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<p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do</p><p>Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais</p><p>em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo,</p><p>Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória,</p><p>e com a Educação a Distância presente</p><p>em todo estado do Espírito Santo, e com</p><p>polos distribuídos por todo o país.</p><p>Desde 1999 atua no mercado capixaba,</p><p>destacando-se pela oferta de cursos de</p><p>graduação, técnico, pós-graduação e</p><p>extensão, com qualidade nas quatro</p><p>áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas,</p><p>Humanas e Saúde, sempre primando</p><p>pela qualidade de seu ensino e pela</p><p>formação de profissionais com consciência</p><p>cidadã para o mercado de trabalho.</p><p>Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de</p><p>Instituições de Ensino Superior que</p><p>possuem conceito de excelência junto ao</p><p>Ministério da Educação (MEC). Das 2109</p><p>instituições avaliadas no Brasil, apenas</p><p>15% conquistaram notas 4 e 5, que são</p><p>consideradas conceitos de excelência em</p><p>ensino. Estes resultados acadêmicos</p><p>colocam todas as unidades da Multivix</p><p>entre as melhores do Estado do Espírito</p><p>Santo e entre as 50 melhores do país.</p><p>MISSÃO</p><p>Formar profissionais com consciência cidadã para o</p><p>mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-</p><p>dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança</p><p>e modernidade, visando à satisfação dos clientes e</p><p>colaboradores.</p><p>VISÃO</p><p>Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida</p><p>nacionalmente como referência em qualidade</p><p>educacional.</p><p>R E I TO R</p><p>GRUPO</p><p>MULTIVIX</p><p>R E I</p><p>2</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>3</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)</p><p>Daniel Vicentini de Oliveira</p><p>Fisiologia Do Exercício /OLIVEIRA, V D - Multivix, 2022</p><p>Catalogação: Biblioteca Central Multivix</p><p>2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.</p><p>4</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>UNIDADE 1</p><p>Figura 1 – Exercício físico 10</p><p>Figura 2 – A nutrição e o exercício 12</p><p>Figura 3 – Exercício físico de alta intensidade 14</p><p>Figura 4 – Frequência cardíaca 16</p><p>Figura 5 – Ingestão de água para manter a estabilidade 17</p><p>Figura 6 – Homem caminhando 19</p><p>Figura 7 – Mulher praticando musculação 21</p><p>Figura 8 – Sedentarismo 25</p><p>Figura 9 – Aptidão física 28</p><p>Figura 10 – Bem-estar 30</p><p>UNIDADE 2</p><p>Figura 1 – Carboidratos 36</p><p>Figura 2 – Lactose 37</p><p>Figura 3 – Energia dos carboidratos 39</p><p>Figura 4 – Dieta equilibrada com proteínas, vegetais e carboidratos 40</p><p>Figura 5 – Carne 42</p><p>Figura 6 – Óleos 43</p><p>Figura 7 – Alimentos bons para o corpo 45</p><p>Figura 8 – Salmão 46</p><p>Figura 9 – Vitaminas são sintetizadas pela luz solar 47</p><p>Figura 10 – Cogumelos são fonte de potássio 50</p><p>Figura 11 – Água 52</p><p>UNIDADE 3</p><p>Figura 1 – Neurônio 59</p><p>Figura 2 – Estruturas da fibra muscular. 61</p><p>Figura 3 – Estruturas do sarcômero. 62</p><p>5</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>Figura 4 – Complexo Actina-Tropomiosina-Troponina 63</p><p>Figura 5 – Tipos de contrações musculares 65</p><p>Figura 6 – Exercício de alta intensidade 67</p><p>Figura 7 – representação de moléculas 68</p><p>Figura 8 – Início do exercício 71</p><p>Figura 10 – Metabolização no fígado 73</p><p>Figura 11 – Maratona 75</p><p>UNIDADE 4</p><p>Figura 1 – Prática de exercício físico 79</p><p>Figura 2 – Transpiração. 80</p><p>Figura 3 – Glândulas suprarrenais 83</p><p>Figura 4 –Tiroxina 88</p><p>Figura 5 – Natação 91</p><p>Figura 6 – Maratona 93</p><p>UNIDADE 5</p><p>Figura 1 – Caminhada 99</p><p>Figura 2 – Musculação 100</p><p>Figura 3 – Levantamento terra 102</p><p>Figura 4 – Futebol 103</p><p>Figura 5 – Hipotálamo 109</p><p>UNIDADE 6</p><p>Figura 1 – Escalada 115</p><p>Figura 2 – Ciclismo 116</p><p>Figura 3 – Remo 118</p><p>Figura 4 – Massagem 120</p><p>Figura 5 – Bebida hidroeletrolítica 124</p><p>Figura 6 – Mulher cansada 126</p><p>6</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>7</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>1UNIDADE</p><p>SUMÁRIO</p><p>APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 9</p><p>1. INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 11</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 11</p><p>1.1 COMPREENDENDO A FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 11</p><p>1.2 ATIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO FÍSICO E APTIDÃO FÍSICA 20</p><p>2 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS E MICRONUTRIENTES 35</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 35</p><p>2.1 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS: MACRONUTRIENTES 35</p><p>2.2 MICRONUTRIENTES E HIDRATAÇÃO 47</p><p>3 AÇÃO MUSCULAR E UTILIZAÇÃO DO SUBSTRATO ENERGÉTICO 59</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 59</p><p>3.1 AÇÃO MUSCULAR 59</p><p>3.2 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS DURANTE O EXERCÍCIO 66</p><p>4 PROCESSOS FISIOLÓGICOS AO INICIAR UM EXERCÍCIO FÍSICO 79</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 79</p><p>4.1 ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS RESPIRATÓRIO, CARDIOVASCULAR E</p><p>ENDÓCRINO DO CORPO HUMANO DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO 79</p><p>4.2 ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS NEUROMUSCULAR, URINÁRIO E</p><p>DIGESTÓRIO DO CORPO HUMANO DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO 90</p><p>5 VARIÁVEIS E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO FÍSICO 98</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 98</p><p>5.1 VARIÁVEIS DO EXERCÍCIO FÍSICO 98</p><p>5.2 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO FÍSICO 105</p><p>6 TÓPICOS ESPECIAIS EM FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 115</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 115</p><p>6.1 TÓPICOS ESPECIAIS I 115</p><p>6.2 TÓPICOS ESPECIAIS II 126</p><p>2UNIDADE</p><p>3UNIDADE</p><p>4UNIDADE</p><p>5UNIDADE</p><p>6UNIDADE</p><p>8</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ATENÇÃO</p><p>PARA SABER</p><p>SAIBA MAIS</p><p>ONDE PESQUISAR</p><p>DICAS</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>GLOSSÁRIO</p><p>ATIVIDADES DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>CURIOSIDADES</p><p>QUESTÕES</p><p>ÁUDIOSMÍDIAS</p><p>INTEGRADAS</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>EXEMPLOS</p><p>CITAÇÕES</p><p>DOWNLOADS</p><p>ICONOGRAFIA</p><p>9</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA</p><p>Olá! Seja bem-vindo(a) à disciplina de Fisiologia do exercício. A fisiologia do</p><p>exercício é o ramo da fisiologia humana que estuda as adaptações orgânicas</p><p>agudas e crônicas do exercício físico sobre as estruturas e as funções do corpo</p><p>humano.</p><p>Essas adaptações dependem de características, como genética, aptidão física,</p><p>meio ambiente, nutrição e intensidade de treinamento. Então, é essencial</p><p>realizar uma avaliação correta, prescrever um treino adequado, além de ter</p><p>um acompanhamento das respostas do exercício físico.</p><p>Para melhor compreensão do tema, nossa disciplina é dividia em seis unidades.</p><p>Primeiramente, você terá um apanhado geral e introdutório sobre a fisiologia</p><p>do exercício. Em seguida, estudaremos sobre os substratos energéticos</p><p>(os macronutrientes) e os micronutrientes. Em resumo, o foco será nos</p><p>carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais e hidratação. Afinal, sem</p><p>água, nosso organismo não funciona. Na unidade 3, vamos compreender a</p><p>ação muscular concêntrica, excêntrica e isométrica, além da utilização dos</p><p>substratos energéticos (estudados na unidade 2), durante o exercício. Quais</p><p>as rotas metabólicas para obtenção de energia? Quais os processos químicos</p><p>presentes nas rotas metabólicas? Você verá as respostas a essas perguntas</p><p>nesta unidade.</p><p>Na unidade 4, será o momento de entender as adaptações dos sistemas</p><p>respiratório, cardiovascular, endócrino, neuromuscular, urinário e digestório</p><p>do corpo humano durante o exercício físico. E, na unidade 5, as variáveis do</p><p>exercício físico: volume, intensidade, densidade, tipo e frequência. Mas nada</p><p>disso será importante sem que finalizemos a unidade estudando as respostas</p><p>fisiológicas do exercício físico em diferentes intensidades e volumes.</p><p>Por fim, na unidade 6, iremos estudar o pós-exercício, os efeitos dos recursos</p><p>ergogênicos no rendimento físico, o hiper treinamento e a influência</p><p>do ambiente sob o desempenho humano. Tenha uma boa experiência</p><p>acadêmica!</p><p>UNIDADE</p><p>ao longo dos neurônios, produzindo ações nas células a que eles se ligam.</p><p>A comunicação entre uma célula nervosa e outra é chamada de sinapse,</p><p>sendo que a forma mais comum é a sinapse química. As sinapses envolvem:</p><p>Terminais do axônio do neurônio:</p><p>Transmitem um impulso (terminais pré-sinápticos).</p><p>Receptores:</p><p>Geralmente, são os dendritos de um segundo neurônio (terminais pós-</p><p>sinápticos).</p><p>Espaço entre eles:</p><p>É a fenda sináptica.</p><p>Podemos dizer que esse mesmo mecanismo está presente também na</p><p>junção neuromuscular. No entanto, na junção neuromuscular, os terminais</p><p>dos axônios formam discos planos, chamados de placas motoras terminais</p><p>(POWERS; HOWLEY, 2017). Assim, na junção muscular, as células que recebem</p><p>o estímulo não são outros neurônios, como ocorre ao longo do sistema nervoso,</p><p>mas células musculares.</p><p>Os neurotransmissores liberados pelos neurônios se unem a receptores</p><p>nas membranas das células musculares, promovendo a entrada de íons de</p><p>sódio. Essa diferença de polarização se estende por meio do sarcolema, pelos</p><p>túbulos T, e a fibra muscular se contrai, promovendo o movimento muscular.</p><p>Ao final do estímulo, as portas de sódio se fecham e as de potássio se abrem,</p><p>permitindo que as células musculares retomem a sua polarização para</p><p>receber um novo estímulo.</p><p>62</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 2 – ESTRUTURAS DA FIBRA MUSCULAR.</p><p>Fonte: Wikimedia Commons (2016).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração das estruturas de uma fibra muscular:</p><p>o sarcolema, o retículo sarcoplasmático, o terminal cisterna e os túbulos T.</p><p>Os movimentos são realizados por meio do SNC e do Sistema Nervoso</p><p>Periférico (SNP) (POWERS; HOWLEY, 2017). O SNC tem diversas funções,</p><p>como aquelas relacionadas ao intelecto, ao equilíbrio, ao controle postural,</p><p>às emoções e ao controle do sono, por exemplo. O SNP transmite ao SNC,</p><p>por meio dos neurônios sensores (aferentes), informações que vêm da pele,</p><p>dos olhos, dos vasos sanguíneos, dos músculos e dos tendões, entre outras</p><p>estruturas, assim como transmite informações e estímulos do SNC por meio</p><p>dos neurônios motores (eferentes), resultando ações motoras.</p><p>Cada músculo é composto por muitas fibras</p><p>musculares e cada uma delas é inervada por</p><p>apenas um neurônio motor, sendo esse conjunto</p><p>chamado de unidade motora (POWERS; HOWLEY,</p><p>2017). E cada neurônio motor pode inervar várias</p><p>fibras musculares, às vezes, milhares.</p><p>Vejamos sobre a teoria do filamento deslizante. Cada fibra muscular é</p><p>composta por estruturas, como o sarcolema, o sarcoplasma, os retículos</p><p>sarcoplasmáticos, os túbulos T (como visto na Figura 2) e, em especial, as</p><p>63</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>miofibrilas. Essas são os elementos que se encurtam nas ações musculares</p><p>por meio da ação dos sarcômeros.</p><p>Os sarcômeros são as unidades contráteis das miofibrilas. Cada um deles é</p><p>composto, nesta ordem, por uma banda I, uma banda A, uma zona H (que fica</p><p>ao centro da banda A), o restante da banda A e outra banda I. Veja na Figura</p><p>3. Nessas estruturas, podemos encontrar os filamentos finos, compostos pela</p><p>actina, troponina e tropomiosina; e os filamentos grossos, compostos pela</p><p>miosina.</p><p>FIGURA 3 – ESTRUTURAS DO SARCÔMERO.</p><p>Fonte: Wikimedia Commons (2006).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um esquema das estruturas do</p><p>sarcômero nas cores vermelha e amarela.</p><p>Para que uma contração muscular ocorra, os impulsos nervosos chegam aos</p><p>axônios terminais dos neurônios motores, que se encontram muito próximos</p><p>do sarcolema, e liberam o neurotransmissor acetilcolina. Se existe quantidade</p><p>suficiente de acetilcolina liberada aos receptores do sarcolema, uma carga</p><p>elétrica é propagada por toda a fibra muscular, permitindo a entrada de sódio</p><p>nas membranas das células, processo chamado de despolarização.</p><p>Esse impulso elétrico viaja ao longo das estruturas das fibras musculares</p><p>até chegar nos retículos sarcoplasmáticos, liberando grandes quantidades</p><p>de íons de cálcio que estão armazenados no sarcoplasma. O cálcio, ao ser</p><p>liberado, une-se à troponina, nos filamentos finos. Com essa ligação, ocorre</p><p>o deslocamento da troponina. Essa, ao se deslocar, arrasta também a</p><p>tropomiosina, que antes estava sobreposta aos sítios de ligação da actina.</p><p>Com esse deslocamento, ocorre a liberação dos sítios ativos de ligação da</p><p>actina. Assim, as pontes cruzadas da miosina (as projeções dos filamentos da</p><p>miosina) poderão se encaixar nos sítios ativos da actina, uma vez que essas</p><p>apresentam uma alta afinidade eletrônica.</p><p>64</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Em suma, como vemos na Figura 4, no estado de repouso (relaxamento), a</p><p>tropomiosina, mantida no lugar pela troponina, bloqueia o local da actina ao</p><p>qual a miosina se liga. No entanto, na presença de cálcio, ele se liga à troponina;</p><p>e, quando a troponina se liga ao cálcio, muda de conformação, afastando a</p><p>tropomiosina do sítio de ligação da miosina na actina.</p><p>FIGURA 4 – COMPLEXO ACTINA-TROPOMIOSINA-TROPONINA</p><p>Fonte: Wikimedia Commons (2019).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um esquema comparando a</p><p>contração e o relaxamento muscular.</p><p>Essas uniões entre as pontes cruzadas da miosina e os sítios ativos da actina,</p><p>junto aos seguidos ataques de força, são descritos pela teoria do filamento</p><p>deslizante. Esse processo continua até que as extremidades dos filamentos</p><p>de miosina cheguem às linhas.</p><p>A contração muscular é um processo que requer energia para ocorrer. Além</p><p>de serem o local de enlace da actina, as cabeças da miosina também possuem</p><p>pontos de ligação para as moléculas de Adenosina Trifosfato (ATP). A enzima</p><p>ATPase, localizada na cabeça da miosina, divide o ATP em Adenosina Difosfato</p><p>(ADP) e Fosfato Inorgânico (Pi), liberando a energia necessária para que haja a</p><p>ligação das miosinas com as actinas, formando as pontes cruzadas aos sítios</p><p>ativos. A ação muscular continua até que o cálcio liberado, no início da ação,</p><p>seja bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático, onde é armazenado</p><p>até que um novo impulso nervoso chegue à membrana da fibra muscular.</p><p>No relaxamento, o cálcio é devolvido ao retículo sarcoplasmático, usando</p><p>um sistema ativo de bombeamento. Quando é recuperado, ele se desliga</p><p>65</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>da troponina, que, por sua vez, retorna ao posicionamento inicial do estado</p><p>relaxado, deslocando também a tropomiosina para a posição desativada. Isso</p><p>bloqueia a ligação entre as pontes cruzadas de miosina e os filamentos de</p><p>actina, interrompendo o uso de ATP. Em sequência, os filamentos de miosina</p><p>e actina retornam ao seu estado original relaxado.</p><p>As contrações podem ser isotônicas, isométricas ou</p><p>isocinéticas. As contrações isotônicas, ou dinâmicas,</p><p>podem ser divididas em contrações concêntricas e</p><p>excêntricas.</p><p>3.1.1 CONCÊNTRICA</p><p>São aquelas em que a contração ocorre realizando um encurtamento do</p><p>músculo. Nesse movimento, os filamentos finos são tracionados na direção</p><p>do centro dos sarcômeros.</p><p>3.1.2 EXCÊNTRICA</p><p>É a contração que realiza um alongamento do músculo, cedendo à força</p><p>externa de maneira controlada. Nesse movimento, os filamentos finos são</p><p>deslocados na direção oposta ao centro dos sarcômeros.</p><p>3.1.3 ISOMÉTRICA</p><p>As contrações isométricas (ou estáticas) não promovem o encurtamento</p><p>ou o alongamento dos músculos. Os filamentos finos tendem a se manter</p><p>estáticos, embora a contração e a produção de força estejam ocorrendo.</p><p>Elas podem ser desempenhadas usando apenas a carga do próprio corpo</p><p>ou com o uso de equipamentos específicos. Veja um exemplo de contração</p><p>concêntrica, excêntrica e isométrica.</p><p>66</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada</p><p>pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 5 – TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES</p><p>Fonte: Wikimedia Commons (2018).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um esquema comparando a</p><p>contração isométrica, concêntrica e excêntrica.</p><p>3.2 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS DURANTE O</p><p>EXERCÍCIO</p><p>Para os músculos se contraírem, é necessário um dispêndio de energia. A</p><p>contração muscular inicia o processo de solicitação de energia aos músculos.</p><p>67</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>A partir das reservas corporais, essa energia é liberada por meio de processos</p><p>oxidativos dos macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), para gerar</p><p>ATP.</p><p>A energia proveniente dos alimentos é metabolizada e armazenada sob a</p><p>forma de substratos, para ser utilizada quando necessário. Os carboidratos</p><p>são hidrolisados a moléculas de glicose e armazenados sob a forma de</p><p>glicogênio, no fígado e nos músculos. As proteínas são armazenas sob a forma</p><p>de aminoácidos; e as gorduras são reduzidas a ácidos graxos e glicerol, sendo</p><p>armazenadas na forma de triglicerídeos.</p><p>3.2.1 ROTAS METABÓLICAS E OBTENÇÃO DE</p><p>ENERGIA</p><p>O tipo, o tempo e a intensidade da atividade são fatores que irão determinar o</p><p>substrato a ser mobilizado para fornecer de energia durante o exercício físico.</p><p>Existem dois sistemas de liberação de energia no corpo humano: o sistema</p><p>anaeróbio e o sistema aeróbio.</p><p>O sistema anaeróbio é o sistema imediato de energia, o primeiro a ser ativado</p><p>para fornecer rapidamente ao músculo em movimento. Nele, prontamente a</p><p>energia é fornecida pela ATP e Creatina Fosfato (CP) ou mesmo por fosfatos</p><p>de alta energia armazenados internamente nos músculos específicos em</p><p>atividade.</p><p>Os carboidratos estocados na forma de glicogênio</p><p>hepático e muscular e a glicose do sangue são</p><p>utilizados pelos músculos como fonte primária de</p><p>energia. Isso ocorre pois, como a produção de</p><p>energia, a partir do glicogênio, pode ocorrer na</p><p>ausência de oxigênio, o glicogênio do músculo</p><p>constitui o principal fornecedor de energia nos</p><p>primeiros minutos do exercício.</p><p>A frequência cardíaca é a variável responsável pela determinação da</p><p>intensidade do exercício físico, que pode ser alta, moderada ou baixa. Isso</p><p>irá depender da condição física do indivíduo. No caso de alta intensidade, o</p><p>68</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>carboidrato será o nutriente mais utilizado como substrato energético, afinal,</p><p>há grande liberação de glicose durante esse tipo de exercício. Caso o indivíduo</p><p>mantenha uma intensidade baixa ou moderada do exercício, será ativado o</p><p>sistema aeróbio de fornecimento de energia. Nele, ocorrerá a mobilização</p><p>do ácido pirúvico, convertido em acetil-CoA, que entrará no ciclo de Krebs e</p><p>iniciará a fornecer energia aeróbia.</p><p>FIGURA 6 – EXERCÍCIO DE ALTA INTENSIDADE</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de homem com fone de ouvido e mão</p><p>na testa.</p><p>É necessário o tempo de um a dois minutos, para</p><p>que o sistema aeróbico seja capaz de atender ou se</p><p>aproximar da demanda energética. Nesse</p><p>momento, a gordura também contribuirá para as</p><p>necessidades energéticas do músculo.</p><p>O ácido graxo livre entra na célula muscular e sofre uma transformação</p><p>enzimática chamada betaoxidação, sendo transformado em acetil-CoA,</p><p>que também entrará no ciclo de Krebs (lipólise). Assim, no sistema aeróbio,</p><p>os carboidratos e as gorduras representam os substratos energéticos</p><p>preferenciais.</p><p>69</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>A utilização da proteína como substrato energético, no exercício, acontece de</p><p>maneira intermediária no metabolismo, pois os aminoácidos são convertidos</p><p>em piruvato ou acetil-CoA. A contribuição energética proveniente desse</p><p>metabolismo pode variar de cinco a 10%; nos casos de baixa oferta de</p><p>carboidratos, a necessidade de proteína para atender às demandas musculares</p><p>aumenta. Isso significa que, quando o consumo de carboidratos é reduzido, as</p><p>proteínas podem ser utilizadas como substrato energético, o que representa</p><p>um erro, pois a principal função desse nutriente é a síntese e a recuperação</p><p>de estruturas corporais.</p><p>As reações sequenciais de síntese ou degradação de moléculas podem ter</p><p>diversos estágios até chegarem a um produto final. O conjunto dessas reações</p><p>é denominado rotas metabólicas ou vias metabólicas (POWERS; HOWLEY,</p><p>2017).</p><p>Para que essas rotas sejam percorridas, possibilitando a utilização dos</p><p>substratos na produção de energia, é fundamental a ação das enzimas,</p><p>moléculas grandes, formadas por proteínas, que têm a função de regular a</p><p>taxa ou a velocidade do fornecimento dos substratos necessários às reações</p><p>nas vias metabólicas. Para cada substrato, há uma ação enzimática específica.</p><p>FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO DE MOLÉCULAS</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de várias moléculas ligadas umas às</p><p>outras.</p><p>70</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>As enzimas desempenham papel fundamental na</p><p>degradação e formação dos substratos. Esses, por</p><p>sua vez, por meio das reações químicas que lhes</p><p>são próprias, dão origem à energia necessária ao</p><p>movimento humano, substratos utilizados como</p><p>combustível durante o exercício.</p><p>Embora a necessidade de energia seja uma constante para o organismo, ela se</p><p>intensifica durante a prática de exercícios físicos, utilizando alguns substratos</p><p>mais do que outros, por meio da quebra de fosfocreatina (ou sistema ATP-CP);</p><p>por meio da glicólise (degradação da glicose ou glicogênio); e por meio da</p><p>formação oxidativa de ATP.</p><p>Nos dois primeiros casos – formação de ATP pelo ATP-CP ou pela glicólise</p><p>, não é necessário o O2. Por isso, as duas primeiras vias são chamadas de</p><p>vias anaeróbias. Na formação oxidativa de ATP, porém, a presença do O2 é</p><p>indispensável. Por isso, a chamamos de via aeróbia (POWERS; HOWLEY, 2017).</p><p>Apesar de ouvirmos falar bastante em exercícios aeróbios e exercícios</p><p>anaeróbios, quase toda atividade emprega as duas vias de produção de</p><p>energia ao mesmo tempo, além de uma ampla gama de substratos.</p><p>3.2.2 PROCESSOS QUÍMICOS PRESENTES NAS</p><p>ROTAS METABÓLICAS</p><p>Retomando o que vimos na seção anterior, existem três formas de produzir</p><p>novas moléculas de ATP: por meio do sistema ATP-CP; da glicólise; e da</p><p>formação oxidativa de ATP. Esses sistemas, para gerar a contração muscular,</p><p>produzem energia a partir de reações químicas que iremos detalhar a seguir.</p><p>71</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Sistema ATP-CP:</p><p>O sistema ATP-CP compreende a fonte mais rápida de energia no</p><p>metabolismo, pois requer poucas reações químicas, envolvendo apenas</p><p>uma enzima e os substratos necessários – o difosfato de adenosina e a</p><p>fosfocreatina –, que já se encontram presentes no músculo.</p><p>Fosfocreatina:</p><p>As reservas de fosfocreatina são muito limitadas e a sua ressíntese</p><p>requer ATP, que ocorre apenas durante o repouso. Assim, esse sistema</p><p>predomina nos exercícios físicos intensos e de curta duração. De modo</p><p>geral, podemos dizer que o sistema ATP-CP predomina nos primeiros</p><p>segundos de exercício físico intenso.</p><p>O processo químico presente no sistema ATP-CP consiste na ligação entre</p><p>a fosfocreatina e o ADP. Ao se ligarem quimicamente, a reação catalisadora</p><p>da enzima creatina quinase forma uma molécula de ATP e uma de creatina,</p><p>promovendo a produção de energia que promove a contração muscular.</p><p>A glicólise também é uma fonte rápida de produção de energia, que</p><p>predomina entre 30 a 120 segundos de exercício físico intenso. Contudo,</p><p>resulta de um número maior de reações, o que requer algum tempo a mais</p><p>para o início de</p><p>sua ativação, em relação ao ATP-CP. Assim como no sistema</p><p>anterior, essa rota metabólica dispensa a utilização de O2.</p><p>A glicólise consiste na utilização da glicose ou do glicogênio, formando duas</p><p>moléculas de lactato ou piruvato. A primeira transformação que ocorre é a</p><p>passagem da glicose em glicose-6-fosfato. Essa fosforilação acontece pela ação</p><p>da enzima hexoquinase, que impede a glicose de sair da célula novamente.</p><p>A taxa de ação dessa enzima aumenta com a presença de glicose e diminui</p><p>com a presença de glicose-6-fosfato.</p><p>Quando o exercício começa, os níveis de ADP e fosfato inorgânico sobem em</p><p>decorrência do sistema ATP-CP, resultando a ativação e a ação da enzima</p><p>Fosfofrutoquinase (PFK), que age no início dessa rota. Quando os níveis de</p><p>ATP celular se encontram elevados, a PFK é inibida, diminuindo a taxa da</p><p>glicólise. Essa inibição da PFK também ocorre quando se elevam os níveis de</p><p>hidrogênio e o citrato produzido no ciclo de Krebs. Dessa forma, a glicose-6-</p><p>fosfato é transformada em frutose-6-fosfato.</p><p>72</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 8 – INÍCIO DO EXERCÍCIO</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um ciclista em cima deu ma bicicleta.</p><p>Junto à ação da hexoquinase e fosfofrutoquinase, outro fator que regula a</p><p>velocidade de glicólise é a ação da enzima piruvato quinase. Essa enzima atua</p><p>ao final da glicólise anaeróbia; e é regulada negativamente pela presença de</p><p>ATP, acetil-CoA e ácidos graxos de cadeia longa ou ativada pela presença de</p><p>frutose-1,6-bisfosfato. Assim, essa via metabólica ocorre no sarcoplasma da</p><p>célula muscular em duas fases, uma denominada fase de investimento de</p><p>energia, onde moléculas de ATP são necessárias para dar início à rota; e outra</p><p>chamada de fase de geração de energia, quando as reações químicas geram</p><p>novas moléculas de ATP, em quantidade superior à primeira fase, havendo</p><p>ganho no saldo final (POWERS; HOWLEY, 2017).</p><p>A rota da glicólise se desenvolve em 10 fases, iniciando com a quebra do</p><p>glicogênio e da glicose, que vão sendo degradados até o produto final. Ao</p><p>utilizar o glicogênio, o investimento de fosfato inorgânico requer a quebra de</p><p>um ATP (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2015). Quando ocorre a partir da glicose,</p><p>são necessários dois fosfatos inorgânicos, que quebram duas moléculas de</p><p>ATP. Desse modo, ao final do processo, são geradas três moléculas de ATP,</p><p>quando produzidas a partir de glicogênio; e duas moléculas de ATP, quando</p><p>produzidas pela glicose.</p><p>73</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Na sexta fase, percebemos a presença do NAD+. Saiba que o NAD+ e o FAD são</p><p>coenzimas oxidativas encontradas nas células e que têm basicamente a função</p><p>de captar elétrons de alta energia, que serão liberados durante a oxidação das</p><p>substâncias e transferidos para outras, como aquelas encontradas na cadeia</p><p>respiratória. Durante a glicólise, a oxidação do gliceraldoídeo-3-fostfato resulta</p><p>a liberação de duas moléculas de hidrogênio.</p><p>Um dos hidrogênios é aceito pelo NAD+ e o restante fica livre no sarcoplasma,</p><p>em solução. Ao aceitar o hidrogênio, o NAD+ se transforma em NADH. Para</p><p>que a glicólise continue, é necessário que o NADH volte a sua forma original,</p><p>participando novamente da retirada de hidrogênio (POWERS; HOWLEY,</p><p>2017). Para que o NADH se transforme novamente em NAD+, ele pode</p><p>transportar e liberar o hidrogênio na cadeia transportadora de elétrons, que</p><p>será utilizado na produção de ATP, junto a uma molécula fosfato ou pode</p><p>liberá-lo para unir ao produto final da glicólise, o piruvato, formando lactato.</p><p>Ao fim da glicólise, ocorre a produção de piruvato, substrato que pode</p><p>ser utilizado como precursor da degradação aeróbia de carboidratos.</p><p>Após esse processo, o piruvato se liga ao hidrogênio por meio da ação dos</p><p>Monocarboxilatos (MCTs), formando o lactato, por meio da enzima lactato</p><p>desidrogenase. Assim, torna-se importante a atuação dos transportadores de</p><p>MCTs.</p><p>Após a produção do lactato, ele é transportado para a corrente sanguínea,</p><p>onde será utilizado por outros órgãos. Assim, o lactato não atua diretamente</p><p>na produção de energia, mas é transportado até o fígado para formar a</p><p>glicose, que será, entre outras finalidades, utilizada como combustível para a</p><p>atividade física. Este processo cíclico, em que a glicose é degradada formando</p><p>o piruvato, que pode gerar ácido lático e consequentemente novas moléculas</p><p>de glicose, é chamado de ciclo de Cori.</p><p>A formação oxidativa de ATP é uma rota que necessita de oxigênio para iniciar</p><p>a degradação de substratos. Demora algum tempo para que predomine na</p><p>produção de energia durante a atividade física, porque o sistema cardiovascular</p><p>necessita de certo período para se adaptar à intensidade do exercício físico e</p><p>fornecer adequadamente o oxigênio às células (POWERS; HOWLEY, 2017).</p><p>Atuando na produção de energia no ciclo de Krebs, o oxigênio tem a função</p><p>de auxiliar na separação e transformação dos substratos, combinando-se com</p><p>o hidrogênio, para impedir a acidificação. Por outro lado, a formação oxidativa</p><p>74</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>de ATP é a rota que predomina na produção energética durante as atividades</p><p>do dia a dia. Inicia utilizando maior diversidade de substratos e aproveita o</p><p>substrato final para recomeçar, em um sistema cíclico.</p><p>O início da produção aeróbia de ATP pode ocorrer a partir do piruvato</p><p>produzido pela glicólise, por meio da quebra da proteína em aminoácidos e</p><p>dos triglicerídeos, em ácidos graxos. Como vimos anteriormente, a glicólise</p><p>consiste na degradação de carboidratos para formar energia. No caso dos</p><p>lipídeos, esse processo se chama lipólise.</p><p>A degradação dos lipídeos acontece ainda no decido adiposo, com a ação das</p><p>lipases. A liberação de glucagon, durante o exercício, provoca a metabolização</p><p>de triglicerídeos no tecido adiposo, que, ao serem liberados na corrente</p><p>sanguínea, são transportados por lipoproteínas de baixa intensidade (VLDL</p><p>e LDL) até o fígado. Nesse órgão, os triglicerídeos são metabolizados e dão</p><p>origem a dois compostos que podem gerar energia: o glicerol e os ácidos</p><p>graxos.</p><p>No caso do glicerol, ele é metabolizado no fígado e dá origem à glicose, em</p><p>um processo chamado de gliconeogênese, participando da glicólise. Já os</p><p>ácidos graxos são metabolizados nas células musculares, dando origem ao</p><p>Acetil-CoA graxo, uma etapa denominada de betaoxidação.</p><p>FIGURA 10 – METABOLIZAÇÃO NO FÍGADO</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um fígado.</p><p>75</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Além do glucagon, o hormônio adrenalina também participa como indutor</p><p>da lipólise. Dessa forma, o piruvato, os ácidos graxos e os aminoácidos são</p><p>oxidados e transformados em acetil-CoA (acetilcoenzima A) na mitocôndria,</p><p>que se liga ao oxaloacetato, dando início à produção de energia. A rota de</p><p>produção aeróbia de energia ocorre na soma de dois estágios: durante o Ciclo</p><p>de Krebs; e na cadeia de transporte de elétrons (também chamada de cadeia</p><p>respiratória).</p><p>No início do ciclo de Krebs, o oxaloacetato e a Acetil-CoA se ligam, formando o</p><p>citrato, que vai se modificando e formando novos substratos a partir das ações</p><p>de diversas enzimas. Ao fim do ciclo, temos novamente o oxaloacetato, que</p><p>se ligará à acetil-CoA, reiniciando a rota. Também percebemos que ocorre a</p><p>produção de três NADH e um FADH. A produção total de ATP, na rota aeróbia,</p><p>está relacionada ao número de NADH e FADH, que são produzidos ainda na</p><p>glicólise e na oxidação de gorduras. Além disso, ocorre também a produção</p><p>de água (H2O), gás carbônico (CO2) e Guanosina Trifosfato (GTP).</p><p>O GTP é um composto de alta energia que transfere</p><p>seu fosfato para a cadeia</p><p>de transporte de elétrons. Dessa forma, a cadeia de transporte de elétrons</p><p>consiste em diversos carregadores (geralmente proteínas) capazes de receber</p><p>ou doar elétrons. Além da doação de fosfato do GTP, esse processo também</p><p>transporta e utiliza prótons de hidrogênio, gerados na glicólise e durante a</p><p>oxidação de ATP, presentes tanto no NADH como no FADH.</p><p>Os prótons de hidrogênio e o fosfato são processados entre as membranas</p><p>celulares por meio da enzima ATP sintase, fazendo com que as moléculas de</p><p>ADP se transformem em ATP. Após a utilização dos prótons de hidrogênio,</p><p>os elétrons de hidrogênio resultantes são ligados ao oxigênio, incidindo na</p><p>produção de H2O. Assim, a glicólise fornece, ao final do ciclo, entre 36 e 39</p><p>moléculas de ATP. As gorduras necessitam ser oxidadas, transformando-se</p><p>em ácidos graxos e gerando, ao final, mais de 100 moléculas de ATP (POWERS;</p><p>HOWLEY, 2017).</p><p>As proteínas, embora também sejam utilizadas como fonte de energia,</p><p>contribuem pouco, mas sua degradação é fundamental para a formação dos</p><p>aminoácidos não essenciais.</p><p>76</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>3.2.3 ROTA METABÓLICA PREDOMINANTE EM</p><p>DIFERENTES ESPORTES</p><p>Diferentes esportes podem ser caracterizados pelos volumes e pelas</p><p>intensidades de atividade física que exigem de seus praticantes. Como</p><p>vimos ao longo desta unidade, as rotas metabólicas têm períodos distintos</p><p>de ativação e de predominância, sendo algumas mais lentas que outras. Ao</p><p>analisarmos um esporte, percebemos que a predominância de uma rota</p><p>metabólica está diretamente ligada ao tempo de execução do exercício físico</p><p>e à intensidade na realização dos movimentos.</p><p>Em modalidades caracterizadas por movimentos de bastante intensidade</p><p>e pouco volume, temos predominância das vias anaeróbias de produção de</p><p>energia. Por outro lado, em esportes com intensidades menores, verificamos</p><p>a predominância da via aeróbia.</p><p>É importante salientar que a duração de uma competição está relacionada</p><p>à predominância de uma rota metabólica, mas não é um fator exclusivo.</p><p>Podemos tomar, como exemplo, uma partida de basquete, que se desenvolve</p><p>em quatro períodos de 10 minutos; ou de vôlei, que é disputada por pontos,</p><p>mas, frequentemente, estende-se por cinco sets, que podem durar mais de</p><p>30 minutos.</p><p>Esses esportes exigem movimentos de intensidade aguda, seguidos por</p><p>intervalos de intensidade bem menor. Assim, caracterizam-se como esportes</p><p>predominantemente anaeróbios.</p><p>Na maratona, por exemplo, o atleta mantém certo padrão de movimentação</p><p>durante toda a prova, que dura cerca de duas horas. Como o maratonista</p><p>normalmente não chega à fadiga muscular, durante a competição,</p><p>constatamos que suas necessidades energéticas estão sendo contempladas.</p><p>Assim, pelo volume evidente desse esporte específico, é fácil caracterizá-lo</p><p>como predominantemente aeróbio.</p><p>77</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>FIGURA 11 – MARATONA</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de pessoas correndo na rua.</p><p>Há esportes, porém, em que não identificamos tão facilmente a principal</p><p>rota metabólica. Nesses casos, é fundamental realizarmos observações</p><p>diagnósticas para verificar a predominância de produção energética. Para</p><p>tanto, é necessário avaliar os tipos de movimento e a quantidade de vezes</p><p>que ocorrem durante uma partida ou prova.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Chegamos ao final de mais uma unidade da disciplina Fisiologia do Exercício.</p><p>Podemos entender como ocorre o processo e os tipos de contrações</p><p>musculares. Vimos também que, para a realização das contrações muscular,</p><p>há a necessidade de rotas metabólicas de energia.</p><p>Compreender as rotas metabólicas é essencial para os profissionais ligados ao</p><p>esporte e ao exercício físico. Ao entendermos como a energia é produzida, a</p><p>partir de quais substratos ela é gerada e quais são os processos de degradação</p><p>de substratos energéticos, podemos prescrever e adaptar treinamentos</p><p>físicos de forma adequada aos objetivos e às necessidades de cada atleta ou</p><p>praticante de atividade física.</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>78</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>UNIDADE 4</p><p>• conhecer os</p><p>processos</p><p>fisiológicos ao iniciar</p><p>o exercício físico;</p><p>• compreender as</p><p>adaptações dos</p><p>sistemas corporais</p><p>durante o exercício</p><p>físico.</p><p>79</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>4 PROCESSOS FISIOLÓGICOS AO</p><p>INICIAR UM EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Nesta unidade, estudaremos sobre as adaptações dos sistemas corporais</p><p>durante o exercício físico.</p><p>Para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas</p><p>são necessárias: respiratórias, neuroendócrinas, urinárias, digestórias</p><p>cardiorrespiratórias e cardiovasculares.</p><p>A realização de qualquer exercício físico compreende um estresse fisiológico</p><p>para o nosso organismo, principalmente em função do aumento da demanda</p><p>energética em relação ao estado de repouso, provocando liberação de calor</p><p>e modificação intensa do ambiente químico muscular e sistêmico. Vejamos</p><p>sobre essas adaptações.</p><p>4.1 ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS RESPIRATÓRIO,</p><p>CARDIOVASCULAR E ENDÓCRINO DO CORPO</p><p>HUMANO DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>O exercício físico se caracteriza por uma situação que retira o organismo de</p><p>sua homeostase, pois implica o aumento instantâneo da demanda energética</p><p>da musculatura exercitada e, consequentemente, do organismo como</p><p>um todo.</p><p>80</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>FIGURA 1 – PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher deitada em um banco de</p><p>academia, segurando um halter em cada mão, realizando o exercício de supino reto. Atrás</p><p>dela, há um homem auxiliando.</p><p>A prática regular de exercício físico, ao longo do tempo, irá promover</p><p>adaptações morfológicas e funcionais, conferindo ao organismo maior</p><p>capacidade para responder ao estresse do próprio exercício. Vejamos sobre as</p><p>adaptações do sistema respiratório, cardiovascular e endócrino.</p><p>4.1.1 RESPIRATÓRIO</p><p>O exercício físico é um estímulo provocador de desequilíbrios no sistema</p><p>respiratório, principalmente quando levamos em consideração seu volume,</p><p>sua intensidade, sua duração e seu volume, provocando transformações nas</p><p>características basais do nível de respiração celular e da respiração pulmonar;</p><p>e modificando as características da produção de energia aeróbia em repouso.</p><p>Aumentar a intensidade do exercício irá provocar aumento das trocas gasosas</p><p>de oxigênio (O2) e de dióxido de carbono (CO2). Consequentemente, os</p><p>sistemas de transporte de O2 e de CO2 também irão aumentar o seu nível de</p><p>funcionamento, ajustando-se, para restabelecer o suprimento desses gases</p><p>entre as respirações celular e pulmonar.</p><p>81</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Caso esse aumento seja muito abrupto, ao ponto de os sistemas não suprirem</p><p>a demanda de produção momentânea de energia, poderá ocorrer aumento</p><p>da participação da produção anaeróbia, tendenciando ao desenvolvimento</p><p>da acidose lática e até mesmo à interrupção do exercício.</p><p>Os ajustes verificados na ventilação, durante o</p><p>exercício físico, não resultam de um único fator,</p><p>mas da combinação de vários estímulos neurais e</p><p>químicos, que podem agir até mesmo</p><p>simultaneamente.</p><p>O controle da ventilação, durante o exercício físico, compreende a integração</p><p>de fatores químicos, neurogênicos e da temperatura corporal. Segundo esse</p><p>modelo, os estímulos neurogênicos, sejam eles corticais ou periféricos, são</p><p>responsáveis por aumentar abruptamente a ventilação no início do exercício.</p><p>Esse controle da ventilação pode ser observado, por exemplo, por meio da</p><p>transpiração (figura 2).</p><p>FIGURA 2 – TRANSPIRAÇÃO.</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem possui um homem adulto, de camiseta branca, sentado. Ele</p><p>está transpirando, e secando o suor com uma pequena toalha branca.</p><p>82</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Após essa alteração inicial, a ventilação por minuto tende a se aumentar</p><p>gradualmente até atingir um nível estável, que seja suficiente para atender às</p><p>demandas metabólicas. A partir daí, a regulação da ventilação será mantida</p><p>fundamentalmente por estímulos químicos reflexos e centrais, aqueles</p><p>realizados pelo CO2, pela temperatura corporal e pelos íons hidrogênio (H+).</p><p>Frequência respiratória e volume corrente:</p><p>Durante o exercício físico intenso, a frequência respiratória e o volume</p><p>corrente tendem a aumentar significativamente, de forma que a</p><p>ventilação alcança valores superiores a 100 L/min.</p><p>Volume corrente:</p><p>Raramente o volume corrente ultrapassa a faixa entre 55 e 65% da</p><p>capacidade vital dos indivíduos, sejam eles treinados, ou não.</p><p>4.1.2 CARDIOVASCULAR</p><p>O sistema cardiovascular disponibiliza nutrientes e O2 para os diversos órgãos</p><p>do nosso corpo, transporta hormônios das glândulas endócrinas para os</p><p>receptores-alvo, remove CO2 e metabólitos do metabolismo celular e, ainda,</p><p>participa da manutenção da temperatura corporal e do equilíbrio acidobásico.</p><p>Compreender essas funções é fundamental, para se entender as bases</p><p>fisiológicas do exercício físico e para entender as adaptações agudas e</p><p>crônicas que o exercício físico provoca. Essas adaptações são consideradas</p><p>mudanças que acontecem em resposta ao estresse crônico do treinamento</p><p>físico. Diante disso, observam-se respostas agudas em relação ao volume de</p><p>ejeção, à Frequência Cardíaca (FC), ao débito cardíaco (Q) e à pressão arterial.</p><p>FC:</p><p>Corresponde ao número de batimentos cardíacos por unidade de</p><p>tempo (batimentos por minuto = bpm).</p><p>83</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Ciclos cardíacos:</p><p>Consistem em um período de relaxamento, em que o coração capta</p><p>o sangue; seguido por um período de contração, no qual o sangue é</p><p>ejetado para as artérias.</p><p>A resposta dos ciclos cardíacos gera aumento da quantidade de trabalho</p><p>que o coração irá requerer no atendimento ao aumento de demandas do</p><p>organismo em exercício. Um exemplo é quando se compara a FC durante o</p><p>repouso, durante o exercício físico e no período pós-exercício.</p><p>Em média, A FC de Repouso (FCR) varia de 60 a 80 bpm, sofrendo influências</p><p>de acordo com a o nível de condicionamento físico, a idade e as diferentes</p><p>condições ambientais em que o indivíduo se encontra.</p><p>A FCR é menor em indivíduos com maior</p><p>condicionamento físico.</p><p>Sabemos que, antes do início de uma sessão de exercícios físicos, a FC se eleva</p><p>a níveis mais altos do que os de repouso, o que conhecemos como resposta</p><p>antecipatória ao estímulo, sendo esta é mediada pela noradrenalina, liberada</p><p>pelo Sistema Nervoso Simpático (SNS). Essa resposta também é mediada</p><p>pela adrenalina, liberada pelas glândulas suprarrenais. Dentro desse processo,</p><p>também ocorre uma diminuição do tônus parassimpático.</p><p>84</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 3 – GLÂNDULAS SUPRARRENAIS</p><p>Fonte: Plataforma Wikimedia (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de dois rins e, acima deles, há as</p><p>glândulas suprarrenais.</p><p>Quando se inicia o exercício físico, aumenta-se rapidamente a FC, em função do</p><p>aumento da intensidade do esforço, geralmente representada pelo consumo</p><p>de oxigênio, ou até que o praticante esteja perto dos limites da exaustão. À</p><p>medida que se aproximam esses limites, a FC tende a se estabilizar, o que</p><p>indica que a FC máxima (FCmax) está sendo alcançada.</p><p>Entre os principais métodos e estímulos que auxiliam o acompanhamento</p><p>das modificações que ocorrem durante as sessões de treinamento, pode-se</p><p>apontar a FC como excelente indicador de intensidade do esforço. O valor</p><p>percentual da FCmax é considerado como um correspondente ao valor</p><p>percentual do VO2max, servindo como zona-alvo do treinamento físico.</p><p>Existem diversas fórmulas para determinar a FC, sendo, ainda, a mais utilizada</p><p>a fórmula baseada na idade: FCmax = 220 – idade. Dessa forma, consideramos</p><p>a FCmax a maior frequência cardíaca alcançada durante a realização de um</p><p>esforço máximo, antes da exaustão.</p><p>85</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>De fato, a fórmula de Karvonen é a mais precisa,</p><p>pois considera os valores da Frequência Cardíaca</p><p>de Reserva (FCRes), que é a diferença entre a FCmax</p><p>e a Frequência Cardíaca de Repouso (FCR). A</p><p>fórmula é: FC treino = FCR + intensidade x (FCmáx</p><p>– FCR).</p><p>Assim como na FC, o volume de ejeção, ou Volume Sistólico (VS), também</p><p>se modifica durante a prática de exercício físico, fazendo com que o coração</p><p>trabalhe de forma mais eficiente. A unidade VS é determinada por quatro</p><p>fatores: a) a distensibilidade ventricular; b) o volume de sangue venoso que</p><p>retorna ao coração; c) a contratilidade ventricular; e d) a pressão nas artérias</p><p>aorta e pulmonar.</p><p>Considera-se que os dois primeiros fatores são determinantes na capacidade</p><p>de enchimento do ventrículo; já os dois últimos fatores impactam a capacidade</p><p>de esvaziamento do ventrículo, o que determina a força com a qual o sangue</p><p>é ejetado, assim como a pressão com que deve fluir nas artérias. É importante</p><p>compreender que esses quatro fatores são responsáveis por controlar a</p><p>resposta do volume de ejeção, que, por sua vez, está relacionada à intensidade</p><p>de esforço durante o exercício físico.</p><p>Durante o exercício, o VS tende a aumentar para valores superiores aos de</p><p>repouso. Esse aumento ocorre paralelamente ao aumento da intensidade do</p><p>exercício físico. Porém, quando a intensidade de esforço estiver na faixa entre</p><p>40 e 60% da capacidade individual máxima, o VS geralmente se estabiliza.</p><p>Podemos considerar que o volume de ejeção é controlado por dois</p><p>mecanismos fisiológicos: intrínseco ao miocárdio, que requer aumento no</p><p>enchimento cardíaco, o que resultaria maior força de contração no coração;</p><p>e estaria sob influência neuro-hormonal, envolvendo um enchimento</p><p>ventricular normal, porém acompanhado por uma ejeção mais forte, gerando</p><p>um maior esvaziamento cardíaco.</p><p>Vejamos agora sobre a pressão arterial. Ela pode ser compreendida como o</p><p>produto do Q pela resistência periférica total. Ela representa a força exercida</p><p>pelo sangue contra as paredes das artérias durante o ciclo cardíaco, podendo</p><p>86</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ser classificada de acordo com a fase do ciclo cardíaco, como Pressão Arterial</p><p>Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD).</p><p>Durante o exercício, as respostas da PAS e da PAD são bastante distintas.</p><p>Exercícios dinâmicos:</p><p>A PAS aumenta em direta proporção ao aumento da intensidade do</p><p>esforço, podendo exceder 200 mmHg no pico da sístole e no momento</p><p>da exaustão.</p><p>Aumento da PAS:</p><p>Resultante do aumento do Q, acompanha os aumentos na</p><p>intensidade do exercício, proporcionando um rápido fluxo do sangue</p><p>pelos vasos.</p><p>Pressão arterial:</p><p>Determina a quantidade de sangue que deve sair dos capilares e</p><p>entrar nos tecidos corporais, levando os nutrientes necessários para as</p><p>atividades a serem realizadas.</p><p>Diante disso, assume-se que é necessário o aumento da PAS durante a</p><p>atividade física, auxiliando no processo de disponibilização de nutrientes</p><p>pelo sistema cardiovascular. Já a PAD praticamente não se altera durante</p><p>o exercício</p><p>físico — mais especificamente durante os aeróbios —,</p><p>independentemente de sua intensidade.</p><p>87</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Durante o exercício físico, aumentos em torno de 15</p><p>mmHg ou mais, na PAD, podem ser considerados</p><p>respostas anormais, sendo entendidos como um</p><p>dos sinais para interromper a atividade.</p><p>O Q é considerado, em litros, a quantidade de sangue bombeada pelo coração</p><p>a cada minuto, podendo ser alterado quando se modifica a FC e o volume</p><p>ejetado a cada contração do coração. Dessa forma, define-se o Q como o</p><p>produto da FC pelo VS.</p><p>O Q é influenciado tanto pela FC, quanto pelo volume de ejeção sanguíneos.</p><p>Dessa forma, é evidente que, durante o exercício físico, o Q aumente, em função</p><p>do aumento da intensidade do exercício. Essa é uma tentativa de atender ao</p><p>acréscimo das demandas de oxigênio pelos músculos em atividade. Para se</p><p>ter uma ideia, em repouso, o Q é de 5 L/min, aproximadamente, aumentando</p><p>com a intensidade do esforço para valores entre 20 e 40 L/min.</p><p>No início da prática do exercício, o aumento do Q ocorre em resposta ao</p><p>aumento da FC e do VS. Porém, quando a intensidade do exercício alcança</p><p>ou supera a faixa dos 40 a 60% da capacidade individual máxima, o aumento</p><p>do Q ocorre principalmente pelo aumento da FC, já que, nessas intensidades</p><p>de esforço, é esperado que o VS tenha se estabilizado ou aumentado</p><p>discretamente. Modificando-se a distribuição do fluxo sanguíneo, ocorre</p><p>redistribuição do Q sob a ação do SNS, redirecionando um maio volume de</p><p>sangue para áreas mais ativas durante o exercício.</p><p>88</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Durante o exercício físico, 80 a 85% do Q se direciona</p><p>aos músculos periféricos ativos. Essa redistribuição</p><p>acontece predominantemente em resposta à</p><p>redução do aporte sanguíneo para o fígado, rins,</p><p>estômago e intestinos, durante a prática do</p><p>exercício.</p><p>Vale ressaltar que as condições do ambiente modificam também a distribuição</p><p>do fluxo sanguíneo durante o exercício físico. Por exemplo, temperaturas</p><p>ambientes elevadas, combinadas, ou não, com altos níveis de umidade</p><p>relativa do ar, alteram o desempenho físico, principalmente em esforços de</p><p>longa duração.</p><p>Em suma, durante a prática de exercício físico, o sistema cardiovascular humano</p><p>deve responder adequadamente à demanda de O2 para a musculatura ativa,</p><p>além de participar dos processos de transferência de calor.</p><p>4.1.3 ENDÓCRINO</p><p>O sistema endócrino é responsável em integrar e regular as funções corporais,</p><p>proporcionando estabilidade ao organismo em estados de exercício físico</p><p>e repouso. Os hormônios produzidos por glândulas endócrinas ativam os</p><p>sistemas enzimáticos e alteram a permeabilidade das membranas celulares,</p><p>modificam o transporte por meio da membrana citoplasmática e alteram o</p><p>ritmo da atividade enzimática, induzindo a atividade secretória, o que contribui</p><p>para a contração e o relaxamento dos músculos. Os hormônios também</p><p>estimulam a síntese das proteínas e das gorduras, bem como a capacidade</p><p>do organismo de responder aos estresses físico e fisiológico que compõem o</p><p>treinamento físico (efeitos agudo e crônico, respectivamente).</p><p>89</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>A integração dos sistemas endócrino e nervoso</p><p>auxilia para que o controle neural seja capaz de</p><p>regular o controle hormonal em respostas aos</p><p>estímulos internos e externos, fazendo com que</p><p>esses hormônios atuem nos órgãos-alvo e também</p><p>em seus respectivos receptores, garantindo a</p><p>síntese proteica no metabolismo.</p><p>A ligação dos hormônios aos receptores depende da quantidade de</p><p>receptores, dos níveis de concentração hormonal no sangue e da sensibilidade</p><p>dos receptores ao hormônio, que atuam como reguladores fisiológicos</p><p>responsáveis pela diminuição ou pelo aumento da velocidade das reações e das</p><p>funções biológicas que ocorrem e que são importantes para o funcionamento</p><p>do corpo durante o exercício físico.</p><p>As respostas hormonais, no estado de exercício físico, estimulam a secreção</p><p>de determinados hormônios ou de fatores inibitórios que são responsáveis</p><p>pela secreção, podendo acontecer em situações de feedback negativo ou</p><p>positivo.</p><p>Podemos observar que diferentes hormônios possuem funções específicas</p><p>no nosso organismo, sendo um dos principais a tiroxina (Figura 4), que possui</p><p>receptores presentes em todas as células. Esse hormônio acelera o metabolismo</p><p>da glicose, das gorduras e das proteínas e regula o crescimento corporal, assim</p><p>como o desenvolvimento e as características relacionadas à fertilidade.</p><p>FIGURA 4 –TIROXINA</p><p>Fonte: Plataforma Wikimedia (2022).</p><p>#PraTodosVeem: a imagem representa a ilustração da fórmula química da tiroxina.</p><p>90</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Outro importante hormônio no metabolismo é o do crescimento humano,</p><p>o GH. O GH aumenta a captação de aminoácidos, auxilia na síntese proteica</p><p>pelas células, reduz a quebra das proteínas, aumenta a utilização de lipídios,</p><p>diminui a utilização de glicose para obtenção de energia, estimula a reprodução</p><p>celular, estimula o crescimento das cartilagens e dos ossos e estimula o fígado</p><p>a secretar pequenas proteínas semelhantes à insulina (IGF-I e IGF-II). Esses</p><p>últimos atuam em conjunto, acentuando mutuamente seus efeitos, que, em</p><p>relação ao exercício, são aumentados, em função da intensidade.</p><p>Qualquer aparecimento dos hormônios IGF, durante ou logo após o exercício</p><p>físico, sugere que sua liberação foi consequência da ruptura de células que</p><p>já continham IGF. As aumentadas concentrações do GH, durante o exercício</p><p>físico, auxiliam a recuperar o organismo após o exercício, o que permite</p><p>a síntese aumentada de glicogênio muscular, a economia de glicose e os</p><p>aumentos rápidos no catabolismo lipídico dos músculos esqueléticos.</p><p>4.2 ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS</p><p>NEUROMUSCULAR, URINÁRIO E DIGESTÓRIO DO</p><p>CORPO HUMANO DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>Os sistemas neuromuscular, urinário e digestório também sofrem diversas</p><p>adaptações durante o exercício físico.</p><p>4.2.1 NEUROMUSCULAR</p><p>Para suprir a demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas</p><p>são necessárias: respiratórias, neuroendócrinas, cardiorrespiratórias e</p><p>cardiovasculares. A realização do exercício constitui um estresse fisiológico</p><p>para o organismo, em função do aumento da demanda energética em relação</p><p>ao repouso, o que provoca grande liberação de calor e intensa modificação do</p><p>ambiente químico muscular e sistêmico.</p><p>91</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>O oxigênio é captado pelo músculo por meio do</p><p>fluxo sanguíneo, difundindo-se dos capilares para</p><p>a mitocôndria das fibras musculares esqueléticas.</p><p>A produção de energia pode ser imediatamente</p><p>interrompida, caso ocorra diminuição no</p><p>fornecimento de combustível ou, até mesmo, se</p><p>diminuir as reações de oxirredução a nível celular.</p><p>Outras alterações que acontecem evidenciam que os treinamentos físicos de</p><p>curta duração e de alta intensidade podem estimular mudanças nas fibras</p><p>musculares esqueléticas (fenótipo IIB para o IA). O retículo sarcoplasmático, ao</p><p>se estabelecer como uma estrutura que participa ativamente do processo de</p><p>contração e relaxamento do músculo esquelético, está associado a alterações</p><p>positivas provocadas pelo treinamento de caráter anaeróbio.</p><p>A hipertrofia muscular também é uma adaptação do sistema neuromuscular,</p><p>sendo conceituada como o aumento da seção transversa do músculo estriado</p><p>esquelético, que ocorre decorrente do aumento volumétrico das fibras que o</p><p>compõem. Ela se evidencia como uma das principais adaptações morfológicas</p><p>promovidas, principalmente, pelo treinamento de força muscular, como a</p><p>musculação.</p><p>4.2.2 URINÁRIO</p><p>O rim, ao receber cerca de 20% do débito cardíaco, torna-se muito sensível ao</p><p>esforço físico, que é uma causa conhecida de modificação da fisiologia renal.</p><p>A grande maioria dos autores descrevem os efeitos de exercício extenuante</p><p>praticado sob temperaturas e/ou condições de humidade atmosférica limites,</p><p>em geral em atletas de elite. Há também o aparecimento de alterações</p><p>urinárias induzidas pelo esforço físico moderado em provas desportivas</p><p>populares e natação.</p><p>92</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 5 – NATAÇÃO</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um homem nadando em uma piscina.</p><p>Em alguns casos, como o futebol, o boxe ou esportes que impliquem contato</p><p>físico, o traumatismo direto pode ser o responsável ou o coadjuvante, como no</p><p>caso das microhematúrias vesicais nos corredores de maratonas. No entanto,</p><p>o traumatismo não é a única justificação das alterações urinárias induzidas</p><p>pelo esforço, já que estas se associam à prática de exercícios, como a natação.</p><p>As alterações urinárias mais frequentemente encontradas são os glóbulos</p><p>vermelhos dismórficos, em cerca de 30% dos casos, os cilindros pigmentados</p><p>e a proteinúria. Esses dados sugerem uma etiologia glomerular.</p><p>A forma como o exercício origina hematúria glomerular não está ainda</p><p>completamente esclarecida, mas se sabe que a resposta renal ao exercício</p><p>físico intenso e agudo é a redistribuição do débito cardíaco, caracterizado</p><p>por aumento do fluxo sanguíneo no coração e nos músculos esqueléticos;</p><p>e por uma redução nos músculos inativos, na pele, nos rins e em órgãos</p><p>vascularizados pela circulação esplénica, que provoca alguma isquemia renal.</p><p>A autorregulação do filtrado glomerular renal e as alterações tubulares são</p><p>apontadas como mecanismos complementares na fisiopatologia. Existem</p><p>outras explicações marginais que estabelecem uma relação de nexo-</p><p>causalidade, como a hemólise mecânica, a libertação de um fator hemolítico,</p><p>a desidratação, a libertação de mioglobina e a peroxidação dos glóbulos</p><p>vermelhos.</p><p>93</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>O indivíduo treinado desenvolve adaptações cardiovasculares, como vimos</p><p>anteriormente, que estimulam os receptores cardíacos e não permitem uma tão</p><p>grande estimulação do SNS, que se manifesta por uma menor diminuição das</p><p>resistências periféricas e por uma menor vasoconstrição da árvore vascular renal.</p><p>A capacidade de ultrafiltração é determinada pelo</p><p>equilíbrio entre os gradientes de pressão hidráulica</p><p>transcapilar e da pressão oncótica.</p><p>Apesar da redução do fluxo plasmático renal de 20% para 1%, a fração de</p><p>filtração pode duplicar, preservando a transferência de metabolitos ou de</p><p>substâncias por meio do glomérulo.</p><p>Outro mecanismo que contribui para a redução da vasoconstrição, após o</p><p>treino, é a menor sensibilidade dos vasos para a mesma concentração de</p><p>norepinefrina. O mecanismo subjacente não se encontra completamente</p><p>elucidado; e futuras investigações são necessárias, para esclarecer as</p><p>modificações nos receptores alfa adrenérgicos vasculares e as alterações</p><p>intracelulares que condicionam uma menor resposta à norepinefrina.</p><p>4.2.3 DIGESTÓRIO</p><p>O exercício predominantemente aeróbio e, principalmente, de longa duração,</p><p>como aquele executado por triatletas, maratonistas e ciclistas, pode provocar</p><p>sintomas gastrointestinais.</p><p>94</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 6 – MARATONA</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de várias pessoas correndo uma maratona.</p><p>Metade da população que pratica esportes de longa duração apresenta,</p><p>pelo menos, um sintoma. Esses sintomas podem ser divididos em superiores</p><p>(náuseas, vômitos e pirose retroesternal – azia –) e inferiores (cólica abdominal,</p><p>diarreia, perda de apetite, aceleração dos movimentos intestinais, sangramento</p><p>e vontade de defecar).</p><p>A origem dos sintomas gastrintestinais, durante o exercício físico, é totalmente</p><p>multifatorial, incluindo a liberação de hormônios gastrintestinais, a redução</p><p>do fluxo sanguíneo intestinal, a desidratação, a idade, o estresse mecânico</p><p>sobre o trato gastrointestinal, os fatores psicológicos, a dieta, o sexo e o nível</p><p>de treinamento do indivíduo.</p><p>A redução do fluxo sanguíneo intestinal, durante o exercício físico, é</p><p>oriunda da vasoconstrição do leito vascular esplâncnico, devido à ação das</p><p>catecolaminas sobre os receptores α-adrenérgicos e/ou mesmo da ativação</p><p>do sistema renina-angiotensina pela hipovolemia induzida pelo exercício</p><p>decorrente do processo de desidratação. Essa redução pode atingir níveis</p><p>críticos e ser agravada durante condições de desidratação, como hipertermia,</p><p>hipóxia, hipoglicemia, alterações da viscosidade sanguínea, deformabilidade</p><p>e agregabilidade dos eritrócitos; ou pela combinação desses fatores.</p><p>No repouso, a maior parte (em torno de 90%) do fluxo sanguíneo para o</p><p>intestino se dirige para a mucosa. Portanto, essa região é mais susceptível</p><p>a apresentar alterações, em consequência da redução do fluxo sanguíneo</p><p>intestinal durante o exercício físico.</p><p>95</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>A mucosa do trato gastrointestinal atua como</p><p>barreira entre os meios interno e externo, o que</p><p>evita a penetração de compostos carcinogênicos,</p><p>antigênicos e tóxicos da luz intestinal para o fluido</p><p>intersticial.</p><p>O exercício aumenta a permeabilidade intestinal por meio da junções</p><p>comunicantes, levando ao comprometimento da mucosa pela redução do</p><p>fluxo sanguíneo. A passagem de compostos agressivos, por meio dessas</p><p>junções comunicantes, pode estimular a migração de neutrófilos. Estes,</p><p>quando ativados, disparam uma resposta imune local, gerando radicais</p><p>livres e liberando enzimas lisossomais, o que danifica, ainda mais, o epitélio</p><p>do intestino. Esses eventos, em sequência, contribuem para potencializar o</p><p>aumento da permeabilidade intestinal, assim como da resposta inflamatória,</p><p>desenvolvendo sintomas gastrintestinais e, em alguns casos, até endotoxemia.</p><p>96</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Chegamos ao final de mais uma unidade da disciplina Fisiologia do</p><p>Exercício. Nesta unidade, pudemos estudar mais especificamente sobre</p><p>algumas adaptações geradas pelo exercício físico nos sistemas respiratório,</p><p>cardiovascular, endócrino, neuromuscular, urinário e digestório.</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>97</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>UNIDADE 5</p><p>• ampliar o conceito</p><p>sobre as variáveis do</p><p>exercício físico;</p><p>• compreender</p><p>as respostas</p><p>fisiológicas do</p><p>exercício físico.</p><p>98</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>5 VARIÁVEIS E RESPOSTAS</p><p>FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO</p><p>FÍSICO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Você já deve ter percebido que existem várias formas de executar um exercício</p><p>físico. Por exemplo, na musculação, é comum vermos alguns exercícios em</p><p>que as contrações são realizadas alternando os membros superiores ou</p><p>inferiores. Da mesma forma, na corrida, podemos observar provas em que os</p><p>atletas são mais velozes em um curto período e, em outras provas, em que os</p><p>praticantes são menos velozes, mas percorrem longas distâncias.</p><p>Essas são alterações das variáveis da prática de exercício físico, e é justamente</p><p>elas que estudaremos nesta unidade.</p><p>5.1 VARIÁVEIS DO EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>A fisiologia do exercício é o ramo da fisiologia humana que estuda as</p><p>adaptações orgânicas</p><p>agudas e crônicas do exercício físico sobre as estruturas</p><p>e as funções do corpo humano.</p><p>Essas adaptações dependem de características, como genética, aptidão</p><p>física, meio ambiente, nutrição e intensidade de treinamento. Por esse</p><p>motivo, são essenciais a correta avaliação, a prescrição do treinamento e o</p><p>acompanhamento das respostas do exercício físico. Conhecimentos, nessa</p><p>área, são importantes, para a prevenção de doenças e para a reabilitação após</p><p>uma lesão.</p><p>O exercício físico pode ser realizado de diversas formas. É fundamental</p><p>entender as possibilidades de variação, pois é de acordo com as características</p><p>de cada uma delas que acontecem as respostas fisiológicas e bioquímicas do</p><p>organismo.</p><p>O interesse de profissionais e de acadêmicos da área de educação física pelos</p><p>efeitos da manipulação das variáveis agudas do treinamento físico tem se</p><p>tornado cada vez mais evidente nas atuais pesquisas sobre o assunto, em</p><p>99</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>especial, pelo volume e pela intensidade. O interesse pelo volume se dá pela</p><p>ótima relação dose-resposta para cada indivíduo em termos morfofuncionais;</p><p>e pela intensidade, pois há um apelo maior e vários questionamentos sobre</p><p>a sua real aplicação na rotina de treino, uma vez que ela sofre influência do</p><p>histórico de treinos, da aderência, dos objetivos do aluno e de outras variáveis.</p><p>A resposta à atividade física ocorre de acordo com o tipo de exercício praticado.</p><p>É importante conhecer suas variáveis, pois, ao prescrever e acompanhar</p><p>algum exercício, é preciso ajustá-las para que se adequem às especificidades</p><p>de cada praticante. Nesta seção, você aprenderá sobre as principais variáveis</p><p>na prática do exercício físico: a intensidade; o volume; e a densidade.</p><p>Tanto o volume quanto a intensidade, principalmente, vão predizer as</p><p>exigências do programa, seja ele de força, resistência cardiorrespiratória,</p><p>potência, hipertrofia ou resistência muscular localizada. Sendo assim, a</p><p>implementação e o controle dessas variáveis, em conjunto com a ordem, a</p><p>seleção e o tempo de recuperação, garantirão uma sessão de treino apropriada</p><p>ao praticante, possibilitando uma progressão ótima da sua performance.</p><p>5.1.1 VOLUME</p><p>O volume e a intensidade são peças-chave no planejamento de programas de</p><p>treinamento físico. O profissional de educação física precisa tomar decisões</p><p>quantitativas relacionadas ao volume (quantas séries? Quantas repetições?</p><p>Quanto tempo?) e qualitativas relacionadas à intensidade do exercício</p><p>(exercícios leves, moderados ou intensos?). Essas duas variáveis, associadas</p><p>à ordem, à sequência dos exercícios e ao tempo de descanso, se forem bem</p><p>planejadas, representam o sucesso de toda sessão de treinamento.</p><p>De modo geral, o volume se refere à quantidade de estímulos. O volume de</p><p>treinamento é uma medida da quantidade total de trabalho realizado em uma</p><p>sessão, uma semana, um mês ou em algum outro período de treinamento.</p><p>A frequência do treinamento (número de sessões por semana), a duração da</p><p>sessão, o número de séries, o número de repetições por série e a quantidade</p><p>de exercícios realizados por sessão impactam diretamente o volume de</p><p>treinamento.</p><p>A variável “volume” se refere à quantidade total de atividade física durante um</p><p>exercício e está diretamente relacionada aos benefícios à saúde de quem a</p><p>desenvolve. A caminhada, por exemplo, pode ser realizada em diferentes volumes</p><p>100</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>(de longa ou de curta distância, por exemplo). Assim, o volume está diretamente</p><p>ligado ao tempo de execução e à distância percorrida em alguma atividade.</p><p>FIGURA 1 – CAMINHADA</p><p>Fonte: Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher de blusa alaranjada,</p><p>caminhando em um parque.</p><p>No caso de exercícios que envolvem força muscular, como a musculação,</p><p>o volume é mensurado a partir do número de repetições e de séries que o</p><p>exercício exige. Isso pode ser medido de diferentes formas: a partir da soma</p><p>de repetições realizadas em uma semana; ou da quantidade total de peso</p><p>levantado após uma sessão de treinamento; ou, ainda, multiplicando-se o</p><p>número de repetições pelo peso levantado e pela distância vertical desse</p><p>deslocamento.</p><p>Na musculação, um dos componentes mais importantes do volume é o</p><p>número de séries, que são um grupo de repetições seguido de um período</p><p>de descanso. A quantidade de séries, multiplicada pela de repetições,</p><p>multiplicada, por sua vez, pela de carga (séries x repetições x carga), é um dos</p><p>fatores que afeta o volume de exercícios. Nesse caso, de modo geral, o volume</p><p>de treinamento pode ser calculado pela quantidade total de peso levantado:</p><p>se 10 repetições forem executadas com uma carga de 50 kg, o volume de</p><p>treinamento será de 500 kg (10 × 50), embora ele seja mais precisamente</p><p>determinado pelo cálculo do trabalho realizado.</p><p>Alterações no volume de treinamento influenciam nas respostas e nas</p><p>adaptações neurais, metabólicas e hormonais no exercício de força, de modo</p><p>que o aumento das respostas metabólicas e hormonais está associado ao</p><p>volume alto de treinamento.</p><p>101</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 2 – MUSCULAÇÃO</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher realizando agachamento,</p><p>com uma barra com anilhas nas costas. Ela está em uma academia.</p><p>Powers e Howley (2017) propõem aferir o volume da atividade física por meio</p><p>de uma equação que considere frequência, intensidade e tempo. Esses fatores</p><p>são definidos da seguinte forma:</p><p>Frequência:</p><p>Refere-se aos períodos em que uma atividade é realizada, que</p><p>podem ser expressos em dias, por semana, por vezes por dia ou,</p><p>simplesmente, por dias por semana.</p><p>Intensidade:</p><p>Considera-se o Volume de Oxigênio máximo (VO2 max), o limiar de</p><p>lactato, o esforço percebido, a frequência cardíaca máxima e a</p><p>porcentagem de uma Repetição Máxima (1RM).</p><p>Tempo:</p><p>Considera-se a duração da atividade, expressa em minutos de</p><p>exercício.</p><p>102</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>5.1.2 INTENSIDADE</p><p>A intensidade está relacionada à força dos impulsos do sistema nervoso</p><p>em determinada sessão de atividade física e ao número de músculos</p><p>utilizados durante a ação. A força desses estímulos nervosos envolve a</p><p>carga movimentada; a velocidade de execução do movimento; e a fase de</p><p>recuperação, quando ativa, que ocorre entre um exercício físico e outro.</p><p>Para mensurar a intensidade, Powers e Howley (2017) propõem considerar</p><p>quatro fatores:</p><p>1. o VO2 max;</p><p>2. a frequência cardíaca;</p><p>3. o esforço percebido pelo praticante;</p><p>4. o limiar de lactato.</p><p>Em treinamentos de resistência aeróbia, como a corrida, por exemplo, a</p><p>intensidade é usualmente classificada como leve, moderada ou alta. Outro</p><p>tipo de avaliação pode ser feito quando os exercícios exigem esforço para</p><p>mover uma carga ou um peso, que pode ser do próprio corpo ou de algum</p><p>equipamento, como na musculação. Nesse caso, a intensidade pode ser</p><p>mensurada em treinamentos resistidos (também chamados de peso ou de</p><p>força muscular).</p><p>Os exercícios com pesos geralmente são executados em duas fases:</p><p>Primeira:</p><p>Quando o peso é levantado, em que acontece a ação muscular</p><p>concêntrica.</p><p>Segunda:</p><p>Quando o peso é abaixado de maneira controlada, em que ocorre a</p><p>ação excêntrica da musculatura.</p><p>O conjunto da execução dessas duas ações, concêntrica e excêntrica, é</p><p>chamado de repetição. Assim, em exercícios resistidos, a intensidade pode</p><p>ser avaliada também por meio da RM, ou seja, observando a repetição com o</p><p>máximo de peso ou carga (1RM) que os músculos são capazes de mover.</p><p>103</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767,</p><p>de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 3 – LEVANTAMENTO TERRA</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um homem agachado, pegando uma</p><p>barra com anilhas do chão. Ele está realizando o exercício de levantamento terra.</p><p>Para essas estimativas, geralmente são utilizados exercícios, como o</p><p>agachamento, o supino e/ou o levantamento terra, como visto na figura acima.</p><p>5.1.3 DENSIDADE, TIPO E FREQUÊNCIA</p><p>A densidade se refere aos tempos entre a execução e a recuperação dos</p><p>músculos na atividade física. Nos exercícios resistidos, a verificação da</p><p>densidade é feita entre as séries de exercícios e até entre um exercício e outro.</p><p>No caso dos aeróbios, a medida ocorre entre uma atividade completa e</p><p>outra. Os intervalos, durante os exercícios físicos, têm íntima relação com o</p><p>desempenho do atleta e, consequentemente, com a prevenção de lesões.</p><p>Assim, quanto maior for a intensidade do exercício, maior será o período</p><p>necessário de descanso.</p><p>Sugere-se que o tempo, para recuperação de um exercício de força muscular,</p><p>deve ser o dobro do utilizado para realizá-lo. Ou seja, em uma série de 30</p><p>segundos, o praticante deverá se recuperar por um minuto, antes de partir</p><p>para a próxima série. Já em exercícios aeróbios, o intervalo entre a execução</p><p>de dois exercícios corresponde ao tempo necessário para que a frequência</p><p>cardíaca retorne a índices próximos de 120 batimentos por minuto (POWERS;</p><p>HOWLEY, 2017).</p><p>104</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>O tipo de exercício está relacionado ao número de articulações mobilizadas</p><p>na execução do movimento, sendo esse conceito mais utilizado em exercícios</p><p>resistidos. Os tipos de exercício podem ser classificados como:</p><p>Uniarticulares:</p><p>Aqueles que envolvem uma articulação, com a contração de um grupo</p><p>muscular isolado.</p><p>Multiarticulares:</p><p>Aqueles que envolvem duas ou mais articulações, com o uso de</p><p>diferentes grupos musculares.</p><p>A frequência de treinamento se refere ao número de vezes em que se realiza</p><p>determinada atividade física durante um período dado, geralmente uma</p><p>semana (três sessões de treinamento por semana, por exemplo). Atletas de</p><p>alto rendimento, com o corpo adaptado, ao longo dos anos, e que dispõem de</p><p>acompanhamento de profissionais, como nutricionistas, fisiologistas, entre</p><p>outros, podem ampliar essa frequência. É o caso do futebol profissional, em</p><p>que é comum vermos equipes treinando em dois turnos nos dias que não há</p><p>jogos a serem disputados.</p><p>FIGURA 4 – FUTEBOL</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de vários homens jogando futebol em um</p><p>campo.</p><p>105</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Continuaremos esta unidade, discutindo algumas das respostas do organismo</p><p>que ocorrem, em decorrência das variáveis do exercício físico, em especial da</p><p>intensidade e do volume.</p><p>5.2 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO</p><p>FÍSICO</p><p>O corpo humano responde fisiologicamente ao exercício, e essas respostas</p><p>irão depender da intensidade e do volume, em especial, desses exercícios.</p><p>Vejamos sobre elas.</p><p>5.2.1 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS EM UM</p><p>TREINO DE DIFERENTES INTENSIDADES</p><p>A intensidade é a variável dos exercícios f ísicos relacionada às adaptações</p><p>que ocorrem no corpo humano, para manter o equilíbrio homeostático.</p><p>Assim, pode ser classificada de diferentes formas. Uma das mais comuns</p><p>é a classificação como leve, moderada e alta. Esta, por sua vez, é medida</p><p>por diferentes indicadores, como o VO2máx, o número de batimentos</p><p>cardíacos, o limiar de lactato e a carga levantada durante a realização de</p><p>um exercício. Nesta seção, utilizaremos como indicador de intensidade o</p><p>percentual de VO2 max.</p><p>Para Powers e Howley (2017), a partir desse critério, o nível de intensidade</p><p>pode ser assim classificado:</p><p>Baixa intensidade:</p><p>Exercícios que apresentam um percentual do VO2 max menor que 30%.</p><p>Por exemplo: caminhada em velocidade normal do praticante.</p><p>Intensidade moderada:</p><p>Exercícios que apresentam um percentual do VO2 max entre 30% e</p><p>70%. Por exemplo: caminhada em velocidade moderada.</p><p>Alta intensidade:</p><p>Exercícios que apresentam um percentual do VO2 max maior que 70%.</p><p>Por exemplo: corrida</p><p>106</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Dessa forma, a intensidade será tanto maior quanto maior for o percentual</p><p>de VO2máx utilizado na prática de uma atividade física. Mas, vale lembrar que,</p><p>o que é baixa intensidade para um sujeito, pode ser moderada para outro, e</p><p>vice versa.</p><p>As alterações fisiológicas ocorrem, para que o corpo se adapte durante a</p><p>atividade física, a fim de manter equilíbrio em todos os sistemas. Durante</p><p>o exercício, as células musculares produzem ácido lático e gás carbônico. O</p><p>ácido lático, ao ser retirado dos tecidos musculares, transforma-se em lactato,</p><p>entra na corrente sanguínea e é conduzido para todo o organismo (POWERS;</p><p>HOWLEY, 2017). Dessa forma, o lactato afeta o equilíbrio acidobásico do corpo</p><p>humano e compromete a funcionalidade dos seus diversos sistemas.</p><p>Em exercícios de intensidade baixa, o organismo</p><p>consegue manter esse equilíbrio, na medida em</p><p>que o lactato é utilizado para dar início à produção</p><p>de substratos energéticos utilizados pelas células</p><p>musculares. Entretanto, quando o exercício é de</p><p>intensidade alta, o corpo não consegue aproveitar</p><p>todo o lactato produzido. Dessa forma, o acúmulo</p><p>de lactato compromete o equilíbrio acidobásico do</p><p>tecido sanguíneo.</p><p>Geralmente, o sangue se encontra em uma taxa considerada ideal, de pH de</p><p>7,4. O pH sanguíneo sofre alterações já no início de um exercício, ainda que</p><p>seja de intensidade baixa. Essa alteração ocorre devido à elevação do índice</p><p>de lactato no sangue. Conforme aumenta a intensidade do exercício, o pH</p><p>sanguíneo vai caindo, tornando o sangue mais ácido.</p><p>A frequência cardíaca aumenta conforme a intensidade do exercício. Com a</p><p>necessidade de captar maiores níveis de oxigênio e distribuir nutrientes às</p><p>células, o sistema cardiorrespiratório eleva seu nível de atividade gradualmente,</p><p>até conseguir suprir as necessidades do organismo na prática do exercício</p><p>físico (POWERS; HOWLEY, 2017). Além da frequência cardíaca, também</p><p>ocorre o aumento gradual do débito cardíaco e da pressão arterial, à medida</p><p>que cresce o consumo de oxigênio.</p><p>107</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>O volume sistólico, ou seja, a quantidade de sangue distribuída ao corpo</p><p>humano a cada contração do coração, aumenta principalmente enquanto</p><p>a atividade se encontra na fase de baixa intensidade. Quando o consumo de</p><p>oxigênio chega perto de 40% do VO2 max, esse crescimento chega a um limite,</p><p>mantendo-se estável até o fim da atividade. Esse nível é diferente para cada</p><p>pessoa, pois corresponde à capacidade máxima do coração para bombear</p><p>sangue a cada contração. Assim, em indivíduos treinados, cujo músculo</p><p>cardíaco se encontra mais forte, é comum observar a estabilidade do débito</p><p>cardíaco a 60% do VO2 max.</p><p>Com o início do exercício físico, é necessária a ação de alguns hormônios, para</p><p>mobilizar a produção de energia a partir do glicogênio hepático e dos ácidos</p><p>graxos presentes no tecido adiposo. Entre os principais, estão:</p><p>Adrenalina e a noradrenalina:</p><p>Atuam na mobilização da glicose hepática, na degradação da gordura</p><p>do tecido adiposo e na absorção da glicose pelos diversos tecidos do</p><p>organismo.</p><p>Cortisol:</p><p>Atua na mobilização de ácidos graxos presentes na célula.</p><p>GH:</p><p>Desempenha papel fundamental na síntese de proteínas dos tecidos</p><p>musculares e bloqueia a entrada de glicose nos tecidos, induzindo</p><p>a gliconeogênese no fígado e o uso de energia a partir dos ácidos</p><p>graxos.</p><p>Insulina:</p><p>Contribui para a absorção de glicose e de ácidos</p><p>graxos nas células,</p><p>tendo seus níveis gradualmente reduzidos durante o exercício.</p><p>108</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Glucagon:</p><p>Promove a mobilização desses substratos desde seus locais de</p><p>armazenamento.</p><p>Em exercícios de intensidade baixa, há pouca resposta hormonal. Entretanto,</p><p>quando a intensidade do exercício se eleva, a reposta se torna bastante evidente.</p><p>Aumenta a atuação da adrenalina, da noradrenalina, do GH, do cortisol e do</p><p>glucagon. Por outro lado, há uma queda rápida nos níveis de insulina. Essas</p><p>mudanças ocorrem principalmente, porque o corpo necessita de maiores</p><p>níveis de substratos energéticos na corrente sanguínea, quando pratica</p><p>exercícios de alta intensidade. Essas respostas hormonais são fundamentais</p><p>para a continuidade do exercício, tendo em vista que regulam a liberação dos</p><p>principais combustíveis durante o exercício.</p><p>Embora todos os substratos que geram a energia</p><p>estejam sempre sendo utilizados durante a</p><p>atividade física, a predominância de cada um deles</p><p>varia conforme sua intensidade. Em exercícios de</p><p>baixa intensidade, o principal substrato utilizado</p><p>é a gordura corporal, que, ao ser degradada na</p><p>corrente sanguínea, transforma-se em Ácidos</p><p>Graxos Livres (AGL). Essa forma de gerar energia é</p><p>muito dependente de oxigênio para sua formação.</p><p>Como a capacidade de captar oxigênio é suficiente,</p><p>durante os exercícios físicos de baixa intensidade,</p><p>os AGL são utilizados em maior quantidade, uma</p><p>vez que suas moléculas geram mais energia, ainda</p><p>que de forma mais lenta.</p><p>Em exercícios de alta intensidade (como a corrida, para a maioria das</p><p>pessoas), a necessidade de oxigênio, para produzir energia, é maior do que</p><p>a capacidade do organismo de captá-lo e transportá-lo. Assim, o corpo passa</p><p>a utilizar, com maior intensidade, o glicogênio muscular, que gera o ácido</p><p>109</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>lático, por sua vez, comprometendo a homeostase. Por isso, não é possível</p><p>sustentar uma atividade de alta intensidade por muito tempo. Em exercícios</p><p>de intensidade moderada, percebemos um certo equilíbrio entre o uso de</p><p>AGL e de glicogênio como substratos energéticos.</p><p>A glicose plasmática pouco se altera, pois, conforme vai sendo utilizada como</p><p>substrato energético, as ações dos hormônios aumentam ou diminuem,</p><p>para mantê-la estável. Os triglicerídeos musculares são utilizados, em maior</p><p>quantidade, quando há maior atuação da adrenalina e do glucagon, o que se</p><p>verifica, com veemência, nos exercícios de intensidade moderada.</p><p>5.2.2 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS EM UM</p><p>TREINO DE DIFERENTES VOLUMES</p><p>O volume é outra variável importante para o organismo, durante o exercício</p><p>físico; e pode ser mensurado de diferentes formas. Normalmente, utilizamos</p><p>medidas de tempo, expressas em horas ou minutos; de distância, expressas</p><p>em metros ou quilômetros; e, ainda, de número de repetições, sendo essa</p><p>última muito comum em treinos de força, como a musculação. Nesta seção,</p><p>utilizaremos como indicador de volume o tempo de exercício físico.</p><p>O calor corporal prove dos raios solares, da radiação térmica do solo e da</p><p>produção de energia pelas células musculares. Esse calor é liberado ao</p><p>ambiente pela evaporação da respiração e pela evaporação do suor, no</p><p>contato da superfície da pele com o ar (convecção), entre outros fatores. Assim,</p><p>a temperatura corporal corresponde à diferença entre o calor produzido e o</p><p>calor liberado pelo corpo.</p><p>A temperatura do organismo é de</p><p>aproximadamente 37ºC, podendo variar conforme</p><p>alguns fatores.</p><p>110</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>É necessário considerar, ainda, que há diferença entre o que chamamos de</p><p>temperatura central, aquela que se encontra nos tecidos mais profundos,</p><p>como coração e intestinos, e a temperatura externa, medida na superfície do</p><p>tecido epitelial.</p><p>Ao se iniciar um exercício físico, há maior produção de energia pelas células</p><p>musculares e, consequentemente, uma elevação da temperatura corporal.</p><p>Uma temperatura muito alta, por volta de 45ºC, é prejudicial às células</p><p>musculares, pois destrói as estruturas enzimáticas, incapacitando a geração</p><p>de Adenosina Trifosfato (ATP).</p><p>Para que a temperatura se mantenha estável, o hipotálamo, uma glândula</p><p>localizada no sistema nervoso central (SNC), atua regulando as taxas de sudorese</p><p>e de vasoconstrição, como forma de dissipar mais facilmente o calor produzido.</p><p>FIGURA 5 – HIPOTÁLAMO</p><p>Fonte: Plataforma Wikimedia (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração da adenohipófise, neurohipófise, o</p><p>tálamo, o hipotálamo e infundíbulo.</p><p>Em exercícios prolongados e de intensidade constante, a ação do hipotálamo</p><p>leva cerca de 30 minutos para conter o aumento da temperatura e estabilizá-</p><p>la. Entretanto, em ambientes muito quentes e/ou muito úmidos, os níveis de</p><p>sudorese produzidos e a vasodilatação não são suficientes para conter o avanço</p><p>da temperatura, o que pode levar o praticante ao estado de hipertermia.</p><p>Mesmo em um exercício de intensidade constante, a frequência cardíaca</p><p>tende a subir. Com o avanço da temperatura, o corpo produz suor, levando a</p><p>111</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>um quadro de desidratação, que reduz o volume plasmático. Desse modo, o</p><p>coração tem menor quantidade de sangue para transportar o oxigênio e os</p><p>nutrientes necessários.</p><p>Com a redução dos volumes sanguíneos, há declínio do volume sistólico, isto</p><p>é, da quantidade de sangue bombeada a cada batimento cardíaco (POWERS;</p><p>HOWLEY, 2017). Para manter constantes os níveis de débito cardíaco</p><p>(quantidade de litros que passam pelo coração), o coração deve elevar o</p><p>número de batimentos por minuto. Assim como a intensidade, também</p><p>o tempo dedicado à atividade física promove mudanças na atuação dos</p><p>hormônios.</p><p>As respostas dos hormônios ao volume do exercício físico potencializam a</p><p>mobilização de substratos que serão utilizados como fonte de energia pelas</p><p>células musculares. Assim, as respostas hormonais aumentam gradualmente</p><p>em relação ao volume da atividade física praticada.</p><p>Ainda que a mobilização de substratos energéticos</p><p>esteja muito ligada à intensidade do exercício,</p><p>a variável volume também atua na seleção de</p><p>substratos, para produzir energia para as células</p><p>musculares. Há um predomínio do glicogênio</p><p>muscular como fonte de energia no início do</p><p>exercício, com o uso dos triglicerídeos musculares</p><p>e dos ácidos graxos livres no plasma, ocorrendo em</p><p>níveis bastante parecidos, e da glicose, aparecendo</p><p>como o substrato que menos contribui.</p><p>Com um volume prolongado de exercício, as respostas hormonais induzem</p><p>mudanças na utilização desses substratos. Na fase inicial, as reservas de</p><p>glicogênio muscular e de triglicerídeos são utilizadas com maior amplitude</p><p>(POWERS; HOWLEY, 2017). Após algumas horas de exercício em intensidade</p><p>constante, passam a predominar a produção de energia a partir dos ácidos</p><p>graxos, obtidos nas células de gordura do tecido adiposo e na glicose</p><p>sanguínea, que, por sua vez, vem do aproveitamento do lactato pelo fígado.</p><p>Em exercícios muito extensos, a geração de energia é possível também</p><p>pela degradação de proteínas. O acúmulo de cálcio nas fibras musculares,</p><p>112</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>que ocorre por volta de duas horas em exercícios de intensidade moderada,</p><p>promove a ação de enzimas que degradam as proteínas musculares em</p><p>aminoácidos, como a valina e a isoleucina, por exemplo, que podem ser</p><p>utilizadas para a produção de energia.</p><p>Em suma, o exercício físico pode ser avaliado a partir</p><p>de diferentes variáveis. Aquelas cujo entendimento</p><p>é fundamental são a intensidade e o</p><p>1</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>10</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>• Ampliar o conceito</p><p>sobre a fisiologia do</p><p>exercício.</p><p>• Reconhecer a</p><p>homeostasia, o</p><p>meio interno e a</p><p>movimentação das</p><p>substâncias.</p><p>• Conceituar atividade</p><p>física, exercício</p><p>físico, sedentarismo,</p><p>comportamento</p><p>sedentário e aptidão</p><p>física.</p><p>11</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>1. INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA DO</p><p>EXERCÍCIO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Nesta unidade, você irá estudar a fisiologia do exercício como uma ciência</p><p>básica na área do movimento humano e do exercício físico. Para começarmos,</p><p>será necessário conhecer alguns conceitos relacionados à fisiologia do</p><p>exercício e depois aprofundarmos no estudo da homeostasia, do estado</p><p>estável e da movimentação das substâncias no meio corporal interno.</p><p>E já que falaremos bastante sobre exercício físico, é importante que você</p><p>estude sobre as definições e diferenças entre ele e a atividade física e aptidão</p><p>física! Vamos lá?</p><p>1.1 COMPREENDENDO A FISIOLOGIA DO</p><p>EXERCÍCIO</p><p>FIGURA 1 – EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: uma mulher e um homem correndo à beira de um lago.</p><p>12</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>No contexto da fisiologia do exercício, são observadas adaptações fisiológicas</p><p>dos sistemas frente ao estímulo externo, ou seja, a atividade física. Um</p><p>exemplo importante é o indivíduo que inicia uma atividade física com o</p><p>objetivo de emagrecimento, regulação do peso, da proporção corporal e, a</p><p>partir disso, é avaliado e reavaliado a fim de observar as alterações físicas</p><p>sofridas por seu corpo ao longo da prática de exercícios.</p><p>Tanto a população “comum”, quanto os atletas, se</p><p>beneficiam da melhora do condicionamento e da</p><p>aptidão física.</p><p>No âmbito da fisiologia do exercício, estuda-se a interação da nutrição</p><p>no desenvolvimento esportivo e nos ganhos gerais de condicionamento</p><p>e medidas fisiológicas. Você sabia que os efeitos da suplementação e da</p><p>administração de nutrientes podem contribuir para a performance do atleta</p><p>e produzir os efeitos esperados a partir de sua integração aos treinos? Além</p><p>disso, fatores relativos aos treinos podem ser estudados no campo da fisiologia.</p><p>Por exemplo, fatores como excesso de treino (overtraining) e destreinamento</p><p>podem provocar mudanças atípicas nos indivíduos, incluindo alterações não</p><p>esperadas nas adaptações ao exercício (POWERS; HOWLEY, 2017).</p><p>13</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>FIGURA 2 – A NUTRIÇÃO E O EXERCÍCIO</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: foto de um prato com salada, tomate e ovo e potinhos ao lado com</p><p>castanhas, sementes e morangos.</p><p>Antes de adentrarmos nesses e nos demais assuntos desta e de futuras</p><p>unidades, vamos conhecer um pouco mais sobre a fisiologia do exercício.</p><p>1.1.1 CONCEITOS</p><p>Já temos uma visão geral do que estuda a fisiologia do exercício, sendo seu</p><p>foco a forma como as alterações acontecem, a fim de prever as adaptações</p><p>que podem ocorrer frente aos estímulos. Dentro dessa temática, podemos</p><p>incluir estudos voltados ao esporte e também à saúde de uma forma geral.</p><p>Para aqueles que trabalham com a prescrição de</p><p>exercício físico, o conhecimento em fisiologia do</p><p>exercício é altamente necessário, pois é extremante</p><p>importante conhecer a ampla gama de respostas</p><p>ao exercício, incluindo aquelas que ocorrem no</p><p>âmbito de uma determinada classe de doenças,</p><p>bem como entre as diferentes condições especiais.</p><p>14</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>O conhecimento em fisiologia do exercício é essencial para entender quais são</p><p>as demandas impostas ao organismo, dependendo dos tipos e dos métodos</p><p>de treinamento utilizados, e quais poderão ser as respostas e adaptações</p><p>provocadas. E para compreender essas respostas e adaptações, temos que</p><p>entender sobre homeostasia (POWERS; HOWLEY, 2017).</p><p>1.1.2 HOMEOSTASIA E ESTADO ESTÁVEL</p><p>Já ouviu falar em homeostasia? Seu conceito está relacionado com o controle</p><p>do meio interno corporal frente às adaptações, estímulos externos e internos</p><p>ao corpo. Nessa concepção, compreende-se que o processo de homeostase</p><p>acontece de forma contínua, visando o equilíbrio e o funcionamento normal</p><p>das funções corporais.</p><p>Quer exemplo de homeostasia? Regulação da temperatura corporal mesmo</p><p>em ambientes frio; regulação da temperatura durante a prática de exercício;</p><p>vasodilatação durante a prática de exercício, dentre outros.</p><p>É importante ressaltar que as funções corporais e</p><p>fisiológicas não são estáveis, pois sofrem alterações</p><p>o tempo todo. Nesse sentido, há uma faixa de</p><p>alterações que podem ser consideradas dentro da</p><p>normalidade.</p><p>Adicionalmente, podemos compreender que o estado estável se diferencia da</p><p>homeostase por questões conceituais e formas de interpretações diferentes.</p><p>O termo homeostasia pode ser relacionado com a palavra homeodinâmica,</p><p>que, por sua vez, está relacionada com as alterações que acontecem</p><p>no meio interno envolvendo os líquidos corporais. Vale ressaltar que,</p><p>independentemente do termo utilizado, deve-se considerar que o corpo</p><p>humano é capaz de monitorar e controlar ou modular suas funções internas,</p><p>envolvendo todos os sistemas corporais de forma constante e simultânea.</p><p>Sendo assim, a função da homeostase é basicamente manter a vida e suas</p><p>15</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>funções de forma a não alterar a dinâmica dos sistemas, considerando as</p><p>situações de estresse e até mesmo as pequenas mudanças diárias (POWERS;</p><p>HOWLEY, 2017).</p><p>É importante lembrar que as funções corporais estão relacionadas e</p><p>interligadas para o funcionamento do organismo no geral. Assim, tanto</p><p>o estresse físico causado pelo exercício físico de alta intensidade como o</p><p>estresse causado por uma situação emocional instável podem provocar</p><p>diversas alterações nos sistemas.</p><p>FIGURA 3 – EXERCÍCIO FÍSICO DE ALTA INTENSIDADE</p><p>Fonte: Wikimedia Commons (2022).</p><p>#PraTodosVerem: na imagem temos várias pessoas realizando exercícios físicos, segurando</p><p>halteres nas mãos, apoiados nos ombros. Ao redor desses praticantes, há alguns</p><p>professores utilizando camiseta vermelha.</p><p>Diante disso, é necessário compreender os efeitos do controle homeostático</p><p>para os sistemas corporais. É importante lembrar que o não funcionamento</p><p>ou o excesso de alterações não controláveis podem resultar em distúrbios e</p><p>alterações que, a longo prazo ou em caráter agudo, podem levar a lesões e</p><p>doenças.</p><p>Nesse sentido, o controle homeostático tem grande importância para a</p><p>regulação dos sistemas e da fisiologia, tanto em situações brandas quanto</p><p>nas situações mais extremas.</p><p>16</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Em caso de doenças e distúrbios que levam ao descontrole homeostático, é</p><p>importante que os indivíduos disponham de meios para o condicionamento</p><p>dessas funções e prevenção das situações extremas (POWERS; HOWLEY,</p><p>2017).</p><p>As doenças podem ser consideradas de duas formas: as causadas pela</p><p>insuficiência do sistema ou falha de algum processo e as derivadas de alguma</p><p>origem externa ao organismo. Veja só:</p><p>Causas internas:</p><p>Estão relacionadas com anormalidade dos tecidos e células,</p><p>ocasionando tumores ou produção de anticorpos, por exemplo. Nesse</p><p>contexto, podemos considerar que as doenças hereditárias devem ser</p><p>classificadas como alterações internas.</p><p>Causas externas:</p><p>Podem ser originadas por substâncias tóxicas, traumas de origem</p><p>física (acidentes automobilísticos, uma contusão, queda, fratura</p><p>volume do</p><p>exercício, visto que é a partir delas que o corpo</p><p>seleciona os substratos necessários. Tanto a</p><p>intensidade quanto o volume de treinamento</p><p>promovem respostas dos processos fisiológicos do</p><p>organismo. Essas mudanças ocorrem, para que o</p><p>corpo execute a atividade física proposta e, ao</p><p>mesmo tempo, mantenha o equilíbrio homeostático</p><p>necessário ao bom funcionamento dos seus</p><p>sistemas.</p><p>113</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Chegamos ao final de mais uma unidade de Fisiologia do Exercício. Nesta</p><p>unidade, pudemos perceber que as respostas do organismo se tornam mais</p><p>agudas conforme aumentam a intensidade e o volume da atividade física.</p><p>UNIDADE 6</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>114</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>• ampliar o</p><p>conhecimento</p><p>a respeito do</p><p>rendimento</p><p>esportivo nas</p><p>médias e grandes</p><p>altitudes;</p><p>• compreender o</p><p>momento</p><p>pós-exercício;</p><p>• conhecer os efeitos</p><p>dos recursos</p><p>ergogênicos no</p><p>rendimento físico;</p><p>• compreender</p><p>os efeitos do</p><p>hipertreinamento</p><p>e a influência do</p><p>ambiente sob</p><p>o desempenho</p><p>humano.</p><p>115</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>6 TÓPICOS ESPECIAIS EM</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Nesta unidade, estudaremos alguns tópicos especiais da área, como a</p><p>influência da altitude no rendimento esportivo, os efeitos do hipertreinamento</p><p>e o impacto do ambiente sob o desempenho humano.</p><p>Estudaremos também os efeitos dos recursos ergogênicos no rendimento</p><p>físico. O que é e quais as indicações e benefícios da utilização de creatina,</p><p>glutamina e whey protein, por exemplo?</p><p>6.1 TÓPICOS ESPECIAIS I</p><p>Iniciaremos os primeiros tópicos especiais, estudando sobre altitude e</p><p>ambiente impactando no rendimento esportivo.</p><p>6.1.1 RENDIMENTO ESPORTIVO E ALTITUDE</p><p>O efeito da altitude sobre o rendimento alcança os seus valores máximos nos</p><p>primeiros dias após a chegada ao local, antes que ocorra a adaptação fisiológica.</p><p>O consumo máximo de oxigênio chega ao mínimo durante essa fase. A</p><p>diminuição da capacidade aeróbia é proporcional ao aumento da altitude.</p><p>A 5.000 m:</p><p>A capacidade aeróbia (VO2 max) diminui 50%.</p><p>A 4.000 m:</p><p>A capacidade aeróbia é reduzida em 20 a 25%. Pode chegar até 30%.</p><p>A 3.000 m:</p><p>A capacidade aeróbia diminui, no mínimo, 12 a 15%, podendo chegar</p><p>até 20%.</p><p>116</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Entre 2.000 e 2.300 m:</p><p>É observada uma diminuição do VO2 max de aproximadamente 5%,</p><p>podendo chegar até 12 a 15%.</p><p>A diminuição do VO2 max é produzida a partir de 1.500 metros, em que existe</p><p>uma pressão atmosférica inferior a 650 mmHg. Após esse nível, o VO2 max</p><p>diminui aproximadamente 1% a cada 100 metros de altura. Essa intolerância</p><p>à altitude é agravada com a intervenção de outros fatores, como doenças</p><p>(especialmente virais e cardiovasculares), defasagem de horário, alterações</p><p>acentuadas na temperatura, desidratação e poucas horas de sono. Há</p><p>também grandes variações individuais em relação ao efeito da altitude sobre</p><p>o rendimento esportivo.</p><p>FIGURA 1 – ESCALADA</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de dois homens escalando uma montanha.</p><p>As diminuições da pressão e da densidade atmosféricas devidas à altitude</p><p>provocam uma diminuição da pressão barométrica e da pressão parcial dos</p><p>gases que compõem o ar atmosférico. A diminuição da pressão parcial de</p><p>O2, com o aumento da altitude e com o conseguinte aumento das condições</p><p>hipóxicas, desencadeia uma diminuição da quantidade de O2 no ar alveolar e,</p><p>por fim, um fornecimento prejudicado de oxigênio aos tecidos.</p><p>117</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>A diminuição parcial do O2 no ar que se respira faz</p><p>com que, na altitude, os principais índices do</p><p>sistema de transporte de oxigênio sofram grandes</p><p>alterações. Com o aumento da altitude, a</p><p>temperatura do ar diminui aproximadamente 6,5ºC</p><p>para cada 1.000 metros de altura. Também há uma</p><p>queda da umidade relativa do ar; e a força da</p><p>gravidade diminui.</p><p>Tudo o que foi anteriormente exposto provoca condições especiais</p><p>radicalmente diferentes, levando-se em conta o nível do mar, para a atividade</p><p>do organismo do esportista em relação às cargas de treinamento e de</p><p>competição de diversos tipos, magnitudes e finalidades.</p><p>Está demonstrado que a diminuição da densidade do ar na altitude aumenta</p><p>os índices de força-velocidade. Por exemplo, a densidade do ar, em uma</p><p>altitude média de 2.200 a 2.400 metros, corresponde, em uma corrida de</p><p>velocidade, à ação de um vento a favor do velocista, com uma velocidade</p><p>de 1,5 a 1,7 m/s, o que explica os ótimos resultados na média altitude para as</p><p>corridas de 100, 200 e 400 metros rasos no atletismo, assim como nas corridas</p><p>de patinação de 500 metros e nos eventos de velocidade no ciclismo.</p><p>FIGURA 2 – CICLISMO</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de vários homens em uma prova de ciclismo.</p><p>118</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>É aceito, em geral, que a altitude tem efeitos positivos sobre os eventos</p><p>esportivos com duração inferior a dois minutos. Muitos treinadores e</p><p>pesquisadores do esporte consideram a altitude um fator positivo para essas</p><p>modalidades esportivas, porém os eventos com maior duração são afetados</p><p>quando realizados em condições de altitude. Nas condições de média</p><p>altitude, também melhoram as marcas dos arremessos no atletismo. Por</p><p>exemplo, em média, os arremessos com martelo alcançam 53 centímetros</p><p>a mais; com disco, 162 centímetros; o arremesso de peso, 5 centímetros ; e o</p><p>dardo, 69 centímetros. Os saltos, na modalidade de campo e pista, também</p><p>se beneficiam.</p><p>Ao mesmo tempo, a importante diminuição da pressão parcial de O2 do</p><p>ar, na média altitude, provoca: uma diminuição acentuada da entrada de</p><p>oxigênio no organismo, durante o processo respiratório; e piores resultados</p><p>nas modalidades compreendidas no grupo de esportes de resistência, em</p><p>que a principal fonte energética é de origem aeróbia. Considera-se que as</p><p>provas de mais de dois minutos de duração são negativamente afetadas pelo</p><p>fator altitude.</p><p>De forma geral, nos eventos de fundo, campo e pista, realizados em média</p><p>ou alta altitude, há um domínio dos atletas de elite desses países, produto</p><p>de sua qualidade esportiva, mas também por se realizar em seu meio. Sem</p><p>dúvida, as condições antropométricas e funcionais e a adaptação de vida e</p><p>de treinamento em condições de média altitude são fatores positivos para a</p><p>obtenção de bons resultados</p><p>nas modalidades de resistência, sendo mais marcados nos eventos de fundo</p><p>do atletismo.</p><p>Na realidade, essa situação não ocorre em outras modalidades de resistência,</p><p>como a natação, o remo, a canoagem e o ciclismo, devido a diferentes</p><p>condições, como as características morfológicas e funcionais dessas</p><p>modalidades, mas também pelos implementos esportivos (caros na maioria</p><p>dessas modalidades) e sistemas de treinamento necessários, de forma que a</p><p>sua execução não depende só do meio normal de locomoção do homem em</p><p>condições de bipedestração.</p><p>119</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>FIGURA 3 – REMO</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de duas mulheres em um remo.</p><p>Muitos desses esportistas precisam treinar em condições de média altitude,</p><p>para obter resultados no esporte de alto rendimento, tanto em condições ao</p><p>nível do mar, como na altitude.</p><p>Tem-se observado</p><p>que as equipes esportivas de</p><p>países situados em média ou elevada altitude são</p><p>praticamente invencíveis em casa ao receber outros</p><p>países, mesmo com equipes superiores.</p><p>Até agora, referimo-nos somente às modalidades esportivas que se</p><p>beneficiam ou podem ser prejudicadas nas competições realizadas em</p><p>altitude. Durante o desenvolvimento deste tópico, referimo-nos a isso, mas,</p><p>principalmente, à importância do treinamento em média altitude, com a</p><p>finalidade de melhorar, posteriormente, o rendimento ao nível do mar e os</p><p>efeitos do treinamento de altitude sobre o organismo humano. Devemos</p><p>lembrar que o treinamento, em média altitude, é também um método de</p><p>treinamento, para desenvolver a capacidade funcional motora de resistência.</p><p>120</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>6.1.2 O PÓS-EXERCÍCIO</p><p>Após qualquer exercício, os sistemas do corpo humano continuam executando</p><p>as funções que desenvolviam durante a atividade, reduzindo, gradualmente,</p><p>seu ritmo, até que haja a recuperação completa do organismo. A retomada</p><p>do consumo de oxigênio é um dos fatores mais marcantes nesse processo.</p><p>No momento em que o exercício cessa, há excesso</p><p>de oxigênio no organismo, tendo em vista que a</p><p>necessidade de consumo diminui</p><p>consideravelmente em relação ao que lhe vinha</p><p>sendo exigido.</p><p>Esse momento, em que há uma oferta de oxigênio maior do que a necessidade</p><p>imediata, chama-se débito de oxigênio ou excesso de consumo de oxigênio</p><p>pós-exercício, normalmente identificado na literatura como Excess Post-</p><p>exercise Oxygen Consumption (EPOC). O período em que ocorre a incidência</p><p>de EPOC está relacionado à intensidade do exercício realizado.</p><p>Inicialmente, a literatura sugeria que as variações de velocidade se devem</p><p>à reposição de cada forma de utilização de energia. Acreditava-se que a</p><p>chamada porção rápida estava ligada à reposição de Adenosina Trifosfato (ATP)</p><p>e Creatina Fosfato (CP), substratos que foram utilizados durante o exercício</p><p>físico. A porção lenta, por sua vez, estaria ligada à remoção de lactato dos</p><p>tecidos sanguíneo e muscular, resultante da produção de energia utilizada</p><p>nas contrações musculares. Acreditava-se, ainda, que o ácido lático produzido</p><p>era todo reconvertido em glicose pelo fígado.</p><p>No entanto, Kenney, Wilmore e Costill (2015) sugerem que o ácido lático é</p><p>convertido em ácido pirúvico, tornando-se substrato para a produção de</p><p>energia no coração. Dessa forma, no caso de exercícios extenuantes, o ácido</p><p>lático é eliminado poucas horas após o final da atividade física.</p><p>121</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Os mesmos autores apontam que cerca de 70% do ácido lático produzido,</p><p>durante o exercício físico, é utilizado como substrato para as células musculares</p><p>cardíacas; e o restante é utilizado no fígado, onde 20% são convertidos em</p><p>glicose; e 10%, em aminoácidos. Assim, a duração do EPOC não é influenciada</p><p>apenas pela remoção de ácido lático e pela recomposição de substratos</p><p>energéticos.</p><p>Powers e Howley (2017) sustentam, ainda, que o</p><p>excesso de oxigênio, após o exercício, não se limita a</p><p>auxiliar o processo de ressíntese de ATP, de CP e da</p><p>remoção de lactato. Para eles, esse excesso ocorre</p><p>também devido à necessidade de restauração dos</p><p>níveis de oxigênio dos músculos e do sangue, em</p><p>consequência da elevação da temperatura corporal,</p><p>da frequência cardíaca e respiratória e, ainda, da</p><p>elevação do nível de hormônios.</p><p>Apesar da recuperação pós-exercício ser influenciada por inúmeros fatores</p><p>e ter sua duração relacionada à intensidade da atividade, existem processos</p><p>que auxiliam na velocidade de recuperação total do organismo. O repouso</p><p>total, após o exercício físico, portanto, pode não ser a melhor alternativa para</p><p>recuperar o organismo de uma atividade extenuante. Existem métodos que</p><p>aceleram esse processo, como a recuperação ativa, a crioterapia, o contraste e</p><p>a massagem, entre outros, que serão abordados nesta seção.</p><p>FIGURA 4 – MASSAGEM</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto uma mulher deitada de decúbito ventral,</p><p>recebendo massagem nas costas.</p><p>122</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>É importante conhecer os métodos de recuperação e compreender como</p><p>auxiliam os atletas, para que mantenham a saúde, evitem lesões e obtenham</p><p>rendimento máximo nas provas. Os principais métodos de recuperação pós-</p><p>exercício estão descritos a seguir.</p><p>Recuperação ativa:</p><p>É uma das técnicas mais antigas de recuperação pós-exercício e</p><p>continua sendo amplamente pesquisada. Consiste em realizar uma</p><p>atividade física de baixa intensidade após a execução extenuante de</p><p>algum exercício.</p><p>Crioterapia:</p><p>Consiste na imersão do corpo em água com gelo, em temperatura</p><p>próxima de 0ºC por aproximadamente 15 minutos. A imersão no</p><p>gelo auxilia na redução do quadro de hipertermia do organismo e da</p><p>percepção de dor, após o exercício físico.</p><p>Contraste:</p><p>Essa técnica alterna o período de exposição dos tecidos a</p><p>temperaturas baixas e elevadas. Propõem-se, por exemplo, a imersão</p><p>completa de membros inferiores em uma bacia, contendo água e</p><p>gelo, com temperatura entre 8ºC e 10ºC, pelo período de um minuto.</p><p>Em seguida, o atleta os coloca em uma bacia com água quente,</p><p>com temperatura entre 40ºC e 42ºC, por dois minutos, e repete o</p><p>ciclo por mais duas vezes. A experiência mostra que essa dinâmica</p><p>de temperatura afeta os vasos sanguíneos, gerando vasoconstrição</p><p>e vasodilatação, auxiliando na retirada do ácido lático dos tecidos</p><p>sanguíneos.</p><p>Massagem:</p><p>Consiste na manipulação dos tecidos musculares, em movimentos</p><p>cíclicos e ritmados. Pode haver maior circulação sanguínea nas áreas</p><p>em que é aplicada a massagem, reduzindo a dor.</p><p>123</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>6.1.3 EFEITOS DOS RECURSOS ERGOGÊNICOS</p><p>NO RENDIMENTO FÍSICO</p><p>A ajuda ergogênica constitui qualquer intervenção realizada sobre o esportista,</p><p>cujo objetivo seja melhorar o rendimento. Os recursos ergogênicos podem</p><p>ser divididos em cinco categorias distintas.</p><p>Recursos fisiológicos:</p><p>Incluem todo mecanismo ou adaptação fisiológica de melhorar</p><p>o desempenho físico. O próprio treinamento físico é considerado</p><p>um recurso ergogênico fisiológico, por conta das modificações</p><p>orgânicas provocadas no atleta, em seu dia a dia ou em competições.</p><p>Por exemplo: para alpinistas, ao promover o aumento de glóbulos</p><p>vermelhos, a adaptação crônica à altitude atua como um recurso</p><p>ergogênico fisiológico, afinal, o retorno a baixas altitudes irá</p><p>propiciar melhora do desempenho físico aeróbio nos primeiros</p><p>dias subsequentes ao retorno, especialmente se a capacidade de</p><p>transporte de oxigênio pelo sangue se mantiver alta.</p><p>Recursos mecânicos (ou biomecânicos):</p><p>Englobam uniformes, calçados e demais equipamentos utilizados nos</p><p>esportes. Esses recursos são projetados para aumentar a eficiência</p><p>energética e a vantagem mecânica. Ou seja, são desenvolvidos para</p><p>aumentar a qualidade da performance, colaborando na agilidade</p><p>dos movimentos e reduzindo o tempo de prova. Reduzem também o</p><p>desgaste do atleta, os riscos de lesões por fadiga e a sensação de dor.</p><p>Recursos nutricionais:</p><p>Os alimentos e suplementos são recursos ergogênicos, pois dão</p><p>suporte aos atletas para treinamentos e competições. A utilização</p><p>de suplementos nutricionais, como recursos ergogênicos, é feita por</p><p>meio de manipulações dietéticas, capazes de retardar o aparecimento</p><p>da fadiga e aumentar o poder contrátil do músculo esquelético e/ou</p><p>cardíaco. Assim, é aprimorada a capacidade de realizar trabalho físico,</p><p>ou seja, o desempenho atlético. Como exemplo, podemos citar os</p><p>suplementos de proteína, que podem ser usados por atletas de força</p><p>em treinamento, para aumentar</p><p>a massa muscular, pois a proteína é o</p><p>principal constituinte do músculo.</p><p>124</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Recursos farmacológicos:</p><p>Constituem-se, certamente, no maior problema para a saúde, para</p><p>a ética e para a própria legislação esportiva, pois estão diretamente</p><p>relacionados ao doping. Apesar disso, muitos atletas optam por atingir</p><p>seus objetivos no esporte, utilizando esses recursos e colocando em</p><p>risco sua carreira e a própria saúde.</p><p>Recursos psicológicos:</p><p>A psicologia atua na motivação ou na inibição do atleta. Nessa</p><p>modalidade de tratamento, podem ser empregadas técnicas de</p><p>meditação, visualização, hipnose e musicoterapia. Os objetivos</p><p>principais de todas essas técnicas é minimizar o estresse, aumentar</p><p>a autoestima, oferecer relaxamento e ampliar o nível de treinamento</p><p>dos atletas.</p><p>No esporte de alto nível, pode ser mais necessário utilizar suplementos</p><p>nutricionais, como ajuda ergogênica, devido às exigências do nível competitivo,</p><p>existindo, cada vez mais, competições de elite, com maiores prêmios e menos</p><p>tempo para a recuperação biológica e psicológica.</p><p>A ajuda ergogênica nutricional é um suplemento à</p><p>quantidade e à qualidade calórica.</p><p>Os principais efeitos desejáveis oriundos, na prática esportiva, com o uso de</p><p>suplementos nutricionais incluem aumento da mobilização de substratos</p><p>para os músculos ativos, durante os exercícios físicos; aumento das reservas</p><p>energéticas; diminuição da percepção subjetiva de esforço; aumento do</p><p>anabolismo proteico i; e reposição hidroeletrolítica.</p><p>Apesar de o uso de suplementos ser mais prevalente entre atletas, sobretudo</p><p>os de elite, também se percebe que tal prática está cada vez mais comum entre</p><p>os praticantes de atividade física, ainda mais na modalidade de musculação.</p><p>125</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Uma gama de suplementos está disponível no mercado consumidor:</p><p>desde macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios em suas formas</p><p>mais absorvíveis), até vitaminas e minerais, além dos chamados compostos</p><p>estimulantes (cafeína). Confira agora alguns exemplos de suplementos muito</p><p>utilizados.</p><p>• Repositor hidroeletrolítico para atleta: produto formulado para repor as</p><p>perdas hidroeletrolíticas de atletas, em decorrência de treinamento ou de</p><p>competição. Incluem-se, nesse item, as bebidas esportivas;</p><p>FIGURA 5 – BEBIDA HIDROELETROLÍTICA</p><p>Fonte: Plataforma Wikimedia (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de três garrafas de uma bebida</p><p>hidroeletrolítica vermelha.</p><p>• Repositor energético para atleta: complementa as necessidades energéticas</p><p>de atletas, em decorrência de treinamento ou de competição. São os módulos</p><p>de carboidratos (maltodextrina e glicose, principalmente);</p><p>• Suplemento proteico para atleta: tem a finalidade de complementar as</p><p>necessidades proteicas, em período de treinamento ou de competição.</p><p>Aminoácidos de cadeia ramificada, caseína, albumina, glutamina, alanina,</p><p>whey protein e proteína isolada da soja são exemplos. Não são aminoácidos,</p><p>mas derivam deles: Metabólito da Leucina (HMB) e carnitina (sintetizada a</p><p>partir da lisina e da metionina).</p><p>Muito se questiona quanto ao uso de suplementos proteicos para finalidade</p><p>ergogênica, uma vez que a alimentação diária, sendo adequada e variada, no</p><p>ponto de vista nutricional, supre plenamente as necessidades proteicas.</p><p>126</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Suplemento alimentar para atletas em situações especiais:</p><p>Produto destinado a complementar as refeições de atletas em</p><p>situações de competição, período em que o acesso a alimentos que</p><p>compõem a alimentação habitual pode ser restrito.</p><p>Suplemento de creatina para atletas:</p><p>Produto destinado ao aumento dos estoques endógenos de creatina,</p><p>com o objetivo de aumentar o rendimento esportivo. A creatina</p><p>parece ser o recurso ergogênico mais satisfatório, para melhorar o</p><p>desempenho em exercícios físicos de alta intensidade, assim como</p><p>para o aumento indireto de massa muscular.</p><p>6.2 TÓPICOS ESPECIAIS II</p><p>Neste item, iremos estudar sobre o hipertreinamento e seus malefícios, além</p><p>da influência do ambiente sob o desempenho humano.</p><p>6.2.1 HIPERTREINAMENTO</p><p>Quando falamos em hipertreinamento, estamos nos referindo ao overtraining,</p><p>ou seja, o treinamento exagerado, ou também conhecido como síndrome do</p><p>excesso de treinamento.</p><p>O hipertreinamento consiste na exigência do corpo sem a presença de uma</p><p>adequada recuperação entre um treino e outro. Isso envolve sobrecarga de</p><p>intensidade, excesso de estímulo ou repetição e grande frequência de treinos.</p><p>É bastante comum em atletas de alto nível, que se forçam ao treino mais</p><p>intenso, durante as temporadas de competição. Atualmente, tornou-se uma</p><p>condição comum aos praticantes de exercícios físico regulares, sem fins</p><p>profissionais, principalmente devido à busca do corpo perfeito.</p><p>O overtraining é considerado uma condição, a qual pode ser dividida em dois</p><p>tipos diferentes: o simpático e o parassimpático.</p><p>127</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Overtraining simpático:</p><p>Compreende o estímulo do Sistema Nervoso Simpático (SNS).</p><p>Caracteriza-se pela presença de exagerados estímulos e pela alta</p><p>intensidade, desencadeando retardamento da recuperação, afinal,</p><p>não foi respeitado o tempo de recuperação do músculo, causando</p><p>rompimentos de fibras musculares antes mesmo da reconstrução das</p><p>fibras rompidas na prática anterior.</p><p>Overtraining parassimpático:</p><p>Compreende a inibição, que é função do Sistema Nervoso</p><p>Parassimpático (SNP). Caracteriza-se por falta de energia, fraqueza</p><p>muscular e falta de condições de mobilidade.</p><p>Entre os principais sintomas do overtraining, temos: fadiga, cansaço excessivo,</p><p>dores nas articulações, irritabilidade, queda da imunidade, alteração do humor,</p><p>dificuldade para dormir, desânimo e dificuldade na execução dos exercícios</p><p>que antes eram possíveis.</p><p>FIGURA 6 – MULHER CANSADA</p><p>Fonte: Plataforma Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher cansada sentada na cama.</p><p>Devemos levar em consideração que o  excesso  de exercícios físicos pode</p><p>provocar aumento da frequência cardíaca mesmo durante o descanso,</p><p>alterações na produção de hormônios, insônia, irritabilidade e enfraquecimento</p><p>do sistema imunológico.</p><p>128</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>6.2.2 INFLUÊNCIA DO AMBIENTE SOB O</p><p>DESEMPENHO HUMANO</p><p>Podemos considerar o meio ambiente como um fator decisivo para programar</p><p>uma atividade esportiva, tendo fundamental influência para o rendimento</p><p>de um atleta. Conforme as condições do meio ambiente, o desempenho do</p><p>atleta pode ser potencializado ou prejudicado.</p><p>Por exemplo, durante a prática de exercícios entre 70 e 85% do VO2 max, em</p><p>uma temperatura de 41ºC, há uma intensa elevação da taxa de utilização de</p><p>glicogênio muscular e até mesmo na concentração sanguínea de lactato.</p><p>Esses efeitos ocorrem devido ao aumento do fluxo sanguíneo para a pele; e</p><p>a um reduzido volume de sangue, contribuindo para uma perfusão reduzida</p><p>de exercício muscular.</p><p>A queda na liberação de oxigênio para o músculo pode levar à dependência de</p><p>carboidrato, para que o organismo consiga manter a intensidade necessária</p><p>ao exercício, tanto de forma aeróbia, quanto anaeróbia.</p><p>Já nos exercícios em alturas, como vimos no início desta unidade, a pressão</p><p>parcial de oxigênio ambiental é melhor que ao nível do mar, por isso</p><p>podem diminuir o oxigênio fornecido ao músculo em trabalho, o que acaba</p><p>aumentando a contribuição de carboidrato e da fonte de energia anaeróbia</p><p>durante o exercício físico intenso.</p><p>A disponibilidade de oxigênio e da fonte de</p><p>energia extramuscular impacta</p><p>nas respostas metabólicas ao exercício físico. Além da temperatura, isso sofre</p><p>uma interferência da fisiologia pulmonar e cardiovascular do atleta.</p><p>129</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Chegamos ao final de mais uma unidade de Fisiologia do Exercício. Nesta</p><p>unidade, pudemos ampliar o conhecimento a respeito do rendimento</p><p>esportivo nas médias e grandes altitudes, compreender o momento pós-</p><p>exercício e os efeitos dos recursos ergogênicos no rendimento físico. Além</p><p>disso, foi possível compreender os efeitos do hipertreinamento e a influência</p><p>do ambiente sob o desempenho humano.</p><p>Chegamos ao final da disciplina Fisiologia do Exercício. Nela, você pôde</p><p>entender melhor o que é e o que estuda a fisiologia do exercício, que, por sua</p><p>vez, explica o processo de homeostase e o estado estável no organismo. Foi</p><p>possível entender também a diferença entre atividade física, exercício físico,</p><p>aptidão física, sedentarismo e comportamento sedentário. Compreender</p><p>esses conceitos é fundamental para a sua atuação profissional.</p><p>Pudemos compreender a importância dos macronutrientes, que envolvem</p><p>os carboidratos, as proteínas e os lipídios, e dos micronutrientes, que são</p><p>as vitaminas e os minerais. Você pôde também compreender quais desses</p><p>nutrientes são substratos energéticos e quais são utilizados como fonte de</p><p>energia. Além disso, vimos alguns alimentos que são fonte desses nutrientes,</p><p>que são tão importantes para a saúde e para o desempenho. E, é claro,</p><p>vimos aspectos sobre a água, sem ela, os nutrientes não conseguem atuar</p><p>corretamente no organismo.</p><p>Estudamos como ocorrem o processo e os tipos de contrações musculares.</p><p>Vimos também que, para a realização das contrações muscular, há a</p><p>necessidade de rotas metabólicas de energia. Pudemos estudar também</p><p>mais especificamente sobre algumas adaptações geradas pelo exercício físico</p><p>nos sistemas respiratório, cardiovascular, endócrino, neuromuscular, urinário</p><p>Vimos que as respostas do organismo se tornam mais agudas conforme</p><p>aumentam a intensidade e o volume da atividade física; assim como</p><p>ampliamos o conhecimento a respeito do rendimento esportivo nas médias</p><p>e grandes altitudes, compreendendo o momento pós-exercício e os efeitos</p><p>dos recursos ergogênicos no rendimento físico. Foi possível compreender os</p><p>efeitos do hipertreinamento e a influência do ambiente sob o desempenho</p><p>humano.</p><p>130</p><p>FISIOLOGIADO EXERCICÍO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANDRADE, M. dos S.; LIRA, C. A. B. Fisiologia do exercício. Barueri: Manole, 2016.</p><p>ANDRADE, M. dos S.; LIRA, C. A. B. Fisiologia do exercício. Barueri: Manole, 2016.</p><p>ANDRADE, M. dos S.; LIRA, C. A. B. Fisiologia do exercício. Barueri: Manole, 2016.</p><p>ANDRADE, M. dos S.; LIRA, C. A. B. Fisiologia do exercício. Barueri: Manole, 2016.</p><p>Biologia com Samuel Cunha. Disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=9KjeGKlunFw. Acesso em: 21 jun. 2022.</p><p>CARBOIDRATOS – Compostos Orgânicos – Bioquímica | Biologia com Samuel Cunha. [S. l.], 2020.</p><p>1 vídeo (37 min e 52 s). Publicado pelo canal</p><p>CASPERSEN, C.J. et al. Physical activity, exercise and physical fitness: definitions and distinctions</p><p>for health-related research. Public Health Reports, v. 100, n. 2, p. 126 -131, 1985.</p><p>GALLAHUE, D. L. et al. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes</p><p>e adultos. Porto Alegre: Artmed, 2013.</p><p>GUERRA, P.H.; MIELKE, G.I.; GARCIA, L.M.T. Comportamento sedentário. Revista Corpoconsciên-</p><p>cia, v.18, n.1, p.23-26, 2014.</p><p>KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D, L. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri: Ma-</p><p>nole, 2015.</p><p>KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. 7. ed. Barueri:</p><p>Manole, 2020.</p><p>KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri: Ma-</p><p>nole, 2015.</p><p>KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri: Ma-</p><p>nole, 2015.</p><p>KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri: Ma-</p><p>nole, 2015.</p><p>MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempe-</p><p>nho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.</p><p>MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempe-</p><p>nho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.</p><p>MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempe-</p><p>nho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.</p><p>MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempe-</p><p>nho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.</p><p>MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempe-</p><p>nho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=9KjeGKlunFw</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=9KjeGKlunFw</p><p>131</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIADO EXERCICÍO</p><p>ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Diretrizes da OMS para atividade física e com-</p><p>portamento sedentário: num piscar de olhos. 2020. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bits-</p><p>tream/handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf. Acesso em: 20 maio 2022.</p><p>PITHON-CURI, T. C. Fisiologia do exercício. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.</p><p>POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao</p><p>desempenho.</p><p>POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao</p><p>desempenho. 9. ed. Barueri: Manole, 2017.</p><p>POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e</p><p>ao desempenho. Barueri: Manole, 2017.</p><p>POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao</p><p>desempenho. Barueri: Manole, 2017.</p><p>POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao</p><p>desempenho. Barueri: Manole, 2017.</p><p>EAD.MULTIVIX.EDU.BR</p><p>CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE:</p><p>SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS</p><p>Figura 1 – Exercício físico</p><p>Figura 2 – A nutrição e o exercício</p><p>Figura 3 – Exercício físico de alta intensidade</p><p>Figura 4 – Frequência cardíaca</p><p>Figura 5 – Ingestão de água para manter a estabilidade</p><p>Figura 6 – Homem caminhando</p><p>Figura 7 – Mulher praticando musculação</p><p>Figura 8 – Sedentarismo</p><p>Figura 9 – Aptidão física</p><p>Figura 10 – Bem-estar</p><p>Figura 1 – Carboidratos</p><p>Figura 2 – Lactose</p><p>Figura 3 – Energia dos carboidratos</p><p>Figura 4 – Dieta equilibrada com proteínas, vegetais e carboidratos</p><p>Figura 5 – Carne</p><p>Figura 6 – Óleos</p><p>Figura 7 – Alimentos bons para o corpo</p><p>Figura 8 – Salmão</p><p>Figura 9 – Vitaminas são sintetizadas pela luz solar</p><p>Figura 10 – Cogumelos são fonte de potássio</p><p>Figura 11 – Água</p><p>Figura 1 – Neurônio</p><p>Figura 2 – Estruturas da fibra muscular.</p><p>Figura 3 – Estruturas do sarcômero.</p><p>Figura 4 – Complexo Actina-Tropomiosina-Troponina</p><p>Figura 5 – Tipos de contrações musculares</p><p>Figura 6 – Exercício de alta intensidade</p><p>Figura 7 – representação de moléculas</p><p>Figura 8 – Início do exercício</p><p>Figura 10 – Metabolização no fígado</p><p>Figura 11 – Maratona</p><p>Figura 1 – Prática de exercício físico</p><p>Figura 2 – Transpiração.</p><p>Figura 3 – Glândulas suprarrenais</p><p>Figura 4 –Tiroxina</p><p>Figura 5 – Natação</p><p>Figura 6 – Maratona</p><p>Figura 1 – Caminhada</p><p>Figura 2 – Musculação</p><p>Figura 3 – Levantamento terra</p><p>Figura 4 – Futebol</p><p>Figura 5 – Hipotálamo</p><p>Figura 1 – Escalada</p><p>Figura 2 – Ciclismo</p><p>Figura 3 – Remo</p><p>Figura 4 – Massagem</p><p>Figura 5 – Bebida hidroeletrolítica</p><p>Figura 6 – Mulher cansada</p><p>Apresentação da disciplina</p><p>1. INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>1.1 COMPREENDENDO A FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>1.2 O MEIO INTERNO E A MOVIMENTAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS</p><p>2 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS E MICRONUTRIENTES</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>2.1 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS: MACRONUTRIENTES</p><p>2.2 MICRONUTRIENTES E HIDRATAÇÃO</p><p>3 AÇÃO MUSCULAR E UTILIZAÇÃO DO SUBSTRATO ENERGÉTICO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>3.1 AÇÃO MUSCULAR</p><p>3.2 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS DURANTE O EXERCÍCIO</p><p>4 PROCESSOS FISIOLÓGICOS AO INICIAR UM EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>4.1 ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS RESPIRATÓRIO, CARDIOVASCULAR E ENDÓCRINO DO CORPO HUMANO DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>4.2 	ADAPTAÇÕES DOS SISTEMAS NEUROMUSCULAR, URINÁRIO E DIGESTÓRIO DO CORPO HUMANO DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>5 VARIÁVEIS E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>5.1 VARIÁVEIS DO EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>5.2 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>6 TÓPICOS ESPECIAIS EM FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>6.1 TÓPICOS ESPECIAIS I</p><p>6.2 TÓPICOS ESPECIAIS II</p><p>etc.) e</p><p>microrganismos (vírus, bactérias, por exemplo).</p><p>Em ambas as condições de alterações dos níveis da homeostase, o corpo</p><p>tem sempre a função de reequilibrar as funções por meio de mecanismos</p><p>integrativos entre os sistemas. Esses mecanismos são responsáveis por</p><p>comandar as respostas adaptativas dos órgãos efetores, normalmente</p><p>moduladas pelo sistema nervoso central e sistema endócrino. Os mecanismos</p><p>pelos quais as compensações acontecem são conhecidos como mecanismos</p><p>compensatórios.</p><p>Doença é definida como uma alteração biológica</p><p>do estado de saúde do ser humano, sendo</p><p>manifestada por um conjunto de sinais e sintomas,</p><p>sejam eles perceptíveis ou não.</p><p>17</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>1.1.3 O MEIO INTERNO E A MOVIMENTAÇÃO DAS</p><p>SUBSTÂNCIAS</p><p>O meio interno consiste no interior do organismo, onde acontece grande</p><p>parte</p><p>do controle homeostático. No contexto interno, existe, por exemplo, a faixa de</p><p>normalidade para a concentração de água e acidez dos líquidos corporais.</p><p>Os mecanismos de homeostase são responsáveis por manter essas funções e</p><p>concentrações dentro da faixa aceitável de equilíbrio. Assim, o corpo é capaz</p><p>de gerar informações sobre as concentrações de controle e, a partir delas,</p><p>modulá-las. Logo, temos que o pH sanguíneo, a frequência cardíaca (figura</p><p>4 – que pode ser avaliada pelo frequencímetro) e a frequência respiratória</p><p>estão em conformidade com outras funções e com as demandas exigidas a</p><p>cada momento.</p><p>FIGURA 4 – FREQUÊNCIA CARDÍACA</p><p>Fonte: Wikimedia Commons (2012).</p><p>#PraTodosVerem: cinto de frequencímetro no tórax de um homem branco. O relógio do</p><p>frequencímetro está no punho do homem.</p><p>18</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>É no meio interno que ocorre a circulação dos líquidos corporais, como o</p><p>líquido extracelular. Esse líquido está relacionado ao líquido intracelular, o que</p><p>circula no interior das células. Pelas relações entre esses dois tipos de líquidos,</p><p>ocorre o transporte de nutrientes e de metabólitos celulares para os sistemas</p><p>de recolhimento e excreção (POWERS; HOWLEY, 2017).</p><p>O líquido extracelular funciona como uma espécie de tamponamento</p><p>e oferece certo controle para o líquido interno, mantendo a estabilidade e</p><p>homeostase da funcionalidade em âmbito celular. Além disso, o controle e</p><p>a manutenção das concentrações do pH desse líquido são modulados pelos</p><p>mecanismos compensatórios já citados. Nesse sentido, quando o indivíduo</p><p>ingere grandes quantidades de água, o corpo trabalha para eliminar esse</p><p>excesso, reduzindo os riscos de edema.</p><p>FIGURA 5 – INGESTÃO DE ÁGUA PARA MANTER A ESTABILIDADE</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: homem com roupa de atividade física bebendo água em um píer.</p><p>Obedecendo às funções estruturais celulares, o líquido tende a se deslocar</p><p>do meio mais concentrado para o meio menos concentrado e em direção ao</p><p>ambiente que possui maior quantidade de eletrólitos. Isso evita que o líquido</p><p>transborde a célula de água, podendo ocasionar lesões em suas estruturas.</p><p>19</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>É importante que seja mantida certa constância</p><p>em suas concentrações corporais de água para</p><p>que as funções sejam desempenhadas de forma</p><p>adequada.</p><p>O balanço de massa corporal também está relacionado às variáveis citadas,</p><p>correspondendo à soma entre a massa corporal existente e a entrada ou</p><p>produção por meios metabólicos, subtraindo-se a excreção ou remoção</p><p>metabólica. Assim, as concentrações de dióxido de carbono dependem da</p><p>respiração celular e também da capacidade do corpo em excretá-lo.</p><p>O fluxo da massa está relacionado também ao controle das substâncias</p><p>corporais e é mensurado pelo produto da concentração da substância pelo seu</p><p>fluxo de volume por minuto. Sendo assim, o resultado pode ser mensurado em</p><p>volume por minuto da substância em questão. Esse fluxo indica a velocidade</p><p>de entrada e saída, como a infusão de soro no sangue em uma determinada</p><p>velocidade.</p><p>É importante lembrar que, para essa substância chegar ao nível celular, é</p><p>essencial que outros mecanismos de transporte contribuam para esse fluxo,</p><p>como a permeabilidade da membrana plasmática das células.</p><p>Veja a diferença entre a homeostase e o estado estável.</p><p>Homeostase:</p><p>É a manutenção do equilíbrio interno, ou seja, da estabilidade,</p><p>considerando sua dimensão dinâmica.</p><p>Estado estável:</p><p>Não está diretamente relacionado à homeostase, visto que somente</p><p>significa um estado sem alterações de concentrações, mas que pode</p><p>estar em desequilíbrio constante.</p><p>20</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>1.2 ATIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO FÍSICO E</p><p>APTIDÃO FÍSICA</p><p>O movimento humano está relacionado às condições de independência</p><p>e funcionalidade do indivíduo. Nesse sentido, percebe-se a necessidade</p><p>de deslocamento e da função locomotora, características inerentes do ser</p><p>humano. Juntamente a isso, podemos citar o bom funcionamento fisiológico</p><p>e a manutenção da homeostase, o que confere equilíbrio entre saúde e</p><p>doença e a qualidade de vida do indivíduo.</p><p>Frente às discussões sobre a manutenção do estado saudável para a</p><p>população em geral, os órgãos de saúde pública têm recomendado a prática</p><p>de atividade física regular como forma de manter uma vida mais saudável,</p><p>melhorando a aptidão física.</p><p>FIGURA 6 – HOMEM CAMINHANDO</p><p>Fonte: Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: homem com uma mochila nas costas caminhando em uma trilha de</p><p>pedras. Ao seu redor, há muita grama e árvores.</p><p>Mas, afinal: você sabe o que é atividade física? Quais são os seus tipos? Qual é</p><p>a diferença entre atividade física e exercício físico? E o que vem a ser aptidão</p><p>física? Vejamos a seguir.</p><p>21</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>1.2.1 ATIVIDADE FÍSICA X EXERCÍCIO FÍSICO</p><p>A atividade física, para Caspersen et al. (1985, p. 126), é definida como “[...]</p><p>qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que</p><p>resultam em gasto de energia”. Ou seja, a maioria das ações que realizamos</p><p>diariamente são atividades físicas.</p><p>Ao se levantar da cama pela manhã, escovar os</p><p>dentes, correr, jogar uma partida de voleibol, varrer</p><p>a casa, quando estamos aparentemente parados e</p><p>nossos músculos agem de forma inconsciente para</p><p>manter a posição ereta ou até mesmo durante o</p><p>sono, quando nos movimentamos para trocar a</p><p>posição estamos realizando atividades físicas.</p><p>Uma atividade física compreende gasto energético e está relacionada a todas</p><p>as formas de movimento, divididas em: lazer, ocupacional, doméstica e de</p><p>deslocamento (CASPERSEN et al., 1985). Por exemplo, na figura 6, mostrada</p><p>anteriormente, vimos um homem caminhando como forma de deslocamento.</p><p>Nesse contexto, a diferença entre atividade física e exercício físico reside na</p><p>presença ou não de sistematização. Enquanto a atividade física compreende</p><p>todas as formas de movimento, o exercício físico se apresenta de forma</p><p>sistematizada, voltado para o ganho de aptidão física em geral e com</p><p>objetivos específicos. Sendo assim, o exercício pode ser classificado como</p><p>uma subclassificação da atividade física. Um exemplo clássico de exercício</p><p>físico é a musculação.</p><p>22</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 7 – MULHER PRATICANDO MUSCULAÇÃO</p><p>Fonte: Pixabay (2022).</p><p>#PraCegoVer: mulher deitada em decúbito dorsal em um banco, segurando um halter</p><p>preto em cada mão. Ela está praticando musculação. Atrás dela, há o professor auxiliando.</p><p>Ainda de acordo com a OMS (2020), a prática regular de atividade física</p><p>promove grandes benefícios à população em geral, fugindo das novas rotinas</p><p>propensas ao comportamento sedentário e ao sedentarismo. Nesse contexto,</p><p>as atividades físicas são promissoras na prevenção de doenças crônicas,</p><p>como hipertensão arterial e diabetes, além de terem efeito positivo sobre as</p><p>condições psicológicas, como autoestima e bem-estar.</p><p>É importante ressaltar que as recomendações para</p><p>a atividade física são voltadas para a população em</p><p>geral e que há recomendações diferentes para cada</p><p>faixa etária. Para indivíduos idosos, por exemplo,</p><p>são recomendados exercícios e atividades que</p><p>conferem a manutenção da independência para</p><p>essa população.</p><p>Órgãos de saúde pública tendem a indicar a prática de atividades físicas para</p><p>controle ou prevenção de doenças, principalmente as crônicas. De acordo</p><p>com a OMS (2020), a indicação geral para a população adulta (18 anos ou</p><p>mais) é de cerca de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbia de moderada</p><p>intensidade; ou pelo menos 75 a 150 minutos de atividade física aeróbia de</p><p>vigorosa intensidade; ou uma combinação equivalente de atividade física</p><p>23</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>de moderada e vigorosa intensidade ao longo da semana para benefícios</p><p>substanciais à saúde.</p><p>Conheça as recomendações de atividade física da</p><p>OMS neste documento de 2020: https://apps.who.</p><p>i n t / i r i s / b i t s t r e a m / h a n d</p><p>le/10665/337001/9789240014886-por.pdf</p><p>É importante realizar atividades de fortalecimento muscular de moderada</p><p>intensidade ou maior, que envolvam os principais grupos musculares, dois ou</p><p>mais dias por semana, pois estes proporcionam benefícios adicionais à saúde.</p><p>Lembre-se que o exercício físico consiste na forma sistematizada, repetitiva e</p><p>planejada de movimentos, prescritos com ou sem carga e realizados de forma</p><p>guiada ou livre.</p><p>Segundo Kenney, Wilmore e Costill (2020), ele pode ser mensurado e prescrito</p><p>em diversas formas, intensidades, velocidades, entre outros aspectos, e pode</p><p>ser altamente controlado para que sua prática atinja objetivos específicos. Além</p><p>disso, o exercício físico, ou treinamento, apresenta alguns princípios, como</p><p>individualidade, sobrecarga, especificidade, continuidade e interdependência</p><p>entre volume e intensidade. Vamos conhecer esses princípios? Clique no</p><p>recurso a seguir:</p><p>Princípio da individualidade:</p><p>Está relacionado às condições e respostas individuais de cada</p><p>praticante.</p><p>Princípio da sobrecarga:</p><p>Está relacionado à necessidade de aumento da carga para que haja</p><p>adaptações relacionadas aos ganhos.</p><p>https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf</p><p>https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf</p><p>https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf</p><p>24</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Princípio da especificidade:</p><p>Está relacionado aos objetivos do treinamento e aos efeitos almejados.</p><p>Princípio da continuidade:</p><p>Está relacionado à adaptação ao treinamento a longo prazo para que</p><p>possam ser alcançados os resultados.</p><p>Princípio da interdependência volume-intensidade:</p><p>Está relacionado ao princípio da sobrecarga e embasado na ideia de</p><p>que o treino é dependente de seu volume e intensidade.</p><p>As respostas fisiológicas ao exercício também podem ser agudas ou crônicas.</p><p>Entenda melhor essas adaptações no próximo recurso:</p><p>Adaptações agudas</p><p>São relativas às alterações fisiológicas de ordem instantânea ou que</p><p>ocorrem em curtos períodos durante ou após o exercício, como o</p><p>aumento da frequência cardíaca e respiratória.</p><p>#PraTodosVerem: mulher com roupa de exercício com mão na testa, mostrando que</p><p>está cansada.</p><p>25</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Adaptações crônicas</p><p>São decorrentes da continuidade das adaptações agudas a longo</p><p>prazo. Sendo assim, a maior parte das adaptações relacionadas ao</p><p>exercício é considerada crônica, como a amenização da hipertensão</p><p>arterial, a melhoria da capacidade respiratória, entre outros.</p><p>#PraTodosVerem: homem com roupa de exercício sentado segurando uma garrafa.</p><p>Em geral, as adaptações promovem a redução da frequência cardíaca e</p><p>respiratória, menores oscilações na temperatura e maior ativação muscular.</p><p>Todas as condições são estudadas a partir da fisiologia do exercício e de suas</p><p>ferramentas de mensuração (POWERS; HOWLEY, 2017).</p><p>Os exercícios de intensidade leve e moderada podem ser considerados</p><p>importantes para elevar o senso de independência e revigorar funções</p><p>corporais, principalmente para as populações consideradas especiais, ou</p><p>seja, que possuem alguma doença ou distúrbio instalado. Essas atividades</p><p>são mais bem distribuídas dentro do cronograma semanal e visam alterar</p><p>em menor intensidade as adaptações corporais frente aos exercícios. Tal nível</p><p>de intensidade é ideal para o paciente que tem certo limite ou restrições à</p><p>prescrição de exercícios mais intensos e vigorosos.</p><p>O exercício considerado de alta intensidade apresenta diversos efeitos de</p><p>adaptação corporal, como a facilidade de reserva de carboidratos para a</p><p>produção de energia para os movimentos. Por meio de controles fisiológicos e</p><p>estratégias baseadas em fisiologia do exercício, os profissionais da área podem</p><p>planejar formas de melhorar a capacidade de armazenamento de carboidratos</p><p>26</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>no organismo e reduzir a velocidade de degradação de carboidratos durante</p><p>a prática de exercícios, como forma de aperfeiçoar a performance do atleta/</p><p>praticante, visando evitar estresses e desequilíbrios agudos importantes no</p><p>organismo (POWERS; HOWLEY, 2017).</p><p>1.2.2 SEDENTARISMO E COMPORTAMENTO</p><p>SEDENTÁRIO</p><p>Agora, vejamos sobre o contrário de “prática de atividade física”, que é o</p><p>sedentarismo – termo empregado para denominar a falta de atividade física,</p><p>a inatividade física. Está relacionado com alta prevalência de doenças crônicas</p><p>não transmissíveis e agravamento das situações de enfermidade. Nesse</p><p>sentido, o sedentarismo é percebido como um problema de saúde pública</p><p>que gera gastos adicionais tanto para os sistemas de atendimento quanto</p><p>para a economia, visto que os trabalhadores tendem a faltar mais ao trabalho</p><p>por problemas direta ou indiretamente relacionados.</p><p>FIGURA 8 – SEDENTARISMO</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: homem deitado na cama segurando garrafa de cerveja e olhando para o</p><p>tablete. Na cama também há batata frita e uma caixa de pizza vazia.</p><p>27</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>O indivíduo sedentário é aquele que não realiza, no</p><p>mínimo, 10 minutos de atividade física contínua na</p><p>semana (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2020).</p><p>A população tende cada vez mais ao imobilismo como adaptação às novas</p><p>exigências tecnológicas e laborais. Essas mudanças advêm da revolução</p><p>tecnológica e da proliferação de novas profissões que demandam apenas</p><p>do uso das habilidades cognitivas. A redução das atividades físicas diárias</p><p>também pode estar relacionada à falta de lazer e a maior acesso a meios de</p><p>transportes passivos.</p><p>Frente às necessidades de melhorar o quadro de sedentarismo mundial, a</p><p>OMS promove, por meio de reuniões e formação de estratégias periódicas,</p><p>indicações e recomendações para melhorar as condições de saúde da</p><p>população mundial pela prática de atividade física.</p><p>Os termos atividade física, exercício físico e aptidão</p><p>física são utilizados como sinônimos de forma</p><p>recorrente. No entanto, existem diferenças</p><p>fundamentais nesses conceitos que requerem a</p><p>atenção dos profissionais de educação física. Além</p><p>disso, é fundamental que saibamos quais são os</p><p>efeitos que a atividade física exerce sobre a aptidão</p><p>física, tendo em vista que seus elementos</p><p>são</p><p>constituintes da busca pelo completo estado de</p><p>bem-estar físico, emocional e social.</p><p>28</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Em 2010, a OMS publicou as Recomendações Globais sobre Atividade Física</p><p>para a Saúde, visando a prevenção de doenças não transmissíveis. Nesse</p><p>documento, são propostos níveis adequados de atividade física e políticas</p><p>para a implantação dessas recomendações, como: desenvolvimento e</p><p>implementação de diretrizes nacionais para a atividade física; apoio aos setores</p><p>públicos para a integração da atividade física; uso da mídia para divulgação;</p><p>e vigilância e monitoramento da população por órgãos locais competentes.</p><p>E o que vem a ser o comportamento sedentário? O termo comportamento</p><p>sedentário (do latim sedere, que significa “sentar”) é utilizado para caracterizar</p><p>qualquer atividade realizada com dispêndio energético ≤1,5 equivalente</p><p>metabólico (MET) e em postura sentada ou reclinada. O comportamento</p><p>sedentário é um possível fator de risco à saúde, independentemente do</p><p>volume acumulado de atividade física moderada a vigorosa (GUERRA;</p><p>MIELKE; GARCIA, 2014).</p><p>1.2.3 APTIDÃO FÍSICA</p><p>Em 1978, a OMS buscou enfatizar que a aptidão física estaria relacionada à</p><p>capacidade que cada indivíduo possui de realizar o trabalho muscular de</p><p>maneira satisfatória.</p><p>Nessa perspectiva, é possível reconhecer que a aptidão se torna, portanto, uma</p><p>competência atrelada às capacidades motoras. Por outro lado, buscando um</p><p>conceito mais amplo que pudesse englobar as múltiplas dimensões corporais,</p><p>Gallahue et al. (2013, p. 467) conceituaram aptidão física como o “[...] estado</p><p>de bem-estar influenciado pelo estado nutricional, constituição genética e</p><p>participação frequente em uma série de atividades físicas intensas ao longo</p><p>do tempo.”. Ou seja, nessa visão, a aptidão física extrapola os propósitos da</p><p>OMS, uma vez que está relacionada ao bem-estar e este, portanto, passa a</p><p>englobar não só os aspectos motores, mas de toda a complexidade biológica</p><p>do ser humano.</p><p>29</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>FIGURA 9 – APTIDÃO FÍSICA</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: foto de um senhor na praia segurando prancha de surf.</p><p>A aptidão física, nessas perspectivas, pode ser dividida entre aquela se encontra</p><p>atrelada às práticas esportivas, com vistas à performance e desempenho, e</p><p>aquela relacionada à saúde. Podemos evidenciar que, na primeira ocasião,</p><p>a aptidão busca o desempenho humano. Logo, não se torna necessário</p><p>que alguém se encontre em um estado que não contemple o bem-estar</p><p>e tampouco esteja associado a algum risco que possa comprometê-lo. Na</p><p>segunda ocasião, a aptidão física voltada à saúde, o foco torna-se a busca ou</p><p>a manutenção do estado de bem-estar.</p><p>A aptidão física relacionada à saúde envolve um ponto que se refere aos</p><p>seguintes aspectos:</p><p>• Estado relativo de bem-estar.</p><p>• Qualidade de vida.</p><p>• Promoção da saúde.</p><p>• Prevenção de doenças.</p><p>30</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>O desenvolvimento e a manutenção da aptidão relacionada a saúde ocorrem</p><p>em função da adaptação fisiológica a cargas crescentes. Nesse sentido, a</p><p>resistência cardiorrespiratória, a composição corporal, a flexibilidade, a força</p><p>e a resistência muscular localizada compõem a aptidão física relacionada à</p><p>saúde (GALLAHUE et al., 2013).</p><p>Sendo assim, podemos identificar uma relação entre a atividade física, o</p><p>exercício físico e a aptidão física. Ainda que sejam conceitos diferentes, eles</p><p>estão entrelaçados de modo que podemos estabelecer uma relação de</p><p>pertencimento.</p><p>A aptidão física, qualquer que seja, só se torna</p><p>possível por meio do exercício físico. Por sua vez,</p><p>o exercício físico trata-se de uma subcategoria</p><p>da atividade física. Bem verdade que o contrário</p><p>pode não ocorrer, ou seja, nem toda atividade</p><p>física pode ser considerada um exercício físico;</p><p>e nem todo exercício físico pode resultar em</p><p>aptidão física (por exemplo, nos casos em que os</p><p>exercícios em demasia acabam gerando lesões que</p><p>comprometem o bem-estar do indivíduo). De todo</p><p>modo, podemos reconhecer que a atividade física e</p><p>a aptidão física estão intimamente ligadas.</p><p>A aptidão física relacionada ao desempenho é um aspecto que se refere à</p><p>busca por uma otimização do desempenho motor. Está relacionada ao</p><p>desempenho atlético ou com a habilidade esportiva. Nesse sentido, compõem</p><p>a aptidão física relacionada ao desempenho:</p><p>• flexibilidade.</p><p>• resistência muscular.</p><p>• resistência aeróbica.</p><p>• agilidade.</p><p>31</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>• equilíbrio.</p><p>• velocidade.</p><p>• potência.</p><p>• tempo de reação.</p><p>• coordenação.</p><p>Manter níveis adequados nessas variáveis, com certeza, também é essencial</p><p>para desenvolver as tarefas básicas do dia a dia, ainda que a aptidão esteja</p><p>relacionada, na literatura, aos padrões de desempenho, e não à saúde. Como</p><p>poderíamos imaginar um sujeito amarrando os cadarços de seus sapatos sem</p><p>níveis mínimos de coordenação ou dirigir um carro sem o tempo de reação</p><p>adequado a essa tarefa? A não realização dessas tarefas, podemos supor,</p><p>poderia afetar a saúde desse indivíduo em diversas dimensões, considerando</p><p>que ela se trata do estado de bem-estar físico, emocional, social e cultural.</p><p>FIGURA 10 – BEM-ESTAR</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: mulher de costas com os braços abertos em um parque com várias</p><p>árvores ao redor.</p><p>32</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A agilidade consiste na capacidade que um indivíduo tem de realizar</p><p>movimentos rápidos e de efetuar mudanças de posição de forma voluntária, no</p><p>menor tempo possível e mantendo a precisão nesses movimentos. Equilíbrio</p><p>consiste na capacidade que um indivíduo tem de manter a postura de seu</p><p>corpo inalterada, mesmo quando colocado em várias posições. A coordenação</p><p>é a capacidade de integrar a mobilização de diferentes grupos musculares</p><p>com as modalidades sensoriais variadas de forma eficiente. A velocidade</p><p>consiste na habilidade de percorrer uma distância curta no menor tempo</p><p>possível. A força é a capacidade que o corpo tem de realizar movimentos</p><p>em uma carga, superando as influências da gravidade. E o tempo de reação</p><p>consiste no intervalo entre a percepção de um estímulo e a ativação voluntária</p><p>de grupos musculares necessários para a sua resposta adequada.</p><p>33</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Chegamos ao final da primeira unidade, aqui você pôde entender melhor</p><p>o que é e o que estuda a fisiologia do exercício que, por sua vez, explica o</p><p>processo de homeostase e estado estável no organismo.</p><p>Foi possível entender também a diferença entre atividade física, exercício físico,</p><p>aptidão física, sedentarismo e comportamento sedentário. Compreender</p><p>esses conceitos é fundamental para a sua atuação profissional.</p><p>UNIDADE 2</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>34</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>• ampliar o conceito</p><p>sobre os substratos</p><p>energéticos e os</p><p>micronutrientes;</p><p>• compreender o</p><p>papel da água e</p><p>da hidratação no</p><p>desempenho antes,</p><p>durante e após o</p><p>exercício.</p><p>35</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>2 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS E</p><p>MICRONUTRIENTES</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Nesta unidade, você irá conhecer e compreender a função dos macronutrientes</p><p>e micronutrientes para a saúde e para o desempenho humano. Você já</p><p>ouviu falar neles? Os macronutrientes, em especial,</p><p>são os nossos substratos</p><p>energéticos. Precisamos deles em quantidades adequadas para a nossa</p><p>sobrevivência. Estudaremos também sobre as vitaminas e os minerais, ou seja,</p><p>os micronutrientes. Eles não nos oferecem energia, porém são extremamente</p><p>importantes para o metabolismo corporal. Sem eles, os macronutrientes</p><p>praticamente não possuem efeitos desejáveis.</p><p>Para finalizar, estudaremos sobre a água e a importância da hidratação para</p><p>o nosso organismo, principalmente em relação à saúde e ao desempenho</p><p>desportivo.</p><p>2.1 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS:</p><p>MACRONUTRIENTES</p><p>Os alimentos não contêm apenas um nutriente específico, mas, sim, um</p><p>grupo de nutrientes, como os micronutrientes, que incluem as vitaminas e os</p><p>minerais; e os macronutrientes, que incluem os carboidratos, as proteínas e os</p><p>lipídeos, além de fibras e água.</p><p>2.1.1 CARBOIDRATOS</p><p>Os carboidratos representam um grande grupo de compostos que fornecem</p><p>energia para o corpo, pois são metabolizados como açúcar no sangue. Esse</p><p>grupo inclui os monossacarídeos, os dissacarídeos, os oligossacarídeos e os</p><p>polissacarídeos (PITHON-CURI, 2013).</p><p>36</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Os carboidratos são compostos, em geral, formados</p><p>por moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio,</p><p>mas alguns poucos compostos podem possuir, em</p><p>sua molécula, nitrogênio, enxofre e fósforo.</p><p>A maioria possui fórmula química geral de (CH2O). Os carboidratos podem</p><p>ser simples ou complexos; e ocorrem como monossacarídeos, dissacarídeos,</p><p>oligossacarídeos e polissacarídeos. Os carboidratos simples são compostos</p><p>pelos monos e dissacarídeos, as formas mais simples dos carboidratos.</p><p>Indicamos o vídeo a seguir sobre carboidratos, do</p><p>canal Biologia com Samuel Cunha. Confira em:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=9KjeGKlunFw.</p><p>Os monossacarídeos (mono = um; sacarídeo = açúcar) são os açúcares mais</p><p>simples, formado por um único anel de açúcar. Não podem ser reduzidos</p><p>em unidades menores e possuem o mesmo número de átomos de carbono,</p><p>no entanto, em combinações diferentes, apresentam um grupo carbonila</p><p>funcional (C=O), que pode ser classificado como cetona ou aldeído (PITHON-</p><p>CURI, 2013). Eles também são classificados conforme o número de carbonos</p><p>que contêm em seu núcleo, por exemplo, uma molécula com cinco átomos</p><p>de carbonos com um grupo cetona receberá o nome de cetopentose. Os</p><p>monossacarídeos mais comuns são a glicose, a frutose e a galactose.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=9KjeGKlunFw.</p><p>37</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>A glicose é conhecida como açúcar do sangue, sendo uma fonte de energia</p><p>essencial à vida. No entanto, os alimentos possuem pouca quantidade de</p><p>glicose pura em sua constituição, sendo a digestão do amido e da sacarose as</p><p>maiores fontes de glicose para as células humanas.</p><p>Os carboidratos são convertidos em glicose no</p><p>fígado, para ser utilizada como fonte de energia.</p><p>FIGURA 1 – CARBOIDRATOS</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de vários tipos de pães.</p><p>Frutos e é considerado o açúcar mais doce e é o monossacarídeo mais comum.</p><p>É encontrado nas frutas e no mel. Já a galactose é um monossacarídeo que</p><p>aparece poucas vezes, como açúcar único, estando geralmente ligado a</p><p>outros monossacarídeos. É encontrado no leite e seus derivados (MCARDLE;</p><p>KATCH; KATCH, 2016).</p><p>Os dissacarídeos são compostos de duas unidades de monossacarídeos</p><p>(glicose, frutose e galactose). Conheça os tipos mais comuns no recurso a</p><p>seguir.</p><p>38</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Maltose:</p><p>Formada por duas unidades de glicose, ocorre no processo de</p><p>fermentação que produz o álcool.</p><p>Sacarose:</p><p>Formada por frutose e glicose, é parte da doçura natural de frutas e</p><p>hortaliças. É muito encontrada em plantas, como beterraba e cana-de-</p><p>açúcar.</p><p>Lactose:</p><p>Formada por glicose e galactose, é encontrada principalmente como</p><p>carboidrato do leite e de derivados.</p><p>Os carboidratos complexos são formados por uma junção de várias unidades</p><p>de monossacarídeos e se dividem em oligossacarídeos e polissacarídeos. Os</p><p>oligossacarídeos compreendem de três a 10 unidades de monossacarídeos.</p><p>São encontrados na forma livre em frutas, leite, mel e vegetais, além de serem</p><p>obtidos por hidrólise química ou enzimática de amido ou celulose. A maior</p><p>abundância de oligossacarídeos está nos que possuem dissacarídeos, como a</p><p>maltose, a lactose, a trealose e outros.</p><p>FIGURA 2 – LACTOSE</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de jarras de leite e queijos.</p><p>39</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Já os polissacarídeos são formados por mais de 10 unidades de</p><p>monossacarídeos. Eles formam uma classe de biopolímeros existentes</p><p>na natureza e suas estruturas são compostas por cadeias poliméricas de</p><p>condensação com ligações O-glicosídicas de unidades de monossacarídeos.</p><p>Os polissacarídeos podem ser de origem vegetal (amido, celulose, goma</p><p>arábica, entre outras), algas marinhas (alginatos, galactanos e carragenina),</p><p>animal (quitina, quitosana e ácido hialurônico) e microbiana (dextrano,</p><p>pululano e goma xantana). Veja alguns exemplos a seguir</p><p>Amido:</p><p>É um dos polissacarídeos mais abundantes encontrados nas plantas.</p><p>Celulose:</p><p>É o polímero de carboidrato mais abundante encontrado na natureza</p><p>e é um importante componente estrutural das paredes celulares das</p><p>plantas, além de ser encontrado, também, em organismos inferiores,</p><p>como algas e bactérias.</p><p>Goma guar:</p><p>É um polissacarídeo solúvel em água, derivado de sementes de</p><p>Cyamopsis tetragonolobus.</p><p>Goma xantana:</p><p>É um polissacarídeo ramificado extracelular, produzido por</p><p>fermentação bacteriana (Xanthomonas campestris) e composto por</p><p>unidades repetidas de celobiose.</p><p>Os carboidratos são macronutrientes primários, que devem ser consumidos</p><p>em grandes quantidades diariamente, para fornecer a energia necessária</p><p>para sustentar diversos processos metabólicos no corpo humano.</p><p>40</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FIGURA 3 – ENERGIA DOS CARBOIDRATOS</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher com roupa de ginástica,</p><p>mostrando o braço e segurando um copo com líquido branco.</p><p>A digestibilidade dos carboidratos está relacionada</p><p>à sua estrutura química e pode ser de fácil e rápida</p><p>digestão, como o açúcar de mesa; ou não serem</p><p>digeríveis no trato digestório, como é o caso das</p><p>fibras insolúveis.</p><p>Os principais exemplos de fontes de carboidratos, em geral, são: pão, mel,</p><p>cereais, como arroz, aveia, centeio, milho e cevada. Entre as leguminosas,</p><p>destacam-se o feijão, a lentilha, o grão-de-bico e a ervilha; entre os tubérculos,</p><p>a batata, o inhame e a mandioca; entre as frutas, a banana, o caqui, a manga,</p><p>a maçã, a melancia etc.; e, entre os produtos de panificação, os pães, os bolos</p><p>e os biscoitos. Além disso, são incluídos nessa lista as guloseimas, como balas,</p><p>bombons, bebidas licorosas, entre outras.</p><p>41</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>2.1.2 PROTEÍNAS</p><p>As proteínas desempenham papel essencial na nutrição humana. São polímeros</p><p>de 20 aminoácidos de ocorrência natural e de origem cereal, leguminosa e</p><p>animal, sendo a diferença entre essas três classificações a biodisponibilidade</p><p>dos aminoácidos. Em geral, a proteína animal é mais digerível e de maior</p><p>qualidade, o que significa que é rica em todos os aminoácidos essenciais, em</p><p>comparação com produtos vegetais. É possível obter todos os aminoácidos</p><p>essenciais por meio de uma dieta bem-equilibrada e cuidadosamente</p><p>selecionada.</p><p>FIGURA 4 – DIETA EQUILIBRADA</p><p>COM PROTEÍNAS, VEGETAIS E CARBOIDRATOS</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma tábua com tomates, carne, peixe,</p><p>legumes, verdura e queijo.</p><p>As proteínas são formadas por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio</p><p>e nitrogênio (grupamento amino); e classificadas conforme a função</p><p>que exercem: enzimas; proteínas transportadoras; proteínas nutritivas e</p><p>de reserva; proteínas contráteis e de movimento; proteínas estruturais; e</p><p>proteínas de defesa. Outra classificação possível é em relação à característica</p><p>estrutural, que pode ser simples ou conjugada (por exemplo, lipoproteínas e</p><p>glicoproteínas), além disso, podem ser classificadas de acordo com a forma:</p><p>globulares (enzimas, albuminas e hemoglobina) ou fibrosas (colágeno,</p><p>queratina, elastina).</p><p>42</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Existem muitos aminoácidos, mas apenas 20 deles</p><p>são importantes para o organismo humano. Nove</p><p>deles não produzidos pelo ser humano, por isso são</p><p>considerados aminoácidos essenciais; já os outros 11</p><p>o organismo humano produz, portanto, são</p><p>considerados não essenciais.</p><p>Os aminoácidos essenciais são histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina,</p><p>fenilalanina, treonina, triptofano e valina, importantes para que o corpo</p><p>consiga sintetizar as proteínas. Como o corpo não consegue produzir esses</p><p>aminoácidos, é necessário que eles sejam ingeridos por meio da alimentação.</p><p>Os aminoácidos não essenciais são alanina, arginina, asparagina, ácido</p><p>aspártico, cisteína, ácido glutâmico, glutamina, glicina, prolina, serina e tirosina,</p><p>todos sintetizados pelo corpo, ou seja, não há a necessidade de ingestão via</p><p>alimentação.</p><p>O valor biológico é uma medida que avalia a proporção de proteína absorvida</p><p>de um alimento e que é incorporada às proteínas do corpo. Essa medida</p><p>indica quão prontamente a proteína digerida pode ser usada para a síntese</p><p>de proteínas nas células do organismo humano. A presença do nitrogênio,</p><p>nas estruturas proteicas dos alimentos, determina, portanto, o valor biológico</p><p>do alimento.</p><p>Por fim, as proteínas podem ser classificadas como completas e incompletas.</p><p>Entenda a diferença entre elas no recurso a seguir.</p><p>43</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Proteínas completas:</p><p>Consideradas como proteínas de alto valor biológico, pois os alimentos</p><p>envolvidos contêm todos os aminoácidos essenciais ao organismo.</p><p>Proteínas incompletas:</p><p>Os alimentos não conseguem fornecer todos os aminoácidos</p><p>essenciais ao organismo, sendo necessário complementá-los com</p><p>mais de uma fonte alimentar. São consideradas de média e/ou baixa</p><p>biodisponibilidade.</p><p>As proteínas são classificadas quanto à biodisponibilidade dos aminoácidos.</p><p>As fontes de origem animal são as que possuem maior valor biológico, seguida</p><p>das leguminosas, com valor biológico médio, e dos cereais, com baixo valor</p><p>biológico. As fontes de proteínas animal são carnes bovinas, aves, peixes, além</p><p>de leite, derivados e ovos; já as fontes de proteínas leguminosa incluem feijão,</p><p>grão-de-bico, amendoim, lentilha, ervilha, soja, entre outros. Esses alimentos</p><p>têm bom teor de proteínas, mas elas são deficientes em alguns aminoácidos</p><p>essenciais, além de apresentaram fatores antinutricionais, que devem ser</p><p>inativados antes do consumo.</p><p>FIGURA 5 – CARNE</p><p>Fonte: Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um pedaço de carne bovina sobre uma</p><p>estrutura preta. Ao lado, há vários pedaços de pimenta e outros temperos.</p><p>44</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Também estão consideradas, nesse grupo, as oleaginosas, como castanhas,</p><p>nozes, gergelim, avelãs e algas marinhas. Nas fontes de proteínas cereais,</p><p>estão incluídas arroz, aveia, farinha de trigo, entre outras.</p><p>2.1.3 LIPÍDIOS</p><p>Os lipídeos constituem uma classe de compostos solúveis em solventes</p><p>orgânicos não polares. São moléculas formadas por átomos de carbono,</p><p>hidrogênio e</p><p>Oxigênio; e algumas estruturas também contêm fósforo, nitrogênio e enxofre.</p><p>São encontrados como parte da composição de produtos de origem animal e</p><p>vegetal e são uma classe de compostos importantes para o organismo humano,</p><p>pois participam de funções vitais, como crescimento e desenvolvimento de</p><p>órgãos e tecidos (formação de biomembranas, constituintes intracelulares,</p><p>transporte lipídico no sangue, regulação do metabolismo, entre outras).</p><p>Os ácidos graxos também fazem parte desse grupo. Eles são tipos de lipídeos</p><p>constituídos de unidades básicas de gordura e óleos, compostos por quatro ou</p><p>mais estruturas de hidrocarbonetos ligadas a um grupo carboxila. Exemplos</p><p>de alimentos com ácidos graxos são manteigas, óleos e gordura animal.</p><p>FIGURA 6 – ÓLEOS</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de garrafas de óleo.</p><p>45</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Os ácidos graxos são classificados conforme o número de carbonos. Vamos</p><p>conhecer suas classificações de acordo com Mcardle, Katch e Katch (2016).</p><p>Clique nos títulos a seguir.</p><p>Ácidos graxos de cadeia curta:</p><p>Composta por 4 (C4) a 10 (C10) unidades de carbonos.</p><p>Ácidos graxos de cadeia média:</p><p>Composta por 12 (C12) a 14 (C14) unidades de carbonos.</p><p>Ácidos graxos de cadeia longa:</p><p>Composta por 16 (C16) a 18 (C18) unidades de carbono.</p><p>Ácidos graxos de cadeia muito longa:</p><p>Composta por 20 (C20) ou mais átomos de carbono.</p><p>Outra classificação importante dos ácidos graxos é em relação ao tipo de</p><p>ligação.</p><p>Ácidos graxos saturados:</p><p>Os carbonos possuem apenas ligações simples na estrutura.</p><p>Ácidos graxos insaturados:</p><p>Podem ser ácidos graxos monoinsaturados (contêm uma dupla</p><p>ligação) ou ácidos graxos poli-insaturados (contêm pelo menos duas</p><p>duplas ligações em sua estrutura).</p><p>Os triglicerídeos são compostos que contêm, em sua estrutura, glicerol</p><p>(álcool simples ligado a três ácidos graxos). Os fosfolipídeos possuem, em sua</p><p>estrutura, também o glicerol, sendo que, diferentemente do triglicerídeo, o</p><p>46</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>fosfolipídeo tem, no lugar de um ácido graxo, um fósforo. Já os esteróis têm</p><p>sua estrutura formada por quatro anéis interligados e uma cadeia aberta,</p><p>que geralmente possui o grupo funcional –OH. Como exemplo de esterol,</p><p>destaca-se o colesterol.</p><p>Os lipídeos constituem um grupo de compostos</p><p>com grande importância nutricional, não são</p><p>solúveis em água, estão presentes na grande</p><p>maioria dos alimentos e são fontes ricas de</p><p>energia para o corpo.</p><p>FIGURA 7 – ALIMENTOS BONS PARA O CORPO</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher cozinhando. À frente, há</p><p>vegetais e legumes.</p><p>As fontes alimentares de gorduras são provenientes de fontes naturais vegetais,</p><p>como as oleaginosas, o azeite de oliva e o abacate. As gorduras saturadas</p><p>são sólidas à temperatura ambiente, como é o caso das manteigas e das</p><p>gorduras animais. São encontradas em alimentos de origem animal, como</p><p>carnes, leite e derivados (manteiga e nata), toucinho e banha de porco. Já</p><p>47</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>as gorduras insaturadas são líquidas à temperatura ambiente e encontradas</p><p>em alimentos de origem vegetal. São classificadas em monoinsaturadas</p><p>(ômega-9 – abacate, azeitona, castanha, noz, amêndoa, óleo de canola–) e</p><p>poli-insaturadas (ômega 3 e 6 – salmão, sardinha e atum; oleaginosas, como</p><p>nozes, amêndoas e castanhas; óleos vegetais, como o azeite de oliva; sementes,</p><p>como chia, linhaça e cânhamo; folhas verdes escuras, como espinafre, couve</p><p>e brócolis; e leguminosas, como feijão, ervilha e grão-de-bico</p><p>–) (MCARDLE;</p><p>KATCH; KATCH, 2016).</p><p>FIGURA 8 – SALMÃO</p><p>Fonte: Pixabay (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um pedaço de salmão.</p><p>2.2 MICRONUTRIENTES E HIDRATAÇÃO</p><p>Os micronutrientes são compostos presentes nos alimentos e são conhecidos</p><p>por serem necessários em pequenas quantidades no organismo, porém são</p><p>essenciais ao bom funcionamento do corpo, pois participam de diversas</p><p>funções, incluindo crescimento e desenvolvimento, prevenção de doenças e</p><p>bem-estar.</p><p>2.2.1 VITAMINAS</p><p>Vitaminas são substâncias orgânicas essenciais e necessárias em pequenas</p><p>quantidades na dieta humana, para que ocorra o funcionamento, o</p><p>crescimento e a manutenção normais do corpo. Elas atuam com as enzimas</p><p>corporais, funcionando como partes de coenzimas, que são as vitaminas do</p><p>complexo B e a vitamina K. Lembre-se de que as vitaminas não são fontes de</p><p>48</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>energia para o corpo, mas são necessárias para diversas reações energéticas,</p><p>além de auxiliarem na regulação das funções celulares e imunológicas.</p><p>Atuam também como biocatalisadores, ativando a oxidação dos alimentos</p><p>e facilitando as reações redox.</p><p>São essenciais ao ser humano, pois não são sintetizadas pelo corpo, exceto</p><p>para alguns casos em que vitaminas podem ser sintetizadas a partir de</p><p>pigmentos vegetais, como a vitamina A e a vitamina D, que podem ser</p><p>sintetizadas por meio da exposição à luz solar; e as vitaminas K e biotina, que</p><p>podem ser sintetizadas pelas bactérias do trato gastrointestinal.</p><p>FIGURA 9 – VITAMINAS SÃO SINTETIZADAS PELA LUZ SOLAR</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto do céu azul, com o Sol brilhando.</p><p>Vitaminas hidrossolúveis são consideradas moléculas hidrofílicas, ou seja,</p><p>são solúveis em água. Quando absorvidas, deslocam-se com rapidez para</p><p>a corrente sanguínea e se movem livremente. Em razão dessa solubilidade,</p><p>o organismo não consegue armazená-las como reserva, sendo os excessos</p><p>eliminados na urina e, portanto, precisam ser ingeridas diariamente. As</p><p>vitaminas hidrossolúveis são as do complexo B, que incluem B1 (tiamina),</p><p>B2 (riboflavina), B3 (niacina), B5 (ácido pantotênico), B6 (piridoxina), biotina,</p><p>ácido fólico, B12 (cobalamina) e C (ácido ascórbico). Veja mais sobre elas a</p><p>seguir:</p><p>49</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Vitaminas lipossolúveis são aquelas que são solúveis em gorduras, não sendo</p><p>eliminadas imediatamente pelo corpo, com exceção da vitamina K. Fazem</p><p>parte desse grupo as vitaminas A, D, E e K. Podem ser armazenadas no fígado</p><p>e liberadas na corrente sanguínea para absorção em vários tecidos para uso</p><p>ou armazenamento. Seu excesso é armazenado em tecidos gordurosos do</p><p>corpo (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016).</p><p>Vitamina A:</p><p>Consideradas como importantes fontes de origem animal, como</p><p>fígado, óleo de fígado de pescados, ovos, leite e derivados integrais;</p><p>e de origem vegetal, como vegetais verdes escuros, como brócolis e</p><p>espinafre, e os amarelo-alaranjados, como abóbora, mamão e cenoura.</p><p>Vitamina D:</p><p>Sua principal fonte de obtenção é por meio da exposição à luz solar</p><p>(raios ultravioletas tipo B [UVB]). Suas fontes alimentares são peixes</p><p>gordos, como salmão e sardinha, atum, ovos, fígado e manteiga.</p><p>Vitamina E:</p><p>São importantes fontes os óleos vegetais, como de milho, de girassol</p><p>e de oliva; as oleaginosas, como amêndoas e pistache; e o gérmen de</p><p>trigo.</p><p>Vitamina K:</p><p>São boas fontes de vitamina K os vegetais verdes escuros, como</p><p>brócolis, couve-flor, rúcula, alface, espinafre e agrião; óleos vegetais,</p><p>como o de azeite de oliva; e as oleaginosas, como castanhas e nozes,</p><p>abacate, ovos e fígado.</p><p>2.2.2 MINERAIS</p><p>Os minerais são elementos químicos inorgânicos encontrados na natureza,</p><p>eles estão presentes em água, solo e rochas, sendo absorvidos pelas raízes</p><p>50</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>de plantas e, dessa forma, consumidos por animais e seres humanos. Eles</p><p>são necessários a todos os seres vivos, atuando por si ou em conjunto com</p><p>os macronutrientes. São encontrados na forma ionizada do corpo. São</p><p>principalmente cofatores e necessários para a função das enzimas no</p><p>organismo.</p><p>Aproximadamente 4% da massa corporal total é</p><p>composta por minerais. São classificados em macro</p><p>e microminerais, conforme a necessidade diária do</p><p>corpo.</p><p>Os macrominerais são classificados conforme sua função na célula ou nos</p><p>fluidos extracelulares do corpo. Exercem atividades essenciais para a vida das</p><p>células, dos fluidos e dos tecidos corporais. Veja mais sobre eles.</p><p>Cálcio:</p><p>Suas principais fontes são leite e produtos lácteos (iogurte, queijo),</p><p>peixe, grãos integrais, vegetais, vegetais de folhas verdes (espinafre,</p><p>nabos), sardinha e soja.</p><p>Potássio:</p><p>Suas principais fontes são vegetais de folhas verdes, peixe, banana,</p><p>cogumelos, iogurte, batata, feijão e brócolis.</p><p>Sódio:</p><p>Suas principais fontes são sal de mesa, picles, manteiga, gérmen de</p><p>trigo, carne, nozes, espinafre e queijo.</p><p>51</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Magnésio:</p><p>Suas principais fontes são grãos integrais, nozes e sementes, vegetais</p><p>de folhas verdes, feijão, batata, banana, abacate, camarão, kiwi,</p><p>chocolate e brócolis.</p><p>FIGURA 10 – COGUMELOS SÃO FONTE DE POTÁSSIO</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de cogumelos porto belo e paris.</p><p>Os microminerais são considerados assim porque as quantidades para</p><p>suprir as necessidades variam de 1 a 100 mg dia. São essenciais à vida e estão</p><p>presentes em grande número, cada um com funções específicas no corpo. Os</p><p>microminerais mais comuns são ferro, zinco, selênio, cobre e manganês. Veja</p><p>sobre eles.</p><p>Ferro:</p><p>Suas principais fontes são carne vermelha, peixe, porco, vegetais de</p><p>folhas verdes, aves, mariscos, feijões, alimentos de soja, lentilhas e</p><p>passas.</p><p>52</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Zinco:</p><p>Suas principais fontes são carne vermelha, aves, feijão, nozes, leite e</p><p>outros produtos lácteos, grãos integrais e alimentos de soja.</p><p>Cobre:</p><p>Suas principais fontes são fígado, avelãs, ostras, amêndoas, caju, nozes,</p><p>carne de caranguejo, lentilhas, cogumelos e sementes de girassol.</p><p>Manganês:</p><p>Suas principais fontes são abacaxi, feijão, batata doce, passas,</p><p>amêndoas, cereais, arroz integral, amendoim e espinafre.</p><p>Selênio:</p><p>Suas principais fontes são castanhas do Brasil, arroz integral, leite</p><p>desnatado, pão de trigo, salmão, camarão, frango, carne, porco e</p><p>caranguejo.</p><p>2.2.3 ÁGUA</p><p>A água é um nutriente de extrema importância para a vida humana, pois</p><p>é considerada o principal produto químico do corpo humano, sendo parte</p><p>constituinte das células, dos tecidos e dos órgãos. Esse nutriente é essencial,</p><p>porque o corpo não consegue produzir água em quantidade suficiente, para</p><p>atender à demanda fisiológica; e, embora os alimentos contenham água, essa</p><p>quantidade não é suficiente para as necessidades diárias (MCARDLE; KATCH;</p><p>KATCH, 2016).</p><p>53</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>FIGURA 11 – ÁGUA</p><p>Fonte: Freepik (2022).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma pessoa colocando água em um copo.</p><p>A variabilidade na quantidade de água corporal total entre os indivíduos é</p><p>devida, principalmente, às diferenças na composição corporal. A massa</p><p>magra corporal é constituída por cerca de 73% de água, ao passo que o tecido</p><p>adiposo corporal é constituído por, em média, 10% de água. Diferenças na água</p><p>corporal total são também frequentemente atribuídas a idade, sexo e aptidão</p><p>aeróbica, sendo esses fatores os principais responsáveis pela</p><p>composição</p><p>corporal.</p><p>A água corporal total é distribuída nos</p><p>compartimentos de líquidos intra e extracelular, os</p><p>quais contêm aproximadamente 65 e 35% da água</p><p>corporal total, respectivamente.</p><p>O compartimento do líquido extracelular é dividido nos espaços intersticiais e</p><p>plasmáticos. A composição média de água corporal varia nas diferentes fases</p><p>da vida, como listado a seguir, sendo que, para um indivíduo adulto jovem,</p><p>54</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>essa composição pode variar entre 50 e 70% do peso corporal total. Esses</p><p>volumes não são estáticos, mas representam os efeitos de troca dinâmica dos</p><p>líquidos, como entrada e perda de líquidos. Além disso, o corpo produz uma</p><p>pequena quantidade de água, devido à produção metabólica (cerca de 250 a</p><p>350 mL) de água.</p><p>A água exerce muitas funções no corpo, vamos conhecer a seguir.</p><p>• Água como material de construção: a água presente nas células, nos tecidos e</p><p>nos compartimentos do corpo atua primeiro como um material de construção,</p><p>sendo esta considerada uma função primária, pois as necessidades de água</p><p>são maiores durante o período de crescimento do corpo;</p><p>• Água como solvente, meio de reação, reagente e produto de reação: a</p><p>água é um excelente solvente para compostos iônicos e para solutos, como</p><p>a glicose e os aminoácidos. A água tem uma alta constante dielétrica,</p><p>permitindo que os íons se movam livremente; está envolvida nas reações</p><p>hidrolíticas, como, por exemplo, na hidrólise de outros macronutrientes,</p><p>como o carboidrato, a proteína e os lipídeos. A água também é produzida</p><p>pelo metabolismo oxidativo de substratos contendo hidrogênio em sua</p><p>estrutura química;</p><p>• Água como transportador: a água é essencial para a homeostasia celular,</p><p>pois realiza o transporte de nutrientes para as células e remove os resíduos</p><p>celulares. Além disso, a água mantém o volume vascular e permite a</p><p>circulação sanguínea, função essencial para o funcionamento de todos os</p><p>órgãos e tecidos do corpo;</p><p>• Água e termorregulação: a água tem uma grande capacidade térmica, o</p><p>que contribui para limitar as mudanças na temperatura corporal em um</p><p>ambiente quente ou frio, devido à capacidade de vaporização de calor,</p><p>permitindo a perda de calor do corpo, mesmo quando a temperatura</p><p>ambiente é superior à temperatura corporal;</p><p>• Água como lubrificante e amortecedor: a água, em combinação com</p><p>moléculas viscosas, forma: fluidos lubrificantes para as articulações; saliva;</p><p>secreções de muco gástrico e intestinal no trato digestório; muco nas</p><p>secreções das vias aéreas do sistema respiratório; e muco no trato urogenital.</p><p>Ao manter a forma celular, a água atua como amortecedor durante uma</p><p>caminhada ou corrida. Essa função é importante para o cérebro e a medula</p><p>55</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>espinal, além de ser particularmente importante para o feto, que é protegido</p><p>por uma “almofada” de água;</p><p>• Água para melhorar o desempenho cognitivo: a água é responsável por</p><p>formar 75% do encéfalo. A desidratação pode afetar a vigilância visual e</p><p>desencadear mudanças de humor. A boa hidratação melhora os níveis de</p><p>atenção e o estado de alerta, a capacidade de resolução de problemas, as</p><p>funções cognitivas, além de melhorar a capacidade de reação e concentração</p><p>(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016).</p><p>A ingestão de água é muito importante para regular todas as funções</p><p>fisiológicas do corpo, devendo equilibrar a perda de água pelo corpo e protegê-</p><p>lo contra a desidratação. A principal maneira pela qual o corpo obtém água</p><p>é pela ingestão, na qual ocorre a absorção no trato digestório e um pequeno</p><p>volume de água é produzido metabolicamente.</p><p>56</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Chegamos ao final da nossa unidade. Vamos relembrar os pontos principais?</p><p>Inicialmente, compreendemos a importância dos macronutrientes, que</p><p>envolvem os carboidratos, as proteínas e os lipídios e dos micronutrientes, que</p><p>são as vitaminas e os minerais. Em seguida, tratamos de quais desses nutrientes</p><p>são substratos energéticos e utilizados como fonte de energia.</p><p>Além disso, vimos alguns alimentos fonte desses nutrientes, que são tão</p><p>importantes para a saúde e o desempenho; e, é claro, a água, que sem ela, os</p><p>nutrientes não conseguem atuar corretamente no organismo.</p><p>57</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>UNIDADE 3</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>58</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>• compreender a ação</p><p>muscular;</p><p>• conhecer os efeitos</p><p>dos substratos</p><p>energéticos durante</p><p>o exercício.</p><p>59</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>3 AÇÃO MUSCULAR E UTILIZAÇÃO</p><p>DO SUBSTRATO ENERGÉTICO</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Nesta unidade, estudaremos sobre a ação muscular e a utilização dos</p><p>substratos energéticos.</p><p>As contrações responsáveis por determinados movimentos são controladas e</p><p>desenvolvidas pelo Sistema Nervoso Central (SNC). Os neurônios sensores e</p><p>motores conduzem os estímulos que promovem os movimentos, podendo ser</p><p>voluntários ou involuntários. Veremos que, entre os movimentos voluntários,</p><p>encontram-se as contrações concêntricas, excêntricas e isométricas,</p><p>fundamentais para o exercício físico.</p><p>Em seguida, estudaremos sobre os principais substratos produtores de</p><p>energia e as rotas metabólicas para produção dessa energia.</p><p>3.1 AÇÃO MUSCULAR</p><p>A contração muscular envolve diversas estruturas. De modo geral, quando</p><p>realizamos um exercício físico, as ações musculares são voluntárias. Ou seja,</p><p>nós as planejamos e executamos conscientemente. Essas ações podem ser</p><p>classificadas de acordo com o tipo de contração.</p><p>Toda atividade fisiológica, em nossos corpos, sofre influências do sistema</p><p>nervoso. Assim, esse sistema tem uma função essencial na contração muscular.</p><p>Para compreender as interações que resultam o movimento humano, vamos</p><p>conhecer, primeiramente, quais as principais estruturas que integram o</p><p>sistema nervoso.</p><p>Todos os tecidos de nosso organismo são compostos por uma grande</p><p>quantidade de células, que desempenham funções específicas. No tecido</p><p>nervoso, as células que captam e conduzem estímulos são chamadas</p><p>de neurônios, também conhecidos como fibras nervosas individuais.</p><p>Basicamente, cada uma delas é composta por um corpo, dendritos e um</p><p>axônio (FLECK; KRAEMER, 2017).</p><p>60</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>FIGURA 1 – NEURÔNIO</p><p>Fonte: Wikimedia Commons (2019).</p><p>#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um neurônio, na cor roxa, e todas as</p><p>suas estruturas. A bainha de mielina está na cor amarela.</p><p>O corpo do neurônio possui o núcleo dessa célula. Ao seu redor, existem</p><p>as proeminências, que recebem e transmitem os impulsos nervosos. Cada</p><p>neurônio possui inúmeros dendritos, que recebem informações na forma de</p><p>estímulos elétricos, como, por exemplo, aquelas relacionadas à percepção</p><p>sensorial. Por outro lado, os neurônios geralmente têm apenas um axônio,</p><p>que transmite os impulsos elétricos. Em sua extremidade, o axônio se divide</p><p>em inúmeros terminais, que abrigam os pequenos bulbos, conhecidos como</p><p>protuberâncias sinápticas.</p><p>As protuberâncias sinápticas contêm substâncias</p><p>químicas, os neurotransmissores, responsáveis pela</p><p>transmissão de impulsos e informações entre uma</p><p>célula e outra.</p><p>61</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO</p><p>Os impulsos nervosos são constituídos por cargas elétricas que viajam</p>

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