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NUTRIÇÃO E ATENÇÃO À SAÚDE Luciana de Souza Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 S719n Souza, Luciana de. Nutrição e atenção à saúde / Luciana de Souza. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 194 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-068-9 1. Nutrição. 2. Atenção à saúde. I. Título. CDU 613.2 Segurança alimentar e nutricional (SAN) e equipamentos de SAN Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car os principais conceitos de SAN e suas partes integrantes: Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA). Reconhecer os programas de SAN. Indicar o conceito e diferenciar os equipamentos públicos de SAN. Introdução A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) tem como propósito dar direito a todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Para isso, necessita de estruturas físicas e espaços adequados destinados à provisão destes serviços públicos ao cidadão, que são os Equipamentos de SAN. Neste capítulo, você irá identificar os conceitos e programas de SAN, reconhecendo o SISAN e CONSEA como partes integrantes, bem como indicar os equipamentos de SAN. Principais conceitos de SAN e suas partes integrantes: o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) Conforme o Art. 3º da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), à Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) compreende à rea- lização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade sufi ciente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (BRASIL, 2006). A SAN abrange: 1. Ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da produção, em especial da agricultura tradicional e familiar, do processamento, da industrialização, da comercialização, incluindo-se os acordos interna- cionais, do abastecimento e da distribuição dos alimentos, incluindo a água, bem como da geração de emprego e da redistribuição de renda. 2. Conservação da biodiversidade e utilização sustentável dos recursos. 3. A promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população, incluindo-se grupos populacionais específicos e populações em situação de vulnerabilidade social. 4. A garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, bem como seu aproveitamento, estimulando práticas alimentares e estilos de vida saudáveis que respeitem a diversidade étnica e racial e cultural da população. 5. A produção de conhecimento e o acesso à informação. 6. A implementação de políticas públicas e estratégias sustentáveis e participativas de produção, comercialização e consumo de alimentos, respeitando- se as múltiplas características culturais do País. Princípios Intersetorialidade. Ações conjuntas entre Estados e sociedade. 133Segurança alimentar e nutricional (SAN) e equipamentos de SAN Equidade, superando as desigualdades econômicas, sociais, de gênero e étnicas. Articulação entre orçamento e gestão. Abrangência e articulação entre ações estruturantes e medidas emergenciais. Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) Por meio do SISAN, os órgãos governamentais das três esferas e as organiza- ções da sociedade civil atuarão conjuntamente na formulação e implementação de políticas e ações de combate à fome e de promoção da SAN, bem como no acompanhamento, monitoramento e avaliação da situação nutricional da população, defi nindo direitos e deveres do poder público, da família, das empresas e da sociedade. A participação no Sistema deverá obedecer aos princípios e diretrizes e será defi nida a partir de critérios estabelecidos pelo CONSEA e pela Câmara Interministerial de SAN. Integram o SISAN: A Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; O CONSEA, órgão de assessoramento imediato ao Presidente da República; A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, integrada por ministros de Estado e secretários especiais responsáveis pelas pastas afetas à consecução da segurança alimentar e nutricional; Os órgãos e entidades de segurança alimentar e nutricional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; As instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, que manifestem interesse na adesão e que respeitem os critérios, princípios e diretrizes do SISAN. Princípios Universalidade e equidade no acesso à alimentação adequada, sem qualquer espécie de discriminação; Preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas; Participação social na formulação, execução, acompanhamento, moni- toramento e controle das políticas e dos planos de segurança alimentar e nutricional em todas as esferas do governo; Nutrição e atenção à saúde134 Transparência dos programas, das ações e dos recursos públicos e privados e dos critérios para sua concessão. Diretrizes Promoção da intersetorialidade das políticas, programas e ações go- vernamentais e não-governamentais; Descentralização das ações e articulação, em regime de colaboração, entre as esferas de governo; Monitoramento da situação alimentar e nutricional, visando a subsidiar o ciclo de gestão das políticas para a área nas diferentes esferas de governo; Conjugação de medidas diretas e imediatas de garantia de acesso à alimentação adequada, com ações que ampliem a capacidade de sub- sistência autônoma da população; Articulação entre orçamento e gestão; Estímulo ao desenvolvimento de pesquisas e à capacitação de recursos humanos. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) É um instrumento de articulação entre governo e sociedade civil na proposição de diretrizes para as ações na área da alimentação e nutrição. Instalado no dia 30 de janeiro de 2003, tem caráter consultivo e assessora o Presidente da Repú- blica na formulação de políticas e na defi nição de orientações para que o país garanta o direito humano à alimentação. Saiba que o Conselho é formado por conselheiros, que são representantes da sociedade civil organizada, ministros de Estado e representantes do Governo Federal, além de observadores convi- dados. Além de estimular a sociedade a participar da formulação, execução e acompanhamento de políticas de SAN, considera a organização da sociedade essencial para as conquistas sociais e para a superação defi nitiva da exclusão. Veja os critérios em que ele é composto 1. 1/3 (um terço) de representantes governamentais constituído pelos ministros de estado e secretários especiais responsáveis pelas pastas afetas à consecução da SAN; 2. 2/3 (dois terços) de representantes da sociedade civil escolhidos a partir de critérios de indicação aprovados na Conferência Nacional de Segu- rança Alimentar e Nutricional; 135Segurança alimentar e nutricional (SAN) e equipamentos de SAN 3. Observadores, incluindo-se representantes dos conselhos de âmbito federal afins, de organismos internacionais e do Ministério Público Federal. Presidido por um de seus integrantes, representante da sociedade civil, indicado pelo plenário do colegiado, na forma do regulamento, e designado pelo Presidente da República. A atuação dos conselheiros, efetivos e suplentes, no CONSEA, é considerada um serviço de relevante interesse público e não remunerado. CONSEA e SISAN articulam, acompanham e monitoram, em regime de colaboração com os demais integrantes do Sistema, a implementação e a convergência de ações inerentes à Política Nacionale ao Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Mobilizam e apoiam entidades da sociedade civil na discussão e na implementação de ações públicas de SAN. Programas de SAN O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) foi criado em 2004, com o objetivo de promover o desenvolvimento social através de um conjunto de políticas, programas e ações para enfrentar o problema da fome e da exclusão social. As ações desenvolvidas pelo Ministério abrangem as áreas da Segurança Alimentar e Nutricional, políticas públicas de assistência social, renda, cidadania e ações de geração de oportunidades para a inclusão produtiva das pessoas em situação de pobreza. Também foi implementado um conjunto de políticas e programas pelo Governo Federal na perspectiva da efetivação da SAN. Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Também chamado de “Compra Direta”, é um programa de compra direta de alimentos produzidos por agricultores familiares e distribuídos a entidades Nutrição e atenção à saúde136 civis sem fi ns lucrativos que os redistribuem às pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar. Tem por objetivo estimular a pequena produção agropecuária familiar, através da compra do produto sem licitação, obedecendo um critério referencial de preço de mercado, não devendo ser nem superior, nem inferior. Programa Restaurantes Populares (PRP) Conjugam ações que visam a educação alimentar, contribuindo na superação da fome e na conscientização para evitar o desperdício. São unidades de alimentação e nutrição que contribuem na promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada ao produzir e distribuir refeições saudáveis aos trabalhadores urbanos em situação de insegurança alimentar ou que possuem renda insufi ciente para se alimentar de outras formas. Programa de Cozinhas Comunitárias (PCC) Visa ampliar a oferta de refeições adequadas nutricionalmente, contribuindo para a redução do número de pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. As cozinhas são uma espécie de mini restaurantes populares que contribuem para a inclusão social, bem como para o fortalecimento da ação coletiva e da identidade comum. Estes equipamentos públicos são for- necidos pelo MDS em parceria com as prefeituras. Podem ser instalados em municípios com mais de 50.000 habitantes e devem atender exclusivamente famílias carentes que estejam devidamente cadastradas, contribuindo, assim, no processo de conscientização alimentar e inserção social. Cada unidade deve viabilizar uma produção mínima em torno de 200 refeições diárias. Programa Bancos de Alimentos (PBA) Visam estimular e promover a educação alimentar consciente, valorizando o aproveitamento dos alimentos e o seu valor nutritivo. Os bancos contri- buem com o abastecimento alimentar de redes de promoção e proteção social, contribuindo, desse modo, com a diminuição da fome e da desnutrição das populações em situação de vulnerabilidade alimentar. 137Segurança alimentar e nutricional (SAN) e equipamentos de SAN Programa de Agricultura Urbana Este programa conta com ações que promovem a produção familiar de alimen- tos de forma comunitária, com uso de tecnologias de bases agro-ecológicas em espaços urbanos e periurbanos. Destina-se a moradores urbanos e periurbanos contemplados com os programas sociais do MDS. Programa Cisternas A cisterna é uma tecnologia popular para a captação e armazenamento de água da chuva e é vista como um componente fundamental para garantir a SAN para as famílias de baixa renda. Representa uma solução de acesso a recursos hídricos para a população rural do semiárido brasileiro que sofre com os efeitos das secas prolongadas. Programa do Leite Integrante do Programa de Aquisição de Alimentos, este programa visa propi- ciar o consumo de leite às famílias que se encontram em estado de insegurança alimentar e que possuem crianças de até 6 anos de idade ou idosos acima dos 60 anos. Feiras e mercados populares São estruturas públicas que visam facilitar a comercialização dos produtos agropecuários, artesanatos e das agroindústrias dos agricultores familiares, assentados e acampados da reforma agrária. Esta política fomenta as redes locais de produção e comercialização, com estímulo à produção ecológica e às diversas formas de organização associativa e comunitária das famílias, bem como o consumo de alimentos saudáveis pela população de baixa renda e as famílias contempladas pelo Programa Bolsa Família. Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (CONSAD) Tem o objetivo de promover a cooperação entre municípios (com baixo índice de desenvolvimento) e interfederativa, visando garantir a SAN e o desenvol- vimento local. Nutrição e atenção à saúde138 Unidades de beneficiamento e processamento familiar agroalimentar São atividades empreendedoras que agregam valor aos produtos agrícolas, pecuários, pesqueiros, aquícolas, extrativistas, fl orestais e artesanais incluindo operações físicas, químicas ou biológicas. A produção destina-se à melhoria da alimentação e nutrição familiar, bem como ao abastecimento alimentar local com maior qualidade. Podem participar desta política os produtores familiares rurais, urbanos e periurbanos, assentados e acampados da reforma agrária, desempregados e famílias contempladas pelo Programa Bolsa Família. Educação alimentar e nutricional Busca promover a SAN através de ações educativas visando práticas ali- mentares adequadas, estimulando a autonomia das pessoas e combatendo o desperdício. É uma política destinada especialmente às mulheres, além de crianças e jovens, visto que os hábitos alimentares se estabelecem no ambiente familiar, fundamentalmente na infância e na juventude. Um dos projetos realizados chama-se Cozinha Brasil, em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI). Distribuição de cestas de alimentos a grupos específicos É uma ação emergencial para assistir grupos específi cos em situação de in- segurança alimentar e nutricional, com cestas de alimentos. Podem receber este benefi cio as pessoas acampadas em processo de reforma agrária, povos indígenas, quilombolas, comunidades de terreiro, atingidos por barragens, marisqueiras, caranguejeiras e outros. Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) Tem o objetivo de proporcionar um cardápio escolar que atenda às necessidades nutricionais dos estudantes enquanto permanecem na escola, contribuindo para a prática de hábitos alimentares saudáveis e o melhor desempenho de seu aprendizado. 139Segurança alimentar e nutricional (SAN) e equipamentos de SAN Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) Visa dar apoio fi nanceiro através de diversas modalidades de crédito às ativida- des agropecuárias dos agricultores familiares. É um programa governamental abrangente e acessível que ajuda a dinamizar a produção geral e de alimentos. Territórios de Cidadania Este programa abrange transversalmente vários programas sociais já existentes, a fi m de erradicar a fome e a pobreza, mediante a promoção do desenvolvi- mento e da qualidade de vida. Seu espaço é delimitado geografi camente, de modo que suas ações abrangem as regiões com maior grau de vulnerabilidade social e alimentar. Programa Bolsa Família É um programa de transferência condicionada e direta de renda pelo Governo Federal. É apontado como “carro-chefe” das políticas sociais do Governo e unifi cador de diversas políticas sociais de superação da pobreza. Atualmente, atende 12 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros. Esta trans- ferência de renda visa garantir a dignidade humana e a Segurança Alimentar e Nutricional da população em situação de vulnerabilidade alimentar, nutricional e social. No Plano Plurianual 2016-2019, a SAN define oito objetivos, como: a ampliação e a oferta de alimentos saudáveis, a disponibilidade desses produtos nas mais diferentes regiões, a educação alimentar, levando informação ao consumidor sobrea qualidade nutricional dos alimentos, e a importância da alimentação saudável, bem como os estímulos no ambiente escolar (BRASIL, 2016). Nutrição e atenção à saúde140 Equipamentos públicos de SAN São estruturas físicas e espaços destinados, no todo ou em parte, à provisão de serviços públicos ao cidadão com vistas à garantia da segurança alimentar e nutricional, quais sejam a oferta, a distribuição e a comercialização de refeições e/ou de alimentos. Apoiam o abastecimento e impedem o desperdício. Tem gestão do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) fi nanciado com recursos do Orçamento Geral da União (OGU). É formado pelo programas de Restaurantes Populares, Cozinhas Comuni- tárias e Bancos de Alimentos, que agem diretamente no acesso a população à alimentação de qualidade nutricional e sanitária a um baixo custo, mas, ao associarem-se ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), interferem também na disponibilidade de alimentos por estimular a produção agrícola alimentar. Por outro lado, ao promover ações de educação alimentar e nutricional, incorpora-se também a dimensão utilização como variável que pode ser influenciada pelos equipamentos. Por se associar tanto ao mercado (doação de alimentos aos bancos de alimen- tos), ao Estado (financiamento da instalação e manutenção dos equipamentos) e à sociedade (doação de alimentos e controle social) a rede de equipamentos públicos pode ser considerada como uma estrutura operacional de SAN. A importância dessa rede pública pode ser dimensionada pelos números de beneficiários e pelo conjunto de operações que realizam. Programas Restaurantes Populares É um dos programas integrados à rede de ações e programas do Fome Zero, política de inclusão social estabelecida em 2003. O bom funcionamento deste programa é papel do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e espera-se, com ele, criar uma rede de proteção alimentar em áreas de grande circulação de pessoas que realizam refeições fora de casa, atendendo dessa maneira, os segmentos mais vulneráveis nutricionalmente. Visam apoiar ações de investimento e custeio de modo a propiciar a produção de refeições diárias, nutricionalmente balanceadas, originadas de processos seguros e comercializadas a preços acessíveis, em local de fácil acesso e destinadas, preferencialmente, ao público em situação de insegurança alimentar e nutricional. 141Segurança alimentar e nutricional (SAN) e equipamentos de SAN O público-alvo é, prioritariamente, trabalhadores formais e informais de baixa renda, desempregados, estudantes, idosos e populações em risco social dos centros e periferias urbanas. Cozinhas Comunitárias São equipamentos públicos implantados por meio de convênio formalizado entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Estado/município para fornecer refeições saudáveis e com preço acessível às famílias e situação de insegurança alimentar e vulnerabilidade social urbana. As instalações apoiadas devem ter capacidade mínima de produção de 200 refeições diárias, com funcionamento de, no mínimo, 05 (cinco) dias por semana. A distribuição de refeições deve ser preferencialmente, gratuita, podendo ser comercializada a preço acessível. Visam apoiar ações de investimento e custeio com intuito de produzir refeições em ambientes adequados de modo a propiciar saúde e satisfação a baixo custo aos grupos sociais mais vulneráveis à fome. O projeto dirige-se preferencialmente aos municípios que detém Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) em pleno funcionamento, com ampla rede de abastecimento e de entidades de assistência social, beneficiando os trabalhadores formais e informais de baixa renda, desempregados, estudantes, idosos, mães chefes de família e populações em risco social nas periferias urbanas, previamente cadastradas no programa. Bancos de Alimentos São equipamentos de segurança alimentar e nutricional que operam na ar- recadação e distribuição de alimentos por meio da articulação com o setor alimentício e com a sociedade civil. Visam o recebimento de doações de alimentos fora dos padrões de comer- cialização, mas em condições sanitárias próprias para o consumo humano, de modo a promover abastecimento e segurança alimentar à população carente. Nutrição e atenção à saúde142 Em uma comunidade, aqueles indivíduos em risco nutricional, por causas físicas ou sociais, pertencentes ao público-alvo dos programas políticos de equipamentos de SAN, devem ser identificados pelos profissionais de saúde que os atendem e encaminhados a estes equipamentos. Nestes locais, o nutricionista pode fazer educação nutricio- nal, para que estes indivíduos aprendam a ter SAN, mesmo fora dos equipamentos. Através da vigilância, estes profissionais podem avaliar se o objetivo de fornecer uma alimentação nutricionalmente segura está sendo alcançado, bem como avaliar se as condições sociais e de saúde estão evoluindo. A efetiva participação do Estado/ município, bem como da sociedade civil também deve ocorrer para que as metas de SAN sejam alcançadas. 143Segurança alimentar e nutricional (SAN) e equipamentos de SAN 1. Qual alternativa não faz parte da política de SAN? a) Acesso aos alimentos não abrange a agricultura tradicional e familiar. b) Acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente. c) Tem como base práticas alimentares promotoras da saúde. d) Tem como princípio ações conjuntas entre Estados e sociedade. e) Tem como princípio articulação entre orçamento e gestão. 2. Qual alternativa diz respeito ao SISAN? a) Tem caráter consultivo e assessora o Presidente da República. b) Um dos princípios é a universalidade e equidade no acesso à alimentação adequada, sem qualquer discriminação. c) É formado por conselheiros da sociedade civil, ministros de Estado e representantes do Governo Federal. d) É formado por observadores convidados, além dos conselheiros. e) Atuação dos conselheiros não é remunerada. 3. Fazem parte do conceito de SAN, exceto: a) Objetiva promover o desenvolvimento social. b) É um conjunto de políticas públicas para o enfrentamento da fome e exclusão social. c) Tem gestão do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. d) Suas ações abrangem assistência social, renda e cidadania. e) Tem o intuito de oportunizar a inclusão produtiva para pessoas em situação e pobreza. 4. Qual item citado abaixo não é um Programa de SAN? a) Agricultura Urbana. b) Cisternas. c) Feiras e Mercados Populares. d) 10 Passos da Alimentação Saudável. e) Bolsa Família. 5. Sobre Equipamentos de SAN, qual é a alternativa incorreta? a) Visa garantir a SAN pela oferta, distribuição e comercialização de refeições/alimentos. b) Tem gestão do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. c) É financiado com recursos do Orçamento Geral da União. d) É formado por Restaurantes Populares, Cozinhas Comunitárias e Bancos de Alimentos. e) Está associada somente ao Estado. Nutrição e atenção à saúde144 BRASIL. Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimen- tação adequada e dá outras providências. Brasília, DF, 2006. Disponível em: <https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm>. Acesso em: 05 fev. 2017. BRASIL. Portal Brasil. 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