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Exame físico do sistema neurológico e aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem ao cliente com distúrbio Neurológico Neuroanatomia e Neurofisiologia Relembrar SISTEMA NERVOSO • RECEPÇÃO • PROCESSAMENTO • ARMAZENAMENTO • TRANSMISSÃO INTRAORGANISMO E COM O AMBIENTE O NEURÔNIO CONECTIVIDADE ELÉTRICA IMPULSO NERVOSO: corrente elétrica que percorre o axônio até os botões sinápticos DENDRITOS- CORPO CELULAR -AXÔNIO -EXTREMIDADE CONECTIVIDADE CEREBRAL: CHAVE PARA O FUNCIONAMENTO CEREBRAL IMPULSOS ELETROQUÍMICOS SISTEMA NERVOSO CENTRAL • ENCÉFALO + MEDULA ESPINHAL • ENCÉFALO = CÉREBRO, CEREBELO E TRONCO ENCEFÁLICO TRONCO ENCEFÁLICO • Mesencéfalo • Ponte = padrão e ritmo respiratório • Bulbo = ”centro vital” – relação com as funções vitais • SUBSTÂNCIA BRANCA = informações motoras e sensitivas • SUBSTÂNCIA CINZENTA = núcleos – pressão sanguínea, respiração MEDULA ESPINHAL • Comunicação entre o corpo e o sistema nervoso • Reflexos • 31 pares de nervos espinhais CÉREBRO • Hemisfério direito e hemisfério esquerdo = telencéfalo • Fissura longitudinal • Meninges: Dura-máter – mais externa Aracnoide – intermediária Pia-máter – contato direto com o SNC PRINCIPAIS DIVISÕES LOBO FRONTAL O maior de todos •Movimentos físicos •Aprendizado LOBO PARIETAL • Percepção espacial •Informações sensoriais de dor, calor, frio LOBO TEMPORAL •Estímulos auditivos •Memória LOBO OCCIPITAL • Percepção e processamento de estímulos visuais CEREBELO • Dois hemisférios separados pelo vérmix • Manutenção do equilíbrio corporal • Controle do tônus muscular • Aprendizagem motora NEUROTRANSMISSORES PRINCIPAIS: • ACETILCOLINA → músculos, aprendizado e memória • ADRENALINA → excitação, medo,stress • NORADRENALINA → regulação do humor, aprendizado e memória • ENDORFINA → melhoria do humor e da memória • SEROTONINA → bem-estar,sono, apetite, energia • DOPAMINA → bem-estar, controle motor SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO • SOMÁTICO = ações voluntárias – musculatura esquelética de ação voluntária • AUTÔNOMO = ações geralmente involuntárias – musculatura lisa e cardíaca – regula as atividades orgânicas Simpático – estimula o funcionamento dos órgãos Parassimpático – inibe o funcionamento dos órgãos Planejamento para a Anamnese e Exame Físico Neurológico Objetivos do exame físico neurológico • estabelecer o exame neurológico da admissão da (o) paciente; • identificar alterações do sistema nervoso, • determinar os efeitos das disfunções do sistema nervoso sobre as atividades de vida diária; • determinar as intervenções de enfermagem baseadas nas disfunções do sistema nervoso; • comparar os resultados das intervenções de enfermagem baseadas na melhora ou piora do exame neurológico admissional • detectar situações de risco de morte. Planejamento para a Anamnese e Exame Físico Neurológico Preparo do material 1.Abaixador de língua 2. Algodão 3. Alfinete 4. Estilete de ponta romba 5. Fita métrica 6. Lanterna de bolso 7. Martelo de reflexos. 8. Diapasão de 128 ou 256 Hertz 9. Oftalmoscópio. 10.Algodão 11.Tubo de ensaio com líquido frio 12.Tubo de ensaio com líquido quente Planejamento para a Anamnese e Exame Físico Neurológico Preparo do ambiente Ambiente tranqüilo e seguro para o (a) examinador (a) e para o (a) paciente. Escolher, preferencialmente, um ambiente com área física ampla, sem tapete ou carpete, bem iluminado. Preparo do (a) examinador (a) Lavar as mãos respeitando a técnica correta. Estabelecer relação empática durante todo o procedimento. Preparo do (a) paciente Apresentar-se dizendo seu nome e função. Conferir o nome do (a) paciente e, se internado (a), o número do leito. Explicar o que será realizado e qual a finalidade do procedimento. Anamnese Aspectos importantes: – Época, modo de início e evolução cronológica: Agudo (minutos, “de um dia para o outro”) → infecciosa Subagudo (dias) → inflamatória ou tóxica Crônico / gradual Exame Físico O exame neurológico – etapas 1. Estado Mental 2. Nervos cranianos 3. Sistema motor 4. Reflexos 5. Sistema sensorial 6. Sinais meníngeos Exame Físico- Estado Mental Nível de consciência – Alerta, confuso, sonolento, torporoso, comatoso Orientação – Pessoa, tempo e espaço -Atenção e concentração -Estado de espírito e afeto Julgamento Memória Linguagem e fala: afasia, disfasia, disartria, dislalia... Agnosia (perda da capacidade de reconhecimento) Apraxia (perda da atividade gestual consciente e intencional) Os sintomas neurológicos podem incluir a cefaléia (dor de cabeça), dor, fraqueza, incoordenação motora, diminuição ou anormalidades da sensibilidade, desmaios e confusão mental. O indivíduo também deve informar ao médico sobre doenças ou cirurgias passadas ou atuais, doenças graves de parentes próximos, alergias e medicações que vêm sendo utilizadas. Na afasia e disfasia o cérebro pode ter sofrido algum tipo de trauma, devido a um ferimento na cabeça ou acidente vascular cerebral, e como resultado, existem proble mas com o uso da linguagem. As perturbações podem estar no lado produtivo (fala/escrita) ou afectar principalmente as capacidades receptivas (compreensão). a disartria é uma perturbação dos músculos que são utilizados para produzir a fala. Não afecta a compreensão de uma pessoa do significado por detrás das palavras ou a capacidade de um indivíduo manipular a sintaxe (gramática). 23 O equilíbrio Informa sobre a posição e o movimento da cabeça, provendo-nos com o sentido do equilíbrio, e auxilia na coordenação dos movimentos da cabeça e dos olhos e nos ajustes da postura corporal. Estático Dinâmico O equilíbrio Equilíbrio Estático Solicitar ao paciente para assumir a posição ereta, com os pés juntos e olhos abertos. O examinador deverá estar ao lado do paciente. Pequenas oscilações podem surgir e não são patológicas. Verificar se o paciente “precisa enxergar o piso” para manter-se de pé. Examinar com olhos abertos e fechados. Sinal de Romberg – ataxia sensitiva (distúrbio na propriocepção) Equilíbrio Dinâmico=marcha A propriocepção é a capacidade que o próprio corpo tem de avaliar em que posição se encontra a fim de manter o equilíbrio quando está parado, em movimento ou ao realizar esforços. A propriocepção também é chamada de cinestesia e é o que permite caminhar sem pensar no próximo passo ou tocar no nariz de olhos fechados, por exemplo. A propriocepção é possível porque existem proprioceptores, que são pequenas células sensíveis, que se localizam nos músculos, tendões e articulações, e que enviam informações ao sistema nervoso central, de forma a manter a posição correta, seja parado ou em movimento. 28 Exame da marcha O paciente deve estar descalço e semidespido. Sempre que possível, solicitar o paciente realizar alguns passos sem controle visual. Motricidade Involuntária Tônus muscular Voluntaria Espontânea Força Muscular Coordenação Motricidade Tônus muscular Movimentação passiva realizada ao nível das articulações dos MMSS e MMII – Normal – Hipotonia – Espasticidade (em “canivete”) – Rigidez em “roda denteada”, em “cano de chumbo” Motricidade Força muscular Flexão e extensão no nível das principais articulações dos MMSS e MMII Graduação: – 5 → força normal – 4 → movimentos contra gravidade e resistência, mas não vence a força do examinador – 3 → movimentos somente contra a força da gravidade – 2 → movimentos somente com a força da gravidade eliminada – 1 → há contração visível ou palpável, mas não há movimento do membro – 0 → paralisia total Paresias, paralisias e plegias... Motricidade Espasticidade: aumento do tônus muscular e dos reflexos espinhais - rigidez de decerebração - rigidez de decorticação Quando o córtex perde a sua influência ativadora sobre tais tractos flexores estes por sua vez, vão se tornar inativos, levando assim à extensão dos quatro membros do indivíduo. O paciente que apresentar um quadro de descerebração, já se encontra em um estado grave, sendo que a descerebração tem prognóstico pior que a Decorticação. É tambémuma postura corporal anormal que faz com que se mantenha os braços e as pernas esticados, os dedos dos pés a apontar para baixo e a cabeça e o pescoço arqueados para trás. Isso ocorre porque os músculos ficam tensos e se mantêm muito rígidos. A demonstração deste tipo de postura comumente pode significar que houve danos graves no cérebro. Quando o córtex perde a sua influência ativadora sobre tais tractos flexores estes por sua vez, vão se tornar inativos, levando assim à extensão dos quatro membros do indivíduo. O paciente que apresentar um quadro de descerebração, já se encontra em um estado grave, sendo que a descerebração tem prognóstico pior que a Decorticação. É também uma postura corporal anormal que faz com que se mantenha os braços e as pernas esticados, os dedos dos pés a apontar para baixo e a cabeça e o pescoço arqueados para trás. Isso ocorre porque os músculos ficam tensos e se mantêm muito rígidos. A demonstração deste tipo de postura comumente pode significar que houve danos graves no cérebro. 33 Coordenação motora Coordenação motora-(Cerebelo) Manobra índex-naso / naso-índex Prova index/dedo-nariz-index/dedo Manobra calcanhar-joelho Na junção do bulbo com a medula, o tracto piramidal cruza, ou decussa, na decussação das pirâmides. Isso significa que o córtex motor direito comanda diretamente o movimento do lado esquerdo do corpo, e o córtex motor esquerdo controla os músculos do lado direito. Um AVE que lesiona o córtex motor ou o tracto córtico-espinhal pode levar a paralisia no lado contralateral. Reflexos Superficiais e Profundos Reflexos tendinosos profundos - Gradação – 0 → ausente apesar de facilitação – 1 → diminuído – 2 → normal – 3 → hiperativo – 4 → hiperativo com clônus Reflexos Reflexos superficiais Dermátomos sensitivos Níveis dos dermátomos principais: – C5 → clavículas – C6 → polegar – C8 → 4o e 5o dedos – T4 → mamilos – T10 → umbigo – T12 → virilha – L4 → lado medial do 1oPDT – S1 → margem lateral do pé Sensibilidade – Dolorosa e Térmica (espátula) – Tátil (chumaço de algodão ou pincel) – Cinestesia (movimentos passivos) – Palestesia ou sensibilidade vibratória (diapasão de 128 Hz) Hiperestesias, hipoestesias, anestesias, Sensibilidade –Classificação: Tátil Anestesia Hipoestesia Hiperestesia Dor Analgesia Hipoalgesia Hiperalgesia Sinais de irritação meníngea (Rigidez nucal, sinais de Brudzinski, Lasègue e Kernig) Como detetar os sinais meníngeos Os sinais meníngeos devem ser pesquisados por um profissional de saúde, sendo executados da seguinte forma: 1. Sinal de Kernig Com a pessoa deitada de barriga para cima, o profissional de saúde segura a coxa do paciente, flexionando-a sobre o quadril e depois esticando-a para cima, enquanto a outra se mantém esticada. Após, fazer o mesmo com a outra perna. Se no movimento em que a perna é esticada para cima, ocorrer a flexão involuntária da cabeça ou a pessoa sentir dor ou limitações para executar este movimento, pode significar que tem meningite. 2. Sinal de Brudzinski Também com a pessoa de barriga para cima, com os braços e pernas esticadas, o profissional de saúde deve colocar uma mão no peito e com a outra tentar flexionar a cabeça da pessoa em direção ao peito. Se ao realizar este movimento, ocorrer a flexão involuntária das pernas e, em alguns casos, dor, pode significar que a pessoa tem meningite. 3. Sinal de Lasègue Com a pessoa deitada de barriga para cima e os braços e pernas esticados, o profissional de saúde realiza a flexão da coxa sobre a bacia. O sinal é positivo se a pessoa sentir uma dor na parte de trás da perna. Estes sinais são positivos a alguns movimentos, devido aos processos inflamatórios que acontecem durante a meningite, causando a contração dos músculos da coluna vertebral, sendo, por isso, uma boa ferramenta para ajudar no diagnóstico dessa doença 43 Sinal de Lasègue 44 image2.jpg image3.jpeg image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.png image21.jpeg image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png