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<p>Questões de Clínica Médica- Internato | Isabella Simão Jorge</p><p>1. (UNICAMP – 2019) Homem, 27a, procura atendimento médico por palpitações, sudorese, tremores de</p><p>extremidade, ansiedade e cefaleia. Refere dor no pescoço, falta de ar, febre e dor pelo corpo há 5 dias.</p><p>Perdeu 3 quilos desde o início do quadro. Exame físico: FC = 112 bpm, FR = 20 irpm, PA = 150 x 75 mmHg, T =</p><p>37,8oC; pescoço: dor intensa a palpação da região antero-inferior. A conduta é:</p><p>A. Imunoglobulina endovenosa;</p><p>B. Vitamina B1, captopril e digitálicos;</p><p>C. Propiltiouracil ou metimazol;</p><p>D. Prednisona e beta bloqueador.</p><p>O paciente apresenta quadro compatível com tireotoxicose:</p><p> Taquicardia (palpitação), hipertensão sistólica: aumento de tônus adrenérgico no sistema</p><p>cardiovascular (aumento do número e da sensibilidade de receptores beta-adrenérgicos, aumento</p><p>da expressão de ATPase no sarcolema cardíaco e diminuição na expressão de fosfolambano, que</p><p>regula as bombas de Ca2+ em células musculares);</p><p> Aumento de temperatura e frequência respiratória, perda de peso e sudorese: aumento da taxa</p><p>metabólica basal (aumento da síntese de Na+/K+ ATPase);</p><p> Tremores de extremidade (aumento do tônus beta-adrenérgico).</p><p>Associado ao quadro clínico de tireotoxicose, o paciente apresenta dor em região cervical, o que deve nos</p><p>remeter imediatamente a hipótese diagnóstica de Tireoidite de DeQuervain (subaguda). Um quadro</p><p>frequentemente pós-infeccioso (infecção viral), mas que também pode ser idiopático.</p><p>Nessa doença, não há aumento da atividade tireoidiana e, sim, uma liberação maciça do hormônio</p><p>tireoidiano, secundário a ruptura folicular (por isso é apenas uma tireotoxicose e não hipertireoidismo). O</p><p>processo inflamatório é granulomatoso e o bócio, geralmente, difuso. O tratamento da tireoidite subaguda</p><p>consiste de analgesia (AAS, AINEs ou corticoide) e controle dos sintomas associados com o efeito do</p><p>hormônio tireoidiano (beta-bloqueadores). Esse último, no entanto, é utilizado com pouca frequência, visto</p><p>que os sintomas são leves e de curta duração.</p><p>O paciente com tireoidite granulomatosa subaguda, apresenta hipertireoidismo na fase inicial processo,</p><p>seguido de período com hipotireoidismo e – posteriormente – retorna ao eutireoidismo (figura abaixo).</p><p>Alguns pacientes, no entanto, podem manter-se hipotireoideos cronicamente.</p>