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APS - direito do trabalho - uber

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Thalia Silva

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<p>APS – DIREITO DO TRABALHO</p><p>Thalia Lacerda Silva</p><p>Orientadora: Bárbara de Cezaro</p><p>Canoas</p><p>2022</p><p>No século XXI, começou o desenvolvimento dessa classe de</p><p>trabalhadores chamados motoristas de aplicativos, que para sociedade é muito</p><p>importante. Atualmente eles fazem toda diferença na vida da população.</p><p>Todavia, cita-se a praticidade e facilidade que as pessoas encontraram em seu</p><p>dia, depois do surgimento de aplicativos de transportes, sendo que esse</p><p>transporte é de carro onde já facilita a locomoção comprada a ônibus por</p><p>exemplo, o custo da vigem não é alto, é conforme a distância que o carro</p><p>percorrerá, e esse serviço é disponibilizado todos os dias, claro cada viagem</p><p>você vai chamar no aplicativo e vai ser motoristas diferentes, mas englobando</p><p>em um todo, essa classe de trabalhadores chamados “motoristas de aplicativos”</p><p>está sendo muito bem recebida pela sociedade.</p><p>Conforme análise do documento da “UBERIZAÇÃO: UM ESTUDO DE</p><p>CASO — AS TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS COMO PADRÃO DE</p><p>ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NO SÉCULO XXI”. Todavia, os motoristas que</p><p>trabalham com o aplicativo, se pronunciaram através de depoimentos, que por</p><p>sua vez, são testemunhas de como eram feitas as contratações pela empresa</p><p>de aplicativos. Alguns motoristas que foram entrevistados através de entrevistas</p><p>presenciais como qualquer outro vínculo de trabalho, ou como qualquer outra</p><p>empresa entrevistaria um empregado. Com isso, a empresa exige desses</p><p>motoristas pessoalidade, sendo assim, eles não podem emprestar sua conta</p><p>para outra pessoa trabalhar por eles, somente a pessoa que está cadastrada em</p><p>determinada conta que pode fazer uso dela, em caso contrário a empresa do</p><p>aplicativo pode aplicar penalidade no motorista de até bloqueamento de sua</p><p>conta, e extinção de seus serviços no aplicativo. Por seguinte, nos depoimentos</p><p>fica claro, outra posição que vale ser citada, o motorista além de se cadastrar no</p><p>aplicativo para poder prestar esse serviço, ele ainda precisa ter da autorização</p><p>e liberação da empresa do aplicativo, a empresa recebe os dados do motorista</p><p>e faz uma análise se ele pode ou não trabalhar para eles, só depois dessa</p><p>liberação que o motorista pode circular como um motorista de aplicativos, e em</p><p>caso da empresa não fazer essa liberação o motorista jamais pode prestar esse</p><p>serviço, pois sua conta não vai autorizada para circulação.</p><p>Referente a onerosidade, o motorista da Uber tem comprovações</p><p>documentais de como é realizado esses pagamentos. Todavia, menciona-se a</p><p>forma de pagamento pelo serviço prestado: em caso de o passageiro realizar o</p><p>pagamento da sua viagem em espécie (dinheiro), o motorista repassa para Uber</p><p>a parte da empresa, e se for caso de o passageiro realizar o pagamento através</p><p>de cartão de crédito/débito, a empresa a “Uber” tira à sua parte destinada a</p><p>empresa e repassa para o motorista a parte dele, e esses pagamentos são feitos</p><p>semanais.</p><p>Portanto, diante do cenário, a Uber não pode afastar o pressuposto de</p><p>onerosidade, pois esses depoimentos indicam como um todo a característica do</p><p>vínculo da empresa com o motorista referente a característica onerosidade.</p><p>Podendo ainda citar, que o trabalho desenvolvido e remunerado pela Uber se</p><p>considera uma onerosidade objetiva, e a índole econômica que o motorista faz</p><p>a prestação de serviço para empresa caracteriza-se onerosidade subjetiva.</p><p>Obviamente a empresa não gosta que os motoristas trabalham com</p><p>eventualmente, por isso a Uber decreta algumas regras, que nos depoimentos</p><p>foram revelados, que se o motorista mediante um mês não realizar nenhuma</p><p>viagem ele seria penalizado com a sua conta, ela seria extinta e não poderia usa-</p><p>la até nova permissão. Portando, tem que ser analisado o caso concreto, levando</p><p>em conta, o princípio da primazia da realidade sobre a forma, sendo assim, esse</p><p>princípio defende o que realmente acontece no dia a dia do motorista de Uber e</p><p>fala sobre o que está escrito em práticas documentais, valendo-se de o princípio</p><p>sempre dar preferência para a primeira opção, o que está se sucedendo</p><p>realmente diante dos fatos no dia a dia desse motorista, ele está trabalhando</p><p>com eventualidade ou com não eventualidade.</p><p>Inquestionavelmente, menciona-se referente as escolhas dos motoristas</p><p>para determinada viagem e valores das mesmas. O passageiro entra pelo</p><p>aplicativo faz a solicitação da viagem, e é a própria empresa a Uber, é quem</p><p>destina para qual motorista irá tocar a viagem e qual vai ser o valor a ser cobrado.</p><p>Com isso, já tem julgados falando sobre esse assunto, e responsabilizando</p><p>somente a empresa quando há alguns vícios e erros na prestação do serviço ou</p><p>na condução do veículo. Justamente porque é a empresa quem faz essa escolha</p><p>de qual será o motorista.</p><p>Além da Uber ser considerada uma empresa de transportes, pode-se</p><p>afirmar que ela desenvolve um papel nas tecnologias no meio do processo da</p><p>realização das viagens, pois nos depoimentos falam, que a Uber informava aos</p><p>motoristas aonde iria ter demanda de pessoas nos próximos dias, desse modo,</p><p>os motoristas ganhavam fazendo suas viagens mais a empresa também</p><p>ganhava, por eles fazerem mais viagens geraria mais valor para empresa</p><p>consecutivamente. Por fim, a empresa tem o intuito de o motorista não trabalhar</p><p>eventualmente, a Uber disponibiliza promoções, premiações e entres outras</p><p>coisas, para chamar a atenção do motorista, dessa maneira, automaticamente o</p><p>motorista que trabalhar e ganhar, e esse trabalho prevê como um não</p><p>eventualidade.</p><p>Com efeito, diante todas essas caracterizas já citadas, menciona-se uma</p><p>das mais importantes e definitiva para definir se há vínculo de empregado e</p><p>empregador diante uma empresa, menciona-se a “subordinação”, esse requisito</p><p>muitas vezes define todo o caso. Nas palavras do Ministro do TST Mauricio</p><p>Godinho Delgado: a subordinação jurídica, pode apresentar em mais de uma</p><p>dimensão. Sendo elas: a clássica, tendo intensidade de ordens e regras vindas</p><p>de um superior para o empregado, a objetiva que seria através de</p><p>correspondência de serviços deste aos objetivos perseguidos pelo tomador, a</p><p>estrutural que se demonstra através da integração do empregado à dinâmica</p><p>organizativa e operacional de serviços, submetendo –se à sua cultura</p><p>dominante.</p><p>Diante do cenário se subordinação, os motoristas tendem a cumprir regras</p><p>e ordens impostas pela Uber, e eles sofrem um controle continuo. E em casos</p><p>de descumprimentos de algumas das regras eles podem sofrer penalidades</p><p>estipuladas pela empresa. Referente as penalidades, os depoimentos ainda</p><p>relatam que eles recebiam treinamentos de como tratar os clientes, de como se</p><p>vestir, e de como o carro deveria estar para receber os passageiros, e em casos</p><p>de qualquer motorista ter uma frequência de notas baixas, ele deveria ser</p><p>convocado novamente a refazer o treinamento, e responder questionários se</p><p>houve alguma coisa na durante a viagem, e se o motorista não aumentasse a</p><p>média em três semanas, ele poderia sofrer penalidade de extinção da sua conta.</p><p>Vale ressaltar que esses casos de penalidades com a extinção da conta</p><p>do motorista, são baseados em um algoritmo que destina a vida o ser humano.</p><p>Pois, se a plataforma se baseia-se nas notas do motorista, para manter ele na</p><p>prestação de serviço ou extinguir a conta do mesmo, isso poderia se chamar de</p><p>um controle algoritmo com bases nas informações que estão na plataforma de</p><p>cada motorista.</p><p>Acima de tudo, reconhecidamente a Lei 12.551/2011, que ao modificar o</p><p>art. 6º da CLT, regulamentou novos pontos de vista em razão da subordinação.</p><p>A lei ampara os meios telemáticos e informatizados de supervisão aos meios</p><p>pessoais e direitos de comando, apoiando a força atrativa do Direito do Trabalho</p><p>e sua durável busca pelo alcance de proteção e maior números de trabalhadores</p><p>possível.</p><p>Muito questionável pela subordinação jurídica seria que a Uber</p><p>não tem</p><p>controle dos horários em que o motorista trabalha, mas com o algoritmo de</p><p>controle nas plataformas dos motoristas, fica claro, que a Uber tem total alcance</p><p>para chegar nessa questão, em quais dias o motorista trabalhou e quantas horas</p><p>diárias, sendo assim, até os horários a Uber tem como controlar dos motoristas</p><p>cadastrados em sua plataforma.</p><p>Cabe ressaltar, que a Uber faz a cobrança de sua parte em média de 25%</p><p>do faturamento bruto do motorista, e quem arca com todas as despesas é o</p><p>próprio motorista, sendo, gasolina, seguros, recolhimentos para o INSS, água,</p><p>impostos, manutenção do vínculo, entre outros. A Uber prefere trabalhar assim,</p><p>para poder ter mais chances de extinguir o vínculo empregatício com o motorista.</p><p>Diante do estudo, afirma-se que está evidente a exploração de mão de obra</p><p>barata, onde não condiz com o ornamento jurídico brasileiro.</p><p>Em relação a outros países, exemplo o Tribunal do Reino Unido já tem</p><p>entendimentos que os motoristas de aplicativos não são autônomos, e sim regem</p><p>uma típica relação de vínculo empregatício, com direito a salário mínimo nacional</p><p>e seus direitos como um empregado normal.</p><p>Cabe analisar os aspectos do contrato de trabalho, referentes à relação</p><p>de emprego no modelo Uber:</p><p>Em questão de remuneração condiz com a produção realizada pelo</p><p>motorista, e para fazer a apuração do rendimento dele, baseia-se nos registros</p><p>e extratos contidos na plataforma de cada motorista. Em todos os extratos fica</p><p>registrado os valores recebidos, que assim, facilita para a Uber fazer o</p><p>recolhimento de sua parte ou o pagamento para o motorista.</p><p>Todavia, quando se fala em jornada de trabalho, o empregador deve ter a</p><p>sua disposição todos os equipamentos necessários para poder f iscalizar se seu</p><p>empregado está realmente trabalhando da forma correta. Nos casos de trabalho</p><p>como motoristas hoje em dia eles já tem um celular da empresa onde as</p><p>informações de trabalho ficam armazenada nele, inclusive para eles poder bater</p><p>ponto(cartão). No caso dos motoristas Uber, para eles ainda não é reconhecida</p><p>essa vantagem, mesmo que se observar por outro lado, o tempo que eles estão</p><p>esperando uma viagem eles estão à disposição da empresa naquele momento.</p><p>Diante de todas essas citações, ressalta-se que se esse vínculo se</p><p>configurassem a empresa Uber teria que ressarcir o motorista com custos, pois</p><p>a Uber cobra coisas como, ter água e balas no carro, que são de inteiro custo do</p><p>motorista, porque se ele não tiver pode ganhar uma nota baixa e ter sua conta</p><p>desativada. Desse modo, a Uber deveria ressarcir esse tipo de custos que o</p><p>motorista tem justamente por ser uma cobrança da própria empresa.</p><p>O estudo tem o objetivo de apresentar um modelo que poderia flexibilizar</p><p>a organização de trabalho inaugurando novas formas de controle e autorizações</p><p>para essa aplicabilidade que poderia ser o vínculo empático da empresa com o</p><p>motorista da Uber.</p><p>A Jurisprudência do TST, entende-se:</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO</p><p>RECLAMANTE - VÍNCULO DE EMPREGO ENTRE MOTORISTA E</p><p>PLATAFORMAS TECNOLÓGICAS OU APLICATIVOS CAPTADORES</p><p>DE CLIENTES (UBER DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA.) -</p><p>IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DIANTE DA AUSÊNCIA</p><p>DE SUBORDINAÇÃO JURÍDICA - TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA</p><p>RECONHECIDA - DESPROVIMENTO.</p><p>1. Avulta a transcendência jurídica da causa (CLT, art. 896-A, § 1º, IV), na</p><p>medida em que o pleito de reconhecimento do vínculo de emprego</p><p>envolvendo os recentes modelos de contratação firmados entre</p><p>motoristas de aplicativo e empresas provedoras de plataformas de</p><p>tecnologia por eles utilizadas ainda é nova no âmbito desta Corte,</p><p>demandando a interpretação da legislação trabalhista em torno da</p><p>questão.</p><p>2. Ademais, deixa-se de aplicar o óbice previsto na Súmula 126 desta</p><p>Corte, uma vez que os atuais modelos de contratação firmados entre as</p><p>empresas detentoras da plataforma de tecnologia (no caso, a "Uber Brasil</p><p>Tecnologia Ltda.") e os motoristas que delas se utilizam são de</p><p>conhecimento público e notório (art.374, I, do CPC) e consona com o</p><p>quadro fático delineado pelo Regional.</p><p>3. Em relação às novas formas de trabalho e à incorporação de</p><p>tecnologias digitais no trato das relações interpessoais - que estão</p><p>provocando uma transformação profunda no Direito do Trabalho, mas</p><p>carentes ainda de regulamentação legislativa específica - deve o Estado-</p><p>Juiz, atento a essas mudanças, distinguir os novos formatos de trabalho</p><p>daqueles em que se está diante de uma típica fraude à relação de</p><p>emprego, de modo a não frear o desenvolvimento socioeconômico do país</p><p>no afã de aplicar regras protetivas do direito laboral a toda e qualquer</p><p>forma de trabalho.</p><p>4. Nesse contexto, analisando, à luz dos arts. 2º e 3º da CLT, a relação</p><p>existente entre a "Uber Brasil Tecnologia Ltda. " e os motoristas que se</p><p>utilizam desse aplicativo para obterem clientes dos seus serviços de</p><p>transporte, tem-se que: a) quanto à habitualidade, inexiste a obrigação de</p><p>uma frequência predeterminada ou mínima de labor pelo motorista para o</p><p>uso do aplicativo, estando a cargo do profissional definir os dias e a</p><p>constância em que irá trabalhar; b) quanto à subordinação jurídica, a par</p><p>da ampla autonomia do motorista em escolher os dias, horários e forma</p><p>de labor, podendo desligar o aplicativo a qualquer momento e pelo tempo</p><p>que entender necessário, sem nenhuma vinculação a metas</p><p>determinadas pela Reclamada ou sanções decorrentes de suas escolhas,</p><p>a necessidade de observância de cláusulas contratuais (valores a serem</p><p>cobrados, código de conduta, instruções de comportamento, avaliação do</p><p>motorista pelos clientes), com as correspondentes sanções no caso de</p><p>descumprimento (para que se preserve a confiabilidade e a manutenção</p><p>do aplicativo no mercado concorrencial), não significa que haja ingerência</p><p>no modo de trabalho prestado pelo motorista, reforçando a convicção</p><p>quanto ao trabalho autônomo a inclusão da categoria de motorista de</p><p>aplicativo independente, como o motorista da "Uber Brasil Tecnologia Ltda</p><p>. ", no rol de atividades permitidas para inscrição como</p><p>Microempreendedor Individual - MEI, nos termos da Resolução 148/2019</p><p>do Comitê Gestor do Simples Nacional; c) quanto à remuneração, o</p><p>caráter autônomo da prestação de serviços se caracteriza por arcar, o</p><p>motorista, com os custos da prestação do serviço (manutenção do carro,</p><p>combustível, IPVA), caber a ele a responsabilidade por eventuais</p><p>sinistros, multas, atos ilícitos ocorridos, dentre outros (ainda que a</p><p>empresa provedora da plataforma possa a vir a ser responsabilizada</p><p>solidariamente em alguns casos), além de os percentuais fixados pela</p><p>"Uber Brasil Tecnologia Ltda . ", de cota parte do motorista, serem</p><p>superiores ao que este Tribunal vem admitindo como suficientes a</p><p>caracterizar a relação de parceria entre os envolvidos, como no caso de</p><p>plataformas semelhantes (ex: 99).</p><p>5. Já quanto à alegada subordinação estrutural, não cabe ao Poder</p><p>Judiciário ampliar conceitos jurídicos a fim de reconhecer o vínculo</p><p>empregatício de profissionais que atuam em novas formas de trabalho,</p><p>emergentes da dinâmica do mercado concorrencial atual e,</p><p>principalmente, de desenvolvimentos tecnológicos, nas situações em que</p><p>não se constata nenhuma fraude, como é o caso das empresas</p><p>provedoras de aplicativos de tecnologia, que têm como finalidade</p><p>conectar quem necessita da condução com o motorista credenciado,</p><p>sendo o serviço prestado de motorista, em si, competência do profissional</p><p>e apenas uma consequência inerente ao que propõe o dispositivo.</p><p>6. Assim sendo, não merece reforma o acórdão regional que não</p><p>reconheceu o vínculo de emprego pleiteado na presente reclamação, ao</p><p>fundamento de ausência de subordinação jurídica entre o motorista e a</p><p>empresa provedora do aplicativo.</p><p>Agravo de instrumento desprovido.</p><p>Processo: AIRR -</p><p>10543-26.2020.5.15.0129</p><p>Órgão Judicante: 4ª Turma</p><p>/</p><p>Tipo de Documento: Acordão</p><p>Relator: Ives Gandra da Silva</p><p>Martins Filho</p><p>Julgamento: 09/08/2022 /</p><p>Publicação: 12/08/2022</p><p>Portanto, os julgados até o momento entendem-se que não há vínculo</p><p>empregatício do motorista da Uber com a própria empresa. No acordão ainda é</p><p>ressaltado os artigos que diz expressamente o que é necessário para gerar o</p><p>vínculo empregatício. Para configurar vínculo entre duas partes, empregado e</p><p>empregador necessita-se cumprir as características dos artigos 2° e 3° da CLT:</p><p>Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,</p><p>assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a</p><p>prestação pessoal de serviço.</p><p>Art. 3º Considera-se empregada toda pessoa física que prestar serviços</p><p>de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e</p><p>mediante salário.</p><p>Todavia, ressalta-se que motorista de aplicativo é pessoa física, tem</p><p>pessoalidade, por sua vez, hoje em dia os aplicativos dos próprios motoristas já</p><p>têm detector facial para confirmar que é aquele o motorista, mas na característica</p><p>não eventual não podemos afirmar, pois tem alguns motoristas que trabalham</p><p>só de vez em quando, até mesmo, uma vez por semana ou uma vez no mês, e</p><p>podem desligar o aplicativo quando quiserem, como esta citado no acórdão,</p><p>sendo assim, já se torna uma eventualidade, pois alguns trabalham poucos dias</p><p>por mês. A jurisprudência entende que a empresa não tem esse controle da</p><p>jornada de trabalho de cada motorista ficando inviável configurar esse vínculo.</p><p>O motorista tem a onerosidade porque ele trabalha e recebe por isso, mas</p><p>já na subordinação jurídica não se pode afirmar que o motorista tem</p><p>subordinação, justamente por ele ser um autonomo, não ter um horário certo</p><p>diário para cumprir, não ter dias fixos para trabalhar e eles não tem necessidade</p><p>de prestar contas para a empresa referente ao seu trabalho, eles podem fazer</p><p>os horários que quiserem, trabalhar os dias que quiserem, isso são</p><p>características de uma pessoa autônoma.</p><p>Com efeito, nesse acórdão o TST entende-se, que necessita de</p><p>comprovação de todas as características citadas acima, para poder configurar</p><p>um vínculo empregatício. Esse acordão bem atualizado de 08/2022, cita-se</p><p>principalmente que necessita de comprovação de subordinação jurídica, para</p><p>poder ter um entendimento que pudesse regularizar um vínculo entre as partes.</p><p>Enfim, observa-se como um contexto que os motoristas da Uber não</p><p>integram um vínculo empregatício com a empresa e não são citados na CLT com</p><p>direitos celetistas a seu favor. Mas, deveria ser analisado caso a caso</p><p>respeitando o princípio da primazia da realidade, pois se o motorista se</p><p>encaixasse apresentando provas de todas as exigências que contam na CLT,</p><p>ele poderia ser considerado empregado, mas a jurisprudência não entende</p><p>dessa forma, pois ela julga em um total, e atualmente está bem cifrado tanto em</p><p>pesquisas quanto na jurisprudência que “motorista de aplicativo não tem vínculo</p><p>empregatício”.</p><p>Atualmente é difícil chegar a um consenso correto, pois o motorista tem</p><p>suas vantagens de não precisar prestar contas para a empresa, de ter</p><p>flexibilidade de horários e dias que irá trabalhar e uma característica muito</p><p>importante é a subordinação jurídica, pois não tem comprovação totalmente</p><p>satisfatória para comprovar que os motoristas da Uber são subordinados.</p><p>Sendo assim, o motorista deverá comprovar todas as eventuais</p><p>características de um empregador para poder ter algum vínculo com a empresa,</p><p>caso contrário não tem como se comprovar vinculo do mesmo.</p><p>Cabe destacar, que sim fica uma dúvida se o motorista de Uber se encaixa</p><p>nas cinco características exigida pela CLT, para configurar um vínculo</p><p>empregatício, mas se a Uber colocasse algumas regras de dias mínimos na</p><p>semana horários mínimos e máximos durante o dia, quem sabe os motoristas</p><p>que hoje não são amparados por um vínculo empregatício poderia começar a ter</p><p>esse amparo.</p><p>Conclui-se que atualmente os motoristas da Uber não se configuram para</p><p>ter um vínculo empregatício, para mudar esse cenário precisa ser inserido na</p><p>CLT direitos celetistas para essa categoria de trabalhadores.</p>

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