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<p>AULA 6</p><p>DEFICIÊNCIA VISUAL</p><p>Profª Fernanda Sprada</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A cada dia, professores trabalham para criar ambientes inclusivos para</p><p>alunos com deficiência visual. A educação é importante para a base educacional,</p><p>o desenvolvimento, a independência e a inclusão desses alunos. Além das</p><p>adaptações específicas de acomodação para ajudar os alunos a participarem</p><p>plena e igualmente em sala de aula, há práticas e abordagens que os professores</p><p>podem incorporar em sua educação.</p><p>Os professores podem usar métodos de ensino que aproveitam as</p><p>habilidades sensoriais, incluindo o tato, o olfato e o ouvido desses alunos.</p><p>Também devem fornecer apoio visual, disponibilizar máximas informações</p><p>visuais, usar tecnologia assistiva para oferecer acesso aos materiais de estudo e</p><p>ensino e desenvolver metas e objetivos individualizados.</p><p>Os professores também devem se tornar profissionais educacionais</p><p>proficientes na língua de sinais, assim como nas responsabilidades de</p><p>acomodação. Além disso, precisam desenvolver habilidades de comunicação não</p><p>verbal específicas, bem como gerenciar a assistência e a mobilidade em sala de</p><p>aula</p><p>TEMA 1 – DOCÊNCIA E SUAS ADAPTAÇÕES AO ALUNO COM DEFICIÊNCIA</p><p>Os professores têm trabalhado para proporcionar aos alunos com</p><p>deficiência visual o acesso a materiais adaptados, como braille, áudio e</p><p>computação acessível. Para que isso aconteça, é necessário que sejam</p><p>realizadas adaptações curriculares e pedagógicas, a fim de enfatizar suas</p><p>habilidades e, ao mesmo tempo, atender às necessidades dos alunos em questão.</p><p>A interação entre professor e aluno deve priorizar a autonomia e a</p><p>independência desses alunos e contar também com o apoio de profissionais</p><p>especializados, além das famílias, que precisam estar envolvidas nos processos</p><p>de escolarização. O contato social e a interação com os colegas também são</p><p>aspectos importantes a serem trabalhados nesses alunos, para que haja uma</p><p>inclusão social mais efetiva.</p><p>A utilização de recursos pedagógicos como lousas digitais, recursos em</p><p>áudio e recursos-fontes é necessária para acompanhar, guiar e estimular as</p><p>aprendizagens dos alunos com deficiência visual. Por fim, é importante prever a</p><p>atuação profissional e a independência dos alunos com deficiência visual na vida</p><p>adulta, para que consigam desempenhar suas atividades sem a necessidade de</p><p>acompanhamento especializado.</p><p>A relação direta do docente com o aluno com deficiência visual traz à luz</p><p>algumas discussões que também se diferenciam por meio do teórico,</p><p>estabelecendo-se as seguintes discussões:</p><p>• O docente deve entender que o aluno com deficiência visual não é diferente</p><p>dos outros alunos. É necessário discutir com os alunos como podem</p><p>contribuir diretamente com a realidade social dessas pessoas, promovendo</p><p>mudanças positivas na sua vida.</p><p>• O docente deve reconhecer a importância de desenvolver práticas</p><p>inclusivas, criando ambientes de aprendizagem que permitam a</p><p>participação efetiva de todos os alunos. Os ambientes educacionais</p><p>também devem ser acessíveis e construídos com a perspectiva de pessoas</p><p>com deficiência visual.</p><p>• O docente deve discutir a importância da representação e inclusão de</p><p>pessoas com deficiência visual nos meios de comunicação, para lutar</p><p>contra o estigma negativo que ainda permeia a percepção social desta</p><p>parcela da população.</p><p>• O docente precisa estar atento às múltiplas dimensões do preconceito,</p><p>discriminação e estereótipos, que embora sejam muitas vezes inerentes à</p><p>realidade social das pessoas com deficiência visual, devem ser discutidos</p><p>e combatidos.</p><p>• É fundamental incentivar e apoiar alunos com deficiência visual no</p><p>enfrentamento dos problemas que eles podem enfrentar na vida cotidiana</p><p>pelas barreiras sociais criadas a partir dos estereótipos existentes. Desse</p><p>modo, é importante estimular e acolher o potencial desses alunos, pois eles</p><p>possuem competências que podem ser transformadoras para a realidade</p><p>social.</p><p>Assim, cabe ao Estado e às instituições de ensino e apoio proporcionar um</p><p>aspecto adaptativo, em que não apenas seja garantido o direito de acesso, mas</p><p>também de permanência. Assim, é preciso propor a ampliação de medidas de</p><p>inclusão para que as pessoas com deficiência possam, de fato, aprender e se</p><p>desenvolver na escola.</p><p>Nesse sentido, são necessárias ações destinadas a aumentar a</p><p>capacidade de interação com o meio, por meio de estratégias de ensino ou</p><p>adaptações no espaço escolar para ajudar no deslocamento. Por isso, é</p><p>necessária a capacitação dos professores para que saibam como trabalhar de</p><p>maneira a promover a apropriação do conhecimento por parte das pessoas com</p><p>deficiência. Além disso, é necessária a sensibilização das crianças, professores e</p><p>demais pessoas para não promover o preconceito, mas sim mostrar que as</p><p>pessoas com deficiência têm direitos e devem ser tratadas com dignidade e</p><p>respeito, assim como qualquer outra pessoa.</p><p>Portanto, cabe às instituições garantir que a pessoa com deficiência tenha</p><p>a mesma qualidade de ensino dos demais alunos e possa apropriar seu</p><p>conhecimento de forma adequada, desenvolver sua autonomia e ter acesso a</p><p>todas as opções disponíveis. É fundamental ter o direito ao acesso, porém,</p><p>também é indispensável ter condições para permanente aproveitamento desse</p><p>acesso para o fim de efetiva inclusão social.</p><p>TEMA 2 – FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA AS PRÁTICAS INCLUSIVAS</p><p>Pressupõe-se que o professor, como um agente de mudanças sociais,</p><p>utilize uma formação que contemple aspectos de diversidade social, política,</p><p>histórica, cultural etc., o que significa ter de organizar e desenvolver ações</p><p>educativas na escola que contemplem dialogicidade, interação e conscientização</p><p>dos sujeitos do processo. Suas práticas formativas devem compreender a</p><p>necessidade de identificar, ler e problematizar a realidade vivida na escola,</p><p>prevendo ações de mudança e caminhando para a emancipação social.</p><p>Em consequência, sugere-se a adoção de respostas pedagógicas para a</p><p>realidade, as quais devem buscar inter-relações entre a cultura, os costumes</p><p>sociais e os conhecimentos científicos transmitidos. As ações educativas também</p><p>se contrapõem às desigualdades criadas pela divisão das classes sociais e se</p><p>colocam em luta contra as dominações e as discriminações, também se</p><p>vinculando a temas como gênero, educação étnico-racial e direitos humanos.</p><p>Em suma, a formação de professores é uma atividade fundamental na</p><p>educação contemporânea. Entende-se que precisamos da articulação de</p><p>formação teórico-prática, voltada para a compreensão do sistema educacional,</p><p>que possibilite aos professores significações sobre sua própria participação na</p><p>sociedade, em um desenvolvimento de conhecimentos e habilidades, para que</p><p>eles possam melhor atender às necessidades sociais, indo além daquilo que a</p><p>escola lhe constitui.</p><p>Nessa perspectiva, recentemente tem se tornado frequente discutir uma</p><p>possível inclusão de pessoas com alguma deficiência no processo de ensino-</p><p>aprendizagem de forma a humanizar a escola e aprimorar notadamente o</p><p>aproveitamento dos alunos de modo geral.</p><p>Nesse contexto, uma escola inclusiva tem como objetivo principal criar um</p><p>ambiente educacional mais favorável para o desenvolvimento educacional de</p><p>todos os estudantes, incluindo aqueles que dependem de recursos adicionais para</p><p>satisfazer suas necessidades, mas, ao mesmo tempo, mantendo a qualidade dos</p><p>serviços oferecidos.</p><p>Essa humanização implica a necessidade de se atentar aos diversos</p><p>aspectos, como infraestrutura que ofereça boas condições de acessibilidade e</p><p>mobilidade dentro da escola, funcionários treinados e qualificados para lidar com</p><p>questões de inclusão, políticas educacionais que desenvolvam efetivamente o</p><p>processo de ensino-aprendizagem, e ferramentas para o monitoramento e gestão</p><p>dos alunos inclusos integralmente em seu processo educativo.</p><p>Uma escola inclusiva trata também de primar pela eficiência na distribuição</p><p>das oportunidades educativas de forma inclusiva, promovendo a equidade e</p><p>garantindo que todos os alunos tenham acesso ao mesmo nível de ensino, além</p><p>de incentivar a superação de qualquer desigualdade ou discriminação.</p><p>Portanto, a iniciativa de se construir uma escola inclusiva, não só melhora</p><p>a qualidade dos serviços oferecidos, como também comove solidariamente</p><p>aqueles que necessitam de alguma forma de acompanhamento especializado,</p><p>promovendo, assim, o desenvolvimento de um potente processo de inclusão</p><p>social.</p><p>Nesse contexto, torna-se necessário que se garanta ao professor um</p><p>adequado acompanhamento pedagógico, que contemple questões tanto práticas</p><p>quanto teóricas. O professor deve ser capaz de compreender o conjunto de</p><p>determinações que estão envolvidas na educação especial, com temas como</p><p>avaliação, abordagens não diretivas, auxílios e adaptações, além de trabalhar</p><p>questões com a questão da diversidade e inclusão. Para que isso seja possível, é</p><p>fundamental o encaminhamento do professor às especializações pertinentes e à</p><p>estabilização de espaços para discussões interdisciplinares entre os diversos</p><p>professores, além da compreensão de que esse conhecimento não é melhor</p><p>conteúdo, mas facilmente aplicado. Dessa forma, as especificidades de cada</p><p>sujeito passam a ser incorporadas na estrutura pedagógica, o que irá,</p><p>consequentemente, possibilitar mais eficácia diante do processo de</p><p>desenvolvimento dos alunos.</p><p>Portanto, a conscientização da importância didática das diferenças</p><p>individuais e a adequada habilidade do docente para lidar com elas devem</p><p>aprimorar amplamente o fluxo de aprendizagem, tornando-o mais eficaz, mais</p><p>significativo e benéfico para as aulas. Logo, é necessário que os educadores</p><p>busquem aperfeiçoamento nos métodos de ensino com base no conhecimento</p><p>sobre as particularidades dos alunos e fortaleçam suas habilidades para lidar com</p><p>as diferenças individuais no ambiente escolar. Além disso, o investimento na</p><p>capacitação dos professores faz parte de uma estratégia imprescindível, de modo</p><p>a garantir o sucesso escolar e o desenvolvimento dos alunos.</p><p>O Banco Mundial aponta a formação em serviço como uma estratégia</p><p>eficaz para melhorar o conhecimento dos educadores. No entanto, ela está</p><p>associada a uma visão utilitarista e fragmentada, trazendo para a educação um</p><p>caráter economicista. Segundo Michels (2006), essa postura pode acarretar uma</p><p>diminuição dos custos de preparação dos profissionais da área.</p><p>A formação de professores precisa ser estruturada como um contínuo de</p><p>ações, buscando dar a eles subsídios de conhecimentos e competências, tanto</p><p>no nível inicial quanto no continuado. Essa formação deve, além de buscar acesso</p><p>adequado de pessoas com deficiência, visar a emancipação de modo a</p><p>proporcionar condições favoráveis para que o conhecimento significativo seja</p><p>adquirido. Para isso, é necessário o estabelecimento de um conjunto sistemático</p><p>de procedimentos, buscando oferecer condições para a aquisição de novos</p><p>saberes aproveitando as tendências modernas e avançadas (Martins, 2006).</p><p>TEMA 3 – PRÁTICAS E INTERAÇÕES ESCOLARES</p><p>A formação de professores deve levar em conta os desafios relativos à</p><p>inclusão de alunos com deficiência na educação. É necessário incentivar o</p><p>desenvolvimento de habilidades para facilitar a comunicação entre professores e</p><p>alunos com deficiência. Essa comunicação pode envolver tanto conversas quanto</p><p>o compartilhamento de conhecimentos, devendo incluir, também, o trabalho em</p><p>conjunto para compreender as necessidades dos alunos e criar ambientes de</p><p>ensino que permitam que eles desenvolvam seu potencial pleno.</p><p>Kassar (2004) explica que não há um processo de educação uniforme para</p><p>todos; na verdade, cada um cria suas próprias experiências com base na forma</p><p>como interpreta a informação, os materiais didáticos e as relações humanas</p><p>mantidas dentro do ambiente da sala de aula. Para isso, é preciso possuir</p><p>consciência crítica sobre os fatos e problemas sociais que permeiam a vida dos</p><p>alunos. É nessa perspectiva que podem ser estabelecidas ações pedagógicas</p><p>voltadas à construção de novos saberes, contribuindo para que cada cidadão</p><p>possa desenvolver as habilidades necessárias à realização de tarefas diversas no</p><p>seu espaço de convivência.</p><p>Com isso, entende-se que a educação é uma necessidade para que a</p><p>sociedade possa crescer de forma saudável e equilibrada. É por meio dela que o</p><p>indivíduo conhecerá e desenvolverá seus conhecimentos, habilidades e valores,</p><p>tornando-se, assim, capaz de contribuir para o aprimoramento de vida no meio</p><p>social.</p><p>A educação contribui, portanto, para a formação da identidade individual e</p><p>coletiva dos indivíduos, por meio do desenvolvimento de valores e habilidades,</p><p>preparando-os para enfrentar e superar, de forma produtiva, os problemas</p><p>encontrados na sociedade. Além disso, trata-se de um fator determinante para o</p><p>desenvolvimento econômico, social e cultural, pois, por meio dela, o conhecimento</p><p>humano é adquirido, permitindo a execução de ações tendentes ao melhoramento</p><p>da realidade.</p><p>A educação é, pois, um fator essencial para o crescimento da sociedade.</p><p>É condição necessária para que os indivíduos possam desenvolver, adquirir e</p><p>aplicar conhecimentos e habilidades, bem como promover ações de</p><p>transformações que possam contribuir para o progresso coletivo e o</p><p>desenvolvimento da comunidade.</p><p>Ressalta-se que algumas de suas ações foram meramente intuitivas e</p><p>autoajuda, mostrando que, muitas vezes, mesmo com um material escolar</p><p>limitado, é possível oferecer aos alunos uma aprendizagem significativa. Dessa</p><p>maneira, são essas experiências que nos permitem avançar na reflexão com</p><p>relação à formação de professores, à prática pedagógica e à reflexão sobre a</p><p>realidade de cada aluno nos dias de hoje.</p><p>Segundo Guimarães (2000), a acessibilidade é uma mudança na forma</p><p>como o ambiente e as atividades humanas são organizadas, que tem como</p><p>objetivo reduzir o efeito de um eventual prejuízo, gerando maior autonomia aos</p><p>indivíduos. É, portanto, a expressão da maturidade social de um povo, pois põe</p><p>em prática e reconhece a igualdade de oportunidades dos cidadãos.</p><p>Martins (2006) nos alerta para não ocultar as deficiências, que estão</p><p>constantemente sendo exacerbadas pela maneira como são vistas na sociedade.</p><p>Essa ignorância, juntamente com preconceitos e ansiedade em relação às</p><p>pessoas com deficiência, promove práticas educacionais ainda limitadas.</p><p>Tendo em vista esse alerta, é necessário que os docentes sejam mais</p><p>sensíveis e promovam um olhar crítico, de modo a identificarem as desigualdades</p><p>existentes e contribuírem para a promoção da igualdade social. A educação, como</p><p>direito fundamental das pessoas com deficiência, não pode ser negada, portanto,</p><p>é necessário que os sistemas educacionais e os professores promovam uma</p><p>abordagem inclusiva e respeitosa em relação às diferenças, de forma a</p><p>concretizar um ensino de excelência para todos.</p><p>TEMA 4 – CAPACITAÇÕES E EXPERIÊNCIAS</p><p>A capacitação docente sempre pretende formar professores para ensinar</p><p>com habilidade e criatividade aos alunos com deficiência visual, usando</p><p>estratégias específicas de ensino. Hoje, a capacitação de professores para</p><p>educação das pessoas com deficiência visual no Brasil vem evoluindo muito.</p><p>Cada vez mais escolas e universidades oferecem cursos específicos para</p><p>professores sobre a educação das pessoas com deficiência visual,</p><p>desenvolvendo, assim, programas bem-estruturados e marcados por recursos</p><p>pedagógicos cada vez mais sofisticados. Além disso, vale lembrar que existem</p><p>organizações não governamentais específicas para aprimorar a qualidade da</p><p>educação das pessoas com deficiência visual no país, auxiliando imensamente o</p><p>professor.</p><p>De acordo com Michels (2006), algo bastante preocupante é a forma como</p><p>os educadores brasileiros têm encarado os alunos mais vulneráveis. Em vez de</p><p>educação inclusiva, eles têm optado por soluções de segregação escolar que</p><p>visam diminuir o problema, mas que não podem solucionar o problema-raiz. Essa</p><p>postura não contribui para superar a desigualdade social porque consolida a</p><p>estereotipação da pessoa com deficiência mental ou física e a desigualdade de</p><p>acesso à educação.</p><p>É necessário considerar que diversos fatores contribuem para que um</p><p>ambiente educacional seja inclusivo, como políticas educacionais de caráter</p><p>inclusivo, formação das equipes de gestão e professores, adequações nas salas</p><p>de aula, apoio ao uso de tecnologias de acessibilidade, entre outras iniciativas.</p><p>O professor, no entanto, é o grande responsável pela articulação desses</p><p>fatores, uma vez que tem o papel de mediador para que as necessidades de todos</p><p>os aprendizes sejam consideradas durante o processo de ensino-aprendizagem,</p><p>e é por isso que a formação inicial adequada para a docência é indispensável</p><p>nesse momento.</p><p>A formação deve incluir a construção de um currículo multidisciplinar,</p><p>desenvolvendo o conhecimento técnico, mas também as habilidades técnicas;</p><p>integrando elementos básicos e específicos da educação inclusiva, abordando</p><p>questões pedagógicas, direitos humanos e desigualdades sociais.</p><p>Além disso, é preciso ter em mente que a educação inclusiva é um</p><p>processo contínuo, em que são promovidos diálogos entre educadores e</p><p>educandos. O professor deve buscar entender seus alunos individualmente para</p><p>desenvolver estratégias únicas para atender às suas necessidades de forma</p><p>equitativa.</p><p>Portanto, a formação de professores deve contemplar todos esses</p><p>aspectos, buscando a disseminação de conhecimentos críticos em relação à</p><p>inclusão, a fim de estabelecer práticas direcionadas ao pleno desenvolvimento de</p><p>todos os indivíduos.</p><p>Precisamos entender que uma escola inclusiva, não depende só e</p><p>apenas dos seus gestores e educadores, pois as transformações que</p><p>nela precisam ocorrer, urgentemente, estão intimamente atreladas às</p><p>políticas públicas em geral e, dentre elas, às políticas sociais. (Carvalho,</p><p>2004)</p><p>TEMA 5 – AMOROSIDADE, OLHARES FAMILIARES SOBRE A ESCOLARIZAÇÃO</p><p>DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL</p><p>A escolarização de alunos com deficiência visual apresenta-se como uma</p><p>etapa importante no desenvolvimento de competências para o ajustamento no</p><p>meio ambiente escolar. As mudanças educacionais necessárias para que a escola</p><p>se torne totalmente inclusiva requerem características que possibilitam aos alunos</p><p>desenvolverem as suas capacidades de maneira harmoniosa.</p><p>Nesse contexto, a amorosidade e os olhares familiares têm invadido as</p><p>salas de aula para promover a escolarização dos alunos com deficiência visual.</p><p>Pela prática de interação afetiva, em que os professores valorizam as</p><p>características específicas dos alunos, como seu jeito de se comunicar e interagir,</p><p>é possível desenvolver uma relação mais próxima entre professor e aluno. Além</p><p>de promover sentimentos de pertencimento, esse contexto acaba criando um</p><p>andaime para a aquisição de conhecimento necessário para a inserção social.</p><p>Ao proporcionar um ambiente acolhedor, é possível estimular a autonomia</p><p>do aluno com deficiência visual, pois, com maior liberdade, o aluno tem a</p><p>possibilidade de conhecer e explorar o seu espaço, desenvolvendo assim</p><p>capacidades motoras, cognitivas, sociais, comunicativas e emocionais.</p><p>Por fim, a escolarização de alunos com deficiência visual necessita de um</p><p>sistema educacional comprometido com as necessidades específicas desses</p><p>alunos. Por meio da valorização e incentivo ao desenvolvimento de amorosidade</p><p>e olhares familiares, será possível criar um ambiente escolar que abranja todos</p><p>os alunos, independentemente de qualquer diferença.</p><p>No entanto, é crucial reconhecer o movimento de exclusão perpetuado nas</p><p>instituições escolares. Como argumenta Freitas (2004), quanto mais a inclusão</p><p>daqueles excluídos é abordada, mais o problema da exclusão social construída</p><p>pelo sistema educacional se torna evidente. Esse autor também acredita que o</p><p>mecanismo ideológico de inclusão formal na escola contribui para a criação de um</p><p>sistema de exclusão escolar subjetiva. Portanto, é necessário levar em</p><p>consideração os mecanismos que contribuem para a restrição do acesso e o</p><p>direito de permanência de todos os indivíduos na escola.</p><p>Nesse sentido, a criação de políticas públicas para o enfrentamento da</p><p>exclusão escolar, bem como o estabelecimento de normas e comportamentos</p><p>éticos nos processos educacionais, pode contribuir significativamente na melhoria</p><p>dos resultados escolares e incentivar a participação no ambiente escolar. Uma</p><p>proposta importante é o estabelecimento de parcerias com a rede de saúde, nos</p><p>casos de alunos com deficiências, pois qualquer processo de ensino-</p><p>aprendizagem surge de uma relação de troca entre todos os envolvidos, incluindo</p><p>o professor, a equipe administrativa, os pais quanto aos alunos. Além disso, deve-</p><p>se também levar em conta a diversidade cultural existente, incentivando a</p><p>presença desses alunos nos espaços, atividades e decisões escolares.</p><p>De acordo com Michels (2006), a questão da exclusão não se refere mais</p><p>a quem está fora da escola, mas àqueles que não conseguem acompanhar o</p><p>processo de aprendizagem dentro dela. Assim, passamos a falar não em</p><p>excluídos da escola, mas em excluídos do processo de aprendizagem.</p><p>Com isso, é possível concluir que é preciso identificar e implementar</p><p>efetivamente recursos adequados para a inclusão dos alunos com deficiência</p><p>visual nas escolas. Além disso, a sociedade também deve se conscientizar do</p><p>papel da família nesse processo. É importante que ela seja estimulada a realizar</p><p>as adaptações necessárias para garantir às crianças o direito de usufruir</p><p>igualmente dos benefícios da educação. Por fim, é primordial a conscientização</p><p>da turma para que seja possível a interação entre os alunos com deficiência visual</p><p>e seus pares, estabelecendo uma convivência saudável e proporcionando a</p><p>inclusão a todos os envolvidos.</p><p>No contexto atual, as adaptações curriculares e os recursos pedagógicos</p><p>específicos para as pessoas com deficiência visual devem ser construídos sob os</p><p>requisitos de cada estudante, buscando serem personalizados e voltados ao uso</p><p>de tecnologia. Com base nisso, é importante destacar que desenvolver essas</p><p>adaptações exige o trabalho em conjunto de todos os envolvidos, incluindo os</p><p>professores, pais ou responsáveis pelo estudante, além de seus administradores.</p><p>O entendimento das famílias sobre a deficiência visual e suas necessidades</p><p>específicas é essencial para a construção desse projeto pedagógico. Sander</p><p>(2007) acrescenta que o ambiente de ensino tem um papel fundamental na</p><p>construção destas adaptações, pois somente com um ambiente acolhedor que</p><p>tenha como princípio a inclusão social das pessoas com deficiência será possível</p><p>construir as facilidades necessárias para o desenvolvimento acadêmico. Luchesi</p><p>(2003) reforça a importância desse trabalho colaborativo, corroborando a ideia de</p><p>que as famílias têm papel essencial no processo, pois estão habilitadas com a</p><p>responsabilidade de passar normas e valores sociais ao seu filho e de</p><p>proporcionar o ambiente facilitador para o desenvolvimento dele.</p><p>Finalizamos este estudo, com a seguinte reflexão: “A inclusão de alunos</p><p>com necessidades educacionais especiais, em classes comuns, exige que a</p><p>escola regular se organize de forma a oferecer possibilidades objetivas de</p><p>aprendizagem, a todos os alunos, especialmente àqueles portadores de</p><p>deficiências” (Brasil, 2001).</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARROYO, M.G. Pedagogia em Movimento: o que temos a aprender dos</p><p>Movimentos Sociais? Revista Currículo sem fronteiras, v. 3, n. 1, p. 28-49,</p><p>jan./jun., UFMG,</p><p>2003.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Projeto Escola Viva: garantindo o acesso e</p><p>permanência de todos os alunos na escola – Alunos com necessidades</p><p>educacionais especiais, Brasília: SEESP, série 2, 2000.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes</p><p>Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília:</p><p>MEC/SEEPS, 2001.</p><p>CARVALHO, R. E. Educação inclusiva com os pingos nos is. Porto Alegre:</p><p>Mediação, 2004.</p><p>GUIMARÃES, M. P. Qualidade de vida. Boletim do Centro de Estudos</p><p>Avançados em Economia Aplicada, Departamento de Estudos Avançados em</p><p>Economia, Administração e Sociologia da Universidade de São Paulo, ano 2, n. 9,</p><p>fev. 2000.</p><p>KASSAR, M. C. M. O professor e o processo educacional de alunos que</p><p>apresentam deficiências. Revista de Educação Especial PUC-Campinas, n. 16.</p><p>Campinas, jun. 2004.</p><p>LUCHESI, M. R. C. Educação de pessoas surdas: experiências vividas, histórias</p><p>narradas. Campinas, SP: Papirus, 2003.</p><p>MARTÍN, M. B.; BUENO, S. T. Deficiência visual: aspectos psicoevolutivos e</p><p>educativos. São Paulo: Santos, 2003.</p><p>MARTINS, L. A. R. Formação professores numa perspectiva inclusiva: algumas</p><p>constatações. In: MANZINI, E. J. (org.) Inclusão e acessibilidade. Marilia:</p><p>ABPEE, 2006.</p><p>MÉSZÁROS, I. A educação para além do capital. Tradução de Isa Tavares. São</p><p>Paulo: Boitempo, 2005.</p><p>MICHELS, M. H. Gestão, formação docente e inclusão: eixos da reforma</p><p>educacional brasileira que atribuem contornos à organização escolar. Revista</p><p>Brasileira de Educação, Rio de Janeiro: v. 11, n. 33, 2006.</p><p>SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 8. ed.</p><p>Campinas, SP: Autores Associados, 2003.</p><p>SANDER, B. Gestão educacional: rfealidades e compromissos. In: SIMPÓSIO DO</p><p>LABORATÓRIO DE GESTÃO EDUCACIONAL. Anais... Campinas:</p><p>Lage/Unicamp, 2007. p. 16-24.</p><p>VYGOTSKY, L. S. Fundamientos da defectologia. 2. ed. Havana: Pueblo y</p><p>Educación, 1995.</p>

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