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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Enumerar quais são os atos procedimentais e as razões finais. > Definir os termos, atos e prazos processuais. > Descrever a proposta conciliatória final. Introdução A fase de instrução no Direito Processual do Trabalho compreende o momento processual em que uma série de atos é realizada, com a finalidade de instruir e discutir a matéria que dá origem ao processo. Dentre esses atos, podemos citar as tentativas de conciliação, a apresentação da defesa, a oitiva das partes, das testemunhas, dos peritos e dos assistentes técnicos, bem como a oportunidade conferida às partes para apresentarem razões finais. Neste capítulo, você vai estudar os atos procedimentais praticados em au- diência, assim como as características das razões finais. Você vai compreender os atos, os termos e os prazos processuais, bem como as regras de contagem de prazo no processo do trabalho. Por fim, você vai verificar as particularidades da conciliação pré-decisória realizada em audiência. Encerramento da instrução e nulidades processuais Kleber Soares de Araújo Atos procedimentais praticados em audiência O Estado é o detentor da jurisdição, jurisdição essa que se constitui em um poder-dever-função de tutelar direitos. Para Bezerra Leite (2019, p. 396), “[...] a jurisdição é, ao mesmo tempo, o poder, o dever e a função estatal não apenas de dizer o direito (jus dicere), mas, também, de efetivá-lo, de realizá- -lo concretamente”. A função jurisdicional é inerte. Isso significa que esse poder-dever do Estado será acionado pela vontade dos interessados, que necessitam da intervenção do Estado-juiz para solucionar os seus conflitos ou tutelar jurisdicionalmente os seus direitos. Assim, podemos dizer que a provocação do Estado-juiz e a prestação da tutela jurisdicional se realizará por meio de um processo. Nas palavras de Schiavi (2017, p. 69), o processo é: O meio de solução dos conflitos e o instrumento público, previsto em lei, por meio do qual o Estado exerce a jurisdição, dirimindo conflito de interesses, aplicando o direito ao caso concreto, dando a cada um o que é seu por direito, e impondo coercitivamente o cumprimento da decisão. Levando em consideração o que vimos até aqui, já somos capazes de dizer que o processo é o meio, é o instrumento utilizado pelo Estado para aplicar a lei ao caso concreto, exercendo, dessa forma, o poder-dever-função jurisdicional. Porém, o processo em si é um sistema abstrato que se materializa por uma sequência de atos concatenados logicamente, denominada procedimento. Santos e Hagel Filho (2020) dizem que o procedimento é a faceta extrínseca do processo, é o instrumento que viabiliza sua existência e efetivação no plano fático — isto é, o procedimento revela o aspecto visível do processo. O vínculo entre autor, juiz e réu forma a relação jurídica processual per- meada por direitos, deveres, faculdades e ônus. O ajuizamento da reclamação trabalhista pelo reclamante, a notificação do reclamado para comparecer em audiência e apresentar a sua resposta, a oitiva das partes e das testemunhas e o julgamento são exemplos de atos processuais praticados pelos sujeitos do processo, com o intuito de alcançarem uma solução jurisdicional. Encerramento da instrução e nulidades processuais2 No processo do trabalho, grande parte dos atos procedimentais é prati- cada em audiência. Não nos custa relembrar que a audiência trabalhista é o ato solene, formal, que se caracteriza pelo comparecimento das partes, dos advogados e dos auxiliares do juízo. Nela, são realizados diversos atos, como as tentativas obrigatórias de conciliação, o interrogatório e o depoimento pessoal das partes, a oitiva de testemunhas e de peritos, as razões finais e, por fim, a sentença. A regra contida na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) preceitua que a audiência seja una e contínua, oportunizando às partes praticar vários atos durante a sua realização, atos esses que vão desde a análise da petição inicial até a prolação da sentença. O art. 849 da CLT determina que a audiência seja una, mas abre exceção nos casos de força maior, permitindo ao juiz fracioná-la: “Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação” (BRASIL, 1943, documento on-line). É praxe na esfera trabalhista o fracionamento da audiência, independen- temente de haver motivo de força maior. Isso porque o juiz do trabalho, nos termos do art. 765 da CLT (BRASIL, 1943,) é o diretor do processo, por isso, carrega consigo ampla liberdade na condução do processo. É bom ressaltar que nem todos os juízes fracionam as audiências trabalhistas. Assim, recomenda-se aos advogados e às partes muito cuidado, para não se deparar com surpresas de última hora. Dessa maneira, as partes e os respectivos advogados devem se preparar como se a audiência sempre fosse una, pois é o juiz do trabalho, com base no art. 765 da CLT, que tem a faculdade de fracionar ou não a audiência. Muitos juízes, pelo costume processual, fragmentam a audiência em três, a saber: audiência inicial ou de conciliação, audiência de instrução e audiência de julgamento. Veja no Quadro 1 os principais atos procedimentais praticados em cada uma dessas audiências. Encerramento da instrução e nulidades processuais 3 Quadro 1. Atos procedimentais praticados em audiência Audiência inicial Audiência de instrução Audiência de julgamento � Primeira tentativa de conciliação � Resposta do réu (caso não prospere a conciliação) � Designação da audiência de instrução � Interrogatório das partes � Depoimento pessoal das partes � Oitiva das testemunhas � Oitiva de peritos e assistentes técnicos, razões finais � Segunda tentativa de conciliação � Prolação da sentença É importante frisar que o fracionamento das audiências é uma prá- tica muito comum nos processos que tramitam sob o rito ordinário. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, conforme previsão do art. 852-C da CLT. Ou seja, em tese, não se admite o fracionamento das audiências no rito sumaríssimo. Aberta a audiência e estando presentes as partes, o juiz deverá tentar a conciliação. A CLT estabelece dois momentos obrigatórios para que o juiz conduza a tentativa de conciliação (BRASIL, 1943): � início da audiência (art. 846 da CLT); � após a apresentação das razões finais (art. 850 da CLT). Ocorrendo acordo entre as partes, o respectivo termo de conciliação será lavrado, conforme dispõe o § 1º do art. 846 consolidado (BRASIL, 1943, documento on-line): Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. § 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. § 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser esta- belecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer inte- gralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo. Encerramento da instrução e nulidades processuais4 Superada a tentativa inicial de conciliação sem sucesso, o reclamado terá 20 minutos para apresentar a sua defesa, após a leitura da petição inicial, quando essa leitura não for dispensada por ambas as partes, conforme prevê o art. 847 da CLT. Embora o referido diploma legal preveja a defesa oral em audiência, na prática trabalhista as defesas são apresentadas por escrito. Ainda, no processo judicial eletrônico (PJe), a defesa deve ser apresentada no autos até a realização da proposta de conciliação, conforme regulamenta o art. 22 da Resolução nº 185/2017 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho: Art. 22. A contestação ou a reconvenção e seus respectivos documentosdeverão ser protocolados no PJe até a realização da proposta de conciliação infrutífe- ra, com a utilização de equipamento próprio, sendo automaticamente juntados, facultada a apresentação de defesa oral, na forma do art. 847 da CLT (BRASIL, 2017, documento on-line). Portanto, frustrado um possível acordo na audiência inicial, o magistrado recebe a defesa da parte reclamada. Terminada essa etapa de defesa, inicia- -se a instrução do processo, de acordo com o que estabelece o art. 848 da CLT: “Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, po- dendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes” (BRASIL, 1943, documento on-line). Na prática, como bem observa Leite (2019), o juiz designa nova audiência de instrução, que é destinada à produção de provas. A instrução processual observará a seguinte ordem: � interrogatório e depoimento pessoal das partes (previsão do art. 848, caput, da CLT); � oitiva das testemunhas, dos peritos e dos técnicos, se houver (previsão do § 2º do art. 848). Finda a instrução (interrogatório, depoimento pessoal, oitivas), as partes poderão apresentar razões finais, que, embora importantes, não são obri- gatórias. Veja o que diz o art. 850 da CLT: “Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão” (BRASIL, 1943, documento on-line). Encerramento da instrução e nulidades processuais 5 Observe que o legislador considerou relevante dar oportunidade às partes para se pronunciarem entre o final da instrução e a prolação da sentença, seja para consolidar as respectivas posições processuais, seja para uma tentativa de acordo. Portanto, podemos considerar as razões finais como uma faculdade conferida às partes para reafirmarem as questões de fato e de direito que sejam relevantes para a elucidação da causa, antes do pronunciamento judicial. Quanto ao procedimento, de acordo com a previsão do art. 850 da CLT, as razões finais são, geralmente, apresentadas de forma oral, tendo cada parte, sucessivamente, o prazo de 10 minutos para oferecê-las. Na prática, pelo costume processual de dividir as audiências trabalhistas, os juízes têm permitido que as partes apresentem razões finais por escrito. Assim, convertem-se as razões finais orais em memoriais. Essa conversão decorre da aplicação analógica do § 2º do art. 364 do Código de Processo Civil (CPC) ao processo do trabalho: § 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos (BRASIL, 2015, documento on-line). Conforme já mencionado, as partes não têm a obrigatoriedade de apre- sentar razões finais. Por isso, caso elas abdiquem desse direito, não haverá nenhum prejuízo de ordem processual para o litigante que declinou tal opor- tunidade. Ou seja, nenhuma nulidade poderá ser declarada pela ausência de interesse em apresentar as razões finais. Mesmo não tendo caráter impositivo, as razões finais têm papel importan- tíssimo no processo do trabalho, não só de influir na formação do convenci- mento do juiz, como também de destacar alguma nulidade ocorrida no curso processual. O art. 795 da CLT prescreve que as nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez que tiverem de falar em audiência ou nos autos. Assim, ao conjugarmos a redação dos arts. 850 e 795 da CLT, podemos concluir que as finalidades das razões finais podem ser assim resumidas: reafirmar as questões relevantes do caso concreto e/ou arguir nulidade processual (BRASIL, 1943). Encerramento da instrução e nulidades processuais6 As razões finais cumprem uma função específica nas causas sujeitas ao procedimento sumário (Lei nº 5.584, de 26 de junho de 1970), uma vez que é por meio delas que qualquer das partes poderá impugnar o valor da causa fixado, conforme redação do art. 2º, § 1º, da referida Lei. Isto é, a impugnação do valor da causa no rito sumário pode ser feita até o momento do oferecimento das razões finais (BRASIL, 1970). Por fim, vale ressaltar que, nas causas submetidas ao procedimento suma- ríssimo, não há previsão legal expressa para apresentação das razões finais. Também não há vedação para que o juiz faculte às partes o oferecimento dessas alegações. Isso porque o juiz dirige o processo conforme o contexto probatório produzido, com a liberdade estabelecida pelo art. 852-D da CLT e em consonância com o procedimento estabelecido pelo art. 852-H do mesmo diploma legal (BRASIL, 1943, documento on-line): Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. [...]. Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. Atos, termos e prazos processuais Como já mencionado anteriormente, o processo é o meio, é o instrumento utilizado pelo Estado, por meio dos seus órgãos jurisdicionais competentes, para aplicar a lei ao caso concreto, exercendo, dessa forma, o poder-dever- -função jurisdicional. Também já mencionamos no tópico anterior que o processo em si é um sistema abstrato, que se materializa por uma sequência de atos concatenados logicamente, denominada procedimento. Ou seja, o processo se exterioriza por meio de um conjunto de atos sucessivos. Desse modo, percebe-se que o processo deixa o campo da abstração, tomando forma perceptível, quando os sujeitos da relação processual praticam atos processuais em conformidade com a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) e com a legislação pertinente. Assim, metaforicamente, podemos dizer que o processo ganha vida com a prática de atos processuais em consonância com determinado procedimento. Encerramento da instrução e nulidades processuais 7 Atos processuais Gonçalves (2020, p. 504) define ato processual como “[...] a conduta humana voluntária que tem relevância para o processo”. No mesmo sentido, The- odoro Junior (2018, p. 512) conceitua ato processual como “[...] toda ação humana que produza efeito jurídico em relação ao processo”. Chiovenda (1969, p. 15) nos ensina que os atos jurídicos processuais são aqueles “[...] que têm importância jurídica em respeito à relação processual, isto é, os atos que têm por consequência imediata a constituição, a conservação, o desenvolvimento, a modificação ou a definição de uma relação processual”. Os atos processuais podem ser praticados pelas partes, pelo juiz, por órgãos auxiliares da justiça, desde que tais atos sejam efetivados no curso processual. O art. 779 da CLT prevê que as partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla liberdade, os processos nos cartórios ou se- cretarias. Já o art. 770 estabelece que os atos processuais serão públicos, salvo quando o interesse social determinar o contrário (BRASIL, 1943). Observe que os dispositivos mencionados estão em plena sintonia com o princípio constitucional da publicidade dos atos processuais, consagrado no art. 5º, LX, da CF/1988: “LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem” (BRASIL, 1988). Desse modo, o magistrado, ao se deparar com um caso concreto que exija restrição da publicidade dos atos processuais, como litígios que envolvam empregado portador do vírus HIV, assédio sexual, empregadomenor de idade etc., pode determinar que o processo transcorra em segredo de justiça, moti- vando sua decisão no art. 189, I e III, do CPC (BRASIL, 2015, documento on-line): Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: I - em que o exija o interesse público ou social; II – [...]; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV [...]. Além disso, os atos serão realizados em dias úteis das 6 às 20 horas. Consideram-se dias úteis, para a prática de atos processuais, aqueles em que há expediente forense — isto é, de segunda a sexta-feira, excluídos os feriados. Porém, o parágrafo único do art. 770 traz uma exceção. De acordo com esse dispositivo, a penhora poderá ser realizada em domingo ou feriado, desde que haja autorização expressa do juiz. Atualmente, com a implantação do processo judicial eletrônico — realidade implementada integralmente na Justiça do Trabalho desde o ano de 2017 —, a prática de ato processual em Encerramento da instrução e nulidades processuais8 processo eletrônico pode ocorrer em qualquer horário até as 24 horas do último dia do prazo, conforme previsão do art. 213 do CPC (BRASIL, 2015). Bom, já estudamos as principais características dos atos processuais. Agora, vamos ver quais são os atos praticados pelas partes, pelo juiz e pelos órgãos auxiliares da Justiça. Antes de adentrarmos nos atos processuais em si, vamos primeiro conceituar as partes do processo. Donizetti (2017, p. 295) diz que as partes são “[...] os sujeitos parciais do processo, que pedem ou contra quem é pedida uma providência jurisdicional e, por essa razão, integram o contraditório e são atingidos pelos efeitos da coisa julgada”. Os atos praticados pelas partes podem ser compreendidos como declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, que produzem ime- diatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais, como evidencia o art. 200 do CPC (BRASIL, 2015). Em regra, praticam atos postulatórios e de manifestação. Alguns atos unilaterais que podem ser praticados pelas partes são: � petição inicial; � apresentação de defesa; � manifestação sobre documentos; � interposição de recursos; � depoimentos pessoais; � razões finais etc. As partes também praticam atos bilaterais, como é o caso da conciliação. Esses atos podem ser realizados por meio escrito ou oral, como ocorre em audiência, assim como por meio eletrônico. Já o juiz, de acordo com o disposto no art. 203 do CPC (BRASIL, 2015), pratica três tipos de atos: � sentenças; � decisões interlocutórias; e � despachos. A sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 do CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (art. 203, § 1º, do CPC) (BRASIL, 2015). Resumi- damente, a sentença é o ato do juiz que soluciona o conflito, ora rejeitando, ora acolhendo a pretensão de cada uma da partes. Encerramento da instrução e nulidades processuais 9 A decisão interlocutória é o ato de cunho decisório que resolve questão incidente, sem pôr fim ao processo (art. 203, § 2º, do CPC) (BRASIL, 2015). São exemplos: decisões que defere ou indefere liminares no curso do processo, que dispensa oitiva de testemunhas, que acata ou rejeita exceção de incom- petência etc. Já os despachos são todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte (art. 203, § 3º, do CPC) (BRASIL, 2015). São atos sem conteúdo decisório, de mera movimentação e andamento processual. É exemplo: abertura de prazo para manifestação das partes sobre laudo pericial. Além desses, o magistrado também pratica outros atos, como interrogatório das partes, oitiva das testemunhas, inspeção judicial. Por fim, temos os atos praticados pelos órgãos auxiliares da Justiça. Tais atos são essenciais para a efetivação da prestação jurisdicional, visto que eles darão subsídio ao desenrolar do processo. Nas palavras de Pereira (2019), o magistrado, sozinho, não conseguiria dar vazão a todo o andamento proces- sual, principalmente àqueles essencialmente burocráticos. Daí a importância dos atos praticados pelos auxiliares do juízo. Veja alguns exemplos: citação do executado pelo oficial de justiça, penhora de bens, reduzir o ato oral em escrito (redução a termo) etc. Termos processuais Os autos do processo, de acordo com Garcia (2017, p. 144), “[...] correspondem ao volume contendo todas as petições, documentos e atos processuais relativos ao processo”. No Direito Processual, entende-se por termo processual o ato processual reduzido a escrito, ficando documentado nos autos. Schiavi (2017, p. 476) nos ensina que “[...] os termos processuais são atos de documentação do processo, vale dizer: o instrumento pelo qual o ato processual será retratado e juntado aos autos”. Portanto, na esfera do Direito Processual do Trabalho, termos processuais são a redução escrita do ato praticado oralmente, ocor- ridos, em sua grande maioria, durante a audiência. O art. 771 da CLT dispõe que os termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo. Já o artigo seguinte, 772, preconiza que os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de duas testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente constituído (BRASIL, 1943). Encerramento da instrução e nulidades processuais10 Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, datadas e rubricadas pelos secretários ou escrivães, conforme prevê o art. 773 da CLT. Por fim, os termos processuais devem ser redigidos em língua portuguesa. Assinatura a rogo é a assinatura de um documento realizada por outra pessoa, a pedido, nos casos em que a pessoa que deveria assinar não sabe ou não pode assinar. Prazos processuais Nascimento (2013, p. 180) nos ensina que: O prazo é o tempo no qual deve ser praticado um ato processual. A fixação de prazos é necessária como condição de desenvolvimento do processo. Sem a de- terminação de prazos, o processo poderia ser comprometido pela inércia das pessoas que nele figuram. Os prazos resultam da exigência própria do processo, que é um movimento traçado para o futuro. A inexistência de prazos traria, como consequência, a impossibilidade de andamento do processo. O prazo processual corresponde ao intervalo de tempo para prática ou desinteresse do ato processual. Assim, podemos afirmar que todo ato pro- cessual deverá ser praticado dentro de um lapso temporal determinado, compreendido entre o termo inicial (termo a quo) e o termo final (termo ad quem). Os prazos processuais podem ser classificados quanto à origem da fixação, à natureza e aos destinatários. � Quanto à origem da fixação, os prazos podem ser: legais, judiciais ou convencionais. ■ Prazos legais são determinados pelo ordenamento jurídico vigente, como é o caso do prazo de oito dias para interposição de recurso ordinário (art. 895 da CLT) (BRASIL, 1943). ■ Prazos judiciais são aqueles fixados pelo magistrado, como o prazo de cinco ou 10 dias para a parte se manifestar sobre determinado documento. Encerramento da instrução e nulidades processuais 11 ■ Prazos convencionais são aqueles acordados pelas próprias partes. Podemos citar o exemplo da suspensão do processo para tentativa de acordo, nos moldes do art. 313, II, do CPC (BRASIL, 2015). � Quanto à natureza, os prazos processuais podem ser dilatórios ou peremptórios. ■ Prazos dilatórios são aqueles que podem ser prorrogados pelo juiz, atendendo solicitação das partes. É importante ressaltar que essa prorrogação somente se efetivará caso requisitada antes do ven- cimento do prazo — caso contrário, ocorrerá a preclusão temporal. ■ Prazos peremptórios, também denominados prazos fatais, estão pre- vistos em normas de ordem pública,imperativas, de observância obri- gatória, por isso não podem ser prorrogados por vontade das partes. A regra da impossibilidade de prorrogação dos prazos peremptórios não é absoluta, tendo em vista que o art. 222 do CPC (BRASIL, 2015) nos apresenta duas exceções: 1) Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até dois meses, ainda que peremptórios. 2) Na hipótese de calamidade pública, o juiz poderá prorrogar os prazos pelo tempo que for necessário, ainda que sejam peremptórios. � Quanto aos destinatários, os prazos processuais podem ser próprios ou impróprios. ■ Prazos próprios são aqueles destinados às partes, cuja inobservância acarreta a preclusão temporal. Segundo Santos e Hajel Filho (2020, p. 457), “preclusão temporal é a perda da faculdade processual de praticar um ato, por não o ter exercido dentro do prazo estabele- cido. Exemplo típico é a interposição intempestiva (fora do prazo) do recurso”. Geralmente, os prazos próprios estão previstos em lei ou são fixados pelo juiz. ■ Prazos impróprios têm como destinatários os juízes e os servidores do Poder Judiciário. Ao contrário do prazo próprio, a sua inobservância não resultará na preclusão, apenas poderá gerar consequências administrativas e disciplinares. Desse modo, os atos praticados pelos juízes e serventuários da Justiça, mesmo que fora do prazo, são válidos. Encerramento da instrução e nulidades processuais12 Contagem dos prazos processuais A nova redação do caput do art. 775 da CLT, dada pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 (Reforma Trabalhista) (BRASIL, 2017), dispõe que os prazos processuais na Justiça do Trabalho serão contabilizados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Os prazos que vencerem em dias não úteis serão prorrogados para o próximo dia útil. Em síntese, os dias não úteis, como sábados, domingos e feriados, e os dias que não possuírem expediente forense não são considerados para a contagem do prazo. Agora, vamos distinguir dois momentos importantes sobre a fruição dos prazos processuais. O primeiro momento é designado dia do início do prazo, também chamado de dies a quo, e ocorre no instante em que o interessado é notificado sobre o ato a ser praticado. Todavia, esse dia, em que a parte toma ciência da notificação, deve ser excluído da contagem — ou seja, o dia do início não se computa no prazo. O segundo momento é designado início da contagem do prazo. A conta- gem do prazo se inicia no dia útil seguinte ao do início do prazo. Ou melhor, a contagem do prazo processual se inicia no dia útil seguinte ao da ciência do ato processual pela parte e vai até o dia do término, denominado dies ad quem, que é o último dia do prazo processual. João, advogado, foi notificado e tomou conhecimento da decisão do juiz contra o seu cliente no dia 09/11/2020 (segunda-feira). Inconformado com a sentença, pretende recorrer. Sabendo que a contagem do prazo teve início no dia 10/11/2020 (terça-feira) e considerando que o prazo para interposição de recurso ordinário é de oito dias úteis, João deverá apresentar o seu recurso até o dia 19/11/2020 (quinta-feira). Resumo dos prazos da situação hipotética: � Dia do início do prazo: 09/11/2020 (segunda-feira). � Dia do início da contagem do prazo: 10/11/2020 (terça-feira). � Dia do término do prazo: 19/11/2020 (quinta-feira). Encerramento da instrução e nulidades processuais 13 Se, porventura, a parte for notificada na sexta-feira, o início da contagem do prazo dar-se-á na próxima segunda-feira. Nessa hipótese, se não houver expediente forense na segunda-feira, prorroga-se, então, a contagem do prazo para o dia útil que se seguir. Essa é a diretriz da Súmula nº 1 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) (BRASIL, 2003a, documento on-line): PRAZO JUDICIAL Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de inti- mação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir. Temos também a Súmula nº 262 do TST (BRASIL, 2014), que trata da noti- ficação postal recebida no sábado. De acordo com a referida Súmula, caso a parte seja notificada no sábado ou no feriado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil seguinte à notificação, e a sua contagem terá início no dia subsequente. Além da notificação postal, também temos as publicações realizadas no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT). Aqui, considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no DEJT, e a contagem do prazo terá início no primeiro dia útil seguinte ao da publicação. Vamos esquematizar essa regra com um exemplo: Publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho 17/11/2020 Disponibilização da informação 18/11/2020 Data da publicação 19/11/2020 Início da contagem do prazo Por fim, temos as notificações realizadas nos processos que tramitam eletronicamente no portal PJe. De acordo com o § 1º do art. 5º da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006, a data da intimação será considerada como realizada no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação. Caso esse dia não seja dia útil, a intimação será considerada realizada no primeiro dia útil seguinte. A referida consulta deverá ser feita em até 10 dias corridos contados da data do envio da intimação. No entanto, caso não haja a consulta eletrônica ao PJe no prazo de 10 dias corridos, presume-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo (BRASIL, 2006). Encerramento da instrução e nulidades processuais14 Conciliação pré-decisória O Direito Processual do Trabalho é regido pelo princípio da conciliação. Ainda que esse princípio apareça em outros ramos processuais, é aqui, no processo do trabalho, que se apresenta com maior destaque. Pamplona Filho e Peixoto Souza (2020, p. 102) afirmam que “[...] a conciliação é preceito tão caro ao direito processual do trabalho que a própria estrutura procedimental existe a favor dela”. Veja que a CLT nos apresenta uma série de dispositivos que fazem referência à conciliação, a saber: arts. 667, b, 764, 789, § 3º, 831, 835, 846, 847, 850, 825-E, 860, 862, 863, 872, 876 e 887 (BRASIL, 1943). Desse modo, podemos inferir, com alguma segurança, que a conciliação é uma verdadeira marca do ramo do Direito Processual que ora estudamos. Indo um pouco mais além, não é um exagero considerar a conciliação a ideia central de solução de litígios no Direito Processual do Trabalho. Tanto é assim que o primeiro ato processual realizado em audiência é a tentativa de conciliação, nos termos do art. 846 da CLT (BRASIL, 1943). Nos processos que tramitam sob os ritos ordinário e sumário, o juiz, por força legal, deverá propor a conciliação em duas oportunidades. A primeira, logo na abertura da audiência, e a segunda, logo após a apresentação das razões finais. Isso é o que preveem os arts. 846 e 850 da CLT, in verbis (BRASIL, 1943, documento on-line): Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. [...]. Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente re- novará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. A observância desses dois atos é tão importante que o art. 831 da CLT deter- mina que a decisão somente será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação. Em relação ao rito sumaríssimo, é importante ressaltar que nem o art. 852-E nem os demais que integram a seção referente ao procedimento sumaríssimo (arts. 852-A a 852-I da CLT) trataram do momento oportuno para a tentativa de conciliação. O art. 852-E apenas consigna que, aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre asvantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência (BRASIL, 1943). Encerramento da instrução e nulidades processuais 15 Os autores Pamplona Filho e Souza (2020, p. 102) esclarecem que a ideia do legislador — de não fixar um momento próprio para a tentativa de con- ciliação nos processos que tramitam sob o rito sumaríssimo, ao contrário dos ritos ordinário e sumário — foi dar oportunidade para sua realização a qualquer tempo: Embora a redação do art. 852-E seja absolutamente infeliz, dado que cuida do momento da abertura da sessão, mas ao mesmo tempo consigna que a tentativa deve ocorrer em qualquer fase da audiência, parece que a tentativa do legislador foi consignar como necessária a tentativa de conciliação no procedimento suma- ríssimo a qualquer tempo. Dado que não há imposição legal quanto ao momento em que seja necessário praticar o ato, parece que não haverá irregularidade se for realizada a tentativa, a qualquer tempo. A CLT traz em seu bojo dois momentos bem definidos em que se oportuniza a tentativa de conciliação entre as partes. Mas será que a inobservância de algum desses momentos pode acarretar algum prejuízo processual? A omissão de alguma dessas tentativas de conciliação nos ritos ordinário e sumário pode trazer algum vício ao processo? Bom, aqui nós não temos uma unanimidade na doutrina. Doutrinadores como Bezerra Leite (2019) e Pinto (2005) entendem que a ausência da primeira proposta conciliatória não gera prejuízo processual, desde que seja efetivada a segunda. Entretanto, para essa corrente, se o juiz, antes de proferir a sen- tença, omitir a segunda tentativa de conciliação, mesmo que tenha ocorrido a primeira, a sentença estará contaminada de vício insanável, em decorrência da inobservância das regras cogentes contidas nos arts. 830 e 850 da CLT. Para essa corrente de pensamento, a segunda tentativa de conciliação dos processos que tramitam no rito ordinário ou sumário é obrigatória, sob pena de nulidade processual. A doutrina majoritária entende que a segunda tentativa de conciliação é apenas uma faculdade. Para eles, a ausência desse ato não é capaz de manifestar, por si só, o prejuízo exigido no art. 794 da CLT para que haja a declaração de nulidade processual. Nesse sentido, Pamplona Filho e Peixoto Souza (2020, p. 714) explanam: A nosso sentir, em que pese a relevância social da segunda tentativa de conciliação, não se deveria inquinar como nulo o feito no qual não houvesse a aludida tenta- tiva. Com efeito, se é certo que a paz social é o que se pretende com o processo; não é menos correto dizer que a positivação máxima do conflito se dá justamente perante o Judiciário. Se houver o sincero interesse de qualquer dos litigantes em compor o conflito, não é a tentativa oficial, ou a falta dela, o suficiente para induzir ou vetar o acordo. Encerramento da instrução e nulidades processuais16 O posicionamento da jurisprudência, sintetizada na ementa abaixo, co- munga do mesmo entendimento da doutrina majoritária. Segundo o TST, a ausência da segunda proposta conciliatória não tem o condão de gerar nulidade processual. [...]. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. [...]. PRELIMINAR DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DA SEGUNDA PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO. A ausência de renovação da proposta conciliatória, por si só, não gera nulidade processual, porquanto de tal procedimento não decorre, em princípio, nenhum prejuízo às partes, visto que a liberdade das partes para pôr fim ao processo por meio da autocomposição não se extingue com o procedimento conciliatório, consoante dispõe o artigo 763, § 3º, da CLT, de seguinte teor. No caso, a parte recorrente não demonstrou a existência de prejuízos em face da ausência de nova tentativa de conciliação. Precedentes. Recurso de Revista não conhecido. [...]. (BRASIL, 2016, documento on-line). Superadas essas peculiaridades, passemos à etapa da efetivação da pro- posta. Assim, se o magistrado obtiver êxito na sua proposta conciliatória, ou seja, se houver acordo entre as partes, será lavrado um termo assinado pelo juiz e pelos litigantes, consignando-se o prazo e as demais condições para o seu cumprimento. Desse modo, uma vez aceita a proposta e homologada pelo juízo, haverá a extinção do processo com julgamento de mérito, nos moldes do art. 487, III, b, do CPC (BRASIL, 2015). O termo de conciliação homologado em juízo possui natureza de sentença irrecorrível, conforme expressa o parágrafo único do art. 831 da CLT: Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação. Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas (BRASIL, 1943, documento on-line). No mesmo sentido, a Súmula nº 259 do TST (BRASIL, 2003b) dispõe que só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do art. 831 da CLT. Ou seja, uma vez homologado, o acordo ganha status de sentença de mérito e produzirá eficácia de coisa julgada, não cabendo, consequentemente, a dissolução do acordo por simples arrependimento das partes. A parte que descumprir o acordo poderá ser obrigada a satisfazer inte- gralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo, conforme preceitua o § 2º do art. 846 da CLT. As partes, geralmente, também estipulam uma multa para o caso de des- cumprimento do avençado. Encerramento da instrução e nulidades processuais 17 Cabe-nos ainda ressaltar que o juiz não está obrigado a homologar os termos do acordo proposto pelas partes, ainda mais quando se está diante de um ato simulado, de uma fraude, conforme especificado no art. 142 do CPC: Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé (BRASIL, 2015, documento on-line). Temos que ter em mente que a decisão homologatória é de livre apreciação jurisdicional, assim como quaisquer outras devem ser. Assim, identificando o vício que macula a conciliação, deve o magistrado indeferir a proposta conciliatória. Observe que essa decisão não pode ser arbitrária. Ela deve ser fundamentada, nos estritos termos do art. 93, IX, da CF/1988 (BRASIL, 1988), tendo em vista que as partes, diante da negativa de homologação do acordo, podem interpor recurso contra essa decisão. Para finalizar, não podemos deixar de mencionar que o acordo celebrado mediante fraude ou violência, com intuito de lesar direitos dos trabalhadores, configura crime contra a organização do trabalho, previsto no art. 203 do Código Penal (BRASIL, 1940). Referências BRASIL. Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Resolução nº 185 de 24 março de 2017. Dispõe sobre a padronização do uso, governança, infraestrutura e gestão do Sistema Processo Judicial Eletrônico (PJe) instalado na Justiça do Trabalho e dá outras providências. Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho: caderno administra- tivo [do] Conselho Superior da Justiça do Trabalho, Brasília, DF, n. 3055, p. 1-13, 9 set. 2020. Republicação 2. Disponível em: https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/han- dle/20.500.12178/102716/2017_res0185_csjt_rep02.pdf?sequence=15&isAllowed=y. Acesso em: 13 nov. de 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. 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Encerramento da instrução e nulidades processuais18 BRASIL. Lei nº 11.419/2006, de 19 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a informatização do processo judicial; altera a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm. Acesso em: 15 de nov. 2020. BRASIL. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília, DF: Presidência da Repú- blica, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/ lei/l13467.htm. Acesso em: 12 nov. 2020. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. 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