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Código de Defesa do Consumidor e Relação de Consumo

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Vilma Maria de Lima
Código de Defesa do Consumidor
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Do negócio jurídico (que é o ato jurídico lícito que decorre de uma ou mais vontades, criando, modificando, transferindo o extinguindo direitos) nasce uma obrigação contratual entre as partes.
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Se obrigação contratual é derivada de uma relação de consumo: 
*** Relação de consumo é aquela existente entre o consumidor e o fornecedor na compra e venda de um produto ou na prestação de um serviço.
Roberto Senise Lisboa (1999, p.5) define relação de consumo como “o vínculo jurídico por meio do qual se verifica a aquisição pelo consumidor de um produto ou de um serviço, junto ao fornecedor”.
Assim, e de acordo com CDC (BRASIL, 1990), relação de consumo é a relação jurídica entre toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
A relação será regida pelo código de Defesa do Consumidor!!!
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Art. 2º : Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Artigo 3º: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestação de serviços.
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Devido ao Princípio da vulnerabilidade do consumidor criou-se a atual legislação protetora. Este princípio considera o consumidor a parte mais fraca da relação de consumo, uma vez que o consumidor se submete ao poder de quem dispõe o controle sobre bens de produção para satisfazer suas necessidades de consumo.
Em outras palavras, o consumidor se submete às condições que lhes são impostas no mercado de consumo.
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Dentre as leis de proteção do consumidor temos:
 DO ÔNUS DA PROVA- a regra é: O ÔNUS DA PROVA É DE QUEM ALEGA 
	CDC: A inversão do ônus da prova- o ônus passa a ser do fornecedor e não do consumidor
	Se na demanda restar constatado pelo juiz a verossimilhança das alegações ou a hipossuficiência do consumidor, aquele decidirá pela inversão do ônus da prova em favor do consumidor que ficará dispensado da comprovação do defeito do produto, da ocorrência do dano e do nexo causal entre o produto / serviço (art. 6, VIII, CDC). 
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Ônus da Prova 
	Ementa: * INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - Ação declaratória de nulidade de contrato e inexigibilidade de débito - Autor que foi induzido à erro para contratar curso de informática oferecido pela empresa ré – Ocorrência de dolo da prestadora de serviços, prevalecendo-se da ignorância do consumidor - Inteligência do artigo 39, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor - Inversão do ônus da prova - A ré não se desincumbiu do ônus da prova quanto à existência do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, nos termos do inciso II, do artigo 333 do Código de Processo Civil - Dano moral evidenciado - Quantum indenizatórlo fixado de forma irrisória, devendo ser elevado - Recurso da ré improvido – Recurso adesivo parcialmente provido.
 	(Apelação 7327672300 - Data do julgamento: 17/03/2009, Comarca: São Paulo - Órgão julgador: 18ª Câmara de Direito Privado)
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Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884 , de 11.6.1994)
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
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Do dano moral nas relações de consumo
 O dano moral é aquele que traz como conseqüência ofensa à honra, ao afeto, à liberdade, à profissão, ao respeito, à psique, à saúde, ao nome, ao crédito, ao bem estar e à vida, sem necessidade de ocorrência de prejuízo econômico. É toda e qualquer ofensa ou violação que não venha a ferir os bens patrimoniais, mas aos seus princípios de ordem moral, tais como os que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua pessoa ou à sua família. Sempre que uma pessoa for colocada em uma situação humilhante, vexatória ou degradante, afrontando assim à sua moral, poderá exigir, na Justiça, indenização pelos danos morais causados. Nas relações de consumo atuais há muitas formas de abusos praticados por fornecedores de produtos e serviços e que geram dano moral. 
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Algumas situações que podem ser consideradas dano moral nas relações de consumo:
1- Bancos que Bloqueiam sem autorização judicial ou desconto total ou parcial de proventos (salário, aposentadoria)
2. Dívida paga e nome permanece nos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc) 
3. ACORDO – Paga a primeira parcela o nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc) 
4. Inscrição ou manutenção do nome do devedor nos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc) após 5 anos da dívida. 
5. Cheque – conta conjunta – Só o nome de quem assinou o cheque pode ir para os registros negativos (SPC, SERASA ,etc)
6.Fazer o devedor passar vergonha – Cobranças abusivas
7. Desconto de cheques pós-datados antes da data
 
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Ementa: *Indenização - Dano Moral - Dívida quitada - Manutenção do nome do autor em órgão de proteção ao crédito - Dever de indenizar configurado - Ação julgada procedente – Decisão correta - Ratificação da sentença nos moldes do artigo 252 do
Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça – Recurso improvido.* 
[APEL.N": 990.10.495436-3, COMARCA: SÃO PAULO
APTE. : BANCO CSF S/A, APDO. : CARLOS ALBERTO DO NASCIMENTO, INTERESSADO: SENARC SOLUÇÕES E SERVIÇOS NA CONCESSÃO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO]
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Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
        
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
        II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
        III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
        IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
        V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
        VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
        VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
        VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
        IX - (Vetado);
        X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
      
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Garantia, Vícios e Fatos dos Produtos e Serviços
O consumidor é protegido contra vícios e fatos de consumo (arts. 12, 14, 18 e 20), ou seja, contra produtos e ou serviços que, ou não funcionam como deveriam, ou provocam dano ao consumidor ou a outrem quando de sua utilização.
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DIREITO DE RECLAMAR
Para exercer o direito de reclamar por vícios de produtos e serviços o consumidor deverá fazê-lo em se tratando de vícios aparentes ou de fácil constatação (art. 26 CDC) :
1 - Em até 30 dias se o vício for de produtos não durável; 
2 - Em até 90 dias se o vício for de produtos durável;
INICÍO PRAZO – a partir da entrega efetiva do produto ou término da execução dos serviços.
Em se tratando de vícios ocultos, os prazos acima, contam-se do momento em
que ficar evidenciado o defeito. VER ARTIGO 
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Se o vício não for sanável em 30 dias, pode o consumidor- artigo 26 CDC:
A) requerer a substituição do produto por outro da mesma espécie.
B) a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
C) o abatimento proporcional do preço.
Obs: as partes podem negocias o prazo acima (proibição -7 dias e + de 180 dias)
Obs: O prazo decadencial previsto no art. 26,II, do CDC, somente atinge parte da pretensão autoral, ou seja, aquela estritamente vinculada ao vício apresentado no bem, nada influindo na reparação pelos danos materiais e morais pretendidos
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Prazo 07 dias- DIREITO DE ARREPENDIMENTO
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, 
no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, 
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. 
Parágrafo único: Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato monetariamente atualizados.
É aplicável no Comércio Eletrônico????????????
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PRAZO 5 ANOS:
Art. 27 do CDC- Prescreve em 05 anos a pretensão à reparação pelo danos causados por fato do produto ou serviço.
EX: Acidente de consumo. Artigo 6º CDC
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PRAZO – 5 ANOS -SPC
Art. 43 - O consumidor, sem prejuízo do disposto no Art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1º - Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a 5 (cinco) anos.
§ 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores". 
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Quais os desafios do Direito do Consumidor na era digital ???
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