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1 
 
Geraldo Henrique Humberto Amblufoi 
 
 
 
 
 
Ficha de leitura e síntese-4 
Relações não alélicas 
 
Licenciatura em ensino de Biologia 
 
 
 
 
 
 
Universidade Licungo 
CEAD 
2024 
2 
 
 Geraldo Henrique Humberto Amblufoi 
 
 
Ficha de leitura e síntese-4 
Relações não alélicas 
Trabalho a ser entregue no 
 Departamento de Ciências e 
Tecnologia, na Universidade 
Licungo, no âmbito de ser 
 
avaliado na cadeira de 
Genética Geral e das 
 Populações, sob orientação 
do Dr. Alegre de Nascimento 
Santana Cadeado 
 
Licenciatura em ensino de Biologia 
 
 
 
 
 
Universidade Licungo 
CEAD 
 2024 
3 
 
 
Índice 
Introdução ................................................................................................................................... 4 
Relações não alélicas .................................................................................................................. 5 
Epistasia ...................................................................................................................................... 5 
Classificação da epistasia ........................................................................................................... 5 
Epistasia dominante .................................................................................................................... 5 
Epistasia recessiva ...................................................................................................................... 6 
Genes supressores (13:3) ............................................................................................................ 7 
Genes cumulativos (9:6:1) ........................................................................................................ 10 
Diferença de Herança Mendeliana Simples .............................................................................. 11 
Conclusão ................................................................................................................................. 12 
Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 13 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Introdução 
No campo da genética, as interações entre genes são essenciais para a compreensão da 
hereditariedade e da expressão de características nos organismos. Além das relações alélicas 
descritas por Mendel, existem interações mais complexas entre genes localizados em 
diferentes loci, conhecidas como relações não alélicas. Essas interações podem modificar, 
intensificar ou suprimir a expressão de um gene por outro, afetando diretamente a variação 
fenotípica observada. Segundo Griffiths et al. (2013), as interações genéticas são cruciais para 
compreender fenômenos biológicos complexos, como a epistasia e os genes supressores. Este 
trabalho explora os principais tipos de interações não alélicas, destacando a importância 
desses mecanismos no estudo da genética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Relações não alélicas 
Relações não alélicas referem-se à interação entre genes localizados em diferentes loci, que 
juntos influenciam uma característica específica. Essas interações podem modificar, 
intensificar ou suprimir a expressão de um gene por outro (Griffiths et al., 2013). 
Epistasia 
Epistasia é um fenômeno genético onde um gene interfere na expressão de outro gene. A 
epistasia ocorre quando um gene inibe a ação de outro, que pode estar ou não no mesmo 
cromossomo. Na epistasia, a dominância manifesta-se entre genes não alelos (Hartl et al., 
2009). Para que isso ocorra, existem dois tipos de genes: 
Gene epistático: Aquele que exerce a ação inibitória. 
Gene hipostático: Aquele que sofre a inibição. 
Classificação da epistasia 
Epistasia dominante 
A epistasia dominante ocorre quando o gene epistático ocorre em forma simples ,neste caso 
apenas um alelo é capaz de causar a inibição. 
Exemplo: Exemplo: Cor de pelagem em cães. 
- Gene A: Determina se a cor da pelagem será expressa ou não. 
- Alelo dominante A: Não permite a expressão da cor (resulta em uma pelagem branca). 
- Alelo recessivo a : Permite a expressão da cor (pelagem colorida). 
- Gene B: Determina a cor da pelagem (preto ou marrom). 
- Alelo dominante B: Pelagem preta. 
- Alelo recessivo b : Pelagem marrom. 
6 
 
 
Se um cão tiver pelo menos um alelo A, a pelagem será branca, independentemente dos alelos 
do gene B. 
Quadro de Punnett para Epistasia Dominante (AABB x aabb): 
 
 AB Ab aB ab 
AB AABB 
Branco 
AABb 
Branco 
AaBB 
Branco 
AaBb 
Branco 
Ab AABb 
Branco 
AAbb 
Branco 
AaBB 
Branco 
Aabb 
Branco 
aB AaBb 
Branco 
AaBb 
Branco 
aaBB 
Preto 
aaBb 
Preto 
Ab AaBb 
Branco 
Aabb 
Branco 
aaBb 
Preto 
Aabb 
Marrom 
Proporção fenotípica: 
Proporção resultante é 12:3:1 
Epistasia recessiva 
A epistasia recessiva ocorre quando dois alelos recessivos em um 
locus mascaram a expressão dos alelos em outros loci (Amabis et 
al., 2006). Exemplo: cor das flores na ervilha-de-cheiro. A 
proporção fenotípica resultante é de 9:3:4. 
Exemplo: Cor das flores na ervilha-de-cheiro (Simplificado) -Gene 
C: Determina a presença de pigmento na flor. 
- Alelo dominante C_: Permite a produção de pigmento (resultando em cor). 
- Alelo recessivo cc: Impede a produção de pigmento (resultando em flores brancas). 
- Gene P-: Determina a cor do pigmento. 
7 
 
- Alelo dominante P_: Pigmento roxo. 
- Alelo recessivo pp: Pigmento vermelho. 
Para que a cor seja expressa, o gene C precisa estar presente na forma dominante. Se um 
indivíduo for cc, a flor será branca, independentemente dos alelos do gene P. 
Quadro de Punnett para Epistasia Recessiva (CcPp x CcPp): 
 
 CP Cp cP Cp 
CP CCPP 
Roxo 
CCPp 
Roxo 
CcPP 
Roxo 
CcPp 
Roxo 
Cp CCPp 
Roxo 
CCpp 
 Vermelho 
CcPp 
Roxo 
Ccpp 
Vermelho 
cP CcPp 
Roxo 
CcPp 
Roxo 
CcPP 
Branca 
ccPp 
Branca 
Cp CcPc Roxo Ccpp 
 Vermelho 
ccPp 
Branco 
 ccpp 
Branco 
Proporção fenotípica 
Proporção resultante é 9:3:4 
Genes supressores (13:3) 
Genes supressores são responsáveis pela prevenção do desenvolvimento de câncer ao regular 
o crescimento e a divisão celular. Eles atuam corrigindo danos no DNA ou induzindo a morte 
de células anormais. A proporção fenotípica de 13:3 é característica de uma interação genética 
específica conhecida como supressão dominante (Hartl et al., 2009). 
Se esses genes estiverem funcionando corretamente, eles podem corrigir danos no DNA, 
induzir a morte de células anormais (apoptose) ou impedir que células com danos genéticos se 
tel:2009
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multipliquem. No entanto, quando esses genes sofrem mutações ou perdem sua função, as 
células podem se dividir de forma descontrolada, o que pode levar à formação de tumores. 
Os genes supressores que podem ser classificados em dois grandes grupos: 
 Supressores de ponto de verificação do ciclo celular: Eles garantem que as células 
só passem para a próxima fase do ciclo celular se todas as condições necessárias forem 
atendidas. Um exemplo é o gene RB1, que regula a transição do ciclo celular da fase 
G1 para a S. 
 Supressores que induzem apoptose: Quando o DNA de uma célula está danificado 
de forma irreparável, esses genes promovem a morte da célula para evitar a 
propagação do dano. O gene TP53, que codifica a proteína p53, é um exemplo 
clássico. A p53 monitora o DNA da célula e, em caso de danos significativos, pode 
desencadear a apoptose. 
A proporção fenotípica de 13:3 é característica de uma interacção genética específicaconhecida como supressão dominante. Nesse caso, um gene supressor (S) pode inibir a 
expressão de outro gene (A), resultando em uma proporção fenotípica de 13 indivíduos com o 
fenótipo suprimido para 3 indivíduos com o fenótipo não suprimido. 
Exemplo: 
Gene A: É o gene que normalmente expressa uma determinada característica. 
- A: Alelo dominante que expressa a característica. 
- a: Alelo recessivo que não expressa a característica. 
- Gene S: É o gene supressor que inibe a expressão do gene A. 
- S: Alelo dominante que suprime a expressão do gene A, mesmo que A esteja presente. 
- s: Alelo recessivo que não suprime a expressão do gene A. 
Suposições 
9 
 
- Quando o alelo S (supressor dominante) está presente, ele suprime a expressão do fenótipo 
associado ao alelo A. 
- Somente os indivíduos com o genótipo aa ou ss expressarão o fenótipo relacionado ao gene 
A. 
 AS As aS as 
AS AASS AASs AaSS AaSs 
As AASb AAss AaSS Aass 
aS AaSS AaSs aaSS aaSs 
as AaSs Aass aaSs aass 
Análise do Quadro 
- AASS, AASs, AaSS, AaSs, AASs, AaSS, AaSs, aaSS, aaSs, AaSs, AaSs, Aass, Aass, AaSs: 
Todos esses genótipos apresentam o alelo S (supressor), o que significa que o fenótipo A será 
suprimido. Portanto, esses indivíduos terão o fenótipo suprimido. 
- Aass: Este genótipo possui o alelo recessivo para o gene supressor (ss) e o alelo dominante 
para o gene A (Aa), portanto, expressará o fenótipo associado ao gene A. 
- aass: Este genótipo é recessivo para ambos os genes, portanto, expressará o fenótipo 
associado ao gene A. 
Proporção Fenotípica 
- 13 indivíduos com o fenótipo suprimido (por causa da presença de S). 
- 3 indivíduos com o fenótipo não suprimido (Aass ou aass). 
 Conclusão 
A proporção fenotípica de 13:3 reflecte a ação de um gene supressor dominante, que inibe a 
expressão de outro gene responsável por uma característica específica. Este exemplo ilustra 
como a interacção entre genes pode alterar as proporções fenotípicas esperadas em uma 
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população, demonstrando a complexidade da herança genética além do modelo mendeliano 
simples. 
Genes cumulativos (9:6:1) 
Genes cumulativos atuam de forma conjunta e aditiva para determinar a expressão de 
características fenotípicas, como altura e cor da pele (Griffiths et al., 2013). Cada gene 
cumulativo tem um pequeno efeito individual, mas quando combinados, seus efeitos se 
somam, resultando em uma variação contínua dessa característica na população. Esses genes 
são responsáveis por características quantitativas, como altura, cor da pele, e peso, onde não 
há categorias distintas, mas uma gradação contínua de expressões fenotípicas. 
As características influenciadas por genes cumulativos não se manifestam de maneira 
dicotómica (ou seja, em duas categorias distintas, como "alto" e "baixo"), mas sim em uma 
faixa contínua de expressões. Isso significa que as variações nas características determinadas 
por esses genes se apresentam em gradientes ou escalas. A altura, por exemplo, varia em uma 
população de maneira contínua, com muitas variações intermediárias, em vez de categorias 
bem definidas. 
A herança quantitativa é o termo que descreve a influência de genes cumulativos. 
Características quantitativas são aquelas que exibem variação contínua e são determinadas por 
múltiplos genes. 
Nos genes cumulativos, cada gene contribui com uma pequena parte para o fenótipo final. 
Esses efeitos são somados, o que significa que quanto mais alelos "activos" ou "positivos" 
uma pessoa tem para esses genes, mais pronunciada será a característica. Por exemplo, na 
determinação da cor da pele, os genes que contribuem para a produção de melanina trabalham 
juntos: quanto mais genes activos, mais escura será a pele. 
Herança da cor da pele na espécie humana 
A cor da pele de humanos segue o padrão da herança quantitativa, em que os alelos de cada 
gene somam seus efeitos. 
11 
 
A cor da pele classifica as pessoas em cinco fenótipos básicos: negro, mulato escuro, mulato 
médio, mulato claro e branco. 
Esses fenótipos são controlados por dois pares de alelos (Aa e Bb). 
Os alelos maiúsculos (AB) condicionam a produção de grande quantidade de melanina. Os 
alelos minúsculos (ab) são menos ativos na produção de melanina. 
Conheça mais sobre os Genes Dominantes e Recessivos. 
Conforme a interação entre esses quatro genes, localizados em cromossomos homólogos 
diferentes, temos os seguintes genótipos e fenótipos: 
 
Genotipo Fenotipo 
AABB Negro 
AABb ou AaBB Mulato escuro 
AAbb, aaBB ou AaBb Mulato médio 
Aabb ou aaBb Mulato claro 
Aabb Branco 
 
Diferença de Herança Mendeliana Simples 
Na herança mendeliana simples, uma característica é determinada por um único gene com 
dois alelos (dominante e recessivo), resultando em apenas duas ou três expressões fenotípicas 
possíveis. Em contraste, a herança cumulativa resulta em uma variação fenotípica contínua e é 
controlada por muitos genes diferentes, cada um com efeitos pequenos e somatórios. 
 
 
 
 
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Conclusão 
As relações não alélicas desempenham um papel significativo na determinação dos fenótipos 
nos organismos. A epistasia, tanto dominante quanto recessiva, demonstra como a expressão 
de um gene pode mascarar ou modificar os efeitos de outro, resultando em padrões 
fenotípicos distintos. Além disso, os genes supressores destacam-se por sua capacidade de 
modificar a expressão fenotípica ao compensar mutações em outros genes. De acordo com 
Hartl e Ruvolo (2009), essas interações genéticas complexas são fundamentais para entender a 
herança de características multifatoriais em organismos. Os genes cumulativos evidenciam 
que características complexas, como altura ou cor da pele, são frequentemente o resultado da 
ação combinada de vários genes. Entender essas interações amplia nossa compreensão sobre a 
complexidade da herança genética e nos ajuda a interpretar padrões fenotípicos observados 
em populações naturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Referências Bibliográficas 
GRIFFITHS et al. Introdução à Genética.10ª Edição . Rio de Janeiro. Editora: Guonnabra 
Koogano. 2013. 
HARTL et al. Genetics: Analysis of Genes and Genemes; 10ª Edição. Canada. Editora: Jones 
& Bartlett Learning. 2009. 
MATHE et al. Genética Básica V-1. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Editora: UNIVERSIDADE 
Aberta do Brasil. 2010. 
SOUZA et al. Genética Geral Para Universitários. 1ª Edição. Recife. Editora: Universitária 
das UFRPE. 201 
AMABIS et al. Biologia das Populacoes:Genetica, Evolucao Biologica e ecologia. 2a edição. 
São Paulo. Editora: Moderna. 2006. 
Valberta Barbosa Porto. Ciências Biológicas:Genetica. 2a edição. Fortaleza-Ceará.Editora: 
Associacao Brasileira das Editoras Universitarias. 2015

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