envolvam acidente do trabalho (AD derivado de</p><p>acidente do trabalho; APIN derivada de acidente do trabalho;</p><p>pensão por morte derivada de acidente do trabalho; revisões de</p><p>benefícios por acidente do trabalho).</p><p>Causas que envolvam competência delegada: opção do segurado</p><p>pela Justiça Estadual caso more em comarca que não seja sede</p><p>de Vara/JEF da Justiça Federal. O exercício da competência</p><p>delegada é restrito às comarcas estaduais localizadas a mais de</p><p>70 quilômetros da sede da vara federal cuja circunscrição abrange</p><p>o município-sede da comarca.</p><p>Nos casos de acidente de trabalho, a competência recursal é do Tribunal</p><p>de Justiça (estadual) e, nos casos de competência delegada, a</p><p>competência recursal é do Tribunal Regional Federal.</p><p>Con�itos de competência</p><p>JEF versus JEF – decidido pela Turma Recursal</p><p>Revisionais por tese ou reajustes remuneratórios </p><p>05/02/2024, 13:42 Regime Geral de Previdência Social</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/01193/index.html# 45/67</p><p>JEF versus Vara Federal – decidido pelo TRF</p><p>Vara Estadual versus Vara Federal – decidido pelo TRF</p><p>Vara Estadual versus JEF – há jurisprudência com julgamento no STJ e</p><p>em TRF.</p><p>A necessidade de requerimento administrativo prévio ao processo</p><p>judicial foi julgada pelo STF, em sede de repercussão geral, que o</p><p>ajuizamento de ação cujo objeto seja a concessão de benefício</p><p>previdenciário depende</p>

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