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Análise de Alimentos Alimento Sustância que, consumida por um indivíduo, é capaz de contribuir para assegurar o ciclo regular de sua vida e a sobrevivência da espécie à qual pertence. Importância Determinar a composição química dos alimentos Verificar identidade e pureza dos alimentos Classificação dos Alimentos pelo teor de energia utilizável Alimentos Volumosos ( ( 18% fibra bruta - Secos: Fenos, Palhas, casca de sementes - Aquosos: Silagens, pastagens Alimentos Concentrados ( ( 18% de fibra bruta, Concentrados energéticos ( ( 20% de proteína bruta Milho Concentrados proteícos ( ( 20% de proteína bruta Farelo de carne e Farinha de carne Outros alimentos Ricos em vitaminas Ricos em minerais Composição Bromatológica Análises realizadas por gravimetria ( diferença de peso Componentes dos alimentos não são compostos quimicamente definidos, mas sim grupos de compostos definidos Implicação Maior dificuldade nas análises químicas Preparo de Amostra para Análise Pré-requisitos de uma amostra para análise: Dever ser representativa do todo de onde foi retirada Amostra deve ser seca ( Conservação da amostra Moagem ( Homogeneização da amostra Método de Weende ou Análise Proximal Matéria seca Proteína bruta Fibra bruta Extrato etéreo Matéria Mineral Extrativos não nitrogenados ( amido e carboidratos solúveis Matéria Seca (MS) Ponto de partida na análise de alimentos Preservação do alimento pode depender do teor de umidade presente no material Fornece parâmetros para comparação do valor nutritivo de dois ou mais alimentos Primeira matéria seca ou pré-secagem Estufa com ventilação forçada 50 a 55º C por 72 horas Ex.: Peso inicial = 500g 500 g --------- 100% Peso final = 100g 100 g --------- x x = 20% de MS *As análises laboratoriais são realizadas com o material proveniente da pré-secagem moído em peneira de 1 mm. Segunda matéria seca ou matéria seca definitiva Estufa a 105º C por 8 horas Ex.: Peso inicial = 1 g 1 g --------- 100% Peso final = 0,9 g 0,9 g --------- x x = 90% de MS O valor da segunda matéria seca é utilizado para correção das análises subsequentes (PB, EE, MM) Ex.: Material com 20% de PB 20 g --------- 100% x --------- 90% x = 18% de PB A concentração de nutrientes nos alimentos é expressa em MS Matéria Mineral (MM) Resultado da queima da amostra ( MM = MS - MO Mufla (forno) a 600º C por 4 horas A MO compreende a porção do alimento que fornece energia para o metabolismo animal MO = 100 - MM Problema: Análise não é precisa representando apenas o somatório de todos os minerais Proteína Bruta (PB) Método de Kjeldahl: determinação através do N total Determina N contino na MO incluindo o N protéico e outros compostos nitrogenados não protéicos, como aminas, amidas, nitrilas e aminoácidos Considera que as proteínas possuem 16% de nitrogênio 100 g de proteína ---------- 16 g de N x ---------- 1 g de N x = 100/16 = 6,25 O procedimento do método baseia-se em três fases: Digestão: Compostos nitrogenados são decompostos na presença de ácido sulfúrico concentrado a quante com produção de sulfato de amônio. Destilação: O sulfato de amônio resultante, na presença da solução concentrada de hidróxido de sódio, libera a amônia que é recebida na solução de ácido bórico. Titulação: O teor de N da amostra é determinado através da titulação com ácido sulfúrico ou clorídrico de fator conhecido até a viragem do indicador. Problemas: Parte do N no alimento não está na forma de proteína (N não protéico): superestima o valor de PB Utilização de fator único pode trazer quando o conteúdo em N de um alimento é muito diferente de 16%. Nestes casos, existem os fatores de conversão específicos para cada alimento: trigo: 5,70 leite: 6,38 gelatina: 5,55 Extrato Etéreo (EE) Lipídeos ( Compostos insolúveis em água mas solúveis em solvente orgânico Extração por éter ( gorduras, óleos, pigmentos e outras substâncias solúveis O éter aquecido no processo volatiliza e ao condensar-se circula sobre a amostra arrastando a fração solúvel em éter O material solúvel extraído é depositado em balões e o valor é calculado por diferença de pesagem Problema: Material extraído não representa apenas gordura, mas também outros compostos como ceras, vitaminas lipossolúveis e pigmentos (forragens) Fibra Bruta (FB) Representa a fração fibra dos alimentos ( Parede celular Análise solubiliza "teoricamente" o conteúdo celular da amostra FB = Hemicelulose + Celulose + Lignina Amostra é submetida a uma digestão com solução ácida por 30 minutos seguida de digestão com solução básica por mais 30 minutos Material resultante da filtragem é considerado FB Problema: A hemicelulose e a lignina são parcialmente solúveis em soluções básicas, portanto parte dessas frações são perdidas na análise de FB subestimando seu valor Extrativos Não Nitrogenados (ENN) Extrativos Não Nitrogenados (ENN): é um valor calculado a partir da soma de PB, FB, EE e MM, expressos em termos de MS e subtraído de 100. Representa os carboidratos de mais fácil digestão, como os açúcares e o amido. Fração obtida por diferença ENN = 100 - (PB + FB + EE + MM) Representa os carboidratos solúveis (açúcares e amido) Problemas: - Todos os problemas observados nas análises anteriores concentram-se nessa fração - A hemicelulose e lignina solubilizadas pela análise de FB são computadas como ENN originando em alguns casos dados de digestibilidade inferiores para ENN em relação à FB - O EE determinado, principalmente de forragens, não é totalmente fonte de gordura, contendo pigmentos que não tem valor energético para o animal Método de Van Soest Método de Weende não era mais suficiente para caracterização dos alimentos Vans Soest desenvolveu um método para determinação da qualidade de forrageiras baseado na separação das diversas frações por meio de reagentes específicos (detergentes) Fibra em detergente neutro Fibra em detergente ácido Lignina Carboidratos não fibrosos Fibra em Detergente Neutro (FDN) Fração potencialmente digestível mas de degradação lenta Análise solubiliza o conteúdo celular da amostra + pectina FDN = Hemicelulose + Celulose + Lignina Processo baseado na insolubilidade da hemicelulose, celulose e lignina em solução de pH neutro Amostra Hemicelulose + Celulose + Lignina FF Problemas: Não solubiliza amido e N ligado a parede celular Não solubiliza todos os minerais Fibra em Detergente Ácido (FDA) Fração de menor digestibilidade do alimento Análise solubiliza o conteúdo celular e a hemicelulose da amostra FDA = Celulose + Lignina Processo baseado na insolubilidade da celulose e lignina em solução de pH ácido Amostra Celulose + Lignina Problema : Não solubiliza pectina Não solubiliza todos os minerais Lignina Composto fenólico ( NÃO É CARBOIDRATO Fração indisponível para digestão e liga-se a outros compostos comprometendo sua digestão Análise deve ser realizada sequencial à FDA Métodos: - Método do Permanganato ( Solubiliza lignina Amostra submetida à FDA Celulose - Método do H2SO4 (Klason) ( Solubilizacelulose Amostra submetida à FDA Lignina Problema: A cutina presente na epiderme dos vegetais não é solubilizada por qualquer um dos métodos podendo trazer erros a análise. O correto é utilizar os dois métodos de forma sequencial determinando a concentração exata de cutina para efetuar correções Energia dos Alimentos Energia não é nutriente, mas sim o resultado do metabolismo destes Determinação realizada por Bomba calorimétrica ( Oxidação total da amostra No animal ocorre oxidação parcial Bomba calorimétrica ( 1 molécula de glicose libera 673 kcal Animal ( 1 molécula de glicose libera 471 kcal Eficiência de oxidação na célula ( 673/471 = 70 % Unidades de expressão de energia cal, Kcal (1000 cal), Mcal (1000Kcal) Joules (1 cal = 4,18 Joules) Fracionamento da Energia EB ED EM EL EB = Energia bruta ED = Energia digestível EM = Energia metabolizável, EL = Energia líquida Durante o processo fermentativo no rúmen ocorre produção de gases, principalmente metano resultando em perdas energéticas Incremento calórico é a produção extra de calor no animal em decorrência da ingestão de alimentos Energia liberada pela oxidação dos alimentos: 1 g proteína = 4 Kcal 1 g carboidrato = 4 Kcal 1 g lipídeos = 9 Kcal Lipídeos liberam 2,25 (9/4) vezes mais energia que proteínas e carboidratos por serem substâncias mais reduzidas (maior quantidade de moléculas de hidrogênio) ( maior quantidade de oxigênio necessária para sua oxidação Digestibilidade dos Alimentos Fração do alimento consumido que é aproveitada pelo animal Digestibilidade Aparente ( Baseada na diferença entre a quantidade de matéria seca ou nutriente ingerido e respectiva concentração indigestível nas fezes Ex.: Digestibilidade da PB = PB consumida - PB excretada x 100 PB consumida Digestibilidade verdadeira ( Considera material metabólico fecal perdas endógenas ( descamações, microrganismos Digestibilidade verdadeira > Digestibilidade aparente Metodologias para se Determinar Digestibilidade Digestibilidade "In vivo" Ensaio conduzido com animais onde se determina quantidade consumida e excretada ou estima-se através de marcadores. Digestibilidade "In situ" Ensaio com animais canulados onde incubam-se sacos de naylon contendo amostra a ser avaliada no rúmen para estimar degradabilidade e no duodeno para estimar digestibilidade . Digestibilidade "In vitro" Ensaio onde procura-se reproduzir em laboratório as condições do rúmen e intestino. Amostras do alimento em estudo são incubadas em tubos contendo conteúdo ruminal para simular degradabilidade ruminal. Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) NDT = [PBD + FBD + ENND + (EED x 2,25)] Unidade utilizada para expressar conteúdo de energia de um alimento ou dieta Valor baseado no somatório de nutrientes digestíveis de cada alimento utilizando como metodologia de análise o Sistema de Weende Problemas: Uso de coeficientes de digestibilidade estimados (tabelados) (( pode não representar composição real do alimento em estudo Não considera as perdas decorrentes do metabolismo dos alimentos (gases da eructação, incremento calórico) Como dados são baseados no Sistema de Weende, acumula todos os problemas decorrentes dessa metodologia Considera que todo N presente na amostra está na forma de PB Subestima valor de FB (parte da lignina e hemicelulose é solubilizada pela solução básica) O extrato etéreo não é composto apenas pela gordura, mas de frações como ceras e pigmentos, não sendo adequado o fator de multiplicação 2,25 O ENN é obtido por diferença a partir dos valores de PB, FB e EE acumulando portanto todos os erros decorrentes dessas análises Nutrientes Digestíveis Totais (NDT): expressa o valor energético dos alimentos. Seus valores são obtidos através de fórmulas que baseiam-se na análise bromatológica dos alimentos. Os valores de FB e MM afetam de forma negativa os valores de NDT e os valores de PB, EE e ENN contribuem para aumentar os valores de NDT. Estimativas de NDT em Função da Análise Bromatológica 1. Fenos, palhas e resíduos fibrosos secos: NDT= -17,2649 + 1,2120 PB + 0,8352 ENN + 2,4637 EE + 0,4475 FB 2. Pastagens e forragens frescas: NDT= -21,7656 + 1,4284 PB + 1,0277 ENN + 1,2321 EE + 0,4867 FB � 3. Silagens e volumosos: NDT= -21,9391 + 1,0538 PB + 0,9738 ENN + 3,0016 EE + 0,4590 FB 4. Alimentos energéticos: < 20% PB e < 18% FB NDT= 40,2625 + 0,1969 PB + 0,4028 ENN + 1,903 EE – 0,1379 FB 5. Alimentos protéicos: > 20% PB NDT= 40,3217 + 0,5398 PB + 0,4448 ENN + 1,4223 EE – 0,7007 FB Fonte: Kearl. L.C. Nutrient requeriments of ruminants in developing countries. International Feedstuff Institute. Utah State University, Logan, Utah, 1982. CÁLCULO DOS NUTRIENTES DIGESTÍVEIS TOTAIS (NRC 2001) NDT (%) = CNFD + PBD + FDND + (AGD x 2,25) – 7 Onde: CNFD = Carboidratos não fibrosos digestíveis ou não estruturais (CNE) PBD = Proteína Bruta digestível FDND = Fibra em detergente Neutro Digestível AGD = Ácidos graxos digestíveis CNFD = CNF x 0,98 ou CNF (%MS) = 100 – FDNCP – PB – MM -EE (VAN SOEST et al., 1991) PBD = PB x e (-1,2 x (PIDA/PB)) FDND = 0,75 x (FDNcp – LIG.) x (1- (LIG./FDNcp))0,667 7 = NDT METABÓLICO FECAL AGD = EE - 1 1 kg NDT → 4,409 Kcal de ED Então: EM = 0,82 x ED (Mcal/kg) ED = 4,409 x % NDT/100 EXEMPLO: Composição Bromatologica da planta de Sorgo (%MS) Híbrido EE PB MM FDNcp FDA LIG N.FDN N.FDA 65E3 5,2 6,9 2,8 61,6 32,7 5,5 40,3 16,4 BR 700 4,1 8,8 3,6 59,1 33,0 4,6 29,4 19,5 Calcular o NDT (%) dos Híbridos Obs. N-FDN N-FDA Então: HIBRIDO 65E3 PB = NT = 6,9% N-FDN = 40,3 de 6,9 = 2,7% PIDA = N-FDA = 16,4 de 6,9 = 1,13% HIBRIDO BR 700 PB = NT = 4,1% N-FDN = 29,4 de 8,8 = 2,5872% PIDA = N-FDA = 19,5 de 8,8 = 1,716% Proteínas Carboidratosss Gorduras Matéria Orgânica Matéria seca Alimento Água (%) DO N TOTAL (NT) Matéria seca Divisão da amostra em conteúdo celular e parede celular Matéria Mineral Conteúdo celular + Pectina Solução pH neutro / 1 hora Filtragem Conteúdo celular + Hemicelulose Solução pH ácido / 1 hora Filtragem Superestima valor de FDN Celulose Lignina Trabalho bioquímico celular ( Quebra de ligações C----C C----H H----H Não fornece informações suficientes sobre a fração carboidratos da amostra Fezes Gases Urina Incremento calórico 82 % 60 - 88 % Superestima valor de FDA Fator geral na transformação de nitrogênio para proteína ( 6,25. A ineficiência no aproveitamento da energia é chamado de produção de calor
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