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<p>Antioxidantes sintéticos</p><p>e naturais: o que você</p><p>precisa saber?</p><p>Jéssyka Laura Galdino Costa, mestranda em Zootecnia pela Universidade</p><p>Estadual de Maringá (UEM)</p><p>Profa. Dra. Bruna Agy Loureiro, Professora Adjunta na Universidade Federal da</p><p>Paraíba (UFPB)</p><p>Edição I/2021</p><p>PremieRvet® - INFORMATIVO TÉCNICO - Edição I/2021</p><p>2 3</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>As gorduras são utilizadas em</p><p>pet food como fonte de ácidos</p><p>graxos essenciais, compostos pri-</p><p>mordiais para a saúde de cães e</p><p>gatos(1). Sua inclusão também está</p><p>associada ao fornecimento de</p><p>energia e melhora das caracterís-</p><p>ticas sensoriais, conferindo textu-</p><p>ra e palatabilidade aos alimentos(2).</p><p>De acordo com a Federação Euro-</p><p>peia da Indústria de Alimentos para</p><p>Animais de Estimação(3), os ali-</p><p>mentos para cães e gatos adultos</p><p>devem conter, respectivamente,</p><p>pelo menos, 5,5% e 9% de gordura</p><p>na matéria seca. Gorduras e óleos</p><p>são formados principalmente por</p><p>ácidos graxos que, em função de</p><p>sua estrutura química e molecular,</p><p>são elementos muito suscetíveis a</p><p>reações de oxidação. Por isso, os</p><p>antioxidantes são aditivos utiliza-</p><p>dos nos alimentos, que podem ser</p><p>sintéticos ou de ocorrência natu-</p><p>ral, e atuam como mecanismo de</p><p>defesa contra a formação de ra-</p><p>dicais livres, controlando reações</p><p>de oxidação lipídica dos alimentos,</p><p>preservando suas características</p><p>organolépticas, qualidade e segu-</p><p>rança nutricionais.</p><p>ÁCIDOS GRAXOS</p><p>ESSENCIAIS</p><p>As gorduras e óleos são com-</p><p>postos por combinações de áci-</p><p>dos graxos essenciais (AGE) e</p><p>não essenciais. As diferentes</p><p>proporções desses ácidos gra-</p><p>xos nas fontes lipídicas conferem</p><p>características físicas e nutricio-</p><p>nais distintas aos ingredientes.</p><p>Os AGE (ácido linoleico, ácido li-</p><p>nolênico, ácido araquidônico, áci-</p><p>do eicosapentaenoico [EPA] e</p><p>ácido docosahexaenoico [DHA])</p><p>podem ser encontrados nos óle-</p><p>os vegetais e gorduras animais.</p><p>Os AGE devem estar presentes</p><p>na dieta e sua ação no organismo</p><p>está associada a funções neuroló-</p><p>gicas, estruturais e de sinalização.</p><p>Também servem de fluído para as</p><p>membranas celulares e estão en-</p><p>volvidos na manutenção da saúde</p><p>da pele e pelagem dos animais(1).</p><p>Esses elementos são constituídos</p><p>por carbono, hidrogênio e oxigê-</p><p>nio, possuem cadeia longa e são</p><p>polinsaturados (presença de duas</p><p>ou mais duplas ligações)(4). Apesar</p><p>de sua grande importância, quan-</p><p>to maior o grau de insaturação dos</p><p>ácidos graxos, mais suscetíveis</p><p>eles são à oxidação lipídica e for-</p><p>mação de compostos deletérios</p><p>à saúde(5).</p><p>REAÇÕES</p><p>DE OXIDAÇÃO</p><p>NO ORGANISMO</p><p>A oxidação é um fenômeno ne-</p><p>cessário para as funções celula-</p><p>res, pois o oxigênio é utilizado na</p><p>respiração, no metabolismo e na</p><p>produção de energia. No entan-</p><p>to, o oxigênio é altamente reati-</p><p>vo e potencialmente tóxico(6), e</p><p>mecanismos fundamentais, como</p><p>a respiração, resultam na pro-</p><p>dução de compostos oxidantes</p><p>chamados radicais livres ou "espé-</p><p>cies reativas de oxigênio" (ROS),</p><p>a maioria na forma química O</p><p>2</p><p>-.</p><p>Esses radicais são altamente ins-</p><p>táveis e reativos e facilitam várias</p><p>reações em cadeia que danificam</p><p>as membranas celulares e a fun-</p><p>ção dos tecidos.</p><p>Em condições fisiológicas nor-</p><p>mais e sem estresse, entre 3% e</p><p>5% do oxigênio celular é transfor-</p><p>mado em radicais livres(7), quanti-</p><p>dade que aumenta drasticamente</p><p>em condições de estresse. Se o</p><p>sistema imunológico é estimulado,</p><p>os radicais livres são produzidos</p><p>em grandes quantidades durante</p><p>a proliferação das células imunes</p><p>e podem ser usados para danifi-</p><p>car e inativar os patógenos inva-</p><p>sores(8,9,10), mas também podem</p><p>causar danos ao animal, caso não</p><p>sejam removidos com eficiência.</p><p>Os organismos desenvolve-</p><p>ram mecanismos de proteção</p><p>antioxidantes específicos que os</p><p>ajudaram a sobreviver quando a</p><p>concentração de oxigênio na at-</p><p>mosfera estava aumentando(11).</p><p>Os ROS e outros radicais livres são</p><p>subprodutos do metabolismo ce-</p><p>lular normal na vida aeróbia, onde</p><p>o oxigênio molecular é onipre-</p><p>sente. Como resultado, existem</p><p>milhares de compostos naturais</p><p>presentes nas frutas e vegetais,</p><p>por exemplo, que possuem pro-</p><p>priedades antioxidantes para de-</p><p>sativar os radicais livres.</p><p>Existem três principais modos</p><p>de ação antioxidante:</p><p>• O primeiro são aqueles com-</p><p>postos que previnem iniciação e</p><p>a formação de radicais livres, li-</p><p>gando-se a cofatores necessários</p><p>para a formação do radical livre,</p><p>como o ferro;</p><p>• O segundo modo de ação é a</p><p>capacidade de neutralizar o ex-</p><p>cesso de radicais livres formados,</p><p>tal como faz a vitamina E, e preve-</p><p>nir o início de reações em casca-</p><p>ta. Esses compostos, entretanto,</p><p>só podem se ligar a uma quanti-</p><p>dade limitada de radicais livres, e</p><p>em seguida tornam-se inativos.</p><p>Um suprimento constante de nu-</p><p>trientes antioxidantes na dieta é,</p><p>portanto, essencial;</p><p>• Isso leva ao terceiro modo de</p><p>ação, por meio do importante</p><p>sistema de enzimas antioxidan-</p><p>tes nas células. Esses compostos</p><p>trabalham em conjunto com os</p><p>antioxidantes quelantes, “reci-</p><p>clando-os”, ou seja, removendo</p><p>e neutralizando os radicais livres</p><p>que eles ligaram, reativando o an-</p><p>tioxidante. Duas das principais en-</p><p>zimas envolvidas na antioxidação</p><p>são a superóxido dismutase e a</p><p>glutationa peroxidase. Os prin-</p><p>cipais compostos antioxidantes,</p><p>componentes de enzimas e seu</p><p>modo de ação estão apresenta-</p><p>dos na Tabela 1.</p><p>IMPLICAÇÕES DO</p><p>ESTRESSE OXIDATIVO</p><p>O estresse oxidativo é defini-</p><p>do como um desequilíbrio entre a</p><p>produção de ROS e a defesa an-</p><p>tioxidante(13). As preocupações</p><p>com relação às fontes e consequ-</p><p>ências do estresse oxidativo em</p><p>cães e gatos concentram-se nos</p><p>efeitos cumulativos, associados</p><p>ao envelhecimento e doenças co-</p><p>muns na idade avançada. O cân-</p><p>cer, por exemplo, é uma das doen-</p><p>ças que acometem cães e gatos</p><p>senis, principalmente devido à sua</p><p>vida longa de exposição ao estres-</p><p>se oxidativo, que pode levar à falha</p><p>da replicação correta do DNA e ao</p><p>crescimento de tumores. O au-</p><p>mento do estresse oxidativo pode</p><p>ocorrer em função de vários fato-</p><p>res (Tabela 2).</p><p>REAÇÕES</p><p>DE OXIDAÇÃO</p><p>NOS ALIMENTOS</p><p>A oxidação lipídica é um fenô-</p><p>meno espontâneo e inevitável</p><p>POR QUE INCLUIR GORDURA NOS ALIMENTOS?</p><p>• Aumento da densidade calórica</p><p>do alimento (cerca de 2,3 vezes</p><p>mais calorias do que quanti-</p><p>dades semelhantes de proteínas</p><p>ou carboidratos);</p><p>• Melhora da palatabilidade e</p><p>aparência do alimento extrusado;</p><p>• Formação de estruturas mo-</p><p>leculares por meio da oferta</p><p>de ácidos graxos essenciais e</p><p>fosfolipídios;</p><p>• Melhora na estrutura e aspecto</p><p>da pele e pelagem ao fortalecer</p><p>a barreira cutânea e prevenir</p><p>dermatites;</p><p>• Transporte de vitaminas lipos-</p><p>solúveis e pigmentos;</p><p>• Aumento dos níveis de glicogê-</p><p>nio no sangue e resistência em</p><p>animais de trabalho ou atletas;</p><p>• Retenção de sabores, vitaminas</p><p>e suplementos no alimento após</p><p>extrusão ou secagem;</p><p>• Melhora na dispersão de mistu-</p><p>ras secas e prevenção da segre-</p><p>gação de alimentos.</p><p>Antioxidante Função antioxidante</p><p>Antioxidante de quebra de cadeia, prevenção</p><p>da proliferação de ROS, ligação de ROS.Vitamina E</p><p>Restrição da propagação de ROS, reciclagem</p><p>de vitamina E, eliminação de ROS.Vitamina C</p><p>Restrição da propagação de ROS, função</p><p>imunológica, eliminando o excesso de ROS.Carotenoides</p><p>Prevenção da formação de ROS pela ação da</p><p>enzima glutationa peroxidase.Glutationa</p><p>Prevenção da formação de radicais livres</p><p>(enzima superóxido dismutase).Manganês</p><p>Prevenção da formação de radicais livres</p><p>(enzima catalase). Precisa estar ligado à</p><p>proteína para reduzir o potencial oxidativo.</p><p>Ferro</p><p>Prevenção da formação de radicais livres</p><p>(enzima glutationa peroxidase).Zinco</p><p>Prevenção da formação de ROS pela ação das</p><p>enzimas glutationa peroxidase, tireoidina</p><p>redutase e outras selenoenzimas, reciclagem</p><p>da vitamina E e reparação do DNA.</p><p>Selênio</p><p>Prevenção da formação de radicais livres</p><p>(enzima superóxido dismutase).</p><p>Precisa estar ligado à proteína para reduzir</p><p>o potencial oxidativo.</p><p>Cobre</p><p>ROS: espécies reativas de oxigênio.</p><p>Tabela 1 - Descrição dos compostos antioxidantes e precursores(12).</p><p>PremieRvet® - INFORMATIVO TÉCNICO - Edição</p><p>I/2021</p><p>4 5</p><p>que acontece nos corpos graxos</p><p>e seus derivados(14). Considerada</p><p>um dos principais desafios da in-</p><p>dústria alimentícia, implica no apa-</p><p>recimento de sabores e odores</p><p>anômalos no alimento, perda de</p><p>AGE e geração de ROS(15).</p><p>Em pet food é comum o empre-</p><p>go de ingredientes ricos em lipíde-</p><p>os e passíveis de oxidação, seja de</p><p>origem animal (sebo bovino, banha</p><p>suína, óleo de frango, óleo de pei-</p><p>xe ou salmão, ovos e farinhas de</p><p>origem animal) ou de origem ve-</p><p>getal (óleos de soja, milho, palma,</p><p>abacate, linhaça, girassol, canola</p><p>e borragem)(16). Além disso, em</p><p>função do longo tempo de prate-</p><p>leira, espera-se que esses alimen-</p><p>tos mantenham suas caracterís-</p><p>ticas originais por 12 meses ou</p><p>mais. Por esse motivo, a utilização</p><p>de aditivos, em especial os an-</p><p>tioxidantes, é imprescindível para</p><p>sua preservação.</p><p>Em alimentos in natura ou pro-</p><p>cessados, os principais fatores</p><p>que os predispõem à oxidação li-</p><p>pídica são: luminosidade, elevadas</p><p>temperaturas e pressão, atividade</p><p>bacteriana, presença de metais de</p><p>transição e enzimas. No entan-</p><p>to, o oxigênio é o principal agen-</p><p>te capaz de provocar a oxidação</p><p>por meio da sua associação com</p><p>ácidos graxos insaturados. Essa</p><p>associação ocorre através de me-</p><p>canismos químicos e enzimáticos</p><p>denominados: foto-oxidação, li-</p><p>poxigenase e autoxidação(17).</p><p>- Foto-oxidação</p><p>O mecanismo de iniciação da</p><p>oxidação lipídica dado por foto-o-</p><p>xidação é promovido pela exposi-</p><p>ção do alimento à luz, fotossenso-</p><p>res e oxigênio. Os fotossensores</p><p>absorvem a energia luminosa e a</p><p>transferem para o oxigênio triple-</p><p>te, gerando o estado singlete (mo-</p><p>lécula eletronicamente excitada e</p><p>reativa). O oxigênio singlete reage</p><p>diretamente com as ligações du-</p><p>plas dos ácidos graxos, formando</p><p>o peróxido(17).</p><p>- Lipoxigenase</p><p>A lipoxigenase é a principal en-</p><p>zima envolvida na oxidação enzi-</p><p>mática. Ela está presente em ve-</p><p>getais (legumes, cereais, frutas) e</p><p>estimula a oxigenação de alguns</p><p>ácidos graxos insaturados, resul-</p><p>tando na formação de hidroperó-</p><p>xidos, peróxidos, e radicais livres(4).</p><p>- Autoxidação</p><p>A principal via de oxidação dos</p><p>óleos e gorduras é a autoxidação</p><p>e ocorre em reações em cadeia</p><p>mediada por radicais livres – es-</p><p>pécies de átomos independentes</p><p>que possuem elétrons não parea-</p><p>dos em seu orbital externo e, por</p><p>isso, compostos instáveis e qui-</p><p>micamente reativos. A autoxida-</p><p>ção consiste em 3 fases distintas:</p><p>(1) iniciação, (2) propagação e</p><p>(3) terminação(17) (Figura 1).</p><p>O processo inicial (1) ocorre</p><p>quando iniciadores externos, re-</p><p>presentados pelo calor, íons me-</p><p>tálicos de transição (como o cobre</p><p>e o ferro), luz ou radiação ionizan-</p><p>te e certas enzimas catalisadoras</p><p>removem o átomo de hidrogênio</p><p>do ácido graxo insaturado (RH),</p><p>gerando um radical livre (R•). Uma</p><p>vez formado o R•, o mesmo rea-</p><p>ge com o oxigênio para formar o</p><p>radical peroxil (ROO•). Os radicais</p><p>peroxil são capazes de remover</p><p>átomos de hidrogênio de outros</p><p>ácidos graxos insaturados para se</p><p>estabilizarem, produzindo o hidro-</p><p>peróxido (ROOH), caracterizando</p><p>a fase de propagação (2)(18).</p><p>Essa propagação continua con-</p><p>sumindo gordura insaturada e</p><p>produzindo uma quantidade cor-</p><p>respondente de hidroperóxido,</p><p>que, por sua vez, se decompõe</p><p>em uma ampla gama de compos-</p><p>tos reativos(17), até que um dos</p><p>radicais seja removido por reação</p><p>com outro radical ou com um an-</p><p>tioxidante. Nesse processo, ocor-</p><p>re a transferência de um átomo de</p><p>hidrogênio (do outro radical ou do</p><p>antioxidante) para a espécie radi-</p><p>cal derivada da oxidação lipídica,</p><p>sendo possível formar produtos</p><p>estáveis ou de baixa reatividade (3).</p><p>A formação de ROS tem sido</p><p>associada à deterioração oxidati-</p><p>va de produtos alimentares, bem</p><p>como à patogênese de várias</p><p>doenças humanas, e essas duas</p><p>situações podem estar relacio-</p><p>nadas. A oxidação lipídica resulta</p><p>na geração de hidroperóxidos e</p><p>decomposição em compostos</p><p>reativos e tóxicos, como aldeídos,</p><p>álcoois, cetonas e hidrocarbone-</p><p>tos. As principais consequências</p><p>desse processo nos alimentos é a</p><p>alteração das características sen-</p><p>soriais pela rancificação, redução</p><p>da palatabilidade, destruição de</p><p>vitaminas, proteínas e ácidos gra-</p><p>xos essenciais(20). Uma vez oxida-</p><p>dos, os ácidos graxos tornam-se</p><p>moléculas nocivas ao organismo</p><p>e seu consumo deve ser evita-</p><p>do(21,22). No organismo, os radicais</p><p>livres reduzem a função celular e</p><p>interferem no seu crescimento,</p><p>danificando o DNA, as proteínas,</p><p>os lipídios e, portanto, as mem-</p><p>branas, razão pela qual a deficiên-</p><p>cia de antioxidantes está ligada a</p><p>vários distúrbios. Os compostos</p><p>tóxicos gerados nessas reações</p><p>estão envolvidos no desenvolvi-</p><p>mento de doenças degenerativas,</p><p>aterosclerose, câncer, desordens</p><p>reprodutivas e envelhecimento(17).</p><p>CONTROLE DA</p><p>OXIDAÇÃO LIPÍDICA E</p><p>ESTABILIDADE EM</p><p>PET FOOD</p><p>O processamento utilizado nos</p><p>alimentos comerciais extrusados</p><p>ou enlatados aumenta a exposi-</p><p>ção do alimento ao calor e ao ar,</p><p>promovendo reações de autoxi-</p><p>dação e facilitando a rancificação.</p><p>Antioxidantes são substâncias</p><p>que, quando presentes em baixas</p><p>concentrações (em comparação</p><p>com a do substrato oxidável), re-</p><p>tardam ou previnem a oxidação</p><p>desse substrato. Quando associa-</p><p>dos aos alimentos, são capazes de</p><p>retardar ou prevenir o desenvolvi-</p><p>mento de ranço e deterioração. A</p><p>adição de antioxidantes após esse</p><p>período tende a ser ineficaz e não</p><p>retarda a rancificação(23). No con-</p><p>texto da produção de alimentos,</p><p>qualquer antioxidante utilizado,</p><p>seja químico, à base de tocoferol,</p><p>ou derivado de fontes naturais de</p><p>plantas, deve ser incluso para es-</p><p>tabilização dos ingredientes ricos</p><p>em gordura e também no alimen-</p><p>to total, antes do processamento.</p><p>Os antioxidantes podem ser</p><p>compostos fenólicos, de ocorrên-</p><p>cia natural, ou produzidos de for-</p><p>ma sintética (Figura 2). Seu efeito</p><p>no controle da oxidação lipídica</p><p>Iniciação</p><p>RH R• + H•</p><p>Término</p><p>R• + R• RR</p><p>Propagação</p><p>R• + 0</p><p>2</p><p>ROO•</p><p>ROO• + RH ROOH + R•</p><p>RH: ácido graxo insaturado; R•: radical livre; H•: hidrogênio; O2: oxigênio; ROO•: radical peróxido; ROOH: hidroperóxido.</p><p>Figura 1 - Esquema geral do mecanismo da autoxidação lipídica (Adaptado(19)).</p><p>Fontes internas</p><p>de oxidação</p><p>Fontes externas</p><p>de oxidação</p><p>Respiração -</p><p>mitocôndria</p><p>Fumaça</p><p>de cigarro</p><p>Exercício</p><p>físico excessivo</p><p>Solventes</p><p>industriais</p><p>Reações</p><p>com metais</p><p>de transição</p><p>Luz ultra violeta</p><p>Elementos</p><p>inorgânicos</p><p>pró-oxidantes</p><p>Poluição</p><p>Imunidade -</p><p>fagócitos Radiação</p><p>Vias do</p><p>araquidonato Alguns fármacos</p><p>Peroxissomos Reagentes</p><p>químicos</p><p>Inflamação Micotoxinas</p><p>Vacinação Gordura</p><p>dietética oxidada</p><p>Desafios</p><p>de doenças</p><p>Antioxidantes fenólicos</p><p>Antioxidantes naturais</p><p>BHA</p><p>BHT</p><p>TBHT</p><p>Propil galato</p><p>Ácidos fenólicos</p><p>Flavonóides</p><p>Carotenóides</p><p>Estilbenos</p><p>Cumarinas</p><p>Lignanas</p><p>Taninos</p><p>Ácido hidroxibenzóico e derivados</p><p>Ácido hidroxicinâmico e derivados</p><p>Antioxidantes sintéticos</p><p>Flavonóis</p><p>Flavonas</p><p>Flavanóides</p><p>Antocianidinas</p><p>Isoflavonas</p><p>β-carotenos</p><p>Licopeno</p><p>Xantofila</p><p>Zeaxantina</p><p>Luteína</p><p>Figura 2 - Distribuição dos principais antioxidantes fenólicos (Adaptado(24)).</p><p>Tabela 2 - Principais fontes de estresse</p><p>oxidativo em cães e gatos(12).</p><p>PremieRvet® - INFORMATIVO TÉCNICO - Edição I/2021</p><p>6 7</p><p>consiste, basicamente, na etapa</p><p>de iniciação. Sua estrutura fenóli-</p><p>ca permite a doação de hidrogênio</p><p>aos radicais livres transformando-</p><p>-os em produtos estáveis(19), e ina-</p><p>tivando os radicais livres por meio</p><p>da doação de hidrogênio(24).</p><p>O potencial de um antioxidante</p><p>pode ser medido pela sua ativi-</p><p>dade e capacidade antioxidante.</p><p>A atividade se refere à constante</p><p>de velocidade de uma reação en-</p><p>tre um antioxidante e um oxidante</p><p>específico. A capacidade é medida</p><p>pela quantidade de um dado radi-</p><p>cal livre eliminado por uma amos-</p><p>tra(25), indicando o potencial antio-</p><p>xidante da substância associada.</p><p>A atividade dos antioxidantes</p><p>depende não apenas de suas</p><p>características estruturais, mas</p><p>também de outros fatores como:</p><p>concentração, temperatura, lumi-</p><p>nosidade, tipo de substrato e os</p><p>numerosos microcomponentes</p><p>presentes no alimento que atu-</p><p>am como pró-oxidantes ou siner-</p><p>gistas. Para serem considerados</p><p>eficazes, os antioxidantes preci-</p><p>sam ter custo acessível, serem</p><p>lipossolúveis, atóxicos em baixas</p><p>concentrações, resistentes aos</p><p>processamentos, temperatura e</p><p>armazenamento e não produzir</p><p>cores, odores ou sabores estra-</p><p>nhos nos alimentos(15, 24).</p><p>A eficácia da preservação pode</p><p>ser avaliada pela determinação</p><p>da capacidade antioxidante total</p><p>da amostra e por estudos de vida</p><p>de prateleira, que mensuram as</p><p>mudanças ao longo do tempo por</p><p>meio de indicadores de degrada-</p><p>ção de nutrientes, como valores</p><p>de peróxidos e concentrações de</p><p>aminas biogênicas e nutrientes,</p><p>especialmente vitaminas.</p><p>Os antioxidantes convencio-</p><p>nalmente utilizados na conser-</p><p>vação dos alimentos são sintéti-</p><p>cos. Porém, nos últimos anos, há</p><p>um interesse cada vez maior na</p><p>identificação e uso de fontes al-</p><p>ternativas naturais e seguras de</p><p>antioxidantes, principalmente de</p><p>origem vegetal.</p><p>ANTIOXIDANTES</p><p>SINTÉTICOS</p><p>Os antioxidantes sintéticos são</p><p>aprovados para uso em alimentos</p><p>e considerados seguros quando</p><p>respeitados os limites máximos</p><p>de inclusão estabelecidos por en-</p><p>tidades nacionais e internacionais.</p><p>No Brasil, os antioxidantes sin-</p><p>téticos são liberados para uso na</p><p>alimentação animal com algumas</p><p>limitações. Os mais utilizados pela</p><p>indústria pet food são BHA (butil</p><p>hidroxianisol), BHT (hidróxido de</p><p>tolueno butilado), TBHQ (butil hi-</p><p>droquinona terciária), Propil galato</p><p>e Etoxiquin.</p><p>- TBHQ</p><p>Os antioxidantes sintéticos, em</p><p>geral, são bastante estáveis e ten-</p><p>dem a suportar temperaturas aci-</p><p>ma de 200°C(4), principalmente o</p><p>TBHQ(18). Por ser mais estável em</p><p>temperaturas elevadas em com-</p><p>paração ao BHA e BHT, o TBHQ</p><p>é bastante utilizado para estabi-</p><p>lização de óleos, principalmente</p><p>vegetais(4, 26). Estudos in vitro de-</p><p>monstraram que o TBHQ causou</p><p>dano oxidativo no DNA, utilizan-</p><p>do timo bovino(27). Embora não</p><p>existam estudos dessa ação no</p><p>organismo animal nas doses veri-</p><p>ficadas nos alimentos, em função</p><p>do seu potencial, a inclusão em</p><p>excesso desse antioxidante no ali-</p><p>mento deve ser evitada.</p><p>- BHA e BHT</p><p>Os compostos fenólicos mono-</p><p>cíclicos BHA e BHT, que possuem</p><p>nomes, estruturas e atividade an-</p><p>tioxidante semelhantes, são os</p><p>antioxidantes sintéticos mais utili-</p><p>zados na indústria alimentícia des-</p><p>de 1954(21). O BHA é mais estável e</p><p>efetivo em temperaturas elevadas</p><p>do que o BHT, que possui menor</p><p>efeito protetor nessas condições.</p><p>Além disso, é comum serem uti-</p><p>lizados em associação pelo seu</p><p>efeito sinérgico, onde o BHA age</p><p>como sequestrante de radicais</p><p>peróxidos, enquanto o BHT age</p><p>como regenerador de radicais</p><p>BHA(4, 28).</p><p>- Etoxiquin</p><p>O uso de Etoxiquin em alimentos</p><p>para animais é aprovado pela FDA</p><p>(Food and Drug Administration). No</p><p>entanto, a sua segurança em ali-</p><p>mentos industrializados para cães</p><p>começou a ser questionada no</p><p>final da década de 80 e, por isso,</p><p>muitos fabricantes de alimentos</p><p>para cães e para gatos reduziram</p><p>(de 150 ppm para 75 ppm) ou re-</p><p>tiraram o Etoxiquin de suas formu-</p><p>lações(1). O MAPA (Ministério da</p><p>Agricultura, Pecuária e Abasteci-</p><p>mento) limita o uso de Etoxiquin</p><p>à 100 mg/kg de alimentos para</p><p>cães. O Etoxiquin é caracterizado</p><p>por possuir uma estrutura de anel</p><p>benzeno ou fenol e por supor-</p><p>tar os rigores do processamen-</p><p>to (calor, pressão, umidade, etc)</p><p>com eficiência, além de parecer</p><p>ser mais eficaz do que BHT e BHA</p><p>na estabilização de óleos(21), o que</p><p>permite que níveis mais baixos do</p><p>composto sejam inclusos na ração.</p><p>- Propil galato</p><p>O propil galato tem limite máxi-</p><p>mo recomendado de 100mg/kg</p><p>na dieta total(29) e pode ser aplica-</p><p>do em gorduras animais e vege-</p><p>tais. Entretanto, sua estabilidade</p><p>térmica é considerada ruim (com</p><p>alterações a partir de 160 ºC), as-</p><p>sim, é um antioxidante mais utili-</p><p>zado em combinações, por exem-</p><p>plo, com BHA e ácido cítrico(4, 30).</p><p>Outra desvantagem dos galatos é</p><p>sua tendência a formar precipita-</p><p>dos escuros quando em contato</p><p>com íons ferro.</p><p>ESTABELECIMENTOS</p><p>DOS NÍVEIS SEGUROS</p><p>DOS ANTIOXIDANTES</p><p>SINTÉTICOS</p><p>Na década de 80, o uso de an-</p><p>tioxidantes fenólicos sintéticos</p><p>como aditivos de alimentos foi</p><p>fortemente questionado após um</p><p>relato de que o uso de BHA pro-</p><p>vocava carcinoma no estômago</p><p>de ratos, quando incluído em 2%</p><p>no alimento(31,32). Outro estudo</p><p>semelhante realizado na mesma</p><p>época sugeriu que o uso de outro</p><p>antioxidante principal, o BHT, pro-</p><p>duzia tumores de fígado em ratos</p><p>em nível de inclusão aproximado</p><p>de 0,5%(33).</p><p>Esses resultados motivaram</p><p>uma sequência de estudos para</p><p>compreender o risco do uso de</p><p>BHA e BHT(34,35,36). O aumento da</p><p>proliferação celular, efeito prévio à</p><p>formação de carcinoma por BHA,</p><p>foi avaliado em um estudo com 91</p><p>dias de duração. Após avaliar os</p><p>níveis de inclusão do antioxidan-</p><p>te de 2%, 0,5%, 0,25% e 0,1% no</p><p>alimento, foi estabelecido que o</p><p>NOEL (Nível Sem Efeito Observa-</p><p>do) para esse tipo de proliferação</p><p>foi de 0,25% de BHA na dieta(35).</p><p>Além disso, se níveis mais eleva-</p><p>dos de BHA fossem administra-</p><p>dos, encontraram evidências de</p><p>que as lesões regrediriam se o</p><p>BHA fosse removido.</p><p>A progressão das lesões, pelo</p><p>menos nessa fase de desen-</p><p>volvimento, era dependente da</p><p>presença continuada de BHA na</p><p>dieta. Os resultados observados</p><p>demonstraram que as lesões pré-</p><p>-estômago provocadas pelo con-</p><p>sumo de BHA ocorreram somente</p><p>depois da administração de dose</p><p>suficientemente alta por vários</p><p>meses. Em outras palavras, existia</p><p>uma dose prática ou operacional,</p><p>abaixo do qual o BHA era incapaz</p><p>de provocar alterações suficien-</p><p>tes, que conduzia ao desenvolvi-</p><p>mento de tumores de estômago.</p><p>Cães filhotes submetidos à dieta</p><p>com níveis crescentes de BHA (0,</p><p>5, 50 e 250 mg por kg de peso cor-</p><p>poral por dia, durante 15 meses)</p><p>apresentaram tolerância elevada</p><p>ao antioxidante. Os cães não apre-</p><p>sentaram alteração no consumo</p><p>de alimento, ganho de peso, va-</p><p>riações fisiológicas e histológicas,</p><p>com exceção dos cães que rece-</p><p>beram 250mg/kg de peso corporal</p><p>(que representa mais de 50 vezes</p><p>a atual dose máxima permitida) e</p><p>apresentaram alterações histoló-</p><p>gicas no fígado, ao final do perío-</p><p>do. Resultados apontaram que o</p><p>BHA é um antioxidante alimentar</p><p>seguro e eficaz para animais, mes-</p><p>mo em doses excessivas(31).</p><p>Após consideração cuidadosa</p><p>dos resultados dos estudos de</p><p>toxicologia do Departamento de</p><p>Saúde e Segurança do Canadá(37)</p><p>e outras instituições ao redor do</p><p>mundo, concluiu-se que o BHA</p><p>poderia ser utilizado como antio-</p><p>xidante alimentar seguro. Análo-</p><p>gos estruturais de BHA e outros</p><p>aditivos alimentares conhecidos</p><p>também foram estudados(38, 39). O</p><p>BHT (2%) e o TBHQ (1%) não fo-</p><p>ram tão agressivos quanto o BHA a</p><p>2%, e o propil galato foi ineficaz na</p><p>produção de lesões no estômago</p><p>de ratos. Parece provável que os</p><p>efeitos neoplásicos observados</p><p>em níveis dietéticos muito eleva-</p><p>dos desses antioxidantes ocorram</p><p>somente após a sobrecarga dos</p><p>mecanismos de defesa biológica,</p><p>e sejam dependentes da dose e/</p><p>ou do tecido em questão.</p><p>LIMITES DE</p><p>INCLUSÃO NOS</p><p>ALIMENTOS</p><p>Os países estabelecem, indivi-</p><p>dualmente, suas próprias regula-</p><p>ções de antioxidantes, de acordo</p><p>com suas diversificações(40). No</p><p>Brasil, o MAPA classifica os antio-</p><p>xidantes como aditivos alimenta-</p><p>res e determina as doses máximas</p><p>permitidas desses compostos na</p><p>alimentação animal(29). Individu-</p><p>almente ou misturados, o BHA e</p><p>BHT não devem exceder o valor</p><p>de 150 mg/kg de dieta total; para</p><p>cães, Etoxiquin é permitido com</p><p>teor máximo de 100 mg/kg de die-</p><p>ta total. O TBHQ parece não sofrer</p><p>restrições de inclusão na dieta para</p><p>PremieRvet® - INFORMATIVO TÉCNICO - Edição I/2021</p><p>8 9</p><p>animais de companhia de acordo</p><p>com o MAPA, no entanto, o limite</p><p>máximo recomendado pelo FDA é</p><p>de 200 mg/kg de gordura da ração</p><p>completa. Em função do poten-</p><p>cial efeito tóxico e carcinogênico,</p><p>a inclusão da maioria dos antioxi-</p><p>dantes é, então, limitada de acor-</p><p>do com o teor de gordura ou con-</p><p>centração no alimento. O MAPA</p><p>autoriza a associação dos</p><p>antioxi-</p><p>dantes BHA, Etoxiquin e BHT des-</p><p>de que a concentração total da</p><p>mistura não exceda 150mg/kg do</p><p>alimento completo (Tabela 3).</p><p>OUTROS EFEITOS</p><p>DO USO DOS</p><p>ANTIOXIDANTES</p><p>SINTÉTICOS</p><p>Estudos sugerem que os an-</p><p>tioxidantes sintéticos podem ter</p><p>outras propriedades desejáveis,</p><p>além do seu papel como inibido-</p><p>res da peroxidação lipídica. O BHA</p><p>e BHT utilizados em baixas do-</p><p>ses (que não induzem respostas</p><p>adaptativas ou tóxicas) apresen-</p><p>taram efeitos antimutagênicos</p><p>ou anticarcinogênicos contra uma</p><p>diversidade de carcinógenos quí-</p><p>micos que afetam diferentes teci-</p><p>dos animais a nível experimental.</p><p>Investigou-se a anticarcinogenici-</p><p>dade desses antioxidantes contra</p><p>o câncer de fígado em ratos indu-</p><p>zidos por 2-acetilaminofluoreno</p><p>(AAF) ou aflatoxina B1 (AFB1). O</p><p>BHA e o BHT a 0,012% na dieta ini-</p><p>biram a fase de iniciação da hepa-</p><p>tocarcinogênese de AAF e AFB1 e,</p><p>portanto, podem atuar intracelu-</p><p>larmente para bloquear os efeitos</p><p>do carcinógeno. O mecanismo</p><p>de ação parece ser diferente da</p><p>maioria dos outros agentes qui-</p><p>miopreventivos, possivelmente</p><p>envolvendo a interceptação das</p><p>espécies químicas reativas do car-</p><p>cinógeno. Assim, esses antioxi-</p><p>dantes demonstraram ser promis-</p><p>sores como profiláticos do câncer,</p><p>inclusive em combinação com</p><p>agentes que operam por meio</p><p>de outros mecanismos. Isso de-</p><p>sencadeou uma área de pesquisa</p><p>muito ativa que promove o uso de</p><p>antioxidantes como suplementos</p><p>alimentares para ajudar a diminuir</p><p>o risco de desenvolvimento de vá-</p><p>rias formas de câncer(41, 42).</p><p>Mais recentemente, estudos</p><p>alertaram sobre o efeito dos an-</p><p>tioxidantes sintéticos a nível mo-</p><p>lecular e sua capacidade de alterar</p><p>o DNA de células em modelos in</p><p>vitro, utilizando timo bovino. Esses</p><p>aditivos alimentares têm potencial</p><p>para se ligar ao DNA e, entre eles,</p><p>o PG pode ser considerado o mais</p><p>seguro (com menos efeitos cola-</p><p>terais), enquanto o TBHQ parece</p><p>ser o mais potente(43). Embora ain-</p><p>da não se tenha evidências da ex-</p><p>tensão desse efeito em modelos</p><p>in vivo, é valido que os produtores</p><p>de alimentos façam uma análise</p><p>sobre o uso desses antioxidantes,</p><p>a fim de obter maior controle na</p><p>produção e evitar seu uso exces-</p><p>sivo, quando os antioxidantes sin-</p><p>téticos representarem a melhor</p><p>escolha técnica.</p><p>ANTIOXIDANTES</p><p>NATURAIS</p><p>Os consumidores estão cada</p><p>vez mais preocupados com a qua-</p><p>lidade e origem dos ingredientes</p><p>utilizados na alimentação animal</p><p>e, na maioria das vezes, acreditam</p><p>que os naturais auxiliam na saúde</p><p>e são mais seguros que os sinté-</p><p>ticos(44, 45).</p><p>O termo “natural” é frequente-</p><p>mente interpretado pelos consu-</p><p>midores como referência a alimen-</p><p>tos ou ingredientes minimamente</p><p>processados, ou que não contêm</p><p>aditivos artificiais. Mas também é</p><p>provável que cada indivíduo tenha</p><p>sua própria definição de “natural”,</p><p>de acordo com suas percepções</p><p>pessoais.</p><p>No Brasil, não existe um padrão</p><p>regulatório que defina quais ali-</p><p>mentos ou ingredientes proces-</p><p>sados são considerados natu-</p><p>rais; consequentemente, o termo</p><p>“natural”, quando utilizado em ali-</p><p>mentos comerciais, pode ter dife-</p><p>rentes significados, dependendo</p><p>da perspectiva. Na ausência de</p><p>legislação nacional, alguns fabri-</p><p>cantes se baseiam nas definições</p><p>determinadas por órgãos interna-</p><p>cionais como a AAFCO (American</p><p>Association of Food Control Offi-</p><p>cials) para classificar alimentos ou</p><p>ingredientes naturais:</p><p>"Alimento ou ingrediente deri-</p><p>vado exclusivamente de fontes</p><p>vegetais, animais ou mineral, em</p><p>seu estado original e não pro-</p><p>cessado; ou que tenha sido sub-</p><p>metido a processamento físico,</p><p>térmico, purificante, extração,</p><p>hidrólise, enzimólise ou fermen-</p><p>tação, mas não tenha sido pro-</p><p>duzido ou submetido a processo</p><p>quimicamente sintético; e que</p><p>não contenha quaisquer aditivos</p><p>ou auxiliares de processamento</p><p>que sejam quimicamente sin-</p><p>téticos, exceto em quantidades</p><p>necessárias e inevitáveis para as</p><p>boas práticas de fabricação”.</p><p>As fontes de antioxidantes natu-</p><p>rais são principalmente fenólicas</p><p>vegetais (Figura 2), que podem</p><p>ocorrer em todas as partes das</p><p>plantas, incluindo frutas, vegetais,</p><p>sementes, nozes, folhas, raízes</p><p>e cascas. As plantas produzem</p><p>vários metabólitos secundários</p><p>como flavonoides, óleos essen-</p><p>ciais, alcaloides, lignanas, terpe-</p><p>nos, terpenoides, tocoferóis, áci-</p><p>dos fenólicos, peptídeos, ácidos</p><p>orgânicos polifuncionais, entre</p><p>outros em suas vias metabólicas</p><p>normais.</p><p>Os antioxidantes naturais mais</p><p>utilizados em pet food são ácidos</p><p>fenólicos, flavonoides, o ácido</p><p>cítrico e os tocoferóis(19). Esses</p><p>compostos agem como reduto-</p><p>res e inibidores de radicais livres,</p><p>como quelantes, sequestradores</p><p>do oxigênio ou como desativado-</p><p>res de metais pró-oxidantes(46).</p><p>- Flavonoides</p><p>Constituem um grande grupo de</p><p>compostos fenólicos vegetais de</p><p>ocorrência natural. Os flavonoides</p><p>são formados nas plantas a partir</p><p>dos aminoácidos aromáticos feni-</p><p>lalanina e tirosina e malonato(47).</p><p>O grupo dos flavonoides inclui</p><p>flavonóis, flavonas, isoflavonas e</p><p>antocianidinas. A catequina é um</p><p>flavonoide com efeito antioxidan-</p><p>te encontrado nas folhas de chá</p><p>verde. Em doses elevadas, assim</p><p>como outros compostos fenóli-</p><p>cos, os flavonoides podem atuar</p><p>como mutagênicos, pró-oxidan-</p><p>tes que geram radicais livres e ini-</p><p>bem enzimas envolvidas no me-</p><p>tabolismo hormonal. Assim, em</p><p>altas doses, os efeitos adversos</p><p>dos flavonoides podem superar</p><p>os benéficos, e deve haver cuida-</p><p>do na ingestão em níveis acima do</p><p>observado em uma dieta vegeta-</p><p>riana normal(48).</p><p>- Ácidos fenólicos</p><p>Encontrados principalmente-</p><p>em frutas e vegetais, esses com-</p><p>postos tem potencial de proteger</p><p>contra danos oxidativos e doen-</p><p>ças cardíacas e coronárias, aci-</p><p>dente vascular cerebral, câncer</p><p>e glaucoma(24,49).</p><p>Existem dois grupos principais</p><p>de ácidos fenólicos: ácidos hidro-</p><p>xibenzóico e ácidos hidroxicinâ-</p><p>micos. São exemplos de ácidos</p><p>fenólicos o ácido vanílico, ácido</p><p>p-cumárico, ácido cafeico, ácido</p><p>ferúlico e ácido rosmarínico, am-</p><p>plamente distribuídos no reino ve-</p><p>getal. O extrato de alecrim, tam-</p><p>bém conhecido como Rosemary,</p><p>utilizado como antioxidante na-</p><p>tural em pet food, é uma fonte de</p><p>ácido rosmarínico(24).</p><p>- Tocoferóis (Vitamina E)</p><p>Vitamina E é o nome genéri-</p><p>co dos tocoferóis, que são uma</p><p>classe de compostos fenólicos</p><p>químicos(50). Os tocoferóis estão</p><p>naturalmente presentes em vá-</p><p>rios alimentos, incluindo vegetais</p><p>de folhas verdes e alimentos gor-</p><p>durosos, como óleos vegetais,</p><p>sementes, nozes e gema de ovo.</p><p>Como são extraídos de fontes</p><p>vegetais sem outros processos</p><p>quimicamente sintéticos, os to-</p><p>coferóis são frequentemente co-</p><p>mercializados como conservan-</p><p>tes naturais. São os antioxidantes</p><p>mais conhecidos e mais ampla-</p><p>mente usados.</p><p>A vitamina E é composta por oito</p><p>isoformas, classificadas como to-</p><p>coferóis e tocotrienóis, e dentro</p><p>de cada uma dessas duas clas-</p><p>ses, existem quatro isômeros (α-,</p><p>β-, γ- e δ-tocoferóis), perfazen-</p><p>do um total de oito isômeros de</p><p>tocoferol. Em alimentos, as iso-</p><p>formas podem ser utilizadas em</p><p>associação (compondo um mix),</p><p>no entanto, α-tocoferol é a iso-</p><p>forma mais potente. Geralmente,</p><p>as quantidades necessárias para</p><p>fornecer proteção antioxidan-</p><p>te adequada podem ser maiores</p><p>e não durar tanto quanto as al-</p><p>ternativas sintéticas(24). Outros</p><p>agentes, como o ácido ascórbico,</p><p>ácido cítrico ou extrato de alecrim,</p><p>às vezes são usados para ajudar a</p><p>reciclar a função dos compostos</p><p>de tocoferol.</p><p>Antioxidantes</p><p>sintéticos</p><p>BHT</p><p>BHA</p><p>Etoxiquin</p><p>Propil galato</p><p>TBHQ</p><p>0,02% do conteúdo de gordura</p><p>0,02% do conteúdo de gordura</p><p>0,02% do conteúdo de gordura</p><p>0,02% do conteúdo de gordura</p><p>0,015% da dieta total</p><p>Teor máximo de 150mg/kg de alimento.</p><p>Teor máximo de 150mg/kg de alimento.</p><p>Teor máximo de 100mg/kg de alimento.</p><p>Sem restrição.</p><p>Teor máximo de 150mg/kg de alimento</p><p>para todas categorias animais, à</p><p>exceção de cães: 100mg/kg.</p><p>FDA1</p><p>Limite de inclusão</p><p>MAPA2,3</p><p>1 Food and Drug Administration, 21 CFR 172.</p><p>2 Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, IN 42/2010, IN 38/2015, IN 51/2020.</p><p>3 Autorizada a mistura de BHA com Etoxiquin e BHT desde que a concentração total da mistura</p><p>não exceda 150mg/kg de ração completa.</p><p>Tabela 3 - Antioxidantes sintéticos autorizados para uso em pet food e seus limites de uso de acordo</p><p>com a agência Food and Drug Administration e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.</p><p>PremieRvet® - INFORMATIVO TÉCNICO - Edição I/2021</p><p>10 11</p><p>- Uso de antioxidantes naturais</p><p>em pet food</p><p>O efeito do consumo de antio-</p><p>xidantes naturais no organismo é</p><p>bastante estudado, visto a capa-</p><p>cidade de alguns compostos em</p><p>prevenir doenças e promover a</p><p>saúde. No entanto, seu potencial</p><p>como aditivo antioxidante para</p><p>estabilização de alimentos é bem</p><p>menos explorado.</p><p>A demanda por ingredientes</p><p>mais naturais na nutrição hu-</p><p>mana e animal, porém, tem tra-</p><p>zido outra perspectiva, incen-</p><p>tivando pesquisas nessa área.</p><p>Os fabricantes de alimentos</p><p>para animais de estimação, jun-</p><p>tamente com fornecedores de</p><p>antioxidantes, estão desenvol-</p><p>vendo e avaliando novos antioxi-</p><p>dantes naturais e seus impactos na</p><p>estabilidade de alimentos e in-</p><p>gredientes naturais para animais</p><p>de estimação.</p><p>Resultados promissores foram</p><p>obtidos ao se avaliar a inclusão</p><p>de 0,01% de extrato de cúrcuma</p><p>em alimento seco extrusado para</p><p>cães. Quando adicionada à dieta,</p><p>protegeu o alimento de peroxida-</p><p>ção lipídica e aumentou sua capa-</p><p>cidade antioxidante. A curcumina</p><p>também melhorou a saúde cani-</p><p>na ao estimular a eritropoiese e o</p><p>sistema antioxidante, conferindo</p><p>proteção hepática(51). Contudo,</p><p>a pesquisa não excluiu o uso de</p><p>antioxidantes sintéticos nos in-</p><p>gredientes utilizados no alimento,</p><p>e a curcumina ofereceu uma pro-</p><p>teção antioxidante adicional, mas</p><p>não exclusiva.</p><p>Avaliou-se a adição de 5 fontes</p><p>de antioxidantes naturais (curcu-</p><p>mina, cranberry, romã, extrato de</p><p>semente de uva e açaí) para con-</p><p>servar os ácidos graxos ômega 3,</p><p>em alimento comercial para cães.</p><p>O alimento comercial extrusado</p><p>e completo foi moído, mistura-</p><p>do com 3,1% de óleo de linhaça +</p><p>1,8% de óleo de peixe (na matéria</p><p>seca) e os antioxidantes naturais</p><p>foram adicionados na dose de</p><p>0,2% nessa mistura. Exceto pelo</p><p>açaí, os antioxidantes naturais de-</p><p>monstraram potencial em redu-</p><p>zir a oxidação lipídica e preservar</p><p>os ácidos graxos essenciais após</p><p>12 dias de exposição à tempera-</p><p>tura de 55ºC, efeito semelhante</p><p>ao verificado com a inclusão de</p><p>0,2% de BHA(52). Mais estudos fo-</p><p>ram recomendados para que se</p><p>conheça a dose adequada desses</p><p>antioxidantes para preservação</p><p>de alimentos completos para cães</p><p>e gatos, seu efeito após a aplica-</p><p>ção industrial, assim como na vida</p><p>de prateleira.</p><p>As perdas de antioxidantes na-</p><p>turais no processo de extrusão</p><p>(o mais utilizado em pet food) são</p><p>frequentemente relatadas como</p><p>sendo 50% ou mais, tornando a</p><p>tolerância ao calor um atributo</p><p>chave para alternativas naturais</p><p>que substituam os sintéticos. Pes-</p><p>quisas promissoras demonstra-</p><p>ram que um sistema antioxidante</p><p>comercial, contendo tocoferóis</p><p>mistos naturais e extrato de ale-</p><p>crim, foi termicamente estável</p><p>por 1 hora a 200°C e por 2 horas</p><p>a 150°C, quando testado em óleo</p><p>de sardinha refinado(53).</p><p>Além da estabilidade térmica,</p><p>existem outros pontos críticos na</p><p>escolha dos antioxidantes naturais</p><p>que devem ser levados em consi-</p><p>deração. O mecanismo de ação</p><p>desses antioxidantes precisa ser</p><p>melhor compreendido para que</p><p>seu uso seja otimizado. Por serem</p><p>relativamente polares, sua lipos-</p><p>solubilidade é pobre (com exceção</p><p>dos tocoferóis, que são lipossolú-</p><p>veis), dificultando o processo de</p><p>mistura, embora alguns possam</p><p>ser eficazes em emulsões.</p><p>Os níveis de toxicidade ainda</p><p>não são bem definidos para es-</p><p>ses compostos, assim como é</p><p>estabelecido para os antioxidan-</p><p>tes sintéticos. Algumas fontes</p><p>de antioxidantes naturais podem</p><p>imprimir um sabor característico</p><p>nos alimentos, o que exige estu-</p><p>dos detalhados de palatabilidade</p><p>na espécie, a fim de evitar proble-</p><p>mas de ingestão inadequada(40).</p><p>Além disso, a maioria dos antioxi-</p><p>dantes naturais ainda não foi tes-</p><p>tada quanto aos efeitos carcino-</p><p>gênicos ou mutagênicos, assunto</p><p>que é intenso foco de pesquisa</p><p>nos aditivos sintéticos.</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>DO RESIDUAL DE</p><p>ANTIOXIDANTES</p><p>SINTÉTICOS EM 83</p><p>ALIMENTOS PARA CÃES</p><p>E GATOS(54)</p><p>• Realizou-se o estudo de 83</p><p>marcas de alimentos secos extru-</p><p>sados para cães e para gatos (de 27</p><p>fabricantes diferentes), que foram</p><p>classificadas como "Econômico"</p><p>(n=21), "Premium" (n=33) e "Super</p><p>Premium" (n=29), de acordo com</p><p>as informações do rótulo. Desse</p><p>total, 13 alimentos foram classifi-</p><p>cados como “Natural”, pois decla-</p><p>raram não adicionar antioxidantes</p><p>sintéticos, ou então, anunciavam a</p><p>utilização de antioxidantes naturais</p><p>em sua formulação (Tabela 4).</p><p>• Foram determinados os residu-</p><p>ais de BHA, BHT, TBHQ e Etoxiquin</p><p>em todos os alimentos, a fim de</p><p>verificar as quantidades remanes-</p><p>centes desses antioxidantes, logo</p><p>após abertura da embalagem ori-</p><p>ginal. Também foi determinado o</p><p>índice de peróxidos para verificar</p><p>o estado de conservação e identi-</p><p>ficar processo de oxidação lipídica</p><p>nestes alimentos.</p><p>• Os grupos “Super Premium” e</p><p>“Natural” foram os que apresenta-</p><p>ram maior teor de gordura em sua</p><p>composição, portanto, conside-</p><p>rados mais críticos em relação à</p><p>conservação e mais susceptíveis à</p><p>oxidação lipídica.</p><p>• Dos 13 alimentos Naturais</p><p>avaliados, apenas 1 não apresen-</p><p>tou traços de antioxidantes sinté-</p><p>ticos em sua composição. Nos de-</p><p>mais alimentos classificados como</p><p>“Natural”, foi indicada presença de</p><p>um ou mais dos antioxidantes sin-</p><p>téticos avaliados. Os residuais de</p><p>antioxidantes encontrados nesses</p><p>alimentos podem ter ocorrido em</p><p>função da adição do próprio antio-</p><p>xidante ao alimento ou por meio</p><p>das matérias primas incorporadas</p><p>ao alimento e adquiridas pelo fabri-</p><p>cante, já que normalmente farinhas</p><p>animais, gorduras e óleos são esta-</p><p>bilizados com antioxidantes.</p><p>• O grupo “Natural” apresentou</p><p>residual de antioxidantes sinté-</p><p>ticos total (RAT) similar aos dos</p><p>grupos “Econômico”, “Premium”</p><p>e “Super Premium”. Entretanto, foi</p><p>o que apresentou maior índice de</p><p>peróxido, indicando estabilidade</p><p>oxidativa inferior.</p><p>• Verificou-se níveis excessivos</p><p>de TBHQ (> 400mg/kg de gordu-</p><p>ra) em 9 alimentos de diferentes</p><p>categorias, sendo o limite máximo</p><p>recomendado pela AAFCO de 200</p><p>mg/kg de gordura. No Brasil, o uso</p><p>de TBHQ parece ocorrer sem res-</p><p>trições pelo MAPA, porém as con-</p><p>sequências do consumo excessivo</p><p>já são conhecidas e devem ser evi-</p><p>tadas pelos fabricantes.</p><p>• Dos 83 alimentos avaliados, 5</p><p>apresentaram índice de peróxi-</p><p>do acima de 10 mEq/kg, indican-</p><p>do processo oxidativo da amostra</p><p>[Bellaver]. Apenas 1 alimento para</p><p>cães do grupo Premium apre-</p><p>sentou somatório de BHA, BHT e</p><p>Etoxiquin superior ao permitido</p><p>pelo órgão regulatório (150mg/kg</p><p>de alimento).</p><p>Alimentos Gordura (%) BHA (mg/kg) BHT (mg/kg) TBHQ (mg/kg) ETOX (mg/kg) RAT (mg/kg) IP (mEq/kg)</p><p>Econômico</p><p>Premium</p><p>Super Premium</p><p>Natural</p><p>P Valor</p><p>9,0 c</p><p>11,1 b</p><p>14,9 a</p><p>14,9 a</p><p>aos seus</p><p>comportamentos toxicológicos e</p><p>estabelecidos os níveis seguros de</p><p>inclusão, alguns cuidados devem</p><p>ser tomados durante seu uso, prin-</p><p>cipalmente para evitar o uso ex-</p><p>cessivo dessas substâncias.</p><p>Existe hoje uma forte pressão</p><p>por substâncias alternativas. Ainda</p><p>sem consenso sobre quais antioxi-</p><p>dantes naturais mostram-se mais</p><p>adequados para substituir os sinté-</p><p>ticos em alimentos completos ou</p><p>ingredientes ricos em gordura (as-</p><p>sim como os respectivos níveis de</p><p>inclusão), deve-se levar em consi-</p><p>deração as características dos ali-</p><p>mentos e processo de obtenção,</p><p>de forma a não comprometer a</p><p>qualidade e segurança nutricionais</p><p>dos alimentos. Mais estudos toxi-</p><p>cológicos e práticos precisam ser</p><p>realizados para subsidiar as esco-</p><p>lhas desses aditivos alimentares,</p><p>visto que muitas dúvidas ainda</p><p>existem sobre o tema. Além disso,</p><p>para a obtenção de produtos mais</p><p>naturais e com qualidade nutricio-</p><p>nal é preciso que toda a cadeia de</p><p>produção de alimentos, sobretudo</p><p>os fornecedores de insumos, este-</p><p>ja envolvida. Aqueles antioxidantes</p><p>naturais testados e sem preceden-</p><p>tes de potencial tóxico devem ser</p><p>avaliados nos diferentes contextos</p><p>industriais, para que seu uso ocorra</p><p>de forma segura, eficiente e eco-</p><p>nomicamente viável, sem compro-</p><p>meter a qualidade do alimento e a</p><p>saúde dos animais.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BIBLIOGRÁFICAS</p><p>(1) NRC, Nutrient Requirements</p><p>of Dogs and Cats, Washington, D.C.:</p><p>National Academies Press, 2006.</p><p>(2) RIAZ, M. N.; ALAM, M. S. Fats</p><p>and Oils in Feedstuffs and Pet</p><p>Foods. Bailey’s Industrial Oil and Fat</p><p>Products, p. 1–66, 2020.</p><p>(3) FEDIAF, Diretrizes Nutricionais</p><p>Para alimentos complementares</p><p>para cães e gatos, Brasil: European</p><p>Pet Food Industry Federation, 2018.</p><p>(4) ARAÚJO, J. M. A., Química de</p><p>alimentos: teoria e prática. 5 ed. Vi-</p><p>çosa, MG: UFV, 2011.</p><p>(5) BARDEN, L.; DECKER, E. 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