Buscar

POSSE E PROPRIEDADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EMENTA DIREITO DAS COISAS – DIREITO CIVIL IV
Professora: Élida Mamede
OBJETIVOS
Conceituar o Direito das coisas, estudar os fundamentos da posse, da
propriedade, a prescrição aquisitiva em suas espécies, a aquisição e a perda
da propriedade; identificar os direitos reais e pessoais.
CARGA HORÁRIA: 72h/a
EMENTA: Noções gerais. Distinção entre posse, propriedade e detenção.
Teorias(subjetiva e objetiva). Posse: conceituação, composse, qualificação da
posse,aquisição, transmissão, efeitos, perda e proteção de posse. Propriedade:
conceituação, classificação, aquisição e perda, proteção, da propriedade móvel
e imóvel: conceitos, modos de aquisição e perda, usucapião. Desapropriação.
Direitos de vizinhança. Direitos reais sobre coisas alheias.
CONTEÚDO PROGRATICO
UNIDADE 1 - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1.1 Denominação; 1.2 Natureza jurídica dos direitos reais; 1.3 Direitos reais e
direitos pessoais; 1.4 Obrigações propter REM 1.5 Características dos direitos
reais: eficácia erga omnes e direito de seqüela; 1.6 Classificações dos direitos
reais; 1.7 Ações reais.
UNIDADE 2 - DA POSSE
2.1 Conceito e teorias sobre a posse. Distinção entre posse e propriedade; 2.2
Natureza jurídica; 2.3 Posse e detenção. Fâmulos da posse; 2.4 Classificações;
2.4.1Continuidade do caráter da posse; 2.4.2 Posse direta e posse indireta;
2.4.3 Possejusta e posse injusta; 2.4.4 Posse de boa-fé e posse de má-fé;
2.4.5 Posse nova eposse velha; 2.4.6 Posse ad interdicta e posse ad
usucapionem; 2.4.7 Composse prodiviso e pro indiviso; 2.5 Aquisição,
Conservação e Transmissão; 2.6 Perda da posse;2.7 Efeitos da posse; 2.8
Ações possessórias; 2.9 Constituto possessório.
UNIDADE 3 - DA PROPRIEDADE
3.1 Conceito e historicidade; 3.2 Natureza jurídica; 3.3 Função social da
propriedade; 3.4 Aquisição da propriedade móvel. Tradição. Ocupação,
especificação,confusão, comistão e adjunção; 3.5 Aquisição da propriedade
imóvel. Transcrição noregistro de imóveis. Acessão; 3.6 Usucapião; 3.7 Perda
da propriedade.Desapropriação; 3.8 Propriedade resolúvel; 3.9 Tutela da
propriedade e juízo petitório.
UNIDADE 4 - DIREITOS DE VIZINHANÇA
4.1 Uso nocivo da propriedade; 4.2 Arvores limítrofes; 4.3 Passagem forçada;
4.4 Passagem de cabos e tubulações; 4.5 Águas; 4.6 Limites entre prédios e
direito detapagem; 4.7 Direito de construir.
UNIDADE 5 - CONDOMÍNIO
5.1 Condomínio Voluntário; 5.2 Condomínio necessário; 5.3 Condomínio
Edilício. 
UNIDADE 6 - DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS
7.1 Usufruto; 7.2 Servidão; 7.3 Enfiteuse e Superfície.
UNIDADE 7 - DIREITOS REAIS DE GARANTIA
8.1 Hipoteca; 8.2 Penhor; 8.3 Anticrese.
UNIDADE 8 - USO E HABITAÇÃO
UNIDADE 9 - RENDAS CONSTITUÍDAS SOBRE IMÓVEIS
UNIDADE 10 - PROMESSA DE COMPRA E VENDA COM EFICÁCIA REAL
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 18.ed. Rio de
Janeiro:
Forense, 2004. V.4
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direitos reais. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
GOMES, Orlando. Direitos reais. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das coisas. 6.ed. São Paulo: Saraiva,
2003.
IHERING, Rudolf Von. Teoria simplificada da posse. Tradução Pinto de Aguiar.
2.ed. rev. Bauru: EDIPRO, 2002.
NADER, Paulo. Curso de direito civil: direito das coisas. Rio de Janeiro:
Forense,2006. v.4
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. v.4. São Paulo: Saraiva.
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil. v.5. São Paulo: Saraiva.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. São Paulo: Atlas, 1995.
VIANA, Marco Aurélio.Curso de Direito Civil. v.3, Belo Horizonte: Del Rey, 1997.
WALD, Arnold. Curso de Direito Civil. São Paulo: R.T., 1997.
DIREITO DAS COISAS
Arts. 1196-1510, CC
1.1. Nomenclatura:
Direito das coisas: ramo do direito civil que tem como conteúdo relações jurídicas entre
pessoas e coisas determinadas.
- Como coisas, deve-se entender tudo aquilo que não é humano. Bens são coisas com interesse
jurídico e/ou econômico.
- relação de domínio
Direitos reais: As relações jurídicas estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas ou
determináveis , tendo como fundamento principal o conceito de propriedade.
DIREITO DAS COISAS: Silvio Rodrigues, Washington de Barros Monteiro, MHD, Arnaldo
Rizzardo, CRG.
DIREITOS REAIS: Caio Mário, Orlando Gomes, Silvio Venosa
1.2. Teorias justificadoras dos direitos reais:
a) Teoria personalista: os direitos reais são relações jurídicas estabelecidas entre pessoas,
exigindo-se determinados comportamentos, mas intermediadas por coisas.
b) Teoria realista ou clássica: o direito real é o poder imediato que a pessoa exerce sobre a
coisa.
1.3. Características dos direitos reais: (MHD)
- oponibilidade erga omnes
- direito de sequela
- previsão de usucapião como meio de aquisição
- rol taxativo (numerus clausus) – 1225, CC 
- princípio da publicidade dos atos → entrega da coisa ou tradição (bens móveis) ou registro
(bens imóveis) arts. 1226 e 1227
1.4. Diferenças entre direitos reais e direitos pessoais patrimoniais:
DIREITOS REAIS DIREITOS PESSOAIS PATRIMONIAIS
Um sujeito ativo determinado e o sujeito passivo é
a sociedade
Sinalagma contratual: sujeitos ativo/passivo
determinados
Objeto: coisa corpórea Objeto: prestação
Eficácia erga omnes (exceção: sumula 308, STJ1) Efeitos inter partes (há uma tendência de ampliação
dos efeitos, face à função social do contrato)
Rol taxativo, numerus clausus (1225, CC) – princípio
da tipicidade 
Rol exemplificativo, numerus apertus (425, CC), com
a possibilidade de criação de contratos atípicos.
Direito de sequela (é o de seguir a coisa em poder
de qualquer detentor. O direito adere a coisa)
Os bens do devedor respondem (perdas e danos)
Caráter permanente como regra Caráter transitório como regra
Instituto típico: propriedade Instituto típico: contrato
1 SÚMULA 308, STJ: “A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou
posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do
imóvel”
1.5. Obrigações reais, propter rem, híbridas ou ambulatórias: Obrigações pessoais de um
devedor por ele ser titular de um direito real, mas acabam aderindo à mais coisa que ao seu
eventual titular. (Art. 1345, CC)
1.6. Abuso de direito de propriedade / ato emulativo: (arts. 187, 1228, §2º, CC)
1.7. A função social da propriedade: 
CF: art. 5º, caput, XXII, XXIII, XXV, XI
art. 6º, caput (direito social de moradia)
170, III
Art. 183 (usucapião constitucional ou especial urbano) – pro misero
Art. 191 (usucapião constitucional ou especial rural) – pro labore
Art. 184, 1ª parte (desapropriação para fins de reforma agrária)
CC: Arts. 1228 §1º
 
→ POSSE:
1 – DEFINIÇÕES: Ler o CC.
uma situação fática, de caráter potestativo, decorrente de uma relação sócio-econômica entre
o sujeito e a coisa, e que gera efeitos no mundo jurídico. A palavra posse deriva do latim
possessio que provém de potis, radical de potestas, poder; e sessio, da mesma origem de
sedere, significa estar firme, assentado. Indica, portanto, um poder que se prende a uma coisa.
A Posse portanto não se confunde com a propriedade. Esta é fundada em uma relação de
direito (natureza jurídica), enquanto aquela é fundada em uma relação de fato (natureza fática)
FACULDADES:
USAR OU UTILIZAR ius utendi GOZAR OU FRUIR ius fruendi (retirar os frutos)
DISPOR OU ALIENAR ius disponendi (atos inter
vivos ou mortis causa)
REAVER OU BUSCAR, REIVINDICAR (ius vindicandi)
contra quem injustamente a possua. (interditos
possessórios)
É um fato ou um direito?
2 CORRENTES DE ENTENDIMENTO:
FATO: domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa
DIREITO: baseada na tríade de Miguel Reale (um direito com natureza jurídica especial).
Corrente majoritária. (MHD, Orlando Gomes)
Definição de Posse. Correntes:a) Teoria Subjetivista ou Subjetiva: (SAVIGNY) poder direito ou mediato que a pessoa tem de
dispor fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si e defendê-lo contra a
intervenção ou agressão de quem quer que seja. CORPUS (ELEMENTO FÍSICO, MATERIAL) +
ANIMUS (ANIMUS DOMINI, intenção de ter a coisa para si, de exercer sobre ela direito de
propriedade).
Para esta teoria, o locatário, comodatário, etc. ao seriam possuidores.
Corrente utilizada para fins de usucapião.
b) Teoria Objetivista ou Objetiva (de Ihering) basta a disposição física, dispensa a intenção de
ser dono. = CORPUS
Art. 1196, CC
c) Teoria social (Salleiles): considera a função social da posse, sua ingerência sócio-econômica,
e por ser a exteriorização da propriedade.
Vetores: solidariedade social; erradicação da pobreza, direito à moradia; valorização da posse-
trabalho
2 – POSSE E DETENÇÃO:
Art. 1198, CC
POSSE DETENÇÃO
Exercício em nome próprio de um
poder de domínio.
Há vínculo de subordinação e/ou dependência econômica.
Mera custódia; exercício em nome alheio.
Uso, gozo, reivindicação Mera permissão ou tolerância.
Exemplos: locação, comodato,
depositário.
Exemplos: ocupação irregular de área pública, entrega de um
veículo para venda, relações de trabalho
OBS.: espólio, massa falida e sociedade de fato podem ser possuidores.
3 – Principais classificações de posse:
3.1. Quanto à relação coisa-pessoa: Art. 1197
- Posse Direta ou Imediata: Aquela que é exercida por quem tem a coisa materialmente,
havendo um poder físico imediato. Ex. locatário, usufrutuário, comodatário, depositário. (ius
possessionis)
- Posse Indireta ou mediata: exercida por meio de outra pessoa. Geralmente decorrente da
propriedade. (ius possidendi – a posse que decorre da propriedade)
 3.2. Quanto à presença de Vícios: 
- Posse Injusta: obtida mediante violência, clandestinidade ou arbitrariedade.
a) Posse violenta: obtida por meio de esbulho, por força física ou violência moral (vis) - ROUBO
b) Posse clandestina: é obtida às escondidas, na calada da noite (clam) - FURTO
c) Posse precária: é obtida por abuso de confiança ou de direito. Esbulho pacífico –
APROPRIAÇÃO INDÉBITA
- Posse Justa ou limpa: não apresenta vícios de violência, clandestinidade ou precariedade.
Obs1: a posse, mesmo injusta, é posse; e portanto, pode ser defendida em relação a terceiros.
Obs2: Art. 1208 – posses violentas e clandestinas podem ser convalidadas, passados ano e dia
(924, CPC) o que não se aplica à posse precária. Quebra do 1.203, CC.
Obs3: CONSEQUÊNCIAS: aquele que tem a posse injusta não tem a posse usucapível (ad
usucapionem).
3.3. Quanto à boa-fé: (OBJETIVA E SUBJETIVA) 1201, CC 
- Posse de Boa-fé: , 1219. O possuidor ignora os vícios ou os obstáculos que lhe impedem a
aquisição da coisa; ou ainda quando tem um justo título que fundamente a sua posse (boa-fé
resumida). O possuidor de boa-fé tem direito à indenização pelas benfeitorias necessárias e
úteis, inclusive com direito de retenção; 
- Posse de Má-fé: O possuidor sabe do vício que acomete a coisa, mas mesmo assim pretende
exercer domínio fáctico sobre a coisa. O possuidor de má-fé tem direito apenas à indenização
pelas benfeitorias necessárias, mas sem direito de retenção. 
3.4. Quanto à presença de título: (elemento criador da relação jurídica)
- Posse com título: há uma causa representativa de transmissão de posse; um documento
escrito; um contrato, p. ex.
- Posse sem título: Situação em que não há uma causa representativa . ex. alguém que acha
um tesouro.
3.5. Quanto ao tempo: 
- Posse nova: é a que conta com menos de um ano e um dia.
- Posse velha: é a que conta com mais de um a no e um dia.
3.6. Quanto aos efeitos:
- Posse ad interdicta: é a posse que pode ser defendida pelas ações possessórias diretas ou
interditos proibitórios. Esta posse não conduz à usucapião.
- Posse ad usucapionem: é a posse usucapível.
4 - Efeitos materiais da Posse:
4.1 – Percepção dos frutos e suas conseqüências:
Os PRODUTOS DIMINUEM O BEM PRINCIPAL.
FRUTOS:
- Naturais
- Industriais – material produzido por uma fábrica
- Civis – rendimentos: aluguel juros.
Pendentes: ainda estão ligados à coisa principal
Percebidos
Estantes
Percipiendos – ainda não foram colhidos, apesar de já estarem em tempo de ser.
Consumidos – já foram colhidos e não mais existem
Art. 1214: POSSUIDOR DE BOA-FÉ: TEM DIREITO AOS FRUTOS PERCEBIDOS; PENDENTES E
COLHIDOS COM ANTECIPAÇÃO DEVEM SER RESTITUÍDOS.
Art 1215: 
Art. 1216:O possuidor de má-fé não tem direito aos frutos colhidos (mas será ressarcido pelas
despesas realizadas com a colheita)
4.2. Indenização e retenção de benfeitoras:
Benfeitorias são acessórios introduzidos em um bem, visando sua conservação, melhora ou
aformoseamento.
Art. 1219 – possuidor de boa-fé: - VALOR ATUAL
Necessárias Indenização Retenção
Úteis Indenização Retenção
Voluptuárias Indenização Levantar
Art. 1220 – Possuidor de má-fé – OPÇÃO ENTRE VALOR ATUAL E VALOR DE CUSTO
Necessárias Indenização - 
Úteis - -
Voluptuárias - - 
Art. 1222 – 
4.3. Responsabilidades:
Art. 1217 – O possuidor de boa-fé : responsabilidade subjetiva (238 – res perit domino)
Art. 1218 – Possuidor de má-fé: Responsabilidade objetiva (399)
CASO FORTUITO (imprevisibilidade) FORÇA MAIOR (inevitabilidade)
Art. 1221 – compensação
4.4 – Direito à usucapião
→ EFEITOS PROCESSUAIS DA POSSE:
1 – Interditos possessórios (ações possessórias diretas): (1210 e ss)
Demandas que objetivam manter ou restituir a posse. (Art. 940 e ss, CPC)
Ameaça (risco de atentado à posse): AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO. Visa a proteção contra perigo
iminente.
Turbação (atentados fracionados à posse): AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE. Visa a preservação da posse.
(Invasão parcial)
Esbulho (atentado consolidado à posse): AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. Visa a devolução da posse.
- Fungibilidade total das ações possessórias (mudanças fáticas e/ou engano quanto ao nomen)
- Princípio da instrumentalidade das formas
Ação de força nova: ameaça, turbação e esbulho novos (rito especial - 920-932)
Ação de força velha: ameaça turbação e esbulho velhos (rito ordinário, sem a liminar)
Não cabe o exceptio proprietatis (Art. 1210 §2ª, CC) – divisão entre os juízos possessório (onde
se discute a posse) e petitório (onde se discute a propriedade)
ius possessioni e ius possidendis
Art. 1211, CC – possuidor aparente. Será dada a posse a quem fizer a devida utilização sócio-
econômica, além do prazo de ano e dia.
Art. 1212 c/c 952, CC
2 – Outras cautelares:
2.1 – Ação de nunciação de obra nova / embargo de obra nova:
Essa ação visa impedir a continuação de obra no terreno vizinho que lhe prejudiquem ou
desobedeçam regulamentos civis e administrativos. (Arts. 934-940, CPC)
No mais das vezes assume a feição de ação petitória
“O embargo liminar atua como pressuposto de desenvolvimento da relação processual. Sem que
se torne possível a medida liminar, não se cita o réu. Se faltam elementos para a liminar, portanto,
o juiz deve conceder prazo para o autor suprir a lacuna e, se não for atendido, outra saída não lhe
restará senão a de extinguir o processo” (HTJ)
2.2. Ação de dano infecto:
Muito rara atualmente, trata-se de uma medida preventiva baseada no receio de que o vizinho, em
demolição ou vício de construção, lhe cause prejuízos. Essa ação, em regra, é fundada no
domínio, mas pode o possuidor obter do vizinho a caução por eventuais futuros danos. Segue o
rito ordinário. A ação pode ser cumulada com 
ex. excesso de ruído 
2.3. Embargos de terceiro:
Remédio processual para a defesa da posse ou da propriedade por aquele que foi turbado ou
esbulhado por atos de apreensão judicial. Seguem o rito especial previsto nos artigos 1.046 a
1.054, CPC.2.4 – Ação de imissão de posse:
É uma ação petitória; segue o rito ordinário;
é fundada em título de propriedade, sem que o interessado tenha tido posse.
Ex. o proprietário que arrematou o bem em leilão e quer adentrar no imóvel. 
2.5 – Ação publiciana:
É uma ação petitória, fundada no domínio. Também vida proteger a posse daquele que adquiriu o bem por
usucapião (propriedade de fato). Segue o rito ordinário.
2.6 – AUTODEFESA: legítima defesa da posse e desforço imediato
São defesas diretas, independente de ação judicial, cabível ao possuidor direto ou indireto, contra as
agressões de terceiros.
Ameaça e turbação → desforço imediato
Esbulho → desforço imediato (imediaƟdade, razoabilidade, função social, fim econômico, boa-fé objeƟva,
bons costumes)
Pode haver o uso de empregados ou prepostos (responsabilidade objetiva indireta, desde que comprovada
a culpa do empregado)
3 -AQUISIÇÃO DE POSSE:
Art. 1204, CC – numerus apertus / cláusulas gerais
ORIGINÁRIA: contato direto entre pessoa e coisa (res nullius / res derelicta)
DERIVADA: intermediação pessoal – tradição
TRADIÇÃO REAL: entrega efetiva ou material da coisa. ex. Entrega de um veículo pela concessionária
TRADIÇÃO SIMBÓLICA (traditio longa manu): ocorre um ato representativo de transferência da coisa, p. ex.,
as chaves de um imóvel, venda sobre documentos. 
TRADIÇÃO FICTA (traditio brevi manu): o possuidor possuia em nome alheio e passa a possuir em nome
próprio e no Constituto possessório (o possuidor possuia em nome próprio e passa a possuir em nome
alheio – Orlando Gomes a denomina de tradição consensual)
Art. 1205, CC
Art. 1206, CC – princípio da continuidade dos efeitos da posse
Art. 1209, CC – princípio da gravitação jurídica – o acessório segue a sorte do principal
4 – PERDA DA POSSE:
Art. 1223, CC (abandono, tradição, perda ou deterioração, constituto possessório ou cláusula constituti)
SUPRESSIO: não exercício no tempo
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM NON POTEST: Vedação de comportamento contraditório
5 – COMPOSSE: (1199)
Ocorre quando duas ou mais pessoas exercem simultaneamente posse sobre o mesmo bem, havendo um
condomínio de posse.
ex. doação conjuntiva; situação dos herdeiros antes da partilha dos bens; cônjuges, companheiros
Qualquer um dos possuidores poderá fazer uso das ações possessórias e das medidas de autotutela. 
Composse indivisível ou pro indiviso: há para cada compossuidor uma fração ideal, não sendo possível
determinar, no plano fático e corpóreo, qual a parte de cada um.
Composse divisível ou pro diviso: cada compossuidor sabe qual a sua parte, que é determinável no plano
fático e corpóreo, havendo fração real da posse. Nesse caso, cada compossuidor só pdoerá defender a sua
fração real da posse.
→ PROPRIEDADE:
1 – Definições:
“poder assegurado pelo grupo social à utilização dos bens da vida física” -
Beviláqua
“O direito de propriedade abrange todos os direitos que formam o patrimônio,
ou seja, todos os direitos que podem ser reduzidos a valor pecuniário”-
Lafayette Pereira
“A propriedade é o direito de usar, gozar e dispor da coisa, e reivindicá-la de
quem injustamente a detenha” Caio Mário
Orlando Gomes: CRITÉRIOS:
SINTÉTICO: é a submissão de uma coisa a uma pessoa
ANALÍTICO: 4 faculdades
DESCRITIVO: a propriedade é um direito complexo, onde uma coisa está
submetida à vontade de uma pessoa, sob os limites da lei.
Art. 1228, CC
Conteúdo interno
Não qualifica como relação jurídica
- PROPRIEDADE PLENA ou ALODIAL: todas as faculdades estão nas mãos do
proprietário.
- PROPRIEDADE LIMITADA OU RESTRITA: a propriedade sofre alguns ônus
(servidão, usufruto, hipoteca, etc.) ou for resolúvel.
a) nua-propriedade: despida dos atributos de uso e gozo
b) domínio útil: atributos de uso e gozo (superficiário, usufrutuário, habitante,
etc)
DOMÍNIO: propriedade corpórea; conceito estático; absoluto;
DIREITO DE PROPRIEDADE: soma de direitos patrimoniais
(atributos/faculdades); conceito dinâmico; relativo
2 – Principais Características da propriedade:
A) DIREITO ABSOLUTO (ERGA OMNES), mas que pode ser relativizado em
certas situações
B) DIREITO EXCLUSIVO, salvo os casos de condomínio ou copropriedade
(Art. 1231, CC)
C) DIREITO PERPÉTUO: o direito de propriedade permanece
independentemente de seu exercício, enquanto não houver causa modificativa
ou extintiva. A propriedade, via de regra, não pode ser extinta pelo uso, a não
se nos casos de usucapião.
D) DIREITO ELÁSTICO – propriedade plena – máximo grau de elasticidade
E) DIREITO FUNDAMENTAL (ART. 5º, XXII E XXIII, CF/88)
F) DIREITO COMPLEXO
3 - PROPRIEDADE RESOLÚVEL: constitui aquela que pode ser extinta quer
pelo advento de condição, termo ou pela superveniência de uma causa capaz
de destruir a relação jurídica.
ex. cláusula de retrovenda; doação com cláusula de reversão, propriedade
fiduciária (Art. 1361,Art. 1359)
4 – Propriedade Aparente:
É a situação na qual existe suposição de que uma pessoa tenha relação
de domínio sobre o qual não recaem ônus que possam restringir os
direitos decorrentes da relação de domínio.
REQUISITOS:
a) subjetivos: adquirente de boa-fé (subjetiva) e alienação por quem aparenta
ser o dono da coisa.
b) objetivos: presença de justo título e validade formal do título.
5 - Ação reivindicatória:
- ação real (direito de propriedade e sequela)
- visa à restituição da coisa por quem injustamente a perdeu
- prova da propriedade e da posse molestada
- rito ordinário
- detentor (nomeação à autoria – art. 62, CPC)
DD:
1ª) prazo 10 anos (art. 205, CC)
2ª) Imprescritibilidade, por ter caráter essencialmente declaratório
6 – Outras Limitações à Propriedade:
Art. 1228, §1º – função social da propriedade (caráter inafastável de
acompanhamento)
§3º – desapropriação por:
- Necessidade pública 
- Utilidade pública
- Interesse social
Art. 5º, XXIV
- requisição em caso de perigo público iminente
Art. 5º, XXV
7 – Formas de aquisição de propriedade imóvel:
FORMAS ORIGINÁRIAS:(não adquire as características anteriores)
ACESSÕES NATURAIS (ilhas, aluvião, avulsão, álveo abandonado)
ACESSÕES ARTIFICIAIS (construções e plantações)
USUCAPIÃO
- Código de águas (Decreto-Lei 24.643/1934)
 
7.1 Formação de Ilhas:
ILHA é uma faixa de terra cercada de água por todos os lados. 
•Ilhas formadas em rios não navegáveis ou particulares.
•Ilhas fluviais e lacustres de zonas de fronteira, ilhas oceânicas ou costeiras
pertencem à União, aos Municípios (Art. 20, IV, CF) ou aos Estados Federados
(Art. 26, II e II, CF)
Art. 1249 
4.5Aluvião:
•ALUVIÃO PRÓPRIA (TERRA VEM): um movimento de águas traz terra para
sua margem.
•ALUVIÃO IMPRÓPRIA (ÁGUA VAI): partes descobertas pelo afastamento das
águas.
•Art. 1250, CC
4.6Avulsão:
•Por força natural violenta, uma porção de terra
se destaca de um prédio e se junta a outro.
•AVULSÃO é uma faixa de terra avulsa, que se desloca de um terreno, por
força naturam de corrente, para se juntar a outro.
•O novo dono indenizará o que perdeu, salvo se em um ano, ninguém
reclamar.
•Art. 1251, CC
4.7Álveo Abandonado:
•ÁLVEO é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo
natural e ordinariamente enxuto.
•Álveo abandonado é a parte do rio que desaparece.
•Art. 1252, CC
•Se voltar, o álveo volta aos antigos donos.
4.8Plantações e construções 
(arts. 1253 e 1254)
TERRENO PRÓPRIO / MATERIAL ALHEIO = ADQUIRE A PROPRIEDADE
•BOA-FÉ: EQUIVALENTE
•MÁ-FE: EQUIVALENTE + PERDAS E DANOS
Art. 1255
TERRENO ALHEIO / MATERIAIS PROPRIOS =
•BOA-FÉ: INDENIZAÇÃO
•MÁ-FÉ: PERDE OS MATERIAIS
•SE EXCEDE CONSIDERAVELMENTE O VALOR DO TERRENO → ADQUIRE
A PROPRIEDADE MEDIANTE PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO, SE AGIU DE
BOA-FÉ
Art. 1258
•INVASÃO DE SOLO ALHEIO (-5% OU 1/20)
BOA-FÉ: Adquire propriedade se o valor da construção / plantação exceder o
valor da área +INDENIZAÇÃO
MÁ-FÉ: paga 10 X o valor da indenização e adquire a propriedade (se o valor
da construção/plantação exceder o valor da área), se não puder demolir
Art. 1259
•Invasão de solo alheio (+5% ou 1/20)
boa-fé: adquire a propriedade → perdas e danos
má-fé: demolição + perdas e danos
4.9Usucapião:
tomar pelo uso; adquirir pelo uso
Prescrição extintiva
Prescrição aquisitiva
Posse ad usucapionem:
-Animus domini
-Posse mansa e pacífica e sem oposição
-Posse contínua e duradoura
-Posse justa
1ª) Usucapião Ordinária ou Regular:
Art. 1242, caput, CC
-Posse mansa, pacífica, contínua
-Sem oposição
-Animus domini
-10 anos
-Justo título
-Boa-fé
“Justo título abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a adquirir a
propriedade, independentemente de registro” (Enunciado n.º 86 CJF/STJ)
Ex. instrumento particular de compromisso de compra e venda (STJ, RESP
171.204/GO. Rel. min. Aldir passarinho Junior, 4ª turma, j. 26.06.2003, DJ
01.03.2004, p. 186)
AÇÃO REIVINDICATÓRIA - JUÍZO PETITÓRIO -
CARACTERÍSTICAS - EXCEÇÃO DE USUCAPIÃO
ORDINÁRIA - MATÉRIA DE DEFESA - POSSIBILIDADE -
POSSE AD USUCAPIONEM - POSSE CONTÍNUA,
INCONTESTADA E COM ÂNIMO DE AQUISIÇÃO -
INOCORRÊNCIA - SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE -
SUPOSTA TRANSMISSÃO A TÍTULO SINGULAR POR
ATO INTER VIVOS - AUSÊNCIA DE PROVA - ACESSIO
POSSESSIONIS - SOMA DAS POSSES -
IMPOSSIBILIDADE NA ESPÉCIE - NÃO
CONFIGURAÇÃO DO LAPSO TEMPORAL - EXCEÇÃO
NÃO COMPROVADA - SENTENÇA REFORMADA -
PLEITO REIVINDICATÓRIO PROCEDENTE - RECLAMO
PROVIDO. A ação reivindicatória é ação real ou petitória,
que compete ao proprietário não possuidor da coisa para
reavê-la do poder de terceiro, possuidor não proprietário,
que injustamente a detenha. O sucesso da demanda
exige a reunião de dois elementos, quais sejam, o
domínio do autor e a posse injusta do réu. A usucapião
ordinária, no juízo petitório, pode ser oposta como matéria
de defesa. A posse ad usucapionem tem de ser contínua,
incontestada e com animus domini, ensejando solução de
continuidade a transmissão a título singular, por ato inter
vivos, não comprovada nos autos. O possuidor não pode,
para fins de contagem do tempo exigido para a usucapião,
acrescentar a sua suposta posse à do seu antecessor, se
não comprovou a transmissão a título singular, o que
acarreta a não configuração do lapso temporal permissivo.
Não comprovada a exceção de usucapião e dispondo o
reivindicante de melhor título, colhe êxito o pleito petitório
manejado. TJSC - Apelacao Civel: AC 125430 SC
1998.012543-0
2ª) Usucapião Ordinária por posse trabalho:
Art. 1242, p. ú., CC
Posse qualificada pelo cumprimento de uma função social
Documento hábil que foi registrado e cancelado posteriormente
5 anos
3ª) usucapião Extraordinária:
Art. 1238, CC
Posse mansa, pacífica
Ininterrupta
Animus domini
15 anos
10 anos: moradia / serviços produtivos
OBS.: Não há necessidade de justo título e boa-fé (presunção absoluta da
presença desses elementos)
APELAÇÃO CÍVEL Nº2007.300.7422-2
APELANTE BENÍCIA DE SOUZA UMBELINO
APELADA CONSTRUÇÕES DO NORTE LTDA.
(CONORTE)
ORIGEM COMARCA DE SANTARÉM
JUIZO 1ª VARA CÍVEL
RELATORA DESA. ELIANA RITA DAHER ABUFAIAD
REVISOR DES. RICARDO FERREIRA NUNES
DIREITO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. USUCAPIÃO
EXTRAORDINÁRIO. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS
OBJETIVOS E SUBJETIVOS. SENTENÇA REFORMADA.
I Basta ao possuidor comprovar que a sua posse é
qualificada para aquisição ordinária, isto é, que possua o
imóvel como seu, com o estado anímico de dono, e pelo
decurso de 15 anos ininterruptos e sem oposição. Não é
necessário nenhuma outra prova. Não precisa de título
algum. Não precisa comprovar a sua boa fé. Não precisa
residir no imóvel. II Este prazo de 15 anos pode ser
minimizado para 10 anos, desde que o possuidor
comprove que deu ao imóvel destinação capaz de atender
à função social da propriedade, isto é, que possua como
seu, pelo lapso ininterrupto de dez anos, e que sobre o
imóvel tenha construído sua moradia habitual, ou que nele
tenha realizado obras ou serviços de caráter produtivo e
mantê-la pelo espaço de dez anos. III Não há qualquer
litigiosidade sobre o imóvel usucapiendo. A autora-apelante
possui o requisito subjetivo genérico que a doutrina
denomina animus domini, ou seja, vontade de ser dono,
exigível em todas as modalidades de usucapião.
4ª) Usucapião constitucional ou especial rural (pro labore)
Art.191, caput, CF
Art. 1239, CC
Lei 6969/73
Requisitos:
-Área não superior a 50 ha, localizada na zona rural
-Posse de 5 anos ininterruptos
-Sem oposição
-Animus domini
-Pro labore
-Não pode ser proprietário de outro imóvel, seja rural ou urbano
-Não há previsão para justo título e boa-fé (presunção absoluta)
Lei 6969/73
Art. 1º - Todo aquele que, não sendo proprietário rural nem urbano, possuir
como sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição, área rural contínua,
não excedente de 25 (vinte e cinco) hectares, e a houver tornado produtiva
com seu trabalho e nela tiver sua morada, adquirir-lhe-á o domínio,
independentemente de justo título e boa-fé, podendo requerer ao juiz que
assim o declare por sentença, a qual servirá de título para transcrição no
Registro de Imóveis.
 
Art. 3º - A usucapião especial não ocorrerá nas áreas indispensáveis à
segurança nacional, nas terras habitadas por silvícolas, nem nas áreas de
interesse ecológico, consideradas como tais as reservas biológicas ou
florestais e os parques nacionais, estaduais ou municipais, assim declarados
pelo Poder Executivo, assegurada aos atuais ocupantes a preferência para
assentamento em outras regiões, pelo órgão competente. 
5ª) Usucapião constitucional ou especial urbana (pro misero)
Art. 183, caput CF/88
Art. 1240, CC
Lei 10.257/2001
Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até
duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§ 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo
possuidor mais de uma vez.
§ 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito,
a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da
abertura da sucessão.
REQUISITOS:
-Área urbana não superior a 250 m²
-Posse mansa e pacífica
-5 anos
-Sem oposição
-Animus domini
-Moradia
-Não ser proprietário de outro imóvel
OBS.: Não há previsão de justo título e boa-fé (presunção absoluta)
6ª) usucapião especial urbana coletiva (Lei 10.257/2001) 
Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros
quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por
cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar
os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem
usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários
de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo,
acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam
contínuas.
§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz,
mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro
de imóveis.
§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor,
independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo
hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendofrações ideais
diferenciadas.
REQUISITOS:
-Área urbana superior a 250m²
-Posse de 5 anos, sem oposição
-Animus domini
-Moradia para famílias de baixa renda
-Ausência da possibilidade de identificação da área de cada possuidor
-Não podem ser proprietários de outro imóvel
7ª) Usucapião especial indígena
Lei n.º 6001/73, art. 33
-Área de no mínimo 50ha
-Posse mansa e pacífica por 10 anos, exercida por indígenas
Art 4º Os índios são considerados: 
I - Isolados - Quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se possuem
poucos e vagos informes através de contatos eventuais com elementos da
comunhão nacional; 
II - Em vias de integração - Quando, em contato intermitente ou permanente
com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condições de sua
vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de existência comuns aos
demais setores da comunhão nacional, da qual vão necessitando cada vez
mais para o próprio sustento; 
III - Integrados - Quando incorporados à comunhão nacional e reconhecidos no
pleno exercício dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes e
tradições característicos da sua cultura.
8 – Aspectos processuais da usucapião:
-Pode ser alegado em petição inicial ou defesa
-Em ação reivindicatória ou possessória
-Sentença declaratória
-Ação de usucapião Imprescritível
-Intervenção do MP, sob pena de nulidade do processo (944, CPC; art. 5º §5º,
Lei 6969/73)
-Foro da situação do imóvel (art. 4º Lei 6969/73)
-Procedimento sumário
Lei n.º 6969/73:
Art. 5º§ 1º - O autor, expondo o fundamento do pedido e individualizando o
imóvel, com dispensa da juntada da respectiva planta, poderá requerer, na
petição inicial, designação de audiência preliminar, a fim de justificar a posse,
e, se comprovada esta, será nela mantido, liminarmente, até a decisão final da
causa.
Art. 6º - O autor da ação de usucapião especial terá, se o pedir, o benefício da
assistência judiciária gratuita, inclusive para o Registro de Imóveis. 
Lei n.º 10.257/2001 
Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão
sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a
ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo.
Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial
urbana:
I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente;
II – os possuidores, em estado de composse;
III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade,
regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente
autorizada pelos representados.
§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do
Ministério Público.
§ 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita,
inclusive perante o cartório de registro de imóveis.
TABELA COMPARATIVA:
Critérios Ord. Posse-
trab.
Extra. Rural Urbana Urbana
Coletiva
Indígena
Mansa e
pacífica
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Animus
Domini
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Contínua Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Prazo 10 anos 5 anos 15/ 10
anos
5 anos 5 anos 10 anos 10 anos
Justo
Título
Sim Sim Não não não não não
Boa-Fé Sim Sim Não não não não não
Função
Social
Não Sim Sim sim sim sim sim
Área - - - Até 50 ha Até
250m²
Maior
250m²
Mínimo
50 ha
Ter outra
propr.
 - - - não não não -
Legisl. 1242,
caput, CC
1242,
P.Ú. CC
1238, CC Art.191,
caput, CF
Art. 1239,
CC
Lei
6969/73
Art. 183,
caput
CF/88
Art. 1240,
CC
Lei
10.257/01
Lei
10.257/20
01, art.
10
Lei 6001/
FORMAS DE AQUISIÇÃO DERIVADA DE PROPRIEDADE IMÓVEL:
1 – REGISTRO DO TÍTULO (TRANSCRIÇÃO) – Arts. 1245-1247, CC, Lei
6.015/75, LRP, arts. 172, 173, 176, 188, 195.
1ª) O imóvel deve ser matriculado. Requisitos da matrícula:
a) a indicação do bem mediante suas características e confrontações,
localização área e denominação, se rural; logradouro e número, se urbano;
b) o nome, domicílio e nacionalidade do proprietário
 Registro do título translativo (titulus adquirendi) – negócio causal
(escrutiras particulares e públicas)
 se escritura pública, é lavrada no tabelionato de notas de qualquer local
do país, não importando a localização do imóvel. Art. 108, CC
a) compra e venda
b) troca ou permuta
c) transação
d) dação
e) doação
f) carta de sentença
G) promessa de compra e venda devidamente quitada
Obs.: segundo Orlando Gomes, o vício do título contamina o registro.
 outros direitos reais sobre o imóvel também devem ser registrados
CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEL – LOCAL DA SITUAÇÃO DA COISA
- depois de protocolado o título translativo e estando o imóvel matriculado,
procede-se ao registro nos 30 dias seguintes à prenotação, assentando, no
Livro 2 (Registro geral): a data, o nome, o domicílio e nacionalidade do
transmitente e do adquirente, o título de transmissão, sua forma, procedência e
caracterização, valor do contrato.
Prenotação é a anotação prévia e provisória no protocolo, feita por oficial de registro
público de um título apresentado para registro. Temos então que todo título protocolado
está automaticamente prenotado, passando a gozar de prioridade no registro em
relação àquele protocolado posteriormente (art. 186 da Lei 6.015). A prenotação tem
validade de 30 dias, incluído o dia do lançamento no protocolo. 
Princípios:
- Publicidade
- Obrigatoriedade
- fè pública (presunção relativa)
- Possibilidade de retificação / Mutabilidade
1.1. Ação de retificação: 
 processo contencioso
 o MP é ouvido
1.2. Ação de nulidade do registro:
2 – SUCESSÃO HEREDITÁRIA: deve ser registrado o formal da partilha, para
manter a continuidade da matrícula e para que o herdeiro possa alienar o
imóvel. A transmissão ocorre no momento da morte.
FORMAS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL:
- ORIGINÁRIAS: Usucapião, ocupação, achado de tesouro
- DERIVADAS: especificação, confusão, comistão, adjunção, tradição, sucessão
a) Ocupação: adquire um bem que não pertence a ninguém. ex. Caça, pesca, res
derelicta (cão abandonado). Art. 1263
Não ocorre ocupação de coisa perdida.
b)Achado de tesouro: 
Tesouro: depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória.
Art. 1264, 1265
Art. 1170-1176, CPC – autoridade judiciária ou policial do lugar em que a coisa foi
achada (foro da situação da coisa)
CAPÍTULO VII
DAS COISAS VAGAS
Art. 1.170. Aquele que achar coisa alheia perdida, não Ihe conhecendo o dono
ou legítimo possuidor, a entregará à autoridade judiciária ou policial, que a
arrecadará, mandando lavrar o respectivo auto, dele constando a sua descrição e
as declarações do inventor.
Parágrafo único. A coisa, com o auto, será logo remetida ao juiz competente,
quando a entrega tiver sido feita à autoridade policial ou a outro juiz.
Art. 1.171. Depositada a coisa, o juiz mandará publicar edital, por duas vezes,
no órgão oficial, com intervalo de 10 (dez) dias, para que o dono ou legítimo
possuidor a reclame.
§ 1o O edital conterá a descrição da coisa e as circunstâncias em que foi
encontrada.
§ 2o Tratando-se de coisa de pequeno valor, o edital será apenas afixado no átrio
do edifício do forum.
Art. 1.172. Comparecendo o dono ou o legítimo possuidor dentro do prazo do
edital e provando o seu direito, o juiz, ouvido o órgão do Ministério Público e o
representante da Fazenda Pública, mandará entregar-lhe a coisa.
Art. 1.173. Se não for reclamada, será a coisa avaliada e alienada em hasta
pública e, deduzidas do preço as despesas e a recompensa do inventor, o saldo
pertencerá, na forma da lei, à União, ao Estado ou ao Distrito Federal.
Art. 1.174. Se o dono preferir abandonar a coisa, poderá o inventor requerer que
lhe seja adjudicada.
Art. 1.175.O procedimento estabelecido neste Capítulo aplica-se aos objetos
deixados nos hotéis, oficinas e outros estabelecimentos, não sendo reclamados
dentro de 1 (um) mês.
Art. 1.176. Havendo fundada suspeita de que a coisa foi criminosamente
subtraída, a autoridade policial converterá a arrecadação em inquérito; caso em
que competirá ao juiz criminal mandar entregar a coisa a quem provar que é o
dono ou legítimo possuidor.
c) descoberta ou invenção: art. 1233 e ss
1236, 1237, 
1234 – a recompensa é denominada achádego
c) Usucapião: 
Ordinária: 1260, CC
REQUISITOS:
- Posse mansa, pacífica
- animus domini
- Prazo: 3 anos
- Justo título e boa-fé
Extraordinária: 
- Posse mansa e pacífica
- animus domini
- prazo: 5 anos
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE USUCAPIÃO. POSSE ORDINÁRIA DE BEM MÓVEL.
ARRENDAMENTO MERCANTIL. POSSE PRECÁRIA. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO
ART. 1260 DO CC. Em que pese ter o apelante a posse do veículo por mais de três anos, não
passa de uma posse precária, porquanto existente contrato de arrendamento mercantil entre
as partes e inadimplido. De modo que não teria ele como exercer a posse com animus domini,
porquanto possui apenas e tão-somente a posse direta do veículo por força do contrato de
arrendamento mercantil, na simples condição de arrendatário. Donde se conclui que não se
pode reconhecer o usucapião. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível
Nº 70013344296, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sergio Luiz
Grassi Beck, Julgado em 08/06/2006) 
EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO DE USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL. ARTIGO 1261 DO CÓDIGO CIVIL.
Independentemente de justo título e boa-fé é possível deferir pretensão de aquisição originária
da propriedade quando já implementado o prazo de cinco anos de posse direta decorrente de
contrato de alienação fiduciária. A inércia da instituição financeira em reaver o bem de sua
propriedade enseja o reconhecimento da posse ad usucapionem. APELAÇÃO DESPROVIDA.
UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70009337395, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Walda Maria Melo Pierro, Julgado em 23/05/2006) 
d) Especificação: Arts. 1269-1271
 Especificar é transformar uma matéria-prima em espécie nova. Exs. Pintura em relação
á tela; escultura em relação ao barro; poesia em relação ao papel; etc.
Matéria-prima alheia 
Boa-fé: não sendo possível o retorno ao estado anterior, pertencerá a espécie nova ao
especificador (parte ou todo)
Má-fé: pertencerá ao proprietário da matéria-prima (todo)
Se o valor da espécie nova exceder ao da matéria-prima, será sempre do especificador
e) Confusão, comistão, adjunção: arts. 1272-1274
Confusão: mistura entre coisas líquidas ou gases em que não é possível a separação
(confusão real). Podem ser da mesma espécie ou não.
Ex.: água e vinho; álcool e gasolina; biodiesel e gasolina
Comistão: mistura de coisas sólidas ou secas, não sendo possível a separação.
Ex.: areia e cimento; grãos.
Adjunção: justaposição ou sobreposição de uma coisa em relação a outra. Junção de
um corpo a outro. Tinta em relação á parede; selo em relação ao álbum.
SE PERTENCENTES A DIVERSOS DONOS:
- DIVISÍVEL: continuam a pertencer-lhes
- INDIVISÍVEL: quinhão proporcional
- INDIVISÍVEL COM COISA PRINCIPAL: pertence ao dono da coisa principal (ou
mais valiosa), devendo indenizar os outros
- MÁ-FÉ: caberá ao outro optar entre ficar com a coisa, ou ser indenizado
 - SE SE FORMAR COISA DE ESPÉCIE DIFERENTE, aplicam-se as regras da
especificação
f) Tradição:
Arts. 1267 caput
Tradição real, simbólica e ficta
Art. 1268 – transferência por non domino. Ineficácia do negócio jurídico, prevalecendo
a boa-fé (objetiva) e a teoria da aparência.
§1º – se o alienante adquirir posteriormente a propriedade, efeito ex-tunc da tradição
§2º – negócio jurídico nulo
g) sucessão hereditária: 1784, CC
PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL E IMÓVEL: Art. 1275, 1276, CC

Outros materiais