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V��t�ia e Duda - T7 Esquiz���nia ➔ esquizofrenia é um distúrbio psiquiátrico grave, crônico, heterogêneo e com manifestações psicóticas que afetam em geral o comportamento social e a percepção de realidade do indivíduo ➔ psicose refere-se a um grupo de sintomas (p. ex., alucinações, delírios, alterações formais do pensamento, desorganização comportamental e catatonia), caracterizados por alteração na percepção da realidade, podendo resultar de transtornos psiquiátricos ou de uma variedade de alterações clínicas (p. ex., intoxicação/abstinência de substâncias, medicamentos e disfunções orgânicas cerebrais) ➔ para fins didáticos, as psicoses são divididas em primárias (ou funcionais, no sentido de alterações da função cerebral) e secundárias (ou orgânicas, com alterações anatomofisiológicas identificáveis ou clinicamente presumíveis), decorrentes de transtorno orgânico primário epidemiologia ➔ a esquizofrenia tem incidência anual de 2 a 4 casos por 10 mil habitantes, prevalência ao longo da vida em torno de 1% e distribuição homogênea em diferentes culturas e países ➔ apresenta incidência semelhante entre sexos, geralmente com início entre 16 e 30 anos, embora mulheres tenham início mais tardio, curso mais benigno, menor número de internações e melhor funcionamento social (possível ação protetiva de estrogênios) fisiopatologia ➔ embora diversas alterações anatômicas e fisiológicas sejam observadas em diferentes regiões cerebrais (especialmente em regiões corticais temporal e frontal), nenhuma alteração neurobiológica se mostra específica ou presente em todos os casos ➔ um dos achados mais replicados é a associação de hipoatividade frontal com sintomas negativos e de hiperatividade temporal com sintomas positivos ➔ sob o ponto de vista neuroquímico, diversos estudos documentam alterações nos sistemas de neurotransmissão, especialmente dopaminérgico, glutamatérgico e serotoninérgico ➔ estudos mais recentes apontam para déficits na conectividade entre as diversas regiões cerebrais envolvidas com sensopercepção, cognição e afeto ➔ estudos recentes têm investigado correlações entre distúrbio na interação entre os sistemas dopaminérgico e glutamatérgico, neuroimuno inflamação e alterações pós-sinápticas como causas da desconectividade funcional observada em esquizofrenia ➔ existem fatores de exposição ambiental consistentemen te associados à esquizofrenia, como complicações obstétricas, migração, urbanicidade, uso de maconha e exposição a eventos traumáticos ➔ a evidência inicial da participação de fatores genéticos na esquizofrenia foi a observação de haver agregação familiar, ter um parente de primeiro grau aumenta em 10% a chance de ser afetado ➔ existem evidências sobre o papel da inflamação e da resposta imunológica na esquizofrenia, com mecanismos possivelmente multi fa toriais, assim, variações genéticas no sistema complemento, bem como aumento de citocinas pró-inflamató rias (p. ex., IL-6, TNF-alfa), têm sido identificados em indivíduos com esquizofrenia e naqueles com ultra alto risco teoria dopaminérgica ➔ estudos apontam que haveria uma alteração funcional da transmissão dopaminérgica com liberações de grandes quantidades fora de contexto, o que alteraria um processo cognitivo denominado saliência (a capacidade de atribuir relevância a um objeto ao mudar o foco atencional) – função essencial à sobrevivência e ao convívio social ➔ a liberação excessiva, fora de contexto, levaria a atribuir saliência de forma errática e inadequada, em contrapartida, não se atribuiria saliência aos estímulos adequados, o que também causaria uma quebra no padrão de comportamento esperado ➔ o aumento da atividade dopaminérgica causada notadamente por algumas drogas (cocaína e anfetamina) e seu consequente efeito de piora ou aparecimento de sintomas psicóticos também contribui para esta hipótese ➔ sabe-se ainda que os tratos dopaminérgicos mesocorticais e mesolímbicos do SNC têm um papel significativo na fisiopatologia da esquizofrenia ➔ assim, podemos dizer que, apesar de não estar completamente esclarecida, a ação dopaminérgica mostra-se importante nas manifestações sintomáticas da esquizofrenia sistema glutamatérgico ➔ tem se destacado por permitir ligar as evidências que indicam alterações do neurodesenvolvimento encontradas na esquizofrenia e a modulação do sistema dopaminérgico ➔ em modelos animais, o uso de agentes glutamatérgicos induz não só sintomas positivos, mas também sintomas negativos, enquanto modelos animais com agentes dopaminérgicos mimetizam apenas sintomas positivos teoria serotoninérgica ➔ surgiu a partir da observação de que vários agentes alucinógenos apresentavam ação agonista ou agonista parcial em receptores 5-HT2A, como o LSD e a mescalina ➔ posteriormente, o papel da serotonina foi reforçado, pois a maior parte dos antipsicóticos de segunda geração apresentava importante antagonismo 5-HT2A ➔ a teoria serotoninérgica postula que existe excesso de liberação de serotonina pelos receptores 5-HT2A e/ou aumento de sua expressão na região cortical, o que cau saria liberação subsequente de glutamato, por sua vez, o aumento de glutamato em neurônios projetados para a área tegumentar ventral poderia então hiperativar a via mesolímbica, resultando em excesso de dopamina e, por fim, causando delírios ou alucinações auditivas ➔ em conjunto, as teorias dopaminérgica, serotoninérgica e glutamatérgica trazem uma compreensão mais integrativa da esquizofrenia manifestações clínicas ➔ atualmente, propõe-se agrupar os sintomas em dimensões, nas quais a intensidade pode variar, não sendo apenas uma questão de apresentar ou não o sintoma, mas de quão intenso ele é ➔ o modelo dimensional mais aceito é composto por cinco dimensões: sintomas positivos, negativos, cognitivos, de desorganização e de humor/ansiedade sintomas positivos ➔ é composta por delírios (alteração do conteúdo do pensamento) e aluci nações (alterações da sensopercepção) ➔ os delírios autorreferentes e persecutórios e as alucinações auditivas são as manifestações mais comuns na esquizofrenia ➔ outros conteúdos podem ocorrer, e o diagnóstico não deve ser realizado exclusivamente pelo conteúdo das experiências psicóticas, mas pelo modo como os sintomas se apresentam em conjunto (“o todo da vida psíquica”) ➔ os principais sintomas são: - alucinações auditivas (mais frequentes), visuais ou de outros tipos - ideias delirantes paranóides, autorreferentes, de influência ou de outra natureza - comportamento bizarro e atos impulsivos - agitação psicomotora - ideias bizarras, não necessariamente delirantes - produções linguísticas como neologismos sintomas negativos ➔ esses sintomas dizem respeito à ausência de determinados comportamentos esperados, mais notadamente na expressão do afeto e da vontade ➔ 0 prejuízo na vontade é apontado, em especial, como o principal preditor de prejuízo funcional nas pessoas com esquizofrenia, de forma mais detalhada, o consenso (NIMH) propôs cinco domínios para os sintomas negativos: alogia, alteração do afeto, associabilidade, avolição e anedonia ➔ são aspectos que devem ser explorados, de preferência, com informações de familiares, pois, muitas vezes, os pacientes não têm crítica da sua condição e minimizam seu impacto ➔ as medicações não tem muito efeito, prognóstico é pior ➔ principais sintomas negativos são: - embotamento afetivo: perda da capacidade de sintonizar afetivamente com as pessoas, de demonstrar ressonância afetiva no contato interpessoal - retração social: o paciente vai se isolando progressivamente do convívio social - empobrecimento da linguagem e do pensamento - diminuição da fluência verbal - diminuição da vontade e apragmatismo, ou seja, dificuldade ou incapacidade de realizar tarefas ou ações que exijam um mínimo de iniciativa e persistência - autonegligência: falta de higiene e cuidado consigo mesmo, desinteresse pelaprópria aparência - lentificação psicomotora sintomas cognitivos ➔ têm ganhado espaço, a ponto de alguns autores sugerirem que a esquizofrenia deveria ser definida como uma doença cognitiva, praticamente todos os domínios cognitivos podem ser afetados pela doença ➔ os principais achados apontam para alterações na atenção, na velocidade de processamento, nas funções executivas e na aprendizagem ➔ além de serem manifestações mais diretamente ligadas às alterações neu robiológicas, junto com os sintomas negativos, são importantes preditores das dificuldades cotidianas dos pacientes ➔ mesmo quando há a remissão dos sintomas positivos, permanecem dificuldades no planejamento de tarefas, o que pode levar a um grande aumento da ansiedade ao terem que lidar com demandas de maior complexidade, resolução de conflitos ou harmonização de diferentes perspectivas sintomas de desorganização ➔ se manifestam no pensamento, sendo observados principalmente no discurso e no comportamento, este último avaliado durante a entrevista e a partir de relatos de familiares ➔ o elemento central é a falta do encadeamento lógico esperado para a conclusão de um raciocínio ou ação, as vezes, os pacientes conseguem articular uma lógica intrínseca, mas absurda, o que não deixa de denotar também certa desorganização de conceitos ➔ a desorganização pode chegar aos fenômenos da desagregação de pensamento, neologismos e salada de palavras, em que o discurso perde quase que inteiramente o nexo sintomas de humor/ansiedade ➔ chamam a atenção para o fato de muitas manifestações da doença se associa rem a alterações esperadas no conteúdo emocional ➔ um exemplo simples seria maior ansiedade ou tristeza provocadas pelo fato de o paciente se sentir perseguido, vítima de um complô ➔ além dos sintomas que acompanham as alterações psicóticas, os pacientes podem evoluir com sintomas depressivos na fase pós-psicótica, quando entram em contato com a crise e suas consequências, nesses casos, há a descrição do quadro conhecido como depressão pós-psicótica, mais comum em jovens e em pacientes com maior nível educacional, esse quadro requer identificação e tratamento precoces, pois pode associar-se a maior risco de suicídio ➔ os traços mais característicos são retraimento social e emocional, introversão, tendência ao isolamento e comportamento desconfiado e excêntrico, são pessoas de poucos amigos, que apresentavam dificuldades na escola e no relacionamento afetivo com o sexo oposto, muitas vezes, também não conseguem se adaptar ao trabalho, sendo incapazes de manter vínculo empregatício prolongado, desse modo, em alguns casos, podemos observar retrospectivamente características clínicas compatíveis com personalidade esquizoide (frieza emocional, preferência por atividades isoladas, introspecção) ou esquizotípica (comportamento estranho, crenças excêntricas) ➔ aspecto geral: - a aparência é, em geral, desleixada, denotando a ausência de cuidados próprios, o comportamento pode tornar-se agitado ou violento, frequentemente em resposta à atividade alucinatória, nos quadros de catatonia, o paciente pode apresentar posturas bizarras, mutismo, negativismo e obediência automática, outros comportamentos observados incluem estereotipias, maneirismos, tiques e ecopraxia, na qual o paciente imita a postura ou atitudes adotadas pelo examinador fases da esquizofrenia fase pré-mórbida ➔ a baixa sociabilidade, com predileção por atividades solitárias ou ansiedade social, e as alterações cognitivas (principalmente déficits de memória verbal, atenção e funções executivas), identificadas já em filhos de indivíduos ➔ portadores de esquizofrenia, podem ser consideradas alterações pré-mórbidas ➔ essas alterações no comportamento, observáveis desde a infância, podem progredir e estar associadas ao desenvolvimento da esquizofrenia ➔ crianças que demoram mais para andar, dificuldade escolar, falta de autocuidado tem maior propensão a desenvolver esquizofrenia fase prodrômica ➔ a fase prodrômica é caracterizada por um período variável de tempo, geralmente de meses, antecedendo a eclosão da psicose, em que o indivíduo pode apresentar um estado de apreensão e perplexidade sem um foco aparente, sendo comum o sentimento de que “algo está para acontecer” ➔ geralmente se nota uma mudança no comportamento da pessoa, que passa a ficar mais isolada e a demonstrar atitudes peculiares e excêntricas, podendo ocorrer sintomas psicóticos breves e transitórios progressão ➔ o período prodrômico culmina muitas vezes com o primeiro episódio de psicose e, nesse ponto, inicia-se a chamada fase progressiva da esquizofrenia, podendo ocorrer deterioração estabilização ➔ a esquizofrenia evolui para fase estável, sujeita a recaídas ➔ os sintomas negativos muitas vezes são detectáveis desde o princípio, ao passo que os sintomas positivos ocorrem durante o período de exacerbação diagnóstico ➔ a CID-11 define esquizofrenia como a presença de dois ou mais dos seguintes sintomas, presentes por no mínimo um mês: - delírios persistentes - alucinações persistentes (tipicamente auditivas, mas que podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial) - alterações formais do pensamento (p. ex., afrouxamento das associações, neologismos e salada de palavras) - experiências de influência, passividade ou controle - sintomas negativos, como embotamento afetivo, avolição, anedonia e isolamento social - comportamento grosseiramente desorganizado que impede atividade dirigida a objetivos (p. ex., comportamento bizarro ou sem propósito, imprevisível ou com respostas emocionais inapropriadas) - distúrbios psicomotores como agitação ou inquietação catatônica, negativismo, mutismo, estupor e flexibilidade cérea DSM-5: tratamento ➔ os antipsicóticos representam as medicações de escolha para o tratamento farmacológico da esquizofrenia e devem ser usados tanto na fase aguda, para o controle dos sintomas durante crises, quanto na de manutenção, com o objetivo de prevenir recaídas ➔ desde a descoberta da clorpromazina, em 1950, diversos antipsicóticos foram sintetizados, com diferentes perfis farmacológicos, porém, até o momento, antipsicóticos antagonistas dopaminérgicos permanecem como o único tratamento aprovado para a esquizofrenia, sendo o bloqueio de receptores dopaminérgicos D2 em via mesolímbica o seu principal mecanismo de ação ➔ em geral, diretrizes e manuais clínicos dão preferência à prescrição de antipsicóticos de segunda geração, principalmente nos casos de primeiro episódio psicótico, devido a maior risco de aparecimento de SEPs nesses pacientes ➔ no entanto, a maior recomendação de ASGs em relação à de APGs está ligada a diferenças de tolerabilidade – um importante preditor de adesão ao tratamento medicamentoso – e não à eficácia ➔ no surto é utilizado o haloperidol IM ➔ clozapina é considerada mais eficaz em pacientes refratários aos demais antipsicóticos, mas exige maior diligência em titulação e manejo de efeitos adversos, requer boa adesão ao tratamento, apresenta maior risco de efeitos adversos graves (p. ex., agranulocitose) e efeitos colaterais metabólicos, além de não ser superior à clorpromazina em FEP não refratários ➔ risperidona, olanzapina e amissulprida constituem um grupo provavelmente mais eficaz do que os demais antipsicóticos, é prudente que a preferência por uma delas se dê em razão de risco menor ou ausente para complicações metabólicas (preferência por olanzapina), sintomas extrapiramidais, acatisia e hiperprolactinemia (preferência por risperidona e amissulprida) - olanzapina: ganho de peso ➔ em geral, quetiapina e ziprasidona não têm boa eficácia em sintomas psicóticos ➔ ECT: para fazer efeito, após a 20 sessão T�a�ia nã� farmac�lógica da esquiz���nia ➔ a esquizofrenia é um transtorno complexo, que afeta múltiplos domínios da vida do indivíduo ➔ o tratamento medicamentoso é fundamental para aliviar sintomas e prevenirrecaídas, porém, não é suficiente para reestabelecer relacionamentos sociais, manter-se no emprego ou viver de forma independente ➔ nesse sentido, as intervenções psicossociais associadas ao tratamento farmacológico são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas com esquizofrenia e ajudá-las na recuperação dos domínios da vida prejudicados ➔ arte-terapia: pode ser música, desenho, escrita, teatro, dança, assim sendo, é utilizada para permitir a expressão emocional e detalhes do evento traumático por meio de recursos artísticos e visuais, permitindo externalização de aspectos do consciente e inconsciente de cada indivíduo Diagnós�ic�s dif��n�iais da esquiz���nia Transt�n� esquiz�af��i�� ➔ é definido por um transtorno no qual tanto os sintomas afetivos quanto os esquizofrênicos são igualmente proeminentes, de tal modo que não pode ser diagnosticado como esquizofrenia nem transtorno do humor ➔ o paciente, portanto, reúne critérios para um episódio depressivo maior ou episódio maníaco juntamente com critérios para a fase ativa da esquizofrenia ➔ é necessária a presença de delírios ou alucinações por, pelo menos, duas semanas na ausência de sintomas afetivos ➔ além disso, os sintomas afetivos também devem estar presentes por uma parcela substancial dos períodos psicóticos ativo e residual ➔ o curso clínico pode variar de exacerbações e remissões a um curso deteriorante em longo prazo ➔ a presença de aspectos psicóticos incongruentes com o humor em um transtorno do humor tende a ser um indicador de mau prognóstico ➔ o diagnóstico diferencial deve ser feito com intoxicação por esteroides, abusadores de anfetamina e epilepsia do lobo temporal ➔ o uso de antidepressivos e estabilizadores do humor devem ser empregados, e os antipsicóticos são utilizados somente para controle em curto prazo - ac. valpróico é o estabilizador de humor mais utilizado para o transtorno bipolar (depois do lítio) ➔ transtornos bipolares são equivalentes para homens e mulheres, e depressivos mais comum em mulheres diagnóstico An�i�sicó�ic�s ➔ os fármacos antipsicóticos (neurolépticos) são subdivididos em típicos/ primeira geração e atípicos/ segunda geração e são usados principalmente para tratar esquizofrenia, mas também são eficazes em pacientes em estado de mania com sintomas psicóticos (como paranóia, delírio e alucinações) ➔ os efeitos dos fármacos antipsicóticos (neurolépticos) típicos são resultantes principalmente do bloqueio dos receptores dopaminérgicos (D2), enquanto os efeitos dos fármacos antipsicóticos atípicos estão relacionados ao bloqueio dos receptores serotoninérgicos (5-HT2A) ➔ as principais características e vantagens dos antipsicóticos atípicos sobre os antipsicóticos típicos estão relacionadas a uma menor afinidade pelos receptores dopaminérgicos do tipo D2 e consequente melhoria da eficácia e menor incidência de efeitos adversos, como sedação, ação hipotensora e efeitos extrapiramidais (bradicinesia, rigidez e tremor) ➔ os fármacos antipsicóticos são bem absorvidos quando administrados por via oral e, em razão da alta lipossolubilidade, penetram rapidamente no sistema nervoso central (SNC) e na maioria dos outros tecidos do corpo ➔ tais fármacos são metabolizados pelas enzimas hepáticas e têm grande tempo de meias-vidas plasmáticas que permitem uma única administração ao dia mecanismo de ação: ➔ antagonismo da neurotransmissão dopaminérgica D2 - o bloqueio dos receptores D2 estão associados a efeitos adversos extrapiramidais (discinesia tardia, rigidez e tremor) ➔ antagonismo do receptor de serotonina ➔ também bloqueiam receptores colinérgicos, adrenérgicos e histamínicos - não se sabe exatamente qual a função que essas ações têm no alívio dos sintomas de psicose, contudo, os efeitos indesejados dos antipsicóticos resultam, em geral, das ações farmacológicas nesses outros receptores típicos/ primeira geração ➔ antipsicóticos de primeira geração são os fármacos mais antigos e são classificados em subgrupos de acordo com a estrutura química, em que temos: - fenotiazinas (clorpromazina, tioridazina e flufenazina) - tioxantenos (tiotixeno) - butirofenonas (haloperidol) ➔ bloqueio significativo do receptor D2 da dopamina - aumenta a liberação de acetilcolina ➔ risco associado de efeitos colaterais extrapiramidais atípicos/ segunda geração ➔ antipsicóticos de segunda geração são de estruturas químicas variadas, mas apresentam eficácia no tratamento da esquizofrenia ➔ por exemplo: - clozapina, asenapina, loxapina, olanzapina, paliperidona, risperidona, quetiapina, sertindol, ziprasidona, zotepina e aripiprazol efeitos adversos contraindicações ➔ todos os antipsicóticos podem baixar o limiar convulsivo e devem ser usados com cautela em pacientes epilépticos ou que têm esse risco aumentado para convulsões, como no caso de abstinência ao álcool ➔ esses fármacos também recebem a advertência de que aumentam a mortalidade quando usados em pacientes idosos com transtornos comportamentais relacionados à demência e à psicose ➔ o uso de antipsicóticos em pacientes com transtornos do humor deve ser monitorado quanto ao agravamento do transtorno e às ideias e aos comportamentos suicidas Luta an��manic�mial ➔ celebrado em 18 de maio, resgata o início do Movimento da Reforma Psiquiátrica, no final da década de 1970, quando profissionais denunciaram as condições de profunda degradação humana em que operava a maioria dos hospitais psiquiátricos no país ➔ o movimento antimanicomial se notabiliza pela luta em prol do cuidado em saúde mental com a garantia do conjunto dos direitos, principalmente o direito ao cuidado em liberdade ➔ a luta contra os manicômios busca uma mudança civilizatória e traz em seu bojo a luta por uma sociedade justa e inclusiva ➔ no centro desse movimento está o combate ao estigma e à exclusão de pessoas que apresentam problemas de saúde mental ➔ a luta antimanicomial, enquanto movimento propulsor de um novo paradigma, advoga fortemente pelo direito a viver em sociedade, o direito a receber cuidado e tratamento, sem que para isto tenham que abrir mão da liberdade e da cidadania ➔ a data marca as mobilizações em favor da superação dos manicômios e a necessária mudança do modelo assistencial em saúde mental ➔ a constituição e implantação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no âmbito do Sistema Único de Saúde são frutos desse processo ➔ em 1979, foi criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) e, em 1987, o movimento antimanicomial, dando continuidade à luta pela nova psiquiatria, que culminou com a promulgação da Lei nº 10.216/2001, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, que prevê o fechamento gradual de manicômios e hospícios ➔ a luta antimanicomial tem o objetivo de combater o estigma e a exclusão a que são submetidos indivíduos em sofrimento mental, ressaltando o direito à liberdade e ao tratamento adequado, primando por uma atenção humanizada, com base comunitária somada à reabilitação psicossocial para que, desse modo, possam exercer sua cidadania ➔ em substituição ao modelo de tratamento de transtornos mentais centralizado em hospitais psiquiátricos, o Sistema Único de Saúde (SUS) criou a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) – que organiza e estabelece os fluxos para atendimento de pessoas com problemas mentais, desde os transtornos mais graves até os menos complexos ➔ o acolhimento desses pacientes e de seus familiares é fundamental para identificar as necessidades assistenciais, aliviar o sofrimento e planejar intervenções medicamentosas e terapêuticas, conforme cada caso ➔ pessoas em situações de crise podem ser atendidas em qualquer serviço da RAPS, formado por unidades com finalidades distintas, de forma integral e gratuita, pela rede pública de saúde ➔ como parte integrante dessa rede, foram criados os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) – espaços para o acolhimento de pacientes,em tratamento não-hospitalar são parte integrante da RAPS: serviços residenciais terapêuticos (SRT): ➔ locais de moradia destinados a pessoas com transtornos mentais, incluindo usuários de álcool e outras drogas, que tiveram alta de internações psiquiátricas, mas que ainda não têm suporte financeiro, social ou laços familiares que permitam sua reinserção na comunidade ➔ os SRT também podem acolher pacientes com transtornos mentais que estejam em situação de vulnerabilidade social e pessoal, como moradores de rua unidades de acolhimento (UA): ➔ estruturas que oferecem cuidados contínuos de saúde, com funcionamento 24 horas por dia, em ambiente residencial, para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas ➔ atendem pessoas que apresentam acentuada vulnerabilidade social ou familiar e que demandam acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório leitos em hospital geral: ➔ são serviços destinados ao tratamento adequado e ao manejo de pacientes com quadros clínicos agudos, em ambiente protegido, com suporte e atendimento 24 horas por dia ➔ no âmbito do Ministério da Saúde (MS), desde o início de 2023, o Departamento de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Secretaria de Atenção Especializada vem retomando ações estruturantes M�n�i ➔ os exames por tomografia computadorizada (TC) de pacientes com esquizofrenia têm mostrado consistentemente alargamento dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo e alguma redução no volume cortical ➔ alguns estudos concluíram que as lesões observadas na TC estão presentes no início da doença e não progridem ➔ outros estudos, entretanto, concluíram que o processo patológico visualizado em exames por TC continua a progredir durante a doença ➔ portanto, ainda não se sabe se um processo patológico ativo continua a se desenvolver em pacientes ➔ há uma simetria reduzida em várias áreas do cérebro na esquizofrenia, incluindo os lobos temporal, frontal e occipital ➔ estudos de amostras cerebrais na necropsia de pacientes com o transtorno mostraram diminuição no tamanho da região, incluindo a amígdala, o hipocampo e o giro para-hipocampal ➔ alguns estudos do tálamo mostram evidência de diminuição de volume ou perda neuronal, em subnúcleos específicos ➔ estudos neuropatológicos dos gânglios da base produziram relatos variáveis e inconclusivos a respeito da perda celular e da redução do volume do globo pálido e da substância negra ➔ estudos também mostraram aumento no número de receptores D2 no núcleo caudado, e putamen e no nucleus accumbens ➔ também existe a hipótese de que uma lesão no início do desenvolvimento dos tratos de dopamina para o córtex pré-frontal resulte no distúrbio da função do sistema pré-frontal e límbico e leve aos sintomas positivos e negativos e aos comprometimentos cognitivos observados em pacientes com esquizofrenia ➔ dados de estudos de imagem funcional e estrutural em humanos sugerem que, enquanto a disfunção do circuito tálamo cortical dos gânglios da base cingulados está na base da produção de sintomas psicóticos positivos, a disfunção do circuito pré-frontal dorsolateral é subjacente à produção de sintomas primários, persistentes, negativos ou de déficit ➔ existe uma base neural para as funções cognitivas comprometidas em pacientes com esquizofrenia ➔ a observação da relação entre desempenho da memória de trabalho, integridade neuronal pré-frontal danificada, córtices parietal pré-frontal, cingulado e inferior alterados e fluxo sanguíneo hipocampal prejudicado fornece forte apoio à ruptura do circuito neural normal da memória de trabalho em pacientes com esquizofrenia ➔ o envolvimento desse circuito, pelo menos para as alucinações auditivas, foi documentado em uma série de estudos de imagem funcional que comparam pacientes com e sem alucinação ➔ questão minti: sobre alguma alteração que tem a ver com a dopamina