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<p>UNIVERSIDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIA-FTC</p><p>DISCENTES: BEATRIZ DE JESUS, LARISSA ELLEN E SAMARA ARAUJO</p><p>DOCENTE: VIRTEBO</p><p>RESUMO CRÍTICO</p><p>SOUZA, Diego O.; ABAGARO, Camila P. A uberização do trabalho em saúde: expansão no contexto da pandemia de Covid-19, v. 19, n. 1. Publicado na revista científica Trabalho, Educação e Saúde no ano de 2021, p. 2-12.</p><p>O artigo tem como autor Diego de Oliveira Souza, de nacionalidade brasileira graduado em Enfermagem, mestre e doutor em Serviço Social, atua nas áreas de: Saúde do Trabalhador; Saúde Coletiva; Serviço Social; Enfermagem e Ensino. Além disso, publicou alguns outros artigos científicos como: “Cuidado em saúde e alienação: relação mediada pela tecnologia”. A outra autora deste artigo resenhado é Camila Pereira Abagaro é de nacionalidade brasileira e mexicana, graduada em Direito, mestre em Saúde do Trabalhador e doutora em Ciências em Saúde Coletiva, atua em diversas áreas como: Saúde Coletiva, Mundo do trabalho e Saúde dos Trabalhadores, além de publicar outros trabalhos científicos como: “A pandemia social do COVID-19 na América Latina: reflexões a partir da Saúde Coletiva”.</p><p>O texto aqui resenhado “A uberização do trabalho em saúde: expansão no contexto da pandemia de Covid-19” traz como tema um estudo teórico que objetiva avaliar o papel da telemedicina em relação ao processo de trabalho em saúde, contextualizando com a pandemia da COVID-19 e suas afinidades com o processos de uberização. O texto foi tratado por uma pesquisa bibliográfica no âmbito da sociologia do trabalho de caráter marxista, para trazer um processo estrutural a uma determinada forma a organizar o trabalho em saúde. Além de analisar alguns documentos legais de notícias sobre a pandemia, tendo o viés em descrever a telemedicina para relacionar ao contexto da temática. O teor metodológico do texto baseou-se, em todas suas etapas, ao materialismo histórico dialético, a tomar o trabalho como complexo fundante e ontologicamente prioritário às relações sociais.</p><p>O texto é dividido em cinco partes: ”Introdução” a qual os autores abordam que a telemedicina compareceu como uma estratégia de viabilização do atendimento médico com a demanda do distanciamento social da pandemia e que os possíveis benefícios do emprego na tecnologia, na prática de saúde e à concepção capitalista, traz um processo de precarização.</p><p>Na segunda parte “O que é a uberização?” é colocado que a uberização é uma dinâmica em que o capital tenta superar seus próprios limites e contradições, e que essa dinâmica de</p><p>uberização não seria possível se não fosse as alterações das legislações trabalhistas quando relaciona a destruição da proteção social do trabalhador. Assim, a parte pontua que a uberização consubstancia um passo a mais à subordinação do trabalho ao capital.</p><p>Já na terceira parte “Uberização do trabalho em saúde” é mencionado que a práxis da saúde, por exemplo, no capitalismo passa a compor a valorização do valor e que a subordinação humana com a tecnologia e a fetichização da técnica assumem um novo patamar com a uberização, pois as plataformas digitais de empresas e os planos e seguros de saúde se unem ao sistema de gerência por algoritmo que controla e molda o exercício profissional e que a crítica à uberização não pode se limitar, pois, a algum fator corporativista profissional , mas deve alcançar uma dinâmica mais ampla do processo.</p><p>Na quarta parte “A pandemia de Covid-19: avanços da uberização do trabalho em saúde via telemedicina” fala do uso da telemedicina durante a pandemia e que uma vez que o uso da tecnologia permite baratear a força de trabalho, sobres os moldes da uberização, estabelece uma relação trabalhista disfarçada de empreendedorismo e que nesse caso a pandemia age como como catalisadora do avanço da precarização do trabalho em saúde, na forma de uberização através da telemedicina.</p><p>Nas “Considerações finais” os autores concluem que a exploração dos trabalhadores de saúde é um ponto nevrálgico do processo, ao alimentar a transformação da produção do cuidado em valorização do valor. Os resultados do texto foram que a forma de se organizar o trabalho em saúde consiste na questão de precarização do trabalho, ora chamada de uberização, desenvolvida sob a mediação subordinado das plataformas digitais aos interesses do capital, em convergência ao próprio modelo biomédico.</p><p>Portanto, o texto em si é objetivo, com ideias coerentes e claras ao trazer uma visão fora do senso comum, quando fala que a telemedicina veio para ajudar no trabalho e o cuidado durante a pandemia, mas que existem contradições e problemáticas. O melhor é que os autores criticam a telemedicina em relação à uberização, mas em nenhum momento a repudia com algo inútil. Os autores de forma concisa se preocupam com o trabalho em saúde, uma vez que, em concordância com eles, não é somente a elitização de certas profissões que conduzem ao capitalismo no setor saúde, mas a forma como esse trabalho é executado, como a busca exagerada do retorno financeiro, visto que a tecnologia aliena e limita a circulação do profissional no mercado de trabalho fora dela.</p><p>Uma vez fortalecendo a ideia do trabalho em saúde citada acima, Machado ( 1995, p.30) alerta que: "A insuficiência econômica do sistema frente à estrutura de necessidades da</p><p>população, na mesma medida em que acarreta, pela interferência do Estado, na criação de uma nova clientela, impõe limitações à sua liberdade de circulação no mercado".</p><p>Assim, o texto é indicado para profissionais e estudantes da área da saúde que desejem aperfeiçoar seus conhecimentos entre a profissão e o processo de trabalho na contemporaneidade, e aqueles que mesmo não sendo da área, mas se interessa em aprofundar sobre a uberização, que se coloca como um tema bem frequente na atualidade.</p><p>Referências:</p><p>MACHADO, M.H., org. Sociologia das profissões: uma contribuição ao debate teórico. In: Profissões de saúde: uma abordagem sociológica [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1995. Disponível em:</p><p><https://books.scielo.org/id/t4ksj/pdf/machado-9788575416075-02.pdf >.Acesso em: 10 de Junho de 2022.</p>