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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Epidemiologia aplicada ao estudo do uso de medicamentos, estratégias de promoção do seu uso racional e sua relação com os Sistemas</p><p>de Informação em Saúde no Brasil.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Compreender a farmacoepidemiologia, métodos e práticas empregadas no âmbito do uso racional de medicamentos e Sistemas de</p><p>Informação em Saúde − tema de extrema importância para a sua formação e atuação profissional, por facilitar as atividades profissionais</p><p>em diversas áreas farmacêuticas.</p><p>PREPARAÇÃO</p><p>Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos um dicionário de termos técnicos em saúde.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Reconhecer a epidemiologia aplicada ao estudo do uso de medicamentos</p><p>MÓDULO 2</p><p>Listar as estratégias de promoção do uso racional de medicamentos</p><p>MÓDULO 3</p><p>Descrever os Sistemas de Informação em Saúde no Brasil</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A farmacoepidemiologia, no sentido de estudo das interações recíprocas entre medicamentos e populações, provavelmente, foi concebida</p><p>muito antes de ser assim chamada. No entanto, essa denominação começou em 1985, com o nascimento da Sociedade Internacional de</p><p>Farmacoepidemiologia e o desenvolvimento de abordagens metodológicas específicas e grandes bancos de dados para suas finalidades.</p><p>A farmacoepidemiologia resultou de um longo período no qual o verdadeiro alvo dos medicamentos − pacientes em ambientes da vida real</p><p>− não foram considerados e a “verdade” sobre medicamentos era fornecida apenas por estudos de pré-registro ou ensaios clínicos. Os</p><p>avanços metodológicos realizados nas últimas três décadas são sem precedente para os estudos de farmacoepidemiologia, porém, o</p><p>desafio atual é evitar focar excessivamente no método dos estudos em detrimento dos objetivos farmacológicos e de saúde pública.</p><p>Neste tema, veremos o que é farmacoepidemiologia, bem como o histórico e a evolução do seu conceito. Também estudaremos as</p><p>estratégias para a promoção do uso racional de medicamentos (URM) e os Sistemas de Informação em Saúde no Brasil.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>MÓDULO 1</p><p> Reconhecer a epidemiologia aplicada ao estudo do uso de medicamentos</p><p>HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE</p><p>FARMACOEPIDEMIOLOGIA</p><p>Antes de discutirmos a origem da farmacoepidemiologia propriamente dita, precisamos compreender como a avaliação dos medicamentos</p><p>se desenvolveu ao longo dos anos. Podemos dividi-la em três eras: primeira, segunda e terceira.</p><p>Vejamos as características e os fatos importantes de cada uma delas:</p><p>PRIMEIRA ERA</p><p>A primeira era é compreendida até, aproximadamente, os meados do século XX. Nessa época, os medicamentos eram avaliados ou</p><p>julgados com base na experiência pessoal, com séries de pacientes bastante limitadas e frequentemente tendenciosas e sem qualquer</p><p>vigilância pós-comercialização (VIGIPÓS) estruturada. Consequentemente, qualquer lançamento de medicamento no mercado foi um</p><p>grande salto no desconhecido, alguns desses sendo verdadeiros campeões de vendas, usados por milhões de indivíduos sem</p><p>qualquer avaliação pré-clínica ou clínica digna desse nome.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>(VIGIPÓS)</p><p>É o monitoramento, a análise e a investigação dos eventos adversos e de queixas técnicas de produtos sob vigilância sanitária após</p><p>sua liberação para o comércio.</p><p>Fonte: Bayer AG/Archives of Bayer AG /Wikimedia commons/Licença CC BY-SA</p><p>Um exemplo brilhante é a aspirina, que só foi "testada" por Heinrich Dreier em duas rãs e "clinicamente avaliada” pelo descobridor Felix</p><p>Hoffmann em seu pai reumático e alguns de seus parentes. Um desafio insuperável, mas bem-sucedido para um medicamento usado</p><p>javascript:void(0)</p><p>intensivamente por milhões de pessoas logo após sua comercialização.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>SEGUNDA ERA</p><p>A segunda era teve uma visão oposta da primeira e pretendia fugir da subjetividade e das avaliações tendenciosas. É indiscutível</p><p>que o experimento comparativo com alocação aleatória de exposição − ou seja, o princípio básico de qualquer ensaio clínico − é o único</p><p>projeto que protege completamente a pesquisa contra a confusão e, consequentemente, permite ao pesquisador concluir que a diferença</p><p>dos resultados observados entre os grupos comparados resulta das exposições atribuídas. Ter o paciente e/ou observador cego para a</p><p>natureza da exposição foi um passo adiante, minimizando a influência da subjetividade e os efeitos do placebo.</p><p>De fato, o comparativo do ensaio duplo-cego randomizado rapidamente se tornou o padrão ouro para a avaliação científica e regulatória de</p><p>medicamentos após a Segunda Guerra Mundial e passou a ser considerada a fonte única da verdade. Um passo adiante nesse sentido foi</p><p>a introdução da medicina baseada em evidências (atualmente conhecida como saúde baseada em evidências), metanálises e</p><p>revisões sistemáticas.</p><p>PACIENTE E/OU OBSERVADOR CEGO</p><p>O cegamento em pesquisa representa o desconhecimento entre os participantes da pesquisa (voluntários, pesquisadores, equipe de</p><p>saúde, estatísticos) sobre a alocação dos pacientes no grupo testado e no grupo placebo.</p><p>SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS</p><p>Refere-se à prática de utilizar os melhores conhecimentos científicos disponíveis para basear a tomada de decisões clínicas em</p><p>situações reais do cotidiano.</p><p>O primeiro caso de sucesso de uma avaliação foi a brilhante demonstração da eficácia do suco de limão na prevenção do escorbuto dos</p><p>marinheiros, no século XVIII. No entanto, a primeira avaliação moderna de um medicamento foi o ensaio do Conselho de Pesquisa Médica</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>(Reino Unido) em 1948, que provou a eficácia da estreptomicina na tuberculose pulmonar.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>TERCEIRA ERA</p><p>A terceira era, marcadamente sobreposta à anterior, começou com a consciência de que a parte mais importante da avaliação deve</p><p>ser feita no mundo real da prescrição e do uso do medicamento.</p><p>O que atualmente chamamos de farmacoepidemiologia resultou de três fatos conhecidos:</p><p>IMPREVISIBILIDADE DO USO MASSIVO</p><p>Os ensaios clínicos são realizados em um número limitado de pacientes, ao longo de um período geralmente curto de duração e</p><p>em condições extremamente padronizadas. Consequentemente, eles não podem prever o que realmente acontece quando o</p><p>medicamento é usado massivamente por milhões de indivíduos, todos diferentes em relação às suas características.</p><p>PROBLEMAS NO USO DA TALIDOMIDA</p><p>Os medicamentos não induzem apenas efeitos benéficos e terapêuticos. Em 1961, a experiência com a talidomida demonstrou que</p><p>seria criminoso continuar a lançar medicamentos massivamente, sem estabelecimento de programas com o objetivo de detectar sinais</p><p>precoces do aparecimento de reações adversas. Esse desastre abriu o caminho para a farmacovigilância estruturada. De imediato, isso</p><p>deu origem a muitas iniciativas locais e frutíferas pesquisas metodológicas. A vigilância contínua dos efeitos adversos dos medicamentos</p><p>foi estabelecida nacionalmente em uma dúzia de países. Nesse sentido, a farmacovigilância contribuiu imensamente para estruturar a</p><p>farmacoepidemiologia.</p><p>MODOS DE USO DISTINTOS EM CADA PAÍS</p><p>Apesar de ser comercializado com indicações teoricamente precisas e ser cercado por recomendações internacionais, era e continua</p><p>sendo óbvio que medicamentos são usados de maneiras bastante diferentes de um país para outro, tanto quantitativamente</p><p>(prevalência de uso) quanto qualitativamente (características de pacientes, indicações, duração do tratamento, medicamentos</p><p>concomitantes). Também é indiscutível que essas diferenças podem alterar totalmente o equilíbrio risco-benefício da maioria dos</p><p>medicamentos, sem mencionar as consequências econômicas. De fato, pesquisadores e sistemas de saúde começaram a</p><p>estabelecer estudos de utilização de medicamentos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>ORIGEM DA PALAVRA FARMACOEPIDEMIOLOGIA</p><p>Na literatura, o termo farmacoepidemiologia foi utilizado pela primeira vez em 1984, na Inglaterra, como podemos verificar nas palavras do</p><p>professor David H. Lawson, um de seus criadores:</p><p>[...] O CENTRO DE PESQUISA DE MEDICAMENTOS REALIZOU</p><p>UMA REUNIÃO</p><p>DE UM DIA... ESSA REUNIÃO LEVOU A OUTRA QUE LEVOU À FORMA UM</p><p>SEMINÁRIO RESIDENCIAL DE QUATRO DIAS EM MINSTER LOVELL. SUA</p><p>PRINCIPAL CONCLUSÃO FOI QUE A VIGILÂNCIA DE MEDICAMENTOS REQUER</p><p>NADA MENOS DO QUE O RECONHECIMENTO E PROMOÇÃO DE UMA NOVA</p><p>DISCIPLINA: FARMACOEPIDEMIOLOGIA. ESSA DISCIPLINA JÁ EXISTE EM</p><p>EMBRIÃO NA GRÃ-BRETANHA E NOS ESTADOS UNIDOS, MAS É RARAMENTE</p><p>RECONHECIDA COMO TAL. O NOME PARECE EXTENSO, MAS É NECESSÁRIO</p><p>PARA UMA DEFINIÇÃO ADEQUADA DAS DUAS DISCIPLINAS ESSENCIAIS:</p><p>FARMACOLOGIA, QUE DEFINE OS EFEITOS BENÉFICOS E ADVERSOS DO</p><p>MEDICAMENTO, E EPIDEMIOLOGIA, ESTUDANDO A RESPOSTA DA</p><p>POPULAÇÃO A ESSES EFEITOS.</p><p>(LAWSON,1984, grifo nosso)</p><p>Para ser justo, deve-se homenagear outro pioneiro, Jan Venulet, que dez anos antes havia usado o termo “Epidemiologia farmacêutica”</p><p>em um artigo visionário. A primeira reunião anual e internacional especificamente dedicada a farmacoepidemiologia foi realizada</p><p>em 1985 em Minneapolis (EUA), seguida por quatro outras com um crescente número de participantes. Em 1989, o grupo se tornou a</p><p>Sociedade Internacional de Farmacoepidemiologia (ISPE), com reuniões anuais agendadas, alternadamente nos EUA e na Europa.</p><p>IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES</p><p>A avaliação clínica dos medicamentos antes de sua aprovação é baseada em uma metodologia específica: desenho experimental do</p><p>ensaio clínico comparativo com randomização da exposição. Assim, ensaios clínicos com suas três fases são realizados, como</p><p>qualquer estudo experimental, de acordo com uma metodologia muito rígida, seguindo critérios de inclusão e exclusão previamente</p><p>definidos.</p><p>E quais seriam essas três fases? Veja a seguir:</p><p>FASE I</p><p>Voluntários saudáveis.</p><p></p><p>FASE II</p><p>Primeiros ensaios em pacientes.</p><p></p><p>FASE III</p><p>Ensaios multicêntricos.</p><p>Os ensaios clínicos comparativos, que são a base da farmacologia clínica, continuam sendo os únicos que permitem a atribuição formal do</p><p>fator de interesse ao medicamento estudado. Entretanto, estudos sobre medicamentos ainda são necessários após suas</p><p>comercializações, exigindo estudos de farmacoepidemiologia.</p><p>DEFINIÇÃO DE FARMACOEPIDEMIOLOGIA</p><p>A FARMACOEPIDEMIOLOGIA É O ESTUDO DA EFETIVIDADE, DA SEGURANÇA E</p><p>DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS PÓS-COMERCIALIZAÇÃO NAS</p><p>POPULAÇÕES.</p><p>E O QUE SERIA A VIGILÂNCIA PÓS-COMERCIALIZAÇÃO?</p><p>A vigilância pós-comercialização de medicamentos vai além do propósito único de farmacovigilância (ou seja, o estudo de Reações</p><p>Adversas a Medicamentos [RAM]). Diz respeito aos seguintes tópicos:</p><p>Condições de uso (ou mau uso).</p><p>Análise de fatores clínicos, econômicos ou racionais de seu uso.</p><p>Verificações em larga escala de sua eficácia a longo prazo.</p><p>Quantificação de suas RAM.</p><p>Qualidade da informação sobre medicamentos.</p><p>Monitoramento da automedicação.</p><p>Todas essas questões definem o campo da farmacoepidemiologia ou estudo de uso de medicamentos em condições reais e em grandes</p><p>populações, efetividade e riscos.</p><p>A farmacoepidemiologia, portanto, diz respeito à prescrição de medicamentos na fase IV, ou seja, após a aprovação do</p><p>medicamento pelo órgão regulador. Pode ser considerada um novo ramo da farmacologia clínica: investiga o uso do medicamento em</p><p>condições reais de vida após a comercialização e longe das limitações experimentais dos ensaios clínicos. Ao contrário dos</p><p>ensaios clínicos, a farmacoepidemiologia parte da realidade da prática clínica para descrever e explicar o uso de medicamentos.</p><p>OS TRÊS OBJETIVOS DA FARMACOEPIDEMIOLOGIA SÃO: ESTUDAR A</p><p>EFETIVIDADE, A SEGURANÇA E A UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS NA</p><p>PRÁTICA DE MUNDO REAL.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>MÉTODOS EM FARMACOEPIDEMIOLOGIA</p><p>A farmacoepidemiologia aplica-se aos medicamentos e suas avaliações farmacológicas, aos diferentes métodos de</p><p>epidemiologia. Sua metodologia é observacional e geralmente oposta ao método experimental usado nas fases I, II ou III de ensaios</p><p>clínicos. A farmacoepidemiologia desenvolve duas abordagens complementares: abordagem descritiva (não comparativa) e abordagem</p><p>analítica (comparativa ou etiológica), vejamos cada uma delas a seguir.</p><p> ABORDAGEM DESCRITIVA (NÃO COMPARATIVA)</p><p>Observa os fenômenos retrospectivamente, prospectivamente ou transversalmente. Analisemos alguns exemplos:</p><p>ESTUDOS RETROSPECTIVOS</p><p>ESTUDOS PROSPECTIVOS</p><p>ESTUDOS TRANSVERSAIS</p><p>É o estudo no qual o pesquisador acompanha os pacientes a partir de um desfecho. É uma avaliação de eventos adversos em pacientes</p><p>internados, no qual o pesquisador procura por registros em prontuários, ou seja, o evento adverso já ocorreu.</p><p>É aquele em que o pesquisador acompanha os pacientes e o desfecho ainda não aconteceu. O acompanhamento de pacientes que fazem</p><p>uso de medicamentos ou vacinas experimentais na fase III.</p><p>O pesquisador avalia os dados coletados durante um período. É a demonstração da prescrição de medicamentos durante a gravidez (a</p><p>maioria deles não avaliados em sua relação risco-benefício).</p><p> ABORDAGEM ANALÍTICA (COMPARATIVA OU ETIOLÓGICA)</p><p>Investiga associações supostas entre a ocorrência de efeitos (favoráveis ou não) e exposição a um (ou mais) medicamento. Permite</p><p>identificar os diferentes determinantes e quantificar o seu papel.</p><p> EXEMPLO</p><p>Estudo de RAM em uma base de dados de farmacovigilância, chamado de método caso/não caso, que investiga a desproporcionalidade</p><p>entre o número de RAM registrado com o medicamento de interesse e o número médio de RAM registrado com todos os outros</p><p>medicamentos. Assim, é possível validar um sinal de segurança, que será posteriormente confirmado por meio de uma abordagem</p><p>quantitativa e confirmatória, como estudos de caso-controle ou de coorte.</p><p>Obviamente, a farmacoepidemiologia também usa os métodos convencionais de epidemiologia analítica, incluindo estudos retrospectivos</p><p>(caso-controle) ou prospectivos (como vigilância de coorte) e metanálise. Veja a seguir:</p><p>CASO-CONTROLE</p><p>COORTES</p><p>METANÁLISE</p><p>Permite medir a associação entre um fármaco e um evento (desejável ou não) indetectável durante os ensaios clínicos. Os estudos de</p><p>caso-controle incluem primeiro os casos para a análise. Eles permitem especialmente a detecção de eventos raros ou de início tardio.</p><p>É o método de escolha para estudar um evento relacionado ao medicamento de alta frequência.</p><p>É a referência cruzada de banco de dados ou estudos de população de casos.</p><p>Assista no vídeo a seguir mais alguns exemplos de métodos aplicados em estudos de farmacoepidemiologia.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>CAMPOS DE APLICAÇÃO DA FARMACOEPIDEMIOLOGIA</p><p>A farmacoepidemiologia, ao suplementar e expandir os dados de ensaios clínicos, desenvolve três áreas principais de interesse:</p><p>Estudos de prescrição e consumo de fármacos.</p><p>Estudo da eficácia do medicamento.</p><p>Riscos associados a medicamentos.</p><p>ESTUDOS DE PRESCRIÇÃO E CONSUMO DE FÁRMACOS</p><p>A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o uso de medicamentos como "marketing, distribuição, prescrição e uso de medicamentos</p><p>em uma sociedade, com ênfase especial nas consequências clínicas, sociais e econômicas resultantes". Esses estudos definem as</p><p>condições de uso real dos medicamentos após sua comercialização. Eles investigam as características quantitativas e qualitativas</p><p>dos pacientes tratados, prescritores ou quantidades prescritas. Eles também consideram as diferenças nacionais ou regionais no uso</p><p>de medicamentos, determinantes da prescrição e diferenças das indicações validadas.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Esses estudos mostram que a prescrição e o consumo dependem de múltiplos fatores, alguns racionais (decorrentes de conclusões de</p><p>ensaios clínicos) e outros irracionais (ligados a imagens simbólicas de medicamentos ou a fatores sociais, econômicos e educacionais). A</p><p>importância desses últimos fatores na prática diária está aumentando constantemente. Esses estudos sublinham várias</p><p>inconsistências entre os dados farmacológicos básicos, as conclusões dos ensaios clínicos e a prescrição e o uso na realidade</p><p>dos medicamentos.</p><p> EXEMPLO</p><p>No atual campo da prescrição em pacientes idosos ou em demência, é possível evidenciar o alto grau</p><p>de prescrição de atropínicos</p><p>(antimuscarínicos) ou benzodiazepínicos (duas classes farmacológicas com efeitos deletérios bem estabelecidos e teoricamente bem</p><p>conhecidos na memória) e prescrição muito baixa de analgésicos.</p><p>ESTUDO DA EFICÁCIA DO MEDICAMENTO</p><p>Em farmacoepidemiologia, a eficácia de um medicamento é estudada focalizando dois aspectos essenciais (não considerados em ensaios</p><p>clínicos):</p><p>1</p><p>Sua ação de longo prazo, ao longo de vários meses ou, ainda, vários anos, a fim de aproximar-se da prática clínica diária e o objetivo do</p><p>prescritor.</p><p>2</p><p>Os efeitos do medicamento são investigados pelos chamados critérios ''difíceis'', ou seja, critérios clínicos que traduzem uma melhora</p><p>quantitativa da saúde do paciente.</p><p>Estes são apenas três critérios clínicos para tal avaliação:</p><p>[1]</p><p>Diminuição da morbidade.</p><p>[2]</p><p>Diminuição da mortalidade (mortalidade total e não específica como a cardiovascular).</p><p>[3]</p><p>Melhora da qualidade de vida (analisada por meio de escalas adequadas e válidas).</p><p>Os critérios clínicos, portanto, diferem dos intermediários (ou seja, critérios biológicos, eletrocardiográficos, radiográficos, ultrassônicos)</p><p>frequentemente usados em ensaios clínicos que, obviamente, não são um objetivo final relevante para a prescrição médica.</p><p>Essas noções de critérios intermediários e critérios clínicos permitem a discussão da noção de eficácia do medicamento. Em primeiro</p><p>lugar, a palavra ''eficácia'' descreve o efeito dos medicamentos em critérios intermediários (ou seja, critérios biológicos) e, em segundo</p><p>lugar, os efeitos dos medicamentos nos três critérios clínicos relevantes para a saúde do paciente. Assim, alguns medicamentos podem</p><p>ser eficazes sem ''eficácia'', no sentido farmacoepidemiológico: por exemplo, fibratos, embora diminuam os níveis de</p><p>triglicerídeos e colesterol, não têm efeito sobre a mortalidade total ou mortes cardiovasculares. Analise a tabela comparativa a</p><p>seguir:</p><p>Eficácia (ensaios clínicos) Efetividade (farmacoepidemiologia)</p><p>Dados intermediários (biomarcadores) Dados clínicos</p><p>Ensaios clínicos (fases I, II, III) Pós-comercialização (fase IV)</p><p>Realidade controlada Realidade do mundo real</p><p>Prática acadêmica Prática clínica</p><p>Necessidade da indústria Necessidade do paciente</p><p>Necessário para aprovação de medicamentos Obrigatório para uma prescrição racional</p><p>Tabela: Eficácia e efetividade dos medicamentos: duas palavras, dois mundos.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>É importante entender que o uso de planos não experimentais (ou seja, o uso de métodos de farmacoepidemiologia) também torna</p><p>possível estudar o benefício dos medicamentos. Esses estudos são importantes, pois avaliam o medicamento no cotidiano da sociedade,</p><p>ou seja, em pacientes vindos de todo o mundo, tomando diversos medicamentos, muitas vezes, de forma descontínua e sofrendo de</p><p>doenças em diferentes estágios.</p><p> EXEMPLO</p><p>Estudos de coorte demonstraram a efetividade dos anticoagulantes na prevenção do tromboembolismo venoso. O uso do método de caso-</p><p>controle tem comprovado o lugar da lidocaína, de betabloqueadores ou anticoagulantes na prevenção de morte após infarto do miocárdio,</p><p>ou o interesse dos antibióticos na profilaxia da endocardite após infecção.</p><p>Nesses exemplos, os ensaios clínicos comparativos surgiram apenas alguns anos mais tarde para confirmar os resultados dos estudos</p><p>não experimentais. O exemplo das vacinas é ainda mais claro, pois elas são comercializadas apenas após estudos usando critérios</p><p>intermediários (virológicos). Esses estudos também revelam novos efeitos favoráveis a longo prazo e permitem comparar os efeitos</p><p>do medicamento com outras opções terapêuticas (medicamento ou não), não avaliados antes da comercialização.</p><p>Eles ainda investigam os seguintes aspectos nos efeitos do medicamento:</p><p>I</p><p>As consequências das variações na dose.</p><p>II</p><p>Repartição das doses durante o dia.</p><p>III</p><p>As características da doença (gravidade, subtipo clínico etc.).</p><p>IV</p><p>As características do paciente (idade, sexo, etnia, fatores socioeconômicos, localização geográfica, estado nutricional).</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>RISCOS ASSOCIADOS A MEDICAMENTOS</p><p>Esses estudos complementam o papel de alerta e identificação do perfil de reações adversas a medicamentos desempenhado pela</p><p>notificação espontânea e farmacovigilância ativa. A farmacoepidemiologia quantifica o risco em nível populacional. A análise dos</p><p>métodos usados para retirar os medicamentos do mercado ao longo de dez anos mostra claramente a importância crescente dos métodos</p><p>de farmacoepidemiologia na tomada de decisão.</p><p>COMO ESSES DADOS SÃO GERADOS?</p><p>Mais recentemente, a importância do acoplamento de métodos de detecção de sinal em grandes bancos de dados, como os de</p><p>farmacovigilância, com algumas características farmacológicas (farmacodinâmicas ou farmacocinéticas) dos medicamentos (afinidade para</p><p>o receptor, por exemplo) permitiu investigar em humanos o mecanismo das reações adversas. Assim, os dados sobre o mecanismo</p><p>dessas reações não derivam apenas de dados experimentais, mas também de evidências clínicas. Esse método, denominado FD-</p><p>FE (farmacodinâmica-farmacoepidemiologia), foi capaz, por exemplo, de demonstrar que o risco de prolongamento do intervalo QT</p><p>pode ser explicado em humanos pelo bloqueio dos canais cardíacos.</p><p>É possível encontrar na literatura o uso desse método em estudos que demonstram o aparecimento de diabetes pelo uso de neurolépticos</p><p>em geral e de segunda geração, estando correlacionado ao antagonismo do receptor 5HT2 da serotonina.</p><p>A farmacoepidemiologia investiga o uso real do medicamento no cotidiano das pessoas e é atualmente um complemento dos</p><p>ensaios clínicos. Para isso, são feitas as seguintes perguntas sobre os medicamentos e seu uso:</p><p>Qual é o escopo prático das informações sofisticadas que cercam os medicamentos no momento da comercialização? Em que medida e</p><p>em que critérios os usuários de medicamentos diferem dos pacientes incluídos em ensaios clínicos?</p><p>As noções de mercado, motivações e informações de médicos, farmacêuticos e pacientes interferem como fatores de confusão ou</p><p>coerência para a prescrição de medicamentos?</p><p>Há informação científica realmente adequada e influência oportuna da prescrição médica?</p><p>O critério de inovação é válido para todos os produtos, ou basta atualizar por rótulos ou publicidade de produtos obsoletos sem utilidade</p><p>clínica?</p><p>O conhecimento da farmacoepidemiologia é essencial, na era do big data, para profissionais preocupados com o uso racional de</p><p>medicamentos. Promover estudos farmacoepidemiológicos permite evitar o escalonamento terapêutico e prevenir o aparecimento</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>ou mesmo o acúmulo de reações adversas a medicamentos. Seguir essa estratégia permite garantir uma melhor prescrição de</p><p>medicamentos ao cuidar não só de dados biológicos, paraclínicos ou fisiopatológicos, muitas vezes anedóticos (e mesmo não decisivos</p><p>para o paciente), mas de efeitos clinicamente validados sobre complicações da doença, mortalidade e riscos quantificados das reações</p><p>adversas a medicamentos. A farmacoepidemiologia, um ramo moderno da farmacologia clínica, trabalha para o paciente e o</p><p>prescritor, validando os efeitos clinicamente relevantes dos medicamentos.</p><p>BIG DATA</p><p>Também chamados de megadados ou grandes dados, pode ser entendido como uma área do conhecimento relacionada com o</p><p>tratamento, a análise e a obtenção de informações a partir de conjuntos de dados muito grandes e difíceis de serem analisados por</p><p>sistemas convencionais.</p><p>ESCALONAMENTO TERAPÊUTICO</p><p>Progressão de aumento de dose por um período, por exemplo:</p><p>Escalonamento: 110 mg/dia/semana.</p><p>Dose máxima: 700 mg/dia.</p><p>Intervalo de dose: 3 administrações/dia.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Os métodos de desproporcionalidade (que são um exemplo de ''mineração de dados'') permitiram, nos últimos anos, estudar as RAM</p><p>digestivas de coxibes, para destacar um sinal de disfunção erétil e lúpus com estatinas ou medicamentos inibidores do fator de</p><p>necrose</p><p>tumoral alfa. Mais recentemente, esse método possibilitou definir riscos de arritmias e prolongamento QT com citalopram e escitalopram</p><p>entre os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina. Além disso, este método de desproporcionalidade permite comparar RAM</p><p>dentro de uma mesma classe terapêutica de medicamentos como, por exemplo, um sinal de cetoacidose com inibidores de SGLT2</p><p>(glifozinas) em comparação com outras drogas redutoras de glicose. Também possibilita detectar dentro de uma mesma classe</p><p>farmacológica os medicamentos de maior risco: por exemplo, entre as estatinas, o principal sinal de diabetes foi encontrado com a</p><p>morvastatina, enquanto nenhum sinal foi detectado com os fibratos.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. COMO PODEMOS CONCEITUAR FARMACOEPIDEMIOLOGIA?</p><p>A) É o estudo da efetividade, segurança e utilização de medicamentos pós-comercialização nas populações.</p><p>B) É o estudo das reações adversas aos medicamentos pós-comercialização nas populações.</p><p>C) É o estudo da efetividade, segurança e utilização de medicamentos nas fases clínicas I, II e III.</p><p>D) É a prática de utilização de medicamentos na fase pós-comercialização nas populações.</p><p>E) É garantia da efetividade de medicamentos na fase pós-comercialização nas populações.</p><p>2. CONSIDERANDO OS MÉTODOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS, A FARMACOEPIDEMIOLOGIA</p><p>APRESENTA QUAIS TIPOS DE ABORDAGEM EM SEUS ESTUDOS?</p><p>A) Abordagem transversal e de coortes.</p><p>B) Abordagem descritiva e analítica.</p><p>C) Abordagem transversal e analítica.</p><p>D) Abordagem descritiva e de coortes.</p><p>E) Abordagem de metanálise e analítica.</p><p>GABARITO</p><p>1. Como podemos conceituar farmacoepidemiologia?</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>A vigilância pós-comercialização de medicamentos vai além do propósito único de farmacovigilância (ou seja, o estudo de reações</p><p>adversas a medicamentos [RAM]). Diz respeito às condições de uso (ou mau uso), análise de fatores clínicos, econômicos ou racionais de</p><p>seu uso, verificações em larga escala de sua eficácia a longo prazo, quantificação de suas RAM, qualidade da informação sobre</p><p>medicamentos, monitoramento da automedicação. Todas essas questões definem o campo da farmacoepidemiologia ou estudo de uso de</p><p>medicamentos em condições reais e em grandes populações, efetividade e riscos.</p><p>2. Considerando os métodos de estudos epidemiológicos, a farmacoepidemiologia apresenta quais tipos de abordagem em seus</p><p>estudos?</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>A farmacoepidemiologia aplica-se aos medicamentos e suas avaliações farmacológicas, aos diferentes métodos de epidemiologia. Sua</p><p>metodologia é observacional e, por isso, geralmente oposta ao método experimental usado nas fases I, II ou III de ensaios clínicos.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Listar as estratégias de promoção do uso racional de medicamentos</p><p>ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DO USO RACIONAL DE</p><p>MEDICAMENTOS</p><p>O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS PODE SER DEFINIDO COMO A</p><p>PRESCRIÇÃO DO MEDICAMENTO CERTO, EM DOSE SUFICIENTE PARA A</p><p>DURAÇÃO APROPRIADA E ADEQUADA ÀS NECESSIDADES CLÍNICAS DOS</p><p>PACIENTES, AO MENOR CUSTO. UMA VARIEDADE DE ESTUDOS CONDUZIDOS</p><p>EM PAÍSES DESENVOLVIDOS E EMERGENTES SOBRE O USO SEGURO E</p><p>EFICAZ DE MEDICAMENTOS DEMONSTRA QUE O USO IRRACIONAL É UMA</p><p>OCORRÊNCIA ABRANGENTE E POUCAS PRESCRIÇÕES TÊM COMO PRETEXTO</p><p>O USO RACIONAL.</p><p>O manejo com medicamentos representa a maioria das intervenções terapêuticas com boa relação custo-benefício reconhecida, sendo</p><p>responsável por uma grande parcela do orçamento dos sistemas de saúde, variando entre 10% e 20% nos países desenvolvidos e entre</p><p>20% e 40% nos países em desenvolvimento. Mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos</p><p>indevidamente e 50% dos pacientes não os utilizam de forma racional. O uso racional de medicamentos alcançou mais relevância</p><p>atualmente em termos de caráter terapêutico, socioeconômico e lícito. Entretanto, a literatura aponta estudos com resultados bastante</p><p>expressivos no que se refere ao uso inadequado e irracional.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Veja, a seguir, os motivos que levam ao uso irracional dos medicamentos:</p><p>Pouca informação sobre os medicamentos.</p><p>Treinamento e educação defeituosos e insuficientes dos profissionais da saúde.</p><p>Comunicação desprivilegiada entre profissionais da saúde e pacientes.</p><p>Ausência de serviços de diagnósticos.</p><p>Insistência do paciente.</p><p>Sistema de fornecimento de medicamentos abaixo do padrão e sem regulamentação.</p><p>Marketing promocional das indústrias farmacêuticas.</p><p>O uso irracional de medicamentos pode ser subdividido nos seguintes tipos:</p><p>Uso de muitos medicamentos por paciente (polimedicação).</p><p>Uso inadequado de antimicrobianos, muitas vezes em condições inadequadas de doses e para infecções não bacterianas.</p><p>Uso excessivo de injeções quando as formulações orais seriam mais apropriadas.</p><p>Falha em prescrever de acordo com diretrizes clínicas.</p><p>Automedicação inadequada, muitas vezes sem orientação.</p><p>As pessoas frequentemente têm razões racionais para usar medicamentos de forma irracional. Essas causas compreendem falta de</p><p>conhecimento, habilidades ou informações autodeterminadas, acessibilidade desimpedida aos medicamentos, sobrecarga para o pessoal</p><p>de saúde, promoção inadequada de medicamentos e motivos relacionados aos preços na venda de medicamentos.</p><p>Podemos perceber que, nos últimos anos, houve avanços na promoção do uso racional de medicamentos. A ação primária para</p><p>corrigir o uso irracional é quantificá-lo. Por outro lado, o uso racional de medicamentos para todas as circunstâncias médicas é</p><p>fundamental para o pré-requisito de amplo acesso a cuidados de saúde satisfatórios e ao cumprimento dos direitos humanos individuais</p><p>relacionados à saúde. Portanto, é fundamental que os métodos utilizados para a promoção do uso racional avancem.</p><p>Podemos observar as seguintes consequências para o uso irracional de medicamentos:</p><p>Aumento da morbidade e da mortalidade.</p><p>Desperdício de recursos.</p><p>Aumento da incidência de reações adversas a medicamentos.</p><p>Resistência antimicrobiana por uso indevido e excessivo.</p><p>Aumento de doenças infecciosas devido a injeções contaminadas e desnecessárias.</p><p>Ao analisar essas consequências, podemos perceber algumas correlações. A falta de acesso a medicamentos e doses inadequadas</p><p>resultam em morbidade e mortalidade graves, particularmente em infecções infantis e doenças crônicas, como: hipertensão,</p><p>diabetes, epilepsia e transtornos mentais. O uso inadequado e excessivo de recursos − frequentemente comprados diretamente pelos</p><p>pacientes − resulta em danos significativos ao paciente em termos de resultados e reações adversas aos medicamentos. Finalmente, o</p><p>uso excessivo e irracional de medicamentos pode estimular o paciente a uma demanda inapropriada (procura ou compra de</p><p>medicamentos não necessários ou de forma equivocada) e leva à aquisição e ao atendimento reduzidos por outros pacientes que também</p><p>necessitam desses medicamentos, devido à falta de estoque.</p><p>Fonte: Shuttterstock.com</p><p>AVALIANDO O PROBLEMA DO USO IRRACIONAL</p><p>Para lidar com o uso irracional de medicamentos, a prescrição, a dispensação e o uso pelo paciente devem ser regularmente monitorados</p><p>em termos de:</p><p>Tipos de uso irracional, para que as estratégias possam ser direcionadas para a mudança de problemas específicos.</p><p>Quantidade de uso irracional, de modo que o tamanho do problema possa ser conhecido e o impacto das estratégias possa ser</p><p>monitorado.</p><p>Razões pelas quais os medicamentos são usados irracionalmente, de modo que estratégias adequadas, eficazes e viáveis possam ser</p><p>escolhidas.</p><p>E COMO ESSE MONITORAMENTO É REALIZADO?</p><p>Existem vários métodos bem estabelecidos na literatura para medir o tipo e o grau de uso irracional. Vejamos:</p><p>Agregar dados de consumo de medicamentos podem ser usados para identificar medicamentos caros de menor eficácia ou para</p><p>comparar o consumo real com o esperado (a partir de dados de morbidade).</p><p>A classificação Terapêutica Anatômica Química (ATC)/Dose Diária Definida (DDD) é uma metodologia que pode ser usada para</p><p>comparar o consumo de medicamentos entre instituições, regiões e países.</p><p>Os indicadores de uso de medicamentos da OMS (tabela a seguir) podem ser usados para identificar prescrição em geral e problemas</p><p>de qualidade de atendimento em unidades de atenção primária à saúde.</p><p>A avaliação específica do uso de medicamentos (revisão da utilização de medicamentos) pode ser feita para identificar problemas</p><p>relativos ao seu uso específico ou o tratamento de doenças, especialmente em hospitais.</p><p>Os métodos qualitativos empregado em ciências sociais (por exemplo, grupo focal, entrevistas em profundidade, observação estruturada</p><p>e questionários estruturados) podem ser usados para investigar os motivos subjacentes ao uso irracional. Os dados coletados podem,</p><p>então, ser usados para projetar intervenções e para medir o seu impacto sobre o uso de medicamentos.</p><p>A seguir, analisemos a tabela apresentada pela OMS:</p><p>Indicadores de prescrição Indicadores de atendimento ao paciente</p><p>Número médio de medicamentos prescritos por paciente por consulta</p><p>% medicamentos prescritos por nome genérico</p><p>% encontra um antibiótico prescrito</p><p>% encontra uma injeção prescrita</p><p>% medicamentos prescritos da lista de medicamentos essenciais ou formulário</p><p>Tempo médio de consulta − Tempo médio</p><p>de dispensação</p><p>% medicamentos realmente dispensados</p><p>% medicamentos devidamente rotulados</p><p>% pacientes com conhecimento das doses</p><p>corretas</p><p>Indicadores de instalação</p><p>Indicadores de uso de medicamentos</p><p>complementares</p><p>Disponibilidade de lista ou formulário de medicamentos essenciais para praticantes</p><p>− Disponibilidade de diretrizes clínicas</p><p>% principais medicamentos disponíveis</p><p>Custo médio do medicamento por consulta</p><p>% prescrições de acordo com as diretrizes</p><p>clínicas</p><p>Indicadores de uso de medicamentos para unidades de atenção primária à saúde selecionados pela OMS / INRUD (sigla em inglês para</p><p>International Network for the Rational Use of Drugs – Rede Internacional para o Uso Racional de Medicamentos.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>PRÁTICAS ESSENCIAIS PARA PROMOVER O USO RACIONAL</p><p>DE MEDICAMENTOS</p><p>Veremos, a seguir, algumas estratégias para a promoção do uso racional de medicamentos:</p><p>UM ÓRGÃO NACIONAL MULTIDISCIPLINAR OBRIGATÓRIO PARA COORDENAR</p><p>AS POLÍTICAS DE USO DE MEDICAMENTOS</p><p>Muitos fatores sociais e do sistema de saúde, bem como profissionais e vários outros, contribuem para estabelecer como os</p><p>medicamentos são usados. Portanto, uma abordagem multidisciplinar é necessária para desenvolver, implementar e avaliar</p><p>intervenções para promover um uso mais racional de medicamentos. Uma agência reguladora nacional (como a ANVISA) deve</p><p>desenvolver e implementar a maioria da legislação e regulamentação sobre produtos farmacêuticos.</p><p>Garantir o uso racional exigirá muitas atividades que precisarão de coordenação. Portanto, um órgão nacional é necessário para</p><p>coordenar políticas e estratégias de modo nacional, tanto no setor público quanto no privado. A forma de atuação dessas agências</p><p>pode variar com o país, mas em todos os casos deve envolver o governo (Ministério da Saúde), o profissional de saúde, academia,</p><p>indústria farmacêutica, os grupos de consumidores e as organizações não governamentais envolvidas na assistência à saúde. O impacto</p><p>sobre o uso de medicamentos é melhor se muitas intervenções forem implementadas juntas e de forma coordenada,</p><p>intervenções individuais frequentemente apresentam pouco impacto.</p><p>DIRETRIZES CLÍNICAS</p><p>Diretrizes clínicas (diretrizes de tratamento padrão, políticas de prescrição) consistem em desenvolver sistematicamente orientações para</p><p>ajudar aos prescritores a tomar decisões sobre tratamentos apropriados para condições clínicas específicas. As diretrizes clínicas</p><p>baseadas em evidências são fundamentais para a promoção do uso racional de medicamentos. Primeiramente, elas fornecem</p><p>uma referência de diagnóstico satisfatório e tratamento, de forma que a comparação com outros tratamentos possa ser feita. Em</p><p>segundo lugar, elas são comprovadas formas de promover o uso mais racional dos medicamentos, por serem:</p><p> Desenvolvidas de forma participativa envolvendo usuários finais.</p><p> Fáceis de se ler.</p><p> Introduzidas com lançamento oficial, treinamento e ampla divulgação.</p><p> Reforçadas por auditoria de prescrição e comentários.</p><p>As diretrizes devem ser desenvolvidas para cada nível de atendimento (desde a atenção primária até a de alta complexidade), com base</p><p>em condições clínicas prevalentes e as habilidades dos prescritores disponíveis. Recomendações de tratamento baseadas em</p><p>evidências e atualizações regulares ajudam a garantir credibilidade e aceitação das diretrizes por profissionais.</p><p>LISTA DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS</p><p>Medicamentos essenciais são aqueles que atendem às necessidades prioritárias de saúde da população. Usar uma lista de</p><p>medicamentos essenciais (LME) torna o gerenciamento de medicamentos mais fácil em todos os aspectos. Compras, armazenamento e</p><p>distribuição são mais fáceis e com menos itens, e prescrever e dispensar são mais simples para os profissionais quando eles precisam</p><p>trabalhar com menos itens. Uma LME nacional deve ser baseada em diretrizes clínicas nacionais, e servem de base para a</p><p>formulação de LME de estados e de municípios. A seleção do medicamento deve ser feita por um comitê central com uma adesão</p><p>acordada e usando critérios explícitos previamente acordados, com base em eficácia, segurança, qualidade, custo (que irá variar</p><p>localmente) e relação custo-benefício. LME devem ser regularmente atualizadas e sua utilização acompanhada por um lançamento oficial,</p><p>treinamento e divulgação.</p><p>COMISSÕES DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA</p><p>Uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) é um grupo designado para garantir a segurança e a eficácia do uso de</p><p>medicamentos na área sob sua jurisdição. Essas comissões são bem estabelecidas em países desenvolvidos como uma forma bem-</p><p>sucedida de promover o uso mais racional e econômico de medicamentos em hospitais, por exemplo. Os governos podem incentivar que</p><p>os hospitais tenham CFT, tornando-a um requisito de acreditação a várias sociedades profissionais.</p><p>Fatores críticos para o sucesso dessa comissão incluem: objetivos claros; um mandato seguro e apoio da alta direção do hospital;</p><p>transparência; ampla representação; competência técnica; uma abordagem multidisciplinar; e recursos suficientes para implementar as</p><p>decisões. No Brasil, não apenas os hospitais possuem CFT, mas também esferas responsáveis pela gestão do SUS, como Ministério da</p><p>Saúde e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.</p><p>INFORMAÇÕES INDEPENDENTES SOBRE MEDICAMENTOS</p><p>Muitas vezes, a única informação sobre medicamentos que os médicos recebem é fornecido pela indústria farmacêutica e esta</p><p>pode ser tendenciosa. Prestação de informações (imparciais) de serviços independentes são, portanto, essenciais. Centros de</p><p>Informação de Medicamentos (CIM) e boletins de medicamentos são duas formas úteis de divulgar essas informações. Ambos</p><p>podem ser administrados pelo governo ou por um hospital universitário ou uma organização não governamental, sob a supervisão de um</p><p>profissional de saúde treinado.</p><p>Assista ao vídeo a seguir para se aprofundar no assunto.</p><p>OUTRAS PRÁTICAS PARA PROMOVER O USO RACIONAL DE</p><p>MEDICAMENTOS</p><p>Além das práticas já citadas, como meios para conter o uso inadequado de medicamentos, também é possível pensar em:</p><p> Treinamento em farmacoterapia baseada em problemas no ensino de graduação.</p><p> Progredir na educação continuada em serviço.</p><p> Controle, auditoria e comentário.</p><p> Educação pública sobre medicamentos.</p><p> Prevenção de incentivos financeiros perversos.</p><p> Regulamentação adequada e obrigatória.</p><p>ORGANIZAÇÕES PROMOTORAS DO USO RACIONAL DE</p><p>MEDICAMENTOS</p><p>Vejamos algumas organizações que possuem como objetivo principal promover a saúde e, com isso, o uso racional de medicamentos:</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>GOVERNO</p><p> Faz uma investigação situacional.</p><p> Avalia o impacto</p><p>dos programas em termos de uso de medicamentos, qualidade de serviço e custos.</p><p> Estabelece meios de acesso aos medicamentos.</p><p> Envolve os pacientes e a mídia.</p><p> Organização Mundial da Saúde (OMS) faz recomendações ao Ministério da Saúde (MS) para estabelecer unidades com bens</p><p>adequados, dedicadas à promoção do uso racional de medicamentos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>ONG (ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL)</p><p> Promove benefícios do uso racional de medicamentos na saúde pública e suas perspectivas financeiras.</p><p> Interpreta indicadores de uso racional de medicamentos.</p><p> MS/OMS deve organizar ONG em associação com a população, no que se refere a ações voltadas ao uso racional de medicamentos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>OMS</p><p> Atribui pessoal em cada região com um comando detalhado para trabalhar em equipe com organizações locais para endossar o uso</p><p>de medicamentos.</p><p> Estimula os países a implementar uma divisão sobre o uso racional de medicamentos dentro do Ministério da Saúde.</p><p> Demonstra as necessidades de recursos financeiro para ações sobre uso racional de medicamentos.</p><p>O uso adequado de medicamentos é uma preocupação séria, principalmente, quando afeta as pessoas mais vulneráveis e ocorre por</p><p>longos períodos. O uso de drogas inadequadas pode ter consequências terríveis; tem sido associada a hospitalizações e, inclusive, óbitos</p><p>de pacientes internados em unidades de saúde. Várias situações e circunstâncias promovem o uso irracional de medicamentos. Veja a</p><p>seguir algumas delas:</p><p></p><p>MEDIR O IMPACTO/OBTER AS EVIDÊNCIAS</p><p>Realizar análises de custo-benefício, dada a implicação de custo do uso irracional de medicamentos; quantificar os maus usos;</p><p>documentar os gastos em requisitos de oneração, mortalidade e morbidade por uso irracional.</p><p>FORMAÇÃO DE ALIANÇAS</p><p>Fornecer fatos às comunidades sobre os conhecimentos entre o uso irracional de medicamentos e sua falta de acesso a fármacos valiosos</p><p>e seguros.</p><p></p><p></p><p>ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO</p><p>Fornecer atualizações regulares; destacar as consequências do uso irracional de medicamentos, como mortes por organismos resistentes;</p><p>nomear e expor atividades que promovam o uso irracional.</p><p>EMPODERAMENTO DOS CONSUMIDORES</p><p>Realizar atividades de uso racional de medicamentos simples dentro das comunidades para garantir o aprendizado; fornecer informações</p><p>às comunidades para capacitá-las a exigir o uso adequado de seus medicamentos.</p><p></p><p></p><p>FORNECER MENSAGENS PRÁTICAS</p><p>Divulgar amplamente práticas exitosas do uso de antibióticos e outros medicamentos; replicar e divulgar os resultados positivos de forma</p><p>mais ampla, compartilhando experiências locais bem-sucedidas dentro do país por meio do apoio dos escritórios locais da OMS e/ou</p><p>Ministérios de Saúde.</p><p>ADVOCACIA E LOBBY:</p><p>Tornar o URM parte do currículo de formação; fazer apresentações sobre o URM em todos os locais possíveis; fornecer aos políticos</p><p>dados para as suas deliberações no parlamento; fornecer fichas factuais sobre URM aos lobistas.</p><p></p><p>javascript:void(0)</p><p></p><p>ABORDAR A NÍVEL GLOBAL</p><p>Aprovar uma resolução forte sobre o URM na Assembleia Mundial da Saúde; alocar fundos para a promoção do URM nos orçamentos,</p><p>incluindo o URM como um acordo de requisitos; abordar o URM como parte do fortalecimento dos sistemas de saúde.</p><p>ABORDAR O PODER DA INDÚSTRIA</p><p>Oferecer liderança para lidar com os excessos da indústria farmacêutica que levam ao uso irracional de medicamentos; cobrar a indústria</p><p>por suas responsabilidades sociais.</p><p></p><p>LOBBY</p><p>Segundo o Dicionário de Oxford, lobby é a atividade de pressão de um grupo organizado (de interesse, de propaganda etc.) sobre</p><p>políticos e poderes públicos, que visa a exercer sobre estes qualquer influência ao seu alcance, mas sem buscar o controle formal do</p><p>governo.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. PODEMOS CITAR COMO PRÁTICA ESSENCIAL PARA PROMOVER O USO RACIONAL DE</p><p>MEDICAMENTOS:</p><p>A) Diretrizes clínicas.</p><p>B) Comunicação desprivilegiada entre profissionais da saúde e pacientes.</p><p>C) Sistema de fornecimento de medicamentos abaixo do padrão e sem regulamentação.</p><p>D) Marketing promocional das indústrias farmacêuticas.</p><p>E) Pouca informação sobre os medicamentos.</p><p>2. QUAL DAS ALTERNATIVAS A SEGUIR REPRESENTA UMA CONSEQUÊNCIA PARA O USO IRRACIONAL</p><p>DE MEDICAMENTOS?</p><p>A) Investigação situacional.</p><p>B) Promoção de benefícios para o uso racional de medicamentos.</p><p>C) Educação pública sobre medicamentos.</p><p>D) Prevenção de incentivos financeiros perversos.</p><p>E) Aumento da morbidade e da mortalidade.</p><p>GABARITO</p><p>1. Podemos citar como prática essencial para promover o uso racional de medicamentos:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>Muitos fatores sociais e do sistema de saúde, bem como profissionais, entre outros, contribuem para estabelecer como os medicamentos</p><p>são usados. Portanto, uma abordagem multidisciplinar é necessária para desenvolver, implementar e avaliar intervenções para promover</p><p>um uso mais racional de medicamentos.</p><p>2. Qual das alternativas a seguir representa uma consequência para o uso irracional de medicamentos?</p><p>A alternativa "E " está correta.</p><p>Ao analisar essas consequências, podemos perceber algumas correlações, como a falta de acesso a medicamentos e doses inadequadas</p><p>resultam em morbidade e mortalidade graves, particularmente em infecções infantis e doenças crônicas, como: hipertensão, diabetes,</p><p>epilepsia e transtornos mentais.</p><p>MÓDULO 3</p><p> Descrever os Sistemas de Informação em Saúde no Brasil</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>O Brasil é o 5º maior país e a 10ª maior economia do mundo. De acordo com o último censo nacional, o país tem mais de 209,5 milhões</p><p>de habitantes, 81% vivendo em áreas urbanas. A expectativa de vida aumentou nos últimos anos, enquanto a taxa de natalidade</p><p>está diminuindo. Para os que nascem nos dias atuais, a expectativa de vida média nacional é de 76,3 anos, podendo chegar até</p><p>79,9 anos para as mulheres.</p><p>A cada ano, a base da pirâmide populacional fica mais estreita, enquanto a parte superior se alarga. As principais diferenças</p><p>socioeconômicas e epidemiológicas regionais impõem um desafio às autoridades sanitárias. Devido ao crescimento da população</p><p>idosa, há um aumento das doenças crônicas e degenerativas, como câncer, doenças cardíacas e diabetes. As doenças circulatórias são</p><p>responsáveis por quase 27% de todas as mortes. Apesar da diminuição das doenças infecciosas, elas ainda são importantes,</p><p>principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, onde podem representar até 13% das internações hospitalares. Esse cenário,</p><p>porém, deve ser alterado com as estatísticas atualizadas por causa da pandemia da COVID-19.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>O Brasil possui um modelo de atenção integral à saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde), com cobertura integral a todos os</p><p>cidadãos. Desde 1988 (com a atual Constituição Federal), a descentralização da gestão dos serviços de saúde aumentou. De acordo com</p><p>esse modelo, a administração do orçamento da saúde e o pagamento aos prestadores são administrados no nível municipal e</p><p>dependem da população e dos serviços prestados, e seus recursos vêm de impostos federais, estaduais e municipais, não da</p><p>Previdência Social. Existem 5.500 municípios no país − 600 deles gozam de total autonomia em relação aos seus serviços de saúde, e</p><p>os outros 4.900 têm autonomia apenas na atenção básica.</p><p> ATENÇÃO</p><p>A Secretaria Municipal de Saúde tem a obrigação de enviar as informações ao DATASUS, que é a divisão de informática do SUS.</p><p>É possível compreender as informações descritas anteriormente por meio do sistema de informação em saúde – seus</p><p>componentes, como funciona e as formas como está sendo usado −, analisando seu histórico, como ele evoluiu, e a atual</p><p>estrutura organizacional dentro da qual realiza ações para promover, proteger e restaurar a saúde da nação. Esse contexto ajudará</p><p>a entender o escopo e a qualidade dos dados gerados, processados e disponibilizados para fins como planejamento, gestão, avaliação,</p><p>acompanhamento social, ensino e pesquisa.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO,</p><p>JURÍDICO E POLÍTICO</p><p>A PARTIR DA DÉCADA DE 1990, UM ESFORÇO CONSIDERÁVEL TEM SIDO</p><p>FEITO PARA AGILIZAR O SETOR DE SAÚDE NO BRASIL. O SISTEMA CRESCEU</p><p>E SE TORNOU SISTEMÁTICO E COM UMA ORGANIZAÇÃO BEM ESTRUTURADA</p><p>QUE ABRANGE O SETOR PÚBLICO E PRIVADO, TRABALHANDO COM O</p><p>ÚLTIMO AO ABRIGO DE UMA SÉRIE DE ACORDOS.</p><p>Entretanto, no período anterior a década de 1970, a política nacional de saúde deveria ser formulada pelo Ministério da Saúde e aprovada</p><p>pelo então Conselho de Desenvolvimento Social. Foi uma tentativa de organizar uma situação caótica de prestação de serviços de saúde</p><p>no Brasil. Pouco progresso foi feito naquela época, porque, na esfera federal, várias instituições diferentes estavam envolvidas na</p><p>realização de ações de saúde − notadamente, os Ministérios da Saúde, Assistência Social, Educação, Cultura, Interior e Trabalho. Pode-se</p><p>dizer que o Ministério da Saúde passou a ser caracterizado formalmente como o mentor do sistema, embora na realidade não fosse bem</p><p>verdade.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Além disso, naquela época, o Sistema de Informação em Saúde (SIS) e um subsistema de mortalidade foi criado dentro do</p><p>Ministério da Saúde a partir da adoção de declaração de óbito padronizada para todo o país. Posteriormente, várias iniciativas foram</p><p>realizadas para integrar serviços e agilizar a prestação de ações de saúde. No entanto, o país ainda estava sob um regime autoritário e</p><p>iniciativas ousadas não foram bem recebidas.</p><p>No final da década de 1970, um ambiente acadêmico começou a surgir, com discussões abertas sobre o setor saúde no Brasil, que mais</p><p>tarde se concretizou com o nome de Reforma Sanitária. O Primeiro Simpósio de Política Nacional de Saúde, realizado em 1979,</p><p>estabeleceu os princípios que viriam a ser adotados pelo Sistema Único de Saúde, a saber:</p><p>A saúde é um direito universal e inalienável.</p><p>A abordagem dos determinantes da saúde é um desafio intersetorial.</p><p>O Estado é responsável por tomar medidas regulatórias “para compensar os efeitos mais nocivos da livre iniciativa na área de saúde".</p><p>As políticas devem ser direcionadas para a descentralização, regionalização e hierarquização.</p><p>A ênfase deve ser na participação das pessoas e no empoderamento social.</p><p>Passos definitivos foram dados para estabelecer os princípios e mapear as práticas da Reforma Sanitária na VIII Conferência Nacional de</p><p>Saúde realizada em Brasília em março de 1986. Ficou evidente na conferência que o setor de saúde exigia mudanças fundamentais</p><p>que fossem além da reforma administrativa e financeira. Precisava ser reformulado a partir de um conceito ampliado da própria saúde</p><p>e de que seus correspondentes alcançassem as instituições, juntamente com uma revisão de toda a legislação pertinente à promoção,</p><p>proteção e restauração da saúde.</p><p>O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela constituição federal em 1988, foi posteriormente codificado sob duas leis federais: a Lei</p><p>Orgânica de Saúde de 1990 (Lei 8.080) e a Lei 8.142 de 1990, esta última trata das questões sociais de monitoramento e financiamento do</p><p>setor de saúde. Os municípios e os estados passaram a atuar com um papel fundamental até mesmo na geração e no uso dos dados</p><p>necessários para o país, onde vários subsistemas de informação em saúde foram criados. Decisões relativas à implementação e ao</p><p>desenvolvimento de Sistemas de Informação em Saúde também são discutidos entre os representantes dos entes federativos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) NA SAÚDE: O PRESENTE</p><p>O Brasil sempre teve políticas bastante fortes em relação à informática. Muitos anos atrás, o mercado foi fechado para proteger os</p><p>fornecedores de TI locais. Nos últimos anos, diversos governos estaduais criaram linhas específicas de investimento para desenvolvimento</p><p>de software. Por causa disso, existem muitas iniciativas bem-sucedidas em andamento. Vale ressaltar que o Brasil possui recursos</p><p>humanos excelentes em TI, embora o número de profissionais deva ser maior para enfrentar os novos desafios.</p><p>Nos últimos anos, a necessidade de informações em saúde vem aumentando. O governo tem desempenhado um papel importante,</p><p>cobrando das autoridades municipais dados sobre o atendimento e gestão do paciente, bem como perfis epidemiológicos ou informações</p><p>sobre Programas de Saúde específicos, como AIDS e Tuberculose, entre outras 40 doenças de notificação compulsória.</p><p>Como o Ministério da Saúde exige o envio de informações ao DATASUS, também disponibiliza os meios para a realização da tarefa, por</p><p>meio do desenvolvimento e da distribuição de softwares para coleta, constância, gerenciamento, processamento e envio de dados de</p><p>saúde. Entretanto, ainda pouquíssima TI tem sido usada no setor privado de saúde no país. Estima-se que menos de 7% de todos os</p><p>hospitais possuam algum tipo de Sistema de Informação. Existem exceções, como o Instituto do Coração da Universidade de São</p><p>Paulo (InCor), que possui um SIS (Sistema de Informação em Saúde) de última geração, incluindo prontuário eletrônico do paciente que</p><p>incorpora imagens.</p><p>A maioria dos sistemas existentes são aplicativos simples, escritos em Clipper ou, mais recentemente, para o ambiente Windows / Linux.</p><p>Ao mesmo tempo, à medida que aumenta o número de conexões à internet e a rede chega a zonas distantes do país, a ideia de trabalhar</p><p>com sistemas hospedados (ASP) torna-se não só viável, mas também muito atrativo. O entendimento de que a TI é uma ferramenta</p><p>estratégica para o provedor e administrador de saúde está amadurecendo no país. Ciente da necessidade da construção de uma</p><p>infraestrutura nacional que integre todos esses esforços, o DATASUS tem trabalhado nesse sentido.</p><p>CLIPPER</p><p>É uma linguagem de programação de 16 bits da linguagem xBase para o ambiente DOS, laborada em 1984.</p><p>javascript:void(0)</p><p>SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE COM COBERTURA NACIONAL</p><p>Tradicionalmente, as informações de saúde no Brasil têm sido fragmentadas, refletindo a atividade compartimentada das várias instituições</p><p>do setor. Basicamente, o objetivo dos sistemas de informação é adquirir conhecimentos para apoiar o trabalho dos serviços de</p><p>saúde. Mesmo que as informações de morbidade sejam as mais úteis para compreender a saúde de uma população, as estatísticas de</p><p>mortalidade são mais fáceis de preparar e tendem a ser as primeiras informações razoavelmente confiáveis a serem acessadas. Essas</p><p>estatísticas nos dizem do que as pessoas morreram e nos mostram o que estava acontecendo na população em termos de morbidade.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>A década de 1970 marcou uma virada na história das estatísticas de saúde no Brasil. A mudança ocorreu devido a dois eventos em</p><p>particular:</p><p>I</p><p>Primeiro, a aprovação da Lei Federal 6.015, em 1973, regulamentou o registro civil nacional e confiou ao IBGE responsabilidade pela</p><p>compilação de estatísticas com base nos dados dos registros. Todo ano o IBGE publica estatísticas de nascimentos e óbitos registrados</p><p>em todo o país.</p><p>II</p><p>O segundo evento foi o Encontro Nacional de Sistemas de Informação em Saúde, realizado em 1975. Nesse mesmo ano, o Sistema de</p><p>Informação em Saúde e seu subsistema sobre estatísticas de mortalidade foi criado dentro do Ministério da Saúde. E, de fato, vários dos</p><p>principais Sistemas de Informação em Saúde com cobertura nacional foram criados na segunda metade dos anos 1970 e no início dos</p><p>anos 1980.</p><p>Atualmente, muitas informações necessárias para entender a situação da saúde da população estão sendo produzidas por iniciativa do</p><p>Ministério da Saúde. Existem também fontes de informações suplementares funcionando fora do Ministério da Saúde, que fornecem</p><p>conhecimentos sobre a saúde da população.</p><p>Neste vídeo, será apresentada a importância da notificação nos Sistemas de informação em saúde com cobertura nacional.</p><p>DATASUS</p><p>A infraestrutura nacional de informática em saúde é fornecida pelo DATASUS − divisão de informática do SUS. O DATASUS tem como</p><p>missão:</p><p>Coordenar a implantação do Sistema Nacional de Informação em Saúde.</p><p>Auxiliar</p><p>estados e municípios no processo de utilização da informática em suas atividades.</p><p>Ser guardião das bases de dados Nacionais de Informação Sanitária.</p><p>Disponibilizar informações ao público, gestores, pesquisadores e sociedade civil.</p><p>Definir os padrões para o intercâmbio de informações sobre cuidados de saúde para os sistemas público e privado.</p><p>Os principais usuários do DATASUS são: secretarias e conselhos de saúde federais, estaduais e municipais; funcionários de unidades de</p><p>saúde, universidades e centros de pesquisa; órgãos de fiscalização; instituições judiciais e policiais; sociedade civil; ONG; imprensa; e</p><p>cidadãos.</p><p>FLUXO DE INFORMAÇÃO DE SAÚDE</p><p>O esquema a seguir ilustra o fluxo de informações em saúde, desde a unidade de saúde onde o dado é coletado até a esfera federal,</p><p>representada pelo Ministério da Saúde.</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p> Fluxo de informação de saúde.</p><p>Vamos ver com mais detalhes como esse fluxo ocorre:</p><p>As informações de saúde são coletadas no ponto de atendimento, manualmente ou por meio de software, geralmente fornecido pelo</p><p>DATASUS.</p><p></p><p>Da unidade de saúde, os dados são enviados para a Secretaria Municipal de Saúde, que digita o que foi enviado manualmente e</p><p>encaminha as informações diretamente pela rede para a Secretaria Estadual de Saúde.</p><p></p><p>A Secretaria Estadual de Saúde agrega as informações de todo o estado por meio de softwares fornecidos pelo DATASUS ou</p><p>desenvolvidos localmente de acordo com as normas nacionais e envia pela rede as informações para o DATASUS.</p><p>Além disso, todos podem acessar a página inicial do DATASUS para baixar gratuitamente o software ou fazer consultas online ao banco de</p><p>dados nacional.</p><p>O DATASUS desenvolveu os seguintes sistemas de informação:</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p>SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE (SIM)</p><p>Com base em várias experiências de sucesso, principalmente no Rio Grande do Sul e em São Paulo, decidiu-se em 1975 implementar um</p><p>quadro epidemiológico do sistema de vigilância de modo nacional. Assim, um modelo de subsistema de informação para a mortalidade foi</p><p>desenvolvido, e o Ministério da Saúde criou o SIM. Além disso, um formato padrão foi desenvolvido para a declaração de óbito, que</p><p>acabou sendo adotado em todo o país. Desde então, o Ministério da Saúde tem sido o responsável pela arrecadação nacional e regular</p><p>publicação de dados sobre mortalidade.</p><p>SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE NASCIDOS VIVOS (SINASC)</p><p>O Ministério da Saúde instituiu o SINASC em 1990, com a finalidade de reunir informações epidemiológicas sobre todos os nascidos vivos</p><p>relatados no país. O documento de entrada do sistema é a declaração de nascido vivo, que agora é padronizada em todo o país. A mesma</p><p>declaração é preenchida se há um nascimento no hospital ou em casa, e é útil para uma série de propósitos além de sua função</p><p>estatística. Por exemplo, ele fornece a localização física das parturientes e os recém-nascidos, possibilitando o planejamento específico de</p><p>ações de saúde.</p><p>Embora as informações sobre a mortalidade sejam úteis em avaliações globais da situação, planejamento e avaliação de ações e</p><p>programas na área, as informações do SINASC são mais específicas. Podem ser usadas para analisar e subsidiar intervenções</p><p>relacionadas à saúde de mães e crianças, como acompanhamento de gravidez e cuidado ao recém-nascido.</p><p>SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN)</p><p>A vigilância epidemiológica é a forma tradicional de aplicar a epidemiologia nos serviços de saúde. Um dos itens da agenda da V</p><p>Conferência Nacional de Saúde em 1975 foi o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e sua viabilização legislação, pela Lei 6.259</p><p>de 1975.</p><p>O atual Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) foi implementado gradualmente a partir de 1993. Seu objetivo é</p><p>coletar, transmitir e divulgar dados gerados rotineiramente pelo sistema epidemiológico nas três esferas de governo. Sua entrada vem</p><p>principalmente de relatórios de casos e investigações de doenças e agravos constantes da lista nacional de doenças de notificação</p><p>obrigatória, que é atualizado regularmente. Um dos formulários utilizados para fornecer dados ao SINAN é a folha de investigação de caso</p><p>individual, no qual os resultados das investigações de caso são registrados.</p><p>Os dados do SINAN permitem realizar uma investigação dinâmica de um evento da doença na população. O SINAN também pode ajudar</p><p>a fornecer explicações causais para condições de notificação obrigatória, bem como apontar riscos para os quais a população está</p><p>exposta, contribuindo para uma compreensão mais ampla das condições epidemiológicas nas áreas geográficas do país.</p><p>SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR (SIH)</p><p>O SIH foi originalmente desenvolvido como um sistema financeiro, para lidar com pagamentos de serviços intra-hospitalares e, como</p><p>benefício adicional, também é utilizado para fins epidemiológicos. Foi inaugurado em 1976 pelo então Instituto Nacional de Seguridade</p><p>Social (INSS). O documento de entrada básico é o Autorização de Internação Hospitalar (AIH), que coleta informações de internações</p><p>hospitalares no país dentro do Sistema Único de Saúde.</p><p>SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS (VIGIMED)</p><p>A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) passou a disponibilizar o sistema eletrônico VigiMed a partir de dezembro de 2018</p><p>aos cidadãos e profissionais de saúde. Esse sistema tem a finalidade de agrupar informações sobre eventos adversos a medicamentos e</p><p>vacinas no país. As informações inseridas nesse sistema são identificadas pela ANVISA, que faz a avaliação do caso e o monitoramento.</p><p>O objetivo desse monitoramento é garantir que os riscos com o uso de medicamentos sejam minimizados e fornecer maior segurança à</p><p>população com o seu uso. Podemos citar algumas vantagens desses sistemas:</p><p> Melhor fluxo de envio e recebimento de notificações pela Anvisa.</p><p> Modernização de funcionalidades na avaliação das notificações.</p><p> Facilitação da tomada de decisão e da divulgação de dados ao público externo.</p><p>O VigiMed substituiu o Notivisa (Sistema de Notificação de Produtos sob Vigilância Sanitária) nos casos de eventos adversos relacionados</p><p>ao uso de medicamentos e vacinas. Entretanto, nos casos de queixas técnicas (desvio de qualidade) de medicamentos e vacinas, o</p><p>Notivisa ainda é o sistema de informação a ser utilizado. O intuito desses sistemas de informações para medicamentos é tentar garantir</p><p>a qualidade, a segurança e a eficácia dos medicamentos e vacinas.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A INFRAESTRUTURA NACIONAL INFORMATIZADA DA SAÚDE NO BRASIL É CONHECIDA COMO:</p><p>A) VigiMed.</p><p>B) SINAN.</p><p>C) DATASUS.</p><p>D) SIH.</p><p>E) SIM.</p><p>2. ENTRE OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES COM FINALIDADES EPIDEMIOLÓGICAS, QUAL DOS LISTADOS</p><p>A SEGUIR TEM RELAÇÃO COM OS MEDICAMENTOS?</p><p>A) SIH.</p><p>B) SINAN.</p><p>C) SINASC.</p><p>D) VigiMed.</p><p>E) SIM.</p><p>GABARITO</p><p>1. A infraestrutura nacional informatizada da saúde no Brasil é conhecida como:</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>A infraestrutura nacional de informática em saúde é fornecida pelo DATASUS - divisão de informática do SUS.</p><p>2. Entre os sistemas de informações com finalidades epidemiológicas, qual dos listados a seguir tem relação com os</p><p>medicamentos?</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>O VigiMed substituiu o Notivisa (Sistema de Notificação de Produtos sob Vigilância Sanitária) nos casos de eventos adversos relacionados</p><p>ao uso de medicamentos e vacinas.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Visitamos o histórico da epidemiologia aplicada à área dos medicamentos, bem como os métodos aplicados na farmacoepidemiologia.</p><p>Vimos, também, que a farmacoepidemiologia se correlaciona com o uso racional de medicamentos e observamos as estratégias para o</p><p>seu alcance. Além disso, observamos os Sistemas de Informação em Saúde no Brasil e sua importância para o sistema de vigilância</p><p>epidemiológica.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BÉGAUD, B. A history of pharmacoepidemiology. Therapie, 2019, vol. 74, n.2, p.175-179.</p><p>FREIRE, S. M.; SOUZA, R. C.; ALMEIDA, R. T. Integrating Brazilian health information systems</p><p>in order to support the building of</p><p>data warehouses. Res Bio-Med Eng., 2015, vol. 31, n. 3, p. 196-207.</p><p>MIGUEL, A. et. al. Methodologies for the detection of adverse drug reactions: comparison of hospital databases, chart review and</p><p>spontaneous reporting. Pharmacoepidemiol Drug Saf, 2013, vol. 22, n. 1, p. 98-102.</p><p>MONTASTRUC, J.L. et. al. What is pharmacoepidemiology? Definition, methods, interest and clinical applications. Therapie, 2019, vol. 74,</p><p>p.169-174.</p><p>PAIM, J. et. al. The Brazilian health system: history, advances, and challenges. The Lancet, 2011, vol. 377, n. 9779, p. 1778-1797.</p><p>THAKER, S. J.; GOGTAY, N. J.; THATTE, U.M. Pharmacoepidemiology: The essentials. Clinical Epidemiol Glob Health, 2015, vol. 3, n. 2,</p><p>p. 52-7.</p><p>USAID; WHO; MSH. Drug and therapeutics committee training course. Session 9. Strategies to Improve Medicine Use – Overview.</p><p>Participants’ Guide, 2007.</p><p>WHO. Promoting rational use of medicines: core components. WHO Policy Perspectives on Medicines. n. 5. Genebra: WHO, 2002.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia os artigos científicos:</p><p>A importância e a história dos estudos de utilização de medicamentos, de Daniela Oliveira de Melo.</p><p>Farmacoepidemiologia no Brasil: evolução e perspectivas, de Lia Lusitana Cardozo de Castro.</p><p>Caracterização farmacoepidemiológica de pacientes em uso do antineoplásico oral Capecitabina, de Rafael de Souza e</p><p>colaboradores.</p><p>Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade?, de Daniela Silva de Aquino.</p><p>Sistemas de Informação em Saúde: considerações gerais, de Heimar de Fátima Marin.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Eduardo Corsino Freire</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p>