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POLÍTICAS PÚBLICAS • Conceito de políticas públicas • Conjunto de diretrizes e regramentos da ação do poder público e que mediam as relações entre os atores da sociedade e o estado → finalidade de resolver situações sociais problemáticos e garantir direitos - A formulação de políticas públicas constitui-se na totalidade de programas, ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público (se materializam por meio de projetos, leis, programas públicos, campanhas, etc); - Com a participação direta ou indireta, de entes públicos ou privados para garantir e colocar em prática direitos assegurados na Constituição • Alimentação e nutrição • Políticas públicas atravessam os diferentes pontos do sistema alimentar, da produção ao consumo, e condicionam a situação de saúde e nutrição de indivíduos e coletividades. - As políticas públicas de alimentação e nutrição estão associadas a 2 direitos, sendo eles o direito à saúde (SUS) e o direito à alimentação (DHAA) - Saúde e nutrição são inter-relacionados, visando compromisso com a saúde coletiva e enquanto agenda política - Agenda política: todos os temas em que o governo volta a atenção durante um período de tempo → Envolve decisões sobre quais políticas públicas devem ser formuladas/reformuladas e quais devem ser "deixadas" de lado. • Atores das políticas públicas • 1. Poder público: Conjunto dos órgãos com autoridade para realizar os trabalhos do Estado, constituído pelo Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. 2. Dirigentes Públicos: responsáveis pela apresentação e execução das políticas públicas (ou governantes, gestores e tomadores de decisões), ex: prefeitos, ministros e servidores públicos 3. Beneficiários/sujeitos de direito: pessoas que vivem no território de execução das políticas/públicos alvo 4. Sociedade civil organizada: grupo de pessoas que agem na defesa de direitos sociais, ex: associações de profissionais, grupos religiosos, grupos de ambientalistas, etc 5. Grupo de Pressão: representam determinados segmentos da sociedade, de interesse privado, que tem interesse econômico ou não de uma política pública • Ciclo de políticas públicas • A formulação de políticas públicas envolve um processo que apresenta diversas fases, sendo ele, o ciclo de políticas públicas 1. Identificação do problema 2. Definição da agenda (o problema precisa entrar na lista de questões para ser resolvido) 3. Seleção de soluções (apresentação das soluções para o problema) 4. Tomada de decisão (escolhem uma solução e depois definem metas, formas de monitorar e avaliar) 5. Implementação (essas decisões se traduzem em leis, planos, programas, etc) 6. Monitoramento e avaliação - A sociedade pode participar das políticas públicas através de conselhos em nível municipal, estadual e nacional (controle social); audiências públicas; encontros e conferências setoriais; consulta pública (onde a população pode dar opinião sobre algo em específico). * Controle social: garante o direito e a participação social nas políticas públicas, assim a população é capaz de intervir nas políticas públicas Esta intervenção ocorre quando a sociedade interage com o Estado na definição de prioridades e na elaboração dos planos de ação do município, do estado ou do governo federal. O controle social pode ser realizado tanto no momento da definição das políticas a serem implementadas, quanto no momento da fiscalização, do acompanhamento e da avaliação das condições de gestão, execução das ações e aplicação dos recursos financeiros destinados à implementação de uma política pública. • Conselhos • - Consultivo: é um órgão que se destina a orientar, fiscalizar, auxiliar e aconselhar líderes e gestores - Deliberativo: toma decisões que devem ser cumpridas pelo poder público O PRONAN II foi operacionalizado da década de 70 até o final de 1989 e muitos dos projetos fazem parte das políticas atuais de alimentação (implementação de programas): PNAE, PAT, Combate às carências nutricionais, SISVAN, Incentivo ao aleitamento materno • Segurança alimentar e nutricional (SAN) • É um conceito em permanente construção que está relacionado com diferentes interesses e aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos Evolui à medida que avança a história da humanidade • A segurança alimentar surge em âmbito internacional nas primeiras décadas do século 20 Onde na 1° guerra visava a capacidade de cada país produzir sua própria alimentação E na 2° guerra visava a insuficiência da disponibilidade de alimentos Segurança Alimentar decorria, principalmente, da produção insuficiente de alimentos nos países pobres. ▪ Neste contexto, para aumentar a produtividade de alimentos → Revolução Verde → uso de sementes de alto rendimento (monocultura), agro-químicos, mecanização, uso de variedades genéticas, fortemente dependentes de insumos químicos Mas com essa revolução verde, foi acontecendo várias consequências com o passar do tempo, sendo elas ambientais, econômicas e sociais: redução da biodiversidade, maior resistência a pragas, êxodo rural, e contaminação do solo e dos alimentos com agrotóxicos • O fato é que desde o final da 2ª Guerra Mundial o aumento da produção de alimentos do planeta cresceu muito além do da própria população mundial ▪ Porém, a elevação da oferta de alimentos (Revolução Verde) não foi acompanhada pelo declínio da fome mundial como se prometia. “Problemas da fome e da desnutrição eram decorrentes de problemas de oferta adequada, acesso à terra para a produção de alimentos ou renda insuficiente – resultado de problemas sociais e não da falta de produção de alimentos." • Contexto mundial - década de 70 • A Segurança alimentar passava ser uma questão de produção de alimentos e garantir a regularidade do abastecimento - O enfoque nesta época era o produto, e não no ser ficando a dimensão do direito humano em segundo plano. • Contexto Mundial - década de 80 • Reconhece-se que uma das principais causas da fome era a falta de garantia de acesso físico e econômico aos alimentos em decorrência da pobreza e da falta de acesso aos recursos necessários para a aquisição de alimentos; Conceito de Segurança Alimentar e Nutricional em formação... “Assegurar a garantia de acesso físico e econômico de todos, de forma permanente e em quantidade suficiente de alimentos “→Ainda à clara referência a oferta alimentar • Década de 80/90 • Incorporou-se também acesso a alimentos seguros (não contaminados); de qualidade (nutricional, biológica, sanitária e tecnológica); e produzidos de forma sustentável → conferindo equilíbrio e aceito pelas culturas • Contexto Mundial - década de 90 • - 1996: cúpula mundial de alimentação (Roma) A partir de então, de forma progressiva, a Segurança alimentar começa a ser entendida como uma possível estratégia para garantir e consolidar a todos o direito à alimentação como Direito Humano • Construção do conceito de SAN no Brasil • Começou com Josué de Castro (1908 - 1973), médico, sociólogo, geógrafo e político pernambucano - Publicou o clássico “geografia da fome”; denunciou as desigualdades sociais e territoriais, sublinhado as causas e consequências da fome e desnutrição do país - Foi o 1º a caracterizar a fome como fenômeno social - Destacava a má distribuição e o acesso desigual aos alimentos como causas da fome - Foi o 1º a anunciar que a má alimentação é proveniente de desigual distribuição de renda da população brasileira - De acordo com a sua análise, o fenômeno da fome não está restrito ao aspecto quantitativo (nº de proteínas e calorias diárias ingeridas). A manifestação de carências como anemia e deficiência de vit A, revelam um aspecto qualitativo desta problemática (fome oculta) • SAN, Direito Humano e Cidadania • - SAN e DHAA estão fortemente relacionado ao direito humano e à cidadania; - Compete ao Estado a promoção e a proteção ao acesso a alimentos; - Este direito deve ser garantido por meio das políticas públicas, federal, estadual e municipal → voltados para a concretizaçãodestes direitos; - Sociedade civil → participação na elaboração, implementação e controle social → SAN. • Soberania alimentar • Direito dos povos definirem suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à alimentação para toda a população, com base na pequena e média produção, respeitando suas próprias culturas e a diversidade dos modos camponeses, agricultores(as), extrativistas, pescadores e indígenas de produção agropecuária, de comercialização e gestão dos espaços rurais, nos quais a mulher desempenha um papel fundamental [...]. ▪ A soberania alimentar é a via para erradicar a fome e a desnutrição e garantir a segurança alimentar duradoura e sustentável para todos os povos (Fórum Mundial sobre Soberania Alimentar, 2001). A soberania alimentar é um princípio crucial para a garantia de segurança alimentar e nutricional e diz respeito ao direito que tem os povos de definirem as políticas, com autonomia sobre o que produzir, para quem produzir e em que condições produzir - O que diz a lei: “A consecução do direito humano à alimentação adequada e da segurança alimentar e nutricional requer o respeito à soberania, que confere aos países a primazia de suas decisões sobre a produção e o consumo de alimentos” (Art.5º, Brasil, 2006) A soberania alimentar valoriza: a procuração local; mercados/produção locais; sustentabilidade; autonomia das comunidades tradicionais; Modelo de produção atual afeta o meio ambiente de diferentes formas; biodiversidade local; esgota os fatores de produção; afeta diretamente povos tradicionais e agricultura agroecológica (economicamente e culturalmente) - Dimensão alimentar: produção e disponibilidade de alimentos - Dimensão nutricional: relações entre o ser-humano e o alimento • Dimensão alimentar • ✓ Suficiente e adequada para atender a demanda da população em termos de quantidade e qualidade; ✓ Estável e contínua para garantir a oferta permanente, neutralizando as flutuações sazonais; ✓ Equitativa para garantir o acesso universal às necessidades nutricionais adequadas para manter ou recuperar a saúde nas etapas do curso da vida e nos diferentes grupos da população; ✓ Sustentável do ponto de vista agroecológico, social, econômico e cultural com vistas a assegurar a SAN das próximas gerações. • Dimensão nutricional • ✓ Disponibilidade de alimentos saudáveis; ✓ Preparo dos alimentos com técnicas que preservem o seu valor nutricional e sanitário; ✓ Consumo alimentar adequado e saudável para cada fase do ciclo da vida; ✓ Condições de promoção da saúde, da higiene e de uma vida saudável para melhorar e garantir a adequada utilização biológica dos alimentos consumidos; ✓ Condições de promoção dos cuidados com sua própria saúde, de sua família e comunidade; ✓ Direito à saúde com o acesso aos serviços de saúde garantido de forma oportuna e com resolutividade das ações prestadas; • Exemplos de políticas públicas para a produção de alimentos • ✓ Agricultura urbana – hortas comunitárias, escolares e domiciliares – forma de potencializar o acesso a alimentos de qualidade para o consumo próprio; ✓ Acesso ao crédito – visando melhorar a produtividade, elevar a renda familiar, aquisição de insumos agrícolas, sementes e ferramentas para o trabalho dos agricultores familiares. Ex: PRONAF – dá o incentivo financeiro aos pequenos produtores. ✓ Escoamento da produção da agricultura familiar por meio de programas e organismos públicos; Ex: PNAE – obrigatoriedade da utilização de 30% do total dos recursos financeiros para aquisição de gêneros da AF; Programa de Aquisição de Alimentos (atual Programa Alimenta Brasil). • Exemplos de Políticas Públicas em relação ao Acesso à alimentos • ✓ Estímulo governamental à implementação de restaurantes populares, cozinhas comunitárias que promovam o acesso à alimentação adequada e com baixo custo ✓ Combate ao desperdício de alimentos – criação de bancos de alimentos, cursos de aproveitamento integral de alimentos ou curso de consumo consciente, etc • Como as políticas públicas podem promover SAN? (Segurança alimentar nutricional) • ▪ É necessário mudar o sistema alimentar (produção, distribuição, acesso); ▪ Priorizar os pequenos e médios produtores, e o abastecimento local e regional; ▪ Apoiar a produção de orgânicos e os tornar mais acessíveis; ▪ Fomentar políticas públicas que contemplem toda a cadeia produtiva de alimentos – do campo à mesa; ▪ Preservar o meio ambiente e valorizar a sustentabilidade e a identidade cultural de cada população Segurança alimentar (food security) e segurança do alimento (food safety), são conceitos diferentes mas que estarão sempre interligados • Política nacional de segurança alimentar e nutricional (PNSAN) • Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) foi proposto em 2006 por meio da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN). • LOSAN – 11.346/2006 • Cria o sistema de segurança alimentar e nutricional - SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências - Define o conceito atual de SAN - Define o conceito de DHAA e soberania - Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) - CAISAN - CONSEA • SAN (Segurança alimentar e nutricional), abrange: • I.– a ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da produção, em especial da agricultura tradicional e familiar, do processamento, da industrialização, da comercialização... bem como das medidas que mitiguem o risco de escassez de água potável, da geração de emprego e da redistribuição da renda. II.– a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos; III.– a promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população, incluindo-se grupos populacionais específicos e populações em situação de vulnerabilidade social; IV – garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, bem como seu aproveitamento, estimulando práticas alimentares e estilos de vida saudáveis que respeitem a diversidade étnica e racial e cultural da população; V – produção de conhecimento e o acesso à informação; e VI – implementação de políticas públicas e estratégias participativas de produção, comercialização e consumo respeitando-se as múltiplas características culturais do País; sustentáveis e de alimentos, VII – a formação de estoques reguladores e estratégicos de alimentos • SISAN • Representa o mecanismo por meio do qual ocorre a implementação da PNSAN em todo território nacional. • Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), por meio do qual o poder público, com a participação da sociedade civil organizada, formulará e implementará políticas, planos, programas e ações com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada - DHAA. • SISAN é um sistema público, instituído pela LOSAN, de gestão intersetorial e participativa, que possibilita a articulação entre os níveis de governo para a implementação e execução da Política de Segurança Alimentar e Nutricional – PNSAN - Princípios do SISAN - • Universalidade e equidade no acesso à alimentação adequada, sem qualquer espécie de discriminação; • Preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas; • Participação social na formulação, execução, acompanhamento, monitoramento e controle das políticas e dos planos de segurança alimentar e nutricional em todas as esferas de governo; e • Transparência dos programas, das ações e dos recursos públicos e privados e dos critérios para sua concessão. - Diretrizes do SISAN - • Promoção da intersetorialidade das programas e ações governamentais governamentais; políticas, e não- • Descentralização das ações e articulação, em regime de colaboração, entre as esferas de governo; • Monitoramento da situação alimentar e nutricional, visando a subsidiar o ciclo de gestão das políticas para a área nas diferentes esferas de governo; • Garantia de acesso à alimentação adequada, com ações que ampliem a capacidade de subsistência autônoma da população; • Articulaçãoentre orçamento e gestão; e • Estímulo ao desenvolvimento de pesquisas e à capacitação de recursos humanos. - Objetivos do SISAN - Formular e implementar políticas e segurança alimentar e nutricional, planos de estimular a integração dos esforços entre governo e sociedade civil, bem como promover o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação da segurança alimentar e nutricional do País - Componentes do SISAN no âmbito nacional - Nos estados e municípios, esses componentes podem ser instituídos por meio da adesão voluntária ao SISAN • Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional • Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – Consea • Diálogo entre a sociedade e governo. • Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional – Caisan • Órgãos e entidades do poder público • Responsáveis pela execução das ações e programas, como os ministérios, secretarias e equipamentos públicos. • Instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, que manifestem interesse na adesão e que respeitem os critérios, princípios e diretrizes do SISAN. Equipamentos públicos→ ex. banco de alimentos, restaurantes populares • CONSEA em 2019 • O conselho não aparece mais na estrutura da Presidência da República e na lista de órgãos integrantes do SISAN → Foi extinto! Tinha como principal papel a articulação entre governo e sociedade civil sobre SAN→ Visando a garantia do direito humano à alimentação adequada (DHAA). 2019 até 2022 – Voltou a fazer parte da composição do SISAN, porém não era ativo! Em 2023: o principal objetivo é diminuir a fome do país - Conquistas do CONSEA - - Inclusão do direito à alimentação saudável na Constituição Federal - Exigência da presença de um profissional de nutrição nas escolas públicas - Aquisição de 30% da merenda escolar junto à agricultura familiar - Programa de aquisição dos alimentos (PAA) para doação a famílias de baixa renda, garantindo renda e promovendo o acesso à alimentação - Lei de Segurança Alimentar e Nutricional, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), com o objetivo de assegurar o direito humano à alimentação adequada - Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), responsável por estabelecer parâmetros para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - Incremento de programas de financiamento da agricultura familiar, como PRONAF, Plano Safra, entre outros - Política Nacional da Agroecologia e produção orgânica, que tem por objectivo integrar, articular e adequar políticas e ações voltadas ao desenvolvimento sustentável • Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional - CAISAN • Sua finalidade é promover a articulação dos órgãos e entidades da administração pública afetos à área de SAN. • Por meio do Decreto nº 11.422 de 2023, a CAISAN foi reestruturada • Integra o SISAN; • Compete ao CAISAN: • Elaborar, a partir das diretrizes do CONSEA: • A PNSAN, com a indicação de suas diretrizes e seus instrumentos para sua implementação; • O PLANSAN, com a indicação das metas, das fontes de recursos e dos instrumentos de acompanhamento, monitoramento e avaliação de sua execução; • Coordenar a execução da PNSAN e do PLANSAN. - Quem pode participar - União, estados, Distrito Federal e municípios - Como participar - • Adesão voluntária • Estados e municípios precisam instituir seus conselhos e câmaras intersetoriais • Compromisso com a elaboração de seus planos de SAN, dentro do prazo de 1 ano **Municípios que estiverem interessados em aderir ao Sisan, deve contatar o Caisan ou com o Consea de seu estado • Vantagens da Adesão • - Participação na articulação das políticas públicas voltadas ao alcance de SAN e DHAA, bem como viabilizar a operacionalização de programas de forma integrada e sustentável; - Ampliação da força política → políticas de SAN de forma integrada e intersetorial em nível local; - Possibilidade de receber apoio técnico e político para a implementação e aperfeiçoamento da gestão do SISAN e dos seus planos de SAN; - Possibilidade de receber pontuação adicional para propostas de apoio a ações e programas incluídos nos seus respectivos planos de SAN, quando habilitados em editais de chamada pública para descentralização de recursos federais de ministérios; - Organização e maior participação da sociedade civil na formulação e implementação de políticas referentes a SAN; - Facilitação do acompanhamento e do monitoramento de indicadores, programas e orçamento de SAN e análise da situação deSAN; - Contribuição para a promoção de ações de educação permanente, formação e capacitação de gestores, profissionais e sociedade civil, em especial, conselheiros; - Possibilidade de maior acesso à alimentação adequada pelos titulares desse direito; - Promoção da cidadania, dignidade, saúde e qualidade de vida de seus cidadãos, resultando em economia na saúde. • Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) • - Ápice da consolidação da SAN agenda pública brasileira - Garantia de SAN - Objetivo norteador - sua implementação deve ser organizada a partir dos componentes do SISAN • Objetivo geral: – Promover a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN); – Assegurar o direito humano à alimentação adequada (DHAA) em todo território nacional • Diretrizes PNSAN • - Promover o ACESSO universal à alimentação adequada e saudável; - Promover o ABASTECIMENTO e estruturação de sistemas sustentáveis, de base agroecológica, de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos; - Instituir processos permanentes de EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL, PESQUISA E FORMAÇÃO nas áreas de segurança alimentar e nutricional e do DHAA; - Promoção, universalização e coordenação das ações de SAN voltadas para QUILOMBOLAS E DEMAIS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS, povos indígenas e assentados da reforma agrária - Fortalecer as ações de alimentação e nutrição em todos OS NÍVEIS DA ATENÇÃO À SAÚDE, de modo articulado às demais ações de SAN; - Promover o ACESSO UNIVERSAL à água de qualidade e em quantidade suficiente, com prioridade para as famílias em situação de insegurança hídrica e para a produção de alimentos da agricultura familiar e da pesca e agricultura; - Apoiar as iniciativas de promoção da soberania alimentar, SAN e do DHAA em âmbito INTERNACIONAL; - MONITORAR a SAN e a realização do DHAA. • Prática a implementação da PNSAN • Papel das diferentes esferas de governo: – Caráter descentralizado → confere à União, estados e municípios a corresponsabilidade → na formulação, implementação, avaliação e monitoramento de SAN – de acordo com os níveis de alcance e as realidades locais. → Ações devem ser pensadas nos diferentes setores → saúde, educação, agricultura, meio ambiente → INTERSETORIALIDADE: diz respeito à articulação entre diferentes atores, incluindo a participação da sociedade, entre os setores envolvidos; – Os setores precisam estar alinhados aos objetivos e diretrizes que orientam a Política dentro de suas competências. Ex: Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); educação; saúde; agricultura; meio ambiente; outros • Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN) • Representa o principal instrumento/estratégia de gestão das ações de SAN na adm pública; - Elaborado atribuídas quadrienalmente, são pactuados METAS, RESPONSABILIDADES e definindo os INDICADORES → Direito Constitucional à alimentação; - PLANSAN I (2012-2015) E PLANSAN II (2016-2019). - Foram previstas as diferentes ações do governo federal que se propõem a respeitar, proteger, promover e prover o DHAA para todas as pessoas que estão no Brasil. - O PLANSAN 2016-2019 foi composto por 9 desafios, 121 metas e 99 ações relacionadas. Apresentavam correspondência com as 8 Diretrizes da PNSAN • Indicadores e Monitoramento • • O monitoramento do PLANSAN objetiva acompanhar a execução das ações governamentais voltadas para a promoção da SAN e aferir o desempenho da atuação governamental nessa temática; • A CAISAN é a instância responsável por tornar públicas as informaçõesrelativas à SAN → Comitê Técnico. • PLANSAN • - A partir do decreto n° 10.713 (2021) que dispõe sobre a CAISAN será construído, executado e monitorado o III PLANSAN com base na PNSAN; - O plano pretende integrar políticas sociais, indicando diretrizes, metas, fontes de recursos, instrumentos de acompanhamento, monitoramento e avaliação Fome → insegurança alimentar e nutricional (pessoas sem acesso pleno e permanente a alimentos) • Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) • - Segurança alimentar: Acesso regular e permanente alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, e sequer se sentiam na iminência de sofrer restrição no futuro próximo. - Insegurança alimentar leve: Preocupação ou incerteza quanto à disponibilidade de alimentos no futuro em quantidade e qualidade adequadas. - Insegurança alimentar moderada: Redução quantitativa de alimentos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos. - Insegurança alimentar grave: Redução quantitativa de alimentos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre adultos e/ou crianças; e/ou privação de alimentos; fome. • Mundo-fome - State of food security and nutrition in the World (Sofi) 2023 • Relatório lançado anualmente pela FAO, que monitora o desempenho global das metas para se alcançar o 2º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – FOME ZERO. Cerca de 735 milhões de pessoas passam fome, enfrentando diariamente a escassez de alimentos básicos; • 29,6% da população global - 2,4 bilhões de pessoas - estavam em situação de insegurança alimentar moderada ou grave; • Mais de 3,1 bilhões de pessoas no mundo não têm capacidade para adquirir uma dieta saudável, o que afeta negativamente a sua saúde e bem-estar. Destaques: a insegurança alimentar é mais prevalentes entre as mulheres adultas do que entre os homens em todas as regiões do mundo, embora a diferença tenha diminuído consideravelmente em nível global de 2021 e 2022 A segurança alimentar melhora à medida que o grau de urbanização aumenta. A insegurança alimentar moderada e grave afetou 33,3% dos adultos que viviam em áreas rurais em 2022, em comparação com 28,8% em áreas periurbanas e 26,0% em áreas urbanas • O que é o mapa da fome da ONU? • - Sistema de monitoramento global da fome → do Programa Mundial de Alimentação da ONU; - O indicador oficial para o cálculo da fome é a “prevalência da subalimentação ou subnutrição” (PoU) → alimentação habitual garante o mínimo de energia para a manutenção do peso e realização das atividades normais; - Dimensiona e acompanha a fome em nível internacional; - Dados utilizados para o relatório SOFI e o Mapa da Fome • Como é feito o cálculo? • - É calculado uma média com os últimos 3 anos da subalimentação da cada país → a partir dos dados sobre o consumo alimentar; - No Brasil, os dados são obtidos principalmente por meio do IBGE. • Quem entra no mapa da fome • Quando o indicador (subalimentação) está acima de 5%, o país está dentro do Mapa da Fome. Quando cai abaixo de 5%, o país sai do Mapa da Fome. O indicador não mede o acesso a nutrientes e à alimentação saudável como um todo. É preciso realizar análises mais abrangentes como, Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA)*. Em 2014, o Brasil registrou 3% de população ingerindo menos calorias que o recomendado e saiu pela primeira vez do mapa da fome - marco mundialmente reconhecido no caminho à promoção do direito humano à alimentação adequada e saudável. O Fome Zero foi um programa do Governo Federal criado em 2003, que visa assegurar o DHAA, priorizando as pessoas com dificuldade de acesso aos alimentos da população brasileira; Estratégia visava a promoção da SAN, e contribui para a erradicação da extrema pobreza no Brasil. Em 2015, os países integrantes da ONU se comprometeram com a “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” 2º objetivo → “Erradicar a fome, atingir a segurança alimentar e nutricional (SAN) para todos, e promover a agricultura sustentável" "A FAO deixou de publicar o Mapa da Fome como ferramenta de divulgação dos dados de fome no mundo, mas seus indicadores ainda são usados para avaliação inclusive dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável • Insegurança Alimentar – VIGISAN (2021) • - Em 2021, mais da metade da população brasileira está em Insegurança Alimentar; - E a insegurança alimentar grave afeta 9% da população – ou seja, 19 milhões de brasileiros estão passando fome. - Objetivos do relatório: Monitorar a Segurança Alimentar (SA) e os níveis de Insegurança Alimentar (IA) nos domicílios de famílias brasileiras, diante do cenário de crise econômica e sanitária, decorrente da pandemia da Covid-19. - Metodologia: Realizado em 128 municípios, em dezembro de 2020, aplicação da Escala EBIA. • Considerações – VIGISAN (2021) • • Mais que isso, foi anulado, para parcela significativa da população brasileira, o sucesso obtido entre 2004 e 2013 na garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável; • Os dados mostram que tivemos um retrocesso de 15 anos em apenas cinco-retrocesso ainda mais acentuado nos últimos dois anos; • É necessário enfatizar que, no período entre 2013 e 2018, a IA grave, portanto, a ocorrência de fome, teve um aumento de 8,0% ao ano, conforme dados da PNAD, de 2013, e da POF, de 2018; • Esse aumento é acelerado e passa a ser de 27,6% ao ano entre 2018 e 2020, conforme dados da POF, de 2018, e da VigiSAN, para 2020. • Insegurança alimentar, fome e COVID-19 • 59% dos domicílios entrevistados estavam em situação de insegurança alimentar durante a pandemia; → Parte significativa deles diminuiu o consumo de alimentos importantes para a dieta regular da população: 44% reduziram o consumo de carnes e 41% o consumo de frutas. Verifica-se que as instabilidades socioeconômicas geradas pelas crises política e econômica vividas nos últimos anos no país agravaram-se com a pandemia da Covid-19, acentuando as desigualdades alimentares entre uma parcela da população brasileira, sobretudo, quanto ao acesso a alimentos saudáveis de forma regular e em quantidade e qualidade suficientes. As regiões norte e nordeste, são onde mais sofrem com a segurança alimentar, pois são regiões menos favorecidas O fator étnico e gênero também tem a sua diferença, sendo pretos e pardos terem mais incidência de segurança alimentar do que brancos, e homens terem maior segurança alimentar do que as mulheres A IA moderada ou grave comprometia quase a metade dos domicílios que não conseguiam manter alimentos que constituem boa parte da cesta básica da alimentação brasileira: Cabe destacar a gravidade da IA entre as famílias que deixaram de comprar esses alimentos no período de três meses que antecederam as entrevistas. • Conclusões do VIGISAN II (2022) • - As evidências expostas no VIGISAN II refletem este ambiente de degradação social e, portanto, de retrocessos institucionais que contribuíram para o empobrecimento da sociedade brasileira no contexto da pandemia da Covid-19; - A sinergia entre a IA e as demais inseguranças que afetam a sobrevivência humana na atualidade dá uma dimensão clara da agenda de reorientação das estruturas econômicas e políticas rumo a uma redução das desigualdades e da melhoria das condições de vida; - Porém, não será suficiente apenas uma reativação da economia por meio do crescimento, mas sua reconexão com princípios de igualdade, de resgate dos direitos humanos dentre os quais o de alimentação adequada, de preservação ambiental e de promoção do bem-estar. • Insegurança Alimentar (IA) • Possui como principais determinantes a pobreza e as desigualdades sociais. Tem consequências para a saúde, estado nutricional e o bem-estar, que podem expressar-se em consequências físicas, biológicas e psicológicas; • Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e Nutricional (EBIA) • - Na década de 1990 foi elaborada uma metodologia de avaliação de severidade de segurança alimentar pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA); - Escala americana com18 itens. • EBIA • - A escala foi adaptada e validada no Brasil, e estabeleceu-se a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e Nutricional (EBIA); - Escala brasileira originou-se com 15 itens; - Atualmente, apresenta 14 itens (remoção de item repetido); - Instrumento com alta validade para o diagnóstico da (in)segurança alimentar no Brasil. - Além de monitorar a implementação e avaliação de políticas públicas na área. - É uma escala que mede diretamente a percepção e vivência de insegurança alimentar e fome no nível domiciliar. - É uma medida que expressa acesso aos alimentos e proporciona alta confiabilidade da escala, pois traduz a experiência de vida com a insegurança alimentar e a fome dos componentes do domicílio. - Tem a capacidade de mensurar a dificuldade de acesso familiar aos alimentos e também às dimensões psicológicas e sociais da insegurança alimentar; - Também se trata de uma escala com fácil aplicação e baixo custo. • Questionário EBIA • Tem 14 perguntar para saber a situação alimentar vivenciada pela família, dos últimos 3 meses antes da entrevista As respostas são sim e não e os pontos vão somando para definir a classificação da família Quanto mais pontos somar, maior é a insegurança alimentar • Desperdício de alimentos - Brasil e no mundo • Brasil: desperdiça mais de 41 mil toneladas de alimentos por ano Mundo: 1,3 bilhões de alimentos são desperdiçados anualmente Sendo 54% de fase inicial de produção; manipulação pós-colheita e armazenagem; e 46% no processamento, distribuição e consumo • Desperdício de Alimentos • Os alimentos mais desperdiçados pelos brasileiros são: - Arroz, com 22% do total; Carne bovina, com 20%; Feijão, com 16%; Frango, com 15%; Hortaliças, com 4%; Frutas, com 4%. • Estratégia Intersetorial para redução de perdas e desperdício de alimentos • - A Agenda 2030 traz em seu Objetivo de Desenvolvimento Sustentável: - nº 12 - Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis, a meta 12.3: “Até 2030, reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita.” • Iniciativas com Impacto Positivo na Redução de Perdas e Desperdícios • - PNAE; Banco de alimentos; Restaurantes populares; Aquisição de produtos hortícolas fora de padrões estéticos; Campanha #semDesperdício - WWF-Brasil, Embrapa e FAO. • Programa bolsa família e programas sociais correlatos • • Histórico - Bolsa Família • • Criado em 2003; Objetivo do Bolsa Família: Combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional; - Combater a pobreza e outras formas de privação das famílias; - Promover o acesso à rede de serviços públicos: saúde, educação, segurança alimentar e nutricional e assistência social. Foi um dos programas ajudou diretamente o Brasil no combate da pobreza extrema e consequentemente, sair do mapa da fome no ano de 2014. • Histórico - Auxílio Brasil • - Promover a cidadania com garantia de renda e apoiar, por meio dos benefícios ofertados pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a articulação de políticas voltadas aos beneficiários; - Promover, prioritariamente, o desenvolvimento de crianças e adolescentes, por meio de apoio financeiro a gestantes, nutrizes, crianças e adolescentes em situação de pobreza ou extrema pobreza; - Promover o desenvolvimento de crianças na primeira infância, com foco na saúde e nos estímulos a habilidades físicas, cognitivas, linguísticas e socioafetivas; - Ampliar a oferta do atendimento de crianças em creches; - Estimular crianças, adolescentes e jovens a terem desempenho científico e tecnológico de excelência; - Estimular a emancipação de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza LEI Nº 14.342, DE 18 DE MAIO DE 2022; - Institui o benefício extraordinário destinado às famílias beneficiárias do Programa Auxílio Brasil – benefício permanente; - Objetivo: Complementar o valor do Auxílio Brasil até este chegar a R$ 400 por família em situação de pobreza ou de extrema pobreza (valor médio do auxílio era de R$224). - Proposta de Emenda à Constituição 01/2022, aprovada em julho de 2022: - Aumento do piso do Auxílio Brasil para R$ 600; - Foi determinado que este seria um aumento temporário, pago entre agosto e dezembro de 2022. • Programa bolsa família 2023 • É o maior programa de transferência de renda do Brasil, foi relançado pelo Governo Federal em 2 de março de 2023 com a publicação da Medida Provisória nº 1.164. - Trata-se de um programa de transferência direta e condicionada de renda que, por meio da articulação com outras políticas, atua para a superação da pobreza e transformação social das famílias beneficiárias. - É reconhecido internacionalmente por já ter tirado milhões de famílias da fome. Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) - Objetivos: Combater a fome, por meio da transferência direta de renda às famílias beneficiárias; • Contribuir para a interrupção do ciclo de reprodução da pobreza entre as gerações; • Promover o desenvolvimento e a proteção social das famílias, especialmente das crianças, dos adolescentes e dos jovens em situação de pobreza. Além de garantir renda básica para as famílias em situação de pobreza, o Programa Bolsa Família busca integrar políticas públicas, fortalecendo o acesso das famílias a direitos básicos como saúde, educação e assistência social. • Princípios do novo bolsa família • - Prioridade e respeito às diferenças aos que precisam de mais proteção - Garantia de renda e ampliação da proteção de crianças na Primeira Infância - Foco na nova geração para promover as transformações que queremos - Fortalecimento da articulação intersetorial para promover mais acesso à direitos - assistência social, saúde, educação, esporte, ciência e trabalho - O Bolsa Família visa resgatar a dignidade e a cidadania das famílias também pela atuação em ações complementares por meio de articulação com outras políticas para a superação da pobreza e transformação social, tais como assistência social, esporte, ciência e trabalho. • Quem pode entrar no bolsa família • A principal regra é a família ter uma renda mensal per capita de até 218 reais Isso significa que toda a renda gerada pelas pessoas da família, por mês, dividida pelo número de pessoas da família, é de, no máximo, R$218. Se a renda mensal por pessoa da família estiver neste critério, a família é elegível ao programa. • Como se inscrever • Inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único), com os dados corretos e atualizados, além de atender ao critério da renda limite. A inscrição é feita em um posto de cadastramento ou atendimento da assistência social no município – CRAS – Centro de Referência de Assistência Social. • Benefícios atuais • Todas as famílias receberão no mínimo 600 reais • Condicionalidades do auxílio Brasil • As famílias beneficiárias devem cumprir compromissos, nas áreas de saúde e de educação, para reforçar o acesso aos seus direitos sociais básicos, as chamadas condicionalidades: - Realização do acompanhamento pré-natal → (Saúde/SUS); - Acompanhamento do calendário nacional de vacinação → (Saúde/SUS); - Realização do acompanhamento do estado nutricional das crianças menores de 7 anos → (Saúde/Educação); - Para as crianças de 4 a 5 anos, frequência escolar mínima de 60% → (Educação); - Frequência escolar mínima de 75% para os beneficiários de 6 anos a 18 anos incompletos que não tenham concluído a educação básica (Educação) • Regras de proteção • Se a família melhorar de vida e a renda por pessoa subir para além da renda limite de entrada (linha de pobreza) e até meio salário-mínimo, o benefício não é imediatamente cortado. • A família pode permanecer no programa por até 24 meses, recebendo 50% do valor do benefício. • O valor de 50% da regra de proteção será aplicado a partir de junho de 2023. • Retorno garantido: às famílias que se desligarem voluntariamentedo programa ou estiverem na regra de proteção e precisarem retornar ao programa, terão prioridade na concessão. • Nenhuma família vai perder o benefício ou receber menos de R$600 durante a transição entre os programas. • Auxílio Gás • Programa do Governo Federal criado pela Lei nº 14.237, de 19 de novembro de 2021 e regulamentado pelo Decreto nº 10.881, de 2 de dezembro de 2021 → para diminuir o efeito do preço do gás de cozinha sobre o orçamento das famílias de baixa renda. • Como funciona? Será pago no limite de 1 (um) benefício por família beneficiária, em meses alternados, no valor de R$52, que representa 50% da média do preço nacional de referência do botijão de 13 kg. • Quem poderá ser beneficiado? Famílias inscritas no Cadastro Único, com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário-mínimo, inclusive famílias beneficiárias de programas de transferência de renda implementados pelas três esferas de governo. • Jundiaí – Programas Sociais • • Programa “Criança Saúde” – Suplementação Alimentar é um programa social instituído pela Prefeitura de Jundiaí, do qual a FUMAS é o gestor; • Atender crianças a partir de 6 meses a 11 anos e 11 meses de idade. Além de atender gestantes, nutrizes, idosos, convalescentes e pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade alimentar. • Objetivo: Prevenção da Desnutrição Infantil e na Promoção da Saúde, oferecendo através da suplementação alimentar nutrientes que complementam a alimentação da família, bem como orientar sobre a importância de uma alimentação saudável através de oficinas, palestras, atividades pedagógicas e lúdicas - A suplementação consiste em uma sopa preparada na Cozinha Industrial da FUMAS, esta sopa é transportada para os Centros/Salões Comunitários em 8 bairros da cidade onde é servida sempre acompanhada de uma sobremesa (Fruta/Doce preparado na Cozinha Industrial). - Banco de Alimentos: As famílias em vulnerabilidade social atendidas pelo programa recebem frutas, verduras e legumes – 2021 entregou cerca de 51,5 toneladas; • Captação das doações do Ceasa Jundiaí – ECAJ (Entreposto Central de Abastecimento Jundiaí) e dos supermercados Redes Boa/Dom Olivo; • Distribuição para os seis Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade. • Sistema alimentar • Conjunto de atividades relacionadas à produção, processamento, distribuição, preparo, consumo e descarte de alimentos, que afetam a saúde, questões socioeconômicas e o meio ambiente. Pode ser dividido em 3 partes: 1. Cadeia de produção e distribuição de alimentos: plantação, colheita, organização, transporte, processamento dos alimentos 2. Ambientes alimentares: mercados, feiras, sacolões, açougues, restaurantes, etc 3. Comportamento alimentar: compra, armazenamento no lar, preparação, cozimento, descarte de alimentos • Sistema alimentar sustentável • Algumas ações necessárias para a promoção de um sistema alimentar - Agricultura mais sustentável - Acesso mais fácil e mais barato de alimentos in natura como frutas, verduras e legumes - Ações com a população para promover o consumo alimentar com menos carnes e alimentos ricos em açúcar, sal e gordura - Reduzir o desperdício de alimentos • Agricultura sustentável • Um dos desafios para as políticas públicas é o de promover padrões sustentáveis de produção e consumo. A “ideia” de agricultura sustentável é um conceito em construção e propõe-se a pensar um modelo produtivo que seja sustentável no ponto de vista ambiental, econômico e social; Devem garantir a permanência dos recursos naturais existentes para as presentes e futuras gerações. A agricultura sustentável não trata exclusivamente de um resgate de técnicas já existentes, mas também de suas adaptações e inovações, ou até do surgimento de novas práticas que resultem em modelos menos agressivos de produção. • Agricultura familiar • Não detenha área maior do que quatro módulos fiscais; Utiliza mão de obra predominante da própria família nas atividades econômicas da propriedade; Tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo; Dirige seu estabelecimento com sua família Redução dos estabelecimentos da AF - Principais fatores: Produtor está buscando trabalho fora → diminuiu a mão de obra da família; Envelhecimento dos chefes das famílias; Filhos optam por outras atividades fora do domicílio agrícola; Aumento da mecanização e da contratação de mão de obra não familiar. • Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) • PRONAF - criado em 1996; Caracteriza-se essencialmente como uma política de crédito subsidiado, de custeio e investimento para os agricultores familiares; Colaborando para o aumento de renda e agregação de valor ao produto e à propriedade • Programa de aquisição de alimentos (PAA) • 2019 até 2023 → Programa Alimenta Brasil; Julho de 2023 → Extinção do Programa Alimenta Brasil e retorno do PAA e a criação do Programa Cozinha Solidária É uma ação do Governo Federal para colaborar com o enfrentamento da fome e da pobreza no Brasil e, ao mesmo tempo, fortalecer a agricultura familiar; O programa utiliza mecanismos de comercialização que favorecem a aquisição direta de produtos de agricultores familiares ou de suas organizações, estimulando os processos de agregação de valor à produção. • Finalidades básicas do PAA • - Promover o acesso à alimentação e fortalecer a produção de alimentos pela agricultura familiar - Para alcançar esses objetivos o programa compra alimentos produzidos pela agricultura familiar, destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional. **O principal problema enfrentado é a ampliação de comercialização da produção • PAA - critérios de acesso ao Programa dos seguintes grupos prioritários - Lei nº14.628/2023 • As famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico); Povos indígenas; Povos e comunidades tradicionais; Assentados da reforma agrária; Pescadores; Negros; Mulheres; Juventude rural; Pessoas idosas; Pessoas com deficiência; e Famílias que tenham pessoas com deficiência como dependentes. • Aquisição de Alimentos - PAA • Art. 8º Do total de recursos destinados, no exercício financeiro, à aquisição de gêneros alimentícios pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, pelas empresas públicas e pelas sociedades de economia mista, percentual mínimo de 30% será destinado, sempre que possível, à aquisição de produtos de agricultores familiares e de suas organizações, por meio de modalidade específica, nos termos do regulamento. § 1º Os órgãos e as entidades da administração pública estadual, distrital e municipal poderão utilizar-se da modalidade a que se refere o caput deste artigo para a aquisição de gêneros alimentícios e de materiais propagativos da agricultura familiar. Ex. órgãos e entidades da adm federal: Hospitais públicos, forças armadas, presídios, restaurantes universitários, hospitais universitários, refeitórios de creches e escolas filantrópicas, alimentação escolar (não obrigatório), etc • Produtos adquiridos pelo PAA – Destino • - Promoção de ações de segurança alimentar e nutricional; - Formação de estoques; ou - Atendimento às demandas de gêneros alimentícios e de materiais propagativos por parte da administração pública, direta, autárquica e fundacional, federal, estadual, distrital ou municipal. Hospitais públicos e entidades integrantes da rede socioassistencial, preferencialmente de atendimento a pessoas idosas e a pessoas com deficiência, poderão ser atendidas pela administração pública com produtos do PAA. Isso valerá ainda para hospitais e entidades desse tipo que sejam privadas sem fins lucrativos. • Compras públicas – Dispensa licitação • - Uma das principais diferenciações do PAA em relação a outras formas de compras públicas sustentáveisé a dispensa de licitação; - Desde que os preços praticados não sejam superiores aos dos mercados regionais; - A dispensa de licitação diminui as exigências burocráticas, viabilizando o acesso dos pequenos agricultores ao programa • Compra direta • Para abastecer a alimentação escolar ou formar estoques reguladores, por exemplo, o Poder Executivo de todas as esferas de governo (federal, estadual, distrital e municipal) poderá comprar diretamente, dispensada a licitação, os alimentos produzidos por esses beneficiários fornecedores. Obs: No caso de produtos agroecológicos ou orgânicos, quando for impossível cotar o preço de referência no mercado local ou regional, os alimentos comprados poderão ter acréscimo de até 30% em relação aos convencionais. • Ex de entidades que podem receber alimentos do PAA • - Centro de Referência de Assistência Social (Cras); - Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas); - Equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional: restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos; - Cestas de alimentos distribuídos pelo Governo Federal. • Ex - Compra Institucional - REVOGADA • Decreto nº 8.473 de 22 de junho de 2015 → REVOGADA! Dispõe da obrigatoriedade de todos os órgãos federais (quartéis, forças militares, restaurantes de universidades, os hospitais) adquirirem 30% de alimentos da agricultura familiar → PAA. Constituindo um exemplo de avanço para as políticas públicas de SAN nos estados e municípios • Benefícios do PAA • - Para o agricultor familiar: qualificação da produção de alimentos para atender às exigências do mercado e abertura de um novo “canal” de comercialização da produção; menor desperdício no campo; incentiva fixar novas gerações de produtores no campo. - Para os órgãos governamentais: contribui para a economia local, a inclusão social e produtiva dos agricultores e agricultoras familiares; têm os processos de aquisição de alimentos facilitados e promovem a Política de Segurança Alimentar Nutricional (PNSAN) de forma adequada à demanda nutricional dos indivíduos; - Para os consumidores: recebem uma alimentação saudável, mais rica nutricionalmente e mais adequada às suas necessidades. • Benefícios Gerais • Alimentação saudável, oferta de produtos locais, produtos frescos, diversificados, de qualidade e adequados ao hábito alimentar local, respeitando também as tradições culturais da população da região. • Ex Modalidade de Compra Institucional do PAA e o Restaurante Universitário da UFSCar • Benefícios observados: Maior aproveitamento dos alimentos, com diminuição do desperdício durante o pré-preparo; Maior adesão ao consumo de frutas – devido a baixa incidência de defeitos – melhor qualidade; Maior variedade de frutas e hortaliças; Qualidade superior, isento de agrotóxicos • Programa Cozinha Solidária • Objetivo: fornecer alimentação gratuita e de qualidade à população, preferencialmente às pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social, incluída a população em situação de rua, e de insegurança alimentar e nutricional. - O preparo e a oferta dos alimentos do Programa Cozinha Solidária deverão ocorrer em espaços sanitários adequados. - As refeições distribuídas nas cozinhas solidárias devem combater a insegurança alimentar e nutricional e respeitar a cultura alimentar regional. - Poderão ser estabelecidas parcerias entre instituições públicas e entidades da sociedade civil para a execução do Programa Cozinha Solidária. - Programa Cozinha Solidária poderá apoiar cozinhas comunitárias e coletivas já existentes em comunidades, conforme regulamento • Recursos Financeiros • Os recursos financeiros para custeio do Programa Cozinha Solidária repassados às entidades privadas sem fins lucrativos serão destinados, conforme regulamento e observada a disponibilidade orçamentária e financeira, para ofertar refeições e cobrir despesas de custeio, pessoal, manutenção e pequenos investimentos, que concorram para a garantia do funcionamento e melhoria da infraestrutura física dos estabelecimentos.