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<p>16</p><p>FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE</p><p>CECILIA GOMES CARVALHO</p><p>EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA E PROFESSORES NO PROCESSO DE INCLUSÃO</p><p>TOCANTINÓPOLIS – TO</p><p>2023</p><p>FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE</p><p>CECILIA GOMES CARVALHO</p><p>EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA E PROFESSORES NO PROCESSO DE INCLUSÃO</p><p>Artigo Científico Apresentado à faculdade venda nova do Imigrante, como requisito parcial para a obtenção do título de pós-graduação educação infantil – anos iniciais e psicopedagogia.</p><p>TOCANTINÓPILIS – TO</p><p>2023</p><p>EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA E PROFESSORES NO PROCESSO DE INCLUSÃO</p><p>Cecilia Gomes Carvalho[footnoteRef:1] [1: Cecilia Gomes Carvalho, graduada em Educação do Campo, pós-graduada em Gestão e Organização do Trabalho Escolar pela Universidade Federal do Tocantins – UFT. E-mail: carvalhocecilia@gmail.com]</p><p>carvalhocecilia98@gmail.com</p><p>RESUMO</p><p>Este artigo socializa os resultados de uma investigação que teve como principal objetivo analisar brevemente os desafios das escolas públicas para se trabalhar no contexto de uma educação inclusiva, trazendo uma breve contextualização histórica acerca do tema. Utilizando-se da metodologia de pesquisa qualitativa, com o levantamento bibliográfico, coletas de dados em artigos, sities e livros relacionados ao tema, fazendo-se então o cruzamento das informações e entrelaçando todo o conhecimento adquirido com as disciplina em estudo para se alcançar um objetivo final bem significativo, apresentando assim importantes discussões com autores que abordam sobre educação especial até se falar em “Educação Inclusiva”, bem como os desafios da escola pública e as dificuldades do professor em sala de aula para inclusão do seu aluno. O que percebe-se como resultado desse trabalho é que a Educação Inclusiva, sempre foi colocada em segundo plano, e que o disposto na forma da Lei, na verdade não se efetiva na prática. Contudo a pesquisa possibilita contextualizar sob qual ótica a pesquisa foi delineada e executada. E assim, possibilitando mostrar neste trabalho o quão é importante a valorização da escola e do professor no processo de inclusão.</p><p>Palavras chave: Educação Especial; Educação Inclusiva; Escola Pública.</p><p>ABSTRACT</p><p>This article socializes the results of an investigation that had as main objective to briefly analyze the challenges of public schools to work in the context of an inclusive education, bringing a brief historical contextualization about the theme. Using the qualitative research methodology, with the bibliographic survey, data collection in articles, sities and books related to the theme, then crossing information and interweaving all the knowledge acquired with the subjects under study to achieve a very significant final objective, thus presenting important discussions with authors who approach special education until we talk about “Inclusive Education”, as well as the challenges of the public school and the</p><p>difficulties of the teacher in the classroom to include his student. What is perceived as a result of this work is that Inclusive Education, has always been placed in the background, and that the provisions of the Law, in fact, are not effective in practice. However, the research makes it possible to contextualize the perspective from which the research was designed and executed. And so, making it possible to show in this work how important it is to value the school and the teacher in the inclusion process.</p><p>Key word: Special Education; Inclusive education; Public school.</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O presente trabalho tem uma abordagem que gira em torno da “Educação” como caminho para o entendimento da importância da Educação Inclusiva. Na contemporaneidade devido às exigências e necessidades sociais, inclusão se tornou um tema muito comum na sociedade. Os ambientes escolares estão desenvolvendo alternativas e formas de educação que inclua o aluno com necessidades educativas especiais na rede regular de ensino.</p><p>A Declaração de Salamanca (1994) enfatiza que o princípio fundamental da Educação Inclusiva é que todos os alunos sejam acolhidos e atendidos nas escolas regulares independentemente de suas condições sociais, políticas, econômicas culturais, raciais e de desenvolvimento, destacando que a escola tem a função social de combater a exclusão e a discriminação.</p><p>A educação é considerada o norte capaz de fazer essa conjuntura entre escola e inclusão. Para uma transformação da melhoria do ensino-aprendizagem, dos alunos inclusos é preciso que as pessoas ou entidades competentes discorram da educação inclusiva em busca de novos valores e atitudes capazes de impactar tantos os professores quanto os alunos da importância da pratica de inclusão. Com a educação inclusiva é possível construir novas práticas sociais, capaz de sensibilizar o ser humano à criar uma interação harmônica entre eles mesmos.</p><p>Vale evidenciar o desafio do professor da educação inclusiva que muitas vezes não tem o apoio desejado para trabalhar, enfrentam dificuldades pela falta de políticas públicas voltadas para essa modalidade, mas mesmo assim, esses professores das escolas públicas, em todos os níveis de ensino, estes veem coibidos a efetivarem mudanças estruturais para atender os alunos portadores de necessidades especiais, visto que, essa é uma demanda da sociedade.</p><p>Nesse sentido, o trabalho vem abordar brevemente a história da Educação Inclusiva, na qual ao longo do tempo é debatidas por inúmeras conferencias, declarações e diretrizes. A pesquisa ressalta ainda Alguns pressupostos e os Desafios da Escola Pública para uma Educação Inclusiva, e por último aborda os desafios do professor na escola pública em torno da Educação Inclusiva.</p><p>2 Breve histórico da Educação Inclusiva no Brasil</p><p>Historicamente os debates em torno da educação inclusiva é um estudo que vem crescendo bastante atualmente, sobretudo a partir da década de 90, pelo o fato de compreender a importância e o direito daqueles indivíduos com necessidades especiais de ser incluído em um determinado espaço educacional regular, para que se tenha uma educação de qualidade e uma inclusão desses na sociedade respeitando e valorizando as particularidades e especificidade de cada um.</p><p>É de grande importância aqui, antes de debatermos sobre os desafios da escola pública para uma educação inclusiva, fazer uma breve contextualização histórica em torno desta abordagem ressaltando também alguns pressupostos importantes da educação especial até se falar em educação inclusiva.</p><p>Analisando o histórico da educação especial no Brasil é possível ver que é um contexto de grande discriminação da sociedade com aqueles que possuem necessidades especiais principalmente na área educação. É notório ver que as lutas tem se intensificado bastante atualmente para uma educação igualitária, mais ainda é um grande desafio para as escolas públicas.</p><p>Nos séculos XVII e XVIII se vê claramente essa discriminação em alto nível que consequentemente gerava a exclusão dessas pessoas em diversas áreas da sociedade, nessa época ficou caracterizada e conhecida pela a grande rejeição para com esses indivíduos seja pela a escola, família e sociedade em geral (Souto, 2014).</p><p>O século XX foi marcado por muitas transformações que contribuíram de forma positiva na vida das pessoas com necessidades especiais, um desses avanços foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n° 4.024 de 1961, que determinou que o atendimento das pessoas com necessidades especiais, apontando o direito dos “excepcionais” à educação, de preferência dentro do sistema geral de ensino. De acordo com Souto (2014), em 1971 a LDBEN de 1961 foi alterada pela Lei ° 5.692, que definiu tratamento especial para alunos com necessidades físicas, mentais, os que se encontram em atraso considerável quanto à idade regular de matricula e os superdotados (SANTOS, s/d, p.4).</p><p>Após um histórico de grande discriminação e exclusão para com essas pessoas, no século XX houve uma grande intensificação nas lutas, movimentos se mobilizaram</p><p>para que os indivíduos com necessidades especiais tivessem seus direitos adquiridos e garantidos, começaram também a se discutir sobre os modelos educacionais que excluíam essa parte da sociedade do espaço escolar. Foi criado então o Instituto Pestalozzi no começo do século XX, que era especializado para atender pessoas com deficiência mental, depois se criou neste mesmo instituto o atendimento educacional às pessoas com superdotação. Já em meados de 1954 é fundada a primeira APAE- Associação de Pais e Amigos Excepcionais (Souto, 2014).</p><p>A partir de então foram criadas diversas leis para fundamentar e assegurar os direitos a essas pessoas, como aborda Souto (2014), começando a se fundamentar pela a Lei de Diretrizes e Bases- LDBEN, n°44.24/61 que garante o direito á educação dessas pessoas dentro do sistema geral de ensino. A Lei n° 5.692/71 vem alterar à citada anteriormente definindo o “Tratamento especial para os alunos com deficiências físicas, mentais, os que encontram em atraso considerável quanto á idade regular de matricula e os superdotados” (SOUTO, 2014, p.17), porem é importante ressaltar aqui que ainda não se falam em integrar os alunos em escolas regulares.</p><p>Por volta de 1973 ainda com ideais de uma educação meramente isolada, então “O MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP, responsável pela a gerência da educação especial no Brasil, que, sob a égide, integracionista, impulsionou ações educacionais voltadas ás pessoas com deficiência e ás pessoas com superdotação” (SOUTO, 2014, p.18). É possível analisar que até esse período ainda não se fala em educação inclusiva, e sim politicas que vem tratar da educação daqueles portadores de necessidades especiais.</p><p>Segundo Souto 2014, houve então a criação de diversos órgãos para o atendimento especializado a essas pessoas, que necessitavam de uma educação especial, muitas campanhas foram introduzidas, como vem destacar a autora a “campanha Nacional de educação e reabilitação de deficientes de Visão; Campanha Nacional de Reabilitação de Deficientes Mentais que enquanto campanhas tinha um caráter episódico e passageiro” SOUTO, 2014, p.18), mais ainda não politicas educacionais para assegurar a educação especial como integrada. A Constituição de 1988 também foi um marco bastante importante para a educação, principalmente voltada para essas pessoas “Após tantos anos de segregação e isolamento, hoje essas pessoas são reconhecidas como cidadãs, segundo a Constituição Federal de 1988. A inclusão escolar está diretamente relacionada às ações políticas, pedagógicas, culturais e sociais” (SILVA, 2015, p.8). Ainda sobre a Constituição de 88, SOUTO vem abordar que;</p><p>Configurou-se como um novo estatuto jurídico para o país. Contando com o envolvimento da sociedade civil organizada, essa Constituição caracteriza- se por uma ênfase nos direitos sociais e pelo estabelecimento dos princípios de descentralização e municipalização para a execução das politicas sociais, inclusive na educação, que passa a ser considerada direito subjetivo (SOUTO, 2014, p.19).</p><p>Analisando esse breve contexto histórico onde abordo importante marcos para o avanço da educação especial é possível ver que muito tempo se passa até se falar em educação inclusiva, em criar de fato politicas educacionais que garanta uma educação de qualidade a essas pessoas. Por muito tempo o que se via era uma educação segregada, isolada que excluía as pessoas com necessidade educativas especiais em se inserir em um contexto educacional regular, onde só podiam está dentro daquele local feito para eles próprios, que consequentemente gerava uma grande discriminação a eles “As classes especiais implantadas nas décadas de 70 e 80 serviram mais como espaços de segregação para aqueles que não se enquadravam no sistema regular de ensino, do que uma possibilidade para ingresso na rede pública de alunos com deficiências” (BUENO, 1993; FERNANDES, 1999, apud, GLAT; FERNANDES, 2005, p.3).</p><p>Segundo Souto (2014), foi somete com a Conferência Mundial de Educação Especial acontecida em 1994 que a educação inclusiva começou a fundamentar a partir da Declaração de Salamanca que “Define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi nas Políticas Públicas de Educação” (p.28), com o objetivo de incluir aqueles alunos portadores de necessidades educativas especiais em classes regulares, como forma de democratização desse campo educacional, trazendo assim um novo olhar para a inclusão.</p><p>Essa declaração enuncia que diante do alto custo em manter instituições especializadas as escolas comuns devem acolher todas as crianças independentes de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais linguísticas ou outros. Dois anos mais tarde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996-LDB/96- é promulgada propondo a adequação das escolas brasileiras para atender satisfatoriamente a todas as crianças. Diferenças étnicas, sociais, culturais ou de qualquer ordem passam a ser foco do discurso de inclusão escolar {...} Sob o impacto desses documentos e dentro de um conjunto de políticas sociais, um discurso de “educação inclusiva” toma corpo no país, de modo que profissionais que atuavam na Educação Especial passam, pouco a pouco, a utilizar o termo “inclusão” no lugar da bandeira da “integração”. Sem desconsiderar os movimentos em prol de situações menos segregadas para as pessoas para as pessoas com deficiências, acreditamos que a implantação de uma política de “educação inclusiva” deve ser Analisada no contexto completo das políticas sociais nas sociedades capitalistas (SOUTO, 2014, p.21).</p><p>Portanto a Declaração de Salamanca foi de mera importância para o avanço da educação especial no Brasil, trouxe um discurso de uma “Educação Inclusiva” onde as escolas regulares deveriam acolher todas as crianças sem distinção com isso redimensionando o papel educacional de combater a discriminação e exclusão desses indivíduos, e trazendo discursos importantíssimos para se pensar a educação especial na perspectiva inclusiva. Segundo Silva (2015) abordando no contexto geral essa declaração foi um dos avanços mais importantes nesse contexto de “Inclusão” ocorridos em meados do século XX.</p><p>Porem foi somente em meados dos anos 2000, que se foi implantado uma política propriamente da “Educação Inclusiva” redirecionando o atendimento das pessoas com necessidades educativas especiais, em ser matriculados em classes regulares das escolas públicas. Essa política vai se consolidando a partir de programas e ações que tem como intuito fomentar essa perspectiva de educação inclusiva através de formação de professores: na educação especial; para o atendimento educacional especializado, programas para implantar salas de recursos multifuncionais; de educação inclusiva para do direito á diversidade; e o programa incluir. Construindo assim sistemas educacionais inclusivos e qualificando educadores especializados (SOUTO, 2014).</p><p>A partir de então sob essa nova perspectiva de “Educação Inclusiva” da valorização das pessoas com necessidades especiais, se cria diversos decretos, leis portarias e documentos para garantir e legitimar a educação inclusiva no país, como direito das pessoas com necessidades educativas especiais em ter uma educação de qualidade, pois, “a educação especial não pode mais ser olhada como um sistema paralelo à educação geral e sim fazer parte dela como um conjunto de recursos pedagógicos e de serviços de apoio que facilitem a aprendizagem de todas em turnos regulares” (SILVA, 2015, p.11).</p><p>3 Alguns pressupostos para Debatermos os Desafios da Escola Pública para uma Educação Inclusiva.</p><p>Conforme já foi abordado foi com a Declaração de Salamanca em 1990, que começou a se fundamentar esse termo “inclusão”, analisando então esse contexto histórico da Educação Inclusiva é possível ver que a mesma vem sendo debatida recentemente somente após essa declaração onde enunciava que as escolas regulares deveriam acolher todas as crianças sem distinção. “Como política somente começou a ser implantada no decorrer</p><p>dos anos 2000, em que vários decretos e resoluções foram criadas para sustentação dessa política” (SOUTO, 2015, p.34).</p><p>De forma geral, o cenário da educação brasileira nas escolas públicas ainda passa por um processo de inovação, a Educação necessita de uma reforma no sentido da Inclusão e, para isso, precisa de ter os seus próprios agentes, os seus próprios reformadores, pois a escola inclusiva é aquela que abre espaço para todas as crianças, incluindo as que apresentam necessidades especiais. As crianças com deficiência têm direito à Educação em escola regular. Porém no Brasil ainda muito se ver a educação voltada para o atendimento especializado de alunos com diversos tipos de deficiências, alterações no comportamento, distúrbios de aprendizagem, estes sendo segregados dos demais alunos do ensino regular.</p><p>Podemos observar que a concepção de escola inclusiva, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial (MEC, 1998), implica em uma modificação da postura da escola que deve propor estratégias e ações, que favoreçam a inclusão social e práticas educacionais que atendam a todos os alunos.</p><p>Deve se buscar e normatizar um modelo de educação inclusiva para escolas pública brasileiras na qual busque o convívio com todos os alunos, a criança com deficiência deixar de ser tratada como diferente, e que sua acolhida possa contribuir muito para a construção de uma visão inclusiva dentro do ambiente escolar.</p><p>De acordo com Cury (2005) as políticas inclusivas podem ser definidas como estratégias e recursos destinados para a universalização de direitos políticos e sociais, com o objetivo de reduzir a desigualdade social nos diversos campos como: saúde, educação, ciência e tecnologia, entre outros. Elas são direcionadas para o indivíduo e para o coletivo, sustentadas pelo Estado e estabelecidas pelos dispositivos legais.</p><p>Nesse sentido podemos perceber que as políticas inclusivas podem ser caracterizadas como um norte capaz de minimizar essa desigualdade dentro do ambiente escolar e que são direitos ao indivíduo e dever do estado cumprir de acordo com seus dispositivos legais impostos.</p><p>Desse modo ressalta Mantoan (2006), que a luta pela inclusão escolar se caracteriza como um movimento social articulado, o qual exige igualdade e meios mais equitativos. Segundo a autora, esse movimento está ligado a sociedades democráticas, as quais estão pautadas no mérito individual e na igualdade de oportunidades.</p><p>Dessa forma, a inclusão propõe justamente a desigualdade de tratamento como meio de devolver uma igualdade que foi segregada no ensino especial e regular.</p><p>Apesar de reconhecer que há mudanças importantes em curso e que as diretrizes reinventadas por cada um dos núcleos gestores relativos aos sistemas de ensino têm condições de construir propostas que possam alterar o futuro da educação das pessoas com deficiência no Brasil, admito que temos um longo percurso a ser cumprido. Restam questionamentos muito importantes relativos: aos processos de identificação dos alunos que devem ter acesso a esses serviços; à etapa escolar considerada prioritária, pois temos presenciado uma ênfase no primeiro ciclo do ensino fundamental como o espaço de concentração das salas de recursos; à tendência de negação da complexidade dos fenômenos que caracterizam a vida escolar e valorização de uma premissa de ‘ajuste’ de ‘correção’ de um sujeito/aluno [...]. Nossas dificuldades primeiras, e possivelmente mais significativas, encontram-se no plano do cotidiano, de nossa capacidade de agir em modo sintônico com os atuais desafios que caracterizam a vida de cada professor. (BAPTISTA, 2011, p. 72).</p><p>É notório que tem que haver questionamentos na busca pelo acesso de todas as crianças à escola de ensino comum é uma questão presente na atualidade. Mas quando se leva em consideração a organização e o funcionamento da escola, especialmente pensando-se no trabalho com os alunos público-alvo da educação especial, mais especialmente os alunos com deficiência, pode haver um paradoxo, uma vez que muitas vezes elas não se mostram convenientes com a situação.</p><p>Segundo AQUINO et al, (1998) a inclusão conceitua-se como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus micro e macro sistemas, pessoas consideradas diferentes da comunidade a que pertençam. O processo ocorre de modo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade, buscam juntas equacionar problemas, discutir soluções e buscar oportunidades para todos.</p><p>Tais reflexões indicam que a inclusão exige modificações em diversos aspectos para que seja viável para todos. É preciso que haja condições favoráveis ao aprendizado dos alunos e ao ensino dos professores. As condições de trabalho podem favorecer ou não esse processo de educação inclusiva. Se não forem favoráveis corre-se o risco de se estar apenas colocando o aluno na escola comum sem que se esteja efetivamente investindo no seu ensino-aprendizado.</p><p>Sob essa ótica, a inclusão implica uma reforma radical nas escolas em termos de currículo, avaliação, pedagogia e formas de agrupamento dos alunos nas atividades de sala de aula. Ela é baseada em um sistema de valores que faz com que todos se sintam bem-vindos e celebra a diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem de origem, background social, o nível de aquisição educacional ou a deficiência (MITTLER 2003, p. 34).</p><p>Contudo, a inclusão deve ser levada em conta de todos os aspectos com base no autor supracitado seja ele: de gênero, nacionalidade, raça, linguagem de origem, background social, ou deficiência. Uma vez que, se deve olhar para a realidade do aluno incluso e o meio na qual ele estar inserido, a escola deve trabalhar com esse aluno sempre verificando sua potencialidade, para que esse processo de inclusão, não seja de exclusão.</p><p>3.1 Desafios do Professor na escola pública em torno da Educação Inclusiva</p><p>Na contemporaneidade notamos os desafios do professor quando tratamos de Educação Inclusiva. Essa modalidade tem crescido nos últimos anos na educação pública brasileira a tentativa de inclusão de alunos com algum tipo de deficiência, estudando no ensino regular, visto que, igualdade dentro do ambiente escolar ainda não seja o suficiente, deve-se pensar em equidade nos modos de ensino-aprendizagem dos alunos. Entretanto, é preciso também considerar que nem sempre o possível é o mais adequado para garantir maior efetividade do processo de inclusão escolar, requerendo avanços e novas conquistas para educação inclusiva.</p><p>No âmbito da educação básica brasileira quando se trata de Educação Inclusiva os professores enfrentam condições de trabalho pouco favoráveis, na qual podem limitar as possibilidades de êxito da inclusão e do aprendizado dos alunos. No entanto nota-se que os desafios enfrentados por professores passam por diversas esferas, sejam elas políticas, de gestão da escola, de formação, de condições objetivas de trabalho.</p><p>Ressalta Glat (2007), que a escola inclusiva, junto à diversidade deve ser valorizada em detrimento da homogeneidade. Mas, para oferecer uma educação de qualidade para todos os educandos, inclusive aos que apresentam necessidades especiais, o sistema escolar precisa oferecer condições para seus professores e gestores se prepararem para atender esse público da melhor forma possível. Diante disso, de acordo com o MEC (1998) a Inclusão não significa apenas, matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades especificas, mas significa oferecer ao professor, à escola e gestores o respaldo necessário à sua ação pedagógica.</p><p>Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial MEC (1998), está respaldada por uma nova postura e organização da escola que deve apontar no projeto político-pedagógico, no currículo, na metodologia, na avaliação e nas estratégias de ensino, objetivos e intervenções que possibilitem a inclusão social e práticas educativas diferenciadas que atendam a todos os alunos.</p><p>É evidente enfatizar</p><p>que na educação básica brasileira é permanente a precariedade das políticas formativas, cujas sucessivas mudanças não alcançaram um padrão consistente de preparação docente para fazer face aos problemas enfrentados pela educação escolar. Em nosso país muito já se avançou, mas há ainda muitos desafios a vencer e muitos outros a conquistar, principalmente, no campo educacional, nos seus diferentes níveis e modalidades.</p><p>No que ressalta Rabelo e Amaral (2003), percebe-se que as mudanças referentes a formação de professores para a educação inclusiva tem acontecido de maneira bem tímida porque “os currículos de Pedagogia atuais ainda estão estruturados para atender a uma parcela da população, a considerada ‘normal’, ignorando a presença de uma parcela importante de estudantes, aqueles que necessitam de uma atenção diferenciada”.</p><p>Diante disso, nota-se que grande parte das instituições formadoras de professores, inexiste uma consciência social inclusiva, agravada por um modelo de sociedade ainda individualista e excludente. Na qual isso se reflete na realidade, ou seja, na prática do professor que muitas vezes não consegue dá atenção necessária ao aluno.</p><p>No entanto, deve-se pensar nos moldes que possam beneficiar inclusão sendo o principal a formação de professores de qualidade, na qual estes podem perceber a real particularidade dos alunos que necessitam de mais atenção, que possam fazer o processo de inclusão pedagogicamente. Do mesmo modo, a gestão da escola deve dar apoio ao professor, sejam em novas tendências pedagógicas ou em acessibilidade para com os alunos inclusos.</p><p>[...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico. (MANTOAN,2009, p.120)</p><p>É de suma importância que professor do ensino regular, não seja diferente de um professor de inclusão, onde o mesmo seja valorizado o respeito mútuo à sua capacidade e seu espaço, facilitando assim sua atuação de forma livre e criativa proporcionando a cada um as mesmas atividades, estas atividades sendo adaptadas às necessidades de cada aluno, já que o professor vai ser sempre o responsável pelo sucesso ou pelo fracasso da aprendizagem dos alunos.</p><p>4 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Portanto, a inclusão é muito mais do que ter rampas ou banheiros adaptados nos espaços escolares. A inclusão possibilita aos que são discriminados, seja pela deficiência, pela classe social ou pela cor, que ocupem o seu lugar na sociedade e proporciona a todos, deficiente ou não, o desenvolvimento de habilidades para o trabalho e para a vida em comunidade.</p><p>O que percebe como resultado desse trabalho é que a Educação Inclusiva, sempre foi colocada em segundo plano, e que o disposto na forma da Lei, na verdade não se efetiva na prática. Ao passo que essas questões têm sido agravadas, comprometendo a qualidade de vida e de ensino-aprendizagem dos estudantes inclusos que muitas vezes não tem o apoio necessário dentro do ambiente escolar. Diante disso, ainda há muito que ser feito para tornar a Educação Inclusiva valorizada tanto no ambiente escolar quanto na sociedade.</p><p>No entanto, por intermédio da educação inclusiva é preciso discussões que se desenvolva nos seios da escola, buscando, conhecer e entender as causas e problemáticas que desfavoreça a inclusão na escola e, mais que isso, ser capaz de propor soluções. Afinal é a educação a principal ferramenta para que possamos garantir novos conhecimentos sobre uma determinada questão, e assim tornar a gestão e professores capazes de orientar e conduzir o desenvolvimento das atuais e novas gerações, transmitindo-lhes os conhecimentos adquiridos pela educação inclusiva.</p><p>Contudo é possível que com o apoio dos gestores, governantes, e principalmente de uma educação inclusiva bem formulada, os professores seja ele do meio formal ou informal comece a produzir e realizar ações, como, formações, aulas voltadas para essa temática, bem como trabalhos de conscientização sobre as questões de inclusão que o envolve a sociedade. Como foi visto na fundamentação deste trabalho, existem leis que amparam a inclusão, mas é preciso mais apoio na prática aos professores e a escola pública.</p><p>É preciso que haja um trabalho em coletividade, buscando sensibilizar a todos e todas da importância do trabalho de inclusão. Para a escola pública é preciso uma revisão na grade curricular, e deve se, ter um olhar em torno da realidade na qual a mesma está inserida. No que tange os professores, necessita-se urgentemente de formações para os mesmo, no âmbito da Educação Inclusiva é preciso compreender lidar com as ferramentas da educação inclusiva para agir no sentido de mudar os hábitos e costumes em vista aquele aluno incluso e assim poder viver em um território socialmente justo, com práticas de inclusão corretas.</p><p>5 Referencias</p><p>AQUINO, J. G. et al. Disciplina e preconceitos da escola: alternativas teóricas e práticas. Summus, São Paulo, 1998.</p><p>BAPTISTA, Claudio Roberto. Ação Pedagógica e Educação Especial: a sala de recursos como prioridade na oferta de serviços especializados. Revista Brasileira de Educação Especial, Bauru, v. 17, p. 59-76, maio/ago. 2011.</p><p>BRASIL. Educação especial no Brasil: síntese histórica. Brasília. Contrato MEC-SESPE/FGV-IESAE nº 1/88; 1998.</p><p>CURY, CRJ. Políticas Inclusivas e Compensatórias na Educação Básica. Cadernos de Pesquisa. 2005; 35. (124): 11-32.</p><p>GLAT, R. (Org.). Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: Ed. Sette Letras; 2007.</p><p>GLAT, Rosana; FERNANDES Edicléa Mascarenhas. Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira. Faculdade de Educação / Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Artigo publicado na Revista Inclusão nº 1, 2005.</p><p>MANTOAN, Maria Tereza Eglér. O desafio das diferenças nas escolas. Petropolis, RJ: Vozes, 2009.</p><p>MANTOAN, M. T. E., et al. (2006). Inclusão escolar pontos e contrapontos, (5a Ed.) São Paulo, Summus.</p><p>MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. Trad.: Windyz Brazão Ferreira. Porto Alegre: Artmed, 2003.</p><p>RABELO, Annete Scotti; AMARAL, Inez Janaina de Lima. A formação do professor para a inclusão escolar: questões curriculares do curso de Pedagogia. In: LISITA, V.M.S. de S.; SOUSA, L. F.E,C.P. (Orgs). Políticas educacionais, práticas escolares e alternativas de inclusão escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 209-221.</p><p>SANTOS, Guilherme Alexandre. OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA REDE PÚBLICA DE ENSINO. s/d.</p><p>SILVA, Cirlene Maria da. OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A ESCOLA HOJE. ANUÁRIO DE PRODUÇÕES ACADÊMICO-CIENTÍFICAS DOS DISCENTES DA FACULDADE ARAGUAIA. Araguaia, 2015.</p><p>SOUTO, Maricélia Tomáz De. EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL: CONTEXTO HISTORICO E COMTEPORANEIDADE. Campina Grande-PB, 2014.</p><p>UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE;1994.</p>