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<p>Tétano</p><p>Epidemiologia: O tétano em animais é uma doença infecciosa não contagiosa causada</p><p>pela bactéria Clostridium tetani. Ela pode ser encontrada no solo e em fezes, o que</p><p>aumenta a exposição de animais em ambientes rurais. A infecção ocorre quando esporos</p><p>da bactéria entram em feridas abertas ou tecidos necrosados. É mais comum em cavalos e</p><p>ruminantes, mas pode acometer diversos animais.</p><p>Patogenia: A doença é causada pela neurotoxina tetanospasmina, liberada após a</p><p>germinação dos esporos em tecidos com baixa oxigenação. Esta toxina bloqueia</p><p>neurotransmissores inibitórios no sistema nervoso, resultando em espasmos musculares</p><p>intensos e contínuos.</p><p>Sinais Clínicos: Os animais apresentam rigidez muscular, dificuldade de locomoção,</p><p>espasmos musculares, trismo (travamento da mandíbula), opistótono (arqueamento da</p><p>coluna), e dificuldade respiratória. Em casos graves, a morte pode ocorrer por asfixia devido</p><p>à paralisia dos músculos respiratórios.</p><p>Diagnóstico: O diagnóstico é clínico e baseado nos sinais apresentados, como rigidez</p><p>muscular e espasmos, especialmente quando há histórico de feridas recentes. Não há</p><p>testes laboratoriais específicos para confirmar o tétano em animais.</p><p>Tratamento: O tratamento envolve a administração de antitoxina tetânica para neutralizar a</p><p>toxina, antibióticos para eliminar a infecção bacteriana, limpeza das feridas, e suporte</p><p>respiratório e sedativos para controlar os espasmos musculares.</p><p>Profilaxia: A prevenção é feita através de vacinação regular com toxóide tetânico,</p><p>especialmente em animais que vivem em áreas rurais. Além disso, é crucial o manejo</p><p>adequado de feridas e o uso de anti toxinas em ferimentos potencialmente contaminados.</p><p>Botulismo</p><p>Epidemiologia:</p><p>O botulismo em animais é uma doença bacteriana grave e não contagiosa, causada pela</p><p>ingestão de toxinas produzidas pelo Clostridium botulinum. A infecção ocorre principalmente</p><p>pela ingestão de alimentos ou carcaças contaminadas, sendo comum em cães, bovinos e</p><p>outras espécies.</p><p>Patogenia:</p><p>O Clostridium botulinum produz uma toxina que afeta os nervos periféricos, bloqueando a</p><p>liberação de acetilcolina nas junções neuromusculares. Isso resulta em paralisia flácida,</p><p>afetando principalmente os músculos esqueléticos e, em casos graves, os músculos</p><p>respiratórios.</p><p>Sinais Clínicos:</p><p>Os sinais incluem fraqueza muscular, dificuldade em se mover, paralisia progressiva,</p><p>dificuldade respiratória, disfagia (dificuldade de engolir), ptose palpebral (queda das</p><p>pálpebras) e, em casos avançados, morte por falência respiratória.</p><p>Diagnóstico:</p><p>O diagnóstico é clínico, baseado nos sinais apresentados, como paralisia progressiva e</p><p>histórico de exposição a alimentos contaminados. Não há exames laboratoriais de rotina</p><p>disponíveis para confirmar rapidamente o botulismo.</p><p>Tratamento:</p><p>O tratamento inclui a administração de antitoxina botulínica, suporte respiratório e cuidados</p><p>de suporte, como alimentação assistida. Infelizmente, em muitos casos, o prognóstico é</p><p>ruim se o tratamento não for iniciado precocemente.</p><p>Profilaxia:</p><p>A prevenção envolve a eliminação de fontes potenciais de contaminação, como alimentos</p><p>deteriorados, carcaças e forragem mal conservada, além de vacinação em algumas</p><p>espécies suscetíveis, como bovinos</p><p>Carbúnculo sintom��tico</p><p>Epidemiologia:</p><p>O carbúnculo sintomático, também conhecido como manqueira ou "black-leg", é uma</p><p>doença endêmica e altamente fatal em bovinos, principalmente em animais jovens de 6</p><p>meses a 2 anos de idade. A infecção é causada pela bactéria Clostridium chauvoei e ocorre</p><p>principalmente em áreas de pastagem.</p><p>Patogenia:</p><p>O Clostridium chauvoei é uma bactéria anaeróbia que forma esporos. Esses esporos podem</p><p>permanecer no solo por longos períodos. Quando entram no corpo do animal por lesões ou</p><p>ingestão, germinam nos tecidos, causando necrose muscular e produção de toxinas que</p><p>afetam os vasos sanguíneos, resultando em inchaço e morte dos tecidos.</p><p>Sinais Clínicos:</p><p>Os animais apresentam febre, depressão, falta de apetite, claudicação (mancar) e inchaço</p><p>muscular que se torna edematoso e frio ao toque. A evolução da doença é rápida, muitas</p><p>vezes levando à morte em 12 a 48 horas após o início dos sintomas.</p><p>Diagnóstico:</p><p>O diagnóstico é feito com base nos sinais clínicos e histórico de exposição a áreas</p><p>endêmicas. A confirmação pode ser obtida por meio de exames laboratoriais que identificam</p><p>a presença da bactéria em amostras de tecidos.</p><p>Tratamento:</p><p>O tratamento é difícil devido à rápida progressão da doença. Quando identificado</p><p>precocemente, antibióticos, como penicilina, podem ser eficazes. Porém, na maioria dos</p><p>casos, o tratamento não tem sucesso devido à velocidade de evolução.</p><p>Profilaxia:</p><p>A principal medida preventiva é a vacinação dos animais jovens, especialmente em regiões</p><p>endêmicas. A vacinação anual reduz significativamente a incidência da doença.</p><p>.</p><p>Brucelose</p><p>Epidemiologia:</p><p>A brucelose é uma zoonose de caráter crônico, causada por bactérias do gênero Brucella.</p><p>Afeta principalmente bovinos, ovinos e caprinos, mas pode acometer diversas espécies</p><p>animais e humanos. A transmissão ocorre pelo contato com animais infectados, secreções</p><p>corporais ou ingestão de produtos lácteos crus.</p><p>Patogenia:</p><p>A bactéria Brucella spp. penetra no organismo através de mucosas ou pele lesionada e se</p><p>dissemina pelo sistema linfático e sanguíneo, afetando principalmente os órgãos</p><p>reprodutivos. Nos machos, pode causar orquite (inflamação nos testículos), e nas fêmeas,</p><p>abortos recorrentes e retenção de placenta.</p><p>Sinais Clínicos:</p><p>Os sinais incluem abortos no último trimestre de gestação, inflamação nas articulações,</p><p>retenção de placenta, infertilidade e, nos machos, inflamação testicular. A doença pode ser</p><p>assintomática por longos períodos.</p><p>Diagnóstico:</p><p>O diagnóstico é realizado por meio de testes sorológicos, como o teste do anel do leite ou</p><p>testes laboratoriais, e pela observação dos sinais clínicos, principalmente abortos e</p><p>inflamação reprodutiva.</p><p>Tratamento:</p><p>Não há tratamento recomendado para brucelose em animais, sendo o abate sanitário a</p><p>principal medida para controlar a disseminação. O tratamento em humanos inclui</p><p>antibióticos de longo prazo.</p><p>Profilaxia:</p><p>A vacinação de fêmeas bovinas e ovinas é a principal medida preventiva, além de práticas</p><p>de higiene rigorosas e controle de movimentação de animais em áreas endêmicas.</p><p>Tuberculose</p><p>Epidemiologia:</p><p>A tuberculose bovina é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria</p><p>Mycobacterium bovis. Ela afeta principalmente bovinos e búfalos, mas também pode</p><p>acometer outros animais e seres humanos, sendo uma zoonose importante. A transmissão</p><p>ocorre por inalação de aerossóis ou ingestão de alimentos contaminados, como leite não</p><p>pasteurizado.</p><p>Patogenia:</p><p>O Mycobacterium bovis penetra pelas vias respiratórias ou digestivas e se aloja nos</p><p>pulmões ou gânglios linfáticos. A infecção provoca uma resposta inflamatória crônica,</p><p>resultando na formação de granulomas (tubérculos) nos órgãos afetados, o que pode levar</p><p>à falência dos órgãos.</p><p>Sinais Clínicos:</p><p>Os sinais incluem emagrecimento progressivo, tosse crônica, febre, perda de apetite,</p><p>dificuldade respiratória e linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos). No entanto, muitos</p><p>animais infectados podem ser assintomáticos por longos períodos.</p><p>Diagnóstico:</p><p>O diagnóstico é feito principalmente por meio do teste tuberculínico, no qual uma substância</p><p>chamada tuberculina é injetada na pele do animal para verificar a reação. Testes</p><p>laboratoriais e cultura bacteriana também podem ser utilizados para confirmar a doença.</p><p>Tratamento:</p><p>Não há tratamento eficaz recomendado para tuberculose bovina devido ao risco de</p><p>transmissão para humanos. A principal medida de controle é o abate dos animais</p><p>infectados, e programas de erradicação são comuns em áreas endêmicas.</p><p>Profilaxia:</p><p>A prevenção é feita por meio de programas de controle e erradicação, incluindo a realização</p><p>regular de testes tuberculínicos, abate de animais infectados e medidas de biossegurança.</p><p>A pasteurização do leite é crucial para evitar a transmissão da doença para humanos.</p><p>Mastite</p><p>Epidemiologia:</p><p>A mastite é uma inflamação das glândulas mamárias, comum em bovinos, caprinos e</p><p>ovinos, afetando principalmente animais de produção leiteira. A infecção é frequentemente</p><p>causada por bactérias como Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae e</p><p>Escherichia coli. A doença é uma das principais causas de prejuízo econômico na pecuária</p><p>leiteira devido à redução na produção de leite e à qualidade inferior do produto.</p><p>Patogenia:</p><p>A mastite ocorre quando microrganismos patogênicos entram no canal do teto e se</p><p>multiplicam na glândula mamária. A resposta inflamatória é ativada para combater a</p><p>infecção, resultando em danos nos tecidos e diminuição da função produtiva da glândula.</p><p>Existem duas formas principais de mastite: a clínica, com sinais visíveis, e a subclínica,</p><p>onde não há sintomas aparentes, mas o leite e o tecido mamário estão comprometidos.</p><p>Sinais Clínicos:</p><p>Na mastite clínica, os sinais incluem inchaço, dor, vermelhidão e calor no úbere, além de</p><p>alterações no leite, como presença de grumos, cor anormal e redução na produção. Na</p><p>mastite subclínica, o principal indicativo é a diminuição da qualidade do leite, geralmente</p><p>identificada por testes laboratoriais.</p><p>Diagnóstico:</p><p>O diagnóstico clínico é feito pela observação dos sinais inflamatórios no úbere e alterações</p><p>no leite. Testes de triagem, como o CMT (California Mastitis Test), são usados para detectar</p><p>mastite subclínica, além de exames microbiológicos para identificar os patógenos</p><p>causadores.</p><p>Tratamento:</p><p>O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos, sendo essencial realizar testes de</p><p>sensibilidade para escolher a droga adequada. Anti-inflamatórios também podem ser</p><p>usados para reduzir a inflamação. No caso de mastite subclínica, pode ser necessária uma</p><p>abordagem mais prolongada para eliminar a infecção.</p><p>Profilaxia:</p><p>A prevenção da mastite envolve boas práticas de ordenha, manutenção da higiene do</p><p>ambiente, controle da saúde dos animais, e vacinação contra patógenos específicos.</p><p>Também é importante o manejo adequado do rebanho e o uso de produtos de vedação dos</p><p>tetos após a ordenha para prevenir infecções.</p><p>Leptospirose</p><p>1. Epidemiologia:</p><p>● Distribuição: A leptospirose é amplamente distribuída no mundo, especialmente em</p><p>áreas tropicais e subtropicais, onde as condições ambientais favorecem a</p><p>sobrevivência das leptospiras.</p><p>● Reservatórios: Animais selvagens, como roedores, e domésticos, como cães e</p><p>bovinos, atuam como reservatórios. Esses animais excretam a bactéria pela urina,</p><p>contaminando o ambiente.</p><p>● Transmissão: A infecção ocorre principalmente pelo contato com água, solo ou</p><p>alimentos contaminados com urina de animais infectados, através da pele lesionada</p><p>ou mucosas.</p><p>2. Patogenia:</p><p>● Após a penetração no organismo, as leptospiras disseminam-se rapidamente pela</p><p>corrente sanguínea, alcançando diversos órgãos, como rins, fígado, pulmões e</p><p>sistema nervoso.</p><p>● Nos rins, as bactérias podem persistir por longos períodos, sendo eliminadas pela</p><p>urina, o que contribui para a manutenção do ciclo de infecção.</p><p>● O grau de dano aos tecidos depende da virulência da cepa e da resposta</p><p>imunológica do hospedeiro.</p><p>3. Sinais Clínicos:</p><p>● Os sinais clínicos variam de acordo com a espécie animal e a virulência da cepa de</p><p>Leptospira.</p><p>● Em cães, os sintomas podem incluir febre, letargia, vômitos, diarreia, desidratação,</p><p>icterícia (pele e mucosas amareladas), insuficiência renal aguda e hemorragias.</p><p>● Em bovinos, pode causar aborto, nascimento de bezerros fracos e queda na</p><p>produção de leite.</p><p>● Outros animais podem apresentar sinais mais leves ou serem portadores</p><p>assintomáticos.</p><p>4. Diagnóstico:</p><p>● Sorologia (MAT - teste de aglutinação microscópica): É o método mais comum</p><p>para detectar anticorpos contra diferentes sorovares de Leptospira.</p><p>● PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): Utilizada para detectar o DNA da</p><p>bactéria em amostras de sangue, urina ou tecidos.</p><p>● Histopatologia: Pode revelar lesões características em órgãos afetados, como rins</p><p>e fígado.</p><p>5. Tratamento:</p><p>● O tratamento envolve o uso de antibióticos, como a doxiciclina, penicilina ou</p><p>amoxicilina, que são eficazes na fase inicial da doença.</p><p>● Em casos graves, pode ser necessário o uso de fluidoterapia e outras medidas de</p><p>suporte para tratar insuficiência renal ou hepática.</p><p>6. Profilaxia:</p><p>● A vacinação é uma medida preventiva importante em cães e bovinos, reduzindo a</p><p>severidade dos sintomas e a eliminação de leptospirose na urina.</p><p>● Controle de roedores e manejo adequado das condições sanitárias dos animais</p><p>também são essenciais para prevenir a disseminação da doença.</p><p>Rinotraqueíte infecciosa bovina</p><p>1. Epidemiologia:</p><p>● Distribuição: A IBR é encontrada em bovinos de todo o mundo, sendo</p><p>especialmente comum em sistemas de produção intensiva.</p><p>● Transmissão: O vírus é transmitido por contato direto entre animais infectados ou</p><p>indiretamente por meio de secreções nasais, saliva ou aerossóis. A transmissão</p><p>pode ocorrer durante o manejo, transporte e alojamento de animais em condições de</p><p>estresse.</p><p>● Portadores latentes: O BoHV-1 permanece em estado latente em animais</p><p>infectados, podendo ser reativado em momentos de estresse, o que facilita a</p><p>transmissão dentro do rebanho.</p><p>2. Patogenia:</p><p>● O BoHV-1 inicialmente infecta o trato respiratório superior dos bovinos, replicando-se</p><p>nas células da mucosa nasal e traqueia, causando inflamação local.</p><p>● Após a infecção primária, o vírus pode entrar em estado latente nos gânglios</p><p>nervosos e ser reativado mais tarde.</p><p>● A infecção compromete a função imunológica dos animais, predispondo-os a</p><p>infecções secundárias, como pneumonia bacteriana.</p><p>3. Sinais Clínicos:</p><p>● Os sinais clínicos variam de leves a graves, dependendo da idade, estado</p><p>imunológico e presença de infecções secundárias.</p><p>● Forma respiratória: Febre alta, secreção nasal serosa a mucopurulenta, tosse,</p><p>conjuntivite e dificuldade respiratória.</p><p>● Forma genital: Pode causar vaginite e balanopostite em bovinos reprodutores, e,</p><p>em fêmeas gestantes, pode provocar aborto.</p><p>● Forma ocular: Conjuntivite severa, com secreção ocular e possível</p><p>desenvolvimento de ceratoconjuntivite.</p><p>● Outros sinais: A forma nervosa, embora rara, pode causar sinais neurológicos,</p><p>como incoordenação e convulsões.</p><p>4. Diagnóstico:</p><p>● Sorologia: Detecção de anticorpos contra o BoHV-1 em amostras de sangue.</p><p>● PCR: Método de escolha para detectar o DNA viral em amostras de secreção nasal,</p><p>ocular ou tecidos.</p><p>● Cultura viral: O vírus pode ser isolado de amostras de secreções respiratórias</p><p>durante a fase aguda da doença.</p><p>5. Tratamento:</p><p>● Não há tratamento específico para a infecção pelo BoHV-1. O manejo se concentra</p><p>em tratamento sintomático, como o uso de anti-inflamatórios e antibióticos para</p><p>controlar infecções bacterianas secundárias.</p><p>● Manter os animais infectados em isolamento e minimizar o estresse são medidas</p><p>importantes para reduzir a disseminação do vírus.</p><p>6. Profilaxia:</p><p>● Vacinação: A imunização é a principal medida de controle da IBR. Vacinas vivas</p><p>atenuadas ou inativadas estão disponíveis, devendo ser administradas de acordo</p><p>com o programa sanitário da propriedade.</p><p>● Manejo adequado: Medidas de biossegurança, como quarentena para novos</p><p>animais e controle de estresse, ajudam a reduzir a disseminação da doença.</p><p>● Controle da reativação viral: Minimizar o estresse (manejo adequado, transporte</p><p>tranquilo) para evitar a reativação da infecção latente nos portadores.</p><p>Diarreia viral bovina</p><p>1. Epidemiologia:</p><p>● Distribuição: A BVD é uma das doenças mais disseminadas no gado bovino em</p><p>todo o mundo, com impacto econômico significativo na pecuária.</p><p>● Transmissão: O vírus é transmitido principalmente pelo contato direto com</p><p>secreções de animais infectados, como saliva, urina, fezes e secreções nasais. A</p><p>transmissão vertical (da vaca para o feto) também ocorre, resultando em infecções</p><p>congênitas.</p><p>● Animais persistentemente infectados (PI): Animais que contraem o vírus durante</p><p>a gestação e nascem infectados tornam-se portadores crônicos, excretando o vírus</p><p>durante toda a vida e atuando como fontes importantes</p><p>de infecção.</p><p>2. Patogenia:</p><p>● O vírus infecta e destrói várias células do sistema imunológico, comprometendo a</p><p>resposta imune do animal. A infecção intrauterina pode causar morte embrionária,</p><p>aborto, malformações fetais ou o nascimento de animais PI.</p><p>● O quadro clínico varia conforme a idade, estado imunológico e gestacional do</p><p>animal, além da virulência da cepa do vírus.</p><p>● Existem duas biotipos do vírus: citopático e não citopático. A forma não citopática</p><p>é a mais comum e está envolvida na persistência viral, enquanto a citopática está</p><p>associada à forma mais grave da doença (doença das mucosas).</p><p>3. Sinais Clínicos:</p><p>● Infecções subclínicas: Em muitos casos, a infecção é assintomática ou leve.</p><p>● Forma aguda: Febre, diarreia aquosa, apatia, anorexia e ulcerações nas mucosas</p><p>oral e nasal.</p><p>● Forma respiratória: Febre, tosse, secreção nasal, e predisposição a infecções</p><p>bacterianas secundárias (pneumonias).</p><p>● Forma reprodutiva: Pode causar aborto, morte embrionária e malformações fetais,</p><p>como hidrocefalia e cegueira.</p><p>● Doença das mucosas: Forma mais grave, ocorre em animais PI quando infectados</p><p>com uma cepa citopática. Caracteriza-se por febre alta, diarreia sanguinolenta,</p><p>ulcerações severas nas mucosas e alta mortalidade.</p><p>4. Diagnóstico:</p><p>● Sorologia: Detecção de anticorpos contra o vírus BVD em amostras de sangue.</p><p>● PCR: Método usado para detectar o RNA viral em secreções, sangue ou tecidos</p><p>fetais.</p><p>● Histopatologia: Pode revelar lesões características nas mucosas do trato</p><p>gastrointestinal e respiratório.</p><p>● Detecção de PI: Testes de antígeno viral (ELISA ou PCR) são usados para</p><p>identificar animais PI, que excretam o vírus continuamente.</p><p>5. Tratamento:</p><p>● Não existe um tratamento específico para a BVD. O manejo se baseia no tratamento</p><p>sintomático e de suporte, com o uso de fluidos e antibióticos para tratar infecções</p><p>bacterianas secundárias.</p><p>● Animais gravemente afetados pela forma de doença das mucosas normalmente não</p><p>sobrevivem, sendo necessário o abate em muitos casos.</p><p>6. Profilaxia:</p><p>● Vacinação: A vacinação é a principal estratégia de prevenção. Vacinas atenuadas e</p><p>inativadas estão disponíveis para proteger os rebanhos. É importante seguir um</p><p>calendário vacinal apropriado.</p><p>● Identificação e eliminação de PI: O controle de animais PI é essencial. A</p><p>identificação desses animais e sua remoção do rebanho ajudam a interromper a</p><p>transmissão da doença.</p><p>● Medidas de biossegurança: Evitar a introdução de animais infectados no rebanho</p><p>e manter boas práticas de manejo, como quarentena para animais novos e controle</p><p>de visitantes, ajudam a prevenir surtos.</p><p>Campilobacteriose</p><p>1. Epidemiologia:</p><p>● Distribuição: A campilobacteriose está presente em todo o mundo, com maior</p><p>prevalência em sistemas de produção de bovinos e ovinos.</p><p>● Transmissão: Em bovinos, a transmissão ocorre principalmente por via venérea</p><p>(durante a cópula) através de touros infectados, que atuam como portadores</p><p>crônicos, sem apresentar sinais clínicos. Também pode ocorrer transmissão através</p><p>da inseminação artificial com sêmen contaminado.</p><p>● Reservatório: Touros mais velhos, devido às dobras prepuciais mais profundas, são</p><p>frequentemente portadores assintomáticos, mantendo o ciclo de infecção dentro do</p><p>rebanho.</p><p>2. Patogenia:</p><p>● O Campylobacter fetus subsp. venerealis coloniza o trato genital masculino</p><p>(prepúcio e pênis) e é transmitido durante o coito, infectando o trato genital feminino</p><p>(útero e trompas de Falópio).</p><p>● Nas fêmeas, o organismo provoca uma inflamação local, resultando em infertilidade</p><p>temporária e, em casos mais graves, aborto.</p><p>● Após a infecção, algumas vacas podem eliminar a bactéria do sistema reprodutivo,</p><p>mas outras permanecem portadoras e podem infectar novos touros ou fêmeas</p><p>durante a reprodução.</p><p>3. Sinais Clínicos:</p><p>● Bovinos: A principal manifestação é a infertilidade temporária em vacas</p><p>infectadas, com repetição de cio e prolongamento do intervalo entre partos.</p><p>● Aborto: Em alguns casos, a infecção pode levar ao aborto, geralmente durante o</p><p>primeiro trimestre de gestação.</p><p>● Ovinos: Em ovinos, pode causar abortos esporádicos e morte fetal.</p><p>● Portadores assintomáticos: Touros infectados geralmente não apresentam sinais</p><p>clínicos, mas atuam como transmissores do patógeno.</p><p>4. Diagnóstico:</p><p>● Exame bacteriológico: Isolamento da bactéria a partir de amostras de sêmen,</p><p>material fetal abortado, ou de lavados prepuciais e vaginais.</p><p>● PCR: Método sensível para detectar o DNA da bactéria em amostras de sêmen ou</p><p>de secreções genitais.</p><p>● Sorologia: Testes sorológicos podem ser utilizados, mas têm limitações devido à</p><p>variabilidade da resposta imunológica.</p><p>5. Tratamento:</p><p>● O tratamento de touros infectados pode incluir a aplicação de antibióticos locais,</p><p>como estreptomicina, no prepúcio.</p><p>● No entanto, o sucesso do tratamento é variável e muitos veterinários recomendam a</p><p>retirada dos touros infectados para evitar a disseminação da doença.</p><p>● O uso de antibióticos sistêmicos em fêmeas não é amplamente recomendado,</p><p>exceto em casos específicos, e o foco é mais preventivo.</p><p>6. Profilaxia:</p><p>● Inseminação artificial: O uso de sêmen livre de Campylobacter é uma das</p><p>principais estratégias preventivas, pois evita a transmissão direta durante a cópula.</p><p>● Vacinação: Existem vacinas disponíveis que conferem proteção contra a</p><p>campilobacteriose em bovinos, sendo utilizadas principalmente em fêmeas para</p><p>reduzir os impactos reprodutivos.</p><p>● Controle de touros infectados: É essencial realizar exames periódicos nos touros,</p><p>identificando e removendo aqueles que são portadores crônicos da bactéria.</p><p>● Manejo reprodutivo adequado: Implementar práticas como a separação de</p><p>animais infectados, uso de touros testados, e monitoramento contínuo da fertilidade</p><p>no rebanho.</p><p>Parvovirose canina</p><p>1. Epidemiologia:</p><p>● Distribuição: A parvovirose é uma das doenças mais comuns em cães no mundo</p><p>inteiro, especialmente em ambientes com alta densidade populacional e pouca</p><p>vacinação.</p><p>● Transmissão: O vírus é eliminado em grandes quantidades pelas fezes de cães</p><p>infectados e se espalha através do contato direto com fezes ou superfícies</p><p>contaminadas (fômites). O vírus é resistente ao ambiente e pode sobreviver por</p><p>longos períodos em superfícies.</p><p>● Fatores de risco: Cães não vacinados, filhotes entre 6 semanas e 6 meses, e</p><p>ambientes com grande número de animais são os mais suscetíveis.</p><p>2. Patogenia:</p><p>● Após a infecção oral, o vírus invade os linfonodos e atinge o trato gastrointestinal,</p><p>atacando células de rápida divisão, especialmente no intestino e medula óssea.</p><p>● No intestino, a destruição das células epiteliais provoca necrose das vilosidades</p><p>intestinais, resultando em má absorção e diarreia grave.</p><p>● A infecção na medula óssea reduz a produção de glóbulos brancos, levando a uma</p><p>imunossupressão severa e aumento do risco de infecções secundárias.</p><p>3. Sinais Clínicos:</p><p>● Forma intestinal: É a mais comum e se caracteriza por diarréia profusa e</p><p>sanguinolenta, vômitos, letargia, anorexia, desidratação grave e febre.</p><p>● Forma cardíaca (rara): Em filhotes muito jovens, o vírus pode causar miocardite,</p><p>levando à insuficiência cardíaca súbita.</p><p>● A parvovirose pode ser fatal, especialmente em filhotes, devido à rápida</p><p>desidratação, desequilíbrio eletrolítico e infecções secundárias.</p><p>4. Diagnóstico:</p><p>● Teste ELISA (antígeno fecal): Utilizado para detectar o vírus nas fezes, sendo o</p><p>método diagnóstico mais comum e rápido.</p><p>● PCR: Detecta o DNA viral em amostras de fezes e é mais sensível do que o ELISA.</p><p>● Hemograma: Pode mostrar leucopenia (redução dos glóbulos brancos), um achado</p><p>típico em casos de parvovirose.</p><p>5. Tratamento:</p><p>● Suporte intensivo: O tratamento é sintomático e de suporte, já que não há antiviral</p><p>específico para o parvovírus. A terapia inclui:</p><p>○ Fluidoterapia intravenosa: Para corrigir a desidratação e o desequilíbrio</p><p>eletrolítico causado pela diarreia e vômitos.</p><p>○ Antibióticos: Para prevenir ou tratar infecções bacterianas secundárias, já</p><p>que a barreira intestinal está comprometida.</p><p>○ Antieméticos e protetores gástricos:</p><p>Para controlar os vômitos e proteger</p><p>o trato gastrointestinal.</p><p>○ Nutrição: Reintrodução gradual de dieta após a estabilização do animal.</p><p>6. Profilaxia:</p><p>● Vacinação: A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção. Os filhotes devem</p><p>receber uma série de vacinas começando entre 6 e 8 semanas de idade, com</p><p>reforços subsequentes até completarem o esquema vacinal.</p><p>● Isolamento: Cães infectados devem ser isolados de outros animais, e superfícies</p><p>contaminadas devem ser desinfetadas com produtos apropriados, pois o vírus é</p><p>resistente a muitos desinfetantes comuns.</p><p>● Controle ambiental: Reduzir a exposição de filhotes não vacinados a áreas</p><p>públicas onde outros cães possam ter defecado é uma medida preventiva</p><p>importante.</p><p>Cinomose</p><p>1. Epidemiologia:</p><p>● Distribuição: A cinomose é uma doença de distribuição global, presente em cães</p><p>domésticos e animais selvagens. É comum em áreas onde a cobertura vacinal é</p><p>baixa.</p><p>● Transmissão: O vírus é transmitido principalmente por via aérea (gotículas</p><p>respiratórias), através do contato com secreções de animais infectados, como saliva,</p><p>urina e fezes. Pode também ocorrer transmissão por fômites (objetos</p><p>contaminados).</p><p>● Populações de risco: Cães jovens entre 3 e 6 meses, animais não vacinados e</p><p>animais imunossuprimidos são os mais suscetíveis à infecção.</p><p>2. Patogenia:</p><p>● O vírus inicialmente infecta o tecido linfático das vias respiratórias superiores,</p><p>disseminando-se para outros órgãos e sistemas, como o respiratório,</p><p>gastrointestinal, tegumentar e nervoso.</p><p>● Ele causa imunossupressão severa, o que facilita infecções secundárias.</p><p>● Se a resposta imunológica do animal não for eficiente, o vírus pode alcançar o</p><p>sistema nervoso central, causando encefalite progressiva.</p><p>3. Sinais Clínicos:</p><p>Os sinais clínicos da cinomose variam amplamente, dependendo do sistema afetado:</p><p>● Forma respiratória: Tosse, secreção nasal e ocular, dificuldade respiratória e</p><p>pneumonia.</p><p>● Forma gastrointestinal: Vômitos, diarreia e desidratação.</p><p>● Forma neurológica: Tremores, ataxia, convulsões, mioclonia (contrações</p><p>musculares involuntárias) e paralisia.</p><p>● Sinais sistêmicos: Febre, apatia e perda de apetite. A infecção pode progredir para</p><p>quadros graves, com manifestações multissistêmicas.</p><p>● Lesões cutâneas: Em alguns casos, pode ocorrer hiperceratose (endurecimento da</p><p>pele) nas almofadas plantares e focinho, conhecida como "doença da pata grossa."</p><p>4. Diagnóstico:</p><p>● História clínica e sinais clínicos: A combinação de sintomas respiratórios,</p><p>digestivos e neurológicos em cães não vacinados pode levantar a suspeita.</p><p>● Testes laboratoriais:</p><p>○ Testes de ELISA e PCR são usados para detectar antígenos virais ou</p><p>material genético do vírus em amostras de sangue, secreções ou urina.</p><p>○ Imunofluorescência direta pode ser usada para identificar o vírus em</p><p>amostras de tecido.</p><p>● Hemograma: Pode mostrar leucopenia (baixa contagem de glóbulos brancos)</p><p>devido à imunossupressão.</p><p>5. Tratamento:</p><p>● Não existe tratamento antiviral específico para a cinomose. O manejo terapêutico é</p><p>de suporte e depende dos sinais clínicos apresentados:</p><p>○ Fluidoterapia: Para combater a desidratação provocada por vômitos e</p><p>diarreia.</p><p>○ Antibióticos: Para prevenir ou tratar infecções bacterianas secundárias.</p><p>○ Anticonvulsivantes: Em casos de convulsões e sinais neurológicos.</p><p>○ Antieméticos e protetores gástricos: Para controlar vômitos e proteger o</p><p>trato gastrointestinal.</p><p>● O prognóstico é reservado, especialmente quando ocorrem sinais neurológicos</p><p>graves.</p><p>6. Profilaxia:</p><p>● Vacinação: A vacinação é a principal medida de prevenção. A vacinação inicial em</p><p>filhotes deve ser feita a partir de 6 a 8 semanas de idade, com reforços</p><p>subsequentes até completar o esquema vacinal.</p><p>● Isolamento de animais infectados: Cães infectados devem ser isolados para evitar</p><p>a propagação do vírus.</p><p>● Biossegurança: Desinfecção de ambientes e fômites, já que o vírus é sensível a</p><p>desinfetantes comuns.</p>