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Unidade 2
Preparando o Canteiro e o Terreno da Obra
Construção de 
Edifícios
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
RAFAELA FRANQUETO
AUTORIA
Rafaela Franqueto
Olá. Sou formada em Engenharia Ambiental, com uma experiência 
técnico-profissional na área de Meio Ambiente e Construção Civil de 
mais de 7 anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha 
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por 
isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Especificações dos projetos e legendas ..........................................12
Representação gráfica: conceitos básicos ................................................................... 12
Representação de projetos de engenharia ................................................................ 14
Normas aplicadas à representação gráfica ................................................................. 16
Normas gerais ABNT para projeto de engenharia: linhas ............. 16
Normas gerais da ABNT para projeto de engenharia: tamanho de 
papel e apresentação de legenda ................................................................. 18
Escalas em projetos de engenharia ................................................................................. 20
Normas para escala e os tipos utilizados em projetos .................... 21
Detalhes construtivos de estruturas em concreto, aço e madeira ....25
Detalhes construtivos de estruturas em concreto ................................................25
Detalhes construtivos de estruturas em aço...........................................29
Aços com baixo teor de carbono ............................................... 30
Aços com baixo teor de carbono, de alta resistência e 
baixa liga ........................................................................................................ 31
Aços com baixo teor de carbono, de alta resistência e 
baixa liga, resistentes à corrosão atmosférica .................. 31
Aços para armaduras de concreto ...............................................32
Detalhes construtivos de estruturas em madeira ..............................32
Classificação da madeira ...................................................................32
Elementos de estruturas de madeira .......................................33
Levantamento de materiais em projetos de concreto armado .. 36
Qualidade dos materiais para concreto armado ..................................................... 36
Cimento ............................................................................................................................. 36
Agregados ................................................................................................... 38
Água ................................................................................................................. 40
Tipos de aço para concreto armado ........................................ 40
Propriedades mecânicas de barras e fios de aço ...........43
Armaduras para concreto e traço de concreto ............................ 48
Execução de estruturas em concreto armado ....................................................... 48
Armaduras para concreto ..................................................................................... 50
Emendas de barra de aço na armadura do concreto .......................52
Traço de concreto ........................................................................................................53
9
UNIDADE
02
Construção de Edifícios
10
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de engenharia é uma das mais importantes na 
indústria e ela será responsável pela geração de empregos nos próximos 
anos? Isso porque a missão de todo engenheiro é solucionar problemas 
que a sociedade o entrega. Dessa forma, as soluções apresentadas 
pelo engenheiro devem atender às metas estabelecidas para resolução 
do problema. Mas, como que o engenheiro pode solucionar esses 
problemas? Primeiramente, ele precisa desenvolver um projeto, em que 
todo o seu conhecimento deverá ser representado e muito bem. Ao longo 
desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo!
Sabendo disso, como apresentar o resultado da elaboração do seu 
projeto na engenharia? Neste capítulo, será apresentado o conceito de 
representação gráfica para o desenho técnico aplicado em projetos de 
engenharia. Desse modo, serão abordados os tipos de representação que 
podem ser inseridos nos projetos para representar os diferentes materiais 
encontrados no mercado. Outros assuntos que serão abordados são: a 
questão das normas aplicadas à execução de projetos de engenharia e 
os formatos de papéis para apresentação do seu projeto. Por fim, vamos 
estudar a escala, item muito importante para um projeto de engenharia, 
visto que ele precisa estar padronizado para que todos os profissionais 
que irão trabalhar com aquele projeto possam identificar detalhes e 
executar a obra planejada. 
Construção de Edifícios
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Ler projetos, compreendendo suas especificações e legendas.
2. Discernir sobre as etapas e detalhes construtivos das estruturas 
em concreto aço e madeira.
3. Levantar a lista de materiais necessários em projetos de construção 
civil.
4. Identificar as armaduras usadas na obra e seus traços de concreto. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Construção de Edifícios
12
Especificações dos projetos e legendas 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
as especificações de projetos e das legendas, incluindo 
os detalhes construtivos relacionados à construção de 
edifícios. Isto será fundamental para o exercício de sua 
profissão. As pessoas que tentaram realizar projetos sem 
a devida instrução tiveram problemas na sua interpretação 
e execução. E então? Motivado para desenvolver está 
competência? Vamos lá. Avante!
Representação gráfica: conceitos básicos
Em projetos de engenharia, a padronização é essencial para que 
toda informação detalhada se constitua em uma linguagem técnica, 
que aborde as principais informações, de modo a cumprir a sua função, 
ou seja, informar aos profissionais da área (engenheiros, arquitetos, 
projetistas, empreiteiros, mestres) sobre as características do projeto que 
será executado.
O projeto, segundo Azeredo (1997) é uma consequência diretaé uma 
prática muito comum, mas que pode resultar em perda de 
qualidade do concreto. Portanto é preciso estar atento a 
esses detalhes, que podem fazer a diferença na sua obra!
Construção de Edifícios
59
REFERÊNCIAS
AGHAYERE, A.; VIGIL, J. Structural wood design ASD/LRFD. 2. ed. 
Boca Raton: CRC Press, 2017.
ARAÚJO, J. M. Curso de concreto armado. 2. ed. Rio Grande: Dunas, 
2003. v. 1.
ARCELORMITTAL. Manual do processo de fabricação de CA50S, 
CA25 e CA60 nervurado. Belo Horizonte: ArcelorMittal, 2017. Disponível 
em: http://longos.arcelormittal.com.br/pdf/produtos/construcao-civil/
outros/manual-fabricacao-ca-50-ca-60.pdf. Acesso em: 08 abr. 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND - ABCP. Guia 
básico de utilização do cimento Portland.
Boletim Técnico – BT 106. São Paulo: ABCP, 2002, 27p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7481: 
tela de aço soldada: armadura para concreto. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 
7480: aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado: 
especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 
8800: projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e 
concreto de edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 
ISO 6892-1:2013. Versão corrigida:2015. Materiais metálicos — Ensaio de 
Tração. Parte 1: Método de ensaio à temperatura ambiente. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: 
Projeto de Estruturas de Concreto. Rio de Janeiro, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 
7438:2016. Materiais metálicos — Ensaio de dobramento. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2016.
Construção de Edifícios
60
AZEREDO, H. A. D. O edifício até sua cobertura. 2ª edição. São Paulo: 
Blucher, 1997.
BARROS, M. M. S. B.; MELHADO, S. B.; ARAÚJO, V. M. Recomendações 
para a produção de estruturas de concreto armado em edifícios. Ed. 
ampliada e atualizada. São Paulo: Departamento de Engenharia de 
Construção Civil da Escola Politécnica da USP, 2006. 87 p.
BELLEI. H. Edifícios Industriais Em Aço. São Paulo: Ed. Pini, 1994.
BELLEI, I. H.; BELLEI, H.N. Edifícios de pequeno porte estruturados 
em aço /Instituto Aço Brasil, Ildony Hélio Bellei(rev.), Humberto N. Bellei. 
Rio de Janeiro: IABr/CBCA, 2011.
CHING, F. D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2012.
CLÍMACO, J.C.T.de S. Estruturas de Concreto Armado, ed. 
Universidade de Brasília. Brasília: Finatec, 2005.
FUSCO, P.B. Técnica de Armar as Estruturas de Concreto. São Paulo: 
Ed. PINI, 1995.
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto Microestrutura, 
Propriedade e Materiais- 2ª Edição. [s.I] Ed.: IBRACON. ISBN.:978-85-
98576213. Português, p. 751, 2014.
NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. 2. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2013. 472 p.
NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. 5. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2015.
NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. 5. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2017. 912 p.
PFEIL, W. Estruturas de aço: Dimensionamento Prático/Walter Pfeil, 
Michèle Pfeil. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: 
LTC, 2003.
Construção de Edifícios
61
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático de 
acordo com a NBR 8800:2008. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
PINHEIRO, R. V.; MOLINA, J. C.; LAHR, F. A. R. Estrutura treliçada 
de madeira tipo “howe” para cobertura – exemplo de cálculo. In: CALIL 
JUNIOR, C.; MOLINA, J. C. Coberturas em estruturas de madeira: exemplos 
de cálculo. São Paulo: Pini, 2010.
TORRES, J. M. Dosagem de traços de concreto para obras de 
pequeno porte, pelo método ACI/ABCP e modelo proposto por Campiteli. 
Garanhuns, set. 2015. 15 p. (Apostila de minicurso). Disponível em: http://
vigoderis.hol.es/arquivos/Mini-curso-dosagem-CONCRETO.pdf. Acesso 
em: 17 jul. 2021.
TUTIKIAN, B.; HELENE, P. Dosagem dos concretos de cimento 
Portland. In: ISAIA, G. C. (Coord.). Concreto: ciência e tecnologia. São Paulo: 
Ibracon, 2011. v. 1, p. 415-451.
Construção de Edifícios
	Especificações dos projetos e legendas 
	Representação gráfica: conceitos básicos
	Representação de projetos de engenharia 
	Normas aplicadas à representação gráfica
	Normas gerais ABNT para projeto de engenharia: linhas 
	Normas gerais da ABNT para projeto de engenharia: tamanho de papel e apresentação de legenda 
	Escalas em projetos de engenharia
	Normas para escala e os tipos utilizados em projetos
	Detalhes construtivos de estruturas em concreto, aço e madeira	
	Detalhes construtivos de estruturas em concreto 
	Detalhes construtivos de estruturas em aço
	Aços com baixo teor de carbono 
	Aços com baixo teor de carbono, de alta resistência e baixa liga 
	Aços com baixo teor de carbono, de alta resistência e baixa liga, resistentes à corrosão atmosférica 
	Aços para armaduras de concreto
	Detalhes construtivos de estruturas em madeira 
	Classificação da madeira 
	Elementos de estruturas de madeira 
	Levantamento de materiais em projetos de concreto armado 
	Qualidade dos materiais para concreto armado
	Cimento 
	Agregados 
	Água 
	Tipos de aço para concreto armado 
	Propriedades mecânicas de barras e fios de aço 
	Armaduras para concreto e traço de concreto 
	Execução de estruturas em concreto armado 
	Armaduras para concreto
	Emendas de barra de aço na armadura do concreto
	Traço de concretodo 
anteprojeto. 
“Anteprojeto” considera o uso permitido para a construção, de 
maneira a analisar o plano diretor municipal; a densidade populacional 
para a construção, ou seja, a avaliação para cada uso seguindo as diretrizes 
do plano diretor; o gabarito permitido pelo código de obras municipal, 
considerando coeficiente de ocupação do lote, recursos etc.; além dos 
elementos geográficos naturais do terreno (AZEREDO, 1997).
Dessa forma, um projeto de engenharia é composto por duas 
partes: escrita e gráfica.
 • Especificações: pode ser de material (conjunto de condições 
mínimas as quais devem satisfazer os materiais para uma 
determinada obra ou serviços) e de serviços (determinação para 
Construção de Edifícios
13
execução de serviços, visando o estabelecimento de padrões de 
qualidade).
 • Memorial: documento que mostra, com detalhes, o projeto, 
descrevendo as soluções adotadas, além da justificativa das 
opções, as características de materiais e os métodos de trabalho.
 • Orçamento: estabelece o custo provável da obra, constando as 
unidades, quantidades, preços unitários e custos parcial e total 
da obra.
IMPORTANTE:
A parte escrita de um projeto de engenharia envolve toda a 
parte de custos e serviços que serão empregados naquela 
obra. É importante, também, mencionar os trabalhadores 
que irão desempenhar as atividades.
Com relação à parte gráfica, essa etapa precisa conter: 
 • Planta: projeção horizontal da seção reta passando em uma 
determinada cota.
 • Cortes (transversais e longitudinais): projeções verticais dos cortes 
por planos secantes igualmente verticais, representando as partes 
internas mais importantes.
 • Fachadas: projeções verticais dos exteriores da construção, 
apanhando todos os elementos dentro da configuração total.
 • Detalhes arquitetônicos: desenhos de dimensões ampliadas de 
certos elementos da construção para melhor interpretação.
 • Infra e superestrutura de concreto, de madeira e metálicas: 
desenhos cotados e dimensionados de todos os elementos 
estruturais da obra como alvenaria, madeira (telhados), concreto 
armado e aço (ferragens).
 • Instalações elétricas: desenhos e esquemas com isolamento dos 
fios e conduítes das redes elétricas, telefônicas, antenas etc.
Construção de Edifícios
14
 • Instalações hidrossanitárias: desenhos, esquemas e perspectivas 
com cotas e dimensionamentos das redes de água fria, água 
quente, gás, esgoto e captação de águas pluviais. 
 • Cronograma físico-financeiro: descreve as atividades da obra e 
também as datas dos suprimentos financeiros.
Representação de projetos de engenharia 
A linguagem gráfica nos projetos de engenharia permite que as 
ideias projetadas por um profissional sejam executadas por terceiros. 
ACESSE:
Como seres humanos, todos nós nos acostumamos com 
o jeito como as coisas são muito rapidamente. Mas, para 
os designers e projetistas, o jeito como as coisas são 
configuram uma oportunidade: as coisas poderiam ser 
melhores? Como? 
Caso queira se aprofundar no assunto, assista à palestra 
sobre o homem por trás do iPod e do termostato Nest. No 
vídeo, ele compartilha algumas de suas dicas para perceber 
– e levar à – mudança. Nesse caso, o primeiro segredo do 
projeto é perceber. Clique aqui para assistir. 
A representação final de um projeto de engenharia precisa ser a mais 
perfeita possível, de modo a minimizar possíveis erros de interpretação. 
Dessa forma, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) elaborou 
Normas Brasileiras, as conhecidas NBRs, para a representação dos 
materiais mais usados em projetos de engenharia. Na figura 1, é mostrada 
a representação desses materiais.
Construção de Edifícios
https://www.ted.com/talks/tony_fadell_the_first_secret_of_design_is_noticing?language=pt-br#t-234105
15
Figura 1 - Representação de alguns materiais utilizados em projetos 
Fonte: Adaptado de ABNT (1992) e ABNT (1995).
Na NBR 12298/95 (ABNT, 1995) é apresentada a representação de 
materiais em áreas de cortes. Essa representação é realizada por meio de 
hachuras.
IMPORTANTE:
As hachuras são formas convencionais de representar as 
partes maciças atingidas pelo corte, ou seja, são as linhas 
ou figuras que têm como objetivo a representação dos 
diferentes tipos de materiais em áreas de corte nos projetos 
de engenharia (ABNT, 1995).
Segundo a NBR 12298/95 (ABNT, 1995), ao usar hachuras em corte, 
é preciso tomar cuidado, pois, quando inseridas em uma mesma peça, 
as hachuras são sempre desenhadas na mesma direção, mas no caso de 
serem desenhadas em peças compostas (soldada, rebitada, remanchada 
ou colada), as hachuras são feitas em direções diferentes, para poder 
diferenciá-las. Ainda, uma peça que apresenta furos não recebe hachura, 
visto que são partes ocas que não foram atingidas pelo plano de corte......
Construção de Edifícios
16
VOCÊ SABIA?
Marcos Vitrúvio Polião foi um arquiteto, engenheiro, 
agrimensor e pesquisador romano que viveu no século 
I a.C. Ele deixou como legado a obra De Architectura 
(escrito em 27 a.C.), único tratado europeu do período que 
chegou até os dias de hoje. Nas dez partes que compõem 
a obra, os assuntos tratos são: arquitetura, planejamento 
urbano, técnica e materiais de construção; mecanismos 
de aplicação civil e militar (relógios e máquinas hidráulicas) 
(MARQUES, CHISTÉ, 2016).
Normas aplicadas à representação gráfica
Com o objetivo de transformar projeto em linguagem gráfica e 
padronizá-lo, surgiram as normas. 
Normas tem como objetivo facilitar a interpretação de desenhos e 
projetos de diferentes profissionais, simplificando processos e unificando 
as características de um objeto a um determinado projeto. Em geral, as 
normas foram desenvolvidas a fim de estabelecer códigos que regulam 
as relações entre engenheiros, clientes e empreiteiros. 
Sendo assim, cada país elabora suas normas e, no Brasil, elas são 
editadas e aprovadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, criada em 1940.
Normas gerais ABNT para projeto de engenharia: 
linhas 
A norma geral que rege a elaboração de projetos é a NBR 10647/89 
(ABNT, 1989). O objetivo da NBR 10647/89 é definir a nomenclatura; tipos de 
desenho; grau de elaboração; pormenorização (desenho de componente, 
de conjunto, detalhe); material utilizado e técnica de execução (seja à mão 
livre ou computadorizado). 
As linhas são elementos fundamentais na elaboração de um 
projeto. Nesse sentido, a NBR 8403/84 (ABNT, 1984) se refere aos tipos e o 
escalonamento de larguras de linhas para uso em projetos. As espessuras 
Construção de Edifícios
17
mais usadas são as 0.7 mm; 0.5 mm e 0.3 mm e os traçados seguem 
padrões pré-estabelecidos, como apresentado no quadro 1.
Quadro 1 - Linhas utilizadas em projetos
Fonte: Adaptado de ABNT (1984).
Construção de Edifícios
18
IMPORTANTE:
Ressalta-se que, se o projeto não for executado nas normas, 
o projeto não será considerado como projeto técnico, mas 
sim como um projeto artístico.
Normas gerais da ABNT para projeto de engenharia: 
tamanho de papel e apresentação de legenda 
Com relação aos formatos de papel, a NBR 10068/87 (ABNT, 1987a) 
faz a definição do tipo de folha de desenho, layout e dimensões. Ainda, 
rege a padronização das folhas, margens e legendas. 
Os formatos recomendados pela NBR 10068/87 (ABNT, 1987a) são 
os da Série A, que têm base em um retângulo de área igual a 1 m² e lados 
de 1189 mm × 341 mm (formato A0). 
VOCÊ SABIA?
A série “A” (padronização do papel) é derivada da bipartição 
ou duplicação sucessiva do formato A0.
Os outros papéis resultam de subdivisões deste (A0), como 
apresentado na figura 2.
Figura 2 - Proporções dos papéis da série A, segundo a NBR 10068/87
Fonte: Adaptado de ABNT (1987a).
Construção de Edifícios
19
Logo, verifica-se na figura 2 que o papel de formato A1 tem a 
metade da área do papel de formato A0. O papel A2 tem a metade da área 
do A1, e assim por diante. Dessa forma,os tamanhos das folhas de projeto 
seguem os formatos da série “A”, e esse projeto deve ser executado no 
menor formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação.
Ainda na NBR 10068/87 (ABNT, 1987a), são apresentados os 
formatos regulamentados, bem como as dimensões de margens. 
Importante ressaltar que a NBR 8403/84 (ABNT, 1984) enfatiza a espessura 
das linhas nos projetos. Na tabela 1, são apresentadas as dimensões e 
espessuras de linhas regulamentadas pelas NBR’s.
Tabela 1- Formatos de papel utilizados em projetos, segundo a ABNT
Fonte: ABNT (1987a)1; ABNT (1984)2.
As margens utilizadas nos projetos são limitadas pelo contorno 
externo da folha e quadro. O quadro limita o espaço para o desenho 
elaborado e a margem esquerda e direita, bem como as larguras das 
linhas devem ter as dimensões constantes na tabela 1.
SAIBA MAIS:
Você quer aprender a fazer o dobramento das folhas A0 
para o formato A4 de acordo com a norma? 
Caso queira se aprofundar no assunto, leia o livro intitulado 
Desenho Técnico (PACHECO, 2017), de autoria de Beatriz 
de Almeida Pacheco. A obra ensina como realizar o 
dobramento das folhas A0, seguindo a NBR 13142/99. 
Confira na página 71 do livro da Beatriz!
Construção de Edifícios
20
Conhecendo os tamanhos de papel e suas características para 
o desenho, agora vamos conhecer outra norma fundamental: NBR 
10582/88 (ABNT, 1988). Essa NBR faz referência à apresentação da folha 
em projetos técnicos, definindo as áreas para a inserção de textos e 
desenhos, de modo a uniformizar a ocupação de todos os espaços na 
folha de projeto. A figura 3 apresenta as possibilidades de organização das 
folhas de projeto, segundo a NBR.
Figura 3 - Organização das folhas para apresentação de projetos 
Fonte: ABNT (1988 p.01).
Com relação à legenda, ela aborda informações sobre o desenho 
e deve ficar no canto inferior direito nos formatos A0, A1, A2 e A3. Já 
no formato A4, a legenda deverá ficar ao longo da largura da folha de 
desenho. 
Importante ressaltar que a direção da leitura da legenda deve 
corresponder à leitura do desenho elaborado. De acordo com a norma, a 
legenda deve ter 178 mm de comprimento nos formatos A4, A3, A2 e 175 
mm nos formatos A1 e A0.
Importante ressaltar que as folhas podem estar tanto na vertical 
quanto na horizontal.
Escalas em projetos de engenharia
Em algumas áreas, como na engenharia, os desenhos elaborados são 
fundamentais para representação de objetos ou elementos de um projeto. 
Entretanto, alguns desses elementos podem ser muito grandes, 
de maneira que não cabem em folhas de apresentação, ou podem ser 
Construção de Edifícios
21
extremamente pequenos, de modo que não possam ser analisados os 
detalhes a olho nu.
EXEMPLO: para facilitar a assimilação do uso da escala, vamos 
imaginar a representação da construção de uma ponte. É impossível 
desenhar uma ponte em tamanho real e apresentar em uma folha de papel 
de tamanho A0, não é? De modo a sanar esses problemas, o engenheiro 
faz o uso de escala nos seus projetos, conservando a proporção do 
objeto, mesmo ampliando ou reduzindo o seu tamanho para a melhor 
apresentação.
Normas para escala e os tipos utilizados em projetos
A escala está relacionada ao tamanho dos objetos estudados e 
ao nível de detalhe adotado no projeto. É considerada uma referência 
em relação de proporcionalidade entre a dimensão do objeto que será 
representado e a dimensão do objeto, na realidade.
Na engenharia, a escala possibilita a conversão das medidas reais 
de um projeto para as medidas do desenho, mantendo as proporções do 
elemento. 
Assim como tantos outros temas na engenharia, há uma norma 
técnica específica relacionada às escalas nos projetos. A NBR que norteia o 
emprego da escala é a NBR 8196/99 (ABNT, 1999b), fixando as condições 
para o uso de escalas em projetos. 
A escala pode ser entendida como a razão entre as dimensões do 
desenho e as dimensões reais de um elemento. Ainda, a escala pode ser 
compreendida como uma relação matemática entre o comprimento de 
uma linha medida na planta (d) e o comprimento de sua medida homóloga 
no terreno (D). 
A fórmula abaixo representa o conceito matemático de escala.
FÓRMULA: 
Onde d: linha medida no desenho; D: comprimento da medida 
homóloga na construção (real); N: módulo da escala.
Uma escala normalmente pode ser natural, ampliação ou redução.
Construção de Edifícios
22
Em termos gerais, a escala natural, refere-se ao original, sem 
alteração, ou seja, as dimensões do modelo (d) são iguais as dimensões 
do objeto original (D). 
Na escala de ampliação, como o próprio nome já diz, é ampliado 
o elemento, ou seja, as dimensões do desenho (d) são maiores que as 
dimensões do objeto original (D).
Por fim, a escala de redução traz a redução do elemento. Dessa 
forma, as dimensões do desenho (d) são menores que as dimensões reais 
do objeto original (D).
Usualmente, em projetos de engenharia para avaliar qual a escala 
mais adequada, é preciso que o engenheiro verifique qual será o nível 
de detalhamento necessário para aquela representação. Sendo assim, as 
escalas mais empregadas para desenhos em engenharia são 1:50 e 1:100, 
garantindo a boa visualização e representação dos elementos.
EXEMPLO: para interpretar uma escala, vamos pensar: para um 
desenho na escala 1:50, cada dimensão representada será 50 vezes 
maior na realidade, ou seja, cada 1 centímetro que medirmos no papel 
corresponderá a 50 centímetros na realidade.
Ainda, a NBR 8196/99 (ABNT, 1999b) recomenda algumas escalas 
tanto para redução quanto para a ampliação, as quais são exemplificadas 
na tabela 2.
Tabela 2 - Escalas recomendadas pela NBR 8196/99 (ABNT, 1999b) para projetos de 
engenharia
Fonte: Adaptado de ABNT (1999b).
Ainda, as escalas podem ser escritas de diferentes formas: com 
“dois pontos” entre os numerais, como apresentado na tabela 2; com uma 
Construção de Edifícios
23
“barra” separando esses números (1/50; 1/100), ou como forma de fração, 
mas sempre de maneira a representar uma razão .
Logo, é importante guardar a informação relatada por Ching (2012, 
p.122): “Quanto maior for a escala de um desenho, mais informações ele 
pode e deve apresentar [...]” Lembre-se disso quando precisar desenhar 
na escala natural ou de ampliação.
Independente do uso de escalas reduzidas ou ampliadas, a 
cotagem sempre é feita com as medidas reais. A escala utilizada sempre 
deve ser escrita na legenda.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
Observe o desenho abaixo. Agora, faça um esboço do desenho 
nas escalas 1:1; 2:1 e 1:2. Lembre-se de que a imagem está cotada em 
centímetros.
Representar de forma adequada os projetos de engenharia é uma 
etapa fundamental na vida de todo engenheiro. Essa informação não 
pode ficar vaga, pois um erro de interpretação, a partir de representação 
incoerentes, pode ocasionar problemas na obra e, por consequência, 
gastos financeiros e perda de credibilidade para com os clientes. Portanto, 
fique atento às suas representações.
Construção de Edifícios
24
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que os projetos de engenharia são divididos 
em duas grandes partes: escrita e gráfica. Desse modo, é 
na parte gráfica que são apresentados todos os desenhos 
pertinentes àquela obra; já na parte escrita são detalhados 
os tipos de materiais e serviços empregados, orçamentos 
e memoriais. Você aprendeu que todos os projetos 
de engenharias são norteados por normas. No Brasil, a 
ABNT é o órgão responsável pela elaboração das normas 
brasileiras, as NBR’s. Nesse sentido, você aprendeu que 
tudo o que se faz na engenharia precisa seguir normas. 
Para projetos de engenharia, há normas de tipos de linhas 
que se deve usar para o desenho, normas para tamanhos 
e padronização de papel,além de normas sobre como 
organizar as informações no papel e como dobrá-lo, para 
que, ao final, ele se torne uma prancha de projeto. Por fim, 
você deve ter aprendido sobre escalas. A escala é uma 
ferramenta essencial na padronização de tamanhos dos 
desenhos em projetos de engenharia. Você estudou sobre 
os tipos de escala e o seu emprego, além de conhecer 
a fórmula para determinação dos tamanhos em escala 
apropriada.
Construção de Edifícios
25
Detalhes construtivos de estruturas em 
concreto, aço e madeira 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer e 
entender os detalhes construtivos das estruturas em con-
creto, aço e madeira. Isso será fundamental para o exer-
cício de sua profissão. Conhecer os detalhes construtivos, 
independentemente do material, é fundamental, visto que 
o detalhamento construtivo ajuda no processo de produ-
ção de uma boa engenharia, facilitando a compreensão da 
parte e do todo. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Vamos lá. Avante!
Detalhes construtivos de estruturas em 
concreto 
A área da engenharia passou por grandes revoluções ao longo 
do tempo e uma delas foi a inserção do concreto em suas construções. 
Apesar dessa grande evolução na tecnologia do concreto, em obras de 
pequeno e médio porte, as características específicas do concreto, como 
resistência à compressão, pega, trabalhabilidade, perda ao fogo etc. não 
são executadas de maneira correta.
O concreto se refere à composição de cimento, água e matérias 
inertes (areia, pedregulho, pedra britada ou argila expandida), que, 
quando em estado plástico, endurece com o passar do tempo, devido 
à hidratação do cimento (combinação química com a água) (AZEREDO, 
1997).
Desde seus primórdios, o uso do concreto foi ampliado na 
Construção Civil. Seu emprego garantia resistência deficiente à tração, 
particularmente nas peças submetidas à flexão. Dessa forma, a escolha 
de materiais adequados e de boa qualidade garantem que o concreto 
Construção de Edifícios
26
apresente características básicas e que forneça segurança à construção. 
Nesse sentido, os materiais utilizados no concreto são: 
 • Cimento Portland: só serão aceitos os cimentos que obedecerem 
às especificações brasileiras para cimento Portland, destinados à 
preparação do concreto.
 • Areia: deverá ser sílico-quartzosa, de grãos inertes e resistentes, 
limpa e isenta de impurezas e matéria orgânica.
 • Brita: constituída de cascalho de granito - gnaisses ou basalto, 
bem graduados, limpos, isentos de argilas e de partes em 
decomposição e de pedregulho.
 • Água: deve ser limpa, isenta de óleos, álcalis e ácidos, podendo 
ser a água potável.
 • Aditivos: são os produtos químicos ou resinas, que são adicionados 
com o objetivo de alterar ou comunicar algumas propriedades ao 
concreto.
Com relação ao concreto armado, esse produto surgiu quando 
houve a necessidade de emprego de um material estrutural em que se 
associasse a essa pedra artificial um material com resistência satisfatória à 
tração, denominado “armadura”.
VOCÊ SABIA?
O concreto armado se refere a um material estrutural 
constituído pela associação do concreto simples com 
uma armadura passiva, que tem como objetivo resistir, 
solidariamente, aos esforços os quais a peça estiver 
submetida (CLÍMACO, 2005).
O concreto armado atua diretamente com o concreto simples, 
fazendo com que ele (concreto simples) trabalhe junto com a armadura 
de aço, criando uma resistência maior da viga, dificultando as temidas 
falhas nos elementos, conforme apresentado na figura 4.
Construção de Edifícios
27
Figura 4 - Viga de concreto simples (a) e concreto armado (b)
Fonte: Pfeil (2009).
Ressalta-se que essa união é possível porque os coeficientes de 
dilatação térmica dos dois materiais são praticamente idênticos. As barras 
de aço incorporadas à peça de concreto são denominadas “armadura 
passiva” (CLÍMACO, 2005). O autor reporta que o objetivo da armadura 
passiva é resistir às tensões provenientes das ações atuantes, sem 
introduzir nenhum esforço adicional à peça. Dessa forma, as armaduras 
em peças de concreto armado só trabalham se houver solicitação.
Outro item relatado na definição de concreto armado é a 
solidariedade entre os materiais. Essa propriedade é garantida pela 
aderência entre o aço e o concreto, assegurando a existência do material 
“concreto armado”, de modo anão haver deslizamento ou escorregamento 
relativo entre ambos quando a peça for solicitada (CLÍMACO, 2005).
Os elementos estruturais que compõem uma estrutura de concreto 
armado são geralmente os pilares, vigas e lajes. 
REFLITA:
A configuração da estrutura de uma edificação precisa 
garantir segurança, economia, durabilidade, estética e 
funcionalidade, além de considerar a finalidade da edificação 
e o solo no qual deverá ser implantada. Dessa forma, o 
concreto armado utilizado pelos pilares, vigas e lajes seguem 
a mesma premissa de qualquer estrutura de edificação.
Construção de Edifícios
28
As vigas, segundo a NBR 6118/2014 (ABNT, 2014), são barras retas 
e horizontais, que recebem ações das lajes, vigas secundárias e das 
paredes. Ainda, as vigas têm a função de transmitir os carregamentos 
atuantes nelas para as colunas do edifício. 
Já os pilares são elementos lineares de eixo reto e vertical e têm o 
objetivo de imprimir os carregamentos impostos para as fundações. 
Os pilares são considerados os elementos de maior importância 
na estrutura. Essa importância denota-se pelo fato de que a estrutura, 
além de transmitir as ações para a fundação, também tem como outro 
objetivo o oferecimento da estabilidade global na edificação, tornando-a 
resistente. 
Na figura 5, é exemplificado cada elemento da estrutura do concreto 
armado
Figura 5 - Elementos estruturais do concreto armado
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Verificamos na figura 5 que a laje recebe a carga e transfere para 
as vigas. As vigas recebem a carga da laje e transferem para os pilares 
e, dessa forma, os pilares transferem as cargas para a fundação da 
construção.
Por fim, algumas vantagens do concreto armado são: boa resistência 
à maioria das solicitações, boa trabalhabilidade, fazendo com que o 
concreto armado possa ser adaptado a vários tipos de formas, o que 
Construção de Edifícios
29
traz uma grande liberdade para o engenheiro (FUSCO, 1995; CLÍMACO, 
2005). Essa questão da moldabilidade é uma das grandes vantagens do 
concreto armado, principalmente, na construção das pontes, pois, além 
de garantir o funcionamento da estrutura pela união das resistências 
mecânicas do aço e do concreto que se complementam, é possível que 
sejam dadas formas diversificadas às estruturas, tornando-as visualmente 
agradáveis aos usuários. Ainda, como no exemplo de uma ponte, além 
de possuírem grande massa e rigidez, as estruturas de concreto armado 
minimizam os efeitos de vibrações e oscilações causadas pelo vento ou 
por ações decorrentes de utilização, o que é muito importante em obras 
desse tipo, que necessitam vencer um vão considerável em um ambiente 
marítimo. Além disso, sua realização em ambiente marítimo é garantida 
pelos critérios de durabilidade das estruturas do concreto armado.
Outro concreto muito utilizado é o protendido. 
“Concreto protendido” é o material estrutural constituído pela 
associação do concreto simples com uma armadura ativa, resistindo 
solidariamente aos esforços a que a peça estiver submetida (CLÍMACO, 
2005).
Importante verificarmos que a definição de concreto protendido é a 
mesma do concreto armado, com exceção da denominação “ativa” para a 
armadura. Em peças de concreto pretendido, a sua armadura é construída 
por cabos ou cordoalhas, submetida a uma força de tração, aplicada por 
meio de macacos hidráulicos, antes de ser aplicado o carregamento 
previsto. Quando retirados os macacos e as cordoalhas firmemente ligadas 
à ancoragem, serão induzidas tensõesde compressão na peça, antes de 
ela receber as cargas previstas. E daí que surge o nome “protensão”. Dessa 
forma, o termo “armadura ativa” significa que essa armadura atua na 
redução, ou até mesmo na eliminação, das tensões de tração que serão 
produzidas no concreto quando for aplicado o carregamento definitivo 
nessa estrutura .
Detalhes construtivos de estruturas em aço
O aço na Construção Civil teve origem no século XVIII, com a 
construção da ponte sobre o Rio Severn na Inglaterra em 1779. Esse foi 
Construção de Edifícios
30
um importante marco na Construção Civil, pois permitiu que um material 
mais resistente, porém caro, fosse utilizado para criar estruturas maiores 
(PFEIL, 2009).
O aço tem em sua composição 98% de ferro, com parcelas menores 
de carbono, silício, enxofre, fósforo, manganês, entre outros (BELLEI, 1994). 
Entre os elementos de sua composição, o carbono (C) é o que exerce 
o maior efeito nas propriedades do aço. Ainda, com valores elevados 
de carbono em sua composição, o aço tem a capacidade de elevar a 
resistência e dureza. Em contrapartida, o aço se torna mais quebradiço e 
a sua solubilidade diminuiu.
VOCÊ SABIA?
Os aços são ligas de ferro-carbono em que o teor de 
carbono varia de 0,008% a 2,11% (PFEIL; PFEIL, 2013).
Para o dimensionamento dos elementos estruturais de aço, 
considera-se a NBR 8800/2008 (ABNT, 2008). O emprego da NBR garante 
ao engenheiro um projeto seguro e econômico.
Aços estruturais, de acordo com Bellei; Bellei (2011) são os aços que, 
devido à sua resistência mecânica, resistência à corrosão, durabilidade, 
soldabilidade e outras propriedades são adequados para uso em 
elementos que suportam cargas. Ainda, segundo o autor, aços estruturais 
são divididos em três grupos: aços com baixo teor de carbono, aços com 
baixo teor de carbono de alta resistência mecânica e baixa liga; aços com 
baixo teor de carbono de alta resistência mecânica e baixa liga, resistentes 
à corrosão atmosférica.
Aços com baixo teor de carbono 
O aço pode ser classificado como aço comum com baixo teor de 
carbono se ele apresentar as seguintes características: teores máximos 
dos elementos de liga não excedam - manganês (1,65%), silício (0,60%), 
cobre (0,40%) (BELLEI; BELLEI, 2011).
Construção de Edifícios
31
Um bom exemplo de aço com baixo teor de carbono é o Aço ASTM 
A36. Esse tipo aço é o principal para uso estrutural para edifícios e pontes, 
porque seu limite de escoamento mínimo é de 250 MPa para perfis e 
chapas.
Aços com baixo teor de carbono, de alta 
resistência e baixa liga 
De acordo com Bellei; Bellei (2011), esse grupo de aço tem um 
limite de escoamento acima de 275 MPa e atinge sua resistência durante 
o processo de laminação a quente, independentemente de tratamento 
térmico. Ainda segundo os autores, esse tipo de aço apresenta um custo 
um pouco maior que os aços carbono, visto que oferece maior resistência.
Um bom exemplo de aço pertencente a esse grupo é o ASTM A572 
G50, considerado o principal aço de alta resistência e baixa liga, com um 
limite de escoamento mínimo de 345 Mpa.
Aços com baixo teor de carbono, de alta 
resistência e baixa liga, resistentes à corrosão 
atmosférica 
A adição de alguns elementos de liga (o cobre, o níquel e o cromo) 
podem reduzir o efeito da corrosão, quando os aços são expostos à 
atmosfera (BELLEI, 1994). 
IMPORTANTE:
A película de óxido formada (“pátina”) se desenvolve 
de forma aderente, protegendo o aço e reduzindo a 
velocidade de ataque dos agentes corrosivos presentes no 
meio ambiente (BELLEI; BELLEI, 2011).
O aço ASTM A588 é o principal exemplo desse grupo, também 
conhecidos como “aços patináveis”. No Brasil, são conhecidos como COR 
ou SAC.
Construção de Edifícios
32
Aços para armaduras de concreto
O aço para armaduras de concreto armado pode ser dividido 
também em barras e fios. As barras se referem aos produtos com diâmetro 
nominal de 6,3 mm ou superiores, que passam exclusivamente por 
processo de laminação a quente, sem posterior processo de deformação 
mecânica. Os fios, por sua vez, são aqueles cujos diâmetros nominais são 
inferiores a 10,0 mm, obtidos a partir de laminação a frio (fio-máquina ou 
trefilação) (ABNT, 2007).
A NBR 7480/2007 (Aço destinado a armaduras para estruturas de 
concreto armado — Especificação) contém as especificações dos aços 
destinados às armaduras (ABNT, 2007).
IMPORTANTE:
Os aços destinados às armaduras seguem a seguinte 
nomenclatura: CA-XX, onde: CA é prefixo que indica 
os aços para concreto armado; XX indica a resistência 
característica ao escoamento (fyk) das barras ou dos fios de 
aço (expressos em kN/cm²) (ABNT, 2007).
De acordo com a ABNT NBR 7480/2007, reportam as seguintes 
categorias: CA-25 (superfície obrigatoriamente lisa); CA-50 (superfície 
obrigatoriamente nervurada) e CA-60 (fios podem ser lisos, entalhados ou 
nervurados) (ABNT, 2007).
Detalhes construtivos de estruturas em madeira 
Classificação da madeira 
As madeiras utilizadas em estruturas são classificadas em dois 
tipos: madeiras duras e madeiras macias. 
Madeiras duras (algumas delas denominadas madeiras de lei) são 
obtidas de troncos de árvores frondosas, com folhas achatadas e largas, 
como a peroba, ipê e carvalho. As madeiras macias são obtidas de árvores 
coníferas, com folhas em forma de agulhas ou escamas, como o pinheiro. 
Construção de Edifícios
33
As árvores de madeiras duras crescem mais lentamente do que as árvores 
de madeiras macias e, geralmente, têm uma estrutura mais densa, que 
oferece maior resistência (PFEIL; PFEIL, 2003).
VOCÊ SABIA?
Embora a nomenclatura de madeiras duras e madeiras 
macias sugira que a classificação seja baseada na resistência 
ou na dureza da madeira, a distinção é feita com base na 
estrutura celular do tronco (AGHAYERE; VIGIL, 2017).
As madeiras utilizadas em estruturas na Construção Civil podem 
ser classificadas ainda em maciças ou industrializadas. Madeiras maciças, 
tem o tronco da árvore cortado em dimensões padrões. Em contrapartida, 
as madeiras industrializadas são produzidas por meio da colagem de 
lâminas com direções ortogonais alternadas das fibras, ou seja, a chamada 
madeira compensada, ou de lâminas finas sob pressão, configurando o 
que comercialmente é vendido, a madeira laminada e colada.
Elementos de estruturas de madeira 
As treliças de coberturas (tanto construções residenciais quanto 
industriais) são exemplos tradicionais de sistemas estruturais de madeira. 
A função da estrutura é sustentar as cargas exercidas no telhado da 
construção (PINHEIRO; MOLINA; LAHR, 2010).
Os principais elementos de uma cobertura tradicional de residências 
com telhas cerâmicas são: caibros, ripas, terças e tesouras. 
A figura 6 apresenta um esboço da estrutura em madeira.
Construção de Edifícios
34
Figura 6 - Elementos estruturais de uma cobertura de madeira
Fonte: Adaptado de Pfeil; Pfeil (2003).
Os caibros são os elementos que ficam apoiados nas terças, que 
atuam com o objetivo de apoiar as ripas. Já as ripas são elementos que 
ficam apoiados nos caibros, os quais têm a função de oferecer sustentação 
para os elementos finais de cobertura, ou seja, as telhas. 
Ainda, segundo Pinheiro; Molina; Lahr (2010), as terças são vigas 
cujos apoios estão localizados nos nós das tesouras que, por sua vez, 
referem-se às treliças compostas por elementos estruturais conectados 
a suas extremidades.
VOCÊ SABIA?
Além de caibros, terças e ripas, os telhados têm em sua 
estrutura as chamadas TESOURAS. As tesouras são 
estruturas eficientes para vencer vão sem os apoios 
intermediários, visto que são estruturas planas verticais 
que recebem as cargas paralelamente ao seu plano, 
repassando aos apoios.
Os telhados ainda podem ser construídos sem as tesouras, mas, para 
isso, deve-se criar um apoio para as terças em estruturas desenvolvidas 
em concreto.
Construção de Edifícios
35
RESUMINDO:
E então? Gostoudo que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que as 
estruturas e os elementos estruturais devem ter resistência 
adequada, bem como rigidez e dureza para permitir 
funcionalidade adequada durante a vida útil da estrutura. 
O projeto deve prover ainda alguma reserva de resistência, 
acima da que seria necessária para resistir às cargas de 
serviço; ou seja, a estrutura deve prever a possibilidade de 
um excesso de carga (solicitação). Estruturas de madeira, na 
Construção Civil, são muito utilizadas, principalmente para 
a cobertura ou telhado. Dessa forma, você aprendeu todos 
os elementos necessários para que o projeto e execução 
do seu telhado “não venham por água abaixo”. Além 
disso, ter conhecimento sobre os detalhes construtivos, 
independente do material, é muito importante, pois o 
detalhamento construtivo ajuda no processo de produção 
de uma boa engenharia, facilitando a compreensão da 
parte e do todo.
Construção de Edifícios
36
Levantamento de materiais em projetos 
de concreto armado 
OBJETIVO:
 Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer 
com detalhes os materiais que constituem o concreto 
armado. Ainda, você irá aprender que nem todo cimento é 
igual. Existem diferentes classificações para o cimento, de 
modo que é preciso conhecer tais classificações para poder 
utilizar o melhor na sua obra, não é mesmo? Ainda, você irá 
conhecer quem são os agregados utilizados na constituição 
do concreto, aprendendo a diferenciar cada um deles a fim 
de obter o melhor concreto, com resistência e qualidade. 
E aí, motivado para desenvolver esta competência? Vamos 
lá. Avante!
Qualidade dos materiais para concreto armado
Cimento 
O cimento Portland foi criado na Inglaterra, no ano de 1824, e 
teve a produção industrial iniciada somente no ano de 1850. O cimento 
tem em sua composição um pó fino com propriedades aglomerantes, 
aglutinantes ou ligantes, que tem como objetivo endurecer sob ação 
da água e que, após endurecido, não se decompõe mesmo que seja 
novamente submetido à ação da água (ABCP, 2002).
O principal elemento do cimento é o clínquer. 
O clínquer é um material obtido da mistura de rocha calcária 
britada e moída, argila e eventuais corretivos químicos, submetida a calor 
intenso de 1.450ºC e posterior resfriamento, formando pelotas (o clínquer) 
(BATTAGIN, 2011).
Construção de Edifícios
37
A moagem do clínquer, adicionado de 3 a 5% de sulfato de cálcio 
com o objetivo de regular o tempo de pega, origina o cimento Portland 
comum (BATTAGIN, 2011).
Outras matérias-primas são adicionadas ao clínquer no processo 
de moagem, como o gesso, o fíler36 calcário, a escória de alto-forno37 e 
materiais pozolânicos e carbonáticos.
Em geral, para garantir a eficiência da construção, são aceitos 
cimentos que obedecem às especificações brasileiras para cimento 
Portland, destinados à preparação do concreto. Entre os diferentes tipos 
de cimento, alguns estão listados no quadro 2.
Quadro 2 - Tipos de cimento Portland normalizados no Brasil
Fonte: Adaptado de ABCP (2002), Battagin (2011).
Importante que alguns dos cimentos mencionados no quadro 2 
são de uso mais comum, dependendo da região do Brasil, em função 
principalmente da disponibilidade. O cimento Portland é encontrado no 
comércio em sacos com peso líquido de 50 kg e por vezes em sacos de 
35 kg. Para evitar a hidratação e a redução das propriedades do cimento, 
é necessário acondicionar o produto longe de áreas que contenham 
umidade. Logo, é essencial abrigar os produtos em locais com cobertura.
Construção de Edifícios
38
REFLITA:
O surgimento do cimento Portland provocou uma revolução 
na Construção Civil, pois apresentava propriedades físicas 
e químicas até então não vistas em outros materiais, por 
exemplo, sua trabalhabilidade, capacidade de endurecimento 
e as altas resistências finais. Por esses motivos, o cimento 
fez parte de grandes obras e, atualmente, o material ainda é 
amplamente empregado em todo o mundo, movimentando 
bilhões de dólares por ano.
Para cimento Portland, há duas opções: alta resistência inicial e 
baixo calor de hidratação (AZEREDO, 1997; CLÍMACO, 2005). 
O principal uso do cimento Portland de alta resistência inicial é em 
casos de necessidade de remoção rápida das formas para reutilização, 
ou quando uma determinada resistência mínima – necessária para 
a continuidade da obra – deve ser atingida rapidamente. Esse tipo 
de cimento, entretanto, não é adequado para obras constituídas por 
elementos robustos em concreto, justamente por apresentar maior 
velocidade de liberação de calor de hidratação. 
Já o cimento Portland de baixo calor de hidratação, devido ao baixo 
teor de C3S e C3A, desenvolve a resistência do concreto de maneira mais 
lenta, não alterando, entretanto, sua resistência final. Esse tipo de cimento 
foi desenvolvido propriamente para o uso em grandes barragens de 
gravidade, justamente pelo baixo calor de hidratação.
Agregados 
Os agregados podem ser definidos como os materiais granulosos 
e inertes constituintes das argamassas e concretos (BAUER, 2000) e 
constituem cerca de 70 a 80 % da sua composição.
Os agregados são classificados quanto à origem: em naturais, 
britados, artificiais. Os de origem natural são os encontrados na natureza, 
como o pedregulho (cascalho ou seixo rolado), areia de rio e de cava etc. 
Os considerados britados são aqueles que passaram por britagem, como 
Construção de Edifícios
39
a pedra britada, pedrisco, pedregulho britado, areia britada etc. Por fim, 
os artificiais são os agregados resultantes de algum processo industrial, 
como a argila expandida, vermiculita etc.
VOCÊ SABIA?
A Construção Civil consome cerca de 75% dos recursos 
naturais extraídos da natureza. A produção desses materiais, 
o transporte e o seu uso compõem os custos e contribuem 
muito para a poluição global, em geral pela liberação de 
gases do efeito estufa, poluição do ar, e liberação de CO2.
Quanto à dimensão dos grãos, os agregados são classificados em: 
agregado miúdo (grãos passam pela peneira com abertura de malha de 
4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 0,075 mm) 
e agregado graúdo (grãos passam pela peneira com abertura de malha 
de 152 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm).
No comércio é comum encontrar as britas nos seguintes tamanhos: 
 • brita 0 (4,8 a 9,5 mm), conhecido como pedrisco. 
 • brita 1 (9,5 a 19 mm). 
 • brita 2 (19 a 25 mm). 
Na figura 7, são apresentados os agregados graúdos que são 
comercializados.
Figura 7 - Agregados graúdos encontrados no comércio (a) brita 0 (b) brita 1 e (c) brita 2
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Construção de Edifícios
40
Água 
A água é um elemento que possibilita as reações químicas de 
hidratação do cimento, reações essas que garantem as propriedades de 
resistência e durabilidade do concreto.. 
Juntamente do cimento, a água tem como objetivo produzir 
uma matriz resistente, que proporciona a aglutinação dos agregados, 
conferindo ao concreto a durabilidade e vida útil prevista no projeto das 
estruturas.
A água tem a capacidade de diminuir o atrito por meio de película 
envolvente aos grãos. Essa diminuição do atrito possibilita a aglutinação 
do agregado pela pasta de cimento, fornecendo a coesão e consistência 
necessárias para que o concreto no estado plástico possa ser produzido, 
transportado e colocado nas fôrmas, sem que ocorra perda de 
homogeneidade.
Coesão é a resistência do concreto à segregação. É uma medida 
da facilidade de adensamento e de acabamento. Consistência: maior ou 
menor capacidade do concreto de se deformar sob a ação da sua própria 
massa. Estado plástico: concreto no estado fresco (MEHTA; MONTEIRO, 
2014).
Por fim, a água de abastecimento público (concessionária)é 
considerada adequada para uso em concreto.
Tipos de aço para concreto armado 
A escolha do tipo de aço tem como base condições econômicas, 
em especial da disponibilidade de mercado, geralmente, em obras 
convencionais.
As principais normas brasileiras que abordam as armaduras 
usadas em estruturas de concreto armado são a norma NBR 7480/2007, 
“Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado – 
Especificação” e a norma NBR 7481/1990, “Tela de aço soldada – Armadura 
para concreto”.
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As barras ou fios de aço, no concreto armado, tem como função 
a resistência aos esforços de tração. As barras e os fios de aço têm um 
comprimento, usual, de 12 metros, admitida uma tolerância de 1% para 
mais ou para menos (FUSCO, 1995).
VOCÊ SABIA?
O aço é o único material a apresentar boa resistência à 
tração e compressão. Essa é uma das razões, entre tantas 
outras, da ampla utilização do aço nas edificações.
De acordo com as características mecânicas, barras e fios 
são classificados conforme o valor característico da resistência de 
escoamento, nas categorias CA-25, CA-50 e CA-60, apenas para fios.
As barras são os produtos de diâmetro nominal 6,3 mm ou superior, 
obtidos exclusivamente por laminação a quente, sem processo posterior 
de deformação mecânica (ABNT, 2007).
As barras de aço são classificadas em 25 MPa e em 50 MPa. Quanto 
à superfície, as barras e os fios de aço podem ser lisas ou nervuradas 
(entalhadas) de acordo com sua classificação (ABNT, 2007) (figura 8).
Figura 8 - Exemplo de barras de aço (lisa e nervurada)
Fonte: Pixabay
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Barras de aço CA-25 devem ter superfície obrigatoriamente 
lisa, sem quaisquer tipos de nervuras ou entalhes. Seu coeficiente de 
conformação superficial deve ser adotado para todos os diâmetros com 
valor igual a 1 (η = 1,0) (ABNT, 2014).
IMPORTANTE:
O coeficiente de conformação superficial é o coeficiente 
que relaciona a capacidade aderente entre o aço e o 
concreto (ABNT, 2014).
Já as barras CA-50 são obrigatoriamente providas de nervuras 
transversais oblíquas (ABNT, 2007). Ainda, a ABNT (2007) reporta que as 
nervuras têm como função: aumentar a aderência das barras ao concreto, 
visto que ajudam no travamento das barras, impedindo a rotação no 
interior do concreto. Para diâmetros menores que 10,0 mm, por exemplo, 
pode-se adotar o valor de coeficiente de conformação superficial igual a 
1 (η = 1,0).
Os aços CA-50 e CA-60 são soldáveis, característica útil para 
estruturas em concreto armado. O aço CA-60, que apresenta maior 
resistência, possibilita a redução nas seções de concreto, tornando as 
estruturas mais esbeltas e leves, como quando utilizadas em vigotas de 
lajes pré-moldadas (ABNT, 2014).
Os fios são produtos com diâmetro nominal 10 mm ou inferior, 
obtidos a partir de fio-máquina por trefilação ou laminação a frio (FUSCO, 
1995). Os fios de aço são classificados com 60 Mpa, podendo ser lisos, 
entalhados ou nervurados. (ABNT, 2008).
Na tabela 3, são apresentados os diâmetros padronizados pela NBR 
7480/2007 (ABNT, 2007).
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Tabela 3 - Diâmetros nominais de barras e fios recomendados pela NBR 7480/2007 
Fonte: Adaptado de ABNT (2007).
As telas de aço, por sua vez, são um tipo de armadura pré-fabricada 
composta por uma rede de malhas retangulares formadas por fios de aço 
sobrepostos longitudinal e transversalmente, com todos os seus pontos 
de contato soldados pelo processo de caldeamento.
IMPORTANTE:
Em geral, o uso de telas de aço se mostra uma solução 
rápida e prática para lajes, pisos, calçamentos etc., aliando 
agilidade à qualidade, além de vantajosa economicamente, 
pois há a redução de tempo de execução e de mão de 
obra, assim como a diminuição de perdas por corte.
A NBR específica para as telas de aço para concreto armado é a 
NBR 7481/1990 (ABNT, 1990). Essa NBR apresenta algumas notações que 
não são mais utilizadas, como a divisão de barras e fios em classe A e B, 
segundo o processo de fabricação.
Por fim, quando comparadas ao uso das armaduras por meio de 
fios e barras, as telas soldadas otimizam o processo construtivo, uma vez 
que propiciam maior agilidade no posicionamento, conferem segurança à 
ancoragem, garantem a aderência do concreto ao aço, além de garantirem 
o controle de fissuração. 
Propriedades mecânicas de barras e fios de aço 
As propriedades mecânicas dos aços são a resistência mecânica, a 
elasticidade, a dureza e a ductilidade. Elas dependem da sua composição 
química, do tratamento químico e do processamento (ABNT, 2014). Como 
exemplo de propriedades do aço, temos:
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 • Ductilidade: capacidade do material sofrer deformações plásticas 
(permanentes) antes de se romper.
 • Fragilidade: oposto da ductilidade. Alguns dos fatores que podem 
transformar o aço em material frágil são as baixas temperaturas e 
efeitos térmicos localizados, como as soldas.
 • Resiliência: capacidade de absorção de energia mecânica em 
regime elástico.
 • Tenacidade: refere-se à energia total, elástica e plástica que o 
material pode absorver até sua ruptura.
 • Dureza: resistência ao risco ou à abrasão.
Para obter propriedades mecânicas mais importantes, citadas 
anteriormente, alguns ensaios mais específicos são necessários, como o 
ensaio de tração e de dobramento.
O ensaio de tração é usado como uma medida de resistência 
mecânica do material. Esse ensaio precisa ser realizado de acordo com a 
norma NBR 6892-1:2013 (ABNT, 2013). Nesse sentido, o ensaio busca aplicar 
uma força axial de tração em barras e fios de aço, de modo a aumentar 
o seu comprimento, utilizando equipamentos adequados. Com isso, o 
ensaio consegue determinar três propriedades: resistência característica 
ao escoamento; limite de resistência e alongamento (ABNT, 2013). 
VOCÊ SABIA?
O aço é um material que apresenta, ao ser submetido a 
uma força axial de tração, uma fase elástica, para a qual as 
deformações ocorridas não são permanentes. A partir de 
um limite, o aço entra em uma fase plástica, em que as 
deformações são permanentes. 
Na figura 9, é apresentado um corpo de prova (haste reta) submetido 
a uma carga axial de tração, aplicada na direção do seu eixo.
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Figura 9 - Corpo de prova submetido a carga axial de tração
Fonte: Adaptada de Pfeil; Pfeil (2013).
Verifica-se na figura 9 que, sob o efeito da força F de tração 
simples aplicada, a haste metálica sofre uma deformação, passando o 
comprimento inicial de L0 a um comprimento final Lf. Há uma redução da 
área da seção transversal e consequente alongamento da haste (figura 
9b).
O alongamento sofrido pela haste é dado pela fórmula:
FÓRMULA: ∆L =Lf -Lo
onde: ΔL é o alongamento; L0 é o comprimento inicial da barra/
haste e Lf é o comprimento final da barra/haste.
O grau de deformação dependerá da magnitude da tensão aplicada. 
A tensão normal aplicada (σ) é obtida a partir da divisão da força aplicada 
F pela área da seção transversal inicial do corpo de prova (A), por meio da 
fórmula:
FÓRMULA: 
Dentro do limite elástico, as tensões são proporcionais às 
deformações (lei de Hooke), sendo válida a relação, pela fórmula:
FÓRMULA: σ =E × ε 
onde: E é o coeficiente de proporcionalidade, ou módulo de 
elasticidade/módulo de Young; ε é o alongamento unitário.
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O alongamento unitário, por sua vez, é obtido de acordo com a 
relação dada pela fórmula:
FÓRMULA: 
No regime elástico, cessada a força atuante, a haste retorna a suas 
dimensões originais. Após o regime elástico, as deformações sofridas 
pelo material são permanentes, configurando o regime de deformação 
plástica.
Das propriedades determinadas no ensaio de tração, a mais 
importante é a resistência ao escoamento. A importância é devido ao seu 
valor limite, que indica qual é a carga que a barra ou o fio pode suportar 
sem apresentar deformaçõespermanentes. Ainda, se superado o valor 
limite de escoamento, a armadura ficará danificada e a estrutura estará 
vulnerável a rompimentos.
Já o ensaio de dobramento é utilizado como medida da ductilidade 
do material. O ensaio precisa ser realizado de acordo com a NBR ISO 
7438/2016, “Materiais metálicos – Ensaio de dobramento” (ABNT, 2016).
O ensaio consiste em submeter um corpo de prova a um dobramento 
de 180° em torno de um pino com diâmetro padronizado e visa reproduzir 
as situações às quais os materiais estarão submetidos em obra. As barras 
e os fios de aço são aprovados quando não apresentam quebra ou fissura 
na região dobrada.
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que o cimento está para o concreto assim como a farinha 
está para um bolo, sendo a qualidade do bolo dependente 
do cozinheiro. Dessa forma, você conheceu todos os 
materiais constituintes do concreto. Aprendeu os tipos 
diferentes de cimentos, assim como os diferentes tipos 
de aço empregados na composição do concreto armado. 
Todas as propriedades dos materiais que têm interferência 
na resistência do concreto foram abordadas. Percebeu 
que os ensaios têm como objetivo aferir a resistência 
daquela estrutura, garantindo segurança para a sua obra. 
Aprendeu, também, os detalhes construtivos, ou seja, que 
o detalhamento construtivo ajuda no processo de produção 
de uma boa engenharia, facilitando a compreensão 
da parte e do todo. Por fim, você pôde compreender a 
importância da boa escolha e um passo fundamental: o 
bom planejamento antes de iniciar uma concretagem em 
uma obra de engenharia.
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Armaduras para concreto e traço de 
concreto 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de aprender 
sobre as formas de execução de concreto armado, 
seguindo passos para sua construção. Irá aprender o que 
é uma armadura de concreto armado e sua importância. 
Conhecerá as formas de execução de emendas em barra 
de aço assim como a importância da cura correta do 
concreto na construção. E por falar em concreto, aprenderá 
a calcular o traço correto do concreto e sua dosagem. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos lá. Avante!
Execução de estruturas em concreto 
armado 
As estruturas de concreto armado são compostas de concreto, que 
propicia resistência à compressão juntamente do aço, que possui boa 
resistência à tração. Essa combinação tem como resultado uma estrutura 
resistente, muito utilizada no setor da Construção Civil.
REFLITA:
A boa concepção e construção das estruturas de 
concreto armado aumenta a vida útil da estrutura, pois, 
como qualquer outro material, o concreto armado vai se 
degradando com o tempo. Contudo, a durabilidade dos 
seus materiais também pode ser afetada pela ação das 
intempéries, agentes físicos, químicos e biológicos naturais 
e pelas ações mecânicas imprevisíveis ou sobrecargas. 
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A execução de estruturas em concreto armado segue um esquema 
básico de produção, com a qualidade especificada, conforme apresentado 
na figura 10.
Figura 10 - Esquema básico para execução de estruturas em concreto armado
Fonte: Adaptada de Barros, Melhado e Araújo (2006, p. 20).
Verifica-se na figura 10 que a primeira etapa é execução das fôrmas. 
As principais funções das fôrmas consistem em, segundo Barros; Melhado; 
Araújo (2006): 
 • Dar forma ao concreto armado.
 • Conter o concreto fresco e sustentá-lo até que atinja resistência 
suficiente.
 • Servir de suporte para o posicionamento das armaduras.
 • Servir de suporte para o posicionamento de elementos de 
instalações e outros itens embutidos.
 • Servir de estrutura provisória para as atividades de armação e 
concretagem.
 • Proteger o concreto novo contra choques mecânicos.
 • Limitar a perda de água de amassamento do concreto, de modo a 
favorecer as reações químicas de cura do cimento.
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O sistema de fôrmas pode ser composto por: molde, estrutura do 
molde, escoramento (cimbramento) e peças acessórias.
O molde, de acordo com Barros, Melhado e Araújo (2006), refere-se 
ao elemento que caracteriza a forma da peça, entrando em contato direto 
com o concreto, definindo o formato e a textura conforme especificações 
de projeto, podendo ser dividido em painéis de laje, fundos e faces de 
vigas e dos pilares.
IMPORTANTE:
A estrutura que apoia fôrmas é denominada de escoramento 
ou cimbramento. Ela atua com o objetivo de transmitir 
os esforços da estrutura do molde para algum ponto 
de suporte na própria estrutura de concreto (BARROS; 
MELHADO; ARAÚJO, 2006).
A estrutura do molde proporciona a sustentação, travamento e 
enrijecimento do molde, garantindo que não se deforme durante as 
atividades de armação e concretagem. A estrutura do molde pode 
ser executada em madeira, materiais metálicos ou misto de madeira e 
elementos metálicos.
A próxima etapa é a montagem das armaduras.
Armaduras para concreto
Barros, Melhado e Araújo (2006) relatam um roteiro para a produção 
de armaduras em concreto armado. 
A produção de armadura em concreto armado tem seu início 
com a compra, recebimento e estocagem. Após essas etapas, inicia-se 
a etapa executiva de corte da armadura. Nessa etapa, os fios e as barras 
podem ser cortados com equipamentos (talhadeiras, tesourões especiais, 
máquinas de corte manuais ou mecânicas) e, eventualmente, discos de 
corte. É muito importante que, nessa fase, tenha-se o cuidado com o 
planejamento de corte do material, otimizando sua utilização, evitando 
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desperdícios e gastos desnecessários (BARROS; MELHADO; ARAÚJO, 
2006).
Ainda, a NBR 6118/2014 (ABNT, 2014) define que as barras das 
armaduras precisam ser ancoradas de forma que as forças a que estejam 
submetidas sejam integralmente transmitidas ao concreto, seja por meio 
de aderência ou de dispositivos mecânicos ou por combinação de ambos.
Após o corte dos fios e barras, a próxima etapa é o dobramento. 
O dobramento é realizado sobre bancadas de madeira, onde fixam-se 
pinos, de modo a facilitar a dobra.
Na sequência, tem-se a montagem da armadura. Nessa etapa, a 
ligação das barras entre si ou com os estribos é feita com a utilização 
de arame recozido. Os arames normalmente indicados são os arames 
recozidos nº. 18 ou nº. 20. 
IMPORTANTE:
A montagem das armaduras deve estar sempre de acordo 
com o projeto estrutural elaborado especificamente para a 
obra em questão.
Após a montagem das armaduras, a etapa seguinte é a concretagem 
das estruturas, composta pelas etapas de lançamento, adensamento e 
cura do concreto. Nesse sentido, o concreto precisa estar compactado 
ao máximo dentro da fôrma. Para garantir um bom adensamento, a NBR 
6118/2014 cita a necessidade de prever, no detalhamento da disposição 
das armaduras, espaço suficiente para a entrada da agulha do vibrador 
(ABNT, 2014).
Na sequência, é preciso realizar a cura do concreto. A cura do 
concreto é o tratamento realizado durante o período de endurecimento, 
apresentando como função evitar a evaporação acelerada da água de 
amassamento.
A cura do concreto tem como objetivo evitar a retração hidráulica 
e garantir a continuidade das reações de hidratação do cimento nas 
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primeiras idades do concreto, quando sua resistência ainda é pequena 
(NEVILLE, 2015).
A etapa de desforma encerra o ciclo de produção das estruturas 
de concreto armado, retirando-se as fôrmas e os escoramentos, após o 
tempo de cura do concreto. O quadro 3 apresenta o tempo de cura do 
concreto.
Quadro 3 - Tempo de cura do concreto
Fonte: Adaptado de Barros; Melhado; Araújo, (2006).
Emendas de barra de aço na armadura do concreto
As barras de aço apresentamusualmente o comprimento igual a 12 
m. Quando na utilização da barra é preciso que ela apresente comprimento 
superior ao encontrado no mercado, é muito comum realizar emendas 
nas barras que vão constituir as armaduras.
Essas emendas podem ser realizadas do tipo: transpasse, luvas 
rosqueadas ou prensadas, solda ou outro dispositivo, desde que 
devidamente justificado.
Nas emendas do tipo solda e luva, o concreto não participa da 
transmissão de forças de uma barra para outra. Nesse sentido, a emenda 
do tipo solda e luva pode ser disposta em qualquer posição, desde que a 
resistência das luvas rosqueadas seja maior que a das barras emendadas 
e que a solda atenda às especificações de controle de aquecimento e 
resfriamento da barra (ABNT, 2014).
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REFLITA:
Normalmente, quando o profissional utiliza um software para 
dimensionar e detalhar as estruturas do concreto armado, 
geralmente, o próprio software especifica o transpasse para 
emendar. Entretanto, em alguns casos, isso irá acontecer na 
obra e você, como profissional, precisa saber como resolver 
a situação sem ter um programa por perto.
Na emenda por transpasse, o concreto participa da transmissão dos 
esforços entre as barras (ABNT, 2014). A NBR 6118/2014 estabelece que 
essa emenda só é permitida para barras de diâmetro com até 32 mm. Para 
barras nervuradas, a emenda, segundo Fusco (1995) pode ser realizada 
de modo que as barras fiquem em contato direto, visto que a presença 
de saliências garante que elas sejam envolvidas pela argamassa. Para 
essa situação, as barras podem ser amarradas com arame recozido para 
garantir a sua posição durante a concretagem.
Traço de concreto
O concreto é uma mistura de aglomerantes, agregados e água 
em determinadas proporções. Na linguagem da Construção Civil, essa 
mistura é chamada de dosagem ou traço.
A dosagem refere-se ao processo de seleção dos componentes 
adequados e a determinação de suas proporções com a finalidade de 
produzir um concreto econômico, com algumas propriedades mínimas: 
trabalhabilidade, resistência e durabilidade (NEVILLE; BROOKS, 2013). 
Com relação aos métodos de dosagem, a literatura relata a do 
Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon) e do American Concrete Institute 
(ACI) (TUTIKIAN; HELENE, 2011).
De acordo com Tutikian; Helene (2011), o método de dosagem do 
Ibracon pode ser classificado como teórico-experimental. Uma das partes 
é executada em laboratório, precedida por uma parte analítica de cálculo. 
O parâmetro mais importante para o método é o fator a/c (FATOR ÁGUA/
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CIMENTO), sem exigir conhecimentos prévios sobre o cimento, as adições 
ou os agregados. 
O fator água/cimento influencia diretamente na porosidade 
capilar da mistura, que, por sua vez, interfere na durabilidade e na 
resistência do concreto. Os poros capilares, que formam uma rede de 
canais intercomunicantes por toda a massa de concreto, decorrem da 
evaporação do excesso de água de amassamento (NEVILLE, 2017).
Neville (2017) reporta que aproximadamente 5% de vazios no 
concreto podem provocar uma redução de aproximadamente 30% na 
resistência à compressão do concreto. Até mesmo 2% de vazios podem 
resultar em uma diminuição de resistência superior a 10%.
IMPORTANTE:
O método Ibracon considera que a melhor proporção entre 
os agregados é aquela que consome a menor quantidade 
de água para obter um dado abatimento requerido, 
avaliando a interferência do aglomerante (cimento + 
adições) na proporção total de materiais.
O objetivo principal do método é fornecer um baixo teor de areia 
para misturas plásticas, possibilitando ao operador identificar se a 
mistura apresenta pouca ou muita argamassa, apenas visualmente. Caso 
seja necessário corrigir o traço pelo baixo teor de argamassa, deve-se 
acrescentar mais areia à mistura, mantendo-se constante o fator a/c 
(TUTIKIAN; HELENE, 2011).
A desvantagem do método é em relação aos materiais, que são 
proporcionalizados a partir de valores tabelados, os quais não abrangem 
todos os materiais existentes.
Após a etapa de dosagem, define-se o traço. O traço refere-se à 
indicação de quantidade dos materiais que constituem o concreto. Dessa 
forma, o traço varia de acordo com a finalidade de uso e com as condições 
de aplicação (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Construção de Edifícios
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Os traços são indicados da seguinte maneira: 1:3:3, 1:3:4, 1:3:6. O 
primeiro algarismo indica a quantidade de cimento a ser usado; o segundo 
algarismo indica a quantidade de areia; e o terceiro algarismo indica a 
quantidade de pedra. Nesse sentido, para o traço 1:3:3, um volume de 
cimento por três volumes da areia.
EXEMPLO: para determinar uma mistura de concreto, se ela for 
composta de um saco de cimento de 50 kg, 100 kg de areia, 200 kg de 
brita 1 e 25 kg de água, usamos o seguinte traço: 
Traço unitário: (cimento: areia: brita: água)
Traço unitário: 50/50:100/50:200/50:25/50
1:2:4:0,50
Quando o traço é executado na própria obra, normalmente os 
profissionais não fazem a medição dos materiais para a concretagem 
em massa, mas sim em volume, como os agregados e a água de 
amassamento. Importante ressaltar que a mudança na forma de medição 
dos materiais, de massa para volume, normalmente resulta na redução do 
controle de qualidade da mistura, como estudamos lá no início do nosso 
e-book.
EXEMPLO
Traço unitário: 1:3:4:0,5 (cimento: areia: brita: água); portanto o traço 
em massa para um saco de cimento de 50 kg: 50:150:200:25.
Em função de um saco de cimento de 50 kg, os demais materiais 
em volume, são determinados por meio da fórmula:
FÓRMULA: 
Dados: massa unitária da areia: ρ areia= 1,51 kg/dm3; massa unitária 
da brita: ρ brita= 1,47 kg/dm3; massa unitária da água: ρ água= 1,00 kg/dm3;
Agora, vamos substituir na fórmula:
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50 : 99,34 : 136,05ε 25
Para a dosagem dos materiais em obras de menor responsabilidade, 
adota-se as padiolas. Padiolas são recipientes utilizados para a dosagem 
dos agregados expressos em volume unitário produzidas em madeira, 
compensado ou aço. Normalmente, são montadas para que consigam 
ser carregadas por dois operários ou sobre rodas. 
Na figura 11, é apresentado um exemplo de padiolas com 
dimensões de base de (45 × 35) cm, e a altura dependerá do volume de 
cada agregado. Observação: as medidas da padiola serão utilizadas nos 
exemplos a seguir.
Figura 11 - Esquema básico para execução de estruturas em concreto armado
Fonte: Adaptado de Torres (2015).
Para facilitar o manuseio, pode-se considerar o peso máximo de 
uma padiola
de 70 kg, podendo variar conforme a disponibilidade da mão de 
obra.
EXEMPLO:
Para o cálculo com o uso da padiola e o traço do exemplo anterior, 
utiliza-se os seguintes cálculos:
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PARA AREIA:
PARA BRITA:
Para uso em obra, o traço pode ser expresso: 1 saco de cimento; 2,5 
padiolas de (35 × 45 × 25,25) cm de areia; 3 padiolas de (35 × 45 × 28,80) cm 
de brita e 25 litros de água.
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que as armaduras para concreto armadura são 
estruturas importantíssimas para as construções e estas 
são executadas seguindo um roteiro, de modo a garantir a 
qualidade e resistência para a estrutura. Você aprendeu que 
o tempo de cura do concreto é um fator muito importante 
para garantir a resistência adequada à estrutura. Ainda, 
você deve ter aprendido sobre as emendas em barras 
de aço, muito utilizadas para montagem das armaduras 
em estruturas de concreto armado. Por fim, você deve 
ter aprendido a realizar cálculos para traço de concreto e 
que nas obras, usualmente, os profissionais não utilizam 
as medições em massa, mas sim em volume. Essa

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