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PLANEJAMENTOPLANEJAMENTOPLANEJAMENTOPLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO COMOESTRATÉGICO COMOESTRATÉGICO COMOESTRATÉGICO COMO
FERRAMENTA DAFERRAMENTA DAFERRAMENTA DAFERRAMENTA DA
GESTÃO SOCIAL EGESTÃO SOCIAL EGESTÃO SOCIAL EGESTÃO SOCIAL E
NOVASNOVASNOVASNOVAS
COMPETÊNCIAS DOCOMPETÊNCIAS DOCOMPETÊNCIAS DOCOMPETÊNCIAS DO
SERVIÇO SERVIÇO SERVIÇO SERVIÇO SOCIALSOCIALSOCIALSOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEMOBJETIVOS DE APRENDIZAGEMOBJETIVOS DE APRENDIZAGEMOBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir da perspectiva do saber-fazer,A partir da perspectiva do saber-fazer,A partir da perspectiva do saber-fazer,A partir da perspectiva do saber-fazer,
neste capítulo você terá os seguintesneste capítulo você terá os seguintesneste capítulo você terá os seguintesneste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:objetivos de aprendizagem:objetivos de aprendizagem:objetivos de aprendizagem:
•     oferecer um histórico da atuação do Serviço
Social como profissão diante das novas
demandas profissionais;
•    apresentar e discutir as novas questões
emergentes do Serviço Social como profissão
atuante nas demandas sociais;
•    analisar formas e modelos de planos e
programas, bem como projetos sociais que
venham de encontro à necessidade da atuação
profissional;
•    debater sobre a necessidade da participação
popular na elaboração dos planos e ações das
políticas sociais.
1 CONTEXTUALIZAÇÃO1 CONTEXTUALIZAÇÃO1 CONTEXTUALIZAÇÃO1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, será apresentada uma refl
exão sobre a importância doplanejamento nas
atribuições e contribuições do profissional de
serviço social nos espaços sócio-ocupacionais,
demonstrando os desafios na
operacionalização deste enquanto
instrumento de trabalho.
É importante destacar e reconhecer o
planejamento como um instrumento técnico,
e, ao mesmo tempo, político, que precisa estar
interligado ao projeto ético-político da
profissão, focando superar as formas
centralizadas, burocráticas e funcionais nos
espaços ocupados pelo assistente social.
Nesta atual conjuntura, novos desafios são
apresentados diariamente nos espaços sócio-
ocupacionais de trabalho do assistente social e
as mudanças ocorrem através da informação,
do conhecimento e, em destaque, da aplicação
de novas tecnologias.
Considera-se um espaço de contínuas
mudanças o que envolve as relações sociais e
econômicas, e com isso, as organizações
estatais, privadas e sociais perceberam a
importância de compreender as mudanças
que estão ocorrendo no mundo, tanto no
âmbito econômico, social, político, cultural,
ambiental quanto em outros.
Esse entendimento se estendeu para a
importância da dimensão do planejamento
como uma ferramenta estratégica em todos os
espaços sócio-ocupacionais, enfatizando a
atuação do Serviço Social.
O planejamento estratégico se institui como
uma ação gerencial relevante, em que as
ações são projetadas para o futuro, quando os
objetivos são traçados e definidos, as
estratégias são estabelecidas dando maior
visibilidade à ação profissional.
2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
COMO FERRAMENTA DA GESTÃOCOMO FERRAMENTA DA GESTÃOCOMO FERRAMENTA DA GESTÃOCOMO FERRAMENTA DA GESTÃO
SOCIAL E NOVAS COMPETÊNCIASSOCIAL E NOVAS COMPETÊNCIASSOCIAL E NOVAS COMPETÊNCIASSOCIAL E NOVAS COMPETÊNCIAS
DO SERVIÇO SOCIALDO SERVIÇO SOCIALDO SERVIÇO SOCIALDO SERVIÇO SOCIAL
O planejamento estratégico é considerado,
atualmente, um instrumento gerencial que
proporciona identificar as ações que são
fundamentais e necessárias ao enfrentamento
dos desafios profissionais que devem serem
vencidos.
Esses desafios estão em todos os espaços
sócio-ocupacionais, ou seja, tanto nas
organizações não governamentais quanto nas
privadas e nas públicas, pois requer clareza
nos objetivos e estratégias a que se propõem.
As organizações precisam de organizar e se
profissionalizar, tendo clareza do que se quer
realizar.
Nesse sentido, este capítulo apresentará ao
profissional de Serviço Social como o
planejamento estratégico é essencial à gestão
das políticas, programas e projetos sociais.
2 .1 PLANEJAMENTO NO CAMPO DAS2.1 PLANEJAMENTO NO CAMPO DAS2.1 PLANEJAMENTO NO CAMPO DAS2.1 PLANEJAMENTO NO CAMPO DAS
POLÍT ICAS SOCIA IS E ASPOLÍT ICAS SOCIA IS E ASPOLÍT ICAS SOCIA IS E ASPOLÍT ICAS SOCIA IS E AS
DETERMINAÇÕES CONCEITUAIS DEDETERMINAÇÕES CONCEITUAIS DEDETERMINAÇÕES CONCEITUAIS DEDETERMINAÇÕES CONCEITUAIS DE
PLANO, PROGRAMAS E PROJETOSPLANO, PROGRAMAS E PROJETOSPLANO, PROGRAMAS E PROJETOSPLANO, PROGRAMAS E PROJETOS
SOCIA ISSOCIA ISSOCIA ISSOCIA IS
Este subtópico apresenta o planejamento
como sendo um instrumento lógico e racional,
enfatizando alguns conceitos e determinações
conceituais, ou de suas etapas e dimensões.
Referem-se a importantes questões para a
compreensão enquanto instrumento de ação
do Serviço Social na gestão das políticas,
projetos e programas sociais.
O planejamento é um importante instrumento
na gestão das políticas públicas, pois atua de
forma sistematizada focando as mudanças da
realidade social.
No decorrer da história da humanidade, o ser
humano sempre conseguiu dar respostas aos
desafios encontrados em seu cotidiano.
Podemos citar esses desafios, como as novas
demandas de atuação profissional (quais
desafios são esses?) por meio de novos
conhecimentos em todas as áreas de atuação,
e diante disso fez com que a ação de planejar
se tornasse essencial na hora de tomar
decisões.
Afirmando esse contexto, Matus (apud
BAPTISTA, 2010, p. 14) afirma que: “[...] o
planejamento não é mais uma tentativa de
viabilizar que o homem tem de governar a si
próprio e ao seu futuro: de impor às
circunstâncias à força da razão humana”.
Diante dessa afirmação, pode-se perceber que
o planejamento é uma ação racional, como
sinaliza Mannhein (1962), por ser inerente a
todos os homens, atribui-se ao Homem a
capacidade de pensar sobre determinadas
situações numa perspectiva lógica de tempo,
planejando, assim, seu futuro.
Analisando as afirmações de Baptista (2010), o
planejamento é um processo lógico, racional,
político e técnico. Segundo as análises da
autora, na perspectiva lógica e racional, “
refere-se ao processo permanente e metódico
de abordagem racional e científica de
questões que se colocam no mundo social.
Como um processo permanente e dinâmico de
algumas situações em determinados
momentos históricos” (BAPTISTA, 2010, p. 13).
Dessa maneira, o planejamento se refere a um
conjunto de ações que são necessárias e
fundamentais para atender a uma demanda
específica, como por exemplo, recursos,
prazos e resultados.
O planejamento se remete também ao trajeto
a ser seguido, pois direciona à elaboração de
objetivos e indicadores que mostram e
sinalizam se o planejamento está indo na
direção correta proposta, sendo necessário
visualizar os aspectos subjetivos e
conjunturais para que aconteça a
materialização do planejamento como
instrumento de gestão das políticas sociais.
Segundo Lozano e Martim (apud BAPTISTA,
2010, p. 18), “não será fácil estabelecer a inter-
relação necessária entre o elemento técnico
(ou de concepção) e o elemento político de
decisão no processo de planejamento”.
O desempenho técnico-operativo consiste em
planejar as ações de acordo com o grupo
gestor, ou seja, as decisões tomadas por este.
Como processo racional, o planejamento se
organiza em ações que estão interligadas
simultaneamente, conforme Baptista (2010, p.
15):
a) de reflexão – diz respeito ao conhecimento de
dados , à análise  e estudo de alternativas , à
superação e reconstrução  de conceitos e técnicas
de diversas disciplinas  relacionadas com a
explicação e quantificação dos fatos sociais e
outros;
b) de decisão – se refere à escolha de alternativas,
à determinação de meios, à definição de prazos e
etc;
c) de ação – relacionada à execução das decisões.
Essa fase é o foco central do planejamento.
Dirige-sede
solução para as vulnerabilidadessolução para as vulnerabilidadessolução para as vulnerabilidadessolução para as vulnerabilidades
sociais que são reflexos do sistemasociais que são reflexos do sistemasociais que são reflexos do sistemasociais que são reflexos do sistema
capitalista e do modelo decapitalista e do modelo decapitalista e do modelo decapitalista e do modelo de
produção. Estes programas eramprodução. Estes programas eramprodução. Estes programas eramprodução. Estes programas eram
compensatórios e deliberados porcompensatórios e deliberados porcompensatórios e deliberados porcompensatórios e deliberados por
meio de critérios políticos e partidosmeio de critérios políticos e partidosmeio de critérios políticos e partidosmeio de critérios políticos e partidos
e através de emendase através de emendase através de emendase através de emendas
parlamentares da transferência dosparlamentares da transferência dosparlamentares da transferência dosparlamentares da transferência dos
recursos financeiros para o enterecursos financeiros para o enterecursos financeiros para o enterecursos financeiros para o ente
federado, visando às açõesfederado, visando às açõesfederado, visando às açõesfederado, visando às ações
pontuais. A partir da transferênciapontuais. A partir da transferênciapontuais. A partir da transferênciapontuais. A partir da transferência
gradual das execuções das políticasgradual das execuções das políticasgradual das execuções das políticasgradual das execuções das políticas
públicas federais para estados epúblicas federais para estados epúblicas federais para estados epúblicas federais para estados e
municípios, surgiram pilares demunicípios, surgiram pilares demunicípios, surgiram pilares demunicípios, surgiram pilares de
sustentação a essa nova forma desustentação a essa nova forma desustentação a essa nova forma desustentação a essa nova forma de
governar. Avalie as sentenças agovernar. Avalie as sentenças agovernar. Avalie as sentenças agovernar. Avalie as sentenças a
seguir e assinale a alternativa queseguir e assinale a alternativa queseguir e assinale a alternativa queseguir e assinale a alternativa que
apresenta as principais leisapresenta as principais leisapresenta as principais leisapresenta as principais leis
complementares que instituem ecomplementares que instituem ecomplementares que instituem ecomplementares que instituem e
regulamentam as políticas públicasregulamentam as políticas públicasregulamentam as políticas públicasregulamentam as políticas públicas
e sua descentralização:e sua descentralização:e sua descentralização:e sua descentralização:
2)     Os profissionais de serviço2)     Os profissionais de serviço2)     Os profissionais de serviço2)     Os profissionais de serviço
social, no processo de gestão esocial, no processo de gestão esocial, no processo de gestão esocial, no processo de gestão e
avaliação das políticas sociais,avaliação das políticas sociais,avaliação das políticas sociais,avaliação das políticas sociais,
buscam entender e apreender obuscam entender e apreender obuscam entender e apreender obuscam entender e apreender o
cotidiano de suas açõescotidiano de suas açõescotidiano de suas açõescotidiano de suas ações
profissionais no fazer das açõesprofissionais no fazer das açõesprofissionais no fazer das açõesprofissionais no fazer das ações
para que ocorra o desenvolvimento,para que ocorra o desenvolvimento,para que ocorra o desenvolvimento,para que ocorra o desenvolvimento,
implementação e efetuação dasimplementação e efetuação dasimplementação e efetuação dasimplementação e efetuação das
políticas públicas sociais. Analisandopolíticas públicas sociais. Analisandopolíticas públicas sociais. Analisandopolíticas públicas sociais. Analisando
esse o contexto, assinale aesse o contexto, assinale aesse o contexto, assinale aesse o contexto, assinale a
alternativa que afirma qual é aalternativa que afirma qual é aalternativa que afirma qual é aalternativa que afirma qual é a
forma que deve acontecer estasforma que deve acontecer estasforma que deve acontecer estasforma que deve acontecer estas
ações em relação às políticasações em relação às políticasações em relação às políticasações em relação às políticas
públicas sociais:públicas sociais:públicas sociais:públicas sociais:
3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Os processos atuais indicam que as
formulações dos planejamentos estratégicos,
na atual conjuntura, não saíram imunes ao
embate entre as forças políticas
conservadoras e as forças democráticas
brasileiras.
Ambas as forças captarão as categorias do
planejamento estratégico das políticas sociais
e vão redefini-las e redesenhar de acordo com
cada interesse. Na visão do fortalecimento
democrático, consegue-se chegar em
determinados enunciados conclusivos.
É necessário que se realize uma revisão na
maneira que vem se efetivando o
planejamento estratégico em algumas
instituições, com responsabilidade da gestão
das políticas públicas no Brasil, para que o ato
de planejar as ações se insira como uma
forma de liberdade e de criação estratégicas.
O planejamento estratégico não é apenas uma
mudança nos planos de roteiros nem de
planilhas, ele é considerado um processo de
construção de uma realidade completamente
diferente e complexa, sendo esta
compartilhada e assumida também pela classe
trabalhadora.
É imprescindível resistir ao pensamento único
da solução de mercado para as demandas
nacionais, que acabam invalidando o processo
de planejamento estratégico público como um
mecanismo governamental e de direção das
políticas públicas, em especial as das áreas
sociais.
No Brasil, o planeamento estratégico precisa
absorver a edificação de um legado, marcado
pela ousadia de desmonte do sistema
capitalista, ou seja, quebrar o eixo central
desse sistema, que é a assimilação
centralizada da riqueza e a dilatação
destrutiva da natureza, ambas causadoras de
violência, miséria e fome.
As questões relacionadas às transformações
de paradigmas devem aparecer no momento
em que se está realizando o planejamento
estratégico, para que este processo de
mudanças da realidade que se deseja se
afirme como modelo para as políticas públicas
se concretizarem.
O planejamento estratégico não pode ser
considerado um instrumento de negociação
entre o mercado e o setor público no que se
refere aos procedimentos de gestão. É um
instrumento que vai além das questões de
gerência, busca através da participação
popular um novo conceito e uma nova ética
paras as demandas sociais.
Todos os direitos reservados © 2020
Ma. Silvana Braz Wegrzynovski
http://livroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/523por momentos que antecedem e
subsidiada pelas escolhas efetivas na operação
anterior, quanto aos necessários processos de
organização;
d) retomada de reflexão – operação de crítica dos
processos e dos efeitos da ação planejada, com
vistas ao embasamento do planejamento das
ações anteriores.
O planejamento por meio de uma visão lógica
e racional se manifesta através de ações
interligadas e contínuas, sendo reavaliadas
continuamente. Nesse processo considerado
racional, é nítida e clara a percepção da
dimensão político e decisória inseridas nas
relações de poder, que dão a direção para as
ações técnicas e administrativas dos espaços
sócios-ocupacionais onde há a atuação do
Serviço Social.
Baptista (2010, p. 19) representa essas ações e
suas sequências através do seguinte esquema:
FIGURA 1 – AÇÕES TÉCNICAS E
ADMINISTRATIVAS DOS ESPAÇOS SÓCIOS-
OCUPACIONAIS ONDE HÁ A ATUAÇÃO DO
SERVIÇO SOCIAL
FONTE: A autora
Por equacionamento entende-se que é o
conjunto de informações levantadas pela
equipe técnica e irão subsidiar as tomadas de
decisões a partir das situações levantadas, em
que os planejadores podem propor ações de
resolutividade compreendendo e avaliando a
realidade vivenciada. 
A tomada de decisões decorre, assim, das
escolhas realizadas pelo planejador durante o
processo de planejamento das ações a serem
efetuadas. É importante considerar questões
ideológicas, políticas e práticas. O
planejamento se torna mais eficaz e eficiente
quando direcionado ao envolvimento
participativo da população beneficiada em
todo o processo das ações interativas.
O que ocorre é uma sustentabilidade das
ações que são decorrentes do planejamento e
que podem possibilitar o surgimento de novas
propostas a serem executadas.
Os beneficiários, ou seja, os usuários das
ações planejadas devem se sentir parte desse
processo de planejamento. No modelo mais
conservador de planejamento, os usuários,
enquanto sujeitos históricos e políticos, não
fazem parte desse processo de planejar.
Porém, nas novas formas de gestão das
políticas públicas, a partir da Constituição
Federal de 1988, a população passou a fazer
parte desse instrumento como sujeito na
elaboração e fiscalização do controle das
políticas públicas, enfatizando a importância
de um planejamento participativo.
Dessa forma, destaca-se a importância da
participação dos diferentes segmentos e
movimentos sociais nesse processo de
planejamento, pois a participação popular
acarreta condições concretas na elaboração
das políticas sociais, por meio da realidade
vivenciada e apresentada. 
Para Baptista (2010, p. 23), é essencial que:
O movimento no sentido da socialização da
política e da incorporação permanente de novos
sujeitos, com a criação de bases para
multiplicação dos mecanismos de participação
direta no processo decisório, na qual indivíduos e
grupos ganham autonomia e representatividade,
desligados da tutela do Estado.
Na fase de operacionalização e do
detalhamento das atividades no planejamento
é importante que as decisões a serem
efetuadas aconteça através da elaboração e
execução de planos, programas e projetos,
sendo esses instrumentos para a implantação
das ações planejadas.
O planejamento é considerado um
instrumento de reflexão e de ações perante
uma conexão analítica, em que se estuda
determinadas situações e que prevê toda a
sua operacionalidade, seus limites e suas
estratégias de ação. 
Para Barbosa (1979), é através do
planejamento e de sua racionalidade que é
possível garantir algumas condições voltadas
ao ato de pensar. O autor afirma ainda que na
falta dele, o resultado poderá ocorrer de
forma irracional, como exemplo, as emoções,
sentimentos e desejos, não pensamos
conscientemente, mas somos levados a agir
por impulsos.
Até o momento atual, o processo de
planejamento teve várias fases históricas na
sociedade. Para Mannheim (apud BARBOSA,
1979, p. 20-21), “não é necessário dizer que,
naturalmente, primeiro, esses estágios não
são de forma alguma exaustivos, e poderiam
sofrer distinções ainda maiores; segundo, que
não julgamos que todas as sociedades passem
necessariamente por todos os mesmos
estágios”.
Em suas análises, Mannheim (apud BARBOSA,
1979, p. 20-21) enfatiza três estágios:
a) O primeiro estágio se refere aos aspectos de
solidariedade moral da horda. Tinha-se como
fundamento os aspectos da vivência em grupo,
baseados nos atos voltados para a tradição e o
receio, sempre pautado em resultados
homogêneos de comportamentos. Dentro deste
contexto, o homem ainda não possuía a
consciência individual de si mesmo, ou seja, de
seus atos, concepções de mundo e convicções
individuais, o planejamento volta-se para o grupo,
daí a homogeneidade de comportamento.Com
horda refere-se às sociedades pré-capitalistas no
modo de produção feudal. Que prevaleceu entre
os séculos XII ao XV.
b) No segundo estágio já se manifesta a disputa
pelos interesses individuais de forma competitiva,
surgindo, assim, a percepção individual e a
consciência de si mesmo. O homem agora passa
a enfrentar e a indagar as convenções e os
comportamentos grupais. A sociedade que se
formava tinha como características o imediatismo
e o individualismo. O planejamento, neste
período, não possuía uma visão de totalidade e os
homens tomavam as suas decisões de acordo
com as suas próprias convicções, de maneira
individualizada. Para este segundo estágio refere-
se ao capitalismo concorrencial, os artesãos
possuíam autonomia, mas o lucro ficava nas
mãos dos comerciantes. Preponderou entre os
séculos XVI ao XVIII
c) O terceiro estágio, por sua vez, é uma espécie
de junção destes interesses, ou seja, predomina a
solidariedade grupal, mas com interesses
individuais. Neste contexto, a sociedade está
separada em aglomerados e os indivíduos cada
vez mais isolados. Os interesses particulares aqui
estão subordinados aos interesses dos grupos
maiores. É sob a égide do mundo contemporâneo
que os detentores de propriedades individuais
buscam outras formas de combinar e concentrar
capital, formando, assim, empresas e
organizações cada vez maiores, movidas pela
tecnologia.
No terceiro estágio remete-se a fase do
capitalismo monopolista, iniciado em meados do
século XIX, na Inglaterra e, no século XX,
disseminado para todo o mundo.
Conclui-se que no decorrer desses três
estágios, o ser humano, sendo considerado
um ser racional, é levado a abdicar de seus
próprios interesses individuais e coletivos para
se dedicar aos sistemas de caráter econômico
e social que tem como foco a atuação para os
interesses das organizações e instituições
privadas ou públicas. 
O planejamento, que surgiu das necessidades
coletivas e individuais das pessoas por meio
da sua convivência na sociedade, no século
XIX, passa a ser congregado pelo setor privado
e público.
Contudo, pode-se afirmar que o planejamento
está ligado à modernidade como sendo um
mecanismo de tomada de decisão,
principalmente no que diz respeito aos
contextos históricos das mudanças sociais e
econômicas, e que por si só acabam alterando
as estruturas de poder do sistema, resultando
em transformações ideológicas.
Com a ampliação de seus espaços de
intervenção, o planejamento como
instrumento de mudanças ideológicas acaba
ficando submisso à compreensão de novas
possibilidades no atual contexto social e
econômico, sendo essencial para sua
operacionalização. 
Segundo IANNI (1996), a
instrumentalização do planejamento
como uma prática em algumas situações
específicas surgiu, incialmente, em
decorrência dos interesses de quem
detém o poder de decisão, sendo este
em grande escala, como as demandas
do setor privado, indústrias ou
empresas.
Nessa conjuntura, os administradores eram
provocados diariamente por diversas
complexidades e situações relacionadas às
demandas de trabalho, avaliando que as
respostas imediatas não eram suficientes para
transformar o espaço institucional. 
Essa constataçãodeu ênfase para serem
identificados os diversos problemas e suas
causas, permitindo assim a elaboração de
táticas e estratégias interventivas que
possibilitaram a mudança institucional.
Portanto, nesse sentido, fez-se necessária a
contratação de técnicos especializados com
condições e conhecimentos para planejar as
ações futuras das instituições. O cargo, ou a
função de administrador, surgiu nessa
conjuntura, da necessidade e de profissionais
que contribuem para o planejamento
organizacional.
Para Lafer (1987), um dos primeiros teóricos
clássicos da administração e que abrangeu o
planejamento como um instrumento voltado a
planejar, organizar, coordenar e controlar a
produção industrial, visando ao futuro, foi
Henry Fayol. Segundo o autor, para Henry
Fayol, administrar significa “olhar para frente”,
levando à empresa privada o exercício de
pensar etapas do processo produtivo, com o
foco que diferencia daquele que apenas
executa, ou seja, os planejadores e
executores, daquilo que foi planejado.
Inicialmente, esse modelo de planejamento
surgiu no seio das indústrias privadas e depois
passou a ser incorporado pelas
administrações públicas governamentais e
não governamentais. 
O planejamento, enquanto
ferramenta da política econômica é
recente, mesmo em se tratando de
países socialistas. A primeira experiência
de planejamento da administração
pública surge na União Soviética, em
1929, que adotou o primeiro plano
quinquenal, anterior à primeira Guerra
Mundial, sendo o único país que
utilizava o planejamento de forma
sistemática. A questão central do órgão
de planejamento nesse país estava
voltada para os objetivos do governo e
se baseava em informações sobre a
própria economia (dados sobre o
período anterior, existência de pontos
de estrangulamento na economia, entre
outras questões). 
O ponto de partida do plano tratava
de estabelecer metas para o
crescimento da renda e as ações
estabelecidas pelo governo serviriam de
base para o planejamento sobre as
empresas, tendo em vista que o controle
da produção estava nas mãos do
governo. A grande questão a ser
superada era como atribuir um valor
final ao produto e como utilizá-lo sem
desperdícios maiores, de forma a
possibilitar maior qualidade de vida para
a população. 
Sendo assim, nos países de economia
socialista, em vez de o mercado regular
a economia, quem o faz é o governo.
Dessa forma, por meio de uma
programação linear, determinava-se a
estrutura e a oferta de bens e serviços,
predominando os interesses da
coletividade e a centralização das
decisões.
Por sua vez, o planejamento
econômico em países capitalistas, de
acordo com as análises de Ianni (1996),
refere-se a um processo de acumulação
privada de capital, que abrange alguns
elementos fundamentais a exemplo do
capital, força de trabalho, tecnologia e
divisão social do trabalho. Cabe destacar
que as forças produtivas não se
organizam, desenvolvem e reproduzem
apenas pela ação empresarial onde
operam as dimensões econômicas.
Nesse contexto, os empresários
maximizam os lucros e competem entre
si, o preço do produto é igual ao custo
da produção. Para tanto, os capitalistas
ainda contam com a esfera
governamental que também é
indispensável para a organização e
reprodução das forças produtivas.
FONTE: HORA, M. M. C. C. A atuação doFONTE: HORA, M. M. C. C. A atuação doFONTE: HORA, M. M. C. C. A atuação doFONTE: HORA, M. M. C. C. A atuação do
assistente social no planejamento e gestão dasassistente social no planejamento e gestão dasassistente social no planejamento e gestão dasassistente social no planejamento e gestão das
polít icas de assistência social e saúde no Municípiopolít icas de assistência social e saúde no Municípiopolít icas de assistência social e saúde no Municípiopolít icas de assistência social e saúde no Município
de Aracaju-SE. São Cristóvão, 2014. 118 f.de Aracaju-SE. São Cristóvão, 2014. 118 f.de Aracaju-SE. São Cristóvão, 2014. 118 f.de Aracaju-SE. São Cristóvão, 2014. 118 f.
Dissertação (Mestrado em Serviço Social) –Dissertação (Mestrado em Serviço Social) –Dissertação (Mestrado em Serviço Social) –Dissertação (Mestrado em Serviço Social) –
Universidade Federal de Sergipe, 2014.Universidade Federal de Sergipe, 2014.Universidade Federal de Sergipe, 2014.Universidade Federal de Sergipe, 2014.
Capítulo 2 
Plano: é um documento mais abrangente e
geral, nele contém estudos, análises de
determinadas situações ou diagnósticos
que são fundamentais à identificação das
demandas a serem atacadas, dos programa
e projetos que são necessários, como dos
objetivos, estratégias e metas de um
governo, de um determinado ministério,
secretaria ou de uma unidade.
Programa: é um documento que indica um
determinado conjunto de projetos, em que
os resultados visam abranger objetivos
maior de uma política pública.
Projeto: é considerado a menor unidade do
processo de planejamento. É um
instrumento técnico-administrativo de
execução de empreendimentos específicos,
e que são direcionados às mais diversas
atividades interventivas e de pesquisa no
espaço público e privado.
Universidade Federal de Sergipe, 2014.Universidade Federal de Sergipe, 2014.Universidade Federal de Sergipe, 2014.Universidade Federal de Sergipe, 2014.
Afirma-se, então, que em qualquer regime
econômico que é adotado nos países, o
modelo de planejamento estatal se estabilizou
como uma ferramenta importante de gestão
das políticas públicas, de forma que consegue
ordenar os procedimentos visando ao alcance
dos objetivos e na resolutividade de diversas
situações.
Citando novamente Barbosa (1979, p. 30-31),
este elenca elementos importantes do
planejamento, sendo eles:
a) Atividade sistematizada, ou aquela que supõe
certos tipos de procedimentos que quando
ordenados garantem um dado método ou
caminho metodológico, guardando sua
identificação com um comportamento científico.
b) Reflexão crítica que significa não um simples
levantar e tabular dados, mas envolve uma
análise cuidadosa dos mesmos, estabelecendo as
inter-relações causais.
c) Caminhos e alternativas, o que pressupõe que
o planejamento não determina, mas levanta
pistas, examina-as, estudando suas implicações
para oferecer o elenco de opções que vai facilitar
a decisão acerca daquela alternativa que vier a
ser escolhida.
Baptista (2010) considera o ato de planejar
uma atividade dialética, pois permite a busca
de respostas através de ações reflexivas sobre
determinada situação, sendo importante
estabelecer, primeiramente, a elaboração de
um diagnóstico da realidade atual, após, a
decisão de quais são os objetivos e metas que
se pretende alcançar e, por último, a
concretização das ações, por meio de
processo de reflexão, decisão e de ação. 
A visão do todo num processo de
planejamento deve ser preservada, mesmo se
tratando de ações setorizadas ou locais.
O planejamento, por ser considerado um
instrumento processual, é composto por
diferentes etapas que são interligadas e se
relacionam entre si, buscando alcançar os
objetivos almejados. As características do
processo de planejamento são flexíveis,
podendo ser revisadas conforme a
necessidade.
Para Barbosa (1979, p. 32-33), as etapas do
processo de planejar são
1) Conhecimento da realidade: expressa o
processo sincrético, analítico e de síntese de
conhecer a realidade social, econômica ou
territorial em apreço.
2) Decisão: por certo que o processo de
conhecimento da realidade exige, nos seus mais
variados momentos, decisões.
3) Ação: entendemos a implantação ou efetivação
das “decisões” tomadas tendo em vista
transformar alguma situação em apreço.
 4) Crítica: sob este rótulo se compreenderá todo
o conjunto de processos ou sub-processos de
acompanhamento, controle e avaliação do
desempenho de determinadas operações
objetivando “realimentar o processo decisório
tendo em vista a correção dos desvios ou
distorções do processo executivo (ação) naconsecução dos objetivos estabelecidos”.
Na elaboração de um planejamento é
necessário, antes de tudo, conhecer a
realidade em que se está atuando, mapeando
todos os indicadores. Estes podem ser
diagnosticados através de dados quantitativos.
Com o levantamento do diagnóstico, as
decisões podem ser tomadas de acordo com
as prioridades das propostas elencadas.
A ação é considerada uma etapa primordial do
planejamento, é quando ocorre a
concretização do processo planejado, onde
existe a mudança da realidade desejada. O
gerenciamento do processo de planejamento
é o momento em que acontece a avaliação e
até mesmo o redirecionamento das ações.
A prioridade do planejamento econômico
acontece nas esferas governamental, federal,
estadual, municipal, em decorrência das
demandas sociais. O objetivo sempre foi o
crescimento econômico, mesmo não
considerando seus impactos para a sociedade
e também para o meio ambiente. O foco era o
aumento do Produto Interno Bruto (PIB), por
meio do acelerado crescimento tecnológico e
do desenvolvimento industrial, deixando à
mercê as condições ambientais e a situação
social das pessoas, quando o crescimento
econômico do Brasil era o foco. 
Para Fonseca (2006), houve períodos em que
essa questão era mais relevante. Para o autor,
no período do Liberalismo Econômico, que
defendiam como órgão regulador o mercado,
o crescimento estava voltado às classes mais
altas da sociedade, através de investimentos
em produtos de consumo e bens duráveis
para beneficiar essa classe social. 
Essa situação se desenhava como uma forma
de conflito entre mercado e planejamento e
entre a função do Estado e o planejamento.
O que se percebe é que a falta de objetivos e
metas bem definidas em curto, médio e longo
prazo de um planejamento pode acarretar um
baixo desenvolvimento de países, como
aconteceu nas últimas décadas do século XX.
Holanda (1983, p. 36) afirma que “o
prognóstico, portanto, é o resultado de
uma revisão das projeções, à luz de
diretrizes de política econômica que
expressam os desejos e aspirações da
comunidade. A formulação dessas
diretrizes, por sua vez, está
estreitamente associada à definição dos
objetivos e instrumentos de política
econômica do país”.
Ao que se refere às demandas da
Administração Pública, o processo de
planejamento vem de encontro à
necessidade de melhorias nas áreas
sociais e econômicas, em especial nos
países em desenvolvimento, onde sua
política econômica é desigual, ou seja,
injusta para classe baixa e vulnerável.
Para Holanda (1983, p. 37), todo o
planejamento necessita: “[...] antecipar
soluções para problemas previsíveis e
especificar as medidas de política
econômica necessárias para remover os
obstáculos que limitam o crescimento da
renda e a mudança estrutural da
economia”.
Sendo assim, é necessária uma estrutura
organizacional que se responsabilize desde a
formulação, execução, controle até o
monitoramento das ações traçadas no
planejamento. Essa estrutura deve ser
formada por técnicos capacitados que atuem
junto à administração e foquem mudanças
culturais no que diz respeito aos
planejamentos das políticas públicas.
Os governos deverão promover condições
necessárias e fundamentais que contribuam
com uma ruptura com os processos
burocráticos até então utilizados, e facilitem o
desenvolvimento de todo processo de
planejamento.
Essa equipe deve ser composta por
profissionais capacitados e qualificados, pois é
necessário realizar um diagnóstico real da
realidade social e conjuntural, sendo assim, o
conhecimento técnico do Serviço Social é
essencial nessa fase.
Através desse diagnóstico, consegue-se
elaborar planos e projetos que visem ao
desenvolvimento econômico e social do país,
estado ou município, porém, o planejamento
deve ter ações que se estendam a diversas
dimensões conjunturais. 
Para Friedman (1959), essas dimensões
podem ser:
 
•    Dimensão humana:  apresenta o sujeito
como ator principal, sendo este que elabora e
executa as ações planejadas. Essa dimensão
se manifesta através dos aspectos humanos,
sociais e psicológicos.
•    Dimensão psicológica: refere-se a uma ação
de nível inteligente e é executada através de
operações processuais, sendo identificadas
com interações, pensamento e ação.
•    Dimensão social: envolve três aspectos
importantes: a satisfação imediata, a
integração entre os sujeitos e a sistemática de
ação. O primeiro aspecto reporta-se às
necessidades humanas consideradas
primárias e que são executadas por meio de
impulsos e ações imediatas. O segundo
aspecto está relacionado às relações sociais e
a precisões de se planejar conforme as
demandas da população, enfatizando a
participação desta em todo processo de
planejamento. Já o último aspecto se refere à
sistemática de ação, em que o planejador é o
responsável pela leitura das demandas da
população e, com isso, pensa em ações que
possam transformar a realidade por meio da
participação social.
•    Dimensão política: essa dimensão é
decorrente do processo contínuo de tomadas
de decisões, podendo ser no âmbito
governamental ou privado, em que são
relevantes o respeito e os anseios de todos os
envolvidos. Porém, é importante destacar que
nessa dimensão nem sempre ocorre a
participação da população, sendo o
planejamento restrito apenas a técnicos e à
cúpula governamental ou gestores de
empresas.
Segundo Barbosa (1979, p. 54), na esfera
governamental, essa participação: 
[...] vai depender de cada modelo de
desenvolvimento, que se expressa num dado
estado político organizacional e no qual se
definem maiores ou menores possibilidades para
a participação das populações no processo de
decisão. Neste processo, porém, é a forma
organizacional da sociedade civil que constitui a
medula da participação coletiva.
Resume-se que todo planejamento, quando
define as ações, acaba agregando diversas
dimensões, sendo todas interligadas e uma
complementa a outra. Quando surgem das
necessidades das pessoas, acabam se
juntando a elas fatores sociais e econômicos,
além da participação popular na tomada de
decisões e metas traçadas.
Nesse sentindo, os planos de governo devem
ser elaborados considerando todos os
elementos acima citados, em especial, os que
visem ao desenvolvimento socioeconômico
através da gestão das políticas públicas
sociais.
Com isso, novas possibilidades de trabalho
surgem na área da formulação, gestão e
avaliação das políticas sociais, como na
elaboração dos instrumentos de gestão
pública para o Serviço Social. Novas
atribuições são requisitadas aos assistentes
sociais, exigindo uma assimilação de conceitos
e procedimentos por cada profissional quando
se refere ao planejamento e gestão das
políticas públicas sociais.
2 .2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:2 .2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:2 .2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:2 .2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:
FORMA CONTEMPORÂNEA DEFORMA CONTEMPORÂNEA DEFORMA CONTEMPORÂNEA DEFORMA CONTEMPORÂNEA DE
PLANIF ICAÇÃO DOS PLANOS,PLANIF ICAÇÃO DOS PLANOS,PLANIF ICAÇÃO DOS PLANOS,PLANIF ICAÇÃO DOS PLANOS,
PROGRAMAS E PROJETOS SOCIA ISPROGRAMAS E PROJETOS SOCIA ISPROGRAMAS E PROJETOS SOCIA ISPROGRAMAS E PROJETOS SOCIA IS
Historicamente, os assistentes sociais têm sua
trajetória permeada por um caminho
progressivo do ponto de vista técnico, ético e
político, tanto na dimensão conceitual como
na operativa. A profissão vem se consolidando
através de novas conquistas e
responsabilidades na atuação profissional nos
espaços ocupacionais, onde se pede
reivindicações de expansão qualitativas e
quantitativas na área teórica e prática.
Nesse sentido, a atuação dos assistentes
sociais se torna cada vez mais complexa e
desafiante, em que são solicitados novos
mecanismos intelectuais de trabalho e que
redefinem as funções predominantes nos
espaços de atuação do Serviço Social,
consequentemente, abrem-se novos espaços
de trabalho.
São novas possibilidades de atuação no
campo daformulação e avaliação das políticas
públicas, planos, projetos e programas sociais
que impõe a apropriação de conceitos e
procedimentos para a atuação profissional em
relação à gestão institucional.
Essas conquistas se confirmam por meio de
Lukács (1989), quando este diz que toda e
qualquer atividade humana tende a ganhar,
no exercício contínuo, graus superiores de
realização e de complexidade. E isso não seria
diferente com a atuação do profissional de
Serviço Social.
 
Atualmente, temos uma grande demanda em
todas as esferas governamentais no país para
planejamento, gestão e formulação das
políticas públicas legalmente fundamentadas
na Constituição de 1988, a qual avançou na
concepção de direitos sociais, como por
exemplo, a política de Seguridade Social,
através do seu tripé: Saúde, Previdência e
Assistência Social, e também em outras áreas
que foram conquistas das minorias com a
promulgação da Constituição.
Com isso, os profissionais de Serviço Social
acabaram liderando funções de comando em
diversos espaços de poder institucional, tanto
no Judiciário, Executivo e Legislativo, levando a
estarem preparados para os trabalhos de
gestão e planejamento que passam a ser
atribuídos ao seu labor.
Em nível governamental, ministérios,
secretarias ou órgão gestor têm a
responsabilidade de elaborar suas políticas
por meio de programas e projetos e de
supervisionar e gerenciar estes, em que a
atuação do assistente social cada vez mais se
torna essencial. Os próprios governos
municipais solicitam a participação deste
profissional.
As elaborações das políticas sociais, diante das
novas exigências de democratização dos
espaços públicos, permeiam as áreas estatal e
civil da sociedade, e estas deixam de ser cada
vez menos ligadas ao âmbito da gestão e do
poder, tendo a participação da população
nesse processo.
Existem estudos que mostram que o
planejamento tem uma tradição antiga nas
culturas que são bem-sucedidas, como na
afirmação de Habermas (2002), em que o
autor coloca o planejamento como um
produto da modernidade.
Já Tatiwa (2004) afirma que é impossível
imaginar a construção das pirâmides do Egito
sem um planejamento prévio, ou as
conquistas do Império Romano sem
estratégias de guerra.
No ano de 1884, o Japão elaborou o Kogyo
Tkey, um plano decenal japonês que foi
considerado o primeiro plano de
desenvolvimento realizado no mundo. Já
Fayol, 1916, publica estudos sobre o
planejamento empresarial, e no ano de 1920,
aparece a primeira experiência de planificação
socialista da sociedade na antiga URSS.
Nas sociedades que são consideradas
capitalistas, o ideário liberal não instiga a
planificação da sociedade, em que as
experiências de planejamento são
intensificadas somente após as guerras
mundiais, e são privilegiadas as demandas
econômicas. O marco inicial de planejar o
mundo capitalista do Ocidente é o New Deal
(1933- 1945).
A França, em 1946, elaborou o Plano de
Recuperação Econômica, sendo este
modernizado, e no ano seguinte, em 1947, os
EUA elaboram um plano que visava à
recuperação econômica da Europa e Japão,
chamado de Plano Marshall.
No Brasil, o último plano proposto foi o Plano
de Aceleração da Economia, o PAC. Este, como
todos os demais que já surgiram, como o
Plano de Metas, do governo de Juscelino
Kubitschek (JK), os Planos Nacionais de
Desenvolvimento, durante o período da
ditadura militar, visam, em suas propostas,
ações para elevar a área econômica.
É necessário ter mobilização para que
as políticas sociais estejam inseridas nos
Planos Globais de Desenvolvimento
Sustentável e Econômico. O termo “ter
pressão” não ficou muito adequado,
sugerimos o termo “mobilização” ou até
“questionamento” diante das
contradições impostas pelo capitalismo,
que gera insatisfações na sociedade e
assim delega ao Estado responder a
estas demandas por meios de políticas
sociais. 
Muitas vezes, o planejamento é confundido
com plano, programa e/ou projetos, sendo
estes, instrumentos para que o planejamento
se efetive. Carvalho (2012) deixa claro qual é
função de cada um para se concretizar as
políticas públicas, sendo:
A diferença entre plano, programa e projeto
está no nível de associações das decisões e no
detalhamento das operações que serão
executadas, sendo assim, o plano tem um
maior nível de agregações de decisões que um
programa, e este, maior que de um projeto.
Porém, um projeto tem mais detalhamento
nas operações a serem realizadas que os
programas, e este, tem mais que um plano.
Uma gestão democrática exige que seja
constituído, além dos planos, programas e
projetos, com ações num determinado prazo,
a estruturação do aparelho estatal, de
sistemas, benefícios e serviços que serão
direcionados à população, sendo ela urbana
ou rural, e das classes em situação de
vulnerabilidade social.
Essa estruturação é a implementação dos
direitos que são garantidos em lei, e devem ter
ações permanentes e estar contidas no
processo de planejamento, sempre serem
avaliadas, revisadas e aperfeiçoadas.
Como exemplos de sistemas permanentes no
Brasil, pode-se se citar o Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), Sistema Único de
Saúde (SUS), Sistema Previdenciário, Sistema
Educacional, Sistema Prisional, entre outros.
Nesses sistemas acontecem as estruturas das
ações, em que cidadãos procuram
atendimento para suas demandas sociais.
Existem organizações que efetuam suas
atividades através de estruturas fora dos
sistemas, como exemplo, a Fundação Nacional
do Índio (FUNAI), porém a intenção é realizar
ações integradas e unificadas em todo
território nacional.
O planejamento estratégico é visto atualmente
como uma forma da planificação das ações.
Alguns estudos permitem que essa temática
do planejamento consiga ressurgir com uma
certa importância renovada no contexto
político e social em todas as esferas do poder
público e privado.
O desencanto que vem tendo o planejamento
tradicional, que é chamado de “normativo”
pelo autor Matus (1985), busca novas
alternativas teóricas e metodológicas no modo
de planejar, buscando superar as antigas
técnicas e métodos, que permitiam buscar
reflexões e encaminhar ações planejadas de
gestão.
Quando se absorve a ideia de estratégias em
instituições governamentais e não
governamentais, efetiva-se uma ação política
para as demandas de gestão pública e
concretiza-se a unidade a ser gerenciada como
uma unidade plural, em que inconformação é
um argumento presente diário e a utopia
acaba sendo um horizonte para alcançar os
objetivos traçados.
A sociedade a que se destinam todas as ações
planejadas, neste contexto, também é
considerada um instrumento plural.
Em todas as ações governamentais e não
governamentais há instrumentos e
ferramentas que facilitam e possibilitam a
elaboração de novos mecanismos, que
agilizam a concretização dos projetos que
sempre eram um sonho para a sociedade.
No início deste novo milênio, houve uma
disseminação rápida das ideias e conceitos do
planejamento estratégico. Atualmente,
enfrenta-se e observa-se as críticas já feitas e
retoma-se ao planejamento estratégico como
uma forma de mostrar as faces que estão
ocultas no planejamento tradicional.
O planejamento estratégico atual coloca em
suas reflexões qual é o papel da estratégia em
todo o processo de tomadas de decisões que
são compartilhadas com outras políticas
públicas. Pois toda ação estratégica, além de
um sentido político para a gestão das políticas
Responder
públicas e para efetivar um planejamento,
resgata a noção de combate, reconhecendo as
instituições como instrumentos específicos de
luta para as mediações das demandas
específicas.
Existem muitos desafios para se combater na
atual sociedade em que vivemos, como o
preconceito, a injustiça, a violência, a
desinformação, a fome, a miséria, a
amoralidade, a desigualdade, o racismo, o
desemprego, a marginalização e tantos outros.
O Serviço Social tem um compromissoético
com essas lutas, e se estamos no meio de um
combate, precisamos ter êxito, envolvimento
e, acima de tudo, um agir profissional que dê
garantia ao cidadão de ter seus direitos
garantidos.
O cotidiano e a rotina de uma instituição que
não é despertada para as ações estratégicas
de combater as mazelas sociais, ficando
apenas nas atividades burocráticas diárias,
não assume seu fundamental papel para
alcançar os objetivos traçados, é necessário
comprometimento e coragem para sair da
rotina.
As metas ambiciosas são as envolventes e que
podem ser alcançadas por caminhos simples,
com ações definidas.
O que dificulta, na maioria das vezes, alcançar
as metas traçadas são os processos
institucionais burocráticos, como exemplo,
uma licitação para a compra de materiais de
expediente que demora seis meses para se
efetivar. Neste sentido, o maior desafio é
simplificar os trajetos rumo aos objetivos
traçados.
Algumas instituições ainda exercem suas
atividades de modo arcaico, impendido assim
uma intervenção estratégica. O autoritarismo
é um exemplo a ser citado, ou quando todas
as conquistas são centralizadas, sem nenhuma
socialização com a equipe, pois o êxito do
trabalho é resultado de todos.
Para Hamel (1993), existe outro obstáculo a
ser enfrentado que é a “alocação” de recursos.
Mais do que “serem alocados”, estes recursos
devem ser usados a que foram destinados. O
autor afirma ainda que o “custo” não é uma
competência central do planejamento
estratégico, para ele, a competência central é
a qualidade social concreta.
Ainda citando Hamel (1993), a qualidade não
pode ser resumida, da forma como vem
ocorrendo, a um chavão discursivo que sirva
como álibi para os velhos propósitos e nem
para a modernização de equipamentos e
prédios.
Para Hamel (1993), a qualidade é ter coragem
de afirmar os princípios ético-institucionais e
os objetivos sociais, é conceber as instituições
em interação com seu ambiente, abertas e
sensíveis aos movimentos sociais que estão
em seu meio, e estar em uma interlocução
com a sociedade permanentemente para
alcançar o futuro que se quer.
Nessa visão, pode-se perceber que
planejamento e gestão pública planejamento e gestão pública planejamento e gestão pública planejamento e gestão pública andam
juntos, pois encalçam mecanismos que
admitem fluir em direção democrática da
gestão das instituições ou dos espaços sócio-
ocupacionais de trabalho.
A visão de estratégia no planejamento aparece
para revelar seu modo de concepção e ação
para sua efetividade institucional ou não, em
que os diversos interesses e posições políticas
disputam o alcance de resultados.
Elaborar políticas públicas sociais no sistema
capitalista e no contexto neoliberal é afrontar
diversas forças sociais e políticas que sempre
defenderam os interesses de um Estado
Mínimo de direitos. Sendo assim, é necessário
lutar para assegurar que o Estado garanta os
direitos sociais adquiridos para a população.
O conceito de estratégia é ligado à
ciência ou a à arte da guerra, daí seu
sentido etimológico, tomado do grego
strategía, o define como “arte militar de
planejar e executar movimentos e
operações de tropas, navios e/ou aviões,
visando alcançar ou manter posições
relativas e potenciais bélicos favoráveis a
futuras ações táticas sobre
determinados objetivos”, ou, ainda: “arte
de aplicar os meios disponíveis com vista
à consecução de objetivos específicos”
(AURÉLIO, 1975, p. 586).
A transposição do conceito para a
política se dá pela sua dimensão
também de luta, combate, meio em que
é permanente a disputa entre forças
antagônicas e, às vezes, até hostis,
empenhadas em manter o poder. Ora,
como diz Gramsci (1978, p. 207), “a luta
política é enormemente mais complexa”.
O planejamento estratégico absorve a
categoria estratégia e lhe dá visibilidade
por agregar ao processo a noção de
mobilização, de negociação, de
movimento, de manejo de técnicas,
recursos, enfim, todos os meios (táticos)
necessários para enfrentar o(s)
oponente(s) ou uma situação complexa.
FONTE: TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação,FONTE: TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação,FONTE: TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação,FONTE: TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação,
administração e execução de polít icas públicas.administração e execução de polít icas públicas.administração e execução de polít icas públicas.administração e execução de polít icas públicas.
Serviço Social : direitos e competênciasServiço Social : direitos e competênciasServiço Social : direitos e competênciasServiço Social : direitos e competências
profissionais. Brasí l ia: CFESS/ABEPSS, 2009.profissionais. Brasí l ia: CFESS/ABEPSS, 2009.profissionais. Brasí l ia: CFESS/ABEPSS, 2009.profissionais. Brasí l ia: CFESS/ABEPSS, 2009.
Alguns procedimentos são necessários para
efetivar um planejamento, como:
•    Identificar o cenário onde serão realizadas
as ações a serem planejadas.
•    Identificar possíveis parceiros e aliados, e
até inimigos, sempre mapeando seus vínculos.
•    Identificar as forças em confronto,
recursos, técnicas e capacidade operacional
para realizar o que será planejado.
•    Identificar o tempo necessário.
No planejamento, quer se chegar aos objetivos
traçados, como domínio da situação de forma
homogênea, por meio de diversas formas já
previstas, sendo uma forma de transição do
que se tem para um novo conteúdo ou forma.
Em uma gestão pública considerada
democrática, o planejamento estratégico é um
mecanismo importante. Primeiramente, tem
como foco romper com as organizações e
hierarquias consideradas verticais e com
rigidez no comando, passando para uma
forma colegiada de se comunicar.
Em segundo lugar, busca ir além da
democracia representativa, por meio da
democracia representativa e direta. Nesse
momento aparecem os meios de participação
popular, que são formados pela sociedade civil
organizada, como exemplo: os conselhos de
direitos e os fóruns locais, estaduais e
nacionais das políticas públicas. Esses
conselhos são fundamentais nas deliberações
das políticas públicas, tendo poder nas
mesmas. É dessa forma que a democracia é
exercida diretamente.
No terceiro momento ocorre um trajeto, que é
o da centralização para a descentralização. A
descentralização é considerada uma maneira
de democratizar as decisões que são de
interesse coletivo.
Não se pode confundir dois conceitos básicos:
descentralização com desconcentração, pois o
processo de desconcentração ocorre quando
as responsabilidades são repassadas para
instâncias estaduais e municipais, sem haver
descentralização dos recursos.
1)     Nas atividades diárias como1)     Nas atividades diárias como1)     Nas atividades diárias como1)     Nas atividades diárias como
profissionais, trabalhamosprofissionais, trabalhamosprofissionais, trabalhamosprofissionais, trabalhamos
diretamente com a descentralizaçãodiretamente com a descentralizaçãodiretamente com a descentralizaçãodiretamente com a descentralização
das políticas públicas. Cite umdas políticas públicas. Cite umdas políticas públicas. Cite umdas políticas públicas. Cite um
exemplo de descentralização dasexemplo de descentralização dasexemplo de descentralização dasexemplo de descentralização das
políticas públicas sociais.políticas públicas sociais.políticas públicas sociais.políticas públicas sociais.
2 .3 A IMPORTÂNCIA DA2.3 A IMPORTÂNCIA DA2.3 A IMPORTÂNCIA DA2.3 A IMPORTÂNCIA DA
PARTIC IPAÇÃO POPULAR NAPARTIC IPAÇÃO POPULAR NAPARTIC IPAÇÃO POPULAR NAPARTIC IPAÇÃO POPULAR NA
ELABORAÇÃO DE POLÍT ICAS SOCIA ISELABORAÇÃO DE POLÍT ICAS SOCIA ISELABORAÇÃO DE POLÍT ICAS SOCIA ISELABORAÇÃO DE POLÍT ICAS SOCIA IS
E NO PLANEJAMENTO DAS AÇÕESE NO PLANEJAMENTO DAS AÇÕESE NO PLANEJAMENTO DAS AÇÕESE NO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES
Com a promulgação da Constituição Federal
de 1988, a participação da sociedade civil vem
sendo cada vez mais consolidada através dos
inúmeros conselhos deliberativosdas políticas
públicas sociais.
No artigo 1º da Constituição de 1988 remete:
 “todo poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos dessa constituição”
(BRASIL, 1988, p. 1).
Pode-se afirmar que os conselhos estão
inseridos nas políticas sociais, no Brasil, e seus
eixos estruturantes de gestão, conselho, plano
e fundo também estão inseridos nesse novo
contexto.
Segundo Pontual (2007, p. 2):
Do ponto de vista histórico da sociedade
brasileira é bom ressaltar que os 26 anos que
marcaram a criação e implementação dos
Conselhos de gestão pública tratam-se de um
período relativamente pequeno face à tradição
profundamente elitista e autoritária que sempre
marcou a relação do Estado com a sociedade no
Brasil e que tem no clientelismo o seu fenômeno
mais expressivo.
Através do surgimento da participação
popular nos instrumentos de elaboração e de
gestão das políticas públicas, os conselhos de
políticas sociais se tornam os mecanismos de
maior expressão numérica e capilaridade
social. Estes tornaram-se cada vez mais
evidentes a partir dos anos de 1990 até a atual
conjuntura.
A evolução e expressão dos conselhos
caminha ao contrário do que preconiza as
ideias neoliberais. Conforme retrata Raichelis
(2000, p. 41):
Enquanto no Brasil estávamos aprovando uma
Constituição que incorpora mecanismos
democratizadores e descentralizadores das
políticas sociais, que amplia direitos sociais,
fortalecendo a responsabilidade social do Estado,
os modelos de Estado Social entram em crise no
plano internacional, tanto os Estados de Bem-
Estar Social quanto o Estado Socialista. E deste
processo emerge uma crise mais ampla, que
desemboca no chamado projeto neoliberal e nas
propostas de redução do estado e do seu papel
social. Isto vai ter um impacto muito grande na
nossa experiência de democratização das
políticas sociais.
É por meio dessa nova forma de gestão
intergovernamental entre os três entes
federados, junto à sociedade civil, que
aparecem condições objetivas de participação
social, destacando a dos usuários quando se
refere ao planejamento das políticas públicas
sociais.
A participação popular por meio dos
conselhos deliberativos reforça o que afirma
Pinheiro (2008, p. 57):
Os Conselhos são formas de participação da
sociedade que diferem de outras, como
sindicatos, associações, movimentos sociais e etc.
Diferem na sua forma e concepção, pois
apresentam relação mais imbricada à gestão da
política, sendo regulamentados por legislação
específica (nacional, estaduais, distrital e
municipais), apresentando portanto
institucionalidade diferenciada.
Os Conselhos de políticas sociais se
manifestam como sendo a principal forma nas
demandas de planejamento e de gestão das
políticas públicas em que atuam. Porém, estes
não se configuram como o único instrumento
que permite a participação social de forma
efetiva.
É necessário que se criem outros mecanismos
de participação popular na gestão pública, que
visem aos levantamentos de demandas
sociais.
O surgimento de novos espaços de
participação social deverá avaliar e monitorar
a efetivação das ações das políticas sociais,
como por exemplo, os fóruns de discussão das
políticas públicas, os debates em grupos
comunitários e as audiências públicas.
A participação social não pode acontecer de
qualquer forma, sendo necessária a criação de
espaços para que a população consiga refletir
sobre as demandas sociais, sendo estes os
seminários, os fóruns, os grupos de discussão,
que fomentem novas propostas, reflexões e
esclarecimento através de uma visão mais
crítica.
A Constituição Federal de 1988 pressupõe não
somente um repasse de responsabilidade
para a União, Estados e Municípios, mas
remete a uma contribuição estrutural para a
gestão das políticas sociais. Essa contribuição
necessita de um conjunto de fatores, como
financeiros, recursos humanos, estrutura
física, visando oportunizar condições objetivas
para as novas funções assumidas.
O modelo de planejamento participativo que é
proposto para a política social deve se
estruturar nas políticas sociais por meio da
criação de mecanismos de negociação e de
pactuação entre governo, sociedade civil e
usuários para que se concretize um efetivo
controle social das políticas públicas.
Raichelis (1998 apud PONTUAL, 2007, p. 3)
expõe cinco categorias que, para seu
entendimento, devem orientar a análise de
uma esfera pública em relação a como se
estruturam os conselhos:
a) visibilidade social, na qual as ações e os
discursos dos sujeitos devem expressar-se com
transparência não apenas para os diretamente
envolvidos, mas também para aqueles implicados
nas decisões políticas;
b) controle social que significa acesso aos
processos que informam as decisões no âmbito
da sociedade política, o qual possibilita a
participação da sociedade civil organizada na
formulação e na revisão das regras que
conduzem as negociações e a arbitragem sobre
os interesses em jogo, além do acompanhamento
da implementação daquelas decisões, segundo
critérios pactuados;
c) representação de interesses coletivos, que
implica a constituição de sujeitos sociais ativos,
que se apresentam na cena pública a partir da
qualificação de demandas coletivas, em relação
às quais exercem papel de mediadores;
d) democratização, que implica a dialética entre
conflito e consenso, de modo que os diferentes e
múltiplos interesses possam ser qualificados e
confrontados, daí resultando a interlocução
pública capaz de gerar acordos e entendimentos
que orientem decisões coletivas;
e) cultura política que implica o enfrentamento do
autoritarismo social e da “cultura privatista” de
apropriação do público pelo privado, remetendo
à construção de mediações sócio-políticas dos
interesses dos sujeitos sociais a serem
reconhecidos, representados e negociados na
cena visível da esfera pública.
Tatagiba (2007, p. 63) argumenta que “os
conselhos passam por fases ou momentos
distintos no decorrer de sua trajetória, que se
transformam ao longo do tempo, e [...] esse
processo tem implicações na construção de
sua identidade política”.
Esse argumentado citado pelo autor confirma
que o processo de participação popular na
gestão das políticas públicas, em destaque aos
conselhos, deve ser considerado o nível de
mobilização e organização da sociedade civil
envolvida nesse processo (TATAGIBA, 2007).
As leis que surgiram após a Constituição
Federal de 1988 visaram à participação
popular nas áreas de gestão e planejamentos
das políticas públicas sociais, como exemplo, a
Lei Orgânica da Saúde e a Lei Orgânica da
Assistência Social, em que foi efetivada a
oportunidades de cogestão dessas políticas
através da participação da sociedade civil.
Neste sentido, é importante ressaltar que é
fundamental que as políticas públicas sejam
planejadas de acordo com as necessidades
reais dos usuários destas, permitindo a
formulação e a execução de políticas sociais
que atendam de maneira efetiva às demandas
apresentadas
A participação popular no âmbito do
planejamento e da gestão das políticas
públicas é fundamental, em especial ao
atendimento das demandas que são
apresentadas pela população. 
Devemos entender a participação popular não
somente através dos conselhos, mas em uma
relação entre os trabalhadores, gestores e
usuários, visando a uma maior
democratização das políticas sociais.
Com isso, faz-se necessária a criação de mais
espaços democráticos em todos os serviços
socioassistenciais, em que a população
consiga sempre avaliar os serviços ofertados,
além de proporem outros novos serviços.
Essas metodologias participativas de
planejamento, gestão e avaliação vêm
ocupando um espaço de destaque nas áreas
sociais, por meio de leituras e novos
conhecimentos sobre essa atuação
profissional, pois enfatizam a necessidade do
envolvimento dos usuários no que se refere
aos seus direitos adquiridos universalmente.O assistente social precisa criar novas
habilidades diante dos processos de
mobilizações sociais, estimulando os usuários
a serem participantes de todo o processo de
planejamento e gestão, não apenas
espectadores.
Souza Filho (2011, p. 100) ressalta que “o
controle social aqui evocado refere-se à
possibilidade e à capacidade da sociedade civil
de participar (lutar por um determinado
projeto social)    do processo de formulação,
deliberação e fiscalização das políticas
públicas, numa perspectiva democrática”.
É importante destacar que não estamos nos
referenciando a uma participação tecnicista
diante dos processos de elaboração e gestão
das políticas públicas sociais, porém falamos
de uma participação que está configurada nos
mecanismos de lutas dos direitos dos
usuários, focando uma efetivação de um
projeto democrático para a sociedade.
O conceito de participação no
planejamento não é pacífico. Muitos
supõem que a ultrapassagem do
planejamento tradicional se dá pelo
planejamento participativo e isso
resolveria a questão da democracia do
plano. Mas não é bem assim. Hoje, tem-
se que o planejamento estratégico
busca, inclusive, ultrapassar o
planejamento participativo. E por quê?
Porque houve, entre as décadas de
1950 e 1970, um discurso do
planejamento participativo que foi
incorporado ao ideário e à prática do
Desenvolvimento de Comunidade, como
parte de um Programa instituído pela
ONU (após a Segunda Guerra Mundial)
para os países pobres (do chamado
terceiro mundo): Paquistão, Índia, toda a
América Latina etc. Esse programa
encontrou espaço no Brasil no fim da
década de 1960 e início da década de
1970. Tais países, embora já
subordinados ao que se chamava,
naquela época, de imperialismo dos
países ricos (o que explicava em parte
seus grandes índices de pobreza,
analfabetismo, doenças e miséria), ainda
conservavam relações sociais não
capitalistas, vistas, na ótica e no ideário
dos países hegemônicos daquela época,
como relações atrasadas, que
precisavam ser rompidas para dar lugar
a grandes empreendimentos
capitalistas.
Era preciso, portanto, desenvolver
essas comunidades e prepará-las para o
rompimento dessas relações, o que
queria dizer: introduzir outras formas de
propriedade, outras regras sociais,
enfim, outras relações econômicas e
sociais. Na concepção desse programa, a
noção de participação assentava-se:
1)   Em uma microvisão social
localista, reduzida às fronteiras das
distintas formas de associativismo ou
aos limites espaciais das comunidades:
vilas, povoados, aldeias, pequenas
cidades. Para as populações, era uma
forma de participação aparentemente
desconectada dos processos decisórios
da sociedade global. Esperava-se uma
contribuição das lideranças aos
tecnocratas no estudo de problemas
locais ou na programação de melhorias
localizadas.
2)   Quando os planos pensavam as
instâncias macrossocietárias, já no
interior da linha keynesiana, tinham uma
visão harmônica e unitária do todo
societário, ou seja, o desenvolvimento é
identificado com as plataformas do
governo, cabendo ao Estado promovê-lo,
orientá-lo e planificá-lo. O
Desenvolvimento de Comunidade (DC)
proclamava precisamente a integração
dos esforços da população aos planos
nacionais e regionais de
desenvolvimento. A participação é tida aí
como adesão.
Isso não quer dizer, contudo, que a
participação tenha sido descartada
como um procedimento do processo de
planejamento contemporâneo. Pelo
A) ( ) Lei nº 11.340, chamada
de Lei Maria da Penha, a Lei nº
10.741, que dispõe sobre o
Estatuto do Idoso, a Lei nº
8080/90 que institui o Sistema
Único de Saúde, Lei nº
9.394/96 – Lei de Diretrizes de
Base – LDB.
B) ( ) Lei nº 8080/90 que
institui o Sistema Único de
Saúde – SUS, a Lei nº 8.742/93,
que foi alterada pela Lei nº
12435/11, ou a Lei Orgânica da
Assistência Social – LOAS, que
instituem o Sistema Único de
Assistência Social, e também
da Lei nº 9.394/96 – Lei de
Diretrizes de Base – LDB.
C) ( ) Lei nº 9.394/96 – Lei de
Diretrizes de Base – LDB, Lei nº
8.069, a Lei Orgânica da
Assistência Social – LOAS.
D) ( ) Lei nº11.340, chamada
de Lei Maria da Penha, Lei nº
8080/90 que institui o Sistema
Único de Saúde, Lei nº
9.394/96 – Lei de Diretrizes de
Base – LDB.
Responder
A) Por meio da
descentralização das políticas
sociais.
B) Com auxílio do Sistema
Único de Assistência Social.
C) Através do contexto de um
Estado democrático e de
direito e que está respaldado
por meio de uma Constituição.
D) Com o predomínio da
participação popular.
Responder
Capítulo 1

Capítulo 3
Conteúdo escrito por:
planejamento contemporâneo. Pelo
contrário, quer-se tornar claro de que
participação se está falando. Fala-se da
participação como adesão ou se fala de
decisões compartilhadas em todos os
níveis e instâncias?
A participação não pode ser
descartada porque ela deve integrar a
prática social e designa uma variada
série de atividades: o ato do voto
universal, por exemplo, é uma forma de
participação, a militância num partido
político, a presença em uma
manifestação de rua, um comício, uma
assembleia de bairro etc. são formas de
participação política. Sabe-se que o
sufrágio universal só foi conquistado nos
primeiros decênios do século XX e foi
gradual. No início, as mulheres não
votavam, nem os analfabetos, o que
demonstra a conquista de patamares
cada vez superiores de participação.
FONTE: TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação,FONTE: TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação,FONTE: TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação,FONTE: TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação,
administração e execução de polít icas públicas. In:administração e execução de polít icas públicas. In:administração e execução de polít icas públicas. In:administração e execução de polít icas públicas. In:
Conselho Federal de Serviço Social - CFESS (Org.) .Conselho Federal de Serviço Social - CFESS (Org.) .Conselho Federal de Serviço Social - CFESS (Org.) .Conselho Federal de Serviço Social - CFESS (Org.) .
Serviço socialServiço socialServiço socialServiço social: direitos sociais e competências: direitos sociais e competências: direitos sociais e competências: direitos sociais e competências
profissionais. Brasí l ia, DF: CFESS: ABEPSS, 2009. p.profissionais. Brasí l ia, DF: CFESS: ABEPSS, 2009. p.profissionais. Brasí l ia, DF: CFESS: ABEPSS, 2009. p.profissionais. Brasí l ia, DF: CFESS: ABEPSS, 2009. p.
553-574. Disponível em:553-574. Disponível em:553-574. Disponível em:553-574. Disponível em:
http://l ivroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/523http://l ivroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/523http://l ivroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/523http://l ivroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/523....
Acesso em: 27 maio 2020.Acesso em: 27 maio 2020.Acesso em: 27 maio 2020.Acesso em: 27 maio 2020.
O trabalho dos técnicos é obter a participação
das populações a programas prontos,
decididos na cúpula e segundo os interesses
das forças hegemônicas no Estado. Essa é uma
das razões pelas quais algumas pessoas
torcem o nariz quando se fala em
“planejamento participativo”, porque o
assemelham a essa herança do
Desenvolvimento de Comunidade, que, na
Amazônia, deixou um rastro de problemas
que refletem ainda hoje, como por exemplo, a
transformação da posse comunitária da terra
em propriedade privada, a expropriação pura
e simples, que deu lugar a grandes latifúndios,
à migração rural-urbana que gerou o inchaço
das cidades, à invasão das terras indígenas
etc.
Nesse contexto, a perspectiva da luta pelos
direitos adquiridos se configura por meio das
políticas públicas sociais e que são de
responsabilidade do Estado no que se refere a
sua condução e a dos direitos de cidadania,
através da participação popular.
Mesmo que o Estado adote um discurso de
participação social e popular em diversos
espaços de discussão social, como os
conselhos e conferências, optam por uma
prática de governabilidade queconserva ainda
os padrões tradicionais e clientelista da
política do Brasil.
De acordo com resultados de estudos e de
observações de práticas diárias no exercício
da atuação do assistente social, é possível
afirmar que a participação da população, em
destaque os usuários dos Conselhos das
políticas sociais, tem ocorrido mais ações nas
ações de implementação das políticas, sendo
assim, existe mais atribuições de fiscalização
em relação à elaboração destas. 
Na atual conjuntura em que vivemos é
importante destacar que mesmo que as
políticas públicas sociais tenham um discurso
e uma prática designada para a garantia dos
direitos, temos que considerar todos os
aspectos que levam à redução do papel do
Estado, em especial nas demandas sociais.
É perceptível a redução da função do Estado
no que se refere às demandas sociais. O
Estado coloca, em muitas situações,
obstáculos no que se refere à conquista dos
direitos sociais pela população, e prejudica a
participação popular na elaboração e gestão
das políticas sociais.
Ao profissional de serviço social cabe elaborar
estratégias que visem a rotinas profissionais
de ação e reflitam na organização e no
planejamento de seus trabalhos. Essas
estratégias devem priorizar a participação
popular e dos usuários em todos os espaços
de gestão, visando à garantia de direitos
adquiridos.
Desde os anos de 1990, com a adoção do
modelo neoliberal, muitos obstáculos
surgiram na efetivação dos direitos que foram
adquiridos constitucionalmente, em especial
no que se refere à universalidade ao acesso
deste. Como exemplo, podemos citar a política
de saúde, o SUS, sendo que esta garantiu
efetivamente a universalidade para toda a
população. Na política de assistência social, o
SUAS atribui critérios para o acesso dos
benefícios, a assistência social se destina a
quem dela necessitar. E previdência social que
compõem a seguridade social te o caráter
contributivo.
Podemos afirmar que o Brasil possui um
sistema de proteção social misto, com caráter
contributivo e não contributivo, isso faz com
que não garanta todos os direitos de maneira
universal como estão contidos na Constituição
Federal de 1988.
Segundo as análises de Rodrigues (2007, p.
21), o nosso sistema de proteção social é:
Ainda que limitado às políticas de saúde,
assistência social e previdência, é marcado pela
tensão entre uma lógica contributiva (a do
seguro) e uma lógica da cidadania (a da
assistência), o conceito de seguridade assegurado
pela Carta Magna previa a construção de um
sistema de proteção social – de caráter público,
com gestão democrática e descentralizada e
universalizada da cobertura e do atendimento –
capaz de ampliar os direitos sociais.
Mesmo diante desse contexto ao inverso da
consolidação dos direitos adquiridos, o
profissional de Serviço Social busca realizar
suas ações na defesa de direitos e na
efetividade da seguridade social pública.
O assistente social privilegia sempre a
participação social e dos usuários em todas as
esferas dos processos de formulação,
implementação e gestão das políticas públicas
em que atua. 
Raichelis (2008, p. 46) destaca, como desafio, a
efetivação dos direitos da seguinte forma:
“uma grande tarefa é pensar estratégias de
integração e articulação entre os conselhos,
criar agendas comuns e fóruns mais amplos
que contribuam para superar a segmentação
das políticas sociais”. 
Esses desafios são observados, conforme
Pontual (2007, p. 20), com:
Uma ampla reforma política que possa
aperfeiçoar os mecanismos da democracia direta
e participativa, mas também introduzir profundas
mudanças no sistema político-partidário e
eleitoral capazes de remodelar o exercício da
democracia representativa na direção de práticas
republicanas e voltadas no sentido de responder
aos legítimos interesses da sociedade fundados
nos princípios da equidade e justiça social e no
aprofundamento da construção democrática.
Destaca-se, aqui, que o Serviço Social visa
defender uma seguridade social de caráter
público, universal e democrático, em que as
políticas públicas se efetivem como sendo a
garantia dos direitos de cidadania para
população.
De acordo com Behring e Boschetti (2011),
neste sentido, a cidadania, muito mais do que
um conjunto de direitos efetivados pelas
políticas sociais é um caminho fértil para a
construção de uma nova ordem social, com
vistas à formação de uma consciência crítica
da classe trabalhadora que possa lutar contra
as desigualdades de classe e em favor de
direitos efetivos de cidadania.
As conquistas de direitos efetivados na
Constituição Federal de 1988 são frutos de um
processo de redemocratização que aconteceu
no Brasil a partir dos anos 1980. Todas essas
conquistas tiveram a participação de
diferentes segmentos sociais e que estão
sendo ameaçados com o ideário neoliberal.
Como afirmam Behring e Boschetti (2011),
esses ideais neoliberais efetivam uma forma
conservadora que é denominada de
contrarreforma, onde diferente de qualquer
proposta revolucionária nos seus princípios
continua a se efetivar nos governos
posteriores a Fernando Henrique Cardoso.
A política neoliberal é voltada aos ajustes
fiscais e mercadológicos, em que diminui o
papel do Estado, afastando este entre a
formulação e a execução das políticas públicas
sociais que envolva a participação popular e
priorizam em seu planejamento uma forma
tecnicista sem a participação da população,
visado a uma eficácia na gestão pública.
O Serviço Social, em sua atuação profissional e
no que diz respeito ao âmbito do
planejamento e da gestão das políticas
públicas sociais, tem a função de incentivar a
participação dos usuários dessas políticas,
reconhecendo-os como sujeitos de direitos. 
O assistente social deve fortalecer o
protagonismo dos usuários e criar
mecanismos para que estes acessem seus
direitos de forma autônoma.
No contexto neoliberal, os desafios
encontrados pelos assistentes sociais são
inúmeros no que se refere ao planejamento e
à gestão das políticas públicas sociais que
visem à participação popular. Os assistentes
sociais são referenciados por um projeto ético-
político, que visa ao compromisso com os
usuários das políticas sociais.
Neste sentido, o projeto ético-político dos
assistentes sociais, perante o contexto
neoliberal, as ações profissionais no
planejamento devem estar voltadas ao
compromisso com os direitos democráticos e
de participação popular.
O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS,
2013, p. 34) enfatiza, em seus parâmetros, a
atuação dos assistentes sociais que atuam na
política de assistência social, com o objetivo
de:
Contribuir para o fortalecimento do
protagonismo dos/as usuários/as, portanto exige
compromisso político e profissional com a classe
trabalhadora e com as transformações radicais
que tenham como projeto a socialização da
riqueza socialmente construída, ao contrário do
que acontece na sociedade atual, com a
apropriação privada da riqueza. Só por esse
caminho os/as usuários/as realmente serão
protagonistas de uma história a favor da classe
trabalhadora.
Os usuários das políticas públicas sociais têm
o direito de planejar as ações destas conforme
as necessidades reais, e cabe ao assistente
social contribuir para que essa participação se
efetive.
A democratização das políticas públicas é
fundamental para evoluirmos nas conquistas
que dão fundamentos para se chegar à
cidadania e que os usuários consigam
incorporar ações e consigam praticar a
cidadania de forma real.
1) Durante a década de 1990, o1) Durante a década de 1990, o1) Durante a década de 1990, o1) Durante a década de 1990, o
Brasil e toda a América LatinaBrasil e toda a América LatinaBrasil e toda a América LatinaBrasil e toda a América Latina
aderiram aos programasaderiram aos programasaderiram aos programasaderiram aos programas
compensatórios, em busca decompensatórios, em busca decompensatórios, em busca decompensatórios, em busca

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