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DIREITO 
PROCESSUAL DO 
TRABALHO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Enumerar quais são os atos procedimentais e as razões finais.
 > Definir os termos, atos e prazos processuais.
 > Descrever a proposta conciliatória final.
Introdução
A fase de instrução no Direito Processual do Trabalho compreende o momento 
processual em que uma série de atos é realizada, com a finalidade de instruir e 
discutir a matéria que dá origem ao processo. Dentre esses atos, podemos citar 
as tentativas de conciliação, a apresentação da defesa, a oitiva das partes, das 
testemunhas, dos peritos e dos assistentes técnicos, bem como a oportunidade 
conferida às partes para apresentarem razões finais.
Neste capítulo, você vai estudar os atos procedimentais praticados em au-
diência, assim como as características das razões finais. Você vai compreender 
os atos, os termos e os prazos processuais, bem como as regras de contagem 
de prazo no processo do trabalho. Por fim, você vai verificar as particularidades 
da conciliação pré-decisória realizada em audiência.
Encerramento 
da instrução 
e nulidades 
processuais
Kleber Soares de Araújo
Atos procedimentais praticados 
em audiência
O Estado é o detentor da jurisdição, jurisdição essa que se constitui em 
um poder-dever-função de tutelar direitos. Para Bezerra Leite (2019, p. 396), 
“[...] a jurisdição é, ao mesmo tempo, o poder, o dever e a função estatal não 
apenas de dizer o direito (jus dicere), mas, também, de efetivá-lo, de realizá-
-lo concretamente”. A função jurisdicional é inerte. Isso significa que esse 
poder-dever do Estado será acionado pela vontade dos interessados, que 
necessitam da intervenção do Estado-juiz para solucionar os seus conflitos 
ou tutelar jurisdicionalmente os seus direitos.
Assim, podemos dizer que a provocação do Estado-juiz e a prestação da 
tutela jurisdicional se realizará por meio de um processo. Nas palavras de 
Schiavi (2017, p. 69), o processo é:
O meio de solução dos conflitos e o instrumento público, previsto em lei, por meio 
do qual o Estado exerce a jurisdição, dirimindo conflito de interesses, aplicando 
o direito ao caso concreto, dando a cada um o que é seu por direito, e impondo 
coercitivamente o cumprimento da decisão.
Levando em consideração o que vimos até aqui, já somos capazes de dizer 
que o processo é o meio, é o instrumento utilizado pelo Estado para aplicar a lei 
ao caso concreto, exercendo, dessa forma, o poder-dever-função jurisdicional. 
Porém, o processo em si é um sistema abstrato que se materializa por uma 
sequência de atos concatenados logicamente, denominada procedimento. 
Santos e Hagel Filho (2020) dizem que o procedimento é a faceta extrínseca 
do processo, é o instrumento que viabiliza sua existência e efetivação no 
plano fático — isto é, o procedimento revela o aspecto visível do processo. 
O vínculo entre autor, juiz e réu forma a relação jurídica processual per-
meada por direitos, deveres, faculdades e ônus. O ajuizamento da reclamação 
trabalhista pelo reclamante, a notificação do reclamado para comparecer em 
audiência e apresentar a sua resposta, a oitiva das partes e das testemunhas 
e o julgamento são exemplos de atos processuais praticados pelos sujeitos 
do processo, com o intuito de alcançarem uma solução jurisdicional.
Encerramento da instrução e nulidades processuais2
No processo do trabalho, grande parte dos atos procedimentais é prati-
cada em audiência. Não nos custa relembrar que a audiência trabalhista é o 
ato solene, formal, que se caracteriza pelo comparecimento das partes, dos 
advogados e dos auxiliares do juízo. Nela, são realizados diversos atos, como 
as tentativas obrigatórias de conciliação, o interrogatório e o depoimento 
pessoal das partes, a oitiva de testemunhas e de peritos, as razões finais e, 
por fim, a sentença.
A regra contida na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) preceitua que 
a audiência seja una e contínua, oportunizando às partes praticar vários atos 
durante a sua realização, atos esses que vão desde a análise da petição inicial 
até a prolação da sentença. O art. 849 da CLT determina que a audiência seja 
una, mas abre exceção nos casos de força maior, permitindo ao juiz fracioná-la: 
“Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, 
por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente 
marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente 
de nova notificação” (BRASIL, 1943, documento on-line).
É praxe na esfera trabalhista o fracionamento da audiência, independen-
temente de haver motivo de força maior. Isso porque o juiz do trabalho, nos 
termos do art. 765 da CLT (BRASIL, 1943,) é o diretor do processo, por isso, 
carrega consigo ampla liberdade na condução do processo.
É bom ressaltar que nem todos os juízes fracionam as audiências 
trabalhistas. Assim, recomenda-se aos advogados e às partes muito 
cuidado, para não se deparar com surpresas de última hora. Dessa maneira, 
as partes e os respectivos advogados devem se preparar como se a audiência 
sempre fosse una, pois é o juiz do trabalho, com base no art. 765 da CLT, que 
tem a faculdade de fracionar ou não a audiência.
Muitos juízes, pelo costume processual, fragmentam a audiência em três, 
a saber: audiência inicial ou de conciliação, audiência de instrução e audiência 
de julgamento. Veja no Quadro 1 os principais atos procedimentais praticados 
em cada uma dessas audiências.
Encerramento da instrução e nulidades processuais 3
Quadro 1. Atos procedimentais praticados em audiência
Audiência inicial Audiência de instrução Audiência de 
julgamento
 � Primeira tentativa de 
conciliação
 � Resposta do réu 
(caso não prospere a 
conciliação)
 � Designação da 
audiência de 
instrução
 � Interrogatório das partes
 � Depoimento pessoal das 
partes
 � Oitiva das testemunhas
 � Oitiva de peritos e assistentes 
técnicos, razões finais
 � Segunda tentativa de 
conciliação
 � Prolação da 
sentença
É importante frisar que o fracionamento das audiências é uma prá-
tica muito comum nos processos que tramitam sob o rito ordinário. 
As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência 
única, conforme previsão do art. 852-C da CLT. Ou seja, em tese, não se admite 
o fracionamento das audiências no rito sumaríssimo.
Aberta a audiência e estando presentes as partes, o juiz deverá tentar 
a conciliação. A CLT estabelece dois momentos obrigatórios para que o juiz 
conduza a tentativa de conciliação (BRASIL, 1943):
 � início da audiência (art. 846 da CLT);
 � após a apresentação das razões finais (art. 850 da CLT).
Ocorrendo acordo entre as partes, o respectivo termo de conciliação 
será lavrado, conforme dispõe o § 1º do art. 846 consolidado (BRASIL, 1943, 
documento on-line):
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, 
consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento.
§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser esta-
belecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer inte-
gralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do 
cumprimento do acordo.
Encerramento da instrução e nulidades processuais4
Superada a tentativa inicial de conciliação sem sucesso, o reclamado terá 
20 minutos para apresentar a sua defesa, após a leitura da petição inicial, 
quando essa leitura não for dispensada por ambas as partes, conforme prevê 
o art. 847 da CLT. Embora o referido diploma legal preveja a defesa oral em 
audiência, na prática trabalhista as defesas são apresentadas por escrito. 
Ainda, no processo judicial eletrônico (PJe), a defesa deve ser apresentada no 
autos até a realização da proposta de conciliação, conforme regulamenta o 
art. 22 da Resolução nº 185/2017 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho:
Art. 22. A contestação ou a reconvenção e seus respectivos documentosdeverão 
ser protocolados no PJe até a realização da proposta de conciliação infrutífe-
ra, com a utilização de equipamento próprio, sendo automaticamente juntados, 
facultada a apresentação de defesa oral, na forma do art. 847 da CLT (BRASIL, 2017, 
documento on-line).
Portanto, frustrado um possível acordo na audiência inicial, o magistrado 
recebe a defesa da parte reclamada. Terminada essa etapa de defesa, inicia-
-se a instrução do processo, de acordo com o que estabelece o art. 848 da 
CLT: “Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, po-
dendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, 
interrogar os litigantes” (BRASIL, 1943, documento on-line).
Na prática, como bem observa Leite (2019), o juiz designa nova audiência 
de instrução, que é destinada à produção de provas. A instrução processual 
observará a seguinte ordem:
 � interrogatório e depoimento pessoal das partes (previsão do art. 848, 
caput, da CLT);
 � oitiva das testemunhas, dos peritos e dos técnicos, se houver (previsão 
do § 2º do art. 848).
Finda a instrução (interrogatório, depoimento pessoal, oitivas), as partes 
poderão apresentar razões finais, que, embora importantes, não são obri-
gatórias. Veja o que diz o art. 850 da CLT: “Art. 850 - Terminada a instrução, 
poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) 
minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta 
de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão” (BRASIL, 
1943, documento on-line).
Encerramento da instrução e nulidades processuais 5
 Observe que o legislador considerou relevante dar oportunidade às partes 
para se pronunciarem entre o final da instrução e a prolação da sentença, seja 
para consolidar as respectivas posições processuais, seja para uma tentativa 
de acordo. Portanto, podemos considerar as razões finais como uma faculdade 
conferida às partes para reafirmarem as questões de fato e de direito que 
sejam relevantes para a elucidação da causa, antes do pronunciamento judicial.
Quanto ao procedimento, de acordo com a previsão do art. 850 da CLT, 
as razões finais são, geralmente, apresentadas de forma oral, tendo cada 
parte, sucessivamente, o prazo de 10 minutos para oferecê-las. Na prática, 
pelo costume processual de dividir as audiências trabalhistas, os juízes 
têm permitido que as partes apresentem razões finais por escrito. Assim, 
convertem-se as razões finais orais em memoriais. Essa conversão decorre 
da aplicação analógica do § 2º do art. 364 do Código de Processo Civil (CPC) 
ao processo do trabalho:
§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate 
oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas 
pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua 
intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos 
(BRASIL, 2015, documento on-line).
Conforme já mencionado, as partes não têm a obrigatoriedade de apre-
sentar razões finais. Por isso, caso elas abdiquem desse direito, não haverá 
nenhum prejuízo de ordem processual para o litigante que declinou tal opor-
tunidade. Ou seja, nenhuma nulidade poderá ser declarada pela ausência de 
interesse em apresentar as razões finais.
Mesmo não tendo caráter impositivo, as razões finais têm papel importan-
tíssimo no processo do trabalho, não só de influir na formação do convenci-
mento do juiz, como também de destacar alguma nulidade ocorrida no curso 
processual. O art. 795 da CLT prescreve que as nulidades não serão declaradas 
senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira 
vez que tiverem de falar em audiência ou nos autos. Assim, ao conjugarmos a 
redação dos arts. 850 e 795 da CLT, podemos concluir que as finalidades das 
razões finais podem ser assim resumidas: reafirmar as questões relevantes 
do caso concreto e/ou arguir nulidade processual (BRASIL, 1943).
Encerramento da instrução e nulidades processuais6
As razões finais cumprem uma função específica nas causas sujeitas ao 
procedimento sumário (Lei nº 5.584, de 26 de junho de 1970), uma vez 
que é por meio delas que qualquer das partes poderá impugnar o valor 
da causa fixado, conforme redação do art. 2º, § 1º, da referida Lei. Isto é, 
a impugnação do valor da causa no rito sumário pode ser feita até o momento 
do oferecimento das razões finais (BRASIL, 1970).
Por fim, vale ressaltar que, nas causas submetidas ao procedimento suma-
ríssimo, não há previsão legal expressa para apresentação das razões finais. 
Também não há vedação para que o juiz faculte às partes o oferecimento 
dessas alegações. Isso porque o juiz dirige o processo conforme o contexto 
probatório produzido, com a liberdade estabelecida pelo art. 852-D da CLT e 
em consonância com o procedimento estabelecido pelo art. 852-H do mesmo 
diploma legal (BRASIL, 1943, documento on-line):
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a 
serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar 
ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como 
para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. 
[...].
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, 
ainda que não requeridas previamente.
Atos, termos e prazos processuais
Como já mencionado anteriormente, o processo é o meio, é o instrumento 
utilizado pelo Estado, por meio dos seus órgãos jurisdicionais competentes, 
para aplicar a lei ao caso concreto, exercendo, dessa forma, o poder-dever-
-função jurisdicional. Também já mencionamos no tópico anterior que o 
processo em si é um sistema abstrato, que se materializa por uma sequência 
de atos concatenados logicamente, denominada procedimento. Ou seja, 
o processo se exterioriza por meio de um conjunto de atos sucessivos.
Desse modo, percebe-se que o processo deixa o campo da abstração, 
tomando forma perceptível, quando os sujeitos da relação processual praticam 
atos processuais em conformidade com a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 
1988) e com a legislação pertinente. Assim, metaforicamente, podemos dizer 
que o processo ganha vida com a prática de atos processuais em consonância 
com determinado procedimento.
Encerramento da instrução e nulidades processuais 7
Atos processuais
Gonçalves (2020, p. 504) define ato processual como “[...] a conduta humana 
voluntária que tem relevância para o processo”. No mesmo sentido, The-
odoro Junior (2018, p. 512) conceitua ato processual como “[...] toda ação 
humana que produza efeito jurídico em relação ao processo”. Chiovenda (1969, 
p. 15) nos ensina que os atos jurídicos processuais são aqueles “[...] que têm 
importância jurídica em respeito à relação processual, isto é, os atos que têm 
por consequência imediata a constituição, a conservação, o desenvolvimento, 
a modificação ou a definição de uma relação processual”.
Os atos processuais podem ser praticados pelas partes, pelo juiz, por 
órgãos auxiliares da justiça, desde que tais atos sejam efetivados no curso 
processual. O art. 779 da CLT prevê que as partes, ou seus procuradores, 
poderão consultar, com ampla liberdade, os processos nos cartórios ou se-
cretarias. Já o art. 770 estabelece que os atos processuais serão públicos, 
salvo quando o interesse social determinar o contrário (BRASIL, 1943). Observe 
que os dispositivos mencionados estão em plena sintonia com o princípio 
constitucional da publicidade dos atos processuais, consagrado no art. 5º, LX, 
da CF/1988: “LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais 
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem” (BRASIL, 1988).
Desse modo, o magistrado, ao se deparar com um caso concreto que exija 
restrição da publicidade dos atos processuais, como litígios que envolvam 
empregado portador do vírus HIV, assédio sexual, empregadomenor de idade 
etc., pode determinar que o processo transcorra em segredo de justiça, moti-
vando sua decisão no art. 189, I e III, do CPC (BRASIL, 2015, documento on-line):
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça 
os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II – [...];
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV [...].
Além disso, os atos serão realizados em dias úteis das 6 às 20 horas. 
Consideram-se dias úteis, para a prática de atos processuais, aqueles em 
que há expediente forense — isto é, de segunda a sexta-feira, excluídos os 
feriados. Porém, o parágrafo único do art. 770 traz uma exceção. De acordo 
com esse dispositivo, a penhora poderá ser realizada em domingo ou feriado, 
desde que haja autorização expressa do juiz. Atualmente, com a implantação 
do processo judicial eletrônico — realidade implementada integralmente na 
Justiça do Trabalho desde o ano de 2017 —, a prática de ato processual em 
Encerramento da instrução e nulidades processuais8
processo eletrônico pode ocorrer em qualquer horário até as 24 horas do 
último dia do prazo, conforme previsão do art. 213 do CPC (BRASIL, 2015).
Bom, já estudamos as principais características dos atos processuais. 
Agora, vamos ver quais são os atos praticados pelas partes, pelo juiz e pelos 
órgãos auxiliares da Justiça. Antes de adentrarmos nos atos processuais em 
si, vamos primeiro conceituar as partes do processo. 
Donizetti (2017, p. 295) diz que as partes são “[...] os sujeitos parciais do 
processo, que pedem ou contra quem é pedida uma providência jurisdicional 
e, por essa razão, integram o contraditório e são atingidos pelos efeitos da 
coisa julgada”. Os atos praticados pelas partes podem ser compreendidos 
como declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, que produzem ime-
diatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais, 
como evidencia o art. 200 do CPC (BRASIL, 2015). Em regra, praticam atos 
postulatórios e de manifestação.
Alguns atos unilaterais que podem ser praticados pelas partes são: 
 � petição inicial; 
 � apresentação de defesa; 
 � manifestação sobre documentos; 
 � interposição de recursos;
 � depoimentos pessoais;
 � razões finais etc. 
As partes também praticam atos bilaterais, como é o caso da conciliação. 
Esses atos podem ser realizados por meio escrito ou oral, como ocorre em 
audiência, assim como por meio eletrônico.
Já o juiz, de acordo com o disposto no art. 203 do CPC (BRASIL, 2015), 
pratica três tipos de atos:
 � sentenças;
 � decisões interlocutórias; e
 � despachos.
A sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento 
nos arts. 485 e 487 do CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, 
bem como extingue a execução (art. 203, § 1º, do CPC) (BRASIL, 2015). Resumi-
damente, a sentença é o ato do juiz que soluciona o conflito, ora rejeitando, 
ora acolhendo a pretensão de cada uma da partes.
Encerramento da instrução e nulidades processuais 9
A decisão interlocutória é o ato de cunho decisório que resolve questão 
incidente, sem pôr fim ao processo (art. 203, § 2º, do CPC) (BRASIL, 2015). São 
exemplos: decisões que defere ou indefere liminares no curso do processo, 
que dispensa oitiva de testemunhas, que acata ou rejeita exceção de incom-
petência etc.
Já os despachos são todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no 
processo, de ofício ou a requerimento da parte (art. 203, § 3º, do CPC) (BRASIL, 
2015). São atos sem conteúdo decisório, de mera movimentação e andamento 
processual. É exemplo: abertura de prazo para manifestação das partes sobre 
laudo pericial. Além desses, o magistrado também pratica outros atos, como 
interrogatório das partes, oitiva das testemunhas, inspeção judicial.
Por fim, temos os atos praticados pelos órgãos auxiliares da Justiça. Tais 
atos são essenciais para a efetivação da prestação jurisdicional, visto que 
eles darão subsídio ao desenrolar do processo. Nas palavras de Pereira (2019), 
o magistrado, sozinho, não conseguiria dar vazão a todo o andamento proces-
sual, principalmente àqueles essencialmente burocráticos. Daí a importância 
dos atos praticados pelos auxiliares do juízo. Veja alguns exemplos: citação 
do executado pelo oficial de justiça, penhora de bens, reduzir o ato oral em 
escrito (redução a termo) etc.
Termos processuais
Os autos do processo, de acordo com Garcia (2017, p. 144), “[...] correspondem ao 
volume contendo todas as petições, documentos e atos processuais relativos 
ao processo”. No Direito Processual, entende-se por termo processual o ato 
processual reduzido a escrito, ficando documentado nos autos. Schiavi (2017, 
p. 476) nos ensina que “[...] os termos processuais são atos de documentação do 
processo, vale dizer: o instrumento pelo qual o ato processual será retratado 
e juntado aos autos”. Portanto, na esfera do Direito Processual do Trabalho, 
termos processuais são a redução escrita do ato praticado oralmente, ocor-
ridos, em sua grande maioria, durante a audiência.
O art. 771 da CLT dispõe que os termos processuais poderão ser escritos a 
tinta, datilografados ou a carimbo. Já o artigo seguinte, 772, preconiza que os 
atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, 
quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a 
rogo, na presença de duas testemunhas, sempre que não houver procurador 
legalmente constituído (BRASIL, 1943).
Encerramento da instrução e nulidades processuais10
Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples 
notas, datadas e rubricadas pelos secretários ou escrivães, conforme prevê 
o art. 773 da CLT. Por fim, os termos processuais devem ser redigidos em 
língua portuguesa.
Assinatura a rogo é a assinatura de um documento realizada por outra 
pessoa, a pedido, nos casos em que a pessoa que deveria assinar 
não sabe ou não pode assinar.
Prazos processuais
Nascimento (2013, p. 180) nos ensina que: 
O prazo é o tempo no qual deve ser praticado um ato processual. A fixação de 
prazos é necessária como condição de desenvolvimento do processo. Sem a de-
terminação de prazos, o processo poderia ser comprometido pela inércia das 
pessoas que nele figuram. Os prazos resultam da exigência própria do processo, 
que é um movimento traçado para o futuro. A inexistência de prazos traria, como 
consequência, a impossibilidade de andamento do processo.
O prazo processual corresponde ao intervalo de tempo para prática ou 
desinteresse do ato processual. Assim, podemos afirmar que todo ato pro-
cessual deverá ser praticado dentro de um lapso temporal determinado, 
compreendido entre o termo inicial (termo a quo) e o termo final (termo 
ad quem). Os prazos processuais podem ser classificados quanto à origem 
da fixação, à natureza e aos destinatários.
 � Quanto à origem da fixação, os prazos podem ser: legais, judiciais ou 
convencionais.
 ■ Prazos legais são determinados pelo ordenamento jurídico vigente, 
como é o caso do prazo de oito dias para interposição de recurso 
ordinário (art. 895 da CLT) (BRASIL, 1943).
 ■ Prazos judiciais são aqueles fixados pelo magistrado, como o prazo 
de cinco ou 10 dias para a parte se manifestar sobre determinado 
documento.
Encerramento da instrução e nulidades processuais 11
 ■ Prazos convencionais são aqueles acordados pelas próprias partes. 
Podemos citar o exemplo da suspensão do processo para tentativa 
de acordo, nos moldes do art. 313, II, do CPC (BRASIL, 2015).
 � Quanto à natureza, os prazos processuais podem ser dilatórios ou 
peremptórios.
 ■ Prazos dilatórios são aqueles que podem ser prorrogados pelo juiz, 
atendendo solicitação das partes. É importante ressaltar que essa 
prorrogação somente se efetivará caso requisitada antes do ven-
cimento do prazo — caso contrário, ocorrerá a preclusão temporal.
 ■ Prazos peremptórios, também denominados prazos fatais, estão pre-
vistos em normas de ordem pública,imperativas, de observância obri-
gatória, por isso não podem ser prorrogados por vontade das partes. 
A regra da impossibilidade de prorrogação dos prazos peremptórios 
não é absoluta, tendo em vista que o art. 222 do CPC (BRASIL, 2015) 
nos apresenta duas exceções:
1) Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz 
poderá prorrogar os prazos por até dois meses, ainda que peremptórios.
2) Na hipótese de calamidade pública, o juiz poderá prorrogar os prazos pelo 
tempo que for necessário, ainda que sejam peremptórios.
 � Quanto aos destinatários, os prazos processuais podem ser próprios 
ou impróprios.
 ■ Prazos próprios são aqueles destinados às partes, cuja inobservância 
acarreta a preclusão temporal. Segundo Santos e Hajel Filho (2020, 
p. 457), “preclusão temporal é a perda da faculdade processual de 
praticar um ato, por não o ter exercido dentro do prazo estabele-
cido. Exemplo típico é a interposição intempestiva (fora do prazo) 
do recurso”. Geralmente, os prazos próprios estão previstos em lei 
ou são fixados pelo juiz.
 ■ Prazos impróprios têm como destinatários os juízes e os servidores do 
Poder Judiciário. Ao contrário do prazo próprio, a sua inobservância 
não resultará na preclusão, apenas poderá gerar consequências 
administrativas e disciplinares. Desse modo, os atos praticados 
pelos juízes e serventuários da Justiça, mesmo que fora do prazo, 
são válidos.
Encerramento da instrução e nulidades processuais12
Contagem dos prazos processuais
A nova redação do caput do art. 775 da CLT, dada pela Lei nº 13.467, 
de 13 de julho de 2017 (Reforma Trabalhista) (BRASIL, 2017), dispõe que os 
prazos processuais na Justiça do Trabalho serão contabilizados em dias 
úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 
Os prazos que vencerem em dias não úteis serão prorrogados para o próximo 
dia útil. Em síntese, os dias não úteis, como sábados, domingos e feriados, 
e os dias que não possuírem expediente forense não são considerados para 
a contagem do prazo.
Agora, vamos distinguir dois momentos importantes sobre a fruição dos 
prazos processuais. O primeiro momento é designado dia do início do prazo, 
também chamado de dies a quo, e ocorre no instante em que o interessado 
é notificado sobre o ato a ser praticado. Todavia, esse dia, em que a parte 
toma ciência da notificação, deve ser excluído da contagem — ou seja, o dia 
do início não se computa no prazo.
O segundo momento é designado início da contagem do prazo. A conta-
gem do prazo se inicia no dia útil seguinte ao do início do prazo. Ou melhor, 
a contagem do prazo processual se inicia no dia útil seguinte ao da ciência 
do ato processual pela parte e vai até o dia do término, denominado dies 
ad quem, que é o último dia do prazo processual.
João, advogado, foi notificado e tomou conhecimento da decisão 
do juiz contra o seu cliente no dia 09/11/2020 (segunda-feira). 
Inconformado com a sentença, pretende recorrer. Sabendo que a contagem do 
prazo teve início no dia 10/11/2020 (terça-feira) e considerando que o prazo para 
interposição de recurso ordinário é de oito dias úteis, João deverá apresentar 
o seu recurso até o dia 19/11/2020 (quinta-feira). 
Resumo dos prazos da situação hipotética:
 � Dia do início do prazo: 09/11/2020 (segunda-feira).
 � Dia do início da contagem do prazo: 10/11/2020 (terça-feira).
 � Dia do término do prazo: 19/11/2020 (quinta-feira).
Encerramento da instrução e nulidades processuais 13
Se, porventura, a parte for notificada na sexta-feira, o início da contagem 
do prazo dar-se-á na próxima segunda-feira. Nessa hipótese, se não houver 
expediente forense na segunda-feira, prorroga-se, então, a contagem do 
prazo para o dia útil que se seguir. Essa é a diretriz da Súmula nº 1 do Tribunal 
Superior do Trabalho (TST) (BRASIL, 2003a, documento on-line):
PRAZO JUDICIAL 
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de inti-
mação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, 
inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir.
Temos também a Súmula nº 262 do TST (BRASIL, 2014), que trata da noti-
ficação postal recebida no sábado. De acordo com a referida Súmula, caso a 
parte seja notificada no sábado ou no feriado, o início do prazo se dará no 
primeiro dia útil seguinte à notificação, e a sua contagem terá início no dia 
subsequente. 
Além da notificação postal, também temos as publicações realizadas no 
Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT). Aqui, considera-se como data 
da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação 
no DEJT, e a contagem do prazo terá início no primeiro dia útil seguinte ao da 
publicação. Vamos esquematizar essa regra com um exemplo:
Publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho
17/11/2020 Disponibilização da informação
18/11/2020 Data da publicação
19/11/2020 Início da contagem do prazo
Por fim, temos as notificações realizadas nos processos que tramitam 
eletronicamente no portal PJe. De acordo com o § 1º do art. 5º da Lei 11.419, de 
19 de dezembro de 2006, a data da intimação será considerada como realizada 
no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação. 
Caso esse dia não seja dia útil, a intimação será considerada realizada no 
primeiro dia útil seguinte. A referida consulta deverá ser feita em até 10 dias 
corridos contados da data do envio da intimação. No entanto, caso não haja a 
consulta eletrônica ao PJe no prazo de 10 dias corridos, presume-se a intimação 
automaticamente realizada na data do término desse prazo (BRASIL, 2006).
Encerramento da instrução e nulidades processuais14
Conciliação pré-decisória
O Direito Processual do Trabalho é regido pelo princípio da conciliação. Ainda 
que esse princípio apareça em outros ramos processuais, é aqui, no processo 
do trabalho, que se apresenta com maior destaque. Pamplona Filho e Peixoto 
Souza (2020, p. 102) afirmam que “[...] a conciliação é preceito tão caro ao 
direito processual do trabalho que a própria estrutura procedimental existe a 
favor dela”. Veja que a CLT nos apresenta uma série de dispositivos que fazem 
referência à conciliação, a saber: arts. 667, b, 764, 789, § 3º, 831, 835, 846, 847, 
850, 825-E, 860, 862, 863, 872, 876 e 887 (BRASIL, 1943).
Desse modo, podemos inferir, com alguma segurança, que a conciliação 
é uma verdadeira marca do ramo do Direito Processual que ora estudamos. 
Indo um pouco mais além, não é um exagero considerar a conciliação a ideia 
central de solução de litígios no Direito Processual do Trabalho. Tanto é 
assim que o primeiro ato processual realizado em audiência é a tentativa de 
conciliação, nos termos do art. 846 da CLT (BRASIL, 1943). 
Nos processos que tramitam sob os ritos ordinário e sumário, o juiz, por 
força legal, deverá propor a conciliação em duas oportunidades. A primeira, 
logo na abertura da audiência, e a segunda, logo após a apresentação das 
razões finais. Isso é o que preveem os arts. 846 e 850 da CLT, in verbis (BRASIL, 
1943, documento on-line):
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
[...].
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não 
excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente re-
novará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
A observância desses dois atos é tão importante que o art. 831 da CLT deter-
mina que a decisão somente será proferida depois de rejeitada pelas partes 
a proposta de conciliação.
Em relação ao rito sumaríssimo, é importante ressaltar que nem o art. 852-E 
nem os demais que integram a seção referente ao procedimento sumaríssimo 
(arts. 852-A a 852-I da CLT) trataram do momento oportuno para a tentativa 
de conciliação. O art. 852-E apenas consigna que, aberta a sessão, o juiz 
esclarecerá as partes presentes sobre asvantagens da conciliação e usará 
os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em 
qualquer fase da audiência (BRASIL, 1943).
Encerramento da instrução e nulidades processuais 15
Os autores Pamplona Filho e Souza (2020, p. 102) esclarecem que a ideia 
do legislador — de não fixar um momento próprio para a tentativa de con-
ciliação nos processos que tramitam sob o rito sumaríssimo, ao contrário 
dos ritos ordinário e sumário — foi dar oportunidade para sua realização a 
qualquer tempo:
Embora a redação do art. 852-E seja absolutamente infeliz, dado que cuida do 
momento da abertura da sessão, mas ao mesmo tempo consigna que a tentativa 
deve ocorrer em qualquer fase da audiência, parece que a tentativa do legislador 
foi consignar como necessária a tentativa de conciliação no procedimento suma-
ríssimo a qualquer tempo. Dado que não há imposição legal quanto ao momento 
em que seja necessário praticar o ato, parece que não haverá irregularidade se 
for realizada a tentativa, a qualquer tempo.
A CLT traz em seu bojo dois momentos bem definidos em que se oportuniza 
a tentativa de conciliação entre as partes. Mas será que a inobservância de 
algum desses momentos pode acarretar algum prejuízo processual? A omissão 
de alguma dessas tentativas de conciliação nos ritos ordinário e sumário pode 
trazer algum vício ao processo?
Bom, aqui nós não temos uma unanimidade na doutrina. Doutrinadores 
como Bezerra Leite (2019) e Pinto (2005) entendem que a ausência da primeira 
proposta conciliatória não gera prejuízo processual, desde que seja efetivada 
a segunda. Entretanto, para essa corrente, se o juiz, antes de proferir a sen-
tença, omitir a segunda tentativa de conciliação, mesmo que tenha ocorrido 
a primeira, a sentença estará contaminada de vício insanável, em decorrência 
da inobservância das regras cogentes contidas nos arts. 830 e 850 da CLT. 
Para essa corrente de pensamento, a segunda tentativa de conciliação dos 
processos que tramitam no rito ordinário ou sumário é obrigatória, sob pena 
de nulidade processual.
A doutrina majoritária entende que a segunda tentativa de conciliação 
é apenas uma faculdade. Para eles, a ausência desse ato não é capaz de 
manifestar, por si só, o prejuízo exigido no art. 794 da CLT para que haja a 
declaração de nulidade processual. Nesse sentido, Pamplona Filho e Peixoto 
Souza (2020, p. 714) explanam:
A nosso sentir, em que pese a relevância social da segunda tentativa de conciliação, 
não se deveria inquinar como nulo o feito no qual não houvesse a aludida tenta-
tiva. Com efeito, se é certo que a paz social é o que se pretende com o processo; 
não é menos correto dizer que a positivação máxima do conflito se dá justamente 
perante o Judiciário. Se houver o sincero interesse de qualquer dos litigantes em 
compor o conflito, não é a tentativa oficial, ou a falta dela, o suficiente para induzir 
ou vetar o acordo.
Encerramento da instrução e nulidades processuais16
O posicionamento da jurisprudência, sintetizada na ementa abaixo, co-
munga do mesmo entendimento da doutrina majoritária. Segundo o TST, 
a ausência da segunda proposta conciliatória não tem o condão de gerar 
nulidade processual.
[...]. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. [...]. PRELIMINAR DE 
NULIDADE POR AUSÊNCIA DA SEGUNDA PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO. A ausência 
de renovação da proposta conciliatória, por si só, não gera nulidade processual, 
porquanto de tal procedimento não decorre, em princípio, nenhum prejuízo às 
partes, visto que a liberdade das partes para pôr fim ao processo por meio da 
autocomposição não se extingue com o procedimento conciliatório, consoante 
dispõe o artigo 763, § 3º, da CLT, de seguinte teor. No caso, a parte recorrente não 
demonstrou a existência de prejuízos em face da ausência de nova tentativa de 
conciliação. Precedentes. Recurso de Revista não conhecido. [...]. (BRASIL, 2016, 
documento on-line).
Superadas essas peculiaridades, passemos à etapa da efetivação da pro-
posta. Assim, se o magistrado obtiver êxito na sua proposta conciliatória, ou 
seja, se houver acordo entre as partes, será lavrado um termo assinado pelo 
juiz e pelos litigantes, consignando-se o prazo e as demais condições para o 
seu cumprimento. Desse modo, uma vez aceita a proposta e homologada pelo 
juízo, haverá a extinção do processo com julgamento de mérito, nos moldes 
do art. 487, III, b, do CPC (BRASIL, 2015).
O termo de conciliação homologado em juízo possui natureza de sentença 
irrecorrível, conforme expressa o parágrafo único do art. 831 da CLT: 
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de 
conciliação. Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá 
como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições 
que lhe forem devidas (BRASIL, 1943, documento on-line).
No mesmo sentido, a Súmula nº 259 do TST (BRASIL, 2003b) dispõe que só 
por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo 
único do art. 831 da CLT. Ou seja, uma vez homologado, o acordo ganha status 
de sentença de mérito e produzirá eficácia de coisa julgada, não cabendo, 
consequentemente, a dissolução do acordo por simples arrependimento 
das partes.
A parte que descumprir o acordo poderá ser obrigada a satisfazer inte-
gralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo 
do cumprimento do acordo, conforme preceitua o § 2º do art. 846 da CLT. 
As partes, geralmente, também estipulam uma multa para o caso de des-
cumprimento do avençado.
Encerramento da instrução e nulidades processuais 17
Cabe-nos ainda ressaltar que o juiz não está obrigado a homologar os 
termos do acordo proposto pelas partes, ainda mais quando se está diante 
de um ato simulado, de uma fraude, conforme especificado no art. 142 do CPC: 
Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do 
processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá 
decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades 
da litigância de má-fé (BRASIL, 2015, documento on-line).
Temos que ter em mente que a decisão homologatória é de livre apreciação 
jurisdicional, assim como quaisquer outras devem ser. Assim, identificando 
o vício que macula a conciliação, deve o magistrado indeferir a proposta 
conciliatória. Observe que essa decisão não pode ser arbitrária. Ela deve ser 
fundamentada, nos estritos termos do art. 93, IX, da CF/1988 (BRASIL, 1988), 
tendo em vista que as partes, diante da negativa de homologação do acordo, 
podem interpor recurso contra essa decisão. Para finalizar, não podemos 
deixar de mencionar que o acordo celebrado mediante fraude ou violência, 
com intuito de lesar direitos dos trabalhadores, configura crime contra a 
organização do trabalho, previsto no art. 203 do Código Penal (BRASIL, 1940).
Referências
BRASIL. Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Resolução nº 185 de 24 março 
de 2017. Dispõe sobre a padronização do uso, governança, infraestrutura e gestão 
do Sistema Processo Judicial Eletrônico (PJe) instalado na Justiça do Trabalho e dá 
outras providências. Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho: caderno administra-
tivo [do] Conselho Superior da Justiça do Trabalho, Brasília, DF, n. 3055, p. 1-13, 9 set. 
2020. Republicação 2. Disponível em: https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/han-
dle/20.500.12178/102716/2017_res0185_csjt_rep02.pdf?sequence=15&isAllowed=y. 
Acesso em: 13 nov. de 2020.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência 
da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
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BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Rio de Janeiro: 
Presidência da República, 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 2 dez. 2020.
BRASIL. Decreto-leinº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis 
do Trabalho. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.
htm Acesso em: 5 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº 5.584, de 26 de junho de 1970. Dispõe sobre normas de Direito Processual 
do Trabalho, altera dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, disciplina a 
concessão e prestação de assistência judiciária na Justiça do Trabalho, e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1970. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5584.htm. Acesso em: 30 nov. 2020.
Encerramento da instrução e nulidades processuais18
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do processo judicial; altera a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo 
Civil; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm. Acesso 
em: 15 de nov. 2020.
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(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 
de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de 
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THEODORO JÚNIOR, H. Curso de direito processual civil. 59. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2018.
Leitura recomendada
ENOQUE, R. S.; HAJEL FILHO, R. A. B. Curso de direito processual do trabalho. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2020. 
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