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<p>Questionário de farmacologia v1</p><p>1) Quais as propriedades de um fármaco ideal?</p><p>1. Eficácia terapêutica: Deve exercer o efeito desejado de maneira eficaz no</p><p>tratamento de uma condição ou doença.</p><p>2. Segurança: Deve ter um perfil de segurança favorável, com efeitos colaterais</p><p>mínimos e toleráveis, mesmo em tratamentos de longo prazo.</p><p>3. Especificidade: Deve atuar de forma seletiva sobre o alvo terapêutico, minimizando</p><p>os efeitos em outros sistemas ou órgãos, para reduzir reações adversas.</p><p>4. Biodisponibilidade: Deve ser facilmente absorvido pelo organismo e disponível na</p><p>circulação sistêmica em concentrações adequadas para exercer seu efeito.</p><p>5. Metabolismo estável: Deve ter uma taxa de metabolização adequada, nem muito</p><p>rápida (o que pode reduzir sua eficácia) nem muito lenta (o que pode aumentar a</p><p>toxicidade).</p><p>6. Excreção eficaz: Deve ser excretado de maneira eficiente, sem acúmulo no</p><p>organismo, para evitar efeitos tóxicos a longo prazo.</p><p>7. Facilidade de administração: Deve ser de fácil administração (oral, injetável, etc.),</p><p>promovendo a adesão do paciente ao tratamento.</p><p>8. Baixo custo: Deve ser acessível financeiramente, facilitando o acesso para uma</p><p>maior parte da população.</p><p>2) Diferencie farmacocinética de farmacodinâmica.</p><p>1. Farmacocinética:</p><p>○ Refere-se ao caminho que o fármaco percorre no organismo. Estuda o</p><p>que o corpo faz com o fármaco.</p><p>○ Envolve processos como:</p><p>■ Absorção: Como o fármaco entra na corrente sanguínea.</p><p>■ Distribuição: Como o fármaco se espalha pelos tecidos e órgãos.</p><p>■ Metabolismo: Como o fármaco é modificado ou quebrado,</p><p>principalmente no fígado.</p><p>■ Excreção: Como o fármaco ou seus metabólitos são eliminados,</p><p>principalmente pelos rins.</p><p>○ A farmacocinética determina a concentração do fármaco no sangue e</p><p>tecidos ao longo do tempo.</p><p>2. Farmacodinâmica:</p><p>○ Refere-se ao efeito biológico que o fármaco exerce no corpo. Estuda o que</p><p>o fármaco faz no organismo.</p><p>○ Analisa a interação do fármaco com seus alvos biológicos, como</p><p>receptores, enzimas, ou canais iônicos, e como isso gera uma resposta</p><p>terapêutica (ou tóxica).</p><p>○ Envolve conceitos como:</p><p>■ Mecanismo de ação: Como o fármaco atua no nível molecular.</p><p>■ Eficácia: A capacidade do fármaco de gerar uma resposta desejada.</p><p>■ Potência: A quantidade de fármaco necessária para produzir um</p><p>efeito.</p><p>3) Quais são as 5 etapas da farmacocinética?</p><p>1. Liberação (L):</p><p>○ Fase em que o fármaco é liberado da forma farmacêutica (comprimido,</p><p>cápsula, injeção, etc.) para iniciar sua absorção.</p><p>2. Absorção (A):</p><p>○ Processo pelo qual o fármaco entra no organismo, geralmente pela corrente</p><p>sanguínea, após a administração. Depende de fatores como via de</p><p>administração, solubilidade do fármaco, pH do local de absorção, e a</p><p>presença de alimentos ou outros medicamentos.</p><p>3. Distribuição (D):</p><p>○ Refere-se ao transporte do fármaco pelo sangue para os tecidos e órgãos. A</p><p>distribuição depende da afinidade do fármaco por tecidos, do fluxo</p><p>sanguíneo, da permeabilidade das membranas celulares, e da ligação às</p><p>proteínas plasmáticas.</p><p>4. Metabolismo (M):</p><p>○ É o processo de biotransformação, onde o fármaco é quimicamente</p><p>modificado, geralmente no fígado, para formas mais facilmente excretáveis.</p><p>O metabolismo pode ativar, inativar ou alterar a toxicidade do fármaco.</p><p>5. Excreção (E):</p><p>○ A fase final, onde o fármaco, ou seus metabólitos, é eliminado do corpo. Os</p><p>principais órgãos de excreção são os rins (via urina), mas também pode</p><p>ocorrer via fezes, bile, suor, e exalação (pulmões).</p><p>4) Quais as etapas da farmacodinâmica?</p><p>1. Reconhecimento do Alvo:</p><p>○ O fármaco interage com seu alvo biológico específico, como receptores,</p><p>enzimas, canais iônicos ou transportadores. A afinidade do fármaco pelo alvo</p><p>e sua especificidade influenciam a eficácia do tratamento.</p><p>2. Ligação ao Receptor:</p><p>○ Quando o fármaco se liga a um receptor ou outro alvo, essa interação pode</p><p>ativar ou inibir uma via bioquímica. A natureza dessa ligação pode ser:</p><p>■ Agonista: Ativa o receptor para produzir uma resposta.</p><p>■ Antagonista: Bloqueia o receptor, impedindo a resposta natural.</p><p>■ Moduladores: Alteram a resposta sem ativação ou inibição direta.</p><p>3. Transdução do Sinal:</p><p>○ Após a ligação do fármaco ao alvo, ocorre a transdução de sinal, ou seja, a</p><p>conversão dessa interação em uma resposta celular. Este processo pode</p><p>envolver várias cascatas de sinalização intracelular, ativando ou desativando</p><p>processos bioquímicos que levam a mudanças no comportamento celular ou</p><p>nos sistemas corporais.</p><p>4. Resposta Biológica:</p><p>○ A última etapa é a produção da resposta terapêutica, que pode ser benéfica</p><p>(alívio de sintomas, cura) ou indesejada (efeitos colaterais). A intensidade e a</p><p>duração da resposta dependem da dose do fármaco, da potência e da</p><p>interação com outros medicamentos ou substâncias no organismo.</p><p>5) Diferencie dose de concentração plasmática.</p><p>1. Dose:</p><p>○ A dose é a quantidade de fármaco administrada ao paciente em um</p><p>determinado momento ou intervalo de tempo. Ela pode ser expressa em</p><p>termos de peso (mg, g), volume (mL), ou unidades de medida específicas,</p><p>dependendo do fármaco.</p><p>○ A dose é escolhida com base em fatores como a gravidade da condição, o</p><p>tipo de fármaco, o peso e a idade do paciente.</p><p>○ Ela determina a quantidade de fármaco que entra no organismo, mas não</p><p>reflete diretamente quanto desse fármaco realmente está disponível para</p><p>exercer seu efeito no corpo.</p><p>2. Exemplo: Um paciente toma 500 mg de paracetamol como dose para alívio da dor.</p><p>3. Concentração plasmática:</p><p>○ Refere-se à quantidade de fármaco presente no plasma sanguíneo em</p><p>um dado momento, geralmente medida em unidades como mg/L ou µg/mL.</p><p>Ela resulta de vários processos farmacocinéticos (absorção, distribuição,</p><p>metabolismo e excreção).</p><p>○ A concentração plasmática é importante para avaliar se o fármaco está</p><p>presente em uma quantidade suficiente para ser eficaz (dentro da janela</p><p>terapêutica) sem causar toxicidade.</p><p>○ Ela depende não apenas da dose administrada, mas também de fatores</p><p>como a taxa de absorção, metabolismo e excreção do fármaco, bem como a</p><p>forma de administração (oral, intravenosa, etc.).</p><p>4. Exemplo: Após tomar uma dose de 500 mg de paracetamol, a concentração</p><p>plasmática pode ser de 20 µg/mL após 1 hora.</p><p>Resumo:</p><p>● A dose é a quantidade de fármaco que o paciente ingere ou recebe.</p><p>● A concentração plasmática é quanto desse fármaco está no sangue após a</p><p>administração, e é o que realmente afeta a eficácia e a segurança do tratamento.</p><p>6) Quais são as principais vias de administração de fármacos?</p><p>As principais vias de administração de fármacos podem ser classificadas em dois</p><p>grandes grupos: vias enterais (que passam pelo trato gastrointestinal) e vias parenterais</p><p>(que não passam pelo trato gastrointestinal). A escolha da via de administração depende de</p><p>fatores como o tipo de fármaco, a condição do paciente e o efeito desejado. Aqui estão as</p><p>mais comuns:</p><p>1. Vias Enterais:</p><p>Envolvem o sistema gastrointestinal para a absorção do fármaco.</p><p>● Oral (VO):</p><p>○ O fármaco é ingerido pela boca, sendo absorvido no estômago e intestino.</p><p>○ Vantagens: Conveniente, seguro e não invasivo.</p><p>○ Desvantagens: Absorção pode ser lenta e influenciada por alimentos, pH</p><p>gástrico e metabolismo hepático de primeira passagem.</p><p>● Sublingual:</p><p>○ O fármaco é colocado debaixo da língua, onde é rapidamente absorvido</p><p>pelos vasos sanguíneos.</p><p>○ Vantagens: Evita o metabolismo de primeira passagem no fígado e oferece</p><p>efeito rápido.</p><p>○ Desvantagens: Limitado a fármacos que podem ser absorvidos pela mucosa</p><p>oral.</p><p>● Retal:</p><p>○ O fármaco é administrado via supositório ou enema no reto, sendo absorvido</p><p>pela mucosa retal.</p><p>○ Vantagens: Útil em pacientes que não podem ingerir medicamentos por via</p><p>oral (vômitos, inconsciência).</p><p>○ Desvantagens: Absorção irregular e menor adesão ao tratamento.</p><p>2. Vias Parenterais:</p><p>Envolvem a administração do fármaco fora do sistema gastrointestinal.</p><p>● Intravenosa (IV):</p><p>○ O fármaco é injetado diretamente na corrente sanguínea.</p><p>○ Vantagens: Efeito rápido e preciso, permite controle total da dosagem.</p><p>○ Desvantagens: Invasiva,</p><p>as</p><p>doses terapêutica e tóxica, tornando o fármaco mais seguro. Por outro lado, um índice</p><p>terapêutico baixo significa que a dose terapêutica está muito próxima da dose tóxica,</p><p>exigindo monitoramento rigoroso e ajuste preciso da dose.</p><p>Por exemplo, se um fármaco tem uma DL50 de 200 mg/kg e uma DE50 de 20 mg/kg, seu</p><p>índice terapêutico seria:</p><p>IT=200 mg/kg20 mg/kg=10\text{IT} = \frac{200 \, \text{mg/kg}}{20 \, \text{mg/kg}} =</p><p>10IT=20mg/kg200mg/kg =10</p><p>Isso significa que a dose letal é 10 vezes maior que a dose eficaz, sugerindo uma margem</p><p>de segurança razoável.</p><p>1. Propriedades de um fármaco ideal: Eficácia, segurança, seletividade, estabilidade,</p><p>boa absorção, e facilidade de administração.</p><p>2. Farmacocinética vs. Farmacodinâmica: Farmacocinética estuda o que o corpo faz</p><p>com o fármaco (absorção, distribuição, metabolismo e excreção). Farmacodinâmica</p><p>estuda o que o fármaco faz ao corpo (efeitos e mecanismos).</p><p>3. Etapas da farmacocinética: Absorção, Distribuição, Metabolismo, Excreção, e</p><p>Eliminação.</p><p>4. Etapas da farmacodinâmica: Ligação ao receptor, transdução de sinal, e resposta</p><p>celular.</p><p>5. Dose vs. Concentração plasmática: Dose é a quantidade de fármaco</p><p>administrado, enquanto concentração plasmática é a quantidade presente no</p><p>sangue.</p><p>6. Principais vias de administração: Oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea,</p><p>inalatória e tópica.</p><p>7. Vias sem absorção: Intravenosa e intratecal (administração direta no sistema</p><p>nervoso).</p><p>8. Vantagens e desvantagens:</p><p>○ Oral: Fácil, mas pode haver degradação pelo estômago.</p><p>○ Intravenosa: Efeito rápido, mas pode ser invasiva e arriscada.</p><p>9. Constituições químicas dos fármacos: Em sua maioria, são ácidos fracos ou</p><p>bases fracas.</p><p>10. Parâmetros importantes na absorção: Solubilidade, tamanho molecular, ionização</p><p>e lipossolubilidade.</p><p>11. Condições para absorção rápida: Boa perfusão sanguínea, alta lipossolubilidade e</p><p>forma não ionizada.</p><p>12. Absorção de fármacos ácidos e básicos:</p><p>● Ácidos são melhor absorvidos no estômago.</p><p>● Básicos no intestino.</p><p>13. Fatores que interferem na distribuição: Fluxo sanguíneo, ligação às proteínas</p><p>plasmáticas, permeabilidade capilar e volume de distribuição.</p><p>14. Fármaco livre vs. ligado: Fármaco livre tem efeito terapêutico, fármaco ligado não.</p><p>15. Tipos de proteínas plasmáticas: Albumina, glicoproteína ácida e lipoproteínas.</p><p>16. Fatores que interferem na síntese de proteínas: Doenças hepáticas ou renais</p><p>afetam, reduzindo a capacidade de ligação e aumentando efeitos adversos.</p><p>17. Função do metabolismo: Inativar o fármaco ou facilitar sua excreção,</p><p>principalmente no fígado.</p><p>18. Metabolismo de fase I e II:</p><p>● Fase I: Oxidação, redução, hidrólise.</p><p>● Fase II: Conjugação para aumentar a solubilidade.</p><p>19. Metabolismo de primeira passagem: Fármaco é metabolizado no fígado antes de</p><p>entrar na circulação; ocorre na via oral.</p><p>20. Genética, patologia e interação: Variam as enzimas, podendo alterar a velocidade</p><p>do metabolismo.</p><p>21. Excreção: Processo de eliminação de fármacos, principalmente pelos rins.</p><p>22. Condição para eliminação: Fármacos devem ser solúveis em água.</p><p>23. Clearance: Taxa de remoção de um fármaco do sangue.</p><p>24. Receptores farmacológicos: Estruturas que os fármacos se ligam para produzir</p><p>efeitos.</p><p>25. Tipos de receptores: Ionotrópicos, metabotrópicos, tirosina-quinase e nucleares.</p><p>26. Potência e eficácia: Potência é a quantidade necessária para efeito, eficácia é o</p><p>efeito máximo que o fármaco pode gerar.</p><p>27. Curva dose-resposta: Mostra a relação entre a dose e o efeito.</p><p>28. Afinidade, especificidade, seletividade:</p><p>● Afinidade: Capacidade de ligação ao receptor.</p><p>● Especificidade: Ação em um alvo específico.</p><p>● Seletividade: Preferência por um tipo de receptor.</p><p>29. Forças de interação: Interações iônicas, de hidrogênio, van der Waals e covalentes.</p><p>30. Agonistas e antagonistas:</p><p>● Agonistas ativam receptores.</p><p>● Antagonistas bloqueiam receptores.</p><p>31. Agonistas totais, parciais e inversos:</p><p>● Total: Máximo efeito.</p><p>● Parcial: Efeito intermediário.</p><p>● Inverso: Gera efeito oposto.</p><p>32. Índice terapêutico: Calculado como a razão entre a dose tóxica e a dose eficaz</p><p>(quanto maior, mais seguro).</p><p>maior risco de infecção e complicações.</p><p>● Intramuscular (IM):</p><p>○ O fármaco é injetado no tecido muscular, sendo absorvido pelos vasos</p><p>sanguíneos locais.</p><p>○ Vantagens: Absorção mais rápida que a via oral, mas mais lenta que a</p><p>intravenosa.</p><p>○ Desvantagens: Pode ser dolorosa e ter risco de lesão no local da injeção.</p><p>● Subcutânea (SC):</p><p>○ O fármaco é injetado no tecido subcutâneo, abaixo da pele.</p><p>○ Vantagens: Absorção lenta e sustentada, adequada para medicamentos de</p><p>liberação prolongada.</p><p>○ Desvantagens: Absorção mais lenta que IM e IV, limitada pelo volume de</p><p>injeção.</p><p>● Intradérmica (ID):</p><p>○ O fármaco é injetado na camada superior da pele (derme).</p><p>○ Vantagens: Usada principalmente para testes de alergia e vacinação.</p><p>○ Desvantagens: Quantidade de fármaco limitada e absorção lenta.</p><p>3. Vias Inalatórias:</p><p>● O fármaco é inalado, atingindo os pulmões e sendo absorvido pelos alvéolos.</p><p>● Vantagens: Efeito rápido, ideal para condições respiratórias (ex.: asma).</p><p>● Desvantagens: Requer técnicas específicas para garantir absorção adequada.</p><p>4. Vias Tópicas:</p><p>● O fármaco é aplicado diretamente na pele ou mucosas (olhos, nariz, vagina, etc.).</p><p>● Vantagens: Ação local ou sistêmica em alguns casos (ex.: adesivos transdérmicos).</p><p>● Desvantagens: Efeito local limitado, e a absorção sistêmica pode ser lenta.</p><p>5. Vias Transdérmicas:</p><p>● O fármaco é administrado por adesivos na pele, sendo liberado lentamente e</p><p>absorvido pela circulação sistêmica.</p><p>● Vantagens: Liberação contínua e prolongada.</p><p>● Desvantagens: Pode causar irritação local e a absorção depende da condição da</p><p>pele.</p><p>7) Quais as vias de administração onde não há o processo de absorção?</p><p>As vias de administração em que não há o processo de absorção envolvem a</p><p>introdução direta do fármaco na circulação sistêmica ou no local de ação, sem a</p><p>necessidade de atravessar barreiras biológicas (como membranas celulares ou mucosas).</p><p>Nessas vias, o fármaco já está disponível no sangue ou no tecido-alvo para exercer seu</p><p>efeito. As principais vias de administração onde não ocorre absorção são:</p><p>1. Via Intravenosa (IV):</p><p>● O fármaco é injetado diretamente na corrente sanguínea, o que significa que ele</p><p>não precisa ser absorvido. Ele está imediatamente disponível para distribuição no</p><p>organismo.</p><p>● Exemplo: Administração de anestésicos intravenosos ou fluidos intravenosos.</p><p>● Vantagens: Efeito rápido, controle preciso da dose e administração de grandes</p><p>volumes.</p><p>2. Injeções Intracardíacas:</p><p>● O fármaco é injetado diretamente no coração, geralmente em situações de</p><p>emergência (como em paradas cardíacas).</p><p>● Não há absorção, pois o medicamento entra diretamente no sistema circulatório.</p><p>3. Injeções Intra-arteriais:</p><p>● O fármaco é injetado diretamente em uma artéria para atingir um tecido ou órgão</p><p>específico.</p><p>● Exemplo: Quimioterapia intra-arterial para câncer localizado.</p><p>4. Injeção Intratecal:</p><p>● O fármaco é injetado diretamente no líquido cefalorraquidiano (LCR), por meio de</p><p>uma punção na coluna vertebral, para alcançar o sistema nervoso central.</p><p>● Exemplo: Administração de anestésicos ou quimioterápicos no espaço</p><p>subaracnóideo.</p><p>● Vantagens: Permite acesso direto ao sistema nervoso central, bypassando a</p><p>barreira hematoencefálica.</p><p>5. Injeção Intraventricular:</p><p>● O fármaco é administrado diretamente nos ventrículos cerebrais, normalmente para</p><p>atingir o sistema nervoso central.</p><p>● Usada em tratamentos específicos onde a medicação precisa acessar diretamente o</p><p>cérebro ou o LCR.</p><p>6. Injeção Intracavitária:</p><p>● O fármaco é injetado diretamente em cavidades corporais, como a cavidade pleural,</p><p>peritoneal ou articular.</p><p>● Não há absorção sistêmica, pois o medicamento é aplicado diretamente no local de</p><p>ação.</p><p>8) Quais as vantagens e desvantagens das vias oral e intravenosa?</p><p>Via Oral (VO)</p><p>Vantagens:</p><p>1. Conveniência e facilidade de uso:</p><p>○ É a forma mais comum e simples de administração, fácil de ser realizada</p><p>pelo próprio paciente, sem a necessidade de equipamentos especializados</p><p>ou assistência médica.</p><p>2. Não invasiva:</p><p>○ Não causa dor ou desconforto, diferente de injeções ou procedimentos</p><p>invasivos.</p><p>3. Custo mais baixo:</p><p>○ Geralmente, medicamentos administrados por via oral são mais baratos de</p><p>produzir e distribuir, além de não exigir cuidados especiais na aplicação.</p><p>4. Variedade de formulações:</p><p>○ Existem várias formas farmacêuticas disponíveis para uso oral (comprimidos,</p><p>cápsulas, líquidos, etc.), o que permite flexibilidade na administração.</p><p>Desvantagens:</p><p>1. Metabolismo de primeira passagem:</p><p>○ Os fármacos administrados por via oral passam pelo fígado antes de entrar</p><p>na circulação sistêmica, o que pode inativar parte do medicamento,</p><p>reduzindo sua eficácia. Isso é conhecido como efeito de primeira</p><p>passagem.</p><p>2. Absorção variável:</p><p>○ A absorção pode ser lenta e afetada por diversos fatores, como a presença</p><p>de alimentos, pH gástrico, motilidade intestinal, e interações com outros</p><p>medicamentos.</p><p>3. Inadequado em certas condições:</p><p>○ Não pode ser usada em pacientes que estão inconscientes, com náuseas ou</p><p>vômitos, ou que tenham dificuldade para engolir (disfagia).</p><p>4. Ação mais lenta:</p><p>○ Comparada com a via intravenosa, a ação do fármaco administrado por via</p><p>oral é mais lenta, uma vez que ele precisa passar pelo trato gastrointestinal</p><p>antes de atingir a circulação.</p><p>Via Intravenosa (IV)</p><p>Vantagens:</p><p>1. Ação rápida:</p><p>○ O fármaco é entregue diretamente na corrente sanguínea, resultando em</p><p>efeito quase imediato. Isso é essencial em situações de emergência ou</p><p>quando uma resposta rápida é necessária.</p><p>2. Controle preciso da dose:</p><p>○ Permite controle exato sobre a quantidade de medicamento administrado, o</p><p>que é importante em tratamentos críticos. Também evita a variação de</p><p>absorção associada a outras vias.</p><p>3. Administração de grandes volumes:</p><p>○ Fármacos intravenosos podem ser administrados em grandes volumes (ex.:</p><p>fluidos, nutrientes), o que pode ser necessário para hidratação, reposição de</p><p>eletrólitos ou administração prolongada de fármacos.</p><p>4. Sem metabolismo de primeira passagem:</p><p>○ Como o fármaco entra diretamente no sangue, ele evita o metabolismo</p><p>hepático de primeira passagem, o que garante maior biodisponibilidade.</p><p>Desvantagens:</p><p>1. Invasiva e dolorosa:</p><p>○ Requer punção venosa, o que pode ser desconfortável ou doloroso para o</p><p>paciente. Além disso, o uso repetido pode danificar veias ou causar</p><p>complicações locais.</p><p>2. Risco de infecção:</p><p>○ A quebra da barreira da pele aumenta o risco de infecção no local da</p><p>aplicação. Também pode haver risco de contaminação ou reações adversas</p><p>graves (ex.: choque anafilático).</p><p>3. Necessidade de assistência profissional:</p><p>○ Requer um profissional de saúde treinado para realizar a administração, além</p><p>de equipamento especializado, como seringas ou cateteres.</p><p>4. Maior custo e complexidade:</p><p>○ Medicamentos intravenosos geralmente são mais caros e o processo de</p><p>administração exige mais recursos em comparação com a via oral.</p><p>Resumo:</p><p>● Via Oral:</p><p>○ Vantagens: Conveniente, barata, não invasiva.</p><p>○ Desvantagens: Efeito mais lento, absorção variável, metabolismo de</p><p>primeira passagem.</p><p>● Via Intravenosa:</p><p>○ Vantagens: Efeito rápido, controle preciso da dose, sem metabolismo de</p><p>primeira passagem.</p><p>○ Desvantagens: Invasiva, risco de infecção, maior custo e complexidade.</p><p>9) Quais as constituições químicas da maioria dos fármacos?</p><p>A constituição química da maioria dos fármacos inclui principalmente compostos</p><p>orgânicos com grupos funcionais como hidroxilas, aminas, carboxilas e ésteres. Além</p><p>disso, muitos medicamentos contêm compostos heterocíclicos e alguns possuem</p><p>centros quirais. Há também uma classe emergente de fármacos biológicos, compostos</p><p>de proteínas, peptídeos ou ácidos nucleicos.</p><p>10) Quais os parâmetros importantes na absorção dos fármacos?</p><p>Os principais parâmetros que influenciam a absorção dos fármacos incluem a solubilidade</p><p>do fármaco, o tamanho molecular, a forma de apresentação, o grau de ionização, a</p><p>área de superfície disponível para absorção, o fluxo sanguíneo local, a motilidade</p><p>gastrointestinal, a presença de alimentos, interações</p><p>medicamentosas, barreiras</p><p>fisiológicas e o uso de transportadores de membrana. Todos esses fatores juntos</p><p>determinam a eficácia com que um fármaco é absorvido e, consequentemente, sua</p><p>biodisponibilidade e ação terapêutica.</p><p>11) Quais as condições que favorecem a absorção mais rápida dos fármacos?</p><p>1. Via de administração</p><p>● Via intravenosa (IV): A administração direta na corrente sanguínea garante</p><p>absorção imediata, sem passar pelo trato gastrointestinal.</p><p>● Via sublingual: Alguns fármacos, quando colocados sob a língua, são absorvidos</p><p>rapidamente pela mucosa oral, evitando o metabolismo de primeira passagem pelo</p><p>fígado.</p><p>● Via inalatória: Fármacos inalados têm rápida absorção pelos pulmões devido à alta</p><p>vascularização alveolar.</p><p>2. Forma farmacêutica</p><p>● Fármacos líquidos: Soluções ou suspensões tendem a ser absorvidas mais</p><p>rapidamente do que comprimidos ou cápsulas, pois não precisam ser dissolvidas.</p><p>● Fármacos lipossolúveis: Fármacos solúveis em lipídios atravessam mais</p><p>facilmente as membranas celulares, favorecendo uma absorção mais rápida.</p><p>3. Vascularização no local da absorção</p><p>● Áreas com alta irrigação sanguínea, como o trato gastrointestinal (em especial o</p><p>intestino delgado) e os pulmões, permitem uma absorção mais rápida dos fármacos.</p><p>4. Superfície de absorção</p><p>● Uma grande área de superfície, como a encontrada no intestino delgado (com</p><p>vilosidades e microvilosidades), favorece a absorção mais rápida.</p><p>5. pH do ambiente</p><p>● O pH influencia a ionização dos fármacos. Fármacos não ionizados (em seu estado</p><p>lipossolúvel) são absorvidos mais rapidamente. Por exemplo, ácidos fracos são mais</p><p>bem absorvidos no estômago (meio ácido), enquanto bases fracas são absorvidas</p><p>mais no intestino delgado (meio alcalino).</p><p>6. Vazio gástrico</p><p>● A presença de alimento no estômago pode retardar a absorção de muitos fármacos.</p><p>Fármacos administrados com o estômago vazio tendem a ser absorvidos mais</p><p>rapidamente.</p><p>7. Motilidade gastrointestinal</p><p>● Uma motilidade gastrointestinal mais lenta pode prolongar o tempo de exposição dos</p><p>fármacos à área de absorção, o que pode, em alguns casos, favorecer uma</p><p>absorção mais completa, mas não necessariamente mais rápida.</p><p>8. Fluxo sanguíneo local</p><p>● Um maior fluxo sanguíneo na área de absorção, como em exercícios físicos, pode</p><p>acelerar a absorção de fármacos administrados por via oral ou intramuscular.</p><p>9. Interações medicamentosas</p><p>● Alguns fármacos ou alimentos podem interferir na absorção de outros fármacos. Por</p><p>exemplo, certos antiácidos podem reduzir a absorção de antibióticos ou outros</p><p>medicamentos.</p><p>10. Propriedades físico-químicas do fármaco</p><p>● Tamanho da molécula: Moléculas menores são geralmente absorvidas mais</p><p>rapidamente.</p><p>● Solubilidade: Fármacos solúveis em água tendem a ser absorvidos mais</p><p>rapidamente em ambientes aquosos, enquanto os lipossolúveis são absorvidos mais</p><p>facilmente pelas membranas celulares.</p><p>12) Quanto ao ambiente de absorção, em qual local os fármacos ácidos e básicos são</p><p>melhores absorvidos? Explique.</p><p>● Fármacos ácidos: Melhor absorvidos no estômago (ambiente ácido), onde</p><p>permanecem na forma não ionizada.</p><p>● Fármacos básicos: Melhor absorvidos no intestino delgado (ambiente mais</p><p>alcalino), onde ficam na forma não ionizada.</p><p>13) Quais fatores interferem na distribuição dos fármacos?</p><p>A distribuição dos fármacos é influenciada por uma complexa interação entre propriedades</p><p>do fármaco (como solubilidade e afinidade), características fisiológicas (fluxo sanguíneo,</p><p>permeabilidade das membranas) e fatores individuais do paciente (idade, doenças, estado</p><p>nutricional), além de possíveis interações medicamentosas.</p><p>14) O que significa fármaco livre e ligado? Qual deles tem efeito terapêutico?</p><p>1. Fármaco ligado:</p><p>● Quando um fármaco entra na corrente sanguínea, parte dele se liga reversivelmente</p><p>a proteínas plasmáticas (como a albumina, glicoproteínas e lipoproteínas).</p><p>● A fração ligada não pode atravessar as membranas celulares e, portanto, não</p><p>exerce efeito terapêutico direto. O fármaco ligado age como uma forma de</p><p>"reserva", liberando-se lentamente conforme o fármaco livre é metabolizado ou</p><p>excretado.</p><p>● Características:</p><p>○ Inativo enquanto ligado.</p><p>○ Não pode ser distribuído para os tecidos.</p><p>○ Não pode ser metabolizado ou excretado.</p><p>○ Serve como um “reservatório” de fármaco no organismo.</p><p>2. Fármaco livre:</p><p>● A fração do fármaco que não está ligada às proteínas plasmáticas é chamada de</p><p>fármaco livre. É essa fração que está disponível para atravessar as membranas</p><p>celulares e atingir os tecidos, onde pode interagir com seus receptores para exercer</p><p>o efeito terapêutico.</p><p>● O fármaco livre pode ser distribuído, metabolizado e excretado, e é o que</p><p>realmente atua para produzir os efeitos clínicos.</p><p>● Características:</p><p>○ Ativo e disponível para exercer efeito terapêutico.</p><p>○ Pode ser distribuído para os tecidos e órgãos.</p><p>○ Está sujeito a metabolismo (no fígado) e excreção (nos rins).</p><p>Qual deles tem efeito terapêutico?</p><p>● O fármaco livre é o que tem efeito terapêutico. Somente o fármaco livre pode se</p><p>distribuir pelos tecidos, interagir com seus alvos biológicos (receptores, enzimas,</p><p>etc.) e produzir os efeitos desejados. O fármaco ligado é inativo enquanto</p><p>permanece associado às proteínas plasmáticas.</p><p>Fatores que influenciam a proporção de fármaco livre e ligado:</p><p>● Afinidade do fármaco pela proteína plasmática: Fármacos com alta afinidade se</p><p>ligam fortemente e têm menos fármaco livre disponível.</p><p>● Concentração de proteínas plasmáticas: Condições como desnutrição, doença</p><p>hepática ou renal podem diminuir os níveis de proteínas plasmáticas, aumentando a</p><p>fração de fármaco livre.</p><p>● Interações medicamentosas: Alguns fármacos competem pelos mesmos sítios de</p><p>ligação nas proteínas plasmáticas, aumentando a fração livre de um dos fármacos.</p><p>15) Quais são tipos de proteínas plasmáticas?</p><p>1. Albumina</p><p>● Função principal: A albumina é a proteína plasmática mais abundante (cerca de</p><p>60% das proteínas plasmáticas totais) e desempenha um papel crucial no transporte</p><p>de fármacos, ácidos graxos, hormônios e outras substâncias. Ela também é</p><p>importante para a manutenção da pressão osmótica no sangue.</p><p>● Ligação a fármacos: A albumina se liga principalmente a fármacos ácidos (como a</p><p>warfarina, ácido acetilsalicílico) e algumas substâncias neutras.</p><p>● Relevância clínica: A hipoalbuminemia (níveis baixos de albumina no sangue),</p><p>comum em doenças hepáticas ou renais, pode aumentar a fração de fármaco livre,</p><p>aumentando o risco de toxicidade.</p><p>2. Glicoproteína ácida alfa-1 (ou orosomucoide)</p><p>● Função principal: A glicoproteína ácida alfa-1 está envolvida na resposta</p><p>inflamatória e no transporte de fármacos.</p><p>● Ligação a fármacos: Ligada principalmente a fármacos básicos (como</p><p>propranolol, lidocaína e alguns antidepressivos tricíclicos).</p><p>● Relevância clínica: Seus níveis aumentam em condições inflamatórias ou doenças</p><p>agudas, o que pode afetar a ligação e a distribuição de fármacos básicos.</p><p>Resumo:</p><p>As principais proteínas plasmáticas que participam da ligação e transporte de fármacos são</p><p>albumina, glicoproteína ácida alfa-1, lipoproteínas, globulinas, fibrinogênio,</p><p>transferrina e ceruloplasmina. A albumina é a mais importante, especialmente para</p><p>fármacos ácidos, enquanto a glicoproteína ácida alfa-1 é relevante para fármacos básicos.</p><p>Essas proteínas desempenham um papel fundamental na modulação da distribuição,</p><p>biodisponibilidade e eficácia dos fármacos no organismo.</p><p>16) Quais os fatores ou patologias interferem na síntese de proteínas plasmáticas e quais</p><p>suas consequências?</p><p>1. Doenças hepáticas</p><p>● Descrição: O fígado é o principal local de síntese de proteínas plasmáticas, como a</p><p>albumina, fibrinogênio, globulinas não imunológicas, entre outras.</p><p>● Patologias: Cirrose hepática, hepatite crônica, insuficiência hepática e carcinoma</p><p>hepático.</p><p>● Consequências:</p><p>○ Hipoalbuminemia: Níveis reduzidos de albumina levam a diminuição da</p><p>pressão oncótica no plasma, causando edema e ascite (acúmulo de líquido</p><p>no abdômen).</p><p>○ Deficiência de fatores de coagulação: A redução da síntese</p><p>de fibrinogênio</p><p>e outros fatores de coagulação pode resultar em sangramentos e</p><p>dificuldade na coagulação.</p><p>○ Aumento da fração livre de fármacos: Como a albumina se liga a muitos</p><p>fármacos, sua redução aumenta a fração livre de fármacos ácidos,</p><p>aumentando o risco de toxicidade.</p><p>2. Doenças renais</p><p>● Descrição: A função dos rins é essencial para manter o equilíbrio de proteínas</p><p>plasmáticas no corpo, especialmente na regulação da perda de proteínas pela urina.</p><p>● Patologias: Síndrome nefrótica, glomerulonefrite crônica e insuficiência renal.</p><p>● Consequências:</p><p>○ Perda de proteínas pela urina (proteinúria): Na síndrome nefrótica,</p><p>grandes quantidades de proteínas plasmáticas, especialmente albumina, são</p><p>perdidas na urina, levando à hipoalbuminemia, edema e risco de</p><p>hipovolemia.</p><p>○ Aumento da fração livre de fármacos: A redução da albumina disponível</p><p>resulta em maior quantidade de fármacos livres, o que pode aumentar o risco</p><p>de toxicidade.</p><p>3. Desnutrição e estados de carência proteica</p><p>● Descrição: A desnutrição, especialmente a deficiência de proteínas, afeta a síntese</p><p>de proteínas plasmáticas pelo fígado.</p><p>● Condições: Kwashiorkor (forma severa de desnutrição proteica), anorexia nervosa,</p><p>dietas extremamente restritivas.</p><p>● Consequências:</p><p>○ Hipoalbuminemia: A deficiência na ingestão de aminoácidos reduz a síntese</p><p>de albumina, levando a edema e problemas relacionados à regulação de</p><p>fármacos.</p><p>○ Comprometimento do sistema imunológico: A síntese reduzida de</p><p>globulinas (proteínas envolvidas no sistema imune) pode afetar a resposta</p><p>imune, aumentando a suscetibilidade a infecções.</p><p>4. Inflamação crônica e doenças autoimunes</p><p>● Descrição: Processos inflamatórios e doenças autoimunes podem alterar a</p><p>produção de proteínas plasmáticas, tanto aumentando a síntese de proteínas da</p><p>fase aguda quanto reduzindo a síntese de outras proteínas.</p><p>● Patologias: Artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, doenças inflamatórias</p><p>intestinais, infecções crônicas.</p><p>● Consequências:</p><p>○ Aumento da síntese de proteínas de fase aguda: Proteínas como a</p><p>glicoproteína ácida alfa-1 e o fibrinogênio aumentam durante a</p><p>inflamação, o que pode interferir na ligação de fármacos e aumentar o risco</p><p>de trombose.</p><p>○ Redução da albumina: A inflamação crônica pode resultar em</p><p>hipoalbuminemia, o que contribui para edema, diminuição da pressão</p><p>oncótica e aumento da fração livre de fármacos.</p><p>5. Síndrome de má absorção</p><p>● Descrição: Distúrbios que afetam a absorção de nutrientes no intestino, resultando</p><p>em deficiência na ingestão de proteínas e aminoácidos essenciais para a síntese de</p><p>proteínas plasmáticas.</p><p>● Patologias: Doença celíaca, doença de Crohn, pancreatite crônica.</p><p>● Consequências:</p><p>○ Redução na síntese de proteínas: A falta de aminoácidos essenciais devido</p><p>à má absorção reduz a produção de proteínas como a albumina, resultando</p><p>em hipoalbuminemia e edema.</p><p>○ Alterações na farmacocinética: A menor quantidade de proteínas</p><p>plasmáticas pode alterar a distribuição e eficácia dos fármacos.</p><p>6. Doenças genéticas</p><p>● Descrição: Algumas condições hereditárias afetam diretamente a síntese de</p><p>proteínas plasmáticas.</p><p>● Patologias: Doença de Wilson (deficiência de ceruloplasmina), deficiência de</p><p>antitrombina III (problemas de coagulação).</p><p>● Consequências:</p><p>○ Disfunções específicas: As doenças genéticas podem levar à ausência ou</p><p>deficiência de proteínas específicas, como a ceruloplasmina (responsável</p><p>pelo transporte de cobre), causando acúmulo de cobre no fígado e outros</p><p>órgãos, e a antitrombina III, que pode aumentar o risco de trombose.</p><p>7. Distúrbios endócrinos</p><p>● Descrição: As alterações hormonais podem influenciar a síntese de proteínas</p><p>plasmáticas, tanto aumentando quanto diminuindo sua produção.</p><p>● Patologias: Síndrome de Cushing, hipotireoidismo, hipertireoidismo.</p><p>● Consequências:</p><p>○ Alterações na globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG): Hiper ou</p><p>hipotireoidismo, e alterações na função adrenal, podem alterar os níveis de</p><p>SHBG, interferindo na biodisponibilidade de hormônios como a testosterona</p><p>e o estradiol.</p><p>○ Hipoalbuminemia: Em algumas condições endócrinas, a síntese de</p><p>albumina pode ser prejudicada, contribuindo para edema e alterações na</p><p>farmacocinética.</p><p>8. Idade avançada</p><p>● Descrição: O envelhecimento é acompanhado por uma diminuição natural na</p><p>síntese de proteínas plasmáticas, especialmente albumina.</p><p>● Consequências:</p><p>○ Hipoalbuminemia leve: Comum em idosos, levando a alterações no</p><p>equilíbrio de fluidos e no transporte de fármacos.</p><p>○ Aumento da fração livre de fármacos: A menor síntese de proteínas</p><p>plasmáticas pode resultar em maior fração livre de certos fármacos,</p><p>aumentando a chance de efeitos adversos.</p><p>Consequências gerais da redução na síntese de proteínas plasmáticas:</p><p>● Edema: A hipoalbuminemia reduz a pressão oncótica do plasma, resultando em</p><p>extravasamento de líquido para os tecidos, causando edema e ascite.</p><p>● Aumento da fração livre de fármacos: Com menos proteínas disponíveis para ligar</p><p>fármacos, há maior quantidade de fármacos livres, o que pode aumentar sua</p><p>toxicidade.</p><p>● Alterações na coagulação: A redução de fatores de coagulação plasmáticos (como</p><p>o fibrinogênio) pode levar a problemas de coagulação, como sangramentos</p><p>espontâneos.</p><p>● Comprometimento da resposta imune: A síntese inadequada de globulinas pode</p><p>enfraquecer a capacidade do corpo de responder a infecções.</p><p>17) Qual é a função do metabolismo ou biotransformação de fármacos? Qual o principal</p><p>órgão envolvido neste processo?</p><p>A função do metabolismo ou biotransformação de fármacos é modificar a estrutura</p><p>química dos fármacos (ou outras substâncias) no organismo, tornando-os mais fáceis de</p><p>serem eliminados. O processo tem como objetivo principal facilitar a excreção de</p><p>substâncias, especialmente de fármacos lipossolúveis, que poderiam se acumular no corpo</p><p>se não fossem metabolizados.</p><p>Funções principais do metabolismo de fármacos:</p><p>1. Tornar os fármacos mais hidrossolúveis: A maioria dos fármacos é lipossolúvel</p><p>para atravessar as membranas celulares e ser absorvida pelo organismo. No</p><p>entanto, para serem eliminados pelos rins (que excretam melhor substâncias</p><p>hidrossolúveis), os fármacos precisam ser metabolizados em formas mais</p><p>hidrossolúveis.</p><p>2. Desintoxicação: A biotransformação ajuda a neutralizar ou reduzir a toxicidade de</p><p>muitos fármacos e substâncias exógenas, embora em alguns casos o metabolismo</p><p>possa produzir metabólitos tóxicos.</p><p>3. Facilitar a excreção: Metabolizar o fármaco em uma forma que possa ser excretada</p><p>mais facilmente, principalmente pelos rins (urina) ou pela bile (fezes).</p><p>4. Inativação de fármacos: Na maioria dos casos, a biotransformação resulta na</p><p>inativação do fármaco, ou seja, converte o fármaco ativo em um metabólito inativo.</p><p>5. Ativação de pró-fármacos: Alguns fármacos são administrados em formas inativas</p><p>(pró-fármacos) e precisam ser metabolizados para se converterem na forma ativa</p><p>que exerce o efeito terapêutico.</p><p>Fases do metabolismo de fármacos:</p><p>O metabolismo de fármacos ocorre geralmente em duas fases:</p><p>● Fase I (Reações de funcionalização): Nesta fase, ocorrem reações químicas,</p><p>como oxidação, redução e hidrólise. Essas reações introduzem ou expõem grupos</p><p>funcionais (como -OH, -COOH, -NH2) na molécula do fármaco, tornando-o mais</p><p>reativo e preparado para a fase II.</p><p>● Fase II (Reações de conjugação): Ocorre a conjugação do fármaco ou do</p><p>metabólito da fase I com moléculas endógenas (como ácido glicurônico, sulfato ou</p><p>glutationa), tornando o fármaco mais hidrossolúvel e facilitando sua excreção.</p><p>Principal órgão envolvido no metabolismo de fármacos:</p><p>O fígado é o principal órgão envolvido no metabolismo de fármacos. Ele contém uma</p><p>grande quantidade de enzimas metabolizadoras, principalmente as do sistema enzimático</p><p>do citocromo P450 (CYP450), que são responsáveis pela oxidação de uma grande</p><p>variedade de fármacos.</p><p>● Outros órgãos e tecidos envolvidos: Embora o fígado seja o principal local de</p><p>metabolismo de fármacos, outros órgãos também podem participar desse processo,</p><p>como os rins, pulmões, intestino e a pele,</p><p>mas em menor escala.</p><p>Consequências da biotransformação de fármacos:</p><p>● Metabólitos ativos ou tóxicos: Alguns fármacos podem ser convertidos em</p><p>metabólitos ativos (ex: morfina a partir da codeína) ou metabólitos tóxicos (ex:</p><p>acetaminofeno em grandes doses produz um metabólito tóxico para o fígado).</p><p>● Duração do efeito farmacológico: O metabolismo pode encurtar ou prolongar a</p><p>ação de um fármaco, dependendo da velocidade com que ele é transformado e</p><p>eliminado.</p><p>18) O que é metabolismo de fase I e II e quais reações estão envolvidas nestas fases?</p><p>Metabolismo de Fase I (Reações de Funcionalização)</p><p>A fase I do metabolismo envolve a modificação estrutural da molécula do fármaco. As</p><p>reações da fase I introduzem ou expõem grupos funcionais na molécula do fármaco, como</p><p>hidroxilas (-OH), aminas (-NH2) ou grupos carboxílicos (-COOH), tornando o fármaco mais</p><p>polar e reativo.</p><p>Principais Reações da Fase I:</p><p>1. Oxidação:</p><p>○ A oxidação é a principal reação da fase I e envolve a adição de oxigênio ou a</p><p>remoção de hidrogênio da molécula do fármaco.</p><p>○ Enzimas envolvidas: As enzimas do sistema do citocromo P450 (CYP450)</p><p>são as mais importantes nessa reação.</p><p>○ Exemplos de oxidação:</p><p>■ Hidroxilação: R-H → R-OH (ex: oxidação de benzodiazepínicos).</p><p>■ Desaminação: Remoção de um grupo amino de compostos</p><p>nitrogenados.</p><p>■ Desalquilação: Remoção de grupos alquila (metil, etil) de compostos</p><p>nitrogenados ou oxigenados.</p><p>2. Redução:</p><p>○ A redução ocorre quando um fármaco ganha elétrons ou átomos de</p><p>hidrogênio. É comum para fármacos que contêm grupos nitro (-NO2) ou</p><p>cetonas (-C=O).</p><p>○ Exemplos de redução:</p><p>■ Redução de nitrocompostos a aminas.</p><p>■ Redução de cetonas a álcoois.</p><p>3. Hidrólise:</p><p>○ A hidrólise envolve a quebra de ligações ésteres ou amidas pela adição de</p><p>uma molécula de água (H2O), resultando na formação de álcoois, ácidos ou</p><p>aminas.</p><p>○ Enzimas envolvidas: Esterases e amidades.</p><p>○ Exemplos de hidrólise:</p><p>■ Conversão de procaína (um anestésico) em ácido</p><p>para-aminobenzóico (PABA).</p><p>■ Hidrólise de ésteres de fármacos pró-fármacos para formas ativas.</p><p>Objetivo da Fase I:</p><p>● As reações da fase I normalmente tornam o fármaco mais polar (hidrossolúvel) e</p><p>preparam a molécula para a fase II. Em alguns casos, as reações de fase I podem</p><p>inativar o fármaco, mas em outros podem gerar metabólitos ativos, ou até</p><p>metabólitos tóxicos.</p><p>Metabolismo de Fase II (Reações de Conjugação)</p><p>A fase II envolve a conjugação do fármaco (ou do metabólito gerado na fase I) com uma</p><p>molécula endógena, como o ácido glicurônico, sulfato ou glutationa. Isso transforma o</p><p>fármaco ou seu metabólito em uma forma altamente polar e hidrossolúvel, facilitando sua</p><p>excreção pelos rins ou bile.</p><p>Principais Reações da Fase II:</p><p>1. Glicuronidação:</p><p>○ A conjugação com ácido glicurônico é a reação de fase II mais comum.</p><p>○ Enzimas envolvidas: UDP-glicuroniltransferases (UGT).</p><p>○ Exemplos: Glicuronidação de morfina, paracetamol (acetaminofeno) e ácido</p><p>acetilsalicílico.</p><p>2. Sulfatação (Sulfoconjugação):</p><p>○ O fármaco ou metabólito é conjugado com um grupo sulfato (SO4²-).</p><p>○ Enzimas envolvidas: Sulfotransferases.</p><p>○ Exemplos: Sulfatação de esteroides, paracetamol e dopamina.</p><p>3. Conjugação com Glutationa (GSH):</p><p>○ O fármaco ou metabólito é conjugado com glutationa, um antioxidante</p><p>presente nas células.</p><p>○ Enzimas envolvidas: Glutationa-S-transferases (GST).</p><p>○ Exemplos: Detoxificação de xenobióticos reativos e metabólitos tóxicos,</p><p>como os do paracetamol.</p><p>4. Acetilação:</p><p>○ O fármaco é conjugado com um grupo acetil (CH3CO).</p><p>○ Enzimas envolvidas: N-acetiltransferases.</p><p>○ Exemplos: Acetilação de isoniazida (usado no tratamento de tuberculose),</p><p>sulfonamidas.</p><p>○ Observação: A acetilação pode reduzir a solubilidade de certos fármacos, o</p><p>que pode gerar problemas, como a formação de cristais nos rins (nefropatia).</p><p>5. Conjugação com Aminoácidos:</p><p>○ Alguns fármacos, especialmente ácidos carboxílicos, podem ser conjugados</p><p>com aminoácidos, como glicina ou glutamina.</p><p>○ Exemplos: Conjugação de ácido salicílico com glicina.</p><p>6. Metilação:</p><p>○ O fármaco é conjugado com um grupo metil (CH3).</p><p>○ Enzimas envolvidas: Metiltransferases.</p><p>○ Exemplos: Metilação de catecolaminas (dopamina, noradrenalina) e</p><p>histamina.</p><p>Objetivo da Fase II:</p><p>● As reações de fase II têm como objetivo principal aumentar ainda mais a</p><p>solubilidade em água do fármaco, facilitando sua excreção pelos rins (na urina)</p><p>ou pela bile (nas fezes). Fármacos conjugados são geralmente inativos e</p><p>prontamente eliminados pelo corpo.</p><p>Resumo das Fases:</p><p>● Fase I: Inclui reações de oxidação, redução e hidrólise, e transforma fármacos em</p><p>metabólitos mais polares, introduzindo ou expondo grupos funcionais. Essas</p><p>reações preparam o fármaco para a fase II ou, em alguns casos, já o tornam apto</p><p>para a excreção.</p><p>● Fase II: Conjugação de fármacos ou metabólitos da fase I com moléculas</p><p>endógenas (ácido glicurônico, sulfato, glutationa, etc.) para aumentar sua</p><p>solubilidade em água e facilitar a excreção.</p><p>19) O que significa metabolismo de primeira passagem e qual via de administração está</p><p>envolvida?</p><p>Mecanismo do Metabolismo de Primeira Passagem:</p><p>1. Quando o fármaco é administrado por via oral, ele é absorvido pelo trato</p><p>gastrointestinal e transportado pela veia porta até o fígado.</p><p>2. No fígado, o fármaco pode ser metabolizado por enzimas hepáticas, como as do</p><p>sistema citocromo P450 (CYP450), antes de ser liberado na circulação sistêmica.</p><p>3. Como resultado, uma fração significativa do fármaco pode ser inativada ou</p><p>modificada durante essa "primeira passagem" pelo fígado, reduzindo a quantidade</p><p>que chega à corrente sanguínea.</p><p>Consequências do Metabolismo de Primeira Passagem:</p><p>● Redução da biodisponibilidade: A biodisponibilidade é a fração de um fármaco</p><p>que chega à circulação sistêmica em sua forma ativa. O metabolismo de primeira</p><p>passagem pode reduzir drasticamente a biodisponibilidade de muitos fármacos</p><p>administrados por via oral.</p><p>● Necessidade de doses maiores: Como o metabolismo de primeira passagem</p><p>reduz a quantidade de fármaco que chega à circulação, pode ser necessário</p><p>administrar doses orais mais elevadas para obter o efeito terapêutico desejado.</p><p>● Variação entre indivíduos: A extensão do metabolismo de primeira passagem pode</p><p>variar de pessoa para pessoa, devido a fatores como genética, função hepática e</p><p>interações medicamentosas.</p><p>Exemplo de Fármacos Afectados:</p><p>● Propranolol: Um betabloqueador amplamente metabolizado pelo fígado em sua</p><p>primeira passagem, o que reduz sua biodisponibilidade quando administrado por via</p><p>oral.</p><p>● Morfina: Quando administrada por via oral, uma grande parte da morfina é</p><p>metabolizada no fígado, exigindo doses orais maiores em comparação com outras</p><p>vias de administração.</p><p>Via de Administração Envolvida:</p><p>O metabolismo de primeira passagem é principalmente associado à via de</p><p>administração oral, pois os fármacos ingeridos passam pelo trato gastrointestinal e depois</p><p>pelo fígado antes de entrar na circulação sistêmica.</p><p>Outras vias de administração, como intravenosa (IV), sublingual, intramuscular,</p><p>transdérmica e retal (parcialmente), evitam ou minimizam o metabolismo de primeira</p><p>passagem. Quando administrados por essas vias, os fármacos podem entrar diretamente</p><p>na circulação sistêmica, sem passar inicialmente pelo fígado, resultando em maior</p><p>biodisponibilidade.</p><p>Em Resumo:</p><p>● Metabolismo de primeira passagem: É o processo em que o fármaco é</p><p>metabolizado no fígado (ou intestino) antes de alcançar a circulação sistêmica.</p><p>● Via oral: É a via de administração mais associada a esse efeito, o que pode reduzir</p><p>a eficácia e biodisponibilidade do fármaco.</p><p>● Alternativas: Outras vias, como sublingual ou intravenosa, evitam esse</p><p>metabolismo, resultando em maior quantidade de fármaco disponível no sangue.</p><p>20) Como a genética, patologia e interação entre os fármacos podem alterar o metabolismo</p><p>ou biotransformação de fármacos?</p><p>1. Genética: Polimorfismos nas enzimas metabolizadoras (especialmente CYP450)</p><p>podem alterar a velocidade de metabolismo, fazendo com que as pessoas sejam</p><p>metabolizadores rápidos, normais</p><p>ou lentos, afetando a eficácia e o risco de</p><p>toxicidade.</p><p>2. Patologias: Doenças hepáticas, renais, cardíacas e da tireoide podem comprometer</p><p>o metabolismo de fármacos, alterando a dose necessária para evitar toxicidade ou</p><p>falta de eficácia.</p><p>3. Interações medicamentosas: Fármacos podem inibir ou induzir as enzimas</p><p>metabolizadoras, resultando em alterações nos níveis plasmáticos de outros</p><p>medicamentos, afetando sua eficácia e segurança.</p><p>21) O que é o processo de excreção de fármacos e qual os órgãos estão envolvidos neste</p><p>processo?</p><p>O processo de excreção de fármacos refere-se à eliminação de substâncias químicas do</p><p>corpo após a sua metabolização, garantindo que os fármacos ou seus metabólitos não se</p><p>acumulem no organismo a níveis tóxicos. A excreção é uma fase crucial no ciclo de vida de</p><p>um medicamento, permitindo que seus componentes sejam removidos após terem cumprido</p><p>sua função terapêutica.</p><p>Principais órgãos envolvidos na excreção de fármacos:</p><p>1. Rins (excreção renal):</p><p>○ O rim é o principal órgão envolvido na excreção de fármacos. Através da</p><p>urina, muitos fármacos e seus metabólitos são eliminados do corpo. Esse</p><p>processo envolve três etapas principais:</p><p>■ Filtração glomerular: os fármacos no sangue são filtrados pelos</p><p>glomérulos e entram nos túbulos renais.</p><p>■ Secreção tubular: algumas substâncias que não foram filtradas</p><p>inicialmente podem ser secretadas ativamente para os túbulos renais.</p><p>■ Reabsorção tubular: em alguns casos, fármacos ou seus</p><p>metabólitos podem ser reabsorvidos de volta para a corrente</p><p>sanguínea, mas a maioria acaba sendo eliminada na urina.</p><p>2. Fígado (excreção biliar):</p><p>○ O fígado desempenha um papel importante na metabolização de fármacos e</p><p>também na sua excreção, especialmente via bile. Fármacos lipofílicos, após</p><p>serem metabolizados no fígado, podem ser excretados na bile e eliminados</p><p>pelo trato gastrointestinal. Alguns podem sofrer o ciclo entero-hepático,</p><p>onde são reabsorvidos no intestino e retornam ao fígado, prolongando sua</p><p>ação no organismo.</p><p>3. Pulmões:</p><p>○ Certos fármacos voláteis, como anestésicos inalatórios, são excretados pelos</p><p>pulmões na forma de vapor, eliminados na respiração.</p><p>4. Pele (glândulas sudoríparas):</p><p>○ Embora seja uma via de excreção menor, alguns fármacos podem ser</p><p>eliminados pelo suor, contribuindo, em menor grau, para a eliminação de</p><p>substâncias do corpo.</p><p>5. Glândulas salivares e leite materno:</p><p>○ Pequenas quantidades de fármacos podem ser excretadas na saliva e no</p><p>leite materno, o que pode ter implicações para lactantes, pois o fármaco pode</p><p>passar para o bebê.</p><p>Fatores que afetam a excreção de fármacos:</p><p>● Função renal e hepática: indivíduos com insuficiência renal ou hepática podem ter</p><p>a excreção de fármacos comprometida.</p><p>● Propriedades do fármaco: a polaridade, solubilidade em água ou gordura, e o</p><p>tamanho da molécula influenciam a via de excreção.</p><p>● Idade e condições de saúde: bebês e idosos costumam ter a excreção de</p><p>fármacos reduzida.</p><p>22) Qual a principal condição para que um fármaco seja eliminado/excretado?</p><p>A principal condição para que um fármaco seja eliminado ou excretado é que ele esteja em</p><p>uma forma polar ou hidrossolúvel. Isso é necessário porque os órgãos excretores, como</p><p>os rins, tendem a eliminar com mais facilidade substâncias que são solúveis em água.</p><p>Detalhamento das condições:</p><p>1. Transformação em forma hidrossolúvel (polar):</p><p>○ A maioria dos fármacos é inicialmente lipofílica (solúvel em gordura) para</p><p>facilitar a absorção e atravessar as membranas celulares. No entanto, para</p><p>ser excretado, o fármaco deve ser convertido em uma forma mais</p><p>hidrossolúvel. O fígado desempenha um papel crucial nesse processo,</p><p>através da biotransformação ou metabolismo. Durante esse processo, o</p><p>fígado transforma o fármaco em metabólitos polares, que podem ser mais</p><p>facilmente excretados pelos rins.</p><p>2. Metabolismo hepático (fases I e II):</p><p>○ Fase I (oxidação, redução, hidrólise): essa fase geralmente introduz ou</p><p>expõe grupos funcionais polares no fármaco, tornando-o mais hidrofílico.</p><p>○ Fase II (conjugação): ocorre a ligação de grupos polares, como</p><p>glicuronídeos ou sulfatos, aos fármacos ou seus metabólitos, aumentando</p><p>ainda mais sua solubilidade em água.</p><p>3. Função renal adequada:</p><p>○ Para que o fármaco seja excretado via urina, os rins precisam estar</p><p>funcionando corretamente. A capacidade de filtrar, secretar e reabsorver</p><p>substâncias afeta diretamente a eliminação dos fármacos.</p><p>Se um fármaco não for convertido para uma forma hidrossolúvel, ele pode ser reabsorvido</p><p>nos túbulos renais e permanecer mais tempo no organismo, o que pode levar ao acúmulo e</p><p>possíveis efeitos tóxicos. Por isso, a hidrossolubilidade é a principal condição para que</p><p>um fármaco seja eficientemente eliminado.</p><p>23) O que significa clearance de um fármaco?</p><p>O clearance de um fármaco é uma medida farmacocinética que indica a eficiência com que</p><p>o corpo elimina o fármaco da circulação sistêmica. Ele representa o volume de sangue ou</p><p>plasma que é completamente "limpo" de uma substância por unidade de tempo. O</p><p>clearance é geralmente expresso em unidades de volume por tempo, como mL/min ou L/h.</p><p>Em termos simples:</p><p>● Clearance é uma forma de quantificar o quanto do fármaco é removido do sangue</p><p>por diferentes órgãos excretores, como rins, fígado e pulmões.</p><p>● Ele não mede diretamente a quantidade do fármaco excretado, mas sim a taxa com</p><p>que o fármaco é removido do corpo.</p><p>Fatores que afetam o clearance:</p><p>1. Função renal (clearance renal): Refere-se à eliminação do fármaco pelos rins,</p><p>geralmente na urina. Fármacos solúveis em água tendem a ter um clearance renal</p><p>elevado.</p><p>2. Função hepática (clearance hepático): Inclui a metabolização do fármaco no</p><p>fígado e sua excreção na bile. Fármacos lipossolúveis são frequentemente</p><p>metabolizados no fígado antes da excreção.</p><p>3. Outros órgãos excretores: Embora menos significativos, pulmões, glândulas</p><p>sudoríparas e glândulas salivares também podem contribuir para o clearance.</p><p>Importância clínica do clearance:</p><p>O clearance é um parâmetro essencial para determinar a meia-vida de um fármaco no</p><p>corpo, ajudando a estabelecer a dose e a frequência de administração para manter níveis</p><p>terapêuticos adequados sem causar toxicidade. Um clearance alto significa que o fármaco é</p><p>eliminado rapidamente, e um clearance baixo indica uma eliminação mais lenta.</p><p>Em resumo, o clearance reflete a capacidade do organismo de remover o fármaco do</p><p>sistema e é fundamental para entender sua duração de ação e a necessidade de ajustes na</p><p>dosagem.</p><p>24) O que são receptores farmacológicos?</p><p>Os receptores farmacológicos são proteínas específicas localizadas nas células (nas</p><p>membranas celulares ou dentro delas) que interagem com moléculas de fármacos ou outras</p><p>substâncias químicas, resultando em uma resposta biológica. Eles são essenciais para a</p><p>ação de muitos medicamentos, pois a interação entre um fármaco e seu receptor é</p><p>frequentemente o passo inicial que desencadeia a resposta terapêutica.</p><p>Características dos receptores farmacológicos:</p><p>1. Especificidade: Receptores têm alta afinidade por certos ligantes (como fármacos,</p><p>hormônios ou neurotransmissores). Isso significa que eles reconhecem e se ligam a</p><p>substâncias com uma estrutura molecular específica.</p><p>2. Ligação reversível: A maioria das interações entre fármacos e receptores é</p><p>reversível, o que permite que o fármaco se ligue ao receptor e depois se dissocie,</p><p>dependendo de sua concentração no organismo e das condições locais.</p><p>3. Regulação de funções celulares: Quando um fármaco se liga ao receptor, ele</p><p>pode ativar ou inibir uma via de sinalização celular, o que leva a alterações na</p><p>função da célula, como secreção de substâncias, contração muscular, ou mudanças</p><p>na expressão gênica.</p><p>Tipos de receptores farmacológicos:</p><p>1. Receptores de membrana:</p><p>○ Receptores acoplados à proteína G (GPCR): São os mais comuns e</p><p>ativam uma cascata de sinalização celular quando o fármaco se liga ao</p><p>receptor. Ex.: receptores de adrenalina e serotonina.</p><p>○ Receptores ligados a canais iônicos: Abrem ou fecham canais na</p><p>membrana celular,</p><p>regulando o fluxo de íons (como sódio, potássio ou</p><p>cálcio), o que altera a excitabilidade da célula. Ex.: receptores de GABA e</p><p>glutamato.</p><p>○ Receptores com atividade enzimática intrínseca: Ligam-se a fármacos ou</p><p>hormônios e ativam diretamente a função enzimática no interior da célula,</p><p>como a tirosina quinase. Ex.: receptores de insulina.</p><p>2. Receptores intracelulares:</p><p>○ Localizam-se dentro da célula, geralmente no citoplasma ou no núcleo, e</p><p>interagem com fármacos que podem atravessar a membrana celular, como</p><p>hormônios esteroides. Esses receptores costumam alterar a expressão</p><p>gênica. Ex.: receptores de hormônios esteroides (testosterona, cortisol).</p><p>Agonistas e antagonistas:</p><p>● Agonista: Um fármaco que se liga ao receptor e ativa a resposta celular, imitando a</p><p>ação da substância natural que normalmente se ligaria ao receptor.</p><p>● Antagonista: Um fármaco que se liga ao receptor, mas não o ativa; em vez disso,</p><p>ele bloqueia o receptor e impede que outras substâncias (como agonistas ou o</p><p>ligante natural) o ativem.</p><p>25) Quais os tipos e mecanismos de ação de cada receptor farmacológico?</p><p>Os receptores farmacológicos podem ser classificados em diferentes tipos, de acordo</p><p>com sua localização, estrutura e mecanismo de ação. A seguir, estão os principais tipos de</p><p>receptores farmacológicos e seus mecanismos de ação:</p><p>1. Receptores acoplados à proteína G (GPCRs)</p><p>Mecanismo de ação:</p><p>● Quando um agonista (fármaco ou ligante) se liga ao receptor, ocorre a ativação de</p><p>uma proteína G associada à parte interna da membrana celular.</p><p>● A proteína G tem três subunidades (α, β, γ). A subunidade α é ativada pela troca de</p><p>GDP por GTP.</p><p>● Essa subunidade ativada (α-GTP) interage com enzimas efetoras, como a adenilato</p><p>ciclase ou fosfolipase C, gerando segundos mensageiros (como AMPc, IP3, e</p><p>DAG).</p><p>● Os segundos mensageiros amplificam a resposta celular, levando a várias ações</p><p>fisiológicas, como aumento de cálcio intracelular, ativação de canais iônicos, ou</p><p>alteração na atividade de proteínas quinases.</p><p>Exemplos:</p><p>● Receptores de adrenalina (β-adrenérgicos).</p><p>● Receptores de serotonina (5-HT).</p><p>● Receptores de dopamina (D1, D2).</p><p>2. Receptores ligados a canais iônicos</p><p>Mecanismo de ação:</p><p>● Esses receptores estão diretamente ligados a canais iônicos. Quando um agonista</p><p>se liga ao receptor, o canal iônico abre ou fecha, permitindo o fluxo de íons (como</p><p>Na⁺, K⁺, Ca²⁺ ou Cl⁻) através da membrana celular.</p><p>● A abertura ou fechamento desses canais altera o potencial de membrana e a</p><p>excitabilidade celular, o que pode gerar uma resposta rápida, como a contração</p><p>muscular ou a inibição/excitação neuronal.</p><p>Exemplos:</p><p>● Receptores nicotínicos de acetilcolina (nAChR): Quando ativados, permitem a</p><p>entrada de sódio e cálcio na célula, gerando despolarização.</p><p>● Receptores de GABA-A: Quando ativados, permitem a entrada de cloro (Cl⁻),</p><p>causando hiperpolarização e efeito inibitório no neurônio.</p><p>3. Receptores com atividade enzimática intrínseca (receptores tirosina</p><p>quinase)</p><p>Mecanismo de ação:</p><p>● Esses receptores têm uma parte extracelular que se liga ao ligante e uma parte</p><p>intracelular que tem atividade enzimática (geralmente uma quinase).</p><p>● Quando o agonista se liga ao receptor, ocorre a dimerização do receptor (dois</p><p>receptores se unem) e ativação da sua função quinase. Isso leva à autofosforilação</p><p>de resíduos de tirosina no receptor.</p><p>● As tirosinas fosforiladas servem como locais de ancoragem para outras proteínas</p><p>sinalizadoras intracelulares, que desencadeiam cascatas de sinalização, como a via</p><p>MAPK ou a via PI3K-AKT, levando a respostas celulares como proliferação,</p><p>diferenciação e sobrevivência celular.</p><p>Exemplos:</p><p>● Receptor de insulina.</p><p>● Receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR).</p><p>4. Receptores nucleares (intracelulares)</p><p>Mecanismo de ação:</p><p>● Esses receptores estão localizados no núcleo ou no citoplasma e interagem com</p><p>ligantes que conseguem atravessar a membrana celular, como hormônios</p><p>esteroides e hormônios tireoidianos.</p><p>● Após a ligação do fármaco, o complexo fármaco-receptor se transloca para o núcleo,</p><p>onde se liga a regiões específicas do DNA, chamadas elementos de resposta,</p><p>modulando a transcrição de genes específicos.</p><p>● Isso resulta em alterações na síntese de proteínas que controlam funções celulares</p><p>como crescimento, desenvolvimento, e metabolismo.</p><p>Exemplos:</p><p>● Receptores de esteroides, como os de cortisol e testosterona.</p><p>● Receptores de hormônios tireoidianos.</p><p>5. Receptores ligados à serina/treonina quinase</p><p>Mecanismo de ação:</p><p>● Esses receptores são semelhantes aos receptores tirosina quinase, mas a diferença</p><p>está na sua função enzimática, que fosforila resíduos de serina ou treonina.</p><p>● Quando o ligante se liga, os receptores ativam suas atividades de quinase,</p><p>desencadeando fosforilação de proteínas intracelulares em serina ou treonina.</p><p>● Essa cascata de sinalização regula diversas funções celulares, como diferenciação e</p><p>resposta ao estresse.</p><p>Exemplo:</p><p>● Receptores TGF-β (fator de crescimento transformador beta).</p><p>6. Receptores acoplados a guanilato ciclase</p><p>Mecanismo de ação:</p><p>● Esses receptores têm uma atividade enzimática intrínseca de guanilato ciclase.</p><p>Quando o ligante se liga ao receptor, ocorre a conversão de GTP em GMPc</p><p>(guanosina monofosfato cíclico), um segundo mensageiro.</p><p>● O GMPc então ativa uma série de eventos intracelulares, como a ativação de</p><p>proteínas quinases dependentes de GMPc, que modulam diversas funções,</p><p>incluindo relaxamento muscular e vasodilatação.</p><p>Exemplo:</p><p>● Receptor de peptídeo natriurético atrial (ANP).</p><p>26) O que são potência e eficácia de um fármaco?</p><p>1. Potência de um fármaco</p><p>A potência de um fármaco refere-se à quantidade de fármaco necessária para produzir um</p><p>efeito biológico específico. Em outras palavras, é uma medida de quão forte é a ação de</p><p>um fármaco a uma determinada concentração. Quanto mais potente for o fármaco, menor a</p><p>dose necessária para atingir o mesmo efeito.</p><p>● Definição técnica: A potência é frequentemente expressa pela concentração</p><p>efetiva 50% (EC50), que é a concentração do fármaco necessária para produzir</p><p>50% do efeito máximo que ele pode gerar.</p><p>● Exemplo: Se dois fármacos produzem o mesmo efeito biológico, mas o fármaco A</p><p>requer uma dose menor do que o fármaco B para atingir esse efeito, o fármaco A é</p><p>considerado mais potente.</p><p>2. Eficácia de um fármaco</p><p>A eficácia de um fármaco refere-se à capacidade máxima que o fármaco tem de gerar</p><p>uma resposta biológica, ou seja, o tamanho máximo do efeito terapêutico que ele pode</p><p>alcançar, independentemente da dose utilizada.</p><p>● Definição técnica: A eficácia é avaliada pelo efeito máximo (Emax) que o fármaco</p><p>pode atingir. Um fármaco com alta eficácia pode produzir um efeito máximo mais</p><p>elevado, independentemente de sua potência.</p><p>● Exemplo: Se o fármaco A e o fármaco B têm o mesmo alvo, mas o fármaco A</p><p>consegue gerar um efeito máximo maior (mesmo que ambos estejam em doses</p><p>adequadas), então o fármaco A tem maior eficácia do que o fármaco B.</p><p>Diferença entre potência e eficácia:</p><p>● Potência diz respeito à quantidade do fármaco necessária para gerar uma</p><p>resposta; fármacos potentes atuam em doses baixas.</p><p>● Eficácia refere-se à intensidade máxima do efeito biológico que o fármaco pode</p><p>alcançar; fármacos eficazes podem gerar um efeito terapêutico maior.</p><p>Exemplo para ilustrar:</p><p>● Um fármaco X pode ser mais potente do que o fármaco Y (necessitando de uma</p><p>dose menor para atingir o mesmo efeito).</p><p>● No entanto, o fármaco Y pode ter maior eficácia do que o fármaco X (capaz de</p><p>atingir um efeito máximo maior, mesmo que exija uma dose maior).</p><p>Importância clínica:</p><p>● A potência é importante para determinar a dose ideal de um medicamento.</p><p>● A eficácia é crucial para selecionar qual fármaco utilizar, dependendo do efeito</p><p>terapêutico desejado.</p><p>27) Qual o significado da curva dose-resposta?</p><p>A curva dose-resposta é um gráfico utilizado na farmacologia para descrever a relação</p><p>entre a dose de um fármaco administrado e a intensidade ou frequência da resposta</p><p>biológica gerada. Essa curva é essencial para entender</p><p>como um fármaco age no corpo e</p><p>como diferentes doses influenciam seu efeito.</p><p>Estrutura da curva dose-resposta:</p><p>● Eixo X (horizontal): Representa a dose do fármaco, geralmente em uma escala</p><p>logarítmica.</p><p>● Eixo Y (vertical): Representa a resposta biológica observada, que pode ser a</p><p>intensidade do efeito ou a porcentagem de indivíduos que responderam ao</p><p>tratamento.</p><p>Tipos de curvas dose-resposta:</p><p>1. Curva dose-resposta gradual (ou contínua):</p><p>○ Descrição: Mostra a resposta contínua de um organismo a diferentes doses</p><p>de um fármaco. A resposta vai aumentando conforme a dose do fármaco</p><p>aumenta, até atingir um plateau (nível máximo), onde mais aumento de dose</p><p>não gera mais efeito.</p><p>○ Exemplo: Um fármaco anti-hipertensivo que reduz gradualmente a pressão</p><p>arterial conforme sua dose é aumentada, até atingir um efeito máximo.</p><p>2. Curva dose-resposta quântica (ou al/nada):</p><p>○ Descrição: Mostra a proporção de indivíduos de uma população que</p><p>respondem a uma dose de fármaco. Cada indivíduo apresenta uma resposta</p><p>"sim" ou "não" (efeito "tudo ou nada"). A curva mostra como a frequência da</p><p>resposta aumenta conforme a dose é aumentada.</p><p>○ Exemplo: Um anestésico, onde a resposta é definida como "sedado" ou "não</p><p>sedado", e a curva mostra a porcentagem de indivíduos sedados a cada</p><p>dose.</p><p>Parâmetros importantes da curva dose-resposta:</p><p>1. EC50 (Concentração Efetiva 50%):</p><p>○ A EC50 é a dose necessária para produzir 50% da resposta máxima. É um</p><p>parâmetro que indica a potência de um fármaco. Quanto menor a EC50,</p><p>mais potente é o fármaco, pois ele requer uma dose menor para atingir</p><p>metade de sua eficácia máxima.</p><p>2. Emax (Efeito Máximo):</p><p>○ O Emax representa o efeito máximo que o fármaco pode produzir,</p><p>independentemente de quão alta seja a dose. O Emax é usado para medir a</p><p>eficácia do fármaco.</p><p>3. Curva sigmoide (forma característica):</p><p>○ A curva dose-resposta gradual geralmente tem um formato em S (sigmoide),</p><p>o que indica que a resposta biológica inicialmente é baixa em doses</p><p>pequenas, aumenta rapidamente em doses intermediárias e atinge um</p><p>plateau (máximo) em doses altas.</p><p>Aplicações da curva dose-resposta:</p><p>1. Determinação da dose terapêutica: A curva ajuda a identificar a dose que produz</p><p>o efeito desejado sem causar toxicidade.</p><p>2. Comparação entre fármacos: A curva permite comparar a potência e eficácia de</p><p>diferentes fármacos. Um fármaco com uma EC50 menor é mais potente, enquanto o</p><p>fármaco com Emax maior é mais eficaz.</p><p>3. Índice terapêutico: A curva pode ser usada para calcular o índice terapêutico, que</p><p>compara a dose eficaz com a dose tóxica. Isso ajuda a determinar a margem de</p><p>segurança do fármaco.</p><p>Exemplo de curva dose-resposta:</p><p>● Imagine um analgésico. À medida que a dose aumenta, a dor começa a diminuir</p><p>gradualmente até que, em uma dose específica, a dor é totalmente aliviada (Emax).</p><p>Continuar aumentando a dose acima desse ponto não produzirá mais alívio da dor,</p><p>mas pode aumentar o risco de efeitos colaterais.</p><p>Em resumo, a curva dose-resposta é uma ferramenta fundamental para prever como o</p><p>corpo reagirá a diferentes doses de um fármaco, ajudando a definir as doses mais seguras</p><p>e eficazes.</p><p>28) Defina afinidade, especificidade e seletividade de um fármaco?</p><p>1. Afinidade</p><p>● Definição: A afinidade de um fármaco refere-se à capacidade ou força com que</p><p>ele se liga a seu receptor ou alvo molecular. Quanto maior a afinidade, mais forte</p><p>e estável é a interação entre o fármaco e o receptor.</p><p>● Mecanismo: Um fármaco com alta afinidade se liga eficientemente ao seu receptor</p><p>em baixas concentrações, pois tem uma forte atração pelas estruturas do receptor.</p><p>● Importância: A afinidade é um fator importante na potência do fármaco. Fármacos</p><p>com alta afinidade requerem doses menores para ativar ou inibir um receptor,</p><p>porque podem se ligar ao alvo de forma mais eficaz.</p><p>● Exemplo: Um fármaco como a morfina tem alta afinidade pelos receptores</p><p>opioides, o que permite que pequenas quantidades ativem o receptor para produzir</p><p>analgesia.</p><p>2. Especificidade</p><p>● Definição: A especificidade de um fármaco é a capacidade de se ligar a um único</p><p>tipo de receptor ou alvo, sem interagir com outros tipos de receptores ou sistemas</p><p>biológicos.</p><p>● Mecanismo: Um fármaco altamente específico se liga apenas ao seu receptor alvo</p><p>e não afeta outros receptores ou enzimas, minimizando efeitos indesejados.</p><p>● Importância: A especificidade é crucial para a segurança de um fármaco. Quanto</p><p>mais específico for um fármaco, menor será a probabilidade de causar efeitos</p><p>adversos em outros sistemas biológicos.</p><p>● Exemplo: A insulina é um exemplo de um fármaco altamente específico, pois se</p><p>liga exclusivamente ao receptor de insulina, regulando a glicose no sangue sem</p><p>afetar outros sistemas.</p><p>3. Seletividade</p><p>● Definição: A seletividade refere-se à capacidade de um fármaco de atuar</p><p>preferencialmente em um tipo de receptor ou subtipo de receptor, mesmo</p><p>quando há vários receptores similares no corpo. Ou seja, um fármaco seletivo afeta</p><p>predominantemente um tipo de receptor ou célula, mas pode ter alguma ação em</p><p>outros receptores em doses mais altas.</p><p>● Mecanismo: Um fármaco seletivo tem maior afinidade por um receptor ou subtipo</p><p>específico, mas em doses elevadas, pode começar a interagir com outros</p><p>receptores.</p><p>● Importância: A seletividade permite que um fármaco atinja um alvo terapêutico</p><p>específico, minimizando seus efeitos em outras vias que poderiam gerar efeitos</p><p>colaterais. Isso melhora o perfil de eficácia e segurança do fármaco.</p><p>● Exemplo: O propranolol (um betabloqueador) age em múltiplos receptores</p><p>beta-adrenérgicos (β1 e β2), enquanto o atenolol é seletivo para os receptores β1</p><p>no coração, reduzindo os efeitos sobre os pulmões (β2).</p><p>Resumo das diferenças:</p><p>● Afinidade é a força de ligação entre o fármaco e seu alvo.</p><p>● Especificidade é a capacidade do fármaco de se ligar somente a um alvo</p><p>específico, sem interagir com outros.</p><p>● Seletividade é a capacidade do fármaco de agir preferencialmente sobre um alvo,</p><p>mas ainda pode afetar outros alvos em doses elevadas.</p><p>29) Quais as forças de interações estão envolvidas na ligação do fármaco com o seu</p><p>receptor?</p><p>1. Ligações Iônicas</p><p>● Descrição: Ocorrem entre grupos carregados positiva e negativamente (íons)</p><p>presentes no fármaco e no receptor.</p><p>● Exemplo: Um grupo amina (carga positiva) no fármaco pode interagir com um grupo</p><p>carboxilato (carga negativa) no receptor.</p><p>● Importância: As interações iônicas são relativamente fortes em comparação com</p><p>outras interações não covalentes e desempenham um papel crucial na primeira</p><p>atração entre o fármaco e o receptor.</p><p>2. Pontes de Hidrogênio</p><p>● Descrição: Ocorrem entre átomos de hidrogênio que estão ligados a átomos</p><p>altamente eletronegativos (como oxigênio ou nitrogênio) no fármaco e no receptor.</p><p>Esses átomos eletronegativos "puxam" a densidade eletrônica, criando uma</p><p>interação eletrostática com outro átomo eletronegativo.</p><p>● Exemplo: Um átomo de hidrogênio ligado a um grupo hidroxila (–OH) no fármaco</p><p>pode formar uma ponte de hidrogênio com um grupo carbonila (C=O) no receptor.</p><p>● Importância: As pontes de hidrogênio são cruciais para o posicionamento preciso</p><p>do fármaco no sítio de ligação do receptor, sendo mais fortes do que as interações</p><p>de Van der Waals, mas mais fracas que as ligações iônicas.</p><p>3. Interações de Van der Waals</p><p>● Descrição: São interações fracas que ocorrem devido a atrações temporárias</p><p>entre dipolos induzidos, que surgem quando há flutuações momentâneas na</p><p>distribuição de elétrons ao redor dos átomos.</p><p>● Exemplo: Pequenas moléculas hidrofóbicas ou partes de uma molécula podem</p><p>interagir com regiões hidrofóbicas do receptor através dessas forças.</p><p>● Importância: Embora fracas individualmente, essas interações podem se somar,</p><p>sendo importantes para estabilizar a ligação entre o fármaco e o receptor quando há</p><p>um ajuste próximo entre eles.</p><p>4. Interações Hidrofóbicas</p><p>● Descrição: Ocorrem quando regiões hidrofóbicas (apolares) do fármaco e do</p><p>receptor se associam para evitar o contato com a água. Não são interações</p><p>"diretas", mas sim um resultado</p><p>da tendência das moléculas apolares de se</p><p>agruparem em ambientes aquosos.</p><p>● Exemplo: Cadeias laterais apolares de aminoácidos no receptor podem interagir</p><p>com grupos apolares do fármaco.</p><p>● Importância: As interações hidrofóbicas são importantes para estabilizar fármacos</p><p>que contêm regiões apolares e também podem influenciar a seletividade do</p><p>fármaco por certos receptores.</p><p>5. Forças de Dipolo-Dipolo</p><p>● Descrição: Ocorrem quando há interação entre dipolos permanentes no fármaco</p><p>e no receptor, resultantes da presença de átomos com eletronegatividade diferente</p><p>em uma molécula (por exemplo, oxigênio ou nitrogênio).</p><p>● Exemplo: Um grupo polar (como o grupo carbonila C=O) no fármaco pode interagir</p><p>com um grupo polar complementar no receptor.</p><p>● Importância: Essas interações ajudam a estabilizar a ligação do fármaco ao</p><p>receptor, especialmente se o receptor tiver muitos grupos polares.</p><p>6. Interações π-π e Catiônicas-π</p><p>● Interações π-π: Ocorrem entre anéis aromáticos presentes no fármaco e no</p><p>receptor. Essas interações são fracas, mas podem contribuir para a afinidade.</p><p>○ Exemplo: Um anel benzênico no fármaco pode interagir com um anel</p><p>aromático de um aminoácido no receptor, como a fenilalanina.</p><p>● Interações Catiônicas-π: Ocorrem quando um cátion (molécula carregada</p><p>positivamente) interage com o nuvem eletrônica de um anel aromático.</p><p>○ Exemplo: Um grupo amina carregado positivamente no fármaco pode</p><p>interagir com o anel aromático de um aminoácido como a fenilalanina.</p><p>7. Ligações Covalentes (ocasionalmente)</p><p>● Descrição: Embora as ligações covalentes sejam raras em interações entre</p><p>fármacos e receptores (pois são geralmente irreversíveis e muito fortes), em alguns</p><p>casos, um fármaco pode formar uma ligação covalente com o receptor.</p><p>● Exemplo: Fármacos como os inibidores da enzima acetilcolinesterase (usados no</p><p>tratamento de Alzheimer) podem formar ligações covalentes com o receptor,</p><p>bloqueando permanentemente sua atividade.</p><p>● Importância: Fármacos que formam ligações covalentes são usados quando se</p><p>deseja um efeito duradouro ou irreversível, mas também têm maior potencial para</p><p>efeitos colaterais graves.</p><p>30) O que são fármacos agonistas e antagonistas?</p><p>1. Fármacos Agonistas</p><p>● Definição: Fármacos agonistas são substâncias que se ligam aos receptores e</p><p>ativam esses receptores, desencadeando uma resposta celular que mimetiza o</p><p>efeito de um ligante endógeno (como hormônios ou neurotransmissores).</p><p>● Mecanismo de ação: O agonista se liga ao receptor, induzindo uma mudança</p><p>conformacional que ativa a função normal do receptor, resultando em uma resposta</p><p>biológica, como a abertura de canais iônicos, a ativação de vias de sinalização</p><p>celular ou a produção de uma substância específica.</p><p>● Tipos de agonistas:</p><p>○ Agonista total: Um agonista que gera a resposta máxima possível ao ativar</p><p>o receptor. Exemplo: A morfina é um agonista total dos receptores opioides,</p><p>proporcionando alívio completo da dor.</p><p>○ Agonista parcial: Um agonista que ativa o receptor, mas não consegue</p><p>gerar a resposta máxima, mesmo que todos os receptores estejam</p><p>ocupados. Exemplo: A buprenorfina, usada no tratamento de dependência</p><p>de opioides, é um agonista parcial dos receptores opioides.</p><p>○ Agonista inverso: Se liga ao mesmo receptor que o agonista, mas provoca</p><p>uma resposta oposta à ativação do receptor. Exemplo: O carvedilol, um</p><p>agonista inverso dos receptores adrenérgicos beta, reduz a atividade basal</p><p>desses receptores.</p><p>● Exemplo: A adrenalina (ou epinefrina) é um agonista dos receptores adrenérgicos</p><p>beta, ativando-os e aumentando a frequência cardíaca e a força de contração do</p><p>coração.</p><p>2. Fármacos Antagonistas</p><p>● Definição: Fármacos antagonistas são substâncias que se ligam aos receptores,</p><p>mas não os ativam. Em vez disso, eles bloqueiam a ação dos ligantes endógenos</p><p>(ou agonistas) e impedem que o receptor seja ativado.</p><p>● Mecanismo de ação: O antagonista ocupa o sítio de ligação do receptor sem</p><p>induzir uma resposta celular. Ao fazer isso, ele impede que o ligante endógeno (ou</p><p>um agonista) se ligue e ative o receptor.</p><p>● Tipos de antagonistas:</p><p>○ Antagonista competitivo: Compete diretamente com o agonista pelo</p><p>mesmo sítio de ligação no receptor. A ligação é reversível, e seu efeito</p><p>pode ser superado aumentando a concentração do agonista. Exemplo: O</p><p>propranolol, um antagonista beta-adrenérgico, bloqueia a ação da</p><p>adrenalina, reduzindo a frequência cardíaca.</p><p>○ Antagonista não competitivo: Liga-se a um sítio diferente do receptor</p><p>(alostérico) ou altera irreversivelmente o receptor, tornando-o inativo. Nesse</p><p>caso, aumentar a dose do agonista não supera o bloqueio. Exemplo: O</p><p>fenoxibenzamina, um antagonista irreversível dos receptores</p><p>alfa-adrenérgicos, usado em certas condições como o feocromocitoma.</p><p>○ Antagonista funcional (ou fisiológico): Atua em receptores diferentes, mas</p><p>exerce um efeito oposto ao de um agonista. Exemplo: O efeito</p><p>broncodilatador de um agonista beta-adrenérgico, como o salbutamol, pode</p><p>ser considerado antagonista funcional do broncoconstritor histamina.</p><p>● Exemplo: O naloxona é um antagonista competitivo dos receptores opioides,</p><p>bloqueando os efeitos de opioides como a morfina ou a heroína, sendo usada em</p><p>emergências para reverter overdoses.</p><p>Diferença principal entre agonistas e antagonistas:</p><p>● Agonistas ativam os receptores e provocam uma resposta biológica.</p><p>● Antagonistas bloqueiam os receptores, impedindo que os agonistas (ou ligantes</p><p>endógenos) ativem o receptor.</p><p>Aplicações clínicas:</p><p>● Agonistas: São usados para estimular processos biológicos que estão</p><p>enfraquecidos ou ausentes. Exemplo: Insulina como agonista para tratar diabetes.</p><p>● Antagonistas: São usados para bloquear ou diminuir processos que estão</p><p>hiperativados ou prejudiciais. Exemplo: Anti-histamínicos que bloqueiam os</p><p>receptores de histamina, reduzindo os sintomas alérgicos.</p><p>31) Diferencie agonistas totais, parciais e agonistas inversos.</p><p>1. Agonistas totais: São substâncias que se ligam aos receptores celulares e</p><p>produzem uma resposta máxima. Eles ativam totalmente o receptor, resultando na</p><p>ativação completa da via de sinalização associada. Um exemplo clássico é a</p><p>morfina, que é um agonista total dos receptores opioides e produz analgesia</p><p>completa.</p><p>2. Agonistas parciais: Ligam-se aos mesmos receptores que os agonistas totais, mas</p><p>produzem uma resposta submáxima, mesmo quando ocupam todos os receptores</p><p>disponíveis. Eles não conseguem ativar completamente a via de sinalização,</p><p>resultando em uma resposta menor. Um exemplo é a buprenorfina, que é um</p><p>agonista parcial dos receptores opioides e produz analgesia, mas com menor</p><p>intensidade que a morfina.</p><p>3. Agonistas inversos: Ligam-se aos mesmos receptores que os agonistas totais e</p><p>parciais, mas produzem um efeito oposto ao agonista total. Em vez de ativar o</p><p>receptor, eles diminuem sua atividade basal, levando a uma resposta negativa. Isso</p><p>é possível porque muitos receptores têm uma atividade constitutiva (atividade na</p><p>ausência de ligante), e os agonistas inversos reduzem essa atividade. Um exemplo</p><p>é o propranolol, que é um agonista inverso dos receptores beta-adrenérgicos,</p><p>reduzindo a atividade cardíaca e a pressão arterial.</p><p>32) O que é e como se calcula o índice terapêutico de um fármaco?</p><p>O índice terapêutico (IT) de um fármaco é uma medida da sua segurança e eficácia. Ele</p><p>indica a margem de segurança entre uma dose terapêutica eficaz e uma dose que pode ser</p><p>tóxica. Em termos simples, é a relação entre a dose que causa efeitos terapêuticos e a dose</p><p>que causa efeitos adversos.</p><p>O índice terapêutico é calculado pela razão entre a dose letal média (DL50) e a dose eficaz</p><p>média (DE50):</p><p>IT=DL50DE50\text{IT} = \frac{\text{DL50}}{\text{DE50}}IT=DE50DL50</p><p>● DL50 (Dose Letal 50): É a dose de um fármaco que causa morte em 50% de uma</p><p>população de teste (geralmente animais em estudos pré-clínicos).</p><p>● DE50 (Dose Eficaz 50): É a dose de um fármaco que produz o efeito terapêutico</p><p>desejado em 50% de uma população de teste.</p><p>Um índice terapêutico elevado indica que há uma grande margem de segurança entre</p>