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<p>EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA 38ª VARA DA</p><p>COMARCA DE FORTALEZA - CE.</p><p>AÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS</p><p>LAURA, solteira, professora, portadora do CPF: xxx.xxx.xxx-xx, com endereço</p><p>eletrônico:lauraxx@gmail.com, residente e domiciliada à Rua: xxxxxxxx vem,</p><p>respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seus</p><p>advogados subscritores, ajuizar AÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS em</p><p>face de ANDRÉ, casado, empresário, portador do CPF: xxx.xxx.xxx.-xx, com</p><p>endereço eletrônico: andrexx@gmail.com, residente e domiciliado à Rua:</p><p>xxxxxx, pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos:</p><p>I. Dos fatos.</p><p>Após uma desavença sobre a divisão de propriedade comum, a requerente foi</p><p>agredida pelo acusado. Agressão essa que resultou em lesões sérias que a</p><p>forçaram a se afastar de seu trabalho por um período de 8 meses, dos quais 2</p><p>foram passados em recuperação em centro médico hospitalar particular. Tendo</p><p>o período citado de afastamento das atividades como professora e enfrentando</p><p>atualmente dificuldades para realizar suas funções profissionais com eficiência.</p><p>Desta forma, ocasionando uma queda mensal considerável na sua renda.</p><p>Devido as agressões sofridas, a requerente faz uso de medicação contínua, o</p><p>que causou um aumento significativo de gastos sem previsão para o fim do</p><p>tratamento, além de débitos relativos à sua estadia hospitalar, uma vez que não</p><p>possui plano de saúde.</p><p>II. Do direito.</p><p>O art. 186 do Novo Código Civil, cuidando do ato ilícito, prescreve que este</p><p>existe quando, "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou</p><p>imprudência, violar direito e causar prejuízo a outrem, ainda que</p><p>exclusivamente moral, comete ato ilícito".</p><p>Ora, não se resta dúvida que a requerente passou situação vexatória</p><p>promovida pelo acusado, embora não sendo essas lesões visíveis, a</p><p>circunstância lhe afetou profundamente a integridade psicológica e traumas</p><p>emocionais em decorrência da violência sofrida, infringindo também o Art. 5º da</p><p>Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Ninguém será submetido à</p><p>tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”.</p><p>mailto:andrexx@gmail.com</p><p>Ademais, os danos lhe trouxeram débitos em face do hospital a qual ficou</p><p>internada por 2 meses e suas custas, além do tratamento relacionado a</p><p>insumos e medicações deverão ser arcadas pelo então acusado como mostra</p><p>entendimento majoritário dos Tribunais:</p><p>"Se incontroversas a injusta agressão e as consequentes lesões corporais, não</p><p>há como censurar a decisão que impôs ao agressor a obrigação de indenizar</p><p>as despesas com o tratamento médico e os danos morais". Apelação civil</p><p>827/93 - Reg. em 18/10/93.</p><p>Civil. Dano moral. Indenização. “O dano moral, decorrente de lesão corporal</p><p>grave, deve ser indenizado, independentemente do ressarcimento do dano</p><p>estético.” Recurso especial conhecido e provido (REsp n. 84.752-RJ, Rel. Min.</p><p>Ari Pargendler, DJ de 8.5.2000).</p><p>Nessa mesma linha do dano material, vale salientar que é inquestionável o</p><p>prejuízo sofrido pela requerente no que diz respeito aos danos emergentes,</p><p>bem como os lucros cessantes, haja vista a solicitante ter sido afastada de</p><p>suas atividades laborais e ter sofrido queda em sua renda mensal.</p><p>Sendo assim, indubitável é a culpa do acusado, face a presença dos</p><p>pressupostos da configuração do ato ilícito, quais sejam, a ação ou omissão</p><p>voluntária, a culpa, o dano e o nexo de causalidade, e que por isso faz jus a</p><p>autora de ser ressarcida de todo prejuízo sofrido, embora que a reparação</p><p>independa de culpa ou dolo, salvo se a outrem atribuir a culpa do ato danoso</p><p>(culpa In eligendo, In instruendo ou In vigilando).</p><p>III. Do pedido.</p><p>EX POSITIS, a autora requer a citação do Réu, no endereço supracitado, na</p><p>pessoa de seu representante legal, para querendo contestar os termos da</p><p>presente Ação de Indenização por ato Ilícito, sob pena de revelia, que espera</p><p>seja julgada PROCEDENTE, a fim de reparar todos os danos que causou e</p><p>ainda vem causando a mesma, danos já devidamente descritos acima e assim</p><p>constituídos:</p><p>1. Verba autônoma para indenização moral nunca inferior a R$ 10.000,0</p><p>equivalente a 10 vezes os gastos com acompanhantes;</p><p>2. Verba de despesas de tratamento e medicamento, até o fim da</p><p>convalescença;</p><p>3. Verba de despesas com acompanhantes, visto a impossibilidade da autora</p><p>de exercer suas tarefas cotidianas, despesas de táxi;</p><p>4. Verba de aluguel de moletas para locomoção;</p><p>5. Verba de incidência da dobra prevista no artigo 949 do Novo C.C.;</p><p>6. Juros compensatórios, nos termos do art. 398 do Novo C.C.;</p><p>7. Honorários Advocatícios do patrono do autor, na base de 20% (vinte por</p><p>cento) sobre o total da condenação;</p><p>8. Incidência da correção monetária sobre todas as parcelas fixas que integram</p><p>a indenização, inclusive, custas e despesas processuais, aplicando-se a</p><p>disposição da Súmula 562 do STF.</p><p>Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas,</p><p>notadamente documental, oitiva de depoimento pessoal e de testemunhas,</p><p>provas periciais e todas as demais que se fizerem necessárias à substancial</p><p>comprovação dos fatos aqui narrados.</p><p>Indica-se como valor da causa o valor de R$ 25.000,00.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede e espera deferimento.</p><p>Fortaleza – CE, 25 de março de 2024</p><p>Almerinda da Silva Facundo Neta</p><p>OAB CE XXXX.</p>