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100 DICAS DE TRABALHO ANA PAULA BLAZUTE RAMIRO HOWES @PROFANABLAZUTE Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 1 100 DICAS DE DIREITO DO TRABALHO Material idealizado para ajudar nos estudos e revisão para o Exame da Ordem, concursos públicos, provas universitárias e até mesmo para conhecimento da matéria de direito do trabalho de uma maneira célere e leve. RAMIRO HOWES Instagram @ramirohowes ANA PAULA BLAZUTE Instagram @profanablazute Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 2 DICA 01 – PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA A instituição de novo regimento interno somente produzirá efeitos para os novos contratos de trabalho a serem firmados. Ou seja, eventuais alterações em regras internas da empresa somente atingirão aos trabalhadores contratados após as referidas alterações. Os trabalhadores contratados antes de tais alterações possuem direito adquirido às antigas regras. Súmula 51 do TST: I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Como caiu na OAB? Reinaldo trabalha em uma empresa cujo regulamento interno prevê que o empregador pagará a conta de telefone celular do empregado, até o limite de R$ 150,00 mensais. Posteriormente, havendo crise no setor em que a empresa atua, o regulamento interno foi expressamente alterado para constar que, dali em diante, a empresa arcará com a conta dos celulares dos empregados até o limite de R$ 50,00 mensais. De acordo com o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta. Gab: A alteração é válida, mas só alcança aqueles admitidos posteriormente à mudança, não podendo então alcançar a situação de Reinaldo. Este princípio é o que tem mais incidência e, por isso, deixamos uma dica só para ele. DICA 02 – OUTROS PRINCÍPIOS • Princípio da primazia da realidade: Pense na seguinte situação: você marca um encontro com um princeso pelo tinder (para quem não sabe, tinder é tipo um ifood de pessoas). Nas fotos parece o Rodrigo Hilbert, mas pessoalmente, parece o Ramiro (Sim! As pessoas mentem na internet). Flopou, certo? Mas qual é a realidade? O que está no tinder, ou que o você viu em carne (muita carne, no caso) e osso? Reparem, que o formal, “os documentos”, podem não corresponder à realidade. Logo, o princípio da primazia da realidade estabelece que a verdade real prevaleça sobre a verdade formal, predominando, portanto, a realidade sobre a forma. Ex: Empregado que tem um salário registrado na carteira, mas recebe um valor por fora. Se demonstrada tal situação na justiça, o “por fora” irá integrar o salário. • Princípio da irredutibilidade de direitos. Art. 9º, CLT: Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 3 impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente consolidação. Ex: Um documento no qual o empregado renúncia seu 13º será considerado nulo. • Princípio da irredutibilidade salarial. Veda-se a redução (diminuição) dos salários dos trabalhadores, exceto na hipótese de convenção ou acordo coletivo (art. 7º, VI da CF/1988). Atenção: Caso seja pactuada cláusula que reduza o salário do empregado, deverá haver garantia de que ele não será dispensado sem justa causa durante o período de vigência do instrumento coletivo. DICA 03 – RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO Relação de trabalho é gênero, da qual a relação de emprego é uma das espécies (há além da relação de emprego, entre outras, estágio, avulso, autônomo e etc.). Para ser relação de emprego, lembre-se de algo etílico e gostoso, mas com a grafia errada =): SHOPP! S ubordinação H habitualidade O nerosidade P essoa física P essoalidade A ausência de qualquer um destes requisitos descaracteriza a relação de emprego (e relaxe: após a prova você irá tomar vários na comemoração – e espero que dedique um em nossa homenagem). Como caiu na OAB? A empresa Infohoje Ltda. firmou contrato com Paulo, pelo qual ele prestaria consultoria e suporte de serviços técnicos de informática a clientes da empresa. Para tanto, Paulo receberia 20% do valor de cada atendimento, sendo certo que trabalharia em sua própria residência, realizando os contatos e trabalhos por via remota ou telefônica. Paulo deveria estar conectado durante o horário comercial de segunda a sexta-feira, sendo exigida sua assinatura digital pessoal e intransferível para cada trabalho, bem como exclusividade na área de informática. Sobre o caso sugerido, assinale a afirmativa correta. Gab: Paulo é empregado da empresa, pois presentes todos os requisitos caracterizadores da relação de emprego. Obs: Súmula 368 do TST: preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. DICA 04 - PEJOTIZAÇÃO Como vimos na dica anterior, dentre os requisitos da relação de emprego temos “pessoa física”. Assim, muitas empresas, no afã de afastar o reconhecimento do vínculo, passaram a contratar trabalhadores, com a presença dos demais requisitos – subordinação, habitualidade, onerosidade e pessoalidade – como se fossem pessoas jurídicas (MEI, por exemplo). Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 4 No entanto, caso estejam presentes os outros requisitos, com base no princípio da primazia da realidade e irrenunciabilidade de direitos, poderá ser reconhecido o vínculo empregatício. Esta matéria apareceu no edital há pouco tempo e nunca foi cobrada. Por isso, tomem cuidado! DICA 05 – EMPREGADO HIPERSUFICIENTE E CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM Por serem bem parecidos, e pelo fato de a FGV estar adorando cobrar estes temas, não confundam: Empregado hipersuficiente (art. 444, parágrafo único da CLT) Arbitragem (art. 507-A da CLT) - Ensino superior completo - Salário IGUAL ou superior a 2x o teto do RGPS. - Remuneração superior a 2x o teto do RGPS. O empregado hipersuficiente é aquele que pode fazer acordo individual, que se sobrepõe aos instrumentos coletivos, nos casos permitidos no art. 611-A, da CLT. Gravem que como ele dispõe sobre regras durante o contrato, ele tem que ter ensino superior. Já o empregado que firma cláusula compromissória de arbitragem, isto é, eventuais dissídios irão para uma corte arbitral, não precisa ter ensino superior. Basta receber ACIMA de 2x o teto do RGPS (regime geral da previdência social). DICA 06 – UNIFORME Esta é uma questão que, assim como o vila, caí. Art. 456-A, CLT. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outrostrabalho aos domingos, será organizada uma escala de revezamento quinzenal que Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 27 favoreça o repouso aos domingos (art. 386, CLT). Esse artigo é polêmico por trazer uma diferenciação substancial entre homens e mulheres. Na prática, há normas coletivas prevendo o RSR de maneira diferente ao consignado no CLT; b) Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força muscular superior a 20 quilos, para o trabalho contínuo, ou 25 quilos para trabalho ocasional, salvo na hipótese de remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer aparelhos mecânicos (art. 390, CLT). c) É vedado publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, idade, cor ou situação familiar, salvo quando a natureza da atividade assim o exigir. (artigo 7, XXX da CF/1988). DICA 51 – EMPREGADO DOMÉSTICO - CARACTERIZAÇÃO Características do vínculo doméstico: a) Prestação de serviço para pessoa ou família; b) Serviços prestados em âmbito residencial; c) Finalidade não lucrativa; d) Trabalho realizado por período superior a 2 dias por semana. DICA 52 – EMPREGADO DOMÉSTICO – DEMAIS DISPOSIÇÕES - Jornada em regime de tempo parcial: até 25 horas semanais, com possibilidade de até 6 horas extas semanais, sendo uma hora extra diária. - É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. Obs: Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo intrajornada poderá ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia. Se o empregador decidir por este desmembramento, deverá ser esta condição anotada na CTPS. - É facultado ao empregado doméstico converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. O abono de férias deverá ser requerido até 30 (trinta) dias antes do término do período aquisitivo. - O empregador é obrigado a ter controle de jornada, independentemente da quantidade de empregados domésticos que empregar. - No tocante à remuneração do período trabalhado em viagem, o art. 11, § 3º, LC nº150/2015 estabelece o pagamento de hora de serviço com adicional de, no mínimo, 25% superior ao valor da hora normal de Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 28 trabalho. Contudo, é possível a conversão do acréscimo na remuneração em banco de horas, que poderá ser utilizado a critério do empregado. DICA 53 – APRENDIZ - Contrato escrito e por prazo determinado. - O contrato de aprendizagem é por prazo determinado e não poderá ser firmado por mais de 2 anos com o mesmo empregador, sob pena de ser convertido em contrato por prazo indeterminado. Esse limite não se aplica ao aprendiz portador de deficiência. - O contrato de aprendizagem se encerrará ao seu termo ou quando o aprendiz completar 24 anos, salvo se portador de deficiência. - As férias deverão ser concedidas durante as férias escolares aos aprendizes menores de 18 anos. - Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será assegurado o salário mínimo hora, e a alíquota de contribuição ao FGTS se dá na proporção de 2% de seu salário bruto. DICA 54 – EMPREGADO RURAL - Empregado rural é toda a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. Mas o que diabos é prédio rústico? É um imóvel situado em zona urbano, com desempenho de atividade rural. - Trabalhador Urbano: adicional de 20% se laborar entre 22h e 5h do dia seguinte. Sua hora noturna, portanto, tem 52’30’’ (cinquenta e dois minutos e trinta segundos). - Trabalhador Rural: adicional de 25% se laborar na lavoura entre as 21h e 5h, ou na pecuária, entre 20h e 4h. Sua hora noturna, portanto, tem 60’ (sessenta minutos). Momento vergonha alheia: na pecuária, lembre-se da vaca: a vaca tem quatro patas, logo, o horário vai até às 4 da manhã. DICA 55 – PROTEÇÃO DO TRABALHO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE - Primeiro ponto mais importante: proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. - Quando o menor de 18 anos for empregado em mais de um estabelecimento as horas de trabalho em cada estabelecimento serão totalizadas. Isto é, o máximo é 44 horas semanais, independente de quantos lugares o menor trabalhar. - Não corre prescrição contra o menor de 18 anos. - O menor de 18 anos pode fracionar suas férias e tem o direito de gozá-las durante as férias escolares. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 29 DICA 56 – TRABALHO PROIBIDO E TRABALHO ILÍCITO Trabalho proibido é aquele prestado em desacordo com as normas de proteção trabalhista, mas que gera os efeitos do contrato de trabalho, tal como o trabalho do menor de 16 anos. Trabalho ilícito é aquele em que o próprio objeto de trabalho é algo ilícito como, por exemplo, a exploração sexual. Caso o menor venha a trabalhar com menos de 16 anos, mediante subordinação e os demais requisitos do vínculo de emprego, deverá receber remuneração pelo serviço prestado, sob pena de enriquecimento ilícito do empregador em detrimento do empregado, além de ser reconhecido o contrato de trabalho entre as partes. Neste sentido esta garantia constitucional que busca proteger o menor não pode ser aplicada em seu desfavor. Cuida-se de um trabalho proibido. Cumpre ressaltar que esta proteção, no tocante às atividades prejudiciais à saúde, ocorre em razão do estágio de desenvolvimento. Assim sendo, mesmo que o menor seja emancipado pelo casamento, por exemplo, persiste a proibição de prestar serviços em atividades insalubres, perigosas e em horário noturno. Obs: Nos termos do artigo 1º, parágrafo único da CLT, é vedado o exercício do labor doméstico aos menores de 18 (dezoito) anos. Para o labor no serviço de vigilância a idade mínima é de 21 anos e nos serviços de mãe- social a idade mínima é de 25 anos. DICA 57 – REINTEGRAÇÃO E READMISSÃO Na reintegração o empregado volta a laborar na empresa e recebe por todo período o qual ficou afastado. Já na readmissão o empregado retorna à empresa, mas sem receber pelo período que ficou afastado. DICA 58 – ESTABILIDADES – ASPECTOS GERAIS (i) Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de motivo de força maior, ao empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão do contrato por prazo indeterminado, paga em dobro. (lembrar do princípio da alteridade, cujo risco da atividade econômica é do empregador). Entende-se que esta rescisão em dobro é aplicável aos com estabilidade decenal. (ii) Não haverá estabilidade no exercício dos cargos de direção, gerência ou outros de confiança imediata ao empregador, ressalvado o cômputo do tempo de serviço para todos os efeitos legais. (iii) Ao empregado estável que deixar o cargo de confiança é assegurada, salvono caso de falta grave, a reversão ao cargo efetivo que haja anteriormente ocupado. (iv) O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito com a assistência do Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 30 respectivo sindicato e, se não o houver, perante a autoridade local competente do Ministério do Trabalho ou Justiça do trabalho. DICA 59 – ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA ACIDENTÁRIA: 12 meses após a cessação do benefício previdenciário. Obs 1: Súmula 378 do TST: I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. Obs 2: As únicas estabilidades que persistem nos contratos por prazo determinado são as: da gestante e a de acidente de trabalho ou doença ocupacional. DICA 60 – ESTABILIDADE DO DIRIGENTE SINDICAL DIRIGENTE SINDICAL: Desde o registro da sua candidatura, até o período de um ano após o final do mandato. Obs: Súmula 369, TST: I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. DICA 61 – ESTABILIDADE DA CIPA (COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES) A estabilidade do membro da CIPA é prevista no art. 10, II, “a” do ADCT, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. Tal estabilidade é estendida aos suplentes também. A despedida de membros estáveis da CIPA, nos termos do artigo 165 da CLT poderá se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Assim, por exemplo, extinto o estabelecimento não há o que se falar de estabilidade. As CIPA’s são disciplinadas pela Norma Regulamentadora nº. 5 do MTE. (mandato de um ano com uma reeleição; representantes dos empregados e empregadores com Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 31 igual número de suplentes; presidente escolhido pelo empregador, número de membros variados em consonância com o número de empregados das empresas, etc). Anota-se que a estabilidade dos membros da CIPA estende-se apenas àqueles que representam os empregados, não alcançando os dirigentes da CIPA que representam o empregador. DICA 62 – COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA A estabilidade dos membros da CCP, positivada no artigo 625-B, § 1º da CLT constitui uma figura controversa, pois existem duas grandes correntes doutrinárias a respeito de tais pontos. De qualquer sorte, é necessário saber que a estabilidade é de 1 (um) ano após o término do final do mandato. Eventual questão discorrendo sobre o termo inicial desta estabilidade, seria passível de se recorrer. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros e conciliará exclusivamente conflitos que envolvam trabalhadores pertencentes à categoria profissional e à base territorial das entidades sindicais que as tiverem instituído. Não é mais obrigatório submeter o dissídio à CCP antes do ajuizamento da demanda perante o juiz do trabalho. DICA 63 – OUTRAS ESTABILIDADES (i) Membros do conselho curador do FGTS: Estabilidade desde a nomeação até um ano após o término do mandato, somente podendo ser dispensado por motivo de falta grave, devidamente apurada por meio de processo sindical. O Conselho é um colegiado tripartite composto por entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e representantes do Governo Federal. (ii) Empregados membros do CNPS (conselho nacional da previdência social): Estabilidade desde a eleição até um ano após o término do mandato, somente podendo ser dispensado por motivo de falta grave, devidamente comprovada por inquérito. (iii) Empregados eleitos diretores de sociedades cooperativas Estabilidade desde o registro da candidatura até um ano após o término do mandato, somente podendo ser dispensado por motivo de falta grave, devidamente comprovada por inquérito. OBS: OJ-SDI-253: O art. 55 da Lei nº 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos diretores de Cooperativas, não abrangendo os membros suplentes. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 32 (v) Representantes dos empregados nas empresas com mais de 200 empregados A Lei nº. 13.467/2017 acrescentou à CLT os artigos 510-A ao 510-D para criar a estabilidade dos representantes dos empregados nas empresas com mais de 200 empregados, com a finalidade de promover o entendimento direto com os empregadores, estando em compasso com disposto previsto no artigo 11 da CF/1988. A estabilidade supracitada será desde o registro da candidatura até um ano após o final do mandato. Cuida-se de estabilidade relativa, pois o empregado poderá ser despedido por motivos técnicos, financeiros, disciplinares e econômicos. O número de representantes varia de 3 a 7 empregados eleitos (por Estado) de acordo com o número de empregados que a empresa possuir e, se tiver filiais em mais de um estado, será feita a comissão em cada Estado. (Nas empresas com mais de 200 até 3 mil empregados: 3 membros; nas empresas com mais de 3 mil até 5 mil empregados: 5 membros; nas empresas com mais de 5 mil empregados: 7 membros.). Não poderão se candidatar ao cargo de representante o empregado contratado por prazo determinado; os que estiverem com o contrato suspenso; e os que estiverem no aviso prévio, ainda que indenizado. DICA 64 – DURAÇÃO DO TRABALHO Art. 7º, CF/88: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. DICA 65 – TEMPO À DISPOSIÇÃO Art. 4º, CLT - Considera-se como de serviço efetivoo período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. § 1o Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho. § 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: I - práticas religiosas; II - descanso; III - lazer; IV - estudo; V - alimentação; VI - atividades de relacionamento social; VII - higiene pessoal; VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 33 DICA 66 – SOBREAVISO E PRONTIDÃO Além da regra pertinente ao artigo 4º da CLT, tem-se no ordenamento jurídico outras formas de flexibilização do tempo à disposição ao empregador, mormente a prontidão e o sobreaviso. O primeiro caso refere-se à prontidão, na qual o empregado permanece nas dependências da empresa aguardando ordens. Nesse caso, o trabalhador não prestará serviços, mas receberá 2/3 do horário normal em razão do tempo à disposição, podendo ficar em prontidão, por no máximo, 12 horas. A segunda hipótese refere-se ao sobreaviso, que consiste na possibilidade de o empregado permanecer em sua residência ou em outro local combinado aguardando ordens da empresa. Nesse caso, o trabalhador não prestará serviços, mas receberá 1/3 da hora normal e poderá ficar nesse regime, por no máximo, 24 horas. Obs: Súmula 428, TST: I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso. II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. DICA 67 – FORMAS DE PRORROGAÇÃO DE JORNADA (i) Mediante acordo individual, acordo ou convenção coletiva, em número não excedente a 2 horas, com pagamento da remuneração do serviço extraordinário, no mínimo, em 50% a do normal (art. 59, CLT). Obs: Poderá exceder este limite em duas situações: a) serviços inadiáveis que possam acarretar graves prejuízos (neste caso até o total de 12 horas de trabalho, com o adicional de 50%); b) por motivo de força maior. (ii) por compensação de jornada Compensação da jornada dentro do período de um 1 (um) mês Poderá ser realizada por acordo individual – escrito, ou verbal –, acordo ou convenção coletiva. Compensação em até 6 (seis) meses Poderá ser realizada por acordo individual ESCRITO, ou por acordo ou convenção coletiva. Compensação em até 1 (um) ano Poderá ser realizada APENAS por acordo ou convenção coletiva. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 34 Obs: A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas. DICA 68 – EMPREGADOS QUE NÃO SE SUBMETEM A CONTROLE DE JORNADA Art. 62, CLT - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. III - III - os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou tarefa. Muito cuidado!! A MP 1.108/2022 alterou a redação do artigo acima. DICA 69 – TELETRABALHO Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a prestação de serviços fora das dependências do empregador, de maneira preponderante ou não, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação, que, por sua natureza, não se configure como trabalho externo. Ou seja, o fato de ir ao estabelecimento não descaracteriza o teletrabalho, mas a atividade fora deve ser preponderante. A alteração do regime PRESENCIAL para o TELETRABALHO depende de anuência do empregado. A alteração do regime de TELETRABALHO para o PRESENCIAL NÃO depende de anuência do empregado, mas deve ser concedido um prazo mínimo de 15 dias para a transição. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. DICA 70 – TELETRABALHO i) O tempo gasto com equipamentos necessários ao teletrabalho, fora da jornada normal de trabalho, caracteriza tempo à disposição? Ainda está dispensado o controle de jornada em relação os trabalhadores de teletrabalho? Sim e não. $ Ótima resposta, Ramiro! ¬¬ Bom, a MP mantém a desnecessidade de controle de jornada do trabalhador em teletrabalho, mas apenas em relação aos trabalhadores em teletrabalho que prestam SERVIÇO POR PRODUÇÃO OU TAREFA. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 35 Não! Nossa! Que resposta bruta! Pense na seguinte situação: a empresa fornece um equipamento celular que será utilizado pelo trabalhador durante o horário fixado para o teletrabalho. O fato de o empregado ficar assistindo vídeos de trends no tiktok vai caracterizar tempo à disposição do empregador? E, mais uma vez, a reposta é não. Aqui, temos a reiteração daquilo que já era consignado no art. 4º da CLT. Contudo, é importante frisar que se houver previsão no contrato (e não para assistir tiktok, evidentemente), a utilização de equipamentos tecnológicos e de infraestrutura necessária, e de softwares, de ferramentas digitais ou de aplicações de internet utilizados para o teletrabalho, poderá ser caracterizado como jornada de trabalho. Ex: É fixado no contrato que toda vez que o empregado tiver que acessar o sistema intranet de uma empresa, isso será computado como jornada. Assim, Chris, que é empregado da empresa Todo Mundo Odeia o Chris S/A, acessa o sistema um dia, fora do seu horário de trabalho, para adiantar um determinado serviço, este tempo o qual ele ficou logado no sistema contará como jornada de trabalho. ii) Estagiários e aprendizes podem laborar em teletrabalho? Sim! Há quem diga que estagiário não é gente, mas ainda assim, tanto ele, como os aprendizes podem laborar em teletrabalho DICA 71 – TELETRABALHO i) E se o empregado em teletrabalho trabalhar em outra localidade que não a da sede da empresa? Pense na seguinte situação: Pessoa Grosseiraé empregada da empresa a Culpa não é minha: tenho a lua em áries ltda. A empresa fica sediada em Pintópolis – MG. No entanto, a empregada tem feito seu trabalho em regime de teletrabalho em Rolândia – PR. A convenção coletiva da categoria da empregada, no Estado do Paraná (o qual a empregada se encontra) tem previsão de pagamento de horas extras com adicional de 100%. Já a convenção coletiva de Minas Gerais (local da sede da empresa) tem previsão de pagamento de horas extas com adicional de 75%. Qual instrumento coletivo será aplicado? O instrumento coletivo a ser aplicado será o de Minas Gerais, que é a base territorial do estabelecimento do empregador. Isso porque a MP estabelece, no § 7º do art. 75-B da CLT que “aos empregados em regime de teletrabalho aplicam-se as disposições previstas na legislação local e nas convenções e acordos coletivos de Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 36 trabalho relativas à base territorial do estabelecimento de lotação do empregado.”. ii) Há trabalhadores que têm prioridade na adoção do regime de teletrabalho? Sim: empregados com deficiência e empregados que tenham filhos ou criança sob guarda judicial até quatro anos de idade. DICA 72 – TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO Cai mais que o Neymar, então, preste atenção! Art. 7º, CF/88(...) XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; Em suma, a FGV irá colocar um caso de alguém que dentro do mesmo mês trabalha no turno noturno e no diurno (isso caracteriza o turno ininterrupto), em um total de 8 horas diárias e irá lhe perguntar se há horas extras. Se houver previsão desta possibilidade em Acordo ou Convenção Coletiva NÃO há horas extras. Se não houver previsão em negociação coletiva, passou da 6ª hora, é hora extra. DICA 73 – 12X36 É facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. A remuneração mensal pactuada na jornada 12x36 abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver. DICA 74 – INTERVALO INTERJORNADA E INTRAJORNADA O intervalo interjornada é entre um dia de trabalho e outro e deve ser de, no mínimo, 11 horas. Já o intervalo intrajornada é dentro do próprio dia de trabalho e segue as seguintes regras: a) Jornada até 4 horas: não há previsão de intervalo intrajornada; b) Jornada que exceder 4 horas, dentro do limite de 6 horas: 15 minutos de descanso. c) Jornada acima de 6 horas: mínimo 1 (uma) hora de descanso e máximo de 2 (duas) horas, salvo em caso de negociação coletiva (art. 71 da CLT). Esse limite mínimo de 1 (uma) hora de intervalo para repouso e Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 37 alimentação poderá ser diminuído por deliberação do MTE, após prévia fiscalização da empresa, onde fique comprovado que o estabelecimento possui refeitório de acordo com os padrões fixados em norma específica, e que os empregados não estejam submetidos à jornada suplementar. Poderá também esse limite ser reduzido para até 30 minutos diários a depender da disposição em acordo ou convecção coletiva. Obs 1: Art. 71 (...), CLT: § 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Obs 2: alguns intervalos importantes que caso não sejam observados refletem em horas- extras e implicam em multas aplicadas por auditores fiscais do trabalho. Anota-se que esses intervalos são computados como jornada de trabalho efetiva, isto é, são intervalos remunerados: a) Serviços de mecanografia e digitação: cada período de 90 minutos de trabalho contínuo corresponderá a um intervalo remunerado de 10 minutos (art. 72 da CLT). b) Serviços frigoríficos e câmaras frias: cada 1h40min de trabalho contínuo corresponderá a um intervalo remunerado de 20 minutos (art. 253 da CLT e súmula 438 do TST). c) Minas de subsolo: cada 3 horas trabalhadas corresponde a um intervalo de 15 minutos (art. 298 da CLT). d) Amamentação: até que a criança complete 6 meses de vida, a mulher terá direito a dois intervalos de 30min durante a jornada de trabalho. Esse período poderá ser ampliado em razão do estado de saúde do filho. DICA 75 – FÉRIAS - Regra: 30 dias - Pagas com adicional de 1/3 - É possível “vender” até 1/3 das férias (Abono pecuniário. Ex: Goza 20 dias de férias e trabalha 10 recebendo por estes dias de trabalho, além do valor das férias para estes dias). - O pagamento das férias, bem como o do abono pecuniário, deverá ocorrer em até 02 (dois) dias antes do início das férias. Se não houver a observância desse prazo, as férias deverão ser pagas em dobro. Também deverão ser pagas em dobro, se as férias não forem concedidas no prazo do período concessivo. - Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. DICA 76 – REDUÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS - Dias de férias x faltas injustificadas: A dica é lembrar-se da posição 69 (quem não sabe o que é, dê uma pesquisada no Google: há vídeos bem educativos). Você pode treinar com seu crush hoje como forma de estudo, inclusive. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 38 A CADA PERÍODO AQUISITIVO DE 12 MESES Número de dias de férias (SEMPRE DIMINUI DE 6 EM 6) ↓ 6 Faltas injustificadas (AUMENTAM DE 9 EM 9) ↑ 9 30 Até 5 dias 24 De 6 a 14 dias (notem que 5 + 9 = 14) 18 De 15 a 23 dias 12 De 24 a 32 Perdeu playboy Acima de 32 dias DICA 77 – PERDA DO PERÍODO DE FÉRIAS Há 04 (quatro) hipóteses previstas no artigo 133 da CLT em que o empregado perderá o direito às férias. Após a perda do direito às férias em razão de uma das hipóteses a seguir, iniciar-se-á um novo período aquisitivo tão logo o empregado retorne ao trabalho. Ademais, nas hipóteses abaixo, o empregador continua obrigado a pagar o adicional de 1/3 de férias. 1ª) Recebimento de benefício previdenciário por mais de 06 (seis) meses, ainda que descontínuos; 2º) paralisação da empresa por mais de 30 (trinta) dias; 3ª) gozo de licença remunerada por mais de 30 (trinta) dias; 4ª) saída do emprego sem nova admissão em 60 (sessenta) dias. DICA 78 – SUBSTITUIÇÃO Súmula 159 do TST. SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO: I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. II - Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor. DICA 79 – FÉRIAS COLETIVASAs férias coletivas poderão ser concedidas a todos os empregados da empresa ou apenas a setores da Logo, * Substituição provisória/temporária – o substituto faz jus ao mesmo salário do substituído. * Substituição definitiva - não faz jus ao mesmo salário. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 39 empresa, nos termos do artigo 139 da CLT. Verifica-se que o empregador é quem decidirá sobre a concessão ou não das férias coletivas. Tal quais as férias regulares, o prazo para pagamento é de dois dias antes do início das férias, com o pagamento do adicional de um terço. Há possibilidade de fracionamento das férias coletivas em até duas vezes, não podendo ser nenhum dos períodos inferiores a 10 dias (o que difere da regra geral das férias). Com relação ao abono pecuniário de férias (venda de férias) de até 1/3 do período deverá ser tratado entre a empresa e o sindicato que representa a categoria profissional, via acordo coletivo. No que tange à comunicação, esta deverá ser prévia no prazo de 15 dias ao MTPS. Nessa comunicação a empresa deverá informar as datas de início e fim e quais estabelecimentos ou setores serão abrangidos. Também deverá haver a comunicação com 15 dias de antecedência ao Sindicato da Categoria Profissional, além de afixar avisos nos locais de trabalho. Registra-se que as ME e EPP estão dispensadas da comunicação prévia ao MTPS. Por derradeiro, insta salientar que os empregados admitidos a menos de 12 meses gozarão férias proporcionais com os demais trabalhadores da empresa. Neste caso, o empregado terá direito ao terço constitucional apenas dos dias que já conquistou o direito às férias. Nos demais, o empregador pagará salário normal, tornando-se licença remunerada ao obreiro. DICA 80 – SALÁRIO E REMUNERAÇÃO ● Remuneração = salário + gorjetas. ● Salário = contraprestação paga diretamente pelo empregador, seja em dinheiro, seja em utilidades (alimentação, habitação, etc). - O salário deve ser pago até o 5º dia útil do mês subsequente à prestação do serviço. DICA 81 – GORJETA Malgrado integre a remuneração, a gorjeta não servirá de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e RSR, nos termos da súmula 354 do TST. (Eu lembrava com o mnemônico NÃO AP AN HE RSR NÃO – não integra AP – aviso prévio AN – adicional noturno HE – horas extras RSR – repouso semanal remunerado) DICA 82 – SALÁRIO IN NATURA No salário utilidade ocorre a substituição da parte paga em dinheiro por utilidades que seriam adquiridas pelo empregado. Ex: moradia e alimentação. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 40 - Para ser configurado o salário in natura, é necessária a existência de dois requisitos: habitualidade e gratuidade. - É vedado o pagamento de utilidades em cigarros, cervejas ( ), drogas e afins. - Um pequeno macete para saber se determinada verba pode ser considerada salário in natura ou não, a exceção do rol constante no art. 458, § 2º da CLT, é verificar se a utilidade é fornecida pelo serviço ou para o serviço: a) se a utilidade é fornecida como uma vantagem PELO serviço prestado terá natureza salarial. Ex: funcionário que trabalha bem ganha cesta básica. b) se a utilidade é fornecida PARA que haja a prestação dos serviços, não terá natureza salarial. Ex: fornecimento de EPI ou moradia cedida ao zelador de um edifício. Obs 1: O art. 457, § 2º da CLT traz algumas utilidades que não poderão ser consideradas como salário, a saber: I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; II – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; Obs: vale-transporte também não tem natureza salarial. Destaca-se que o vale- transporte só é devido àqueles que utilizam o transporte público e que o empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico. IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; V – seguros de vida e de acidentes pessoais; VI – previdência privada; VI - VETADO VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. Obs 2: também não terão natureza salarial: a) Participação nos lucros e resultados da empresa (art. 7º, X da CF/88 e Lei nº. 10.101/2000): só poderá ser paga uma por semestre até o máximo de duas vezes ao ano e necessita de negociação coletiva. b) Ajuda de custo: parcela de natureza indenizatória cuja finalidade é reembolsar despesas efetuadas pelo empregado. Ex: despesas em razão de transferência do empregado que deverão ser pagas pelo empregador (art. 470, CLT). c) Auxílio-alimentação: vedado seu pagamento em dinheiro. d) Diáras para viagem: contraprestação para custear trabalho do empregado fora da localidade de prestação habitual de serviços. e) Vale-transporte: art. 458, § 2º, III da CLT. Lei 7418/1985. f) Salário-família: art. 7º, XII, da CF/88. g) PIS/PASEP: Pasep = programa de formação do patrimônio do servidor (BB) Pis = Plano de integração nacional (Caixa). O PIS/PASEP são contribuições sociais de natureza tributária paga pelo empregador e destinada ao fundo que irá arcar com o seguro-desemprego. h) stock option: quer dizer opção de compra. Possibilita que o empregado compre ações da empresa a preço pré-fixado e geralmente mais baixo no intuito de estimular a produção. i) Prêmios: valor pago um desempenho considerado extraordinário. Obs 3: o salário não poderá ser pago exclusivamente em utilidades, devendo, pelo Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 41 menos, ser 30 % pago em dinheiro. (art. 458, § 1º c/c art. 82 da CLT). DICA 83 – TABELA DE NATUREZA DAS VERBAS TRABALHISTAS A FGV gosta de cobrar perguntas atinentes à natureza das verbas trabalhistas. Para facilitar o estudo, elaboramos uma tabela comparativa. Lembre-se que as verbas de natureza indenizatória não refletem em outras verbas. Parcelas salariais Parcelas indenizatórias -Comissão e porcentagem -Gratificações -Quebra de caixa -Adicionais salariais: *Hora extra *Noturno *Transferência *Insalubridade *Periculosidade -Participação nos lucros e resultados -Ajuda de custo -Auxílio alimentação (vedado o pagamento em dinheiro) -Diárias para viagem -Prêmios -Vale-transporte -Salário-família -Assistência médica hospitalar -Previdência privada -Seguro de vida -Vale cultura DICA 84 – EQUIPARAÇÃO SALARIAL Art. 461, CLT. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. § 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função nãoseja superior a dois anos. § 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público. § 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional. § 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. § 5o A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria. § 6o No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. DICA 85 – ATIVIDADES PENOSAS Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 42 A CF/88 prevê em seu artigo 7º, XXIII o direito social do “adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei”. O adicional de penosidade não foi regulamentado em nosso ordenamento jurídica. Cuida-se, pois, de norma de eficácia limitada. Como caiu na OAB? Os direitos constitucionais relacionados a seguir já foram regulamentados por Lei, à exceção de um. Assinale-o. Gab: Adicional por atividade penosa. DICA 86 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE Adicional – calculado sobre o salário mínimo: - 10% - grau mínimo - 20% - grau médio - 40% - grau máximo DICA 87 – DEMAIS ASPECTOS DA INSALUBRIDADE Não há direito adquirido ao adicional de insalubridade, bem como ao adicional de periculosidade, uma vez que cessada essas condições, cessa o pagamento do adicional. (essa regra, contudo, não se aplica para a gestante ou lactante afastada do ambiente insalubre). Súmula 47 do TST: O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional. A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade. Ou seja, o juiz não fica adstrito ao agente agressor indicado pela parte. O empregado não poderá fazer horas extras nas atividades insalubres, salvo prévia liberação pela autoridade competente em medicina e segurança do trabalho (art. 60, CLT). Tal dispositivo poderá ser afastado por acordo ou convenção coletiva, consoante demonstrado no tópico subsequente. Nos termos do artigo 611-A da CLT, XII, a convenção coletiva do trabalho ou o acordo coletivo terá prevalência quanto à lei quando dispor sobre o enquadramento do grau de insalubridade e a prorrogação de jornada em ambientes insalubres. DICA 88 – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - Adicional: 30% sobre o salário base. - Atividades que são consideradas perigosas (ao contrário da insalubridade, na periculosidade a própria CLT indica quais são as atividades, então, fique esperto(a)): a) contato com explosivo ou inflamável; b) contato com eletricidade; c) serviço de segurança pessoal ou patrimonial; Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 43 d) atividades em motocicletas. Diferente da insalubridade que você não precisa saber quais situações se enquadram como atividade insalubre, as atividades perigosas, por estarem disciplinadas na própria CLT, você tem que se lembrar. Logo, usei o paint para lhe ajudar a lembrar: DICA 89 – DEMAIS ASPECTOS DA PERICULOSIDADE Assim como no caso do adicional de insalubridade, nos termos da súmula 364 do TST, as atividades exercidas de forma intermitente (descontínuo, mas diário) geram o direito ao pagamento do adicional de periculosidade. Por outro lado, as atividades eventuais não geram tal direito. Obs 1: Súmula 191. Periculosidade. Base de cálculo. I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico. III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT. DICA 90 – CUMULAÇÃO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE COM ADICIONAL DE INSALUBRIDADE Não há possibilidade de cumularem-se os dois adicionais, tendo o trabalhador, no caso concreto, optar por um deles (art. 193, § 2º, CLT). Ex: um obreiro que trabalhar de segurança em um hospital, terá que optar pelo pagamento de um dos adicionais. DICA 91 – FGTS O FGTS é uma “poupança forçada”, suportada exclusivamente pelo empregador, que se destina à indenização por tempo de serviço do empregado. Todos os meses, ao quitar o salário e demais adicionais, o empregador deverá depositar numa conta vinculada do trabalhador 8% de sua remuneração. Exemplo: Empregado recebe R$ 1.000,00 (mil reais) de salário. Logo, o empregador deverá depositar R$ 80,00 (oitenta reais) na conta vinculada do trabalhador a título de FGTS. DICA 92 – MOVIMENTAÇÃO DO FGTS Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 44 O art. 20 da Lei nº. 8.036/1990 trazido à baila contempla as hipóteses de movimentação. Destas, as que costumam ter mais incidência em prova são: - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior; - aposentadoria; - falecimento do trabalhador; - ficar sem movimentar a conta vinculada por mais de 3 (três) anos; - compra de prótese e órtese; - doença grave; - quando completar 70 (setenta) anos em diante; - quando é trabalhador avulso e fica a partir de 90 (noventa) dias sem movimentar a conta; - trabalhador residente em áreas atingidas por calamidade pública reconhecida pelo Governo Federal. DICA 93 – SAQUE-ANIVERSÁRIO Em 2019 foram criadas novas possibilidades de movimentação, que se encontram consignadas no artigo 20-A da Lei nº. 8.036/1990, a saber: Art. 20-A. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito a somente uma das seguintes sistemáticas de saque: I - saque-rescisão; ou II - saque-aniversário. § 1º Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à mesma sistemática de saque. § 2º São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o caput as seguintes hipóteses de movimentação de conta:I - para o saque-rescisão - aquelas previstas no art. 20, exceto quanto àquela prevista em seu inciso XX; e II - para o saque-aniversário - aquelas previstas no art. 20, exceto quanto àquelas previstas em seus incisos I, I-A, II, IX e X. Com efeito, atualmente o trabalhador deverá optar entre a modalidade de saque-rescisão, ou saque-aniversário. A opção de uma delas, afasta o processamento das regras da outra. No entanto, o trabalhador poderá modificar o regime de saque, mediante pedido, observada a carência de 24 meses completos e, portanto, sendo efetivada no primeiro dia do vigésimo quinto mês subsequente ao da solicitação. DICA 94 – DO AUXÍLIO- ALIMENTAÇÃO Conforme mencionado anteriormente, o auxílio-alimentação não pode ser pago em dinheiro, sob pena de se configurar parcela de natureza salarial. Isso posto, destacamos algumas perguntas que a banca pode lhe fazer. Posso usar o valor recebido no auxílio-alimentação para comprar flores para a cremosa? Não. O auxílio-alimentação deverá ser utilizado exclusivamente para o pagamento de refeições em restaurantes e estabelecimentos similares ou para a aquisição de Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 45 gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais. Lembrando que nos termos do art. 457, § 2º da CLT para que o auxílio- alimentação não tenha natureza salarial, ele não pode ser pago em dinheiro. Assim, deverá ser pago via convênio com cartões, por exemplo. Logo, não posso usar este cartão para comprar algo que não seja refeição, ou gênero alimentício A empresa emissora do cartão auxílio-alimentação pode responder na hipótese de desvirtuamento do auxílio, ou apenas o empregador responde? Outras empresas também podem responder? A empresa emissora também responde com a possibilidade de aplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), aplicada em dobro em caso de reincidência ou embaraço à fiscalização, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades cabíveis pelos órgãos competentes. Anota-se que em ambas as situações (questão 15 e 16), os critérios de cálculo e os parâmetros de gradação da multa serão estabelecidos em ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência. Aliás, o estabelecimento que comercializa produtos não relacionados à alimentação do trabalhador também poderá responder. Ex: Capricórnio foi à loja Mão de Vaca e Murrinha ltda. e comprou com o cartão do auxílio-alimentação pneus novos para sua mobilete. Neste caso, a empresa que vendeu os pneus também poderá ser penalizada. DICA 95 – GARANTIAS DE PROTEÇÃO AO SALÁRIO a) Princípio da irredutibilidade salarial (art. 7, VI da CF/88): Em regra, o empregador não poderá, por ato unilateral, reduzir o salário do empregado. Há possibilidade de redução do salário, excepcionalmente, via negociação coletiva (acordo ou convenção coletiva). Atentem-se para o teor do artigo 503 (redução do salário por motivo de força maior) da CLT que não foi recepcionado pela Constituição, não estando mais em vigor. b) intangibilidade salarial (artigo 462, CLT): Essa garantia veda descontos ilegais e abusivos sejam efetuados pelo empregador no salário, exceto nos casos de: (i) descontos em razão do salário-utilidade (in natura); (ii) descontos em razão de dano causado pelo empregado. Nesta hipótese, se o dano se der com dolo, o desconto será sempre possível. Se o dano ocorrer com culpa, o desconto será possível desde que previsto no contrato de trabalho ou norma coletiva; (iii) adiantamentos salariais; (iv) descontos legais (pensão alimentícia, por exemplo) e convencionais (acordo coletivo, súmula 342 do TST ). c) vedação ao truck-system: truck-system é o pagamento do salário por meio de vales ou bônus para compra de produtos em armazém mantido pelo empregador. d) proteção do salário em face dos credores do empregador: Deve se ressaltar que o risco da atividade é exclusivo do empregador. Assim sendo, em caso de falência, o salário constitui crédito privilegiado (limitado até 150 salários- mínimos por trabalhador). Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 46 e) proteção em face dos credores do próprio empregado: o salário do empregado é impenhorável, mesmo quando depositado em conta-corrente, exceto em relação ao pagamento de prestações alimentícias. Impende ressaltar que o TST, por meio de sua IN-39/2016, entendeu ser aplicável ao processo do trabalho o art. 833, § 2º do CPC/2015, que possibilita a penhora do salário, vencimentos, subsídios, soldos, dentre outros, quando a importância a ser penhorada exceder a 50 (cinquenta) salários mínimos. Obs: o salário deve ser pago em moeda do país, entendendo-se como não realizado se for pago em outra moeda (art. 463). DICA 96 – GRATIFICAÇÃO NATALINA (13º) O décimo terceiro salário tem guarida constitucional e regulamentação pela Lei nº. 4.749/1965 e Decreto 57.155/1965. O artigo 1º do aludido decreto preconiza que o pagamento dessa gratificação deverá ocorrer até o dia 20 de dezembro de cada ano, compensada eventual importância que eventualmente tenha sido adiantada Já o artigo 2º da Lei retro citada dispõe que, entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação de natal, de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior. Registra-se que o empregador não está obrigado a pagar o adiantamento, no mesmo mês, a todos os empregados. O adiantamento será pago na ocasião das férias do empregado sempre que este o requerer no mês de janeiro do correspondente ano. Urge ressaltar que fração igual ou superior a 15 (quinze) dias trabalhados, dentro do período de um mês, caracterizará mês completo para o cálculo do pagamento proporcional dessa parcela. Ex: Empregado que entra na empresa no dia 10 de junho, terá junho computado como proporcional para o 13º. Já o empregado que entrar na empresa após o dia 16 do mesmo mês, não terá junho no cálculo de sua gratificação natalina. DICA 97 – COMISSÕES E PORCENTAGENS A comissão é gênero, do qual a percentagem é espécie. As comissões se referem a um valor determinado, como R$ 10,00 reais por unidade vendida. A percentagem, como o próprio nome indica, é um porcentual sobre as vendas (5% sobre as vendas), não tendo um valor determinado em numerário. Com relação às comissões convém anotar que nada impede que o empregado receba seu salário exclusivamente à base de comissões. Todavia, se no final do mês, as comissões auferidas não alcançarem um salário-mínimo, deverá o empregador complementar o pagamento, até aquele valor, vedado Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 47 qualquer desconto no salário do trabalhador no mês seguinte. Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem. § 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação. § 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens devidas na forma estabelecida por este artigo. DICA 98 – QUEBRA DE CAIXA Paga com habitualidade para compensar o riscoexercido pelos trabalhadores que lidam com dinheiro. Essa parcela é paga, mensalmente, independentemente de ocorrer o desfalque no caixa. Se ocorrerem eventuais diferenças de numerário quando do fechamento do caixa, é lícito o desconto dessa gratificação denominada quebra de caixa, pois o empregado está ciente de eventuais danos que pode causar. Não é obrigatório pela legislação trabalhista, embora, via de regra, haja previsão em negociações coletivas. DICA 99 – SALÁRIO FAMÍLIA Previsto no art. 7º, XII da CF/1988, O salário-família é um benefício previdenciário pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda, devido ao segurado que tiver filho ou equiparado de qualquer condição, até os 14 anos de idade, ou inválido de qualquer idade. Quem paga o salário-família é o empregador e a Previdência fica responsável por seu reembolso, mediante abatimento na guia de contribuições previdenciárias. A cota do salário-família não se incorpora, para qualquer efeito, ao salário ou benefício. Tem que provar a vacinação para filhos até 6 anos e frequência escolar para filhos a partir dos 7 anos. DICA 100 Estudem, revisem e não troquem de assertiva na hora da prova, a não ser que tenham certeza da troca. Mais dicas de direito do trabalho no perfil do instagram e tiktok @ramirohowes. Dúvidas, elogios, críticas, mágoas, recalque... Não deixem de nos contactar. É de suma importância para continuidade deste trabalho =) Excelente prova, meus amigos! Prof tá mandando toda boa energia do mundo. :* Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14itens de identificação relacionados à atividade desempenhada. Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum. DICA 07 – TRABALHADOR AVULSO O trabalhador avulso é pessoa física que presta serviços sem vínculo empregatício, de natureza urbana ou rural, a diversas pessoas, sendo sindicalizado ou não, com intermediação obrigatória do Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 5 sindicato da categoria profissional ou do órgão gestor de mão de obra. O que a FGV quer saber? que a CF/1988, em seu artigo 7º, XXXIV, assegurou igualdade de direitos entre os empregados com vínculo jurídico permanente e os trabalhadores avulsos. DICA 08 – AUTÔNOMO O autônomo é aquele que trabalha sem subordinação. Antes de falarmos mais sobre esta forma de trabalho, uma pergunta: “você pode exigir exclusividade de um(a) ficante?” Agora pode! Pois se a CLT permite que se exija exclusividade do autônomo, você também agora pode chegar no(a) cremoso(a) e exigir que ele(a) só fique com você. (não que a recíproca seja verdadeira, afinal, se a empresa pode contratar várias pessoas, você também poderá continuar a se envolver com várias pessoas). DICA 09 – ESTÁGIO O estágio é o ato educativo supervisionado desenvolvido no ambiente do trabalho, que visa a preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, médio e anos finais do ensino fundamental. Requisitos do estágio regular: - Matrícula e frequência na instituição de ensino; - Termo de compromisso; - Compatibilidade entre o termo e as atividades prestadas. A inobservância desses requisitos, ou mesmo o descumprimento de outras regras da Lei do Estágio geram o reconhecimento do vínculo empregatício, exceto se o tomador de serviços for a Administração Pública. Além disso, gera impossibilidade de se contratar estagiários pelo período de 2 (dois) anos. Como caiu na OAB? Maria Júlia foi contratada como estagiária de direito em uma empresa pública federal, que explora atividade bancária. Sua tarefa consistia em permanecer parte do tempo em um caixa para receber o pagamento de contas de água, luz e telefone e, na outra parte, no auxílio de pessoas com dificuldade no uso dos caixas eletrônicos. Com base na hipótese, assinale a opção correta. Gab: Não é possível o reconhecimento do vínculo empregatício, haja vista a natureza jurídica daquele que concedeu o estágio, que exige a prévia aprovação em concurso público. Obs: - A duração do estágio na mesma parte concedente não poderá exceder a 2 (dois) anos, salvo no caso de pessoa com de deficiência. - Durante o período de provas, a jornada do estagiário será reduzida, pelo menos, à metade de sua carga. - O estagiário fará jus a recesso de 1 (um) mês, preferencialmente no período das férias escolares, quando laborar pelo período de 1 (um) ano. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 6 Caso este não trabalhe por 1 (um) ano, seu recesso será proporcional. DICA 10 – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA E RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA Muitos alunos me perguntam a diferença entre responsabilidade solidária e responsabilidade subsidiária. Fomos premiados pela Paula Fernandes e Luan Santana, que estragaram uma música para nos ajudar a estudar. Responsabilidade solidária = JUNTOS E SHALLOW NOW. Ou seja, na responsabilidade solidária, todos os devedores são responsáveis ao mesmo tempo pela integralidade da dívida. Principais exemplos para prova: Grupo econômico, fraude na sucessão de empregadores, fraude na mudança de quadro societário (sócio retirante). Responsabilidade subsidiária = Step, plano b... Isto é, na responsabilidade subsidiária há um devedor principal e um secundário, um segundo devedor que só será executado se o primeiro não tiver meios de cumprir a integralidade da dívida. Principais exemplos para prova: na terceirização e trabalho temporário, o tomador é responsável subsidiário (lembrando que se houver falência da empresa de trabalho temporário a responsabilidade passa a ser solidária), o sócio retirante é subsidiário por até dois anos após sua saída (primeiro tenta executar a empresa, depois o sócio atual e por fim o sócio retirante). DICA 11 – GRUPO ECONÔMICO A responsabilidade no grupo econômico é SOLIDÁRIA entre as empresas. A mera identidade de sócios NÃO caracteriza o grupo econômico. Caracterização do grupo econômico – teoria hierárquica (vertical): uma ou mais empresas sobre a direção, controle ou administração de outra OU teoria horizontal (por coordenação): cada uma guarda sua autonomia, mas é preciso demonstrar (i) interesse integrado, (ii) a efetiva Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 7 comunhão de interesses e (iii) a atuação conjunta das empresas. Obs: Súmula 129 do TST: A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, NÃO caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário. DICA 12 – SUCESSÃO DE EMPREGADORES Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I - a empresa devedora; II - os sócios atuais; e III - os sócios retirantes. Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato. Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência. OBS: Súmula 430 do TST: Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após sua privatização. Como caiu na OAB? Alaor, insatisfeito com o pequeno lucro do restaurante do qual era sócio, retirou-se da sociedade empresária e averbou, na respectiva junta comercial, novo contrato social, onde constava sua retirada. O empresário, 36 meses após esse fato, foi surpreendido com sua citação em uma reclamação trabalhista ajuizada dias antes. Sobre a hipótese apresentada, considerando a atual redação da CLT, assinale a afirmativa correta. Gab: Alaor não mais responde, na ação trabalhista em referência, pelos débitos da sociedade. DICA 13 – TERCEIRIZAÇÃO E TRABALHO TEMPORÁRIO TERCEIRIZAÇÃO TRABALHO TEMPORÁRIO- não há prazo determinado para realização dos serviços. - prazo do trabalho temporário: 180 dias. Obs: poderá ser prorrogado por 90 dias, consecutivos ou não. - a contratação é livre, não havendo hipóteses legais que permitem a contratação. Obs: trabalhador terceirizado presta serviços na atividade- fim ou atividade-meio da empresa contratante. - a contratação somente poderá ocorrer nas 2 hipóteses expressamente previstas em lei: (i) substituição transitória de pessoal permanente; (ii) à demanda complementar de serviços. Obs: o trabalhador temporário também presta serviços na Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 8 atividade-fim ou atividade-meio da empresa contratante. - contratante e contratada PODERÃO estabelecer que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos, que também podem ser previstos. - salário equivalente ao percebido pelos empregados que trabalham na mesma função ou cargo da tomadora. ● Período de quarenta da empresa prestadora de serviços a terceiros: para evitar a dispensa dos trabalhadores e viabilizar a licitude da terceirização, a reforma trabalhista estabeleceu um prazo de quarentena de 18 meses para que os empregados ou trabalhadores sem vínculo empregatício possam configurar como sócios ou titulares da empresa contratada, salvo se o afastamento decorreu de aposentadoria; ● Período de quarentena do empregado terceirizado: a reforma trabalhista estabelece o prazo de quarentena de 18 meses, contados a partir de sua demissão, para que o empregado demitido possa prestar serviços a mesma empresa na condição de empregado terceirizado, ou seja, como empregado na empresa prestadora de serviços. Obs: Em caso de terceirização com a Administração Pública, esta somente será responsabilizada subsidiariamente se houver cometido falha na fiscalização do contrato administrativo. Obs 2: Quando a empresa de trabalho temporário tiver sua falência decretada, a sua responsabilidade passa a ser SOLIDÁRIA. DICA 14 – CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO (CLT) - Prazo para anotação da CTPS: até 5 dias úteis. - Multa para manter empregado sem registro: R$ 3.000,00 Se for Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte – multa de R$ 800,00. - Contratos por prazo determinado da CLT: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; (estes dois tem duração máxima de até 2 anos) c) contrato de experiência (duração de até 90 dias). Todos com possibilidade de apenas uma prorrogação dentro do seu prazo. - Indenização: o empregador que romper o contrato por prazo determinado antes do termo final pagará ao obreiro metade dos salários que seriam devidos até o final do contrato (art. 479). Já o empregado que rompe o contrato antes do termo final indenizará o empregador pelos prejuízos causados, sendo que o valor máximo a ser pago não excederá àquele que teria direito o obreiro em idênticas condições. Essa regra, não se Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 9 aplica se houver cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão. - Cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão: é uma cláusula que dispõe que a rescisão dos contratos a termos dar-se-á como se tais contratos fossem contratos por prazo indeterminado. Dessa forma, havendo tal cláusula, caso o empregador rompa o contrato de trabalho, este pagará ao obreiro todas as verbas indenizatórias, tal como multa de 40% do FGTS e aviso-prévio. Em contrapartida, na hipótese de rescisão por parte do empregado, ele terá que apenas cumprir o aviso- prévio, não precisando arcar com mais nenhuma indenização junto ao patrão. Obs: Art. 442-A, CLT: Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade. Cuidado! Não confunda contrato de experiência (de até no máximo 90 dias), com tempo de experiência anterior (em outros empregos) exigido para contratação (no máximo 6 meses). DICA 15 – CONTRATO INTERMITENTE Contrato intermitente, também conhecido como contrato do "Oi, sumido!", com previsão no art. 443, § 3º e art. 452-A, ambos da CLT. Prof, como assim? 🤔🤔 Todos vocês têm, tiveram, ou são aquele contatinho que só se chama na carência. Na hora que precisa. Em um sábado às 01:00 após umas biritas e a reprodução sequencial de "evidências" no bar/Spotify. 😳🤫 Pois bem! O contrato intermitente é aquele que se alterna em períodos de atividade e inatividade da prestação de serviços. Ou seja, o empregado só será convocado quando o empregador necessitar dos serviços deste. Prof, mas o empregado é obrigado a aceitar a convocação? Respondo: todos os "oi, sumida" que vocês mandam logram êxito? 😢💔 ... Então, da mesma forma que o seu contatinho não é obrigado, o empregado também não é obrigado a aceitar a convocação, sem que isso descaracterize a subordinação 👀😱 ⚠️⚠️ No contrato intermitente, o empregador deve convocar o empregado com mínimo 3 dias corridos de antecedência e o empregado terá um 1 dia útil para responder. O silêncio do empregado presume-se como recusa. Ademais, após efetivado o aceite, a parte que desistir do serviço (seja empregado ou empregador) deverá pagar indenização Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 10 correspondente a 50% do valor que seria pago caso o serviço tivesse sido prestado, no prazo de 30 dias, permitida a compensação no mesmo prazo. DICA 16 – DISTRATO (EXTINÇÃO POR COMUM ACORDO ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR) Verbas devidas: - Saldo salário dos dias efetivamente trabalhados; - 13º salário proporcional; - Férias + 1/3 proporcionais; - Férias + 1/3 vencidas e inteiras, se houver; - 50% do aviso prévio, se for indenizado. Na hipótese de aviso prévio trabalhado, terá direito ao recebimento de seu valor integral; - 20% de multa sobre o depósito do FGTS; - Poderá haver o saque de até 80% do valor dos depósitos pertinentes ao FGTS. Obs: Cumpre destacar que na hipótese de distrato, o empregado não fará jus ao saque do seguro-desemprego. Obs 2: Não confunda com nossa próxima dica – culpa recíproca, pois a banca pode querer misturar as verbas de ambos. Prof, e as demais verbas rescisórias? Lembrem-se: isso é um material de revisão. Para sua primeira fase, apostamos nestas. Aliás, estas caem mais que o Neymar, inclusive. DICA 17 – CULPA RECÍPROCA A culpa recíproca ocorre quando o(a) juiz(íza) verifica a incidência de falta cometida tanto pelo empregado, como pelo empregador. O que a FGV quer saber? As verbas devidas neste caso: No caso de culpa recíproca, serão devidos os mesmos direitos, abatidos em 50% no caso do aviso prévio, 13º salário, férias proporcionais e indenização fundiária (40% do montante do FGTS), segundo entendimento consolidado no art. 484 da CLT e súmula 14 do TST. Cumpre destacar que nesse caso o empregado poderá sacar o FGTS, porém não poderá sacar o seguro-desemprego. Como caiu na OAB? Em determinada reclamação trabalhista o juiz, à luz das provas produzidas, considera que a natureza jurídica da extinção contratual foi culpa recíproca (de ambas as partes). Para a hipótese,as alternativas a seguir apresentam direitos deferidos ao trabalhador, à exceção de uma. Assinale-a: Gab: seguro-desemprego DICA 18 – PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS - Nos termos da súmula 363 do TST a contratação de trabalhador sem concurso público, após a promulgação da CF/1988, é nula e só gera direitos à percepção do saldo salário e FGTS. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 11 - Pagamento das verbas rescisórias: O pagamento do acerto rescisório será em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, não permitido o cheque em caso de empregado analfabeto. - Prazo para pagamento: 10 dias contados do término do contrato. E se não pagar no prazo? Gera a multa do art. 477, § 8º da CLT, que corresponde ao valor de um salário respectivo do empregado (ex: se o empregado recebe 5 mil, a multa será de 5 mil). - Homologação no sindicato: Não se faz necessária, exceto se for pedido de demissão de empregado portador de estabilidade. Obs: O valor máximo que se pode descontar de um empregado quando de sua demissão é o valor respectivo ao salário deste trabalhador. Ou seja, o máximo que se pode deduzir na rescisão é o valor atinente a um salário do trabalhador que está tendo o contrato extinto. DICA 19 – DISPENSA DISCRIMINATÓRIA A dispensa do empregado incidente em prática discriminatória, além da percepção da indenização por danos morais, garante a este o direito de optar entre: • Reintegração, OU • A percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento. Como caiu na OAB? Joana trabalha numa empresa que se dedica a dar assessoria àqueles que desejam emagrecer. Em razão de problemas familiares, Joana foi acometida por um distúrbio alimentar e engordou 30 quilos. Em razão disso, a empresa afirmou que agora ela não mais apresentava o perfil desejado para o atendimento aos clientes, já que deveria ser o primeiro exemplo para eles, de modo que a dispensou sem justa causa. De acordo com a situação retratada e diante do comando legal, assinale a opção correta: Gab: A situação retrata dispensa discriminatória, podendo a empregada optar entre o retorno ou a indenização em dobro do período de afastamento. DICA 20 – JUSTA CAUSA DO EMPREGADO (DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA) Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 12 j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. Obs 1: Ato de improbidade é o ato de desonestidade. Exemplo: empregado fala que está doente, mas posta foto na balada fumando pen drive e descendo baldinho. Obs 2: Incontinência de conduta – lembre-se de incontinência urinária. Para quem não sabe a urina saí do órgão sexual. Logo, incontinência de conduta tem que ter conotação sexual, ao passo que o mau procedimento ofende a moralidade sem conotação sexual. Obs 3: Negociação habitual: embora não prejudique a empresa, tumultua o ambiente de trabalho. Ex: vender produtos de beleza ou alimentação durante o expediente e sem autorização do empregador. Concorrência desleal: nessa hipótese a concorrência afronta a lealdade contratual, haja vista que o empregado desvia a clientela da empresa para seus fins particulares. Ex: empregado que presta assistência técnica de determinada empresa e oferece seus serviços particulares, a preço mais acessível. Obs 4: Indisciplina é o desrespeito a uma ordem de caráter geral, que vale para todos. Insubordinação é o desrespeito a uma ordem de caráter pessoal. Obs 5: O abandono de emprego tem dois tipos a serem observados: - objetivo: ausência por mais de 30 dias seguidos. - subjetivo: demonstração do efetivo interesse do funcionário em abandonar. DICA 21 – JUSTA CAUSA DO EMPREGADOR (RESCISÃO INDIRETA) A despedida indireta também é chamada de rescisão indireta e ocorre quando a falta grave é cometida pelo empregador, justificando a ruptura do liame empregatício. Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem- no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. (...) § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. Obs 1: Para fins didáticos é de bom alvitre dividir as condutas da alínea “a”. Senão, vejamos: Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 13 a.1) serviços superiores às forças do trabalhador: refere-se tanto a força física quanto a força intelectual. Ex: Não se pode exigir da mulher e do menor atividade muscular acima dos 20 kg em trabalho contínuo ou 25kg em serviço ocasional; ou não se pode exigir a entrega de um trabalho qualificado em um prazo extremamente curto, etc. a.2) serviços defesos em lei: refere-se ao trabalho proibido como, por exemplo, exigir que o menor de 18 anos trabalhe em condições insalubres. a.3) serviços contrários aos bons costumes: como, por exemplo, obrigar a secretaria de uma empresa a ter relações sexuais com os clientes dessa empresa. a.4) serviços alheios ao contrato: empregado contratado como telefonista é obrigado a ministrar aulas de matemática no cursinho; ou exigir que o caixa do supermercado, ao fim do expediente, limpe todo o estabelecimento. DICA 22 – FORMAS ATÍPICAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO a) Extinção da empresa ou estabelecimento: tendo em vista o princípio da alteridade (os riscos da atividade econômica pertencem exclusivamente ao empregador), nessa hipótese serão devidas todas as verbas rescisórias, além do aviso-prévio. b) Morte do empregadorpessoa física com fim do empreendimento: verbas rescisórias normais como se tratasse de despedida imotivada. b.1) Morte do empregador pessoa física com a continuação dos negócios pelos herdeiros: nesse caso o empregado não é dispensado, mas tem a opção de permanecer ou terminar o vínculo empregatício, sem a necessidade de conceder aviso prévio ao empregador. c) morte do empregado: O falecimento do empregado constitui um dos meios de extinção do contrato individual de trabalho, extinguindo de imediato o contrato a partir do óbito. Considera- se uma espécie de pedido de demissão, sem a necessidade de cumprimento de aviso prévio e com a possibilidade de saque do FGTS (mas sem a multa). Assim, os valores não recebidos em vida pelo empregado serão pagos em quotas iguais aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento. DICA 23 – FATO DO PRINCÍPE E FORÇA MAIOR A força maior e o fato do príncipe também são formas atípicas de extinção do contrato de trabalho. Entretanto, com a pandemia, pode ser que a banca volte a ter olhos a estas modalidades. a) força maior: consiste no acontecimento inevitável em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu direta ou indiretamente. A indenização fundiária paga ao obreiro Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 14 será pela metade, enquanto as outras verbas serão pagas por inteiro como se fosse despedida imotivada. b) fato do príncipe: ocorre fato do príncipe quando a Administração Pública é a responsável pela paralisação empresarial, sendo do ente público a responsabilidade pelo pagamento da respectiva indenização trabalhista (multa do FGTS e aviso prévio indenizado). Prof, uma empresa que fechou em decorrência das medidas restritivas adotadas por Estados e Municípios, poderão suscitar o fato do príncipe com chance de êxito? NÃO! (art. 29 da Lei nº. 14.020/2020). DICA 24 – DISPENSA COLETIVA O artigo 477-A da CLT afirmou que as despedidas coletivas e plúrimas se equiparam à dispensa individual. Logo, operam-se sema a necessidade de assistência sindical e sem a necessidade de prévia autorização em norma coletiva para sua efetivação e, deveras, inserem-se dentro do direito potestativo do empregador. DICA 25 – PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA OU INCENTIVADA O Plano de Demissão Voluntária (PDV) ou Incentivada (PDI), deve ser previsto em Convenção Coletiva ou Acordo Coletivo, e provoca a quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação de emprego (art. 477- B da CLT). Como caiu na OAB? A sociedade empresária Ômega Ltda. deseja reduzir em 20% o seu quadro de pessoal, motivo pelo qual realizou um acordo coletivo com o sindicato de classe dos seus empregados, prevendo um Programa de Demissão Incentivada (PDI), com vantagens econômicas para aqueles que a ele aderissem. Gilberto, empregado da empresa havia 15 anos, aderiu ao referido Programa em 12/10/2018, recebeu a indenização prometida sem fazer qualquer ressalva e, três meses depois, ajuizou reclamação trabalhista contra o ex- empregador. Diante da situação apresentada e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta. Gab: O empregado não terá sucesso na ação, pois conferiu quitação plena. DICA 25 – QUITAÇÃO ANUAL Você já viu aqueles termos de quitação anual da conta de luz? Se não viu, parabéns! Você não paga contas 🤡 🤡 🤡 . Pois bem, a ideia na seara trabalhista é a mesma. O empregador poderá firmar um termo de quitação anual das verbas trabalhistas. Este termo deve ser firmado perante o sindicato da categoria profissional (sindicato dos empregados) e terá eficácia liberatória em relação às verbas e obrigação de dar e fazer contidas nesse termo. DICA 26 – AVISO PRÉVIO Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 15 Imagine a seguinte conversa: Crush: Precisamos conversar. Você (trouxa): diga, amor. Crush: tem que ser pessoalmente. O que acabou de acontecer? Você foi avisado(a) que ele(a) vai entrar com o pé, e você com a bunda. O que você deve fazer em seguida? Acionar sua lista de contatinhos e mandar aquele “oi, sumida!”, ou, melhor ainda, “sonhei com você ontem”. Prof, que por** isso tem a ver com a minha prova? Este é um paralelo com o aviso prévio. O aviso prévio é a comunicação da intenção de se extinguir o contrato de trabalho. Quando o empregado é pré- avisado (e apenas quando é o empregador que concede o aviso), ele terá direito a redução da jornada por 2 horas diárias ou os últimos 7 dias para procurar um novo emprego. Igual a você (trouxa) que quando viu que ia tomar um toco foi procurar um novo love. Agora, seu crush pode desistir de lhe dispensar? Sim. Mas você é obrigado a aceitar? Não. A mesma ideia com o aviso prévio. A concessão do aviso prévio é ato unilateral (isto é, não depende da outra parte), mas a reconsideração é ato bilateral (ou seja, depende de aceitação da outra parte). Obs: Para o empregado rural a redução da jornada é de 1 dia por semana. DICA 27 – AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL Art. 1º, Lei n. 12.506/2011: O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contém até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Exemplo: Canceriano trabalhou 25 anos na empresa chato e carente. Quantos dias de aviso prévio, caso seja demitido sem justa causa, Canceriano fará jus? R: 90 dias. DICA 28 – JUSTA CAUSA NO AVISO PRÉVIO Art. 490 - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida. Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo. Obs: A ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 16 rescisórias de natureza indenizatória (súmula 73 do TST). DICA 29 – FGTS REGRA: 8% da remuneração (DEPOSITADO em uma conta vinculada ao empregado – não é descontado do salário, é depositado). Para aprendiz o FGTS será de 2%. Principais possibilidades de saque (a integralidade de condições de saque está no art. 20 da Lei nº. 8.036): - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior; - extinção da empresa; - 70 anos; - aposentadoria; - morte do trabalhador; - aquisição da casa própria; - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia maligna; doença em estado terminal; ou HIV. - suspensão do avulso por mais de 90 dias; - órtese ou prótese; - término do contrato a termo. DICA 30 – FGTS (SAQUE- ANIVERSÁRIO E SAQUE- RESCISÃO) Art. 20-A, Lei 8.036. O titularde contas vinculadas do FGTS estará sujeito a somente uma das seguintes sistemáticas de saque: I - saque-rescisão; ou II - saque-aniversário. § 1º Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à mesma sistemática de saque. § 2º São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o caput as seguintes hipóteses de movimentação de conta: I - para o saque-rescisão - aquelas previstas no art. 20, exceto quanto àquela prevista em seu inciso XX; e II - para o saque-aniversário - aquelas previstas no art. 20, exceto quanto àquelas previstas em seus incisos I, I-A, II, IX e X. Obs 1: O trabalhador deverá optar entre a modalidade de saque-rescisão, ou saque- aniversário. A opção de uma delas, afasta o processamento das regras da outra. No entanto, o trabalhador poderá modificar o regime de saque, mediante pedido, observada a carência de 24 meses completos e, portanto, sendo efetivada no primeiro dia do vigésimo quinto mês subsequente ao da solicitação. DICA 31 – DANO EXTRAPATRIMONIAL GRAVIDADE DA OFENSA LIMITAÇÃO DA INDENIZAÇÃO Natureza leve Até 3x o último salário contratual do ofendido Natureza média Até 5x o último salário contratual do ofendido Natureza grave Até 20x o último salário contratual do ofendido Natureza gravíssima Até 50x o último salário contratual do ofendido Por derradeiro, a reincidência de quaisquer das partes – empregado ou empregador – na prática de um ato lesivo de natureza extrapatrimonial, consistente a uma ofensa idêntica, pode ensejar à elevação da indenização em dobro. Ex: Empregador é condenado por assédio moral contra determinado empregado. Caso volte a praticar a conduta de assédio contra outro empregado, pode ter elevada sua condenação ao dobro. Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 17 DICA 32 – INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO A interrupção do contrato de trabalho consiste na ausência provisória da prestação dos serviços, em que são devidos o pagamento de salário e a contagem do tempo. Cessa a obrigação do empregado, mas persiste a obrigação da empresa. A banca quer saber de você os principais casos de interrupção (estão consignados no art. 473 da CLT). Vamos a eles: - 3 dias para casamento - 2 dias na hipótese de falecimento de ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, dependente na CTPS e irmão. (esses dois prazos caem muito. Eu sempre deixo de dica para lembrar que quanto maior a desgraça, maior o período de licença, afinal, o que é pior: o casamento ou a morte?). Obs: Nesses dois prazos (casamento e morte), se for professor (que é um lascado), o prazo será de 9 dias. - 1 dia a cada 12 meses para doar sangue; - 2 dias para alistamento eleitoral; - tempo necessário para: serviço militar, comparecer em juízo, vestibular, representar entidade sindical em organismo internacional; - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica. - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada. Como caiu na oab? Enzo é professor de Matemática em uma escola particular, em que é empregado há 8 anos. Após 2 anos de namoro e 1 ano de noivado, irá se casar com Carla, advogada, empregada em um escritório de advocacia há 5 anos. Sobre o direito à licença pelo casamento, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta. Gab: Enzo poderá faltar ao serviço por 9 dias, enquanto Carla poderá se ausentar por 3 dias consecutivos. DICA 33 – LOCKOUT O lockout é paralisação do trabalho ordenada pelo próprio empregador, seja para frustrar ou dificultar o atendimento das reivindicações dos trabalhadores, seja para exercer pressão perante as autoridades em busca de alguma vantagem econômica. Seu exercício é vedado no ordenamento jurídico brasileiro, constituindo-se, pois, uma forma de interrupção do contrato de trabalho (a greve, em regra, é suspensão). Ex: greve no transporte coletivo patrocinada pela própria empresa, objetivando pressionar a administração pública a conceder reajustes de tarifas. DICA 34 – SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 18 A suspensão do contrato de trabalho é a ausência provisória da prestação de serviços, sem que haja o pagamento de salário, nem a contagem do tempo. Nesse caso, cessa a obrigação tanto da empresa como do empregado. Há vários casos de suspensão, mas destaquei os que vejo com mais chance de incidência. De qualquer forma, basta lembrar do conceito acima. - Acidente de trabalho ou doença após o 15º dia; - Durante a prestação do serviço militar obrigatório; Obs: nessas hipóteses (“a” e “b”), apesar de ser suspensão do contrato de trabalho, haverá contagem de tempo de serviço e continuidade de recolhimento do FGTS. (art. 4, § 1º da CLT). Obs 2: Art. 472 (...) § 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado. Obs 3: Súmula 269, TST: O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego. Obs 4: A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho. DICA 35 – ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Art. 468, CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. a) Nada impede que o empregador, unilateralmente, reduza a jornada do obreiro, desde que isso não resulte diminuição do salário (cuida-se de condição mais benéfica). Porém, uma vez reduzida a jornada, posteriormente não poderá o empregador determinar o retorno à jornada anterior, constituindo esta atitude alteração ilícita do contrato de trabalho. b) Convém destacar que em relação ao dia do pagamento de salário a OJ-159 da SDI-1 dispõe que é permitida sua alteração unilateral pelo empregador, desde que observado o parágrafo único do artigo 459 da CLT. Ex: Não constitui irregularidade modificar o dia de recebimento do salário do trabalhador que recebe no primeiro dia útil do mês para o 5º dia útil do mês. c) A súmula 265, TST dispõe que “A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.” DICA 36 – REVERSÃO Art. 468, Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 19 § 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. § 2o A alteração de que trata o § 1 o deste artigo,com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. Ou seja, não haverá incorporação da gratificação de chefia independentemente do tempo o qual o empregado exerceu este cargo de chefia. DICA 37 – TRANSFERÊNCIA Para haver transferência se faz mister a presença de dois requisitos: (i) Anuência do empregado; (ii) Tem que haver mudança de domicílio. No que tange à transferência definitiva, se faz mister diferenciar a transferência de remoção. Na transferência, há mudança de domicílio, sendo a anuência do empregado obrigatória. Na remoção, o empregado é removido de um estabelecimento para outro, sem alteração do domicílio, podendo ser feita unilateralmente pelo empregador, sem a anuência do trabalhador. O empregador poderá realizar a transferência unilateral do empregado, sem constituir nenhum abuso de poder, nas seguintes hipóteses: (i) Empregados que exerçam cargo de confiança; (ii) Empregados cujo contrato tenham como condição implícita ou explícita a necessidade de transferência; (iii) Extinção do estabelecimento; (iv) Transferência provisória por necessidade do serviço. Cuidado! Quando o empregado for transferido PROVISORIAMENTE ele fará jus a um adicional de 25% em sua remuneração. Este adicional somente é devido na hipótese de transferência provisória. Se a transferência for definitiva, o empregado não fará jus ao respectivo adicional. Ex: Taurino trabalha na empresa Teimosia e Fome ltda. Foi transferido provisoriamente para trabalhar em outra cidade. Nesta cidade, ele se apaixona e resolve ficar de maneira definitiva, o que é aceito pelo empregador. A partir deste momento o qual a transferência vira definitiva, Ariano perderá seu adicional (Sim! O amor custa caro!). Obs: nos termos da súmula 43 do TST, toda transferência provisória deve estar acompanhada de real necessidade de serviço, sob pena de presumir-se abusiva. Como caiu na oab? (OAB – FGV – XXXIV Exame da Ordem – 2022) Eduarda é auditora contábil e trabalha na sociedade empresarial Calculadora Certa Ltda., exercendo sua atividade junto aos vários clientes do seu empregador. Por necessidade de serviço, e tendo em vista a previsão expressa em seu Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 20 contrato de trabalho, Eduarda será transferida por 4 (quatro) meses para um distante Estado da Federação, pois realizará a auditoria física no maior cliente do seu empregador. Considerando essa situação e os termos da CLT, assinale a afirmativa correta. Gab: Eduarda poderá ser transferida e terá direito a um adicional não inferior a 25% (vinte e cinco por cento) sobre seu salário, enquanto estiver na outra localidade. DICA 38 – PRESCRIÇÃO • Bienal: a primeira forma de prescrição a ser observada é a bienal, isto é, uma vez extinto o contrato, a parte tem o prazo de dois anos para ajuizar a ação sob pena de prescrição bienal. Por exemplo, se João das Neves teve seu contrato encerrado em 23.05.2022, ele terá até dia 23.05.2024 para pleitear seus direitos. • Quinquenal: a segunda forma de prescrição a ser observada é a quinquenal, ou seja, ajuizada uma ação, o autor receberá apenas direitos dos últimos cinco anos. Anota-se que a contagem desses cinco anos é da data do ajuizamento da ação. Por exemplo, se Daneres Mãe das Largatixas não recebeu o horas-extras nos 15 (quinze) anos que foi empregada de uma empresa, se ela ajuizar uma reclamação trabalhista em 23.05.2022, ela irá receber as horas-extras apenas até 23.05.2017 (ou seja, os últimos 5 anos). Uma maneira informal de lembrar bem é que a prescrição bienal corre para frente e a quinquenal corre para trás. Lembre-se: é imprescritível a anotação da CTPS. DICA 39 – PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL A prescrição será total quando o prazo para reclamar eventual direito tolhido, decorrente de contrato de trabalho ou negociação coletiva, completa-se sem que haja o ajuizamento da ação pela parte lesada. Em outras palavras, quando o prazo prescricional se aperfeiçoa sem com que a parte tenha proposto a reclamação trabalhista para questionar direitos contratuais ou decorrentes de negociação coletiva não cumpridos. Ex: Uma convenção coletiva da categoria prevê a obrigação de pagar café da manhã aos trabalhadores. O empregador não cumpriu com esta obrigação. Encerrada a vigência da convenção, após o decurso do prazo prescricional de cinco anos, a prescrição será total e os trabalhadores não mais conseguirão receber nada sobre este benefício. Já na prescrição parcial, as prestações possuem previsão legal e renovam-se a contagem mês a mês, sempre que uma parcela não for paga. Ex: O empregador nunca depositou o FGTS do empregado. O direito de o empregado requerer este direito renova-se o prazo mês a mês até que ingresse com a reclamação trabalhista. Nesse caso, poderá pleitear os últimos 5 anos, contados da data do ajuizamento da ação. QUINQUENAL PRESCRIÇÃO BIENAL Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 21 Em resumo, se alteração for contratual (contrato individual ou instrumento coletivo), a prescrição será total. Se a alteração afrontar texto de lei, será prescrição parcial. DICA 40 – GREVE Greve consiste na paralisação coletiva e temporária do trabalho com o objetivo de obter, pela pressão exercida em função do movimento, as reivindicações da categoria, ou mesmo a fixação de melhores condições de trabalho. Para que uma greve seja iniciada deverá ter havido frustração da negociação coletiva, necessidade de realização de assembleia prévia e comunicação prévia ao sindicato patronal e empresa interessada com antecedência mínima de 48 horas. Se cuidar de atividades essenciais o aviso terá de ser dado com antecedência mínima de 72 horas. Em qualquer caso, a inobservância desse procedimento gera o abuso da greve. COMUNICAÇÃO PRÉVIA DA GREVE AO SINDICATO PATRONAL Atividades NÃO essenciais 48 horas de antecedência Atividades essenciais 72 horas de antecedência Obs: É vedada a contratação de trabalhador TEMPORÁRIO para substituição de trabalhadores grevistas (art. 2º, § 1º da Lei nº. 6.019/1974). DICA 41 – GREVE: ATIVIDADES ESSENCIAIS As atividades essenciais estão reguladas no art. 10 da Lei da Greve. Art. 10, Lei 7.783: São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI compensação bancária. DICA 42 – CATEGORIAS PROFISSIONAIS “Prof, será que tenho que decorar este artigo?” Leia ele atentamente. Repare que no seu foro íntimo você já tem uma ideia do que é atividade essencial ou não. Logo, se der um branco na prova, vá pela lógica, mas se lembre que atividades de ensino não foram configuradas como essenciais (não à toa todo dia é um 7x1 contraos brasileiros). Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 22 A organização dos sindicatos é feita com base no sistema de categorias (art. 511 da CLT). Há sindicatos que defendem interesses da categoria profissional (trabalhadores) e os que representam os interesses da categoria econômica (empregadores), além dos sindicatos que defendem categorias profissionais diferenciadas – art. 511, § 3º da CLT - (caracterizadas por estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares). • Categoria econômica: representa o empregador. Indica os “interesses econômicos” e aqueles que “empreendem atividades”. • Categoria profissional: representa os empregados. Indica aqueles que tem similitude de vida oriunda da “profissão ou trabalho em comum”. • Categoria profissional diferenciada: representa os empregados que são regidos por um estatuto próprio, ou capítulo próprio na CLT. Formada por aqueles que possuem “estatuto profissional especial”. Lembre-se: a categoria profissional sob a qual o empregado terá suas atividades regidas terá por base a atividade da empresa, salvo para aqueles que forem de categoria profissional diferenciada. DICA 43 – CONTRIBUIÇÃO SINDICAL As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida na CLT, desde que prévia e expressamente autorizadas. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, creditados à respectiva federação. Obs: Contribuição confederativa: Serve para custear o sistema confederativo, isto é, sindicatos, federações e confederações. Só será cobrada de quem for associado ao sindicato. Obs 2: Contribuição assistencial: Tem por finalidade compensar os custos decorrentes de negociações coletivas e, ainda, em razão da aquisição de condições mais benéficas aos trabalhadores. Só será cobrada de quem for associado ao sindicato. Obs 3: Mensalidade sindical: Prevista em cada estatuto e cobrada apenas do trabalhador filiado. É voltada para manutenção de atividades recreativas e assistenciais do sindicato. Ex: manutenção de clube, dentista, etc. “Prof, então agora só pode descontar contribuição sindical do empregado, se ele der prévia e expressa autorização, certo?” Certíssimo! Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 23 DICA 44 – ACORDO E CONVENÇÃO COLETIVA a) Convenção coletiva: instrumento normativo pactuado entre o sindicato da categoria profissional (dos trabalhadores) e o sindicato da categoria econômica (patronal), objetivando estipular condições de trabalho aplicáveis às relações de trabalho, no âmbito das respectivas representações b) Acordo coletivo: instrumento normativo pactuado entre o sindicato da categoria profissional e uma ou mais empresas, objetivando estipular condições de trabalho aplicáveis às relações de trabalho, no âmbito da(s) empresa(s) acordante(s). Logo, a única diferença entre convenção e acordo coletivo de trabalho é quanto aos signatários e sua abrangência, pois enquanto o acordo engloba apenas o sindicato da categoria profissional e determinada(s) empresa(s), a convecção envolve, necessariamente, dois sindicatos. Pensamos na seguinte situação: Ramiro é professor de direito do trabalho da Faculdade Feio, Pobre e Capenga. A faculdade celebra um acordo coletivo com o sindicato dos professores de ensino superior prevendo que a hora-aula do professor deve ser R$ 100,00. Blazute é professora de direito do trabalho na Faculdade Ryca, Poderosa e Musa. Neste caso, Bçazute deverá receber o piso salarial de R$ 100,00 a hora-aula? Não. Pois o acordo se restringe à(s) empresa(s) signatária(s) do acordo. Assim, somente Ramiro faria jus ao referido piso. Entretanto, se o piso fosse estabelecido por convenção coletiva, tanto Ramiro, como Blazute fariam jus ao referido piso. - Prazo de validade: até 2 anos, vedada a ultratividade (ou seja, acabou a vigência do instrumento, acabaram os direitos ali previstos). - Havendo conflito entre acordo e convenção coletiva, o acordo SEMPRE irá prevalecer, ainda que seja menos benéfico ao empregado. Como caiu na OAB? Em determinada localidade, existe a seguinte situação: a convenção coletiva da categoria para o período 2018/2019 prevê o pagamento de adicional de 70% sobre as horas extras realizadas de segunda-feira a sábado. Ocorre que a sociedade empresária Beta havia assinado um acordo coletivo para o mesmo período, porém alguns dias antes, prevendo o pagamento dessas horas extras com adicional de 60%. De acordo com a CLT, assinale a opção que indica o adicional que deverá prevalecer. Gab: Valerá o adicional de 60% previsto em acordo coletivo, que prevalece sobre a convenção. DICA 45 – ART. 611-A DA CLT Não tem jeito! Eu sugiro uma leitura do art. 611-A e do 611-B (próxima dica), ambos da CLT. Para tentar lembrar, pense que o 611-A – que é negociado sobre o legislado – traz situações sobre jornada e organização interna da empresa. Ao passo que o 611-B – que é aquilo que não pode ser flexibilizado Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 24 por acordo ou convenção – traz direitos constitucionais. Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; II - banco de horas anual; III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015; V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; VI - regulamento empresarial; VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; X - modalidade de registro de jornada de trabalho; XI - troca do dia de feriado; XII - enquadramento do grau de insalubridade; XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; XV - participação nos lucros ou resultados da empresa. DICA 46 – ART. 611-B DA CLT Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordocoletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); IV - salário mínimo; V - valor nominal do décimo terceiro salário; VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; VIII - salário-família; IX - repouso semanal remunerado; “Prof, eu preciso decorar todos os incisos?” De fato, ler todos estes incisos é algo que causa muita DOR. E eles são cobrados. Eu sugiro fortemente a leitura deste artigo e do 611-B sempre na semana da prova. Mas, como causa muita DOR, lembrem-se que o grosso deste artigo, envolve a DOR que dá ter que ler ele. “Ahn?” Isso! Lembre-se que os temas em sua maioria têm a ver com a DOR. D uração do trabalho O rganização da interna da empresa R emuneração Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 25 X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal; XI - número de dias de férias devidas ao empregado; XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias; XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei; XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; XIX - aposentadoria; XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes; XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso; XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender; XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; XXIX - tributos e outros créditos de terceiros; XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação. Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. DICA 47 – PROTEÇÃO À MATERNIDADE - Para amamentar seu filho, até que esse complete 6 meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 descansos especiais de 30 minutos cada um, podendo ser dilatado a critério da autoridade competente, quando a saúde do filho assim o exigir. Obs: Nos termos da reforma trabalhista, os horários de descanso supracitados serão definidos por meio de acordo individual entre a mulher e o empregador. - É vedado o trabalho da gestante ou lactante em ambiente insalubre, independentemente do grau da insalubridade. Convém destacar que, na forma do § 2º do artigo trazido à baila, durante o afastamento da atividade insalubre é assegurado à empregada a Mariana Almeida Arantes Sarmento Palumbo mariana.almeida.arantes@gmail.com 101.596.476-14 Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 26 manutenção de sua remuneração, bem como do valor referente ao adicional de insalubridade. Nesse caso, contudo, o empregador pagará tais adicionais a suas funcionárias e compensará das contribuições sociais que a empresa tenha que pagar. Outrossim, quando não for possível que a empregada gestante ou lactante exerça sua atividade em ambiente insalubre a empregada fará jus ao salário maternidade desde a deflagração desta impossibilidade até o final da lactação, constituindo uma espécie de salário-maternidade estendido. DICA 48 – LICENÇA- MATERNIDADE - Licença maternidade: 120 dias, podendo chegar a 180 dias se a empresar aderir ao Programa Empresa Cidadã. Obs 1: Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o retorno à função que ocupava antes do afastamento (art. 395, CLT). Obs 2: A licença maternidade vale no prazo suscitado para adoção também. Obs 3: Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro empregado o gozo de licença por todo período da licença-maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de falecimento do filho ou de seu abandono. Obs 4: A licença paternidade será de 5 dias, podendo chegar a 20 dias, se a empresa aderir ao programa empresa cidadã. DICA 49 – ESTABILIDADE GRAVÍDICA - Desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. Súmula 244 do TST: I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Obs: A LC 146/2014 prevê a extensão da estabilidade, nas hipóteses em que ocorrer o falecimento da mãe, àquele a quem detiver a guarda de seu filho. Obs 2: A estabilidade ora estudada é aplicável também ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção. (art. 391-A, parágrafo único da CLT). Obs 3: A estabilidade gravídica NÃO se aplica aos CONTRATOS TEMPORÁRIOS. Aos demais por prazo determinado se aplica. DICA 50 – PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO DA MULHER a) Havendo