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1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 Eliane Aparecida da Silva Hector Arruda RESUMO Gestão da Qualidade representa um conjunto de técnicas de gerenciamento usadas para analisar, medir, encontrar problemas e achar soluções que interfere no desempenho e no resultado das empresas. ISO 900:2015: “GESTÃO - que diz respeito a qualidade; objetivo é buscar por contínuas melhorias do processo produtivo, afim de atender as necessidades e expectativas dos clientes”. ISO 900:2015: “QUALIDADE – grau em que um conjunto de características inerentes de um objetivo satisfaz requisitos. Esta diretamente relacionado com a satisfação do cliente.” ANALISE DE FERRAMENTAS DA QUALIDADE 2 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 1. INTRODUÇÃO Diante do crescimento e concorrência do mercado, a competitividade se torna o um grande desafio para as empresas, exigindo delas fabricação de produtos de extrema qualidade, que garantam a satisfação total do cliente. Outro desafio é reduzir os custos com matéria prima, mão de obra e tempo de processo de produção. As ferramentas da qualidade desempenham papel importante de atuação nessas e outras questões que envolvem todo o processo de produção. Diante da grande demanda de produtos x qualidade, as empresas estão aderindo a implantação de sistemas de gestão da qualidade para garantir que o produto final esteja apto a concorrer com as demais organizações. A gestão da qualidade é representada por um conjunto de técnicas de gerenciamento usadas para analisar, medir, encontrar problemas e achar soluções que interferem no desempenho e no resultado das empresas. As ferramentas da gestão da qualidade envolvem todos os níveis hierárquicos da organização, proporcionando aumento de produtividade, diminuição de desperdícios, padronização de documentos e processos, melhora a organização dos ambientes por meio de otimização de processos e definição de responsabilidades dos envolvidos. Os padrões estabelecidos permitem uma melhoria contínua do processo, controle total do processo obtendo um padrão de excelência, melhor aproveitamento de recursos materiais e mão de obra. A rápida otimização das etapas do processo, permite a identificação de problemas evitando o retrabalho. A aplicação dessas ferramentas impacta diretamente no aumento financeiro significativo, o que auxiliar num planejamento consistente do fluxo de caixa e melhor controle das despesas e da lucratividade, proporcionando ainda garantia da qualidade, satisfação e confiança do consumidor final, fortalecendo a imagem da organização. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A ferramenta da qualidade utilizada na empresa analisada é o Kaizen - O Kaizen, foi resgato pelos japoneses pós guerra nos anos 50, no intuito de garantir o melhor custo/benefício aos sistemas produtivos, e para renovar sua indústria criaram o Kaizen que significa aprimoramento contínuo. É uma ferramenta simples e de fácil aplicação que auxilia os gestores a otimizar seus processos de produção e alcançar os objetivos da empresa. Porém, não é uma ferramenta utilizada apenas pelos gestores. Toda a organização e todos os níveis de produção são envolvidos e podem participar com suas ideias. O importante é conscientizar todos de que é preciso sempre buscar por melhorias, alcançar todos os objetivos da empresa, garantir a satisfação do cliente com produtos ou serviços de qualidade. Uma pesquisa bibliográfica inicial foi desenvolvida a fim de obter um maior conhecimento sobre as ferramentas da qualidade. Além disso, uma pesquisa de campo trouxe exemplos da utilização da ferramenta, seus resultados e aplicações em uma empresa específica. A empresa estudada é uma de médio porte que atua no ramo de fabricação de bicicletas. Sua sede principal está na cidade de Sarandí-Pr, seus produtos/serviços são considerados boa qualidade, certificada pela ISSO 9001:2015, atua com sistema de gestão da qualidade, porém ainda com um alto índice de devoluções por falhas no processo. A empresa foco do estudo está 3 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 sempre buscando melhores resultados e utiliza a ferramenta Kaizen, Diagrama de Ishikawa em sua rotina de trabalho. 3. FERRAMENTAS PARA INCREMENTAR A QUALIDADE As ferramentas da gestão da qualidade envolvem todos os níveis hierárquicos da empresa, proporcionam aumento da produtividade, diminuição de desperdícios, padronização de documentos e processos. Melhora a organização dos ambientes por meio da otimização de processos e definição de responsabilidades dos envolvidos, sendo hoje uma das principais estratégias competitivas nas empresas e em diversos setores. A qualidade está ligada à produtividade, a melhoria de resultados e ao aumento de lucros, através da redução de custo e do desperdício. Quando se trabalha a Qualidade nas empresas deve-se ter o envolvimento de todos para que atendam às expectativas e necessidades dos clientes, com preços bons, no prazo desejado e obtendo lucro e satisfação tanto da empresa quanto dos clientes. A Qualidade utiliza ferramentas para o controle, identificação e resolução dos problemas. Algumas delas são ferramentas estatísticas e os empregados de empresas que as utilizam recebem treinamentos para usarem essas ferramentas no seu dia-a-dia. Abaixo estão apresentadas algumas ferramentas que são utilizadas na análise da Qualidade nas empresas. a) FLUXOGRAMA Gráfico dos procedimentos e processos que representa a sequência das etapas de um processo. Usado para documentar um processo através de símbolos geométricos que indicam materiais, serviços, recursos e etapas envolvidos. É usado na padronização da representação dos métodos; Mais rapidez na descrição desses métodos; Facilidade na leitura e entendimento de um processo; Melhoria na análise das etapas e do processo como um todo; Facilitação de localização e identificação dos pontos de maior relevância nos processos e nos métodos expresso de forma sequencial; Gráfica simples, objetiva e direta. 4 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 b) DIAGRAMA DE ISHIKAWA (CAUSA-EFEITO) Utilizado para identificar, classificar, organizar, documentar e exibir graficamente as causas de um determinado problema de maneira hierarquizada, para que a identificação das causas deste seja concreta. O diagrama prevê que há um número limitado e específico de causas primárias, secundárias, terciárias e assim sucessivamente para um problema. Normalmente estrutura hierarquicamente as causas de um problema auxiliando na organização de todas as causas potenciais ou reais que resultam num único problema. Essas causas são agrupadas em 6 categorias, conhecidos com 6M – “máquinas, materiais, mão de obra, meio ambiente. Métodos e medidas””. O ideal é que seja elaborado em equipe uma vez que colaboradores podem ter perspectivas diferente sobre as causas. Quando preenchido, o digrama permite um alto nível de compreensão do processo analisado. 5 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 c) FOLHAS DE VERIFICAÇÃO: Formulários preenchidos de forma rápida (check-list), fácil, concisa na forma de tabelas, planilhas, quadros estruturados, usados para facilitar a coleta de dados. É a ferramenta maisutilizada das 7, fácil aplicação e intuitiva. É utilizado para padronizar e uniformizar a execução e a verificação dos processos. O intuito da verificação é apresentar uma percepção rápida da realidade e possibilitar a interpretação desta, por isso sua aplicação é diversa, ou seja, pode ser utilizada em projetos de natureza diferentes. 6 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 d) DIAGRAMA DE PARETO O conceito de Diagrama de Pareto está intrinsecamente relacionado com a Lei de Pareto, também conhecida como princípio 80-20, ou lei 20/80 - Diagrama de Pareto 80-20. De acordo com esta lei, 80% das consequências decorrem de 20% das causas. Esta lei foi proposta por Joseph M. Juran, famoso consultor de negócios, que deu esse nome como homenagem ao economista italiano Vilfredo Pareto. Durante as suas pesquisas, Pareto descobriu que 80% da riqueza estava nas mãos de apenas 20% da população. Através desta lei é possível afirmar que: 20% dos clientes são responsáveis por mais de 80% dos lucros de uma determinada empresa, mais de 80% das descobertas no mundo científico resultam de 20% dos cientistas. Um dos objetivos centrais de um programa de qualidade é reduzir perdas provocadas por itens defeituosos que não atendem às especificações. Existem muitos tipos de defeitos que fazem com que um produto não atenda às especificações. Concentrar esforços no sentido de eliminar todos os tipos de defeitos não é uma política eficaz. Devemos focar nos tipos de defeitos que são responsáveis pela maioria das rejeições, sendo mais eficaz atacar as causas desses poucos defeitos mais importantes, daí a necessidade de utilizarmos o gráfico de Pareto. 7 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 e) HISTOGRAMA Um histograma consiste em um gráfico de barras que demonstra uma distribuição de frequências, onde a base de cada uma das barras representa uma classe, e a altura a quantidade ou frequência absoluta com que o valor da classe ocorre. Ao mesmo tempo, pode ser utilizado como um indicador de dispersão de processos. Tem como objetivo ilustrar como uma determinada amostra de dados ou população está distribuída, dispondo as informações de modo a facilitar a visualização da distribuição dos dados. Ao mesmo tempo, ressalta a localização do valor central e da distribuição dos dados em torno deste valor central. Possui dois eixos com funções diferentes, onde o eixo horizontal é dividido em pequenos intervalos, demonstrando valores assumidos pela variável de interesse. Já o eixo vertical é proporcional à frequência de observações da amostra onde os valores pertencem aquela classe ou intervalo. 8 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 f) DIAGNÓSTICO DE DISPERSÃO O Diagrama de Dispersão (também conhecido como Gráfico de Dispersão, Gráfico de correlação ou Gráfico XY), é uma representação gráfica da possível relação entre duas variáveis e, dessa forma, mostra de forma gráfica os pares de dados numéricos e sua relação. Geralmente, a relação vem de uma variável que é independente e outra variável que é dependente da primeira, ou seja, a variável independente é a causa que provoca o efeito e a dependente é o efeito (a consequência gerada pela causa). Portanto, se formos analisar a relação entre a temperatura ambiente com a quantidade de sorvetes vendidos, em um diagrama de dispersão, veremos que quanto mais alta a temperatura mais sorvetes são vendidos. Neste caso, a variável independente é a temperatura e a dependente é a quantidade de sorvetes vendida. RELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS • Você também pode utilizar o Diagrama de Dispersão para validar se determinada variável independente analisada tem impacto real em determinada variável dependente. Essa relação entre as variáveis é chamada de correlação, e existem três tipos: positiva, negativa e nula. • • Correlação positiva: quando há uma aglomeração dos pontos em tendência crescente, significa que conforme uma variável aumenta, a outra variável também aumenta. Por exemplo, no caso da relação entre temperatura e número de sorvetes vendidos, temos uma relação positiva. • • Correlação negativa: quando os pontos se concentram em uma linha que decresce, significa que conforme uma variável aumenta, a outra variável diminui, ou seja, quanto maior for a ocorrência de um dos dados, menor será a ocorrência do outro dado. Por exemplo, se correlacionarmos a taxa de natalidade com a riqueza de um país, veremos que quanto mais rico um país, menor é a taxa de natalidade. • • Correlação nula: quando há uma grande dispersão entre os pontos ou eles não seguem tendência positiva nem negativa, significa que não há nenhuma correlação aparente entre as variáveis. 9 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 A DISPERSÃO DOS PONTOS MOSTRA QUAL A INTENSIDADE DA RELAÇÃO: FORTE OU FRACA. g) CONTROLE ESTATÍSTICO - CEP O Controle Estatístico de Processo (CEP) tem como objetivo monitorar um produto ou serviço durante seu processo de produção, pois caso apresente problemas, seu procedimento será interrompido para que as falhas sejam sanadas e o mesmo retorne a sua condição normal. CAUSAS DE VARIAÇÃO NOS PROCESSOS PRODUTIVOS Podemos classificar as causas de variação no processo em dois grupos: as causas de variação comuns (não assinaláveis) e as especiais (assinaláveis). Causas de variação comuns: são consideradas aleatórias e inevitáveis e quando o processo apresenta somente causas de variação comuns, as variáveis do processo seguem uma distribuição normal. Por exemplo, o peso do arroz ensacado por uma distribuidora de produtos alimentícios seguirá uma distribuição normal caso o processo apresente somente causas comuns de variação, que estejam dentro dos limites de controle. Causas de variação especiais: ocorrem por motivos claramente identificáveis e que podem ser eliminados. As causas especiais alteram o parâmetro do processo, média e desvio padrão, pois estão fora dos limites de controle. Variáveis significa tudo aquilo que pode ser medido por instrumento de medição, como por exemplo, peso, altura, diâmetro, comprimento, largura, velocidade, tempo etc. Para o controle das variáveis do processo partimos da hipótese de que a variável a ser controlada segue uma distribuição normal. Portanto, deve-se controlar a média e o desvio padrão da 10 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 distribuição, que se não tiverem variação ao longo do tempo caracterizam o que chamamos de processo sobre controle. Portanto, um processo sobre controle é aquele onde as variáveis não apresentam variação de média ou de desvio padrão ao longo do tempo. O controle das variáveis é realizado através de um instrumento denominado gráfico de controle, que é um diagrama que apresenta um limite superior denominado LSC (limite superior de controle) e um limite inferior denominado LIC (limite inferior de controle), além de uma linha de centro denominada LM (linha média). FASES DO PROCESSO Voltando ao exemplo do ensacamento do arroz, vamos atribuir um peso normal de 5kg (LM), 4,90kg para o limite inferior de controle (LIC) e 5,10 para o limite superior de controle (LSC), gerados através de 4 amostras, conforme apresentadono gráfico abaixo. 11 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 h) CICLO PDCA O PDCA é uma ferramenta da qualidade utilizada no controle de processos, que tem como foco a solução de problemas. Sua aplicação consiste em quatro fases: P (plan: planejar): seleção de um processo, atividade ou máquina que necessite de melhoria e elaboração de medidas claras e executáveis, sempre voltadas para obtenção dos resultados esperados; D (do: fazer): implementação do plano elaborado e acompanhamento de seu progresso; C (check: verificar): análise dos resultados obtidos com a execução do plano e, se necessário, reavaliação do plano; A (act: agir): caso tenha obtido sucesso, o novo processo é documentado e se transforma em um novo padrão. Sempre que um problema é identificado e solucionado, o sistema produtivo passa para um patamar superior de qualidade, pois os problemas são, na verdade, oportunidades para melhorar os processos. Assim, o ciclo PDCA também pode ser usado para induzir melhorias ou seja, melhorar as diretrizes de controle. Neste caso, na etapa inicial, planeja-se uma meta a ser alcançada e um plano de ação para atingi- la. A ação é executada segundo a nova diretriz e é feita a verificação da efetividade, ou seja, se a meta foi alcançada. Se os objetivos foram alcançados, esta nova sistemática de ação é padronizada; em caso de não atendimento da meta, volta-se a etapa inicial e um novo método deve ser planejado, um novo plano de ação deve ser elaborado. O PDCA é uma das ferramentas mais consagradas do mundo para resolução de problemas, seu escopo de utilização é tão amplo que até mesmo a ISO 9001:2015 recomenda a utilização da metodologia. Segunda a norma, pode-se aplicar o ciclo PDCA em qualquer processo do SGQ. É possível, por exemplo, organizar a tratativa de não conformidades tendo como base um ciclo PDCA, tornando o processo muito mais eficiente. https://neilpatel.com/br/blog/pdca/?utm_source=blogdaqualidade&utm_medium=o-que-e-pdca https://blogdaqualidade.com.br/melhoria-continua/ https://blogdaqualidade.com.br/melhoria-continua/ https://blogdaqualidade.com.br/iso-9001-2015/ 12 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 i) 5 SENSOS O 5S surgiu no Japão em meados de 1950, após a Segunda Guerra Mundial, com o propósito de ajudar as empresas do país a se recuperarem e se reorganizarem durante a crise pós-guerra. Há controversas sobre quem foi o criador da técnica, algumas referências mencionam que ela foi desenvolvida por Hiroyuki Hirano, entretanto a maioria dos estudos apontam que o 5S surgiu das idealizações de Kaoru Ishikawa. Devido aos resultados promissores da técnica, o 5S foi disseminado em vários países ao redor do mundo. Aqui no Brasil, sua prática iniciou-se por volta do início dos anos 90. Hoje, o 5S é considerado a base para a implantação da Qualidade Total (estratégia administrativa que objetiva gerar a consciência da qualidade em todos os processos de uma organização). O termo 5S é o acrônimo de 5 palavras japonesas que são conhecidas como sensos. Senso vem do latim “sensu” que significa discernimento, ato de raciocinar, atenção. Dessa forma, para o 5S, senso é a capacidade de discernir e manter a atenção sobre determinados pontos dentro da organização. Cada um desses sensos possui um objetivo e trata de algum problema ou desafio. Nesse sentido, o 5S aborda os seguintes sensos: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. 13 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 Um dos objetivos do programa 5s segundo Silva (1994) é satisfazer a organização como um todo, juntando clientes, funcionários e a sociedade onde está inserida. Este programa ajuda a organizar e estabelecer novos projetos de melhoria contínua, permitindo com que a empresa melhore seu desenvolvimento e reduza os desperdícios. Para implantação deste programa a organização e os empregados devem se adequar às mudanças que irão ser instituídas para que o instrumento traga crescimento pessoal e um ótimo desenvolvimento para a empresa. QUANDO APLICAR O 5 SENSOS Um ambiente de trabalho bagunçado e desorganizado compromete as entregas e produtividade dos colaboradores, além de ser um fator desmotivador para as equipes, pois pode acontecer, por exemplo, de os colaboradores chegarem para trabalhar e mal saberem onde estão suas ferramentas de trabalho, perdidas no meio de um caos desarrumado. Dessa forma, os colaboradores mal sabem por onde começar suas tarefas. O principal objetivo do 5S é melhorar a vida no trabalho, eliminando o desperdício, esforços excessivos, problemas com higiene, limpeza e produtividade baixa; com isso, o local de trabalho se torna um ambiente propício para a produtividade. Além disso, em cenários onde criatividade, discussão e geração de conhecimento são essenciais, a implantação do 5S beneficia a construção de ideias pois ajuda os colaboradores a se concentrarem no que é vital ao invés de se preocuparem com buscar ferramentas ou instrumentos de trabalho, por exemplo. VANTAGENS DO 5 SENSOS Redução de custos: a falta de organização leva ao desperdício e ao acúmulo, consequentemente, com o 5S, a matéria-prima ou serviço serão melhor aproveitados. Além disso, o 5S possibilita um melhor gerenciamento de tempo e do espaço físico utilizado pelos colaboradores; Melhoria na qualidade de produtos e serviços: um ambiente limpo e organizado induz à inovação incentivando práticas de melhoria além de estimular entregas de qualidade e a realização de um trabalho bem-feito; Motivação dos colaboradores: a motivação é o combustível que move uma organização, um ambiente de trabalho com um clima organizacional agradável é fundamental para manter os colaboradores engajados e mais satisfeitos com o trabalho; Segurança: a desorganização é uma das principais causas de acidentes de trabalho, a aplicação do 5S reduz probabilidade de ocorrências de acidentes, tornando o local mais seguro. ASPECTOS A CONSIDERAR PARA IMPLANTAÇÃO Implantar o 5S em uma organização não é uma tarefa tão simples quanto parece. A sua adoção envolve a mudança de pensamento e comportamento por parte de todos, o que exige foco e determinação. Porém, de forma prática, pode-se dizer que a implantação do 5S pode ser dividida em duas etapas. 14 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 Antes de iniciar a execução do processo de implantação do 5S, é interessante dividi-lo. A divisão da implantação pode ser por áreas ou setores da organização por exemplo; o que pode ajudar muito no processo, pois olhando para um cenário mais afunilado é possível realizar uma análise melhor, bem como identificar quais são as áreas ou setores mais críticos ou em quais áreas ou setores a implantação seria mais fácil. PRIMEIRA FASE A primeira etapa consiste em aplicar os 3 primeiros sensos, exatamente nessa ordem: Senso de Utilização -> Senso de Organização -> Senso de Limpeza. É muito importante trabalhar a implantação em ordem porque sem primeiramente descartar o que inútil ou supérfluo (utilização), comete-se o erro de organizar itens ou instrumentos inúteis para o trabalho e tornando a organização ineficiente (organização); e sem que as coisas estejam nos seus lugares apropriados, a limpeza e higiene se torna mais difícil, podendo ser até ineficaz em alguns casos (limpeza). A seguir são descritas algumas práticas paraa implantação de cada um dos sensos. Seiri (Senso de Utilização) Uma prática interessante na implantação do Seiri (Senso de Utilização) é fazer uso de checklists com perguntas como: “Você usa este equipamento/ferramenta? Se sim, para que? Você precisa dessas duas ferramentas iguais? Se sim, por quê?” Questionamentos como esses trarão clareza para identificar tudo que é necessário ou não e se há algo supérfluo no local. É claro que as perguntas do checklist devem ser adaptadas ao cenário atual da organização. 15 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 Seiton (Senso de Organização) O segredo da implantação do Seiton (Senso de Organização) é categorizar. Categorizando informações, equipamentos, ferramentas é possível organizar tudo de maneira mais fácil e intuitiva, de acordo com a necessidade de quem executa determinado processo na organização. Seiso (Senso de Limpeza) O Seiso (Senso de Limpeza) deve ser trabalhado arduamente. Não adianta contratar uma equipe terceirada de limpeza (ou até mobilizar o setor de limpeza interno) para colocar a “casa em ordem”, mas os colaboradores, na sua rotina de trabalho, não se preocuparem em colaborar com a limpeza do local. Muitas empresas organizam datas específicas para realizar faxinas maiores, conhecidas como o “Dia D”. É claro que datas como essas são importantes para trabalhar com a faxina, porém não serão eficazes se a cultura de higiene não for disseminada. Vale destacar que em algumas organizações, principalmente as alimentícias e voltadas à saúde, a higiene é algo fundamental para a execução dos processos e o atendimento dos padrões de exigidos SEGUNDA FASE Depois, com os 3 primeiros sensos implantados, a segunda etapa deve ser iniciada, elevando o nível da implantação. Assim, o próximo passo seria a implantação do Senso de Padronização, padronizando e documentando o que foi feito nos 3Ss da etapa anterior. Em seguida, deve-se implantar o Senso de Disciplina para que tudo que foi feito até então perdure na organização. Seiketsu (Senso de Padronização) A implantação do Seiketsu (Senso de Padronização) tem como principal atividade a padronização e documentação do que foi definido. Entretanto, muita atenção deve ser dada à aplicação desse senso: não se deve sair documentando tudo, apenas o necessário. Não vai adiantar dezenas de processos, procedimentos e checklists complexos sem que ninguém os leia. A forma de documentar requer atenção: diagramas e ilustrações intuitivas podem ser utilizadas para facilitar a compreensão da informação. É importante também deixar a informação disponível nos locais mais propícios para a sua utilização. Um outro alerta nesse senso é não tentar padronizar ações que não deram certo ou que não se aderem a forma de trabalho dos colaboradores, isso pode provocar um resultado contrário ao objetivo do senso. Shitsuke (Senso de Disciplina) Por fim, Shitsuke (Senso de Disciplina) acontece quando a cultura do 5S é vivida na organização. Um erro muito comum na aplicação desse senso é achar que ele acontece sozinho. Atividades de retroalimentação da consciência e cultura são cruciais para manter a disciplina ativa. É importante destacar que este é o senso mais importante, pois não adianta ter os 4 outros 16 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 sensos implantados se não houver disciplina para mantê-los em funcionamento. Os padrões e procedimentos devem ser trabalhados a fim de serem transformados em hábitos, para que assim a disciplina seja incorporada no dia a dia da organização. É importante destacar que apesar de haver um senso específico para a disciplina, ela deve ser construída durante toda a implantação do 5S, para que as práticas se transformem gradativamente em cultura dentro da organização. Uma consciência desenvolvida e comprometimento são as chaves para o sucesso do 5S. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO 17 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 J) KAISEN A palavra Kaizen, de origem japonesa, se divide em duas partes: Kai, que significa mudar, e; Zen, que significa melhor. Assim, em tradução literal, podemos dizer que a palavra significa “Mudar para melhor”. Com o tempo, a palavra acabou sendo traduzida para um termo bastante conhecido por nós: “Melhoria contínua”. Assim, para Masaaki, o Kaizen é uma filosofia que busca provocar melhorias diárias, envolvendo todos os colaboradores da empresa e em todas as áreas existentes. Segundo IMAI,1994,p.03, o Kaizen é uma ferramenta simples e direta que significa melhoramento contínuo, envolvendo todos, inclusive gerentes e operários. A filosofia do Kaizen afirma o nosso modo de vida tanto em caso como trabalho como na sociedade merece ser constantemente melhorado. OBJETIVOS DA METODOLOGIA O Kaizen, em sua essência, propõe uma mudança de mentalidade e comportamento em todos os níveis, desde o pessoal até o profissional. Dessa forma, está centrado nas pessoas, uma vez que são elas quem executam as ações da organização. Puxando o assunto mais para lado empresarial, os principais objetivos da metodologia são: aumentar a produtividade; eliminar os desperdícios de recursos; reduzir o setup da produção; reduzir os estoques; envolver todas as pessoas na melhoria dos processos; incentivar a gestão à vista. É importante frisar que o Kaizen não pode ser encarado como um projeto (que tem começo, meio e fim). Isso porque ele deve ser uma prática de rotina, despertando nas pessoas o hábito diário de buscar melhorias para os processos. Esse é o coração de toda a metodologia. Entretanto, podem ocorrer casos em que o Kaizen seja aplicado a situações específicas. Seja para orientar um projeto ou para promover uma melhoria específica (de grande porte) na empresa. A esse tipo de ações não rotineiras, mas executadas visando seguir os conceitos da metodologia, é dado o nome de Evento Kaizen. Dessa forma, esse tipo de Evento seria uma situação formal em que um projeto ou melhoria específicos são pensados e executados de acordo com a filosofia. “KAIZEN significa melhoria. Além disso, significa melhoria contínua na vida pessoal, vida doméstica, vida social e vida profissional. Quando aplicada ao local de trabalho, KAIZEN significa melhoria contínua envolvendo todos” (Masaaki Imai). https://blogdaqualidade.com.br/metodo-do-caminho-critico/ https://blogdaqualidade.com.br/metodo-do-caminho-critico/ https://blogdaqualidade.com.br/porque-abandonar-a-melhoria-continua/ 18 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 LIGAÇÃO COM FERRAMENTAS DA QUALIDADE Por se tratar de uma metodologia que busca reduzir desperdícios, o Kaizen está muito associado ao Lean Manufacturing, outra filosofia que visa a produção enxuta e otimizada. Além disso, há forte incidência da utilização do 5S, metodologia que incentiva empresas a manter o local de trabalho limpo e bem organizado. Assim como no Kaizen, o 5S também tem como objetivo central o aumento da produtividade e a redução de desperdício. Outro conceito bastante utilizado pela filosofia Kaizen é o Just in time. Pois essa técnica visa reduzir os estoques fazendo com que a compras de matérias primas sejam feitas o mais próximo possível de sua utilização. KAIZEN: ALCANÇAR MAIS RESULTADOS UTILIZANDO MENOS RECURSOS O Kaizen ajudou a fazer um país destruído pela guerra se tornar uma das maioresindústrias do planeta. E isso se deve muito a mentalidade de que não são necessários altos investimentos para promover melhorias significativas. De que é possível implantar pequenas melhorias diárias e, dessa forma, trazer grandes resultados a longo prazo. Hoje, mais que nunca, é preciso otimizar processos e melhorar nossas empresas rumos à excelência. Nesse cenário, o Kaizen, então, pode ser uma forma de organizar as coisas e criar uma nova cultura na empresa. Uma cultura de melhoria e crescimento que deixe para trás velhos hábitos burocráticos, colocando as pessoas em um estado constante de melhoria. Assim, é claro, alcançando mais resultados para as empresas. https://blogdaqualidade.com.br/lean-manufacturing-producao-enxuta/ https://ferramentasdaqualidade.org/5s/?utm_source=blogdaqualidade&utm_medium=kaizen https://blogdaqualidade.com.br/sistema-just-in-time-jit/ http://viverexcelencia.com.br/manifesto?utm_source=blogdaqualidade&utm_medium=kaizen http://viverexcelencia.com.br/manifesto?utm_source=blogdaqualidade&utm_medium=kaizen 19 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 k) GRÁFICO DE CONTROLE O gráfico de controle é a mais conhecida das ferramentas da Qualidade. Todos os processos podem ter variações, que quando são encontradas possibilitam determinar metas e parâmetros. O gráfico de controle determina um limite para um determinado item e ilustra quando algo sai do controle e ultrapassa o limite pré-determinado. É uma maneira fácil de identificar o que está fora ou dentro dos limites esperados. Gráfico de controle segundo Whiteley (1992, p.213), é: Método estatístico para compreender como funciona um processo e monitorar a variação nesse processo. Especificamente, diagramas de controle são usados para determinar se um processo está estatisticamente falando, sob controle ou fora de controle. Eles contêm “limites de controle” superiores e inferiores calculados através de determinadas fórmulas; então, unidades individuais de medida podem ser inseridas no diagrama para determinar se estão acima ou abaixo de um intervalo ou de uma média especificados. Pontos de dados caindo abaixo do limite de controle inferior ou elevando-se acima do limite superior podem fornecer informações sobre a incidência da variação. L) IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS Nos dias de hoje, as empresas passam por todos os tipos de problemas. Mas os que mais chamam a atenção são os problemas relacionados à produção e serviços. Ninguém está livre dos problemas, mas eles precisam ser detectados e corrigidos o quanto antes, pois quanto mais tempo passam sem ser detectados, mais difícil será a correção. Isso pode se agravar ainda mais quando os problemas chegam às mãos dos clientes. Um denominador comum para qualquer empresa de produção ou de serviços é que erros e defeitos são caros. Quanto mais um erro permanece sem correção, maior o custo para corrigi-lo. O custo de um defeito que chega até o consumidor ou destinatário pode ser o mais caro de todos, mas ninguém sabe qual será este custo. (DEMING, 1990, p.140). Foi através dos ensinamentos de Deming que foi possível aprender a identificar os problemas em termos de suas causas básicas, chamadas de causas especiais e causas comuns. 20 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 m) MELHORIA CONTÍNUA NA ORGANIZAÇÃO Melhoria contínua está inserida na organização por meio de metodologias que identificam problemas crônicos que afetam de alguma forma os resultados, detectam suas causas raízes e desenvolvem planos de ação para a solução. O processo de melhoria contínua deve fazer parte da cultura da empresa, sendo incorporado por todos os envolvidos no processo, da alta administração ao chão de fábrica. Contudo, para a implementação, é necessário atender quatro etapas essenciais: planejar, desenvolver, controlar e agir. Esses quatro pontos são utilizados para traçar um plano para as atividades diárias, que é conhecido pela sigla PDCA em administração ou ciclo de Deming. n) Sistema Toyota de Produção (Toyota Production System - TPS) O Sistema Toyota de Produção (TPS) foi desenvolvido no Japão pelo engenheiro Taiichi Ohno, logo após a Segunda Guerra Mundial, e foi baseado no modelo de linha de produção de Henry Ford e Frederick Taylor. A metodologia conta com dois pilares fundamentais, que consiste na eliminação de desperdícios e produção com qualidade. Tais princípios resultaram no conceito de produção enxuta, também conhecida como Lean Manufacturing. O Sistema Toyota de Produção deixou de ser uma ferramenta empresarial usada somente pela companhia que a criou, a Toyota Motor Corporation. Hoje em dia, várias outras indústrias automobilísticas como a sua própria concorrente Volkswagen, o fornecedor de autopeças Bosch e a fabricante de radiadores Dehr adotam várias de suas ferramentas em seus processos administrativos e industriais para fornecer a melhor qualidade, o menor custo e o lead time mais curto por meio da eliminação do desperdício. O TPS é formado sobre dois pilares, Just-in-Time e Jidoka, e https://www.voitto.com.br/blog/artigo/lean-manufacturing 21 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 é normalmente ilustrado pela "casa" mostrada a seguir. O TPS é mantido e melhorado por interações entre trabalho padronizado e kaizen, seguidos de PDCA ou método científico. O desenvolvimento do TPS é creditado a Taiichi Ohno, chefe de produção da Toyota no período posterior à Segunda Guerra Mundial. Começando nas operações de usinagem, Ohno liderou o desenvolvimento do TPS ao longo das décadas de 1950 e 1960, e sua disseminação à cadeia de fornecedores nas décadas de 1960 e 1970. Fora do Japão, a disseminação começou com a criação da joint venture Toyota - General Motors (NUMMI), em 1984, na Califórnia. Os conceitos de Just-in-Time (JIT) e Jidoka têm raízes no período pré-guerra. Sakichi Toyoda, fundador do grupo Toyota, inventou o conceito de Jidoka no início do século XX, incorporando um dispositivo de parada automática em seus teares, que interrompia o funcionamento de uma máquina caso um fio se partisse. Isso deu espaço a grandes melhorias na qualidade e liberou os funcionários para a realização de um trabalho que agregasse mais valor do que o simples monitoramento dos equipamentos. Por fim, esse conceito simples encontrou espaço em todas as máquinas, em todas as linhas de produção e em todas as operações da Toyota. Kiichiro Toyoda, filho de Sakichi e fundador do negócio automobilístico da Toyota, desenvolveu o conceito de Just-in-Time na década de 1930. Ele determinou que as operações da empresa não teriam excesso de estoque e que a Toyota lutaria para trabalhar em parceria com seus fornecedores a fim de nivelar a produção. Sob a liderança de Ohno, o JIT se tornou um sistema singular de fluxos de materiais e informações para evitar o excesso de produção. O reconhecimento do TPS como um sistema modelo de produção se difundiu rapidamente com a publicação do livro "A Máquina que Mudou o Mundo", em 1990, resultado de cinco anos de pesquisa liderada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Os pesquisadores do MIT descobriram que o TPS era muito mais eficaz e eficiente do que o tradicional sistema de produção em massa, tanto que representava um paradigma completamente novo e foi cunhado, então, o termo produção lean (ou produção enxuta), indicando essa abordagem radicalmente diferente da produção. 22 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardoda Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 O que leva o crédito desta facilidade de implantação genérica do Lean Manufacturing são seus princípios e fundamentos enxutos, que quando ajustados nos respectivos contextos de cada companhia, mostram-se perfeitamente adequados para serem implantados com sucesso nestas diferentes organizações. Portanto, é com base nesta versatilidade de atuação que, agora, você irá conhecer as 5 razões que levam toda empresa a querer adotar o modelo Toyota de produção! Confira as 5 razões que levam toda empresa a querer ser como a Toyota1. PROCESSOS RÁPIDOS, FLEXÍVEIS E EFICIENTES A implantação do Sistema Toyota de Produção proporciona a muito por conta de suas ferramentas disponíveis que obedecem ao conceito Just in Time: a busca constante por melhores práticas que promovam um fluxo de produção suave e eficiente capaz de suportar a demanda puxada pelo cliente. O Mapeamento do Fluxo de Valor (VSM), o programa 5S e as técnicas Kanban e SMED são apenas algumas das ferramentas mais utilizadas no ambiente industrial para aumentar a produtividade destes processos através da eliminação de desperdícios. a) PRODUTOS VARIADOS, CONFIÁVEIS E INOVADORES Se a primeira razão para a implantação do Sistema Toyota de Produção é resultante da flexibilidade e produtividade dos processos críticos de uma empresa, a segunda é decorrente da sua capacidade de ofertar produtos altamente variados e competitivos. Isto acontece por causa da consistência e autonomia que estes processos enxutos são operados. A forma de manter esta condição viva se dá pelo conceito Jidoka, que aliado aos dispositivos, procuram garantir que a linha de montagem esteja cada vez mais capacitada para operar à prova de qualquer erro, já que são eles os geradores de produtos defeituosos. b) FLUXO OPERACIONAL ESTÁVEL E ININTERRUPTO Como vimos até aqui, o Lean Manufacturing, por meio de suas ferramentas, possibilita o alcance de processos extremamente eficientes que geram produtos altamente competitivos, não é verdade? Todo este cenário se revela, então, muito mais justificado para implantar um fluxo de produção puxado pelo cliente. O conceito do Takt Time é empregado para assegurar que a vilã dos desperdícios enxutos não acontença: a superprodução. Com isto garantido, os gestores têm uma melhor maneira para implantar melhorias sabendo que os gastos indesejáveis com estoque excessivo, processos ineficientes e produtos defeituosos sejam cada vez menores. https://www.voitto.com.br/blog/artigo/just-in-time https://www.voitto.com.br/blog/artigo/mapa-do-fluxo-de-valor https://www.voitto.com.br/blog/artigo/programa-5s https://www.voitto.com.br/blog/artigo/kanban https://www.voitto.com.br/blog/artigo/smed https://www.voitto.com.br/blog/artigo/8-desperdicios-lean https://www.voitto.com.br/blog/artigo/jidoka https://www.voitto.com.br/blog/artigo/producao-puxada-e-empurrada https://www.voitto.com.br/blog/artigo/takt-time 23 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 c) COLABORADORES ENGAJADOS E MOTIVADOS A força de trabalho de uma empresa enxuta é considerada como a chave para o sucesso do seu negócio. E isso vai desde o ajudante operacional até o diretor executivo! A diversidade cultural nestas companhias e a relação de integridade e respeito por parte de cada membro em discutir suas diferentes visões e opiniões é extremamente estimulada, já que diferentes cabeças pensam melhor que uma, não é mesmo? Ao ingressar em uma empresa que adota o modelo Toyota de Produção, o novo colaborador é costumeiramente apresentado a todos os processos produtivos e administrativos que contemplam a organização. Tratando-se de cultura enxuta, até mesmo os funcionários do nível mais simples e operacional podem contribuir com suas ideias de melhoria e se tornarem também os agentes de mudança em prol do crescimento competitivo da empresa. d) INDICADORES DE DESEMPENHO CONSTANTEMENTE ESTIMULADOS Uma organização que implementa o Sistema Toyota de Produção como seu sistema de gestão sempre busca melhorar: desenvolver produtos mais competitivos, processos mais produtivos, programas de treinamento mais eficazes, deixar seus clientes mais satisfeitos, e por ai vai. 4. MATERIAIS E MÉTODOS Para elaboração dessa pesquisa, foi observados as ferramentas da qualidade aplicadas no sistema de gestão da empresa, bem como o efeito delas sobre o processo produtivo. - Sistema SigSistem; - Kaisen; - ISSO 9001:2015; - Cinco Sensos; - Sistema Toyota de Produção. https://www.voitto.com.br/blog/artigo/como-fazer-uma-pesquisa-de-satisfacao 24 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Porém, observou-se que mesmo com a aplicação dos sistemas de qualidade através das ferramentas de resgate de 5 sensos, kaisen etc., o índice de devoluções de mercadorias por falhas na linha de montagem ainda permanece alto, bem como as reclamações dos clientes. Diante disso a empresa contratou um consultor especialista em sistemas de gestão da qualidade especialista na implantação do sistema Toyota de produção como forma de melhorias e otimização do processo de produção que tem como base a manufatura enxuta, onde deram início a análise mais criteriosa do processo produtivo através dos indicadores, contabilização de tempo de produção, organização e limpeza dos ambientes de trabalho, trabalho padronizado, planejamento estratégico, parada automática de máquinas, acionamento de linha com luz para parada, medição de peças e controles estatísticos em todas as áreas. Antes Depois 25 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 Indicadores 6. CONCLUSÃO Diante das análises realizadas no ambiente de produção, após o inicio da implantação do sistema Toyota de produção juntamente com o sistema de gestão da qualidade, os serviços foram padronizados, é feito semanalmente o controle estatístico dos processos para levantamento de falhas, reuniões para correção de não conformidades, analise criteriosa nas linhas de montagem. Observa-se também, melhoria na organização e limpeza dos ambientes da produção, garantindo assim a melhoria contínua do processo. 7. REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. São Paulo: Ed. Pearson, 2006. FERREIRA, Gonzaga. Redação científica: como entender e escrever com facilidade. São Paulo: Atlas, v. 5, 2011. MÜLLER, Antônio José (Org.). et al. Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013. PEROVANO, Dalton Gean. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: Ed. Intersaberes, 2016. REFERÊNCIAS CAVACO, H. Uma história de sucesso: a trajetória da turbina JT8D na Celma, 2006. DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da Administração, Rio de Janeiro: Marques- Saraiva, 1990. IMAI, M. A Estratégia para o Sucesso Competitivo, 5ª Edição, Instituto IMAM, 1994. WELLINGTON, P. Estratégias Kaizen para Atendimento ao Cliente, São Paulo: Educator, 1998. WHITELEY, R.C. A empresa totalmente voltada para o cliente: do planejamento à ação. Rio de Janeiro: Campus, 1992. ADAMI, Anna. Kaizen. Disponível em:.Acesso em: 26 ago. 2015. CEDET - Centro de Desenvolvimento Profissional e Tecnológico.Ciclo PDCA (Plan-DoCheck-Act / Planejar-Fazer-Verificar-Agir). 2011. Disponível em: . Acesso em: 04 set. 2015. HASHIMOTO, Marcos. Como implementarmelhoria contínua em pequenas empresas? Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2015. KAIZEN 26 1 Eliane Aparecida da Silva 2 Hector Arruda Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (3049840) – Prática do Módulo III – 14.06.2021 Institute Brasil. KAIZEN: Baixando os custos e melhorando a qualidade. São Paulo: Banas Qualidade, Novembro de 2005, nº 162. Disponível em: . Acesso em: 19 out. 2015. PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre Reis. As sete ferramentas da qualidade. 19 de dezembro de 2012. Disponível em: . Acesso em: 04 set. 2015. SUPPORTCENTRAL GE CELMA- KAIZEN PORTAL. Método de Reconhecimento, Informações úteis (impactos/Savings), Dados para elaboração de Kaizen, Kaizens Registrados (Templates de 2012 a 2015). Ferramentas da Qualidade. Disponível em: http://www.quent.com.br/2021/02/17/ferramentas-importantes-para-a-gestão-da-qualidade-na- saúde. http://www.blog.neoprospecta.com.br-acesso em 24.05.2021 as 21h48min http://www.ferramentasdaqualidade,.org acesso em 12.05.2021 as 22h00min https://xerpa.com.br/ https://xerpa.com.br/ https://xerpa.com.br/ https://xerpa.com.br/ https://xerpa.com.br/ https://xerpa.com.br/ https://xerpa.com.br/ https://xerpa.com.br/ https://xerpa.com.br/