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<p>2</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO</p><p>CURSO DE PSICOLOGIA</p><p>MÁRCIO GABRIEL RAMOS MARTINS</p><p>VITÓRIA SILVA DE SOUZA</p><p>RELATÓRIO DE ESTÁGIO: CENTRO SOCIOEDUCATIVO-ASSISTENTE SOCIAL DAGMAR FEITOSA</p><p>MANAUS</p><p>2023</p><p>MÁRCIO GABRIEL RAMOS MARTINS</p><p>VITÓRIA SILVA DE SOUZA</p><p>RELATÓRIO DE ESTÁGIO: CENTRO SOCIOEDUCATIVO-ASSITENTE SOCIAL DAGMAR FEITOSA</p><p>Relatório de estágio apresentado ao curso de psicologia como requisito para avaliação na disciplina de Estágio Básico II, sob a orientação da Profª Lisiane Thompson Flores.</p><p>MANAUS</p><p>2023</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO 4</p><p>1.1 LOCAL 4</p><p>1. 1.2 SUPERVISÃO ACADÊMICA 4</p><p>2. 1.3 SUPERVISÃO LOCAL 4</p><p>2 INTRODUÇÃO 4</p><p>3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO 6</p><p>4 OBJETIVOS 7</p><p>3. 4.1 OBJETIVO GERAL 7</p><p>4. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 7</p><p>5 ATIVIDADES REALIZADAS 7</p><p>5.1 ATENDIMENTO INDIVIDUAL OU EM GRUPO 8</p><p>5. 5.2 ELABORAÇÃO DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA) 9</p><p>6. 5.3 VISITA ASSISTIDA 11</p><p>7. 5.4 LIGAÇÕES TELEFÔNICAS 13</p><p>8. 5.5 RODA DE CONVERSA 14</p><p>6 DESCRIÇÃO DO DIA DE ESTÁGIO 15</p><p>7 AUTOAVALIAÇÃO DO ACADÊMICO - 17</p><p>8 REFERÊNCIAS 21</p><p>IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO</p><p>0. LOCAL</p><p>Nome: Centro Socioeducativo – Assistente Pessoal Dagmar Feitosa</p><p>Endereço: Rua Vivaldo Lima, n°265-267 – Alvorada</p><p>Cep: 69043-660</p><p>Telefone: (92) 99324-5933 (SEJUSC)</p><p>Período de realização: 08/2023 a 12/2023</p><p>Turno: Vespertino</p><p>Carga horária total: 220horas</p><p>Carga horária local:154 horas</p><p>Carga horária de supervisão acadêmica: 66 horas</p><p>1.2 SUPERVISÃO ACADÊMICA</p><p>Nome: Lisiane Thompson Flores</p><p>CRP/AM: 20/02474</p><p>Telefone: (92)99363-9594</p><p>E-mail: lisianeflores@fametro.edu.br</p><p>Dia de Supervisão Acadêmica: Segunda-feira</p><p>1.3 SUPERVISÃO LOCAL</p><p>Nome: Jeusius Gomes Coutinho</p><p>CRP/AM: 20/01293</p><p>Telefone: (92) 99493-7609</p><p>E-mail: jcoutinho299@gmail.com</p><p>Dia de Supervisão Local: Todos os dias ao final das atividades</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Este relatório de estágio tem como objetivo descrever o aprendizado adquirido sobre o papel da Psicologia dentro do regime de medidas alternativas ao menor infrator. Comparando a teoria e a prática da psicologia na função socioeducativa, com a missão de apresentar a parte prática do que é ensinado na instituição de ensino, preparar os estagiários para lidar com as responsabilidades encarregadas á eles e fornecer um aprendizado que será levado pelos estagiários para o resto de suas vidas pessoais e profissionais, além de analisar o papel do psicólogo dentro do regime de medidas socioeducativas.</p><p>O estágio se justifica com o intuito de iniciar os estudantes no que seria sua primeira experiência profissional voltada para o curso de Psicologia. Sendo um momento de aprendizado importante que abriu a primeira porta para as oportunidades e entendimento da área. O estágio curricular contou com 2 supervisores: um excelentíssimo professor psicólogo do local de estágio e uma excelentíssima professora psicóloga da instituição de ensino.</p><p>A escolha para o local de estágio é justificada pelo interesse em participar de uma nova experiência acadêmica e ter um pequeno vislumbre sobre a carreira profissional de fato. Além de ser uma área que tem como objetivo auxiliar a ressocialização de adolescentes em conflito com a lei e que busca a ressignificação de um modelo mental elaborado em virtude da interação com o meio ao qual estão inseridos, conseguindo assistir as possibilidades futuras e formular um plano de vida.</p><p>O CSE fica localizado no bairro Alvorada, rua O Centro Socioeducativo Assistente Social Dagmar Feitosa (CSE) é um projeto Governamental criado no ano de 1983, atendendo ao adolescente do sexo masculino, em regime de internação em um período de no máximo 3 (três) anos (Art.121, 3°- ECA), sujeito aos princípios de brevidade, excepcionalmente a respeito da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Atingindo o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser libertado, colocando em regime de semiliberdade e/ou liberdade assistida. A liberação será compulsória aos 21 (vinte e um) anos de idade (Art.121, 5° -ECA).</p><p>O CSE está localizado no bairro Alvorada, rua Vivaldo Lima N° 265-267. Possui em sua faixada portaria com vigilância 24 horas, uma pequena área para estacionamento de funcionários e 4 portões de acesso, sendo 2 deles acesso direto a unidade (Anexo 1). Seu acesso é somente autorizado após a comunicação previa entre os guardas Socioeducadores da instituição. Após adentrar o CSE encontrasse um pequeno pavilhão chamado Bloco Administrativo, contendo 10 (dez) salas e 3(três) banheiros e 1 (uma) copa. Composto por uma equipe multi e interdisciplinar de diversas áreas, como: Psicólogo, Assistente Social, Direito, Enfermagem, Pedagogo, Socioeducadores, Serviços Gerais, Direto do CSE, Coordenador Técnico, Agente Administrativo, Instrutores e Almoxarife.</p><p>No Centro Socioeducativo Assistente Social Dagmar Feitosa os estagiários supervisionados podem participar de grande parte das atividades do CSE, como: Visitas assistidas, ligações aos familiares, estudo e fechamento de hipótese diagnóstica, elaboração do plano individual de atendimento (PIA) e atendimento individual ou em grupo aos Socioeducandos. Seguindo o cronograma da instituição ficam responsáveis pela elaboração da evolução dos adolescentes em atendimentos e todo e qualquer auxílio necessário ao setor de psicologia do local.</p><p>O trabalho realizado com adolescentes em conflito com a lei, requer, acompanhamento assíduo de maneira que promova o interesse individual do mesmo, para que dessa forma obtenha um insight e consiga compreender o real motivo de sua privação de liberdade e para que inicie a busca por uma mudança de vida. Há também a necessidade de se ter profissionais capacitados que atendam as demandas apresentadas pelos adolescentes e que possam contar com as mais diversas técnicas e estratégias no decorrer de seus atendimentos, tendo em vista que, o a instituição recebe adolescentes que apresentam níveis de escolaridade e cognição diferentes, influenciando assim na maneira que serão efetuados os atendimentos. Se faz essencial também profissionais desprovidos de qualquer tipo de preconceito na realização do trabalho com tais jovens, além de pensamentos e atitudes que de alguma forma possa interferir na evolução destes.</p><p>O estágio básico II iniciou-se no dia 1 (um) de setembro e teve seu término no dia 24 (vinte e quatro) de novembro, desta forma cumprindo a carga horária solicitada pela Instituição de Ensino. Tendo assim como objetivo geral relatar as atividades realizadas e os aprendizados adquiridos sobre conhecimento prático do papel de psicólogos em Centros Socioeducativos e no desenvolvimento do trabalho de ressocialização de adolescentes em conflito com a lei. Os objetivos específicos estão divididos na participação em procedimentos realizados na chegada do adolescente ao Centro Socioeducativo; Identificação de quais são as medidas de intervenção adotadas pela instituição para um bom desenvolvimento do adolescente e também a realização de atividades ligadas as práticas do profissional de psicologia dentro da instituição.</p><p>CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO</p><p>No Centro Socioeducativo Assistente Social Dagmar Feitosa, são realizadas atividades que buscam trabalhar a ressocialização de adolescentes em conflito com a lei, de maneira que possam estar aptos para voltar a sociedade. O Centro Socioeducativo atende-se um número máximo de 61 adolescentes do sexo masculino, na faixa etária de 16 anos completos, a excepcionalmente, 21 anos.</p><p>O local é composto por 4 pavilhões de internação no qual se divide por níveis, podendo o adolescente subir de nível conforme o seu comportamento. E ainda 1 quarto para adolescente recém-chegados, e 1 quarto de isolamento para adolescentes com algum tipo de enfermidade. Se tem no local uma quadra esportiva, e área de cultivo de hortaliças e criadouro de aves e peixes. É constituída por pátio com estrutura física adequada, portão e muro. O centro comporta ainda, um local (quarto) para recepção e atendimento de adolescentes enfermos, e outras situações que requeiram cuidados</p><p>especiais.</p><p>O ambiente dessa Unidade é de caráter de privação de liberdade imposto pela medida Socioeducativa, com o objetivo de mostrar efetivamente aos adolescentes a necessidade de atendimento especial.</p><p>Nessa Unidade, o controle externo das atividades e o ambiente como um todo devem são norteados por regras, horários e tarefas preestabelecidos pela equipe e de conhecimento do adolescente e de sua família.</p><p>Quanto à estrutura física, a casa está localizada em zona urbana. Os quartos são compartilhados por dois a três jovens, com a previsão de alguns quartos individuais. As salas terão atendimentos múltiplos (lazer, grupos, atendimentos vários etc.).</p><p>As salas de cunho administrativo, como direção, secretaria, psicologia, assistência social, enfermagem e de pertences de funcionários, tem utilização definida e privativa.</p><p>Nesse ambiente, há normas e regras de condutas institucionais definidas e socializadas, com estímulo à participação dos adolescentes na formulação dessas, enquanto forma de proporcionar-lhes o aprendizado de um convívio social democrático. Assim, esta definição de limites, que em geral se apresenta fragilizada em sua vida pregressa, possibilita que o adolescente adquira a percepção da existência de limitações externas, permitindo a absorção gradual das normas de convivência social, tendo em vista essa necessidade o profissional de psicologia busca criar condições para catalisar as forças de crescimento dos adolescentes, individualmente ou em grupo. Realiza os atendimentos, avaliações e encaminhamentos em prol do crescimento pessoal e social dos adolescentes e dos seus familiares.</p><p>(INFORMAÇÕES CEDIDAS POR DOCUMENTO FISÍCO DO CENTRO SOCIOEDUCATIVO E ASSISTENTE SOCIAL DAGMAR FEITOSA)</p><p>OBJETIVOS</p><p>4.1 OBJETIVO GERAL</p><p>· Relatar as atividades realizadas e os aprendizados adquiridos sobre conhecimento prático do papel de psicólogos em Centros Socioeducativos e no desenvolvimento do trabalho de ressocialização de adolescentes em conflito com a lei.</p><p>4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS</p><p>· Participar dos procedimentos realizados na chegada do adolescente ao Centro Socioeducativo;</p><p>· Identificar quais são as medidas de intervenção adotadas pela instituição para um bom desenvolvimento do adolescente;</p><p>· Realizar atividades ligadas as práticas do profissional de psicologia dentro da instituição.</p><p>ATIVIDADES REALIZADAS</p><p>O Centro Socioeducativo Assistente Social Dagmar Feitosa dispõe de atividades que devem ser realizadas em prol do bom desenvolvimento de cada adolescente. Esses procedimentos visam tornar possível a boa convivência dentro do centro, além de serem direitos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que corroboram para a evolução dos menores, permitindo que o seu processo de ressocialização seja trabalhado de uma melhor forma.</p><p>0. ATENDIMENTO INDIVIDUAL OU EM GRUPO</p><p>Os atendimentos realizados no CSE estão disponíveis na unidade em um dia da semana determinado, seguindo o cronograma de cada Psicólogo. O Sr. Jeusius Coutinho utiliza das Segundas – Feiras para a realização desta atividade de acordo com a estratégia pré-estabelecida no Plano Individual de Atendimento (PIA) ou quando solicitado pelos Socioeducandos. Para que ocorra, o responsável pelo atendimento solicita aos agentes Socioeducadores, os agentes fazem a retirada do adolescente de seu alojamento e os acompanham até o setor, onde se encontra com que está encarregado de atendê-lo.</p><p>De acordo com Carvalho (2021) o atendimento psicológico prestado ao menor em conflito com a lei deve atender o que é estabelecido pelo ECA, fazendo assim com que haja um bom desenvolvimento de forma global, atingindo todos os aspectos do indivíduo. Os seus objetivos abrangem entender todo o contexto do adolescente assim como de sua família para que a equipe possa realizar um trabalho adequado, tendo em vista as demandas de cada sujeito.</p><p>A escuta também faz parte de atendimentos individual ou em grupo dos jovens em privação de liberdade, e visa promover a elaboração de laços entre os adolescentes e a sociedade, dando abertura para que no decorrer de seu acompanhamento sejam tratados assuntos voltados para discussões políticas, sociais e jurídicas. O espaço no qual o indivíduo será atendido deve possibilitar que ele se sinta à vontade para tratar dos mais diversos assuntos que deseja (BOSSA e GUERRA; 2019)</p><p>Para Oliva et al. (2019) o atendimento grupal com jovens em conflito com a lei tem por objetivo o compartilhamento de experiências no Centro Socioeducativo e principalmente no que se diz respeito ao seu desenvolvimento dentro da instituição, mas também como forma de compartilharem suas vivências anteriores, pois se é notado a necessidade de fala dos adolescentes, porém com o propósito de proporcionar momentos de debate e reflexões coletivas.</p><p>Marcio Gabriel: A atividade foi realizada por 4 (quatro) vezes. foram executadas escutas em relação a história de vida do adolescente e a busca por uma interação, tendo em vista o diálogo limitado com alguns técnicos da instituição, a comunicação com o adolescente teve resultados positivos apontados pelo supervisor local, e no decorrer dos atendimentos foi percebido a elaboração de um vínculo terapêutico que favoreceu a continuidade desde o primeiro encontro. No entanto por motivo estreitamente particular do adolescente, os atendimentos tiveram necessariamente que serem encerrados.</p><p>Viória: O acompanhamento desta atividade ocorreu cerca de 3 (três) vezes, onde o plano para atender o adolescente já estava pré-estabelecido pelo nosso supervisor local e apenas acompanhei o mesmo.</p><p>O procedimento para que ocorra qualquer tipo de atendimento dentro da unidade, é padrão para todos os serviços. O Psicólogo solicita aos agentes Socioeducadores a presença do adolescente e aguarda que o busque. O agente desce até os pavilhões, abre a cela, o adolescente é revistado e é encaminhado até a sala do Psicólogo. Uma das primeiras coisas que foi imediatamente notada por todos os estagiários é a falta utilização de algemas em nenhuma das dependências do CSE. Isso ao primeiro momento foi encarado com certo desconforto aos estagiários, visto que é um trabalho realizado com adolescentes em conflito com a lei, privados da sua liberdade. No entanto as algemas permanecem a disposição caso haja necessidade das mesmas.</p><p>Após a chegada do adolescente a sala do Psicólogo é realizado o atendimento individual ou em grupo, sempre iniciada com uma pequena conversa informal, tentando fazer com que os adolescentes se sintam mais a vontade (Até mesmo pela presença de tantos estagiários), perguntando como estão se sentindo, o que estavam fazendo e pegando gancho que algo que eles falem e tentando sempre conseguir sua confiança e aproveitar quando estão dispostos a falar. Após esse momento de descontração, é perguntado em que podemos ajuda-lo e são passadas as orientações necessárias. O agente Socioeducador permanece na porta ao lado de fora da sala e quando finalizada a atividade o adolescente é acompanhado até sua cela, revistado novamente e é liberado a entrar na mesma.</p><p>5.2 ELABORAÇÃO DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA)</p><p>O plano individual de atendimento (PIA), se trata de um documento que faz parte do prontuário de todo e qualquer adolescente, utilizado como uma forma de se identificar as problemáticas e estabelecer intervenções e metas com prazo a serem desenvolvidas com os jovens em conflito com a lei. Todos os setores (jurídico, de psicologia, de enfermagem, pedagógico e de serviço social) necessitam fazer o PIA de cada adolescente por qual estejam responsáveis.</p><p>De acordo com Lopes (2015) os adolescentes em conflito com a lei, enquanto parte do Centro Socioeducativo devem ser atendidos pelos mais diversos tipos de áreas técnicas, que devem estabelecer as reais necessidades de cada jovem, levando em conta sua subjetividade e as possibilidades de desenvolvimento. O plano individual de atendimento deve considerar veementemente o contexto da história de vida do sujeito.</p><p>Como afirma Cordeiro (2019) o PIA é utilizado como um instrumento</p><p>que busca a previsão e gestão de atividades a serem desenvolvidas, desta forma assegurando os direitos dos adolescentes em privação de liberdade. Assim tem caráter de extrema importância no decorrer do processo de socioeducação, pois tem enfoque nas potencialidades de suas características.</p><p>O plano individual de atendimento tem o viés fazer com que as áreas que fazem parte do Centro Socioeducativo realizem um trabalho interdisciplinar e multidimensional, tendo como base a trajetória infracional do adolescente. O PIA é onde o indivíduo pode ser categorizado de acordo com suas competências, que são descobertas através de entrevistas realizadas nos primeiros atendimentos, onde são fornecidos relatos que serão interpretados de forma que auxiliem no desenvolvimento do jovem (OLIVEIRA; 2019).</p><p>Marcio Gabriel: No decorrer do estádio a atividade foi realizada por 3 (três) vezes. As participações na elaboração do plano individual de atendimento (PIA) foram concluídas com sucesso. Nos primeiros momentos eram realizadas entrevistas para saber a trajetória do adolescente até chegar ao Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, feitas as devidas anotações, eram repassadas e estruturadas em um modelo de PIA, levando em conta as necessidades e competências de cada indivíduo.</p><p>Vitória: Para que o Plano Individual de Atendimento (PIA) seja realizado o responsável técnico ou seja o técnico de referência do adolescente, precisa fazer o Diagnóstico Polidimensional. Um documento feito alguns dias após a chegada no adolescente no CSE, que tem como objetivo entender o percurso da sua vida até o momento da internação no CSE. Nele constam informações básicas como: Nome, data de nascimento, nome dos pais, com quem residia, localidade, escolarização, drogadição, idade de entrada ao uso de ilícitos, primeiros atos infracionais, momento da apreensão e outros dados que são importante para a produção do PIA. Esse é um dos mais importantes documentos produzidos no CSE, pois através dele que o PIA pode começar a ser elaborado. O PIA é dito pelos técnicos como a Vida do adolescente dentro do Centro, nele constam informações pessoais, documentos a respeito da escolarização, sentença, laudos médicos/psiquiátricos, e a evolução do adolescente dentro do centro. Os estagiários são responsáveis por detalhar a evolução dentro do PIA, sempre que cada atividade for realizada.</p><p>O adolescente realizou a ligação telefônica a sua genitora com o intuito de fortalecer os vínculos afetivos.</p><p>O adolescente solicitou atendimento do setor de psicologia, visto ao intenso calor que tem feito na região e isso acabou dificultando sua boa convivência aos demais e lhe trouxe pensamentos tumultuados.</p><p>Após a vistoria do supervisor, ele assina e carimba afirmado a realização da atividade.</p><p>O registro da evolução de cada adolescente é muito importante na comprovação do suporte fornecido dentro do CSE, e pode-se observar através do mesmo seu empenho e participação no cumprimento das metas e compromisso na busca da alteração do modelo mental.</p><p>A atividade foi realizada 5 (cinco) vezes do decorre do período de estágio.</p><p>5.3 VISITA ASSISTIDA</p><p>Esta atividade é organizada de acordo com o técnico responsável, os dias em que cada técnico ficará à frente da atividade para receber e determinar as salas onde ocorrerão as visitas são estabelecidas antecipadamente. As visitas ocorrem nas terças e quartas-feiras, sendo nas terças-feiras as visitas de companheiras dos adolescentes, e nas quartas-feiras são recebidos os familiares. As visitas são programadas para iniciarem às 14:00 horas, finalizando as 16:00 horas. Conforme a chegada dos familiares, os mesmos passam por uma revista em seus pertences e alimentos e são encaminhados a uma sala para que seja realizada a visita de forma assistida. Os Socioeducadores são responsáveis por buscar os jovens em suas celas, realizar a revista, e são eles acompanhados até o encontro de seus familiares. Com isso um membro da equipe do Centro Socioeducativo, incluindo estagiários, devem acompanhar o decorrer da visita, de modo a observar e interagir com os participantes, contribuindo no fortalecimento do vínculos entre as parte. Além de atentar para os conteúdos trazidos pelos familiares, e compreender da melhor forma o contexto familiar de cada adolescente privado de liberdade. É orientado aos visitantes que evitem trazer informações ruins de doenças, situações relacionadas ao tráfico de drogas ou qualquer outra informação que possa prejudicar a permanência e bem estar do adolescente no CSE.</p><p>Para Medeiros e Paiva (2015), as visitas são essenciais na participação da elaboração do PIA, e no auxílio para o desenvolvimento do adolescente no centro. Os momentos de encontro entre os jovens e seus familiares possibilita que os mesmos se façam presentes na rotina da instituição. Se trata ainda de um direito fornecido pelo ECA e SINASE, sendo utilizado como forma de manter ou reconstruir os vínculos familiares, um método que objetiva contribuir para a evolução do menor infrator.</p><p>As visitas que são um direito dos familiares de adolescentes em privação de liberdade permitem que os fatores emocionais positivos trazidos por pelos mesmo, auxilia para desenvolvimento do vínculo afetivo, que em muitos casos de adolescentes em conflito com a lei, encontra-se completamente rompido ou desestruturado, colaborando também para o empenho do jovem, e alterando o clima duro e hostil percebido dentro de um Centro Socioeducativo (PINHEIRO, 2022).</p><p>Segundo Gomes (2018), o objetivo da visita assistida é além de fortalecer o vínculo familiar, também conseguir compreender quais as respostas emocionais, os conteúdos trazidos, as expressões e como funciona a interação entre os sujeitos, que trará contribuição no momento de estabelecer diretrizes de trabalho, mas para isso é necessário que haja um mediador fazendo as devidas análises observacionais, daí surge a necessidade de visitas assistidas.</p><p>Marcio Gabriel: Esta atividade foi realizada por 9 (nove) vezes durante o período de estágio. Estes momentos foram desenvolvidos com o devido cuidado, tendo como resultado êxito na interação com as famílias que realizavam as visitas. Eram feitas as devidas apresentações de quem iria acompanhar a visita e após se iniciava a interação e a observação e escuta dos conteúdos compartilhados de forma voluntária.</p><p>Vitória: Essa atividade foi realizada por 10(dez) vezes durante o período de estágio. Logo nas primeiras visitas, pude ter uma melhor dimensão do papel crucial que a família tem na formação do ser, quanto seus membros são necessários e o como a falta de um deles reflete na elaboração cognitiva de cada adolescente. É impossível deixar de notar a falta da figura paterna e em quase (se não) todas as visitas. Eu mesma nunca presenciei nenhuma visita dos mesmo. Mas, mais importante ainda, seria relatar o quanto o apoio familiar no momento da privação de liberdade é importante, a falta de visita aos jovens os deixa incapacitados de conseguir enxergar uma melhor perspectiva de suas vidas. E a visita sendo de forma negativa também é traz uma carga emocional ainda maior quando ao final o adolescente precisa retornar a sua cela.</p><p>5.4 LIGAÇÕES TELEFÔNICAS</p><p>As ligações telefônicas são realizadas nas quintas-feiras, determinadas como um direito de adolescentes remanejados do interior para o Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, que não tenham nenhuma familiar morando na cidade de Manaus. Para que ocorra a ligação a equipe técnica responsável solicita aos agentes Socioeducadores que retire o adolescente de seu alojamento e o leve até a sala onde se encontra com seu técnico de referência, que faz a ligação para um membro da família. A chamada deve durar até 5 (cinco) minutos, a todo momento no modo viva-voz e sempre acompanhada por um membro da equipe técnica, incluindo estagiários.</p><p>De acordo com Vinuto (2020), as ligações telefônicas, são meios favoráveis para que se estabeleça o contato de adolescentes privados de liberdade com seus familiares. Uma forma de sua família saber quais são as condições</p><p>do jovem enquanto interno do centro socioeducativo, gerando alívio em seus genitores após as conversas.</p><p>Segundo Lima e Santiago (2016), as ligações são procedimentos restritos para adolescentes que tem seus familiares residindo em interiores e que não tem a possibilidade de receber visitas presenciais, tendo um tempo estipulado para cada ligação, de forma que contribua para a manutenção do vínculo familiar e possa manter a família informada sobre o estado do adolescente, enquanto residente do Centro Socioeducativo.</p><p>O desenvolvimento dos adolescentes em conflito com a lei nos Centros Socioeducativos está muito ligado a sua relação com a família, pois ela serve como base para se obter informações extremamente necessárias no processo de trabalho com esses jovens, daí as ligações se mostram imprescindíveis no ponto de estabelecer ou recuperar o vínculo afetivo familiar dos jovens com seus genitores (OLIVEIRA, 2021).</p><p>Marcio Gabriel: Esta atividade foi realizada 4 (quatro) vezes no período correspondente ao estágio supervisionado. Desenvolvida com sucesso todas as vezes que solicitado e em seus primeiros dias com as devidas orientações do supervisor local, permitindo com que o procedimento fosse realizado com resultado com resultados positivos. Tratando do acompanhamento enquanto ocorre a ligação e conversa do adolescente com sua genitora, e tendo controle sobre o tempo estipulado da ligação.</p><p>Vitória: Esta atividade foi realizada 3 (três) vezes no período da realização do estágio.</p><p>Nem todas as vezes que o adolescente tenta realizar sua ligação ele tem sucesso. Isso se da por vários fatores, como: A moradia dos responsáveis é no interior e muitas vezes não há sinal ou eles podem estar realizando alguma atividade e não podem atender. Entretando, quando realizada com sucesso os adolescentes costumam avisar que estão bem, se estão precisando de algo dentro do CSE e quando os parentes vem visitar. Geralmente ao final da ligação o supervisor local pede para falar com os responsáveis e dizer ele mesmo que o rapaz está bem e procura coletar a informação de quando os parentes pretendem visitar pessoalmente. Em caso de audiência próxima ele também os avisa e costuma chamar para participarem.</p><p>5.5 RODA DE CONVERSA</p><p>As rodas de conversas ocorrem em momentos oportunos, e como meio de conscientização e interação entre a equipe técnica da instituição e os adolescentes em conflito com a lei. O espaço no qual ocorre a atividade geralmente são ornamentados, com o intuito de torná-lo mais receptivo e propício para interação. Sendo um modo de obter informações necessárias sobre as perspectivas dos jovens em relação aos mais diversos assuntos abordados e permitindo que haja um troca de experiências com os participantes.</p><p>Para Miranda e Onofre (2020), as rodas de conversas em Centro Socioeducativos são metodologias que permitem com que os adolescentes em privação e liberdade compartilhem vivências e experiências e quais são os reais significados delas para cada indivíduo. Dentro desse contexto os jovens costumam ter um momento de expressar seus conteúdos e perspectivas sobre os temas.</p><p>Segundo Moura e Lima (2015), a metodologia utilizada na roda de conversa possibilita com que os mediadores colham informações que irão auxiliar na construção de objetivos para serem trabalhados de forma individual com cada sujeito, observando aspectos singulares como seus construtos, maneira de interagir e o que compõe seu modelo mental.</p><p>Este tipo de atividade colabora ainda na interação entre os jovens e permite que os mediadores contribuam por meio de conscientização sobre assuntos que permeiam a sociedade, sejam eles, políticos, jurídicos e/ou sociais, tendo assim uma construção de compartilhamento de conhecimento e informação. Uma forma democrática de interação de aprendizagem para os participantes (COSTA E PEDROZA, 2023).</p><p>Marcio Gabriel: Esta atividade foi realizada apenas 1 (uma) vez no decorrer do estágio. Atividade foi elaborada pelos estagiários de psicologia, como um momento em alusão ao setembro amarelo, com o tema “valorização à vida”, teve como público-alvo os adolescentes em conflito com a lei presentes no Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa. A interação teve início com a mediadora da roda de conversa e em seguida outros participantes abordavam assuntos com o intuito de estimular a interação dos jovens. Atividade foi concluída com sucesso.</p><p>Vitória: A roda de conversa é uma atividade comum dentro do CSE, entretanto para os estagiários de psicologia esse semestre foi ministrado apenas uma única vez, tendo como foco valorização a vida, celebrado no mês de Setembro como mês alusivo de prevenção ao suicídio. A roda de conversa foi mediada por mim, onde era obrigatória a participação de todos os estagiários. Após a discussão previa entre os estagiários na semana anterior, foi acordado a realização de algumas dinâmicas com o intuito de fazer com que os adolescentes participassem ativamente da roda de conversa e após isso cada um dos estagiários ficaria responsável pela intervenção e inicio de uma nova pauta para que a dinâmica fluísse. Foram trazidos 4 (Quatro) adolescentes para participar e assim demos início a roda de conversa. Fiquei bastante surpresa pois logo no início da atividade já tivemos a participação de quase todos e foi ótimo perceber que alguns deles já tinham conhecimento sobre o que o Mês do Setembro Amarelo significava. Conseguimos fazer com retirassem a ideia errada sobre o tema (Mês do suicídio como um deles falou) e trazer o foco principal que seria a valorização a vida.</p><p>DESCRIÇÃO DO DIA DE ESTÁGIO</p><p>Marcio Gabriel: A descrição será a respeito do dia 13/09/2023, no qual foi realizada uma roda de conversa em alusão ao setembro amarelo com tema “Valorização à Vida”, entre os estagiários de psicologia e alguns adolescentes da instituição (socioeducandos). No dia em questão às 12:30 horas ocorrera minha chegada no Centro Socioeducativo Assistente Social Dagmar Feitosa. Após a chegada, me encaminhei até o refeitório para fazer a refeição. Às 12:50 horas deu-se início nos preparativos para o dia de estágio. A partir das 13:00 horas, com a chegada de todos os membros e colegas de estágio, houve uma pequena reunião para se tratar de qual maneira se daria o início, o decorrer e o fim da roda de conversa, que já havia sido programada desde o início do mês de setembro, além da troca de ideias sobre como abordar o tema, com o auxílio do supervisor local. A reunião durou até às 14:00 horas, momento que iniciamos a ornamentação da sala que nos foi disponibilizada para realização da atividade, após 40 minutos foi solicitado aos agentes que encaminhassem os adolescentes até a sala. Participaram da ação um total de 6 (seis) socioeducandos, selecionados pela própria instituição e 4 (quatro) estagiários de psicologia. Sob supervisão do preceptor do local.</p><p>A atividade se deu início às 15:00 horas, com a mediadora da roda de conversa explanando sobre o assunto que seria abordado, em seguida a palavra era repassada para os demais participantes. Minha manifestação se deu sobre quais seriam os meios de ajuda e orientar a quem procurar em momentos de pensamentos conflitantes e/ou negativos, sempre buscando fazer questionamentos que estimulassem a interação dos adolescentes. A roda de conversa prosseguiu com dinâmicas para abordar o tema de outras formas. A atividade ocorreu até às 16:00 horas, onde fizemos o encerramento e agradecimentos pela participação. Logo após, houve uma pequena supervisão do preceptor local que pontuou aspectos positivos e pontos a se melhorar de cada um dos estagiários. Após o momento de supervisão o preceptor realizou a liberação dos estagiários e encerrou o dia.</p><p>Vitória: Minha tarde de estágio iniciou ao final da aula às 11h30 quando me desloquei até o Centro Socio Educativo – Assistente Social Dagmar Feitosa. Chegando à unidade as 12h00, assinei minha entrada e aguardei o agente liberar minha entrada ao bloco administrativo. Almocei na copa do Centro, fiz minha higiene e iniciou-se o período de estágio. Me desloquei</p><p>até a sala técnica de reuniões (que era onde estamos realizando nossas atividades devido a falta de Ar-Condicionado/Ventilador na sala do nosso supervisor), onde encontrei os outros colegas que estavam aguardando a chegada do supervisor. Após sua chegada as 13h10, foi nos informado que receberíamos a Mãe de x para visita. Apesar das visitas serem realizadas as Quartas, há exceções quando o familiar não pode comparecer naquele dia.</p><p>A mãe do x chegou ao CSE cerca de 14h30, e o restante dos estagiários já estavam realizando outras atividades e eu acompanhei o Sr. Jeusius a essa visita. As 14h40 foi solicitado que o adolescente fosse trazido para a realização da visita e o agente socioeducador foi buscá-lo. A visita dessa família sempre é muito forte, cheia de embates, falta de um diálogo saudável, apontamentos e é notório a falta de vínculo afetivo de ambas as partes, o que em partes justifica falta de caráter e má conduta em toda a trajetória da vida o x. Após uma intensa discursão a respeito da saída ou não do adolescente do CSE, ele acabou perdendo a paciência e ofendendo a Mãe com palavras de baixo calão, fez o pedido ao Psicólogo para ser levado de volta a sua cela e ao sair esbravejou para que a mãe não voltasse, que nunca pediu para nascer e que nunca pediu que ela viesse visita-lo no CSE ou em qualquer outra unidade que já tenha permanecido. Nesse momento dentro da sala, permaneciam somente eu e a mãe do socioeducando, onde ela ao ouvir as palavras do x disse “Amém. Graças a Deus”. Ao Psicólogo retornar a sala ela muda abruptamente de postura e age de forma que pareça estar indignada com o episodio entre o filho e ela, sempre dizendo que quando o filho está na presença de outras pessoas age dessa forma “Querendo se mostrar”. Por fim, a mãe permanece mais um tempo na sala e logo em seguida é liberada a sair da unidade.</p><p>Por fim, os outros estagiários retornam da atividade, nos encontramos cerca de 16h na sala técnica e cada um faz sua autoavaliação sobre o que foi feito no estágio naquele dia, como se sentiu em relação a isso e quais os pontos relevantes a serem observados. Feito isso, somos liberados as 16h30, assinamos a lista de frequência e o dia se encerra.</p><p>AUTOAVALIAÇÃO DO ACADÊMICO -</p><p>Vitória:</p><p>Durante os meses de estágio, fui capaz de ter minha primeira experiência profissional na área da Psicologia Social. A princípio me encontrava com certo receio, por não saber o que esperar do CSE, visto que nunca tinha adentrado uma unidade de internação antes. Fui capaz de adquirir muito conhecimento a respeito da alternativa de medida, como funciona o trabalho de reinserção do menor infrator a sociedade e o quanto a Psicologia desempenha um papel fundamental dentro do Centro.</p><p>A carga horária exigida pelo local era de 3 dias semanais de 13h às 17h, ficando livre o restante dos dias para quem se sentisse a vontade de participar das demais atividades. Não fui uma das pessoas a ir em outros dias, mas ao tempo que permaneci da unidade me esforcei ao máximo para adquirir a maior quantidade de experiência possível. Fui capaz de colocar em prática meus conhecimentos teóricos, identificar minhas falhas e trabalhar nelas, abandonar hábitos prejudiciais, desenvolver habilidades úteis para minha carreira e conhecer profissionais que desempenham o papel da Psicologia com tamanha maestria que pode até parecer fácil a outros olhos.</p><p>Supervisor Local e Local de Estágio: O Psicólogo Jeusius Coutinho, nosso supervisor acadêmico conseguiu para mim, exemplificar e simplificar o papel da psicologia na prática de uma maneira a encantar os olhos. Mostrando a mim e aos outros colegas sempre muita empatia quando não conseguíamos acompanhar seu ritmo de raciocínio, sempre passando materiais de leitura para que entendêssemos a dinâmica do local de estágio, os documentos que são feitos no local, sua rotina e a missão do CSE.</p><p>Essa empatia não se direciona somente a mim e aos meus colegas de estágio, mas se expande a todos os jovens que se encontram privados de liberdade dentro do CSE. Sempre relembrando que todos estão reclusos de liberdade por conflito com a lei, alguns deles com uma sentença até branda, pela gravidade do delito cometido. Mas nunca deixando de atender a todos de acordo com o que rege o código de ética do psicólogo.</p><p>Dentro do local de estágio existem muitos outros profissionais que trabalham (teóricamente) com o intuito da ressocialização do menor, como: Serviço social, enfermagem, setor jurídico e outros. Uma das coisas que nosso supervisor sempre deixou bem claro a todos é o quanto a falta de comprometimento da equipe tem sido prejudicial aos meninos do Centro. Visto que quando chega um menino considerado “Difícil” é de alguma forma providenciado sua soltura. Como ele mesmo falou é uma espécie de acordo velado (que ele não concorda), existente entre a equipe para que daqui a 3 (três) meses, quando houver uma nova audiência o relatório seja favorável a Progressão de medida alternativa. Sendo uma das únicas situações que causaram certo desconforto em mim, pois durante a longa jornada acadêmica, temos a crença que a profissão escolhida por nós, será reconhecida e que faremos a diferença. No mais a todos os profissionais dentro do CSE foram muito receptivos quanto a nossa presença, assim como os próprios socioeducandos.</p><p>Quanto aos meus colegas de estágio nossa convivência foi muito boa, a todo momento todos se ajudando com relação as atividades e sempre que Sr Jeusius precisava de nos como um time as expectativas foram cumpridas.</p><p>Marcio Gabriel: Em uma análise relacionada ao meu período enquanto estagiário, percebi que no início da experiência alguns procedimentos ligados ao trabalho da psicologia em um centro socioeducativo me causaram dúvidas sobre ser capaz de realizá-los. A partir dessas dúvidas e o anseio por participar de todas as atividades propostas, solicitei ao supervisor local a permissão para me fazer presente todos os dias no Centro, após o aceite, houve empenho dedicação que foram percebidos pela evolução nas realizações das atividades, no qual eram concluídas com sucesso. Tendo um bom proveito no ensino e nas orientações passadas e podendo colocar em prática os conhecimentos teóricos aprendidos em sala, além de adquirir o conhecimento a respeito do processo socioeducativo.</p><p>Em relação ao supervisor local, no que se refere a sua função, cumpriu com eficiência. Em todos os momentos mostrando o trabalho que deve ser feito durante o processo de ressocialização de adolescentes em conflito com a lei, também nos orientando em como fazê-lo, destacando o passo a passo de cada procedimento com os recursos que lhe eram fornecidos e sempre buscando extrair de cada um de seus estagiários as competências necessárias para se fazer um bom trabalho.</p><p>No que diz respeito ao supervisora acadêmica, não há nenhuma crítica de forma negativa, pois em todas as supervisões se mostrou bem interessada em orientar os alunos nas mais diversas áreas de estágios, compartilhamento seu conhecimento e experiência para ajudar nas questões e dúvidas de todos os discentes do curso de psicologia, além de se fazer presente no acompanhamento da situação dos estagiários, mantendo contato com os gestores e supervisores dos locais de estágio para dessa forma entender o estado de desenvolvimento de cada um.</p><p>Centro Socioeducativo Assistente Social Dagmar Feitosa dispõe de um ambiente regular, que supre suas necessidades. Conta com uma estrutura que permite receber um número considerável de adolescente e os fornece o que está previsto em lei, e proporcionar salas para que os profissionais das mais diversas áreas possam fazer seus trabalhos.</p><p>O grupo de estagiários do qual fiz parte, a todo momento foi uma equipe unida e proativa. Com colegas que buscavam sempre ajudar nos procedimentos, e até mesmo nas orientações, que muitas das vezes passam despercebidas. Tendo em vista que grande parte das atividades que foram solicitadas eram realizadas em grupo, a equipe procurava concluí-las de forma correta, trocando ideias e com o trabalho coletivo.</p><p>Apesar das subjetividades evidentes no grupo de estágio, não foram percebidas desavenças que pudessem prejudicar o desenvolvimento de cada um dos estagiários.</p><p>A equipe técnica multidisciplinar do Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa nos recebeu com respeito em todos os momentos, compartilhavam conhecimentos e nos mostrava pequenos detalhes de seus trabalhos, e se mostrava em sua grande maioria comprometida e eficiente, porém a pouca comunicação e o conflito de ideias não resolvido acabava, fazendo com que, em alguns casos, o trabalho em sua conjuntura não atingisse a expectativa desejada.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CARVALHO, Isabela Sousa. Case: centro de atendimento socioeducativo-Goiânia/GO. 2021</p><p>BOSSA, D. F.; GUERRA, A. M. C. 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Dissertação (Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022.</p><p>GOMES, Paulo César Hartung, A. R., Potratz, A., dos Santos, J., Lovo, R. A., Faquinote, C. L., & Valejo, N. G. Caderno de orientação técnica, p 37, 2018.</p><p>VINUTO, Juliana. Ecos da pandemia nos sistemas socioeducativos: Masculinidades caricatas e suas propagações securitárias. Dilemas: Rev. Estud. Conflito Controle Soc., seção excepcional Reflexões na Pandemia, p. 1-13, 2020.</p><p>LIMA, Monaliza Lima; SANTIAGO, Vanessa de Lima Marques. Crise Jurídico-Institucional nos Centros Educacionais de Fortaleza: Uma Ameaça aos Direitos Fundamentais dos Adolescentes em Conflito com a Lei. Revista de Movimentos Sociais e Conflitos, v. 2, n. 1, p. 63-84, 2016.</p><p>OLIVEIRA, Gilvan Santos de. Um olhar sobre os direitos das adolescentes do Centro Socioeducativo Aldaci Barbosa Mota. 2021. 44 f. 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