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<p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>MARIA LÚCIA PAVANI BUENO</p><p>SEMINÁRIO IV - INTERPRETAÇÃO, VALIDADE, VIGÊNCIA E</p><p>EFICÁCIA DA NORMA TRIBUTÁRIA</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>Questões</p><p>1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade,</p><p>(ii) vigência; (iii) eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social. Responda,</p><p>fundamentadamente, o que entende acerca da validade, vigência e eficácia jurídica da</p><p>norma introdutora e da norma introduzida (Considere em sua resposta a problemática da</p><p>ADC 84).</p><p>Quando afirmamos que a norma “N” é válida, significa dizer que ela mantém uma</p><p>relação na qual pertence ao Sistema, ou então sua validade se deu por um órgão legitimado</p><p>a produzi-la por meio de um procedimento específico. Assim, quando falamos que a norma</p><p>é válida, queremos dizer que ela é pertencente ao sistema.</p><p>Com base no pensando de Paulo de Barros Carvalho, podemos dizer que a validade da</p><p>norma se dá entre a proposição normativa e o sistema do direito posto. Ou seja, a</p><p>conformidade da norma com as regras e procedimentos estabelecidos no sistema jurídico</p><p>para sua criação. Assim, está diretamente relacionada à legalidade do ato normativo.</p><p>Já a vigência da norma diz respeito ao período temporal de sua aplicabilidade. A</p><p>validade de uma norma não depende diretamente de sua vigência, pois uma norma pode</p><p>ser válida, mas sua vigência é limitada.</p><p>A eficácia pode ser dividida em três. A eficácia jurídica, social e técnica.</p><p>Na eficácia jurídica, falamos da capacidade de produzir efeitos no sistema jurídico.</p><p>Uma norma válida e vigente tem eficácia jurídica, o que significa que ela pode ser aplicada e</p><p>reforçada nos tribunais e na vida prática, é o que dá à luz a causalidade jurídica pela ligação</p><p>do acontecimento de fato e o vínculo que se instaura entre sujeitos de direito. Nas palavras</p><p>do professor Paulo de Barros Carvalho”1:</p><p>“Eficácia jurídica é a propriedade de que está investido o fato jurídico de provocar a</p><p>irradiação dos efeitos que lhe são próprios, ou seja, a relação de causalidade jurídica, no</p><p>estilo de Lourival Vilanova. Não seria, portanto, atributo da norma, mas sim do fato nela</p><p>1 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário / Paulo de Barros Carvalho. - 31. ed. rev. atual. - São</p><p>Paulo: Noeses, 2021 p. 87</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>previsto”.</p><p>Quando falamos de eficácia técnica, estamos diante a clareza e precisar para o</p><p>cumprimento do objetivo da norma. Uma norma pode ser válida e ter eficácia jurídica, mas,</p><p>se redigida de forma vaga ou que possa trazer diferentes interpretações, sua eficácia técnica</p><p>pode ser comprometida, tornando-a de difícil aplicabilidade. Para PBC</p><p>Gravemos que a ineficácia técnica será de caráter semântico quando dificuldades</p><p>de ordem material impeçam, iterativamente, a configuração em linguagem</p><p>competente tanto do evento previsto quanto dos efeitos para ela estipulados. Em</p><p>ambos os casos, ineficácia técnico-sintática ou técnicosemântica, as normas</p><p>jurídicas são vigentes, os sucessos do mundo social nelas descritos se realizam,</p><p>porém inocorrerá o fenômeno da juridicização do acontecimento, bem como a</p><p>propagação dos efeitos que lhe são peculiares.</p><p>Já a eficácia social está diretamente relacionada a capacidade de influenciar o</p><p>comportamento da sociedade na qual a norma é aplicada. Com ela é possível identificar se</p><p>a norma é eficaz e sua disposição é devidamente seguida pela população na qual foi inserida.</p><p>Se a norma foi seguida, podemos afirmar que se trata de norma eficaz. Veja-se a explicação</p><p>dada pelo professor Paulo de Barros Carvalho:</p><p>A eficácia social ou efetividade, por sua vez, diz respeito aos padrões de</p><p>acatamento com que a comunidade responde aos mandamentos de uma ordem</p><p>jurídica historicamente dada ou, em outras palavras, diz com a produção das</p><p>consequências desejadas pelo elaborador das normas, verificandose toda vez que</p><p>a conduta prefixada for cumprida pelo destinatário.</p><p>A norma introdutora é aquela que estabelece a base legal para a criação de uma norma</p><p>introduzida. Ela define os procedimentos, requisitos e critérios para a elaboração e</p><p>promulgação da norma introduzida.</p><p>A norma introduzida é aquela que é criada com base na norma introdutora. Ela pode</p><p>ser uma nova lei, regulamento, decreto, portaria, entre outros, que detalha as regras,</p><p>obrigações ou direitos relacionados a um determinado assunto.</p><p>A validade da norma introdutora depende da sua conformidade com as regras e</p><p>procedimentos legais e constitucionais aplicáveis à sua criação.</p><p>A vigência da norma introdutora refere-se ao período durante o qual ela estabelece a</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>base legal para a criação da norma introduzida.</p><p>A eficácia jurídica da norma introdutora está relacionada à sua capacidade de</p><p>efetivamente iniciar o processo de criação da norma introduzida e estabelecer as condições</p><p>para que esta última seja válida e eficaz.</p><p>A validade, vigência e eficácia jurídica da norma introduzida são determinadas pelas</p><p>regras e procedimentos estabelecidos na norma introdutora, bem como por outras</p><p>disposições legais e constitucionais que possam ser aplicáveis à norma introduzida. A norma</p><p>introduzida só será válida, vigente e eficaz se estiver em conformidade com a norma</p><p>introdutora que a autorizou.</p><p>Agora, em se tratando da validade, vigência e eficácia jurídica da ADC 84, inicialmente</p><p>é importar trazer a matéria discutida na Ação Direta de Constitucionalidade, tal trata de:</p><p>Em 30/12/2022, o então vice-presidente da República, Hamilton Mourão, no</p><p>exercício da Presidência, havia promulgado o Decreto 11.322/2022, que reduziu</p><p>pela metade as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins sobre receitas em questão (de</p><p>0,65% para 0,33% e de 4% para 2%, respectivamente). A norma estabelecia a data</p><p>de vigência a partir de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º/1/2023.</p><p>Em 1º de janeiro, contudo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula editou o</p><p>Decreto 11.374/2023, com vigência imediata, que revogou o anterior e manteve</p><p>os índices que vinham sendo pagos pelo contribuinte desde 2015 (0,65% e 4%),</p><p>previstos no Decreto 8.426/20152.</p><p>Pode-se dizer que a norma (Decreto nº 11.322/22) é a norma introdutora e é válida</p><p>juridicamente falando, pois, sua criação se deu em conformidade com o ordenamento</p><p>jurídico.</p><p>Em relação à vigência, chegamos à grande discussão, visto que tecnicamente pela</p><p>edição do Decreto 11.374/2023 (norma introduzida), que também é válida, pois seguiu com</p><p>os requisitos dispostos em lei, mas a vigência deveria se dar imediatamente, conforme</p><p>disposto pelo presidente. Ou seja, em 1º de janeiro de 2023, e seria eficaz juridicamente</p><p>2</p><p>https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=503744&ori=1#:~:text=Na%20ADC%2</p><p>084%2C%20o%20presidente,como%20aplicam%20as%20novas%20al%C3%ADquotas.</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>falando, pois, sua aplicabilidade seria possível, estando válida e vigente.</p><p>Nada obstante, a discussão da ADC se dá justamente ao fato de que é necessária a</p><p>observância do princípio da anterioridade nonagesimal em caso de aumento da alíquota de</p><p>certo tributo, conforme disposto no artigo 150, inciso III, alínea “c” da Constituição Federal.</p><p>Em resumo, a validade, vigência e eficácia jurídica dos decretos devem ser analisadas</p><p>à luz da legislação tributária e da Constituição. A perspectiva do contribuinte argumenta que</p><p>houve a redução das alíquotas com base no Decreto nº 11.322/22 e que a majoração</p><p>posterior com o Decreto nº 11.374/2023 deve observar o princípio da anterioridade. No</p><p>entanto, a análise final dependerá da interpretação e da decisão do STF nas Ações Diretas</p><p>de Inconstitucionalidade e Constitucionalidade relacionadas a essa questão.</p><p>2. Descreva o percurso gerador de sentido dos textos jurídicos explicando</p><p>os</p><p>planos: (i) dos enunciados tomados no plano da expressão (S1); (ii) dos conteúdos de</p><p>significação dos enunciados prescritivos (S2); (iii) das significações normativas (S3); (iv) das</p><p>relações entre normas (S4). Estabeleça relação entre “fontes do direito”, “validade” e</p><p>“hierarquia” das normas jurídicas?</p><p>O percurso gerador de sentido dos textos jurídicos, conforme descrito nas afirmações,</p><p>envolve quatro planos distintos, cada um contribuindo para a interpretação e aplicação</p><p>adequada das normas jurídicas. Vou detalhar esses planos e, em seguida, estabelecer a</p><p>relação com as "fontes do direito", "validade" e "hierarquia" das normas jurídicas:</p><p>(i) Plano dos enunciados tomados no plano da expressão (S1): Neste plano, o</p><p>intérprete lida com o texto literal da lei ou do texto jurídico. É o ponto de partida da</p><p>interpretação, onde se considera a linguagem utilizada, a gramática e a sintaxe. O objetivo</p><p>aqui é compreender a estrutura da norma e dar significado às palavras e frases utilizadas.</p><p>Isso é fundamental para transformar o texto em enunciados com sentido no contexto</p><p>jurídico.</p><p>(ii) Plano dos conteúdos de significação dos enunciados prescritivos (S2): Neste plano,</p><p>o intérprete avança além da simples análise das palavras e começa a atribuir significados às</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>proposições contidas nos enunciados. Isso envolve compreender o propósito subjacente à</p><p>norma, considerar a intenção do legislador e contextualizar as palavras no âmbito jurídico. É</p><p>o momento em que o intérprete começa a construir o significado das normas, considerando-</p><p>as de forma isolada. Nesse sentido, o Professor Paulo de Barro Carvalho leciona:</p><p>“Nesse intervalo, a tomada de consciência sobre a prescritividade é importante,</p><p>mas o exegeta não deve preocupar-se, ainda, com os cânones da Lógica Deôntica-</p><p>Jurídica, porque o momento da pesquisa requer, tão somente, a compreensão</p><p>isolada de enunciados e estes, quase sempre, se oferecem em arranjos de forma</p><p>alética3”.</p><p>(iii) Plano das significações normativas (S3): Aqui, o intérprete vai além das</p><p>proposições individuais e começa a estruturar as normas em relação umas às outras. Isso</p><p>envolve a criação de regras jurídicas e a análise de como diferentes disposições se</p><p>relacionam. A interpretação leva em consideração o contexto social e as vivências do</p><p>intérprete, influenciando a construção da norma jurídica. As normas neste plano são</p><p>frequentemente implícitas e são estruturadas na forma de condicionais hipotéticas.</p><p>(iv) Plano das relações entre normas (S4): Neste último plano, as normas construídas</p><p>pelo intérprete são sistematizadas e organizadas em um sistema normativo. Isso envolve</p><p>estabelecer vínculos de coordenação e subordinação entre as normas, determinando como</p><p>elas se relacionam hierarquicamente. Aqui, as relações entre as normas são essenciais, e a</p><p>interpretação visa garantir a coerência e a harmonia dentro do sistema normativo.</p><p>Por fim, em se tratando da relação acima citada e entre elas, é necessário</p><p>primeiramente entender o que são as fontes do direito, a validade e a hierarquia:</p><p>As fontes do direito representam de onde as normas jurídicas são originadas. No</p><p>percurso gerador de sentido, as fontes do direito são consideradas no plano S1, onde o</p><p>intérprete tem seu primeiro contato com o texto legal. As fontes incluem a Constituição, leis,</p><p>jurisprudência, doutrina, entre outros. O intérprete precisa identificar a fonte específica para</p><p>determinar a validade da norma em questão.</p><p>3 CARVALHO, Paulo de Barros. Fundamentos Jurídicos de Incidência. 2º ed. São Paulo: Saraiva,1999, p 68.</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>A validade das normas é uma preocupação ao longo de todo o percurso gerador de</p><p>sentido. Ela começa no plano S1, onde o intérprete verifica se a norma está em conformidade</p><p>com as regras de linguagem e gramática. A validade também é considerada no plano S2,</p><p>quando o intérprete avalia se a norma está de acordo com a intenção do legislador. Além</p><p>disso, no plano S4, a hierarquia das normas influencia sua validade, uma vez que normas</p><p>hierarquicamente superiores prevalecem sobre as inferiores.</p><p>A hierarquia das normas jurídicas é especialmente relevante no plano S4, onde o</p><p>intérprete organiza as normas em um sistema normativo. A Constituição é frequentemente</p><p>a norma hierarquicamente superior em muitos sistemas jurídicos, e sua validade prevalece</p><p>sobre outras normas. As relações entre normas no plano S4 determinam como as normas se</p><p>encaixam na hierarquia, e a interpretação visa garantir a consistência hierárquica dentro do</p><p>sistema jurídico.</p><p>Portanto, a relação entre "fontes do direito", "validade" e "hierarquia" das normas</p><p>jurídicas está relacionada à criação, aplicação e organização das normas dentro do sistema</p><p>jurídico. As fontes do direito estabelecem como as normas são criadas, a validade determina</p><p>se uma norma é legalmente aceitável, e a hierarquia define a ordem de autoridade das</p><p>normas, garantindo que as normas superiores prevaleçam sobre as inferiores em caso de</p><p>conflito. Esses elementos são essenciais para a estabilidade e a ordem do sistema jurídico.</p><p>3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos</p><p>métodos hermenêuticos tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal</p><p>no direito tributário? E em interpretação econômica? Justifique. (Vide anexos I e II).</p><p>A busca por um "sentido correto" nos textos jurídicos é um desafio recorrente na</p><p>prática jurídica. Os métodos de interpretação e hermenêutica têm como objetivo chegar a</p><p>uma interpretação que seja mais consistente com o texto da lei, a intenção do legislador e</p><p>os princípios do direito.</p><p>No entanto, é importante reconhecer que a interpretação muitas vezes não é uma</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>ciência exata, e diferentes juristas e tribunais podem chegar a interpretações diferentes do</p><p>mesmo texto legal. Isso ocorre porque os textos legais podem ser ambíguos, vagos ou</p><p>sujeitos a diferentes interpretações.</p><p>Com isso, não podemos afirmar que há um sentido correto para os textos jurídicos, por</p><p>valoramos de acordo com culturas e experiências daquele local. Veja-se entendimento do</p><p>professor Paulo de Barros Carvalho4:</p><p>“Texto, aqui, é sinônimo de corpus, espaço que limita o âmbito dos suportes</p><p>materiais utilizados na mensagem comunicacional. É a parcela do código comum</p><p>empregado no fato da comunicação; é o plano de expressão ou plano dos</p><p>significantes, base empírica e objetivada em documentos concretos, postos</p><p>intersubjetivamente entre os integrantes da comunidade do discurso. Emitido em</p><p>determinado idioma, há de seguir as regras de formação e de transformação,</p><p>preceitos morfológicos e sintáticos ditados pela gramática da língua, que estarão</p><p>presentes em todos os instantes do seu desenvolvimento.”</p><p>Uma das críticas aos métodos hermenêuticos tradicionais é a sua rigidez e falta de</p><p>flexibilidade. Esses métodos muitas vezes buscam encontrar um único sentido "correto" para</p><p>um texto legal, ignorando a possibilidade de que um mesmo texto possa ter múltiplas</p><p>interpretações válidas. Isso pode levar a decisões judiciais que não levam em consideração</p><p>o contexto específico e as nuances de um caso.</p><p>Além disso, os métodos hermenêuticos tradicionais muitas vezes priorizam a letra da</p><p>lei e o que o texto prescritivo tem para oferecer em detrimento da sua finalidade e do seu</p><p>espírito. Isso pode resultar em interpretações que não atendem aos objetivos pretendidos</p><p>pelo legislador e que não refletem as mudanças na sociedade ao longo do tempo.</p><p>Quando do julgamento do REsp 1.325.709/RJ e RE 606.107/RS, vemos exemplos de</p><p>como a Corte brasileira adotou uma abordagem teleológica na interpretação das imunidades</p><p>tributárias, buscando garantir a efetividade das normas constitucionais. Essa abordagem</p><p>destaca a importância de considerar os objetivos e finalidades das leis, em vez de se prender</p><p>rigidamente às palavras do texto.</p><p>4 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário / Paulo de Barros Carvalho. - 31. ed. rev. atual. - São</p><p>Paulo: Noeses, 2021 p 117</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>Em resumo, embora os métodos hermenêuticos tradicionais tenham sua utilidade, é</p><p>importante reconhecer suas limitações e estar aberto a abordagens mais flexíveis e</p><p>contextuais na interpretação do direito. A interpretação do direito não deve ser vista como</p><p>uma busca pelo único sentido "correto", mas sim como um processo complexo que leva em</p><p>consideração o contexto, a finalidade das normas e a evolução da sociedade.</p><p>Podemos ver que mesmo que importante a análise do texto prescritivo, este não deve</p><p>ser único, vez que as significações de cada texto jurídico dependem do intérprete desta.</p><p>Em se tratando da interpretação teológica e literal das normas, é importante dizer</p><p>desempenham papéis cruciais no direito tributário, refletindo abordagens distintas na</p><p>análise das normas fiscais.</p><p>A interpretação teleológica, por um lado, busca penetrar nas motivações subjacentes</p><p>à criação das leis tributárias. Isso implica compreender os objetivos e finalidades que o</p><p>legislador pretendeu alcançar ao promulgar uma norma fiscal específica. A ideia central é</p><p>que as leis tributárias são mais do que simples conjuntos de palavras; elas são instrumentos</p><p>destinados a moldar o comportamento dos contribuintes e a promover políticas públicas</p><p>específicas.</p><p>Portanto, a interpretação teleológica busca alinhar a aplicação das leis fiscais com</p><p>esses objetivos, mesmo que isso exija um certo grau de flexibilidade na interpretação da</p><p>linguagem escrita. Por exemplo, se uma lei fiscal visa incentivar investimentos em pesquisa</p><p>e desenvolvimento, os tribunais podem adotar uma interpretação teleológica para ampliar</p><p>o escopo das despesas elegíveis, a fim de promover esse objetivo.</p><p>Por outro lado, a interpretação literal se concentra estritamente nas palavras e na</p><p>gramática do texto da lei. Ela argumenta que a vontade do legislador deve ser encontrada</p><p>na linguagem escrita da norma, e qualquer desvio dessa linguagem é considerado uma</p><p>interpretação inadequada. A interpretação literal pode ser especialmente relevante quando</p><p>a redação da lei é clara e não deixa espaço para ambiguidade. No entanto, ela pode levar a</p><p>resultados inflexíveis e até contraproducentes se a letra da lei não estiver alinhada com seus</p><p>objetivos pretendidos.</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>No direito tributário, a escolha entre interpretação teleológica e literal muitas vezes</p><p>depende da complexidade da situação. Em casos claros e diretos, a interpretação literal pode</p><p>ser apropriada. No entanto, em situações onde as leis fiscais são ambíguas ou quando a</p><p>aplicação estrita das palavras da lei pode levar a resultados contrários aos objetivos da</p><p>política fiscal, a interpretação teleológica pode ser usada para buscar um equilíbrio entre a</p><p>linguagem escrita da lei e suas finalidades subjacentes.</p><p>Assim, conclui-se que não existe uma interpretação literal no direito tributário. Isso,</p><p>porque não há eficácia neste método para o direito brasileiro uma vez que o direito</p><p>tributário frequentemente envolve terminologia técnica e conceitos intricados, que podem</p><p>não ser facilmente compreendidos apenas através de uma análise estrita das palavras da lei.</p><p>Além disso, a rigidez da interpretação literal pode levar a resultados que não refletem as</p><p>reais intenções do legislador ou que não se ajustam à dinâmica da economia e da sociedade</p><p>moderna.</p><p>Vê-se com isso que a interpretação no direito tributário é uma arte complexa que</p><p>envolve uma interação delicada entre a análise literal e teleológica das normas fiscais.</p><p>Enquanto a interpretação literal fornece a base, a interpretação teleológica desempenha um</p><p>papel crítico na adaptação das leis fiscais à realidade em constante mudança. Portanto, é</p><p>essencial que os intérpretes do direito tributário abordem cada caso com sensibilidade para</p><p>equilibrar essas abordagens e garantir que as normas tributárias sejam aplicadas de maneira</p><p>justa e eficaz.</p><p>A interpretação econômica no direito tributário é uma abordagem que considera os</p><p>aspectos econômicos e financeiros envolvidos na aplicação das normas fiscais. Mas o</p><p>entendimento jurídico de interpretação econômica difere daquele que outras áreas</p><p>poderiam entender. Ela se baseia na compreensão de que o direito tributário não existe em</p><p>um vácuo, mas está intrinsecamente ligado às atividades econômicas e empresariais que ele</p><p>regula. Conforme Paulo de Barros Carvalho narra5:</p><p>5Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário / Paulo de Barros Carvalho. - 31. ed. rev. atual. - São</p><p>Paulo: Noeses, 2021 p 277</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>Existe interpretação econômica do fato? Sim, para os economistas. Existirá</p><p>interpretação contábil do fato? Certamente, para o contabilista. No entanto, uma</p><p>vez assumido o caráter jurídico, o fato será, única e exclusivamente, fato jurídico;</p><p>e claro, fato de natureza jurídica, não econômica ou contábil, entre outras</p><p>matérias. Como já anotado, o direito não pede emprestado conceitos de fatos</p><p>para outras disciplinas. Ele mesmo constrói sua realidade, seu objeto, suas</p><p>categorias e unidades de significação. O paradoxo inevitável, e que causa</p><p>perplexidade no trabalho hermenêutico, justifica a circunstância do disciplinar</p><p>levar ao interdisciplinar e este último fazer retornar ao primeiro. Sem disciplinas,</p><p>portanto, não teremos as interdisciplinas, mas o próprio saber disciplinar, em</p><p>função do princípio da intertextualidade, avança na direção dos outros setores do</p><p>conhecimento, buscando a indispensável complementaridade. Tanto o jurídico</p><p>quanto o econômico fazem parte do domínio social e, por ter este referente</p><p>comum, justifica-se que entre um e outro haja aspectos ou áreas que se</p><p>entrecruzem, podendo ensejar uma tradução aproximada e, em parâmetros mais</p><p>amplos, uma densa e profícua conversação.</p><p>A interpretação econômica busca avaliar o impacto das normas tributárias sobre a</p><p>economia, os contribuintes e a sociedade como um todo. Ela se preocupa em entender como</p><p>as decisões tributárias afetam o comportamento dos agentes econômicos, como empresas</p><p>e indivíduos. Isso inclui a análise de questões como a alocação de recursos, o incentivo ao</p><p>investimento, a competitividade das empresas e a distribuição de renda.</p><p>Além disso, a interpretação econômica também considera a eficiência do sistema</p><p>tributário. Isso envolve a avaliação de como as normas fiscais afetam a arrecadação de</p><p>tributos, a evasão fiscal e a carga tributária global. Os intérpretes que adotam essa</p><p>abordagem podem buscar soluções que promovam a eficiência econômica, minimizando</p><p>distorções e custos desnecessários.</p><p>Vale ressaltar que a interpretação econômica não é exclusiva, e muitas vezes é utilizada</p><p>em conjunto com a interpretação literal e a interpretação teleológica. Ela ajuda a</p><p>contextualizar as normas fiscais em relação à realidade econômica e empresarial,</p><p>fornecendo uma visão mais abrangente sobre como as leis tributárias funcionam na prática.</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>4. A Lei “A” foi promulgada no dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho</p><p>desse mesmo mês e ano. A Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12, tendo sido publicada</p><p>no dia 20 desse mesmo mês e ano. Na hipótese de antinomia entre os dois diplomas</p><p>normativos, qual deles deve prevalecer? Justificar.</p><p>Para que haja uma antinomia entre duas normas, é necessário que ambas estejam</p><p>ativas, ou seja, publicadas, pois é nesse momento que a norma passa a integrar de fato o</p><p>ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>Assim, mesmo que a Lei “A” tenha sido promulgada antes da promulgação da Lei “B”,</p><p>sua publicação se deu posteriormente a Lei “B”, desta forma ingressou no ordenamento</p><p>jurídico brasileiro. Nesse sentido, o professor Paulo de Barros Carvalho leciona:</p><p>Vimos que a solução das antinomias porventura existentes no sistema resolve-se</p><p>pelos critérios estabelecidos pelo direito posto e não por outros meios. Neste</p><p>sentido, as referidas disposições da Lei de Introdução ao Código Civil funcionam</p><p>como metarregras, determinando como a norma perde sua vigência e é excluída</p><p>do ordenamento. É com fundamento em suas determinações que se enunciam os</p><p>princípios da lex posterior derogat priori, lex superior derogat inferiori e lex</p><p>specialis derogat generalis6.</p><p>Desta forma, a Lei “A” deve prevalecer sobre a Lei “B” por ter sido publicada depois.</p><p>5. Compete ao legislativo a positivação de interpretações? Existe lei</p><p>puramente interpretativa? Tem aplicabilidade o art. 106, I, do CTN ao dispor que a lei</p><p>tributária interpretativa se aplica ao fato pretérito? Como confrontar este dispositivo do</p><p>CTN com o princípio da irretroatividade? (Vide anexos III e IV).</p><p>Sim, comete ao legislativo a positivação de interpretações.</p><p>A positivação de interpretações pelo Legislativo refere-se à prática de o Congresso</p><p>Nacional aprovar leis que têm o objetivo de esclarecer ou interpretar de forma oficial</p><p>dispositivos legais já existentes. Isso ocorre quando há dúvidas ou controvérsias sobre a</p><p>interpretação de determinadas normas legais e o Legislativo intervém para fornecer uma</p><p>diretriz clara sobre como essas normas devem ser entendidas e aplicadas. Essas leis são</p><p>6 6Carvalho, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método / Paulo de Barros Carvalho. - 7. ed. rev. -</p><p>São Paulo: Noeses, 2018. p 500</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>frequentemente chamadas de "leis interpretativas" ou "leis de interpretação autêntica".</p><p>Quanto à existência de leis puramente interpretativas, o entendimento tradicional é</p><p>que as leis são, em essência, normativas e regulamentam a conduta das pessoas na</p><p>sociedade. No entanto, no sistema jurídico brasileiro, é reconhecida a existência de leis</p><p>interpretativas, que são aquelas destinadas a esclarecer ou aprimorar a compreensão de</p><p>normas já existentes. Essas leis têm como objetivo fornecer orientações sobre a</p><p>interpretação correta de dispositivos legais, sem criar novas obrigações ou direitos. Em</p><p>outras palavras, elas não têm caráter normativo, mas sim esclarecedor.</p><p>No entanto, a questão fundamental é se o Legislativo tem a prerrogativa de promulgar</p><p>leis puramente interpretativas, ou se essa função é mais apropriada ao Judiciário. A</p><p>interpretação da lei é uma tarefa complexa e muitas vezes requer análise detalhada do</p><p>contexto legal e dos princípios jurídicos envolvidos. Portanto, mesmo as leis interpretativas</p><p>estão sujeitas ao controle jurisdicional para garantir que estejam em conformidade com a</p><p>Constituição e não violem os princípios fundamentais do ordenamento jurídico.</p><p>Mas é válido dizer que são raros os casos de leis interpretativas. Isso, porque o simples</p><p>fato de interpretar uma norma já é suficiente para gerar uma alteração no ordenamento</p><p>jurídico, e consequentemente a norma inicialmente interpretativa, gera na verdade uma</p><p>alteração legislativa. Esse inclusive é o entendimento do professor Paulo de Barros Carvalho.</p><p>Veja-se:</p><p>As leis interpretativas, como já anotei, circunscrevem seus objetivos ao</p><p>esclarecimento de dúvidas. A quase totalidade das legislações, todavia, mostra-se</p><p>inovadora, introduzindo alterações nas regras prescritivas de condutas. A</p><p>dificuldade de se produzir norma que nada altere no ordenamento é tão</p><p>acentuada que torna quase impossível identificar-se preceito exclusivamente</p><p>interpretativo, significando mera declaração do sentido e alcance de preceito já</p><p>existente.7</p><p>Esse entendimento inclusive foi indicado no anexo III, no qual foi dito que “mesmo as</p><p>leis interpretativas expõe-se ao exame e a intepretação dos juízes nos tribunais. Não se</p><p>7 Carvalho, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método / Paulo de Barros Carvalho. - 7. ed. rev. -</p><p>São Paulo: Noeses, 2018. p 359</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>revelam, assim, espécies normativas imunes ao controle jurisdicional”.</p><p>Ou seja, mesmo se tratando de norma interpretativa, ela gera uma consequência no</p><p>ordenamento jurídico brasileiro, deixando de ser exclusivamente interpretativa.</p><p>Em se tratando do princípio da irretroatividade do artigo 106, I do CTN, entendo se sua</p><p>aplicabilidade é possível apenas se utilizados à benefício do contribuinte. Caso se trate de</p><p>irretroatividade com o objetivo de prejudicar o contribuinte, sua aplicabilidade é inválida,</p><p>pois deve-se observar o princípio in dubio pro contribuinte.</p><p>6. Dada a seguinte lei fictícia, responder às questões que seguem:</p><p>Lei ordinária federal n. 10.001, de 10/10/2016 (DO de 01/11/2016)</p><p>Art. 1º Esta taxa de licenciamento de veículo tem como fato gerador a propriedade</p><p>de veículo automotor com registro de domicílio no território nacional.</p><p>Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é o valor venal do veículo.</p><p>Parágrafo único. A alíquota é de 1%.</p><p>Art. 3º Contribuinte é o proprietário do veículo.</p><p>Art. 4º Dá-se a incidência dessa taxa no primeiro dia do quarto mês de cada</p><p>exercício, devendo o contribuinte que se encontrar na situação descrita pelo art. 1º dessa</p><p>lei, desde logo, informar até o décimo dia deste mesmo mês, em formulário próprio</p><p>(FORMGFA043), o valor venal, o tipo, a marca, o ano e a cilindrada do respectivo veículo.</p><p>Art. 5º A importância devida, a título de taxa, deve ser recolhida até o décimo dia</p><p>do mês subsequente, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido.</p><p>Art. 6º Diante da não emissão do formulário (FORMGFA043) na data aprazada,</p><p>poderá, a autoridade fiscal competente lavrar Auto de Infração e Imposição de Multa, em</p><p>decorrência da não observância dessa obrigação, impondo multa de 50% sobre o valor do</p><p>tributo devido.</p><p>(...)</p><p>a) Em 01/06/2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em ação direta (com efeito</p><p>erga omnes), pela inconstitucionalidade desta lei federal. Identificar nas datas abaixo</p><p>fixadas, segundo os critérios indicados, a situação jurídica da regra que instituiu o tributo,</p><p>justificando cada uma das situações:</p><p>Critérios</p><p>datas</p><p>11/10/2016 01/11/2016 01/02/2017 01/04/2017 01/07/2019</p><p>É válida Não Sim Sim Sim Não</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>É vigente Não Não Sim Sim Não</p><p>Incide Não Não Não Sim Não</p><p>Apresenta</p><p>eficácia</p><p>jurídica</p><p>Não Não Não Sim Não</p><p>11/10/2016 – A lei não é válida, vigente, incidente e não apresenta eficácia jurídica, pois</p><p>mesmo tendo sido promulgada em 10/10/2023, sua publicação no Diário Oficial foi</p><p>posterior.</p><p>01/11/2016 – Com a publicação da lei, ela passa a ser válida, mas não está vigente, não incide</p><p>e não apresenta eficácia jurídica por forma da LINDB, que determina que serão observados</p><p>45 dias após a publicação da lei.</p><p>01/02/2017 – A norma é válida e vigente, mas não incide e não apresenta eficácia jurídica</p><p>pois é necessária a observância do princípio da anterioridade nonagesimal.</p><p>01/04/2017 – Após a contagem dos 90 dias, a norma é válida, vigente, incidente e apresenta</p><p>eficácia jurídica.</p><p>01/07/2019 – com a decisão do Supremo que declarou a lei inconstitucional e com efeito</p><p>erga omnes, a lei se torna inválida, não vigente, não incide e não apresenta eficácia jurídica.</p><p>7. Uma lei inconstitucional (produzida materialmente em desacordo com a</p><p>Constituição Federal – porém ainda não submetida ao controle de constitucionalidade) é</p><p>válida? O vício de inconstitucionalidade pode ser sanado por emenda constitucional</p><p>posterior? (Vide anexo V).</p><p>Sim, a norma é válida pois já foi introduzida ao sistema, pertencendo ao ordenamento</p><p>jurídico brasileiro, assim sua validade se dará até a decisão de sua inconstitucionalidade. Esse</p><p>inclusive é o entendimento do professor Paulo de Barros Carvalho, que ensina que:</p><p>No caso de declaração de inconstitucionalidade de norma pela Suprema Corte,</p><p>tratando-se de controle difuso, suspende-se a eficácia</p><p>da regra mediante</p><p>resolução do Senado, até que seja ela revogada pelo órgão competente. Dito de</p><p>outro modo, significará que certa norma até então vigente na ordem jurídica</p><p>nacional teve sua inconstitucionalidade declarada pelo Supremo, que comunica</p><p>tal decisão ao Senado da República. Este, pela figura legislativa da “resolução”,</p><p>manda suspender a eficácia técnica daquela regra, que permanece vigente sem</p><p>poder atuar, continuando também válida até que o órgão que a promulgou venha</p><p>Módulo Tributo e Segurança Jurídica</p><p>a expulsá-la do sistema 8.</p><p>Em se tratando de sanar a inconstitucionalidade da norma, não é possível</p><p>apresentar emenda constitucional. Isso, porque O Supremo Tribunal Federal já decidiu que</p><p>não existe o fenômeno da constitucionalização superveniente.</p><p>Ou seja, uma norma considerada inconstitucional não é possível realizar emenda</p><p>constitucional que a torne constitucional.</p><p>8 Carvalho, Paulo de Barros Curso de direito tributário / Paulo de Barros Carvalho. - 31. ed. rev. atual. - São</p><p>Paulo: Noeses, 2021 p 86</p>

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