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O que é uma distrofia muscular? · Se enquadra em um grupo de doenças causadas pela fraqueza progressiva e degeneração dos músculos esqueléticos, estima-se 30 tipos diferentes de distrofias. · Dentre elas temos a distrofia muscular de Duchenne (DMD), que é uma desordem neuromuscular degenerativa causada devido uma mutação no gene da distrofia, afeta principalmente humanos do sexo masculino, essa anomalia genetica se localiza No braço curto do cromossomo X, sendo assim estima-se aproximadamente 30 anos de vida, devido sua severidade. · A distrofina é uma proteína presente na musculatura esquelética e cardíaca, responsável por estabilizar a matriz extracelular (MEC) e o citoesqueleto da célula muscular. · Devido a mutação de gene, promove uma vulnerabilidade na miofibra, que se torna suscetível a um processo de degeneração e necrose, o que promove a fraqueza muscular progressiva. · A destruição da matriz extracelular pode ocorrer em uma variedade de tecidos, mas principalmente na variação esquelética, musculatura cardíaca, nervos e regiões específicas do sistema nervoso central; · Em humanos, são observados sintomas clínicos, de uma forma dinâmica, de modo que afete o músculo estriado esquelético, músculo liso e cardíaco. · Por ser uma doença congênita, são observados sinais clínicos desde o início da infância, com maior evidência dos 3 a 5 anos, no estágio inicial a doença se caracteriza por fibras musculares com áreas necrose e hipertrofia muscular. · Após frequentes períodos de degeneração e regeneração, a capacidade regenerativa das células tronco musculares específicas se esgotam, os mecanismos de fibrose irão induzir a substituição progressiva do tecido muscular por um tecido conjuntivo fibroso. · A fibrose, se trata de um processo que consiste na substituição do tecido normal por um tecido cicatricial, ou seja o tecido conjuntivo fibroso é resultado de uma resposta reativa ou regenerativa que irá ocorrer na matriz extracelular. · Esse tecido conjuntivo irá desenvolver um papel importante nas distrofias musculares devido ao reconhecimento da matriz extracelular que é por sua vez completa e possui interação dinâmica de moléculas que interagem com elementos presentes no sarcolema, núcleo e citoesqueleto da fibra muscular · .Alguns estudos clínicos, indicam que distrofinopatias podem ser identificadas em diversas espécies, incluindo camundongo e cães. · O fenótipo de cães distróficos é o que representa a evolução da distrofia muscular de Duchenne, sendo a maioria dos estudos patogênicos e pré clínicos conduzidos na linhagem canina Golden Retriever Muscular Dystrophy (GRMD), apresentando um quadro espontâneo de mutação do sítio de splice no gene da distrofia de DUchenne, apesar desses cães exibirem a evolução da doença até 6 meses de vida, raramente perdem a sua capacidade de se locomover, diferentemente do que acontece a humanos. · O uso de células tronco, vem sendo estudado buscando interromper a evolução da doença. · A distrofia muscular no modelo animal GRMD Raças como Golden Retriever e Labrador Retriever são as principais a serem afetadas. · Essa é uma doença hereditária e ligada ao sexo, ocorrendo na maioria das vezes em machos. Fêmeas podem ser assintomáticas e portadoras, ou com manifestação clínica leve da doença. · A distrofia muscular em cães está tipicamente associada a um defeito de um gene no cromossomo X. O cromossomo X é um cromossomo sexual; cães machos têm uma cópia do cromossomo X, enquanto as cadelas têm duas cópias do cromossomo X. · Como os cães machos recebem apenas uma cópia do cromossomo X, eles têm maior probabilidade de apresentar sinais de distrofia muscular do que as fêmeas. · As fêmeas recebem duas cópias do cromossomo e, portanto, têm maior probabilidade de receber pelo menos uma cópia funcional do gene. DIAGNÓSTICO · Devido diversas distrofias musculares, o diagnóstico preciso só é possível através das manifestações clínicas; · Idade de início ou padrão acometido muscular; SINAIS CLÍNICOS · Astenia; (sensação de fraqueza) · Disfagia; (dificuldade de engolir os alimentos) · Aumento de Creatina quinase; · Aumento de Alanina aminotransferase · Intolerância ao exercício · Atrofia muscular · Rigidez dos membros pélvicos · Debilidade muscular · Contraturas do músculo esquelético (diafragma) · Variação morfológica (exemplo a língua) Avaliação feita pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, onde foi observado a linguá de um cão SRD (A) que apresenta a presença do sulco mediano e a raiz de tamanho normal. Língua de um cão Golden Retriever portador de GRMD apresentando um aumento na raiz e na largura da lingua e a ausência do sulco mediano. alteração no metabolismo muscular de goldens de 6 meses. A: cão saudável B: Cão levemente afetado (atrofia leve no membro pélvico) c: Cão gravemente afetado ( alterações no ângulo das articulações e os déficits posturais, particularmente nas articulações do carpo, do joelho e do quadril, que foram causados por fraqueza/atrofia muscular grave) A) Músculo normal. Miofibras de tamanho similar, tecido conjuntivo mínimo e ausência de infiltração de células imunes. B) O músculo VL (é um dos músculos que compõe o quadríceps femoral, sendo responsável pela extensão do joelho. ) de um cão GRMD mostrou degeneração e regeneração (variação do tamanho das miofibras, seta preta), aumento da fibrose e do tecido conjuntivo e aumento da infiltração de células imunes. C) O músculo CS (O músculo estriado esquelético apresenta em sua constituição células satélites) se apresentam hipertrofiados (seta preta), conforme observado pelo aumento do diâmetro das miofibras em comparação com VL GRMD e músculo normal. PREVENÇÃO · Conscientização de criadores e associações de cães de raças, veterinários e pesquisadores; · Prevenção está na identificação dos portadores de doenças genéticas; · Impedindo assim sua reprodução; · Evitando gerar uma ninhada de cães acometidos com essas anomalias genéticas. TRATAMENTO A DMD não possui tratamento, entretanto estudos realizados em cães com GRMD para avaliar o papel das terapias farmacológicas tiveram alterações funcionais e histopatológicas, onde os cães foram submetidos a administração oral diária do corticoide prednisona por 4 meses. Resultados benéficos: hipertrofia do músculo sartório cranial (é um dos músculos da coxa do cão, que se origina na tuberosidade coxal do ílio e forma a borda cranial da coxa) e melhora da angulação da articulação tíbio-társica ( a articulação que conecta os ossos da tíbia, peróneo e tarso do cão) Radiografia de articulação tíbio-társica esquerda em posição crânio-caudal e médio-lateral. · Entretanto foi observado alterações histopatológicas, apresentando lesões. Terapias celulares, o uso de células tronco embrionárias, contribuem para a regeneração do músculo doente. O transplante de células tronco dos vasos sanguíneos, resultou no restabelecimento da morfologia e função muscular, permitindo assim a manutenção da atividade motora. REFERÊNCIA TURQUETTI. Avaliação de Pericitos no modelo GRMD (Golden Retriever Muscular Dystrophy). Dissertação (Pós- Graduação Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo. 2019 NGHIEM, BELLO; STOUGHTON; LÓPEZ; VIDAL; HERNANDEZ; HULBERT; GOURLEY; BETTIS; BALOG-ALVAREZ; BARNETT; KORNEGAY. Changes in Muscle Metabolism are Associated with Phenotypic Variability in Golden Retriever Muscular Dystrophy. Yale Journal of Biology and Medicine: 90 (2017). PERGUNTA? TEM ALGUMA RAÇA ESPECIFICA QUE PODE SER ACOMETIDO? image1.png image4.png image3.png image2.png