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Como deve ser realizada a intubação traqueal? A intubação traqueal é um procedimento essencial no atendimento à parada cardiorrespiratória (PCR), garantindo a via aérea e permitindo a ventilação mecânica eficaz. Este procedimento deve ser realizado de forma rápida e precisa, preferencialmente em até 30 segundos, para minimizar a interrupção das compressões torácicas. A técnica exige habilidade e conhecimento específico, e o enfermeiro deve estar preparado para auxiliar o médico nesse processo, além de antecipar possíveis complicações. Preparo do Material: O enfermeiro deve preparar e verificar todo o material necessário: - Laringoscópio com lâminas de diferentes tamanhos (Miller e Macintosh) - Cânulas traqueais de diversos calibres (geralmente 7.0 a 8.5 para adultos) - Seringa de 10ml para insuflar o cuff - Fio guia (mandril) - Lubrificante hidrossolúvel - Sistema de aspiração montado - Capnógrafo - Fixador de tubo - Medicações para intubação de sequência rápida (se necessário) 1. Posicionamento e Preparação do Paciente: - Posicionar em decúbito dorsal - Alinhar o meato auditivo externo com o esterno (posição de olfato) - Realizar elevação do mento - Se não houver contraindicação, elevar a cabeça 30° - Pré-oxigenar com máscara facial e reservatório por 3-5 minutos - Monitorar saturação de oxigênio continuamente 2. Técnica de Visualização e Inserção: - Segurar o laringoscópio com a mão esquerda - Introduzir a lâmina pelo lado direito da boca - Visualizar as cordas vocais (Classificação de Cormack-Lehane) - Introduzir a cânula com movimento suave e contínuo - Insuflar o cuff com volume mínimo necessário (geralmente 5-10ml) - Não exceder 30 segundos na tentativa de intubação 3. Confirmação do Posicionamento: - Realizar ausculta em 5 pontos (epigástrio e 4 pontos no tórax) - Verificar elevação simétrica do tórax - Utilizar capnografia (padrão-ouro para confirmação) - Observar condensação no tubo - Realizar radiografia de tórax assim que possível - Monitorar sinais vitais e saturação 4. Fixação e Cuidados Pós-Intubação: - Fixar o tubo adequadamente com fixador ou cadarço - Marcar a numeração do tubo na rima labial - Instalar sistema fechado de aspiração quando disponível - Manter cabeceira elevada 30-45° - Verificar pressão do cuff a cada 4-6 horas - Realizar higiene oral conforme protocolo institucional 5. A intubação traqueal é uma técnica complexa que requer treinamento específico e prática constante. O enfermeiro deve estar familiarizado não apenas com os passos do procedimento, mas também com as possíveis complicações, como intubação seletiva, lesão de cordas vocais, trauma dentário e intubação esofágica. É fundamental manter-se atualizado sobre as diretrizes mais recentes e participar de simulações realísticas para aperfeiçoar a técnica. Durante o atendimento à PCR, a sincronia entre as compressões torácicas e a ventilação é crucial. Após a intubação, as compressões podem ser realizadas de forma contínua, com ventilações a cada 6 segundos (10 ventilações por minuto). A monitorização constante dos sinais vitais, capnografia e saturação de oxigênio permite avaliar a efetividade da ventilação e identificar precocemente qualquer intercorrência.