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Dos Crimes Contra a Inviolabilidade de Correspondência


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Dos Crimes Contra a Inviolabilidade de Correspondência
Dos Crimes Contra a Inviolabilidade de Correspondência
VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA ART. 151 "CAPUT"
CONCEITO
O crime de A violação de correspondência está definido no art. 151: A Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência" o Código Penal zela também "Dos crimes contra a liberdade" neste caso específico do art. 151 caput, porém tacitamente revogado pelo art. 40 lei nº 6.538/78 ( dispõe sobre os crimes contra o serviço postal e o serviço de telegrama) com o seguinte "devassar indevidamente o conteúdo de correspondência dirigida a outrem" (pena: detenção, até seis meses ou pagamento não excedente a vinte dias-multa). Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.
TUTELA JURÍDICA
Tutela-se a liberdade de correspondência pessoal ou jurídica, ou seja, a liberdade de comunicação de pensamento transmitida por intermédio das correspondências.
AÇÃO NUCLEAR
A ação nuclear do tipo consubstancia-se no verbo devassar, significando invadir, olhar, tomar conhecimento do conteúdo da correspondência. O objeto do crime é a correspondência fechada. Correspondência, nos termos do art. 47 da lei 6.538/78, é toda comunicação de pessoa a pessoa, por meio de carta, através de via postal, ou por telegrama" sendo exigido que a mesma esteja fechada, se tiver aberta não configura interesse do remetente em se resguardar, o que a lei incrimina é tão somente o ato tomar conhecimento do conteúdo da correspondência alheia.
O tipo penal exige que a devassa na correspondência alheia seja indevida, o agente portanto, não poderá dar autorização para terceiro, discute-se a violação exercida pelo cônjuge, para caracterizar crime doutrinadores entendem que o cônjuge que não concordar deverá expressar a negativa ou não concordância com a violação para caracterizar crime.
SUJEITO ATIVO
Trata-se de crime comum.Qualquer pessoa pode cometer o delito em destaque, com exclusão do remetente e do destinatário, um manifesta seu pensamento outro porque recebe a manifestação.
SUJEITO PASSIVO
Trata-se de dupla subjetividade passiva. Os sujeitos passivos são o remetente e o destinatário a violação pode afetar a intimidade de ambos. Segundo o artigo 11 da lei 6.538/78: "os objetos postais pertencem ao remetente até a sua entrega".
ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO
É punível somente a título de dolo, consubstanciado na vontade de devassar indevidamente a correspondência alheia. O erro de tipo afasta o dolo. Assim, não há crime se o agente abre a correspondência supondo ser ele o destinatário.
Não a previsão da modalidade culposa.
MOMENTO CONSUMATIVO
Consuma-se o delito no momento em que o agente toma conhecimento da correspondência fechada. Não basta a abertura da correspondência para que o crime se de por consumado; e necessário o conhecimento pelo autor do de seu conteúdo.
TENTATIVA
Admite-se a tentativa, quando o individuo é surpreendido tentando abrir correspondência de outrem, e por intervenção não necessariamente do destinatário, não se consuma o conhecimento de seu conteúdo.
LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
Por se tratar de infração de menor poder ofensivo, incide as disposições da lei 9.099/95, inclusive a suspensão condicional do processo.
AÇÃO PENAL
Apura-se o crime mediante ação penal pública condicionada à representação da pessoa ofendida.
SONEGAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA ART 151 § 1º, I
CONCEITO
O art. 151. § 1º, I, contempla o crime de sonegação ou destruição de correspondência, e foi tacitamente revogado pelo art. 40 da lei 6.538/78, cuja redação é semelhante à daquele: "incorre das mesmas penas quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada, para sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte". Trata-se de crime formal. Pune-se a conduta de se apossar de correspondência alheia com o fim de sonegá-la ou destruí-la, ao contrário do art. 151caput CP, pois este pune a conduta de destruir ou sonegar correspondência alheia.
ELEMENTOS DO TIPO
AÇÃO NUCLEAR
A ação nuclear do tipo é o verbo apossar, significando reter, apoderar-se da correspondência alheia. Trata-se de crime de ação livre. Assim, o apossamento pode-se dar de diversas formas: fraude, violência, ameaça. Diferencia-se da violação que pune a violação, este pune o ato de apoderar, pouco importando se o agente violou ou não a correspondência. Não a concurso material, pune-se o elemento normativo do tipo.
SUJEITO ATIVO E PASSIVO
Os mesmos do art. 151, caput.
ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO
É o dolo, consubstanciado na vontade de apossar indevidamente da correspondência alheia. Além do dolo. A lei exige um fim especial de agir, com a vontade de sonegar ou destruir a correspondência alheia. Não a previsão da modalidade culposa.
MOMENTO CONSUMATIVO
Consuma-se o delito no momento em que o agente apodera-se da correspondência, tratando-se de crime formal, não se exigindo que o agente a destrua, basta o simples apossamento.
TENTATIVA
Admite-se a tentativa, quando o individuo é surpreendido tentando abrir correspondência de outrem, e por intervenção não necessariamente do destinatário, não se consuma o conhecimento de seu conteúdo.
LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
Por se tratar de infração de menor poder ofensivo, incide as disposições da lei 9.099/95, inclusive a suspensão condicional do processo.
AÇÃO PENAL
Apura-se o crime mediante ação penal pública condicionada à representação da pessoa ofendida.