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Estudos dos Movimentos e ADM Apresentação O termo cinesioterapia origina-se das palavras gregas “kinesis”, que signi�ca movimento e “therapeia” que quer dizer “terapia”. A cinesioterapia é um ramo da Fisioterapia que utiliza o movimento de forma terapêutica. É um componente essencial da reabilitação, empregando movimentos estruturados, seja de segmentos corporais isolados ou do corpo inteiro, visando maximizar a capacidade funcional e o bem- estar humano ao longo da vida. A cinesioterapia abrange diversas áreas, como o esporte, o trabalho, a saúde e a segurança. Seu objetivo é otimizar o potencial do paciente, melhorando as disfunções a partir do estudo da biomecânica, que analisa, descreve e avalia os movimentos do corpo humano. A cinesioterapia é um recurso aplicado em todas as áreas de atuação da �sioterapia, tratando uma ampla gama de disfunções e atuando também como prevenção. Dado que o ser humano é um ser cinético, ela não possui contraindicações absolutas, sendo as contraindicações relativas extremamente raras. Esse recurso engaja signi�cativamente as funções sistêmicas, promovendo melhorias nos sistemas cardiovascular, respiratório, endócrino, entre outros, e exige a integração das estruturas anatômicas, listadas a seguir para a execução adequada dos movimentos: Ossos; Articulações; Músculos; Sistema nervoso periférico; e Sistema nervoso central. A cinesioterapia e�caz requer gestão e dosagem pro�ssionais, conduzidas por �sioterapeutas. Sua prescrição demanda uma compreensão abrangente da saúde geral do paciente, incluindo os estados dos sistemas cardiovascular, respiratório e nervoso, além da prontidão psicológica e motivacional. A prescrição é individualizada, com objetivos especí�cos, métodos de tratamento e instrução adaptados às demandas do paciente, considerando seu estado de saúde, estilo de vida pessoal e respostas ao tratamento. Esse processo visa estimular a independência do paciente e a responsabilidade pessoal por sua saúde e autonomia. Ademais, inclui a educação do paciente acerca de posições e movimentos protetores, exercícios respiratórios e técnicas de relaxamento. Não se pode ignorar, ainda, que o objetivo fundamental de qualquer programa terapêutico é restabelecer o movimento funcional, sem limitações e isento de sintomas. A seguir, são apresentados alguns conceitos essenciais para a compreensão e aplicação da cinesioterapia como recurso terapêutico. Flexibilidade, força, estabilidade e equilíbrio Força, Flexibilidade e estabilidade são parâmetros �siológicos associados à aptidão física relacionada à saúde. Cada um desses domínios in�uencia a saúde em geral, o risco de lesão, como uma lesão é tratada e o desempenho em atividades da vida diária e esportes. Esses domínios são afetados pelo fenótipo individual, idade, descondicionamento, atividade ocupacional e exercício formal. Dé�cits ou perda de força, �exibilidade e estabilidade podem ser prevenidos ou reduzidos com programas de exercícios (Micheo, Baerga, Miranda, 2012). A força muscular tem sido associada a benefícios gerais à saúde, aumento da expectativa de vida, benefícios psicológicos, prevenção de doenças e redução de incapacidades em adultos mais velhos. Programas de �exibilidade estática demonstraram melhorar a amplitude de movimento das articulações e a tolerância ao alongamento, enquanto a �exibilidade dinâmica pode aumentar a potência e melhorar o desempenho especí�co do esporte. O treinamento de estabilidade leva à melhora do equilíbrio e do controle neuromuscular; pode prevenir lesões nas articulações do joelho e tornozelo (Micheo, Baerga, Miranda, 2012). Mobilidade é frequentemente confundida com �exibilidade. No entanto, há uma distinção clara entre esses conceitos. A mobilidade refere-se à capacidade de se mover com coordenação e ausência de restrições, enquanto a �exibilidade denota a amplitude de movimento (ADM) de uma articulação ou grupo de articulações e ao comprimento dos músculos que cruzam essas áreas. A �exibilidade é essencial tanto para a realização de movimentos diários quanto para o desempenho esportivo (Micheo, Baerga, Miranda, 2012). Estabilidade é a habilidade de manter o controle do movimento ou posicionamento da articulação. Tecidos circundantes da articulação e o sistema neuromuscular trabalham juntos para criar estabilidade. É comum associar a estabilidade ao “equilíbrio” ou à capacidade de coordenar-se durante o movimento. Enquanto a estabilidade refere-se à capacidade de controlar as forças atuantes no corpo para manter uma posição desejada, o “equilíbrio” é a habilidade de manter o centro de massa do corpo dentro da base de suporte. Esses conceitos estão intimamente relacionados, uma vez que uma boa estabilidade é necessária para um bom equilíbrio, e vice-versa. Essencialmente, a estabilidade permite que o corpo ajuste ativamente e mantenha o equilíbrio durante o movimento. Embora distintos, ambos os conceitos são interdependentes: é necessário ter estabilidade para manter o equilíbrio, e um bom equilíbrio permite detectar e responder melhor aos desa�os relacionados à estabilidade. Classi�cação, objetivo e principais indicações do movimento passivo, ativo, assistido e resistido A cinesioterapia inclui exercícios ativos e passivos, veja a seguir a diferença entre eles: Exercícios Passivos Os exercícios passivos referem-se à prática executada pelo �sioterapeuta, na qual o paciente não participa, ou seja, há uma participação passiva, sem contração muscular voluntária. Nesses casos, seja de forma manual ou por meio de aparelhos, o movimento é executado pelo Fisioterapeuta e sua execução depende de uma força externa. O objetivo dos exercícios passivos é proteger a integridade das articulações e a elasticidade muscular e, ao mesmo tempo, prevenir contraturas musculares e aderências capsulares. Esse tipo de exercício cinesioterapêutico também fortalece a cartilagem e os tecidos moles, melhorando o aporte sanguíneo e promovendo estímulo sensorial ao segmento afetado. A repetição consistente dos movimentos estimula a neuroplasticidade quando associado à atenção e ao foco durante a realização do exercício. Os exercícios passivos são recomendados quando o paciente é incapaz de realizar movimentos ativos devido à paralisia muscular, força grau 0, ou por fraqueza muscular severa, com força grau 1, por exemplo. Também são indicados quando os movimentos ativos causam dor ou em situações em que o paciente não tem permissão para realizar movimentos ativos, como em casos que exigem repouso absoluto. Sua aplicação deve obedecer aos critérios de inclusão e exclusão, conforme se observa a seguir. Tipo de Exercício Força necessária para executar o exercício Passivo Força externa, durante a inatividade muscular. Ativo Contração muscular. Exercícios Passivos Critério de Inclusão Pacientes que não realizam movimentação livre. Critério de exclusão Pacientes com fraturas não reduzidas, procedimento vascular com presença de introdutor e tromboembolismo suspeito ou con�rmado. Veja, a seguir, as três subcategorias principais: Movimento Passivo Relaxado (MPR): a articulação é movida por meio de sua amplitude de movimento natural, sem esforço ativo do paciente. No MPR, os exercícios respeitam a amplitude livre da articulação, explorando o movimento até o limite de dor do paciente, sem causar contração muscular. O paciente deve estar o mais confortável possível, utilizando acessórios como rolos e almofadas para um posicionamento adequado. O �sioterapeuta deve conhecer e respeitar os limites articulares do paciente para garantir uma boa relação terapeuta-paciente. A porção proximal da articulação deve ser �xada �rmemente para evitar compensações de outras articulações. É possível tracionar as articulações proximais para reduzir a dor ao diminuir o atrito intra-articular (decoaptação). Os movimentos devem ser realizados de forma lenta e constante. Movimentos passivos forçados (MPF): também sãochamados de manipulação, as articulações são movidas além da amplitude normal, geralmente de forma rápida e localizada. Alongamentos: são exercícios que visam aumentar a �exibilidade muscular, possibilitando o maior ganho de amplitude de movimento de uma determinada articulação. O exercício de alongamento envolve posicionar as articulações de modo a aumentar um músculo ou tecido mole ao seu comprimento máximo; quanto mais longo estiver o músculo, maior será a movimentação na articulação. Exercícios Ativos Os exercícios ativos são realizados quando a musculatura está íntegra e permitem a participação ativa do paciente na execução dos movimentos. Os objetivos dos exercícios ativos incluem a manutenção da amplitude de movimentação das articulações, o fortalecimento da musculatura e dos ossos, a melhora da �exibilidade muscular, bem como o desenvolvimento da força e da coordenação motora. Os exercícios ativos classi�cam-se em: Ativo Livre Este tipo de exercício é realizado voluntariamente pelo paciente com o auxílio da força da gravidade. Durante o exercício livre, quando um paciente realiza movimentos por conta própria, sem receber qualquer assistência ou resistência externa, a única força que atua no corpo é a força da gravidade. Esta pode ser utilizada para fornecer assistência ou resistência a um determinado movimento, ajustando a postura durante o exercício. Os exercícios livres podem focar no movimento de uma única articulação, como aqueles destinados a melhorar a força do músculo da coxa ou a aumentar a amplitude de movimento do joelho, ou recrutar vários músculos, que se contraem para produzir movimentos de várias articulações, simultaneamente, como ao caminhar, correr, nadar, entre outros. Ativo Assistido Exercício Ativo Critério de inclusão Pacientes aptos a realizarem a movimentação livre. Critério de Exclusão Fratura não reduzida, procedimento vascular recente com presença de introdutor e tromboembolismo suspeito ou con�rmado. É realizado voluntariamente pelo paciente com auxílio de força externa para �nalizar o movimento. Exercícios assistidos são recomendados para o tratamento de musculatura com dé�cit de força, quando a força de contração não é su�ciente para completar o movimento, exigindo assistência de uma força externa para sua realização. A força externa de assistência é realizada pelo próprio �sioterapeuta durante a cinesioterapia ou por meio de dispositivos mecânicos. O exercício assistido é utilizado na fase inicial de fortalecimento de músculos debilitados. Dentro da classi�cação de exercícios assistidos, é possível uma evolução que combina assistência e resistência em um único movimento, denominado exercício assistido- resistido. Na parte mais débil do movimento, é fornecida assistência, enquanto na mais forte é aplicada resistência. A força de assistência e resistência é geralmente aplicada manualmente pelo �sioterapeuta. Esse tipo de exercício representa uma progressão do exercício assistido para o exercício livre, com o objetivo de promover a con�ança ao paciente e o fortalecimento muscular. Ativo Resistido É realizado voluntariamente pelo paciente contra uma força externa que opõe resistência à contração muscular. Nesse tipo de exercício, uma força é aplicada para resistir ao movimento ativo, tornando-o mais difícil. Exercícios resistidos são utilizados para aumentar a força e o tamanho dos músculos, também são conhecidos como treinamento de força. Exercícios Ativos Os exercícios ativos são classi�cados com base na quantidade de assistência e resistência fornecidas durante a sua execução, bem como nos tipos de contração muscular necessários para produzir o movimento. Considerando a assistência ou resistência aplicada durante a execução do movimento, existem quatro categorias principais de exercícios ativos: exercício livre, exercício assistido, exercício resistido e exercício assistido-resistido. Exercícios isométricos, isotônicos e calistênicos – conceitos e características Com base no tipo de contração muscular envolvida na produção ou controle do movimento durante o exercício, os exercícios ativos também podem ser classi�cados em: isométricos, isotônicos e isocinéticos. Na contração isométrica, o comprimento do músculo não se altera durante a produção de força. Por essa razão, o exercício que utiliza a contração isométrica também é conhecido como exercício estático, pois mantém a posição da articulação. A utilização de protocolos isométricos pode aumentar a força isométrica máxima e/ou a resistência de força isométrica, dependendo da duração da tensão. O ganho de força justi�ca-se pela grande quantidade de pontes cruzadas formadas durante a contração muscular isométrica. A formação dessas pontes é diretamente proporcional à magnitude da tensão aplicada (Minozzo et al., 2011). Na contração isotônica, a produção de força está associada à alteração no comprimento do músculo. Quando o músculo se encurta durante a geração de força, a contração é denominada isotônica concêntrica. Por outro lado, quando o músculo se alonga durante a geração de força, a contração é chamada de isotônica excêntrica. Os exercícios isotônicos, também conhecidos como exercícios dinâmicos, resultam no movimento de uma articulação (Angleri et al., 2015). Além desses, há os exercícios calistênicos, que são exercícios livres realizados com variados graus de intensidade e ritmo, que podem ou não envolver o uso de aparelhos leves, como argolas e bastões. Esses exercícios incluem movimentos como �exionar, alongar, torcer, balançar, chutar e pular, além de movimentos especializados como �exões, abdominais e barras. A calistenia promove força, resistência, �exibilidade e coordenação e melhora o bem-estar geral ao colocar demandas controladas e regulares sobre o sistema cardiovascular. Esses exercícios também podem servir como aquecimento para esportes ou atividades físicas mais intensas. A calistenia ganhou destaque nos EUA com o movimento “Saúde, Educação Física e Recreação”, que utilizava a atividade física como meio para promover a saúde da população. Esse movimento originou-se na calistenia tradicional do século XIX, que se fundamentava em quatro pilares básicos: o uso exclusivo do peso corporal; o caráter inclusivo; a seleção de exercícios obedecendo a regras; e o foco na saúde, condicionamento e estética. O movimento fomentava a prática da calistenia sem distinção de sexo ou nível de condicionamento, promovendo sociabilização (Machado, 2017), tornando-se um sistema de treinamento praticado em clubes e associações, baseado nos seguintes princípios: �. Seleção: escolher exercícios que atendam aos objetivos propostos. �. Precisão: realizar movimentos com mecânica correta para evitar lesões. �. Totalidade: envolver grandes grupos musculares nas sessões de treinamento. �. Progressão: aumentar o número de exercícios e a intensidade conforme os objetivos. �. Unidade: selecionar exercícios estrategicamente para evitar sobrecarga. �. Adaptação: aplicar estímulos fortes para promover adaptações individuais. Na calistenia, os exercícios são divididos em oito grupos, considerando os objetivos e a prescrição das sessões de treino: Braços e pernas; Região posterior-superior do tronco; Região posterior-inferior do tronco; Mas como transformar exercícios em terapia? A seguir, exploraremos sua aplicação a partir de casos clínicos, organizados com base na Classi�cação Internacional de Funcionalidade (CIF). Região lateral do tronco; Equilíbrio; Região abdominal; Ombro; e Saltos e corridas. Situações clínicas de �sioterapia que envolvem o uso desses exercícios Vamos analisar como a cinesioterapia se aplica na prática �sioterapêutica? Leia o caso clínico a seguir: Funções e estruturas do corpo Função motora do joelho direito comprometida devido à cirurgia de prótese total de joelho. Presença de edema e dor que impedem movimentos ativos. Mobilidade das estruturas musculoesqueléticas do joelho está limitada.Atividades e participação Maria enfrenta di�culdades para caminhar e realizar atividades diárias, como cozinhar e limpar. Limitações na participação de atividades recreativas, como caminhar no parque. Fatores ambientais e pessoais Apoio familiar para as atividades diárias. Utilização de equipamentos adaptativos, como bengalas e andadores, para facilitar a mobilidade. Ambiente domiciliar seguro que facilita a recuperação. Alta motivação para recuperar a funcionalidade e saúde geral sem contraindicações graves. Fatores de saúde História de osteoartrite grave no joelho direito, resultando na necessidade de cirurgia para implantação de prótese total. Hipertensão controlada, monitorada regularmente. Cirurgia anterior de prótese total de joelho esquerdo há cinco anos com recuperação satisfatória. Nenhuma alergia medicamentosa reportada. Como prescrever cinesioterapia para essa paciente? Uma estratégia tradicional consiste em prescrever com base na fase da recuperação, respeitando a condição do paciente em cada uma dessas fases! Fase aguda (primeira semana pós-operatória) Identi�cação do Paciente Nome: Maria Oliveira Idade: 68 anos Sexo: Feminino Pro�ssão: Aposentada Procedimento passo a passo: Movimentação passiva: Técnica: movimentação passiva do joelho realizada pelo �sioterapeuta. Justi�cativa: manutenção da amplitude de movimento (ADM), redução de edema e prevenção de contraturas. Controle da dor e edema: Utilização de compressas frias e elevação do membro. Frequência: após cada sessão de movimentação passiva. Justi�cativa: alívio da dor e do edema, melhorando a efetividade da cinesioterapia passiva. Preparação do ambiente Certi�que-se de que a paciente está em um ambiente confortável e seguro. Utilize uma mesa clínica com altura ajustável ou uma cama que permita uma posição adequada. Posicionamento da paciente Coloque a paciente deitada em decúbito dorsal (de costas), com o corpo bem alinhado. Use travesseiros, rolos ou almofadas para proporcionar apoio e conforto adicionais. Avaliação inicial Avalie a condição da pele, presença de edema e dor. Veri�que a amplitude de movimento atual e anote para comparações futuras. Movimentação passiva Flexão do Joelho: Fique ao lado da perna operada. Coloque uma mão na parte distal da coxa, próxima ao joelho, e a outra sob o tornozelo. Gentilmente �exione o joelho, movendo-o em direção ao quadril, garantindo que a perna esteja relaxada durante o movimento. Pare a �exão ao primeiro sinal de resistência ou dor. Realize o movimento lentamente e de maneira controlada, mantendo a comunicação constante com a paciente. Extensão do joelho Coloque uma mão sob a parte distal da coxa (próxima ao joelho) e a outra sob o calcanhar. Gradualmente, estenda o joelho para retornar à posição inicial, garantindo que a perna esteja relaxada durante o movimento. Pare a extensão ao primeiro sinal de resistência ou dor. Execute esse movimento lentamente, controlando a descida para garantir o conforto da paciente Frequência e duração Realize sessões de movimentação passiva três vezes ao dia. Cada sessão deve durar aproximadamente 15 minutos, iniciando com uma menor duração e aumentando conforme a tolerância. Monitoramento Durante cada sessão, monitore a resposta da paciente, observando sinais de desconforto ou dor excessiva. Após a sessão, documente a amplitude de movimento alcançada e qualquer alteração na dor ou edema. Fase Subaguda (1-4 semanas pós-operatórias) Feedback e ajustes Peça feedback à paciente sobre o conforto e a dor durante e após a sessão. Ajuste essa técnica ou a intensidade dos movimentos conforme necessário para garantir uma recuperação segura e e�caz. Considerações adicionais: Utilize compressas frias após as sessões de movimentação passiva para ajudar a reduzir o edema e a in�amação. Encoraje a paciente a realizar exercícios respiratórios e movimentar outras partes do corpo não afetadas para manter a circulação e prevenir complicações. A seguir, são apresentados os objetivos da movimentação passiva: Manter a Amplitude de Movimento (ADM): prevenir a formação de contraturas e rigidez articular. Reduzir edema e dor: facilitar a circulação e a drenagem linfática, promovendo a redução do edema e alívio da dor. Promover a recuperação funcional: preparar a articulação para a transição gradual para exercícios ativos e a recuperação total da função. Aumento gradual da mobilização passiva Técnica: movimentação passiva contínua com amplitude progressiva. Frequência: duas vezes ao dia. Duração: sessões de 20 minutos. Justi�cativa: aumentar a amplitude de movimento lentamente para garantir a segurança e o conforto da paciente. Fase Crônica (4 semanas pós-operatórias em diante) Apoio psicológico e social Encorajamento constante e reforço positivo para aumentar a motivação e a adesão ao tratamento. Sessões de orientação para a família sobre como apoiar o paciente durante a recuperação. Introdução de exercícios passivos de relaxamento muscular Técnica: exercícios de relaxamento passivo dos músculos periarticulares. Frequência: diária. Duração: sessões de 10 minutos. Justi�cativa: reduzir a tensão muscular ao redor da articulação, facilitando a recuperação. Progressão para exercícios ativos-assistidos Técnica: introdução gradual de movimentos ativos-assistidos, sob orientação do �sioterapeuta. Frequência: uma vez ao dia. Duração: sessões de 20 minutos. Justi�cativa: facilitar a transição para exercícios ativos, fortalecendo os músculos de suporte do joelho. Continuação do controle da dor e edema Técnica: manutenção da terapia fria e elevação conforme necessário. Frequência: conforme necessidade. Justi�cativa: prevenção de dor e inchaço durante a recuperação progressiva. Acompanhamento e reavaliação Técnica: avaliações regulares da ADM, força muscular e funcionalidade geral. Frequência: semanalmente. Justi�cativa: ajustar o plano de tratamento conforme a progressão do paciente, garantindo a efetividade das intervenções. Você entendeu a diferença? Atividade física É qualquer movimento do corpo que gaste energia, como andar, subir escadas, limpar a casa, correr para o ônibus ou carregar sacolas do supermercado. Pode ser espontânea e variada. Exercício físico É uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva, com o objetivo de melhorar ou manter a aptidão física. Geralmente, é orientado por um pro�ssional de educação física e pode ter objetivos especí�cos, como aumentar a massa muscular, perder peso ou melhorar o desempenho atlético. Vamos praticar? Leia o caso clínico a seguir e responda às questões: Identi�cação do Paciente Nome: João Silva Idade: 55 anos Sexo: Masculino Pro�ssão: Trabalhador de escritório (uso intensivo do computador) Funções e estruturas do corpo Função motora do ombro direito comprometida devido à tendinopatia crônica do manguito rotador. Presença de dor constante e limitação de movimento no ombro direito. Mobilidade das estruturas musculoesqueléticas do ombro e músculos periarticulares comprometida. Atividades e participação João apresenta di�culdades para levantar o braço direito, o que compromete atividades diárias como vestir-se, pegar objetos em prateleiras altas e realizar tarefas domésticas. Limitações na participação em atividades recreativas, como jogar tênis, que ele costumava praticar. Fatores ambientais e pessoais Apoio familiar para gerenciar as atividades diárias. Ambiente de trabalho adaptado com ergonomia adequada para minimizar a dor no ombro. Alta motivação para recuperar a funcionalidade e retomar atividades recreativas sem dor signi�cativa. Sem comorbidades relevantes ou alergias medicamentosas. Finalizando A prescrição adequada de cinesioterapia é essencial para a recuperação funcional e alívio da dor dos pacientes. Aprofundar seus conhecimentos e habilidades nessa área permitirá que você, estudante, contribua signi�cativamente para a melhora da qualidade de vida de seuspacientes. Estude com atenção aos detalhes e busque sempre a excelência pro�ssional. A precisão e a segurança na prescrição fazem toda a diferença.