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RESUMO DO TEXTO – HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA 
A segunda parte do livro aborda a evolução da educação, intitulada "A vida escolástica", explorando como o conceito de infância evoluiu ao longo da história. Ela descreve como as escolas medievais, frequentadas por um pequeno número de clérigos e misturando diferentes idades, gradualmente se transformaram nos tempos modernos. No início, as escolas isolavam as crianças para formação moral e intelectual, empregando uma disciplina autoritária que as separava dos adultos. Essa mudança do século XV ao XVIII não ocorreu sem resistências. A idade dos alunos raramente era mencionada em textos medievais, com foco na matéria ensinada em vez da idade. A escola medieval reunia alunos de todas as idades em uma única sala, sem separação entre crianças e adultos. O texto explora as condições das escolas medievais, suas localizações e a ausência de distinções claras de idade nos currículos. A promiscuidade das idades era comum e não notada na época, refletindo a indiferença geral em relação à idade. Esse padrão de mistura de idades persistiu até o fim do Ancien Régime, demonstrando uma atitude fundamental enraizada na vida ao longo de várias gerações.
Uma Instituição Nova: O Colégio
No século XIII, os colégios eram estabelecimentos de caridade para estudantes carentes, criados por doadores. Os estudantes bolsistas viviam em comunidades com base em estatutos semelhantes a regras monásticas, mas inicialmente não havia ensino nesses colégios. No século XV, essas comunidades evoluíram para instituições de ensino, submetendo uma população mais ampla a uma hierarquia autoritária e proporcionando instrução no local. Gradualmente, os colégios passaram a ministrar ensinamentos em diversas disciplinas, servindo de modelo para as grandes instituições educacionais dos séculos XV a XVII, incluindo os colégios jesuítas, doutrinários e oratorianos.
Essa evolução das instituições educacionais está intrinsecamente ligada à mudança no entendimento das idades e da infância. No início, a sociedade aceitava sem questionar a mistura de idades. Contudo, surgiu uma aversão a essa mistura, inicialmente focada nas crianças mais jovens. Isso se estendeu aos estudantes mais velhos, mesmo aqueles que tinham idade para desempenhar funções adultas fora da escola. Essa separação não era entre crianças e adultos, mas sim entre estudantes e adultos. Essa mudança refletiu a intenção de proteger os estudantes das tentações da vida secular e preservar sua moralidade. Inspirados pelas fundações monásticas dos séculos XIII, os educadores adotaram um estilo de vida semelhante para os estudantes, separando-os da sociedade que continuava a valorizar a mistura de idades, gêneros e posições sociais.
Com o tempo, a finalidade dessa vida intermediária entre a vida secular e monástica evoluiu. Inicialmente, visava a garantir uma vida honesta para jovens clérigos. Posteriormente, ganhou valor intrínseco e se tornou essencial para uma boa educação, mesmo fora do contexto eclesiástico. A ideia de educação era estranha às concepções do início do século XIV, mas em 1452, o Cardeal d'Estouteville já mencionava a "formação dos jovens" e a responsabilidade moral dos mestres. Isso levou à imposição de disciplina rigorosa às crianças nos colégios, mantendo a tradição monástica enquanto se adaptava a um ambiente escolar. Nessa época, especialmente nos séculos XV e XVI, o colégio passou por mudanças significativas, evoluindo de um grupo restrito de clérigos instruídos para um ambiente que acolhia cada vez mais leigos, incluindo nobres, burgueses e famílias de classes populares. Tornou-se uma instituição fundamental na sociedade, caracterizada por um corpo docente separado, disciplina rigorosa e turmas numerosas. O colégio se transformou em uma entidade educacional crucial, onde todas as gerações instruídas do Ancien Régime eram formadas. Era visto como um grupo abrangente de jovens, variando de oito a mais de 15 anos, submetidos a regras distintas das dos adultos, representando uma parte essencial da vida educacional e social da época.
ORIGEM DAS CLASSES ESCOLARES 
O processo de transição da indeterminação medieval para o rigor do conceito moderno, bem como a evolução da classe escolar em uma classe de idade, ocorreu ao longo de várias etapas. Desde o início do século XV, começou a ocorrer uma divisão da população escolar em grupos de mesma capacidade, coordenados por um mestre em um mesmo local. Posteriormente, no século XV, passou-se a designar um professor especial para cada um desses grupos, mantendo-os em um local comum. A separação de classes e professores em salas específicas gerou a estrutura moderna de classe escolar.
Esse processo de diferenciação da população escolar desorganizada do início do século XV foi uma resposta à necessidade de adaptar o ensino ao nível dos alunos, o que contrastava com os métodos medievais de ensino simultâneo e repetitivo, bem como com a pedagogia humanista. A criação das classes escolares indicava uma conscientização da especificidade da infância e da juventude, resultando em subdivisões dentro da população escolar.
No entanto, essa categorização inicial não estava necessariamente baseada na idade, mas sim no grau de conhecimento. Ao longo do tempo, houve uma progressiva associação entre a estrutura das classes e as idades, embora a atenção inicial tenha sido mais voltada para os graus de conhecimento do que para as idades dos alunos. As classes escolares não possuíam a homogeneidade demográfica que caracteriza a estrutura moderna das classes desde o final do século XIX.
Essa mudança gradual refletiu a necessidade de análise e divisão na formação pedagógica, à medida que a consciência moderna surgia. A separação das idades tornou-se uma preocupação prática na organização das classes, refletindo o desejo de evitar misturar mentes e idades muito diferentes. Essa separação foi reconhecida teoricamente após ser implementada na prática, após uma série de tentativas empíricas.
Portanto, a evolução das classes escolares de uma população desorganizada para a estrutura moderna de classe de idade foi influenciada por mudanças nas abordagens pedagógicas e nas necessidades de ensino adaptado ao nível dos alunos, resultando em uma divisão mais consciente e planejada das idades dentro da população escolar.
A IDADE DOS ALUNOS 
O texto aborda o estudo da correspondência entre classes escolares e idades dos alunos ao longo dos séculos XV, XVII e XVIII. Analisa como, no passado, a precocidade de algumas crianças era considerada uma sobrevivência de hábitos escolares medievais, porém, ao longo do tempo, a repugnância pela precocidade levou a uma diferenciação entre a primeira infância (até cerca de 10 anos) e a infância escolástica. A mistura de idades persistiu entre os séculos XVII e XVIII, com crianças de 10 a 25 anos frequentando as mesmas classes. A separação entre a segunda infância e a adolescência só ocorreu no século XIX com a fixação de correspondência mais rigorosa entre idade e classe. A regulamentação das promoções e a adaptação da pedagogia contribuíram para essa separação. Isso levou à formação de classes mais homogêneas em termos de idade, diferente das sociedades populares que mantiveram maior indiferença em relação às idades das crianças.
OS PROGRESSOS DA DISCIPLINA 
O texto explora a evolução da disciplina escolar ao longo dos séculos XV a XVII, com foco na mudança de abordagem em relação à infância e à disciplina. Antes do século XV, os estudantes não estavam sujeitos a uma autoridade disciplinar escolar e geralmente viviam com famílias de acolhimento ou mestres de aprendizado. A partir do fim da Idade Média, houve uma mudança em direção a uma disciplina mais autoritária, com a introdução de um sistema de vigilância constante, delação como princípio de governo e aplicação de castigos corporais.
A disciplina anteriormente era mantida por associações corporativas e camaradagem, mas essa abordagem foi gradualmente substituída por uma disciplina humilhante e hierárquica,principalmente através dos colégios. Isso refletiu uma nova ideia de infância como uma fase de fraqueza que necessitava de disciplina e educação moral. O sistema disciplinar tornou-se mais rigoroso e os mestres assumiram uma responsabilidade maior pela formação dos alunos não apenas em conhecimento, mas também em virtudes.
A evolução da disciplina incluiu a introdução de castigos corporais como chicotes, que se generalizaram ao longo dos séculos XV e XVI. No entanto, essa prática passou a ser questionada e, eventualmente, houve uma repugnância crescente em relação ao castigo corporal como forma de disciplina, especialmente para alunos mais velhos. A ideia de que a infância não era uma idade servil e não merecia ser humilhada ganhou força, e a abordagem disciplinar começou a mudar para refletir essa nova percepção.
Essas mudanças na disciplina escolar e na percepção da infância contribuíram para a redefinição das relações entre estudantes e mestres, bem como para a organização dos sistemas educacionais da época. O texto discute uma mudança nas práticas escolares, onde as práticas de delação foram abandonadas e métodos diferentes foram adotados, como nas escolas de Port-Royal e no colégio de Sainte-Barbe por volta de 1700. Nesse colégio, castigos corporais e princípios medievais foram substituídos, e até os alunos tiveram representação nas decisões disciplinares. Essa nova abordagem refletiu uma mudança na percepção da infância, onde a criança não era mais vista como fraca e necessitando de humilhação, mas sim como alguém preparado para a vida adulta com responsabilidade e dignidade. Isso levou a uma concepção diferente de educação que prevaleceria no século XIX. O texto também explora a especialização demográfica e social das escolas nos séculos XVII e XVIII, separando crianças por idade e classes sociais, possivelmente como resultado da tendência geral ao enclausuramento e à busca por clareza nas ideias, influenciando as sociedades igualitárias modernas.
AS “PEQUENAS ESCOLAS” 
O capítulo aborda dois fenômenos históricos. Primeiro, no século XVII, houve uma especialização demográfica nas idades de 5-7 a 10-11 anos, tanto em pequenas escolas como nas classes mais baixas de colégios. Em seguida, no século XVIII, ocorreu uma especialização social em dois tipos de ensino: um para o povo e outro para as classes burguesas e aristocráticas. Isso resultou na separação das crianças mais jovens das mais velhas e dos ricos dos pobres. O autor sugere que há uma relação entre esses dois fenômenos, visto que ambos refletem a tendência ao enclausuramento, levando à distinção do que estava confuso e à separação do que estava misturado. Essa tendência se alinha com a revolução cartesiana das ideias claras e contribuiu para a formação das sociedades igualitárias modernas, substituindo as antigas hierarquias por uma compartimentação geográfica rigorosa.
A RUDEZA DA INFÂNCIA ESCOLAR 
O texto discute a transformação das práticas escolares ao longo dos séculos XVI e XVII, e como isso afetou a percepção da infância. Inicialmente, estudantes eram vistos como parte do mundo picaresco e eram associados a adultos boêmios. Educadores pressionaram pela separação entre estudantes e adultos, promovendo a ideia de crianças bem educadas, o que não existia no século XVI. Essa noção surgiu do esforço de pensadores e moralistas ligados à igreja e ao governo, visando proteger as crianças das influências negativas. Na França, isso resultou no "pequeno-burguês"; na Inglaterra, no "gentleman". Os hábitos das classes dirigentes do século XIX se originaram como hábitos infantis e se tornaram padrão social. A agitação associada aos estudantes medievais foi abandonada, primeiro por crianças e depois pelas classes populares. Atualmente, essa turbulência é vista nos jovens levianos, herdeiros dos vagabundos e mendigos dos séculos passados.
CONCLUSÃO 
O texto discute o desenvolvimento histórico do conceito de infância e sua relação com a educação escolar. Inicialmente, havia dois sentimentos distintos na infância: a "paparicação", associada à ideia de uma infância breve e ao cuidado com a inocência e fraqueza da criança. Por muito tempo, essa preocupação com a infância foi limitada a uma minoria de legistas e moralistas. A escola medieval não era destinada a crianças, mas sim a clérigos jovens ou adultos.
A introdução da escola como uma etapa intermediária entre a infância e a idade adulta foi um marco, prolongando a infância além dos primeiros anos. No entanto, a escola não era necessariamente voltada para a educação infantil, e sua estrutura permaneceu indiferente à distribuição de idades por um tempo. Foi somente através das influências de reformadores, como jesuítas e oratorianos, que surgiu o sentido de particularidade infantil e a adaptação do método de ensino à psicologia infantil.
A escolarização não era universal, especialmente entre a nobreza, e a precocidade era comum, tanto no meio militar como entre as mulheres. No século XVII, as mulheres se casavam jovens, e a educação era estendida a toda a vida, sem priorizar a infância. No entanto, ao longo do tempo, a escola se consolidou como uma instituição especialmente reservada às crianças, e a infância foi cada vez mais reconhecida como uma fase distinta da vida. 
O texto explora a evolução do papel da escola na educação de meninas e meninos ao longo dos séculos XV a XVIII. Destaca a prática de treinar meninas desde cedo para se comportarem como adultas, enfocando a aprendizagem doméstica e o desenvolvimento de habilidades maternais.
Nesse contexto, as meninas eram geralmente excluídas da educação formal. A educação das mulheres era negligenciada, e a alfabetização era rara entre elas. No entanto, avanços ocorreram com a criação de instituições como o Saint-Cyr de Mme de Maintenon, que proporcionavam uma educação mais abrangente e moderna para as meninas, embora ainda com atraso em comparação aos meninos.
A disciplina escolar foi gradualmente introduzida nas instituições educacionais, especialmente nos colégios, estendendo-se a pensões particulares onde os alunos residiam. Essa disciplina visava não apenas ao controle, mas também ao aperfeiçoamento moral e espiritual. A introdução da disciplina modernizou os colégios, aproximando-os das escolas secundárias contemporâneas. Além disso, a disciplina escolar influenciou as famílias a respeitarem o ciclo escolar completo, levando a uma escolaridade mais longa e uma prolongação da infância até quase toda a duração do ciclo escolar.
Em resumo, o texto aborda a transformação da educação e da infância ao longo dos séculos, destacando o desenvolvimento da disciplina escolar e a mudança na forma como meninas eram educadas, culminando na extensão do período de infância devido à escolarização mais longa e disciplinada.
O texto descreve a divisão da população em termos educacionais e sociais, destacando como no passado havia uma separação entre aqueles que frequentavam escolas e aqueles que entravam cedo na vida adulta. Essa divisão não era estritamente baseada nas condições sociais, pois nobres, artesãos e camponeses podiam ser encontrados em ambos os grupos. O sistema educacional francês era originalmente unificado, mas no século XVIII passou a ser dividido em educação secundária para a classe burguesa e escolas primárias para o povo. A especialização da educação longa estava ligada a requisitos técnicos e à necessidade de comprometimento total, levando à exclusão de certos grupos. O texto também aborda a influência de indivíduos esclarecidos do Iluminismo na divisão educacional e na concepção da infância, que impactaram a sociedade de maneiras complexas.
O texto sugere a possibilidade de uma regressão na primeira metade do século XIX devido à demanda por mão-de-obra infantil na indústria têxtil, que levou ao trabalho precoce das crianças. Isso resultou em uma diferença marcante entre a criança burguesa e a criança da classe trabalhadora em termos de tratamento educacional e transição para a idade adulta. O autor aponta para um sincronismonotável entre a classe de idade e a classe social, ambas emergindo ao mesmo tempo no final do século XVIII, principalmente entre a burguesia.

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