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Questões resolvidas

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<p>Língua e Patrimônio</p><p>IT0425 - (Enem PPL)</p><p>O povo indígena Wajãpi u�liza o Kusiwa —</p><p>reconhecido como bem imaterial da humanidade em</p><p>2003 — como repertório codificado de padrões gráficos</p><p>que decora e colore o corpo e os objetos. Para além de</p><p>enfeitar, Kusiwa aparece como “arte”, “marca”, “pintura”</p><p>e “desenho”. Esses grafismos ultrapassam a noção</p><p>esté�ca e alcançam a cosmologia e as crenças religiosas.</p><p>ALMEIDA, C. S.; CARDOSO, P. B. Arte coussiouar,</p><p>perspec�vas históricas de alteridade e reconhecimento.</p><p>Espaço Ameríndio, n. 1, jan.-jul. 2021.</p><p>O povo Wajãpi, que vive na Serra do Tumucumaque,</p><p>entre Amapá, Pará e Guiana Francesa, vivencia prá�cas</p><p>culturais que</p><p>a) perdem significado quando desprovidas de elementos</p><p>gráficos.</p><p>b) revelam uma concepção de arte para além de funções</p><p>esté�cas.</p><p>c) funcionam como elementos de representação</p><p>figura�va de seu mundo.</p><p>d) padronizam uma mesma iden�dade gráfica entre</p><p>diferentes povos indígenas.</p><p>e) primam pela u�lização dos grafismos como</p><p>contraposição ao mundo imaginário.</p><p>IT0428 - (Enem PPL)</p><p>Dentre as músicas clássicas que �nham potencial para</p><p>ganhar as ruas das grandes cidades brasileiras, uma se</p><p>destacou e acabou se transformando em um recado ao</p><p>inconsciente cole�vo: se as notas ouvidas lá longe são a</p><p>melodia Für Elise, interpretada ao piano, é um caminhão</p><p>vendendo gás que se aproxima. Essa história, que torna a</p><p>obra do compositor alemão Ludwig van Beethoven um</p><p>meme nacional, começou quando as firmas de venda de</p><p>gás porta a porta queriam uma solução para subs�tuir o</p><p>barulho das buzinas e os gritos de “Ó o gás”. Com o</p><p>obje�vo de diminuir a poluição sonora, a prefeitura de</p><p>São Paulo promulgou a Lei n. 11 016, em 1991, que</p><p>ins�tui que “Fica proibido o uso da buzina, pelos</p><p>caminhões de venda de gás engarrafado a domicílio, para</p><p>anunciar a sua passagem pelas vias e logradouros”.</p><p>Entregadores de empresas de distribuição de gás</p><p>recorreram a chips com músicas livres de direitos</p><p>autorais. No início, não era apenas Für Elise — notas de</p><p>outros temas clássicos também eram ouvidas. Mas a</p><p>força da bagatela beethoveniana composta em 1810</p><p>acabou se sobrepondo às demais e virou pra�camente</p><p>um símbolo.</p><p>Disponível em: www.dw.com. Acesso em: 21 dez. 2020</p><p>(adaptado).</p><p>Ludwig van Beethoven (1770-1827) é mundialmente</p><p>conhecido como um dos maiores representantes da</p><p>música de concerto do período român�co. A adoção de</p><p>uma de suas obras mais difundidas como anúncio de</p><p>venda de gás engarrafado indica a</p><p>a) u�lização da música erudita como forma de educar a</p><p>população em geral.</p><p>b) manutenção da música europeia nos mais variados</p><p>aspectos da cultura brasileira.</p><p>c) contribuição que a obra do compositor alemão tem na</p><p>diminuição da poluição sonora.</p><p>d) modificação da função que uma obra ar�s�ca pode</p><p>sofrer em diferentes épocas e lugares.</p><p>e) ar�culação entre o poder público e as empresas para</p><p>contornar as limitações das leis de direito autoral.</p><p>IT0445 - (Enem PPL)</p><p>A historiografia do país demonstra que foi necessário</p><p>considerável esforço do colonizador português em impor</p><p>sua língua pátria em um território tão extenso. Trata-se</p><p>de um fenômeno polí�co e cultural relevante o fato de,</p><p>na atualidade, a língua portuguesa ser a língua oficial e</p><p>plenamente inteligível de norte a sul do país, apesar das</p><p>especificidades e da grande diversidade dos chamados</p><p>“sotaques” regionais. Esse empreendimento relacionado</p><p>à imposição da língua portuguesa foi adotado como uma</p><p>das estratégias de dominação, ocupação e demarcação</p><p>das fronteiras do território nacional, sucessivamente, em</p><p>pra�camente todos os períodos e regimes polí�cos. Da</p><p>Colônia ao Império, da República ao Estado Novo e daí</p><p>em diante.</p><p>Tomemos como exemplo o nheengatu, uma língua</p><p>baseada no tupi an�go e que foi fruto do encontro,</p><p>muitas vezes belicoso e violento, entre o colonizador e as</p><p>populações indígenas da costa brasileira e de grande</p><p>parte da Amazônia. Foi a língua geral de comunicação no</p><p>1@professorferretto @prof_ferretto</p><p>período colonial até ser banida pelo Marquês de Pombal,</p><p>a par�r de 1758, caindo em pleno processo de desuso e</p><p>decadência a par�r de então. Foram falantes de</p><p>nheengatu que nominaram uma infinidade de lugares,</p><p>paisagens, acidentes geográficos, rios e até cidades.</p><p>Atualmente, resta um pequeno con�ngente de falantes</p><p>dessa língua no extremo norte do país. É u�lizada como</p><p>língua franca em regiões como o Alto Rio Negro, sendo</p><p>inclusive fator de afirmação étnica de grupos indígenas</p><p>que perderam sua língua original, como os Barés,</p><p>Arapaços, Baniwas e Werekenas.</p><p>Disponível em: h�p://desafios.ipea.gov.br. Acesso em: 20</p><p>out. 2021 (adaptado).</p><p>Da leitura do texto, depreende-se que o patrimônio</p><p>linguís�co brasileiro é</p><p>a) cons�tuído por processos históricos e sociais de</p><p>dominação e violência.</p><p>b) decorrente da tenta�va de fusão de diferentes línguas</p><p>indígenas.</p><p>c) exemplifica�vo da miscigenação étnica da sociedade</p><p>nacional.</p><p>d) caracterizado pela diversidade de sotaques e</p><p>regionalismos.</p><p>e) resultado de sucessivas ações de expansão territorial.</p><p>IT0450 - (Enem PPL)</p><p>Pelo modo como seleciona e organiza as informações,</p><p>esse infográfico cumpre a função de</p><p>a) ques�onar o processo de enfraquecimento da</p><p>iden�dade indígena.</p><p>b) apresentar dados sobre a atual configuração da</p><p>realidade indígena no país.</p><p>c) defender polí�cas de preservação da cultura indígena.</p><p>d) divulgar as etnias indígenas mais representa�vas do</p><p>Brasil.</p><p>e) cri�car a distribuição geográfica desigual das</p><p>comunidades indígenas.</p><p>IT0423 - (Enem PPL)</p><p>A sobrevivência dos pomeranos</p><p>Ocorrem no Brasil atual casos como o da língua falada</p><p>pelos pomeranos, que imigraram para o Brasil devido à</p><p>Segunda Guerra Mundial, e que conseguiu manter-se viva</p><p>em pequenas comunidades do Rio Grande do Sul e do</p><p>Espírito Santo. Essa língua, em pleno uso e transmissão</p><p>no Brasil, não é mais falada na Europa Central, sua região</p><p>de origem. Após a guerra, a região onde ficava Pomerode</p><p>foi incorporada à Polônia pela força do regime sovié�co.</p><p>Quanto à etnia dos pomeranos, pra�camente foi ex�nta</p><p>e os sobreviventes dispersados pela Polônia. Mas a língua</p><p>permanece viva no Brasil.</p><p>CASAL JR., M. Disponível em: h�p://desafios.ipea.gov.br.</p><p>Acesso em: 30 out. 2021 (adaptado).</p><p>De acordo com esse texto, a língua falada pelos</p><p>pomeranos</p><p>a) con�nua sendo transmi�da em Pomerode, na Polônia.</p><p>b) permanece preservada em algumas regiões do Brasil.</p><p>c) apresenta caracterís�cas dis�ntas no Brasil.</p><p>d) contribui para o isolamento da Polônia no Leste</p><p>Europeu.</p><p>e) foi dispersada por ação do regime sovié�co.</p><p>IT0461 - (Enem PPL)</p><p>As ruas de calçamento irregular feito com pedras pé</p><p>de moleque e o casario colonial do centro histórico de</p><p>Paraty, município ao sul do estado do Rio de Janeiro,</p><p>foram palco de uma polêmica encerrada há pouco mais</p><p>de dez anos: o nome da cidade deveria ser escrito com</p><p>“y” ou com “i”?</p><p>Tudo começou após mudanças nas regras ortográficas</p><p>da língua portuguesa no Brasil terem determinado a</p><p>subs�tuição do “y” por “i” em palavras como “Paraty”,</p><p>que então passou a figurar nos mapas como “Para�”.</p><p>Revoltados com a alteração, os para�enses se</p><p>mobilizaram para que o “y” retornasse ao seu devido</p><p>lugar na grafia do nome da cidade, o que só ocorreu</p><p>depois da aprovação de uma lei pela Câmara de</p><p>Vereadores, em 2007.</p><p>2@professorferretto @prof_ferretto</p><p>No caso de “Paraty”, uma das argumentações em</p><p>favor do uso do “y” teve por base a origem indígena da</p><p>palavra. “Foi percebido que existem várias tonalidades</p><p>para a pronúncia do ‘i’ para os indígenas. E cada uma</p><p>delas tem um significado diferente. O ‘y’ é mais próximo</p><p>à pronúncia que eles usavam para significar algo no</p><p>território. É como se fosse ‘Para�i’, que significa água que</p><p>corre. Aí o linguista achou por bem u�lizar o ‘y’ para</p><p>representar essa pronúncia, o ‘i’ longo, o ‘i’ dobrado”,</p><p>esclarece uma técnica da coordenação de cartografia do</p><p>IBGE.</p><p>BENEDICTO, M.; LOSCHI, M. Nomes geográficos. Retratos:</p><p>a revista do IBGE, fev. 2019.</p><p>A resolução da polêmica, com a permanência da grafia da</p><p>palavra “Paraty”, revela que a norma�zação da língua</p><p>portuguesa foi</p><p>desconsiderada por</p><p>a) conveniência polí�co-par�dária.</p><p>b) mo�vação de natureza esté�ca e lúdica.</p><p>c) força da tradição e do sen�mento de pertença.</p><p>d) convenção ortográfica de alcance geral.</p><p>e) necessidade de sistema�zação dos usos da língua.</p><p>IT0477 - (Enem PPL)</p><p>Agora sei que a minha língua é a língua de sinais.</p><p>Agora sei também que o português me convém. Eu quero</p><p>ensinar português para os meus alunos surdos, pois eles</p><p>precisam dessa língua para ter mais poder de negociação</p><p>com os ouvintes [G, 2004].</p><p>Eu me sinto bilíngue, eu converso com os surdos na</p><p>minha língua e converso com os ouvintes no português,</p><p>porque aprendi a falar o português, embora eu tenha voz</p><p>de surdo, mas as pessoas muitas vezes me entendem. Eu</p><p>já me acostumei a conversar com os ouvintes no meu</p><p>português. Se alguns não me entendem, eu escrevo [SZ,</p><p>2011].</p><p>QUADROS, R. M. Libras. São Paulo: Parábola, 2019.</p><p>Considerando os contextos de uso da Libras e da língua</p><p>portuguesa, o depoimento desses surdos revela que no</p><p>contato entre essas línguas há uma</p><p>a) situação de complementariedade quanto aos efeitos</p><p>sociais e intera�vos.</p><p>b) condução do contrato comunica�vo com base nas</p><p>regras do português falado e escrito.</p><p>c) ameaça à proficiência em Libras provocada por</p><p>dificuldades de ar�culação.</p><p>d) preferência pela língua de sinais em decorrência de</p><p>fatores iden�tários.</p><p>e) ideia do bilinguismo como fator de dis�nção</p><p>econômica dos interlocutores.</p><p>IT0489 - (Enem PPL)</p><p>De acordo com alguns estudos, uma inovação do</p><p>português brasileiro é o R caipira, às vezes tão intenso</p><p>que parece valer por dois ou três, como</p><p>em porrrta ou carrrne.</p><p>Associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma</p><p>imprecisão geográfica e histórica, embora o R tenha sido</p><p>uma das marcas do es�lo matuto do ator Mazzaropi em</p><p>32 filmes. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas</p><p>em busca de ouro, os linguistas encontraram o R</p><p>supostamente �pico de São Paulo em cidades de Minas</p><p>Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste</p><p>de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, formando um</p><p>modo de falar similar ao português do século XVIII.</p><p>Quem �ver paciência e ouvido apurado poderá</p><p>encontrar também na região central do Brasil o S chiado,</p><p>uma caracterís�ca �pica do falar carioca que veio com os</p><p>portugueses em 1808 e era um sinal de pres�gio por</p><p>representar o falar da Corte.</p><p>A história da língua portuguesa no Brasil está</p><p>revelando as caracterís�cas preservadas do português,</p><p>como a troca do L pelo R, resultando em pranta em vez</p><p>de planta. Camões registrou essa troca em Os Lusíadas —</p><p>lá está um frautasno lugar de flautas —, e o cantor e</p><p>compositor paulista Adoniran Barbosa a deixou</p><p>registrada em frases como “frechada do teu olhar”, do</p><p>samba Tiro ao Álvaro.</p><p>FIORAVANTI, C. Disponível em:</p><p>h�p://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 11 dez.</p><p>2017.</p><p>Com base na afirmação de que “associar o R caipira</p><p>apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica e</p><p>histórica”, o texto propõe uma discussão sobre a(s)</p><p>a) relevância da fala de pres�gio na época da Corte</p><p>portuguesa.</p><p>b) inovação do português brasileiro sem equivalente em</p><p>Portugal.</p><p>c) razões históricas do preconceito sobre a fala regional</p><p>no Brasil.</p><p>d) importância do estudo, da preservação e do respeito à</p><p>língua falada no Brasil.</p><p>e) variedade de uso da língua, caracterís�ca da literatura</p><p>e da música brasileiras.</p><p>IT0526 - (Enem PPL)</p><p>A porca e os sete leitões</p><p>É um mito que está desaparecendo, pouca gente o</p><p>conhece. É provável que a geração infan�l atual o</p><p>desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos</p><p>falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito no</p><p>largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas an�gas. Não</p><p>3@professorferretto @prof_ferretto</p><p>faz mal a ninguém, pode-se correr para apanhá-la com</p><p>seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem do</p><p>lugar costumeiro da aparição, a qual só se dá à noite,</p><p>depois de terem “cumprido a sina”.</p><p>Em São Luís do Parai�nga, informaram que se a gente</p><p>a�rar contra a porca, o �ro não acerta. Ninguém é dono</p><p>dela e por muitos anos apareceu atrás da igreja de Nossa</p><p>Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu Oswaldo</p><p>Cruz.</p><p>ARAÚJO, A. M. Folclore nacional I: festas, bailados, mitos</p><p>e lendas. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2004.</p><p>Os mitos são importantes para a cultura porque, entre</p><p>outras funções, auxiliam na composição do imaginário de</p><p>um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui</p><p>com o patrimônio cultural brasileiro porque</p><p>a) preserva uma história da tradição oral.</p><p>b) confirma a veracidade dos fatos narrados.</p><p>c) iden�fica a origem de uma história popular.</p><p>d) apresenta as diferentes visões sobre a aparição.</p><p>e) reforça a necessidade de registro das narra�vas</p><p>folclóricas.</p><p>IT0564 - (Enem PPL)</p><p>O tradicional ornato para cabelos, a �ara ou diadema,</p><p>já foi uma exclusividade feminina. Na origem, tanto</p><p>“�ara” quanto “diadema” eram palavras de bom berço.</p><p>“Tiara” nomeava o adorno que era o signo de poder</p><p>entre os poderosos da Pérsia an�ga e povos como os</p><p>frísios, os bizan�nos e os e�opes. A palavra foi</p><p>incorporada do Oriente pela Grécia e chegou até nós por</p><p>via la�na, para quem queria referir-se à mitra usada pelos</p><p>persas. Diadema era a faixa ou �ra de linho fino colocado</p><p>na cabeça pelos an�gos la�nos, herança do derivado</p><p>grego para diádo (atar em volta, segundo o Houaiss). No</p><p>Brasil, a forma de arco ou de laço das �aras e alguns usos</p><p>específicos (o nordes�no “gigolete” faz alusão ao ornato</p><p>usado por cafe�nas, versões femininas do “gigolô”)</p><p>produziram novos sinônimos regionais do objeto.</p><p>Os sinônimos da �ara. Língua Portuguesa, n. 23, 2007</p><p>(adaptado).</p><p>No texto, relata-se que o nome de um enfeite para cabelo</p><p>assumiu diferentes denominações ao longo da história.</p><p>Essa variação jus�fica-se pelo(a)</p><p>a) distanciamento de sen�dos mais an�gos.</p><p>b) registro de fatos históricos ocorridos em uma dada</p><p>época.</p><p>c) associação a questões religiosas específicas de uma</p><p>sociedade.</p><p>d) tempo de uso em uma comunidade linguís�ca.</p><p>e) u�lização do objeto por um grupo social.</p><p>IT0571 - (Enem PPL)</p><p>Os azulejos das fachadas do centro histórico de São Luís</p><p>(MA) integram o patrimônio cultural da humanidade</p><p>reconhecido pela Unesco. A técnica ar�s�ca u�lizada</p><p>para a produção desses reves�mentos advém das</p><p>a) confluências de diferentes saberes do Oriente Médio e</p><p>da Europa.</p><p>b) adequações para aproveitamento da mão de obra</p><p>local.</p><p>c) inovações decorrentes da Revolução Industrial.</p><p>d) influências das culturas francesa e holandesa.</p><p>e) descobertas de recursos naturais na Colônia.</p><p>IT0634 - (Enem PPL)</p><p>Baião é um ritmo popular da Região Nordeste do</p><p>Brasil, derivado de um �po de lundu, denominado</p><p>“baiano”, cujo nome é corruptela. Nasceu sob a</p><p>influência do cantochão, canto litúrgico da Igreja Católica</p><p>pra�cado pelos missionários, e tornou-se expressiva</p><p>forma modificada pela inconsciente influência de</p><p>manifestações locais. Um dos grandes sucessos veio com</p><p>a música homônima, Baião (1946), de Luiz Gonzaga e</p><p>Humberto Teixeira.</p><p>CASCUDO, C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de</p><p>Janeiro: Ediouro, 1998 (adaptado).</p><p>Os elementos regionais que influenciaram culturalmente</p><p>o baião aparecem em outras formas ar�s�cas e podem</p><p>ser verificados na obra</p><p>4@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a)</p><p>b)</p><p>c)</p><p>d)</p><p>e)</p><p>IT0640 - (Enem PPL)</p><p>O mistério do brega</p><p>Famoso no seu tempo, o marechal Schönberg (1615-</p><p>90) ditava a moda em Lisboa, onde seu nome foi</p><p>aportuguesado para Chumbergas. Consta que ele foi</p><p>responsável pela popularização dos vastos bigodes</p><p>tufados na Metrópole. Entre os adeptos estaria o</p><p>governador da província de Pernambuco, o português</p><p>Jerônimo de Mendonça Furtado, que, por isso, aqui</p><p>ganhou o apelido de Chumbregas – variante do</p><p>aportuguesado Chumbergas. Talvez por ser um homem</p><p>não muito benquisto na Colônia, o apelido deu origem ao</p><p>adje�vo xumbrega: “coisa ruim”, “ordinária”. E talvez por</p><p>ser um homem também da folia, surgiu o verbo</p><p>xumbregar, que inicialmente teve o sen�do de</p><p>“embriagar-se” e depois veio a adquirir o de “bolinar”,</p><p>“garanhar”. Dedução lógica: de coisa ruim a bebedeira e</p><p>atos libidinosos, as palavras xumbrega</p><p>ou xumbregar</p><p>chegaram aos anos 60 do século XX na forma reduzida</p><p>brega, designando locais onde se bebe, se bolina e se</p><p>ouvem cantores cafonas. E o que inicialmente era</p><p>substan�vo, “música de brega”, acabou virando adje�vo,</p><p>“música brega” – numa já distante referência a um certo</p><p>marechal alemão chamado Schönberg.</p><p>ARAÚJO, P. C. Revista USP, n. 87, nov. 2010 (adaptado).</p><p>O texto trata das mudanças linguís�cas que resultaram</p><p>na palavra “brega”. Ao apresentar as situações co�dianas</p><p>que favoreceram as reinterpretações do seu sen�do</p><p>original, o autor mostra a importância da</p><p>a) interação oral como um dos agentes responsáveis pela</p><p>transformação do léxico do português.</p><p>b) compreensão limitada de sons e de palavras para a</p><p>criação de novas palavras em português.</p><p>c) eleição de palavras frequentes e representa�vas na</p><p>formação do léxico da língua portuguesa.</p><p>d) interferência da documentação histórica na</p><p>cons�tuição do léxico.</p><p>e) realização de ações de portugueses e de brasileiros a</p><p>fim de padronizar as variedades linguís�cas lusitanas.</p><p>IT0646 - (Enem PPL)</p><p>É viajando pelo mundo que os dois profissionais do</p><p>Living Tongues Ins�tute for Endangered Languages</p><p>reúnem subsídios para formar os chamados “dicionários</p><p>falantes” de idiomas em fase de ex�nção, com poucos</p><p>falantes no planeta. “A maioria das línguas do mundo é</p><p>oral, o que significa que não estão escritas ou seus</p><p>falantes não costumam escrevê-las. E, apesar de os</p><p>projetos tradicionais dos linguistas serem os de escrever</p><p>gramá�cas e dicionários, gostamos de pensar em línguas</p><p>vivas, e saber que as pessoas as estão falando. Então, se</p><p>você vai a um dicionário, deve ser capaz de ouvi-lo. Foi</p><p>com isso em mente que criamos os dicionários para oito</p><p>de algumas das línguas mais ameaçadas do mundo”,</p><p>disse o linguista K. David Harrison. Para os a�vistas de</p><p>cada comunidade com idioma ameaçado, esse dicionário</p><p>é uma ferramenta que pode ser usada para disseminar o</p><p>conhecimento da língua entre os mais jovens. Para todas</p><p>as outras pessoas interessadas, é a oportunidade de</p><p>encontrar sons e formas de discursos humanos</p><p>desconhecidos para grande parte da população do globo.</p><p>É a diversidade linguís�ca escondida e que agora pode</p><p>ser revelada.</p><p>5@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Disponível em: h�p://revistalingua.uol.com.br. Acesso</p><p>em: 28 jul. 2012 (adaptado).</p><p>Considerando o projeto dos “dicionários falantes”,</p><p>compreende-se que o trabalho dos linguistas</p><p>apresentado no texto obje�va</p><p>a) destacar a importância desse �po de inicia�va para a</p><p>recons�tuição de línguas ex�ntas.</p><p>b) ra�ficar a tradição oral como instrumento de</p><p>preservação das línguas no mundo.</p><p>c) demonstrar a existência de registros linguís�cos sob</p><p>risco de desaparecer.</p><p>d) preservar a memória cultural de um povo por meio de</p><p>registros escritos.</p><p>e) es�mular projetos voltados para a escrita de</p><p>gramá�cas e dicionários.</p><p>IT0601 - (Enem PPL)</p><p>O úl�mo refúgio da língua geral no Brasil</p><p>No coração da Floresta Amazônica é falada uma língua</p><p>que par�cipou intensamente da história da maior região</p><p>do Brasil. Trata-se da língua geral, também conhecida</p><p>como nheengatu ou tupi moderno. A língua geral foi ali</p><p>mais falada que o próprio português, inclusive por não</p><p>índios, até o ano de 1877. Alguns fatores contribuíram</p><p>para o desaparecimento dessa língua de grande parte da</p><p>Amazônia, como perseguições oficiais no século XVIII e a</p><p>chegada maciça de falantes de português durante o ciclo</p><p>da borracha, no século XIX. Língua-testemunho de um</p><p>passado em que a Amazônia brasileira alargava seus</p><p>territórios, a língua geral hoje é falada por mais de 6 mil</p><p>pessoas, num território que se estende pelo Brasil,</p><p>Venezuela e Colômbia. Em 2002, o município de São</p><p>Gabriel da Cachoeira ficou conhecido por ter oficializado</p><p>as três línguas indígenas mais usadas ali: o nheengatu, o</p><p>baníua e o tucano. Foi a primeira vez que outras línguas,</p><p>além do português, ascendiam à condição de línguas</p><p>oficiais no Brasil. Embora a oficialização dessas línguas</p><p>não tenha ob�do todos os resultados esperados,</p><p>redundou no ensino de nheengatu nas escolas municipais</p><p>daquele município e em muitas escolas estaduais nele</p><p>situadas. É fundamental que essa língua de tradição</p><p>eminentemente oral tenha agora sua gramá�ca estudada</p><p>e que textos de diversas naturezas sejam escritos,</p><p>justamente para enfrentar os novos tempos que</p><p>chegaram.</p><p>NAVARRO, E. Estudos Avançados, n. 26, 2012 (adaptado).</p><p>O esforço de preservação do nheengatu, uma língua que</p><p>sofre com o risco de ex�nção, significa o reconhecimento</p><p>de que</p><p>a) as línguas de origem indígena têm seus próprios</p><p>mecanismos de autoconservação.</p><p>b) a construção da cultura amazônica, ao longo dos anos,</p><p>cons�tuiu-se, em parte, pela expressão em línguas de</p><p>origem indígena.</p><p>c) as ações polí�cas e pedagógicas implementadas até o</p><p>momento são suficientes para a preservação da língua</p><p>geral amazônica.</p><p>d) a diversidade do patrimônio cultural brasileiro,</p><p>historicamente, tem se construído com base na</p><p>unidade da língua portuguesa.</p><p>e) o Brasil precisa se diferenciar de países vizinhos, como</p><p>Venezuela e Colômbia, por meio de um idioma comum</p><p>na Amazônia brasileira.</p><p>IT0683 - (Enem PPL)</p><p>Abrimos o Brasil a todo o mundo: mas queremos que o</p><p>Brasil seja Brasil! Queremos conservar a nossa raça, a</p><p>nossa história, e, principalmente, a nossa língua, que é</p><p>toda a nossa vida, o nosso sangue, a nossa alma, a nossa</p><p>religião.</p><p>BILAC, O. Úl�mas conferências e discursos. Rio de</p><p>Janeiro: Francisco Alves, 1927.</p><p>Nesse trecho, Olavo Bilac manifesta seu engajamento na</p><p>cons�tuição da iden�dade nacional e linguís�ca,</p><p>ressaltando a</p><p>a) transformação da cultura brasileira.</p><p>b) religiosidade do povo brasileiro.</p><p>c) abertura do Brasil para a democracia.</p><p>d) importância comercial do Brasil.</p><p>e) autorreferência do povo como brasileiro.</p><p>IT0660 - (Enem PPL)</p><p>Em primeiro lugar gostaria de manifestar os meus</p><p>agradecimentos pela honra de vir outra vez à Galiza e</p><p>conversar não só com os an�gos colegas, alguns dos</p><p>quais fazem parte da mesa, mas também com novos</p><p>colegas, que pertencem à nova geração, em cujas mãos,</p><p>com toda certeza, está também o des�no do Galego na</p><p>Galiza, e principalmente o des�no do Galego incorporado</p><p>à grande família lusófona.</p><p>E, portanto, é com muito prazer que teço algumas</p><p>considerações sobre o tema apresentado. Escolhi como</p><p>tema como os fundadores da Academia Brasileira de</p><p>Letras viam a língua portuguesa no seu tempo. Como</p><p>sabem, a nossa Academia, fundada em 1897, está agora</p><p>completando 110 anos, foi organizada por uma reunião</p><p>de jornalistas, literatos, poetas que se reuniam na</p><p>secretaria da Revista Brasileira, dirigida por um crí�co</p><p>literário e por um literato chamado José Veríssimo,</p><p>6@professorferretto @prof_ferretto</p><p>natural do Pará, e desse entusiasmo saiu a ideia de se</p><p>criar a Academia Brasileira, depois anexada ao seu �tulo:</p><p>Academia Brasileira de Letras.</p><p>BECHARA, E. Disponível em: www.academiagalega.org.</p><p>Acesso em: 31 jul. 2012.</p><p>No trecho da palestra proferida por Evanildo Bechara, na</p><p>Academia Galega da Língua Portuguesa, verifica-se o uso</p><p>de estruturas grama�cais �picas da norma padrão da</p><p>língua. Esse uso</p><p>a) torna a fala inacessível aos não especialistas no</p><p>assunto abordado</p><p>b) contribui para a clareza e a organização da fala no</p><p>nível de formalidade esperado para a situação.</p><p>c) atribui à palestra caracterís�cas linguís�cas restritas à</p><p>modalidade escrita da língua portuguesa.</p><p>d) dificulta a compreensão do auditório para preservar o</p><p>caráter rebuscado da fala.</p><p>e) evidencia distanciamento entre o palestrante e o</p><p>auditório para atender os obje�vos do gênero</p><p>palestra.</p><p>IT0485 - (Enem PPL)</p><p>Muitos imigrantes de Hunsrück, localizada no</p><p>sudoeste da Alemanha, chegaram ao Brasil no século 19</p><p>trazendo consigo uma variante do alemão, o</p><p>hunsrückisch. Em contato com o português, essa variante</p><p>se fundiu com algumas palavras, dando origem a uma</p><p>nova língua falada no Brasil há quase 200 anos,</p><p>considerada uma língua de imigração.</p><p>A par�r de 2007, línguas de imigração se tornaram</p><p>línguas cooficiais em 19 municípios, sendo ensinadas nas</p><p>escolas municipais.</p><p>Em 2012, o hunsrückisch se tornou</p><p>patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul,</p><p>falado também em Santa Catarina e no Espírito Santo.</p><p>Disponível em: www.dw.com. Acesso em: 11 jun. 2019</p><p>(adaptado).</p><p>Ao informar que o hunsrückisch é falado em algumas</p><p>regiões do país, o texto revela que o Brasil</p><p>a) foi subordinado à cultura alemã.</p><p>b) é caracterizado pelo plurilinguismo.</p><p>c) foi consagrado por sua diversidade linguís�ca.</p><p>d) foi beneficiado pelo ensino bilíngue em seu território.</p><p>e) está sujeito a imposições linguís�cas de outros povos.</p><p>IT0710 - (Fuvest)</p><p>A respeito dos contos "Nós matamos o Cão Tinhoso!",</p><p>"Dina", "Papá, cobra e eu" e "Nhingui�mo", de Nós</p><p>matamos o Cão Tinhoso!, é possível afirmar:</p><p>a) Os narradores e os protagonistas são crianças.</p><p>b) São narrados em primeira pessoa, por narradores-</p><p>protagonistas.</p><p>c) Os protagonistas são oprimidos socialmente, e a</p><p>reação deles não é endereçada aos opressores.</p><p>d) São fábulas, e os protagonistas são animais.</p><p>e) O espaço representado é o das grandes cidades</p><p>moçambicanas.</p><p>IT0717 - (Fuvest)</p><p>“O preconceito linguís�co é tanto mais poderoso</p><p>porque, em grande medida, ele é ‘invisível’, no sen�do de</p><p>que quase ninguém fala dele, com exceção dos raros</p><p>cien�stas sociais que se dedicam a estudá-lo.</p><p>Pouquíssimas pessoas reconhecem a existência do</p><p>preconceito linguís�co, quem dirá a sua gravidade como</p><p>um sério problema social.”</p><p>BAGNO, Marcos. Preconceito linguís�co: o que é,</p><p>como se faz. Edições Loyola, São Paulo, 1999.</p><p>Com base na leitura do texto, é possível depreender que</p><p>o preconceito linguís�co, apesar de nocivo para a</p><p>sociedade, muitas vezes é despercebido. Nesse sen�do,</p><p>assinale a alterna�va que apresenta um exemplo de</p><p>preconceito linguís�co.</p><p>a) A língua falada é um instrumento de sobrevivência em</p><p>sociedade.</p><p>b) A língua varia tão rapidamente quanto as mudanças</p><p>que ocorrem na sociedade.</p><p>c) Existem muitas maneiras de se expressar a mesma</p><p>ideia.</p><p>d) Os habitantes de uma cidade grande não possuem</p><p>sotaque na língua falada.</p><p>e) Todo falante na�vo de uma língua a conhece</p><p>plenamente.</p><p>IT0725 - (Fuvest)</p><p>Por narra�vas paralelas entende-se um procedimento</p><p>literário segundo o qual dois ou mais fios narra�vos</p><p>pertencentes a níveis dis�ntos de realidade se</p><p>desenrolam intercaladamente formando um todo.</p><p>Considerando-se a sua estrutura, as duas narra�vas que</p><p>podem ser iden�ficadas com base nessa definição são:</p><p>a) Quincas Borba e Nove noites.</p><p>b) Campo geral e Terra sonâmbula.</p><p>c) Angús�a e Campo geral.</p><p>d) Nove noites e Terra sonâmbula.</p><p>e) Quincas Borba e Angús�a.</p><p>7@professorferretto @prof_ferretto</p><p>IT0732 - (Fuvest)</p><p>Atente para as seguintes afirmações rela�vas ao</p><p>desfecho do romance A Relíquia, de Eça de Queirós:</p><p>I. O autor revela, por meio de Teodorico, sua</p><p>descrença num Jesus divinizado, imagem que é</p><p>subs�tuída pela ideia de Consciência.</p><p>II. Ao ser sincero com Crispim, Teodorico conquista a</p><p>vida de burguês que sempre almejou.</p><p>III. Teodorico dá ouvidos à mensagem de Cristo,</p><p>arrepende-se de sua hipocrisia beata e abraça a fé</p><p>católica.</p><p>Está correto o que se afirma apenas em</p><p>a) I.</p><p>b) II.</p><p>c) I e II.</p><p>d) II e III.</p><p>e) I e III.</p><p>IT0734 - (Fuvest)</p><p>E grita a piranha cor de palha, irritadíssima:</p><p>– Tenho dentes de navalha, e com um pulo de ida-e-volta</p><p>resolvo a questão!...</p><p>– Exagero... – diz a arraia – eu durmo na areia, de ferrão a</p><p>prumo, e sempre há um descuidoso que vem se espetar.</p><p>– Pois, amigas, – murmura o gimnoto*, mole, carregando</p><p>a bateria – nem quero pensar no assunto: se eu soltar</p><p>três pensamentos elétricos, bate-poço, poço em volta,</p><p>até vocês duas boiarão mortas...</p><p>*peixe elétrico.</p><p>Esse texto, extraído de Sagarana, de Guimarães Rosa,</p><p>a) antecipa o des�no funesto do ex-militar Cassiano</p><p>Gomes e do marido traído Turíbio Todo, em “Duelo”,</p><p>ao qual serve como epígrafe.</p><p>b) assemelha-se ao caráter existencial da disputa entre</p><p>Brilhante, Dansador e Rodapião na novela “Conversa</p><p>de Bois”.</p><p>c) reúne as três figurações do protagonista da novela “A</p><p>hora e vez de Augusto Matraga”, assim denominados:</p><p>Augusto Estêves, Nhô Augusto e Augusto Matraga.</p><p>d) representa o mis�cismo e a atmosfera de fei�çaria</p><p>que envolve o preto velho João Mangalô e sua</p><p>desavença com o narrador-personagem José, em “São</p><p>Marcos”.</p><p>e) cons�tui uma das can�gas de “O burrinho Pedrês”, em</p><p>que a sagacidade da boiada se sobressai à ignorância</p><p>do burrinho.</p><p>IT0739 - (Fuvest)</p><p>A adoção do cardápio indígena introduziu nas</p><p>cozinhas e zonas de serviço das moradas brasileiras</p><p>equipamentos desconhecidos no Reino. Instalou nos</p><p>alpendres roceiros a prensa de espremer mandioca</p><p>ralada para farinha. Nos inventários paulistas é comum a</p><p>menção de tal fato. No inventário de Pedro Nunes, por</p><p>exemplo, efetuado em 1623, fala se num sí�o nas bandas</p><p>do Ipiranga “com seu alpendre e duas camarinhas no dito</p><p>alpendre com a prensa no dito sí�o” que deveria</p><p>comprimir nos �pi�s toda a massa proveniente do</p><p>mandiocal também inventariado. Mas a farinha não</p><p>exigia somente a prensa – pedia, também, raladores,</p><p>cochos de lavagem e forno ou fogão. Era normal, então, a</p><p>casa de fazer farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e</p><p>próxima à cozinha.</p><p>Carlos A. C. Lemos, Cozinhas, etc.</p><p>Além de “�pi�s”, cons�tuem contribuição indígena para a</p><p>língua portuguesa do Brasil as seguintes palavras</p><p>empregadas no texto:</p><p>a) “cardápio” e “roceiros”.</p><p>b) “alpendre” e “fogão”.</p><p>c) “mandioca” e “Ipiranga”.</p><p>d) “sí�o” e “forno”.</p><p>e) “prensa” e “quintal”.</p><p>IT0742 - (Fuvest)</p><p>Se pudesse mudar se, gritaria bem alto que o</p><p>roubavam. Aparentemente resignado, sen�a um ódio</p><p>imenso a qualquer coisa que era ao mesmo tempo a</p><p>campina seca, o patrão, os soldados e os agentes da</p><p>prefeitura. Tudo na verdade era contra ele. Estava</p><p>acostumado, �nha a casca muito grossa, mas às vezes se</p><p>arreliava. Não havia paciência que suportasse tanta coisa.</p><p>- Um dia um homem faz besteira e se desgraça.</p><p>Graciliano Ramos, Vidas secas.</p><p>Tendo em vista as causas que a provocam, a revolta que</p><p>vem à consciência de Fabiano, apresentada no texto</p><p>como ainda con�da e genérica, encontrará foco e uma</p><p>expressão cole�va militante e organizada, em época</p><p>posterior à publicação de Vidas secas, no movimento</p><p>8@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) carismá�co de Juazeiro do Norte, orientado pelo Padre</p><p>Cícero Romão Ba�sta.</p><p>b) das Ligas Camponesas, sob a liderança de Francisco</p><p>Julião.</p><p>c) do Cangaço, quando chefiado por Virgulino Ferreira da</p><p>Silva (Lampião).</p><p>d) messiânico de Canudos, conduzido por Antônio</p><p>Conselheiro.</p><p>e) da Coluna Prestes, encabeçado por Luís Carlos Prestes.</p><p>IT0743 - (Fuvest)</p><p>O Comissário apertou-lhe mais a mão, querendo</p><p>transmi�r lhe o sopro de vida. Mas a vida de Sem Medo</p><p>esvaía se para o solo do Mayombe, misturando se às</p><p>folhas em decomposição.</p><p>[...]</p><p>Mas o Comissário não ouviu o que o Comandante</p><p>disse. Os lábios já mal se moviam.</p><p>A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca se</p><p>do sincre�smo da mata, mas se eu percorrer com os</p><p>olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura se à</p><p>folhagem geral e é de novo o sincre�smo. Só o tronco se</p><p>destaca, se individualiza. Tal é o Mayombe, os gigantes só</p><p>o são em parte, ao nível do tronco, o resto confunde se</p><p>na massa. Tal o homem. As impressões visuais são menos</p><p>ní�das e a mancha verde predominante faz esbater</p><p>progressivamente a claridade do tronco da amoreira</p><p>gigante. As manchas verdes são cada vez mais</p><p>sobrepostas, mas, num sobressalto, o tronco da amoreira</p><p>ainda se afirma, debatendo se. Tal é a vida.</p><p>[...]</p><p>Os olhos de Sem Medo ficaram abertos,</p><p>contemplando o tronco já invisível do gigante que para</p><p>sempre desaparecera no seu elemento verde.</p><p>Pepetela, Mayombe.</p><p>Considerando se o excerto no contexto de Mayombe, os</p><p>paralelos que nele são estabelecidos entre aspectos da</p><p>natureza e da vida humana podem ser interpretados</p><p>como uma</p><p>a) reflexão relacionada ao próprio Comandante Sem</p><p>Medo e a seu dilema caracterís�co entre a valorização</p><p>do indivíduo e o engajamento em um projeto</p><p>eminentemente cole�vo.</p><p>b) caracterização flagrante da dificuldade de aceder ao</p><p>plano do raciocínio</p><p>abstrato, �pica da a�tude</p><p>pragmá�ca do militante revolucionário.</p><p>c) figuração da harmonia que reina no mundo natural,</p><p>em contraste com as dissensões que caracterizam as</p><p>relações humanas, notadamente nas zonas</p><p>urbanizadas.</p><p>d) representação do juízo do Comissário a respeito da</p><p>manifesta incapacidade que tem o Comandante Sem</p><p>Medo de ultrapassar o dogma�smo doutrinário.</p><p>e) crí�ca esclarecida à mentalidade animista que tende a</p><p>personificar os elementos da natureza e ao tribalismo,</p><p>ainda muito difundidos entre os guerrilheiros do</p><p>Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).</p><p>IT0744 - (Fuvest)</p><p>O Comissário apertou-lhe mais a mão, querendo</p><p>transmi�r lhe o sopro de vida. Mas a vida de Sem Medo</p><p>esvaía se para o solo do Mayombe, misturando se às</p><p>folhas em decomposição.</p><p>[...]</p><p>Mas o Comissário não ouviu o que o Comandante</p><p>disse. Os lábios já mal se moviam.</p><p>A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca se</p><p>do sincre�smo da mata, mas se eu percorrer com os</p><p>olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura se à</p><p>folhagem geral e é de novo o sincre�smo. Só o tronco se</p><p>destaca, se individualiza. Tal é o Mayombe, os gigantes só</p><p>o são em parte, ao nível do tronco, o resto confunde se</p><p>na massa. Tal o homem. As impressões visuais são menos</p><p>ní�das e a mancha verde predominante faz esbater</p><p>progressivamente a claridade do tronco da amoreira</p><p>gigante. As manchas verdes são cada vez mais</p><p>sobrepostas, mas, num sobressalto, o tronco da amoreira</p><p>ainda se afirma, debatendo se. Tal é a vida.</p><p>[...]</p><p>9@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Os olhos de Sem Medo ficaram abertos,</p><p>contemplando o tronco já invisível do gigante que para</p><p>sempre desaparecera no seu elemento verde.</p><p>Pepetela, Mayombe.</p><p>Consideradas no âmbito dos valores que são postos em</p><p>jogo em Mayombe, as relações entre a árvore e a</p><p>floresta, tal como concebidas e expressas no excerto,</p><p>ensejam a valorização de uma conduta que corresponde</p><p>à da personagem</p><p>a) João Romão, de O cor�ço, observadas as relações que</p><p>estabelece com a comunidade dos encor�çados.</p><p>b) Jacinto, de A cidade e as serras, tendo em vista suas</p><p>prá�cas de beneficência junto aos pobres de Paris.</p><p>c) Fabiano, de Vidas secas, na medida em que ele se</p><p>integrava na comunidade dos sertanejos, seus iguais e</p><p>vizinhos.</p><p>d) Pedro Bala, de Capitães da Areia, em especial ao</p><p>completar sua trajetória de poli�zação.</p><p>e) Augusto Matraga, do conto “A hora e vez de Augusto</p><p>Matraga”, de Sagarana, na sua fase inicial, quando era</p><p>o valentão do lugar.</p><p>IT0745 - (Fuvest)</p><p>O Comissário apertou-lhe mais a mão, querendo</p><p>transmi�r lhe o sopro de vida. Mas a vida de Sem Medo</p><p>esvaía se para o solo do Mayombe, misturando se às</p><p>folhas em decomposição.</p><p>[...]</p><p>Mas o Comissário não ouviu o que o Comandante</p><p>disse. Os lábios já mal se moviam.</p><p>A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca se</p><p>do sincre�smo da mata, mas se eu percorrer com os</p><p>olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura se à</p><p>folhagem geral e é de novo o sincre�smo. Só o tronco se</p><p>destaca, se individualiza. Tal é o Mayombe, os gigantes só</p><p>o são em parte, ao nível do tronco, o resto confunde se</p><p>na massa. Tal o homem. As impressões visuais são menos</p><p>ní�das e a mancha verde predominante faz esbater</p><p>progressivamente a claridade do tronco da amoreira</p><p>gigante. As manchas verdes são cada vez mais</p><p>sobrepostas, mas, num sobressalto, o tronco da amoreira</p><p>ainda se afirma, debatendo se. Tal é a vida.</p><p>[...]</p><p>Os olhos de Sem Medo ficaram abertos,</p><p>contemplando o tronco já invisível do gigante que para</p><p>sempre desaparecera no seu elemento verde.</p><p>Pepetela, Mayombe.</p><p>Mayombe refere se a uma região montanhosa em</p><p>Angola, dominada por floresta pluvial densa, rica em</p><p>árvores de grande porte, e localizada em área de baixa</p><p>la�tude (4º40’S).</p><p>Levando em conta essas caracterís�cas geográficas e</p><p>vegetacionais, é correto afirmar que</p><p>a) esse �po de vegetação predomina na maior parte do</p><p>con�nente africano, circundando áreas de savana e</p><p>deserto.</p><p>b) se trata da única floresta pluvial sobre áreas</p><p>montanhosas, pois esse �po de floresta não ocorre em</p><p>outras áreas do mundo.</p><p>c) a vegetação da região é semelhante à da floresta</p><p>encontrada, no Brasil, na mesma faixa la�tudinal.</p><p>d) nessa mesma faixa la�tudinal, no Brasil, há regiões</p><p>áridas, de altas al�tudes, em que predominam ervas</p><p>rasteiras.</p><p>e) tais florestas pluviais só ocorrem no hemisfério sul,</p><p>devido ao regime de chuvas e às altas temperaturas</p><p>nesse hemisfério, onde ocupam todo �po de relevo.</p><p>IT0751 - (Fuvest)</p><p>Seria ingenuidade procurar nos provérbios de</p><p>qualquer povo uma filosofia coerente, uma arte de viver.</p><p>É coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer,</p><p>responde outro, de sen�do oposto. A quem preconiza o</p><p>sábio limite das despesas, porque “vintém poupado,</p><p>vintém ganhado”, replicará o vizinho farrista, com razão</p><p>igual: “Da vida nada se leva”. (...)</p><p>Mais aconselhável procurarmos nos anexins não a</p><p>sabedoria de um povo, mas sim o espelho de seus</p><p>costumes peculiares, os sinais de seu ambiente �sico e de</p><p>sua história. As diferenças na expressão de uma sentença</p><p>observáveis de uma terra para outra podem diver�r o</p><p>curioso e, às vezes, até instruir o etnógrafo.</p><p>Povo marí�mo, o português assinala semelhança</p><p>grande entre pai e filho, lembrando que “filho de peixe,</p><p>peixinho é”. Já os húngaros, ao formularem a mesma</p><p>verdade, não pensavam nem em peixe, nem em mar; ao</p><p>olhar para o seu quintal, notaram que a “maçã não cai</p><p>longe da árvore”.</p><p>Paulo Rónai, Como aprendi o português e outras</p><p>aventuras.</p><p>10@professorferretto @prof_ferretto</p><p>No texto, a função argumenta�va do provérbio “Da vida</p><p>nada se leva” é expressar uma filosofia de vida contrária</p><p>à que está presente em “vintém poupado, vintém</p><p>ganhado”. Também é contrário a esse úl�mo provérbio o</p><p>ensinamento expresso em:</p><p>a) Mais vale pão hoje do que galinha amanhã.</p><p>b) A boa vida é mãe de todos os vícios.</p><p>c) De grão em grão a galinha enche o papo.</p><p>d) Devagar se vai ao longe.</p><p>e) É melhor prevenir do que remediar.</p><p>IT0752 - (Fuvest)</p><p>Seria ingenuidade procurar nos provérbios de</p><p>qualquer povo uma filosofia coerente, uma arte de viver.</p><p>É coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer,</p><p>responde outro, de sen�do oposto. A quem preconiza o</p><p>sábio limite das despesas, porque “vintém poupado,</p><p>vintém ganhado”, replicará o vizinho farrista, com razão</p><p>igual: “Da vida nada se leva”. (...)</p><p>Mais aconselhável procurarmos nos anexins não a</p><p>sabedoria de um povo, mas sim o espelho de seus</p><p>costumes peculiares, os sinais de seu ambiente �sico e de</p><p>sua história. As diferenças na expressão de uma sentença</p><p>observáveis de uma terra para outra podem diver�r o</p><p>curioso e, às vezes, até instruir o etnógrafo.</p><p>Povo marí�mo, o português assinala semelhança</p><p>grande entre pai e filho, lembrando que “filho de peixe,</p><p>peixinho é”. Já os húngaros, ao formularem a mesma</p><p>verdade, não pensavam nem em peixe, nem em mar; ao</p><p>olhar para o seu quintal, notaram que a “maçã não cai</p><p>longe da árvore”.</p><p>Paulo Rónai, Como aprendi o português e outras</p><p>aventuras.</p><p>Considere as seguintes afirmações sobre os dois</p><p>provérbios citados no terceiro parágrafo do texto.</p><p>I. A origem do primeiro, de acordo com o autor, está</p><p>ligada à história do povo que o usa.</p><p>II. Em seu sen�do literal, o segundo expressa costumes</p><p>peculiares dos húngaros.</p><p>III. A observação das diferenças de expressão entre esses</p><p>provérbios pode, segundo o pensamento do autor, ter</p><p>interesse etnográfico.</p><p>Está correto apenas o que se afirma em</p><p>a) I.</p><p>b) II.</p><p>c) III.</p><p>d) I e II.</p><p>e) I e III.</p><p>IT0753 - (Fuvest)</p><p>Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma</p><p>vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos �nham a</p><p>vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus</p><p>das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que</p><p>podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou</p><p>o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi</p><p>transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca</p><p>e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas</p><p>Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o</p><p>lazareto*. Omolu só queria com o alastrim marcar</p><p>seus</p><p>filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as</p><p>macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade,</p><p>levasse para os ricos la�fundiários do sertão. Eles �nham</p><p>dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam</p><p>tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os</p><p>negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:</p><p>Ele é mesmo nosso pai</p><p>e é quem pode nos ajudar...</p><p>Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros</p><p>não o esqueçam avisa no seu cân�co de despedida:</p><p>Ora, adeus, ó meus filhinhos,</p><p>Qu’eu vou e torno a vortá...</p><p>E numa noite que os atabaques ba�am nas</p><p>macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu</p><p>pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão</p><p>de Juazeiro. A bexiga foi com ele.</p><p>Jorge Amado, Capitães da Areia.</p><p>*lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de</p><p>pessoas a�ngidas</p><p>por determinadas doenças.</p><p>Costuma se reconhecer que Capitães da Areia pertence</p><p>ao assim chamado “romance de 1930”, que registra</p><p>importantes transformações pelas quais passava o</p><p>Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se</p><p>expandia e diversificava. No excerto, considerado no</p><p>contexto do livro de que faz parte, cons�tui marca desse</p><p>pertencimento</p><p>a) o experimentalismo esté�co, de caráter vanguardista,</p><p>visível no abundante emprego de neologismos.</p><p>b) o tratamento preferencial de realidades bem</p><p>determinadas, com foco nos problemas sociais nelas</p><p>envolvidos.</p><p>c) a u�lização do determinismo geográfico e racial, na</p><p>interpretação dos fatos narrados.</p><p>d) a adoção do primi�vismo da “Arte Negra” como</p><p>modelo formal, à semelhança do que fizera o Cubismo</p><p>europeu.</p><p>e) o uso de recursos próprios dos textos jornalís�cos, em</p><p>especial, a preferência pelo relato imparcial e obje�vo.</p><p>11@professorferretto @prof_ferretto</p><p>IT0755 - (Fuvest)</p><p>Nesse livro, ousadamente, varriam se de um golpe o</p><p>sen�mentalismo superficial, a fic�cia unidade da pessoa</p><p>humana, as frases piegas, o receio de chocar</p><p>preconceitos, a concepção do predomínio do amor sobre</p><p>todas as outras paixões; afirmava se a possibilidade de</p><p>construir um grande livro sem recorrer à natureza,</p><p>desdenhava se a cor local; surgiram afinal homens e</p><p>mulheres, e não brasileiros (no sen�do pitoresco) ou</p><p>gaúchos, ou nor�stas, e, finalmente, mas não menos</p><p>importante, patenteava se a influência inglesa em lugar</p><p>da francesa.</p><p>Lúcia Miguel Pereira, História da Literatura Brasileira -</p><p>Prosa de ficção de 1870 a 1920. Adaptado.</p><p>O livro a que se refere a autora é</p><p>a) Memórias de um sargento de milícias.</p><p>b) Til.</p><p>c) Memórias póstumas de Brás Cubas.</p><p>d) O cor�ço.</p><p>e) A cidade e as serras.</p><p>IT0760 - (Fuvest)</p><p>Considerando-se o intervalo entre o contexto em que</p><p>transcorre o enredo da obra Memórias de um sargento</p><p>de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de</p><p>sua publicação, é correto afirmar que a esse período</p><p>corresponde o processo de</p><p>a) reforma e crise do Império Português na América.</p><p>b) triunfo de uma consciência na�vista e nacionalista na</p><p>colônia.</p><p>c) Independência do Brasil e formação de seu Estado</p><p>nacional.</p><p>d) consolidação do Estado nacional e de crise do regime</p><p>monárquico brasileiro.</p><p>e) Proclamação da República e instauração da Primeira</p><p>República.</p><p>IT0764 - (Fuvest)</p><p>Capítulo CVII</p><p>Bilhete</p><p>“Não houve nada, mas ele suspeita alguma cousa;</p><p>está muito sério e não fala; agora saiu. Sorriu uma vez</p><p>somente, para Nhonhô, depois de o fitar muito tempo,</p><p>carrancudo. Não me tratou mal nem bem. Não sei o que</p><p>vai acontecer; Deus queira que isto passe. Muita cautela,</p><p>por ora, muita cautela.”</p><p>Capítulo CVIII</p><p>Que se não entende</p><p>Eis aí o drama, eis aí a ponta da orelha trágica de</p><p>Shakespeare. Esse retalhinho de papel, garatujado em</p><p>partes, machucado das mãos, era um documento de</p><p>análise, que eu não farei neste capítulo, nem no outro,</p><p>nem talvez em todo o resto do livro. Poderia eu �rar ao</p><p>leitor o gosto de notar por si mesmo a frieza, a</p><p>perspicácia e o ânimo dessas poucas linhas traçadas à</p><p>pressa; e por trás delas a tempestade de outro cérebro, a</p><p>raiva dissimulada, o desespero que se constrange e</p><p>medita, porque tem de resolver-se na lama, ou no</p><p>sangue, ou nas lágrimas?</p><p>Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.</p><p>Atente para o excerto, considerando-o no contexto da</p><p>obra a que pertence. Nele, figura, primeiramente, o</p><p>bilhete enviado a Brás Cubas por Virgília, na ocasião em</p><p>que se torna patente que o marido da dama suspeita de</p><p>suas relações adúlteras. Segue-se ao bilhete um</p><p>comentário do narrador (cap. CVIII). Feito isso, considere</p><p>a afirmação que segue:</p><p>No excerto, o narrador frisa aspectos cuja presença se</p><p>costuma reconhecer no próprio romance machadiano da</p><p>fase madura, entre eles,</p><p>I. o realce da argúcia, da capacidade de exame acurado</p><p>das situações e da firmeza de propósito, ainda quando</p><p>impliquem malignidade;</p><p>II. a relevância da observação das relações interpessoais</p><p>e dos funcionamentos mentais correspondentes;</p><p>III. a operação consciente dos elementos envolvidos no</p><p>processo de composição literária: narração, personagens,</p><p>mo�vação, trama, intertextualidade, recepção etc.</p><p>Está correto o que se indica em</p><p>a) I, somente.</p><p>b) II, somente.</p><p>c) I e II, somente.</p><p>d) II e III, somente.</p><p>e) I, II e III.</p><p>IT0765 - (Fuvest)</p><p>E Jerônimo via e escutava, sen�ndo ir-se-lhe toda a</p><p>alma pelos olhos enamorados.</p><p>Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese</p><p>das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a</p><p>luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das</p><p>sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das</p><p>baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a</p><p>palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma</p><p>outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o</p><p>sapo� mais doce que o mel e era a castanha do caju, que</p><p>abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra</p><p>12@professorferretto @prof_ferretto</p><p>verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida,</p><p>que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo</p><p>dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras</p><p>embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as</p><p>artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha</p><p>daquele amor setentrional, uma nota daquela música</p><p>feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de</p><p>cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e</p><p>espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.</p><p>Aluísio Azevedo, O cor�ço.</p><p>Entre as caracterís�cas atribuídas, no texto, à natureza</p><p>brasileira, sinte�zada em Rita Baiana, aquela que</p><p>corresponde, de modo mais completo, ao teor das</p><p>transformações que o contato com essa mesma natureza</p><p>provocará em Jerônimo é a que se expressa em:</p><p>a) “era o calor vermelho das sestas da fazenda”.</p><p>b) “era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a</p><p>nenhuma outra planta”.</p><p>c) “era o veneno e era o açúcar gostoso”.</p><p>d) “era a cobra verde e traiçoeira”.</p><p>e) “[era] a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito</p><p>tempo em torno do corpo dele”.</p><p>IT0766 - (Fuvest)</p><p>E Jerônimo via e escutava, sen�ndo ir-se-lhe toda a</p><p>alma pelos olhos enamorados.</p><p>Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese</p><p>das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a</p><p>luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das</p><p>sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das</p><p>baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a</p><p>palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma</p><p>outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o</p><p>sapo� mais doce que o mel e era a castanha do caju, que</p><p>abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra</p><p>verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida,</p><p>que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo</p><p>dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras</p><p>embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as</p><p>artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha</p><p>daquele amor setentrional, uma nota daquela música</p><p>feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de</p><p>cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e</p><p>espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.</p><p>Aluísio Azevedo, O cor�ço.</p><p>O efeito expressivo do texto – bem como seu</p><p>pertencimento ao Naturalismo em literatura – baseiam-</p><p>se amplamente no procedimento de explorar de modo</p><p>intensivo aspectos biológicos da natureza. Entre esses</p><p>procedimentos empregados no texto, só NÃO se</p><p>encontra a</p><p>a) representação do homem como ser vivo em interação</p><p>constante com o ambiente.</p><p>b) exploração exaus�va dos receptores sensoriais</p><p>humanos (audição, visão, olfação, gustação), bem</p><p>como dos receptores mecânicos.</p><p>c) figuração variada tanto de plantas quanto de animais,</p><p>inclusive observados em sua interação.</p><p>d) ênfase em processos naturais ligados à reprodução</p><p>humana e à metamorfose em animais.</p><p>e) focalização dos processos de seleção natural como</p><p>principal força direcionadora do processo evolu�vo.</p><p>13@professorferretto @prof_ferretto</p>

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