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DEFESAPESSOAL 
 
DIREITO PENAL MILITAR 
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DEFESA PESSOAL POLICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM/PA 
2021 
3 
 
APRESENTAÇÃO 
 
O presente material didático corresponde à disciplina Defesa Pessoal Policial 
e tem como objetivo nortear o corpo discente e docente no processo de ensino 
aprendizagem dos assuntos relacionados a este, tão complexo tema, no âmbito da 
Polícia Militar do Pará. 
 
A importância da disciplina se justifica pela necessidade de proporcionar ao 
aluno os conhecimentos teóricos e práticos que deverão ser adotados como padrão 
de comportamento a ser seguido tanto em serviço quanto em folga, favorecendo 
assim a potencialização dos seus recursos físicas, cognitivas e emocionais, para 
defesa própria ou de outrem. 
 
Um dos pontos centrais nesta disciplina é o respeito a legislação vigente e 
aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e conveniência, temo 
como ênfase a preocupação com o uso não letal da força e o respeito aos Direitos 
Humanos na abordagem e captura de infratores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 05 
UNIDADE I - DEFESA PESSOAL E DEFESA PESSOAL POLICIAL 05 
2. DEFESA PESSOAL POLICIAL 05 
2.1 DEFESA PESSOAL NO AMBITO GERAL 05 
2.2 CONCEITOS BÁSICOS 06 
2.3 CONCEITO DEFESA PESSOAL POLICIAL 07 
2.4 DEFESA PESSOAL RELATIVA A ARTES MARCIAIS 07 
2.5 DEFESA PESSOAL RELATIVA À ATIVIDADE PESSOAL 08 
2.4 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA PANDÊMIA 14 
UNIDADE II – USO LEGAL DA FORÇA 09 
3. EXCLUDENTE DE ILICITUDE 09 
3.1 INTRODUÇÃO AO USO LEGAL DA FORÇA 09 
3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O USO LEGAL DA FORÇA 10 
3.3 CRITÉRIOS PARA PROCEDIMENTO 11 
3.4 O CORPO PARA INSTRUMENTO DE TRABALHO 14 
3.5 FUNDAMENTOS DE MECÂNICA CORPORAL 15 
3.6 ESTUDOS DOS PONTOS VITAIS DO CORPO HUMANO E SEUS EFEITOS 15 
3.7 COMPORTAMENTO HUMANO, ASPECTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS 
NA DEFESA PESSOAL 
16 
UNIDADE III – TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA DPP 17 
3.8 TECNICAS E PRODIMENTOS DE DEFESA PESSOAL POLICIAL 17 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 19 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
O conceito de Defesa Pessoal, de um modo geral e bastante abrangente, pois 
envolve diversas técnicas de defesas como também de ataques. Em alguns casos 
se aplica a máxima popular de que “a melhor defesa é o ataque”. 
A denominação Defesa Pessoal Policial, surgiu justamente desse 
entendimento comum e da necessidade de se impor algumas regras para os 
agentes de Segurança Pública no uso legal da força e na aplicação de técnicas de 
Defesa Pessoal, voltadas para atividade policial. 
Não se pode aceitar que um Policial, Agente de Segurança Pública e 
elemento-chave no cumprimento das leis e manutenção da ordem pública, aceite 
como verdadeira esta máxima popular, ainda que se encontre em situação de 
agressão iminente. 
A este agente é permitido à antecipação àquela possível agressão, e não 
atacar antes de ser agredido. 
Esta antecipação é alcançada através de técnicas de abordagem, 
imobilização e controle do agressor, usando-se de meios moderados para impedir 
sua agressão. Ou seja, nota-se que nem todas as técnicas de Defesa Pessoal 
existentes em geral, são adequadas ao uso por Agentes de Segurança Pública. 
Nasce assim uma nova denominação que abrange somente técnicas que se 
encontrem em consonância com a legislação e aos princípios de legalidade, 
necessidade, proporcionalidade, conveniência, bem como atendam os preceitos de 
direitos humanos. 
 
UNIDADE I – DEFESA PESSOAL E DEFESA PESSOAL POLICIAL 
 
2. DEFESA PESSOAL POLICIAL 
 
2.1 DEFESA PESSOAL NO ÂMBITO GERAL 
Os conceitos aqui trabalhados, não devem ser pareados, compreendidos 
como conteúdos prontos e acabados, estanques, verdades absolutas, imutáveis; os 
temas aqui propostos são formas de conhecimentos continuados que devem ser 
constantemente revistos, completados e retreinados, pois: 
6 
 
Defesa pessoal não é luta mesmo se lutando; não se trata de quem é o mais 
forte, mesmo sendo necessário força; não se trata de quem é o melhor, mesmo que 
na sua prática, damos nosso melhor. “Nunca sabemos tudo, mesmo estudando por 
anos esse ramo do saber, e no final, descobre-se que, nossos princípios, valores e 
condutas são tão valorosos quanto todas as técnicas as quais pudemos ter 
aprendido e ensinado”. 
Labutar neste ramo do conhecimento é saber que o título fantasia, 
denominado de Defesa Pessoal, abarca várias áreas de atuação. Os quais 
perpassam desde as modalidades de artes marciais, esportes de combate, lutas, 
dentre outras, até as práticas diretivas de defesa pessoal às quais possuem um 
infindável ramo de especificidades, como é o caso da Defesa Pessoal Policial. 
Quando tratamos de defesa pessoal temos temas comuns os quais 
chamamos de temas “transversais”, os quais são conteúdos que perpassam por 
todas modalidades as quais se denominam de defesa pessoal, como as técnicas de 
defesa a ataques contundentes. Também temos temas “verticais” que dizem 
respeito exclusivamente a uma modalidade específica, como no caso da Defesa 
Pessoal Policial, a obrigatoriedade de respeitar e cumprir os princípios que nos 
norteiam, como: legalidade, necessidade, proporcionalidade, conveniência, bem 
como atendam os preceitos de direitos humanos. 
Falar de defesa pessoal implica assumir enquanto objetivo geral a 
necessidade de dominar técnicas de defesa, ataque e combate corporal, com uso de 
meios assessórios ou mãos livres, respeitando a doutrina vinculada a esta prática, 
tornando efetivas as ações pautadas na legislação vigente, no uso progressivo da 
força, mediante técnicas de verbalização, contenção, submissão e condução a 
possíveis resistências de suspeitos ou presos. 
 
2.2 CONCEITOS BÁSICOS 
Força: É toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupos de 
indivíduos, reduzindo ou eliminando sua capacidade de auto decisão e auto reação; 
Nível do Uso da Força: É entendido desde a simples presença policial em 
uma intervenção até a utilização da arma de fogo, em seu uso extremo (uso letal); 
Ética: É o conjunto de princípios morais ou valores que governam a conduta 
de um indivíduo ou de membros de uma mesma profissão; 
7 
 
Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou empregadas, 
especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar 
temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua 
integridade. (TASER/SPARK); 
Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos, excluindo 
armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, 
debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e minimizar 
danos à sua integridade. (ALGEMAS, BASTÕES); 
Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas, 
especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, 
preservando vidas e minimizando danos a integridade das pessoas envolvidas. 
(MUNIÇÕES QUÍMICAS, ELASTÔMERO); e 
Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e 
equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos 
à integridade das pessoas. 
 
2.3 CONCEITO DEFESA PESSOAL POLICIAL 
 
 “Conjunto de técnicas oriundas de diversas artes marciais, executadas pelo 
Agente de Segurança Pública no cumprimento da Lei, combinando suas 
potencialidades físicas, cognitivas e emocionais, para defesa própria ou de 
outrem, respeitando os princípios da legalidade, necessidade, 
proporcionalidade e conveniência, enfatizando a preocupação com o uso 
não letal da força e o respeito aos Direitos Humanos na abordagem e 
captura de infratores”. 
(Prfº Paulo Farias). 
 
2.4 DEFESA PESSOAL RELATIVA A ARTES MARCIAIS 
A prática de defesa pessoal, hoje, absorve em muito técnicas e doutrinasdas 
artes marciais e dos esportes de combate, sendo empregados de forma 
diferenciada, pois somos profissionais de segurança pública e nossas ações 
representam uma instituição e o próprio ESTADO: 
Um policial em serviço tem o direito e o dever de preservar vidas e fazer 
cumprir a legislação vigente, mesmo que coloque, a sua vida em risco, ou com o 
próprio sacrifício da mesma; 
8 
 
Desta forma o termo “defesa pessoal”, para o policial em serviço, já precisaria 
de ajuste, talvez para técnicas de intervenção policial, ou para técnicas do uso 
progressivo da força, visto que vamos descobrir que só nossa presença já é força. 
 
2.5 DEFESA PESSOAL RELATIVA À ATIVIDADE PESSOAL 
Entretanto o policial de folga, não estando tutelado do dever de agir 
mediante um crime, essa realidade muda e pode se valer de princípios de 
comportamentos de AUTO PROTEÇÃO, como: 
1) EVITAÇÃO; 
2) BUSCAR ABRIGO; 
3) ACIONAMENTO DOS MEIOS LEGAIS; 
4) FUGA; 
5) VERBALIZAÇÃO COMO ESTRATEGIA DE DEFESA; 
6) USO DE TÉCNICAS DE DEFESA AO ATAQUE EMINENTE; 
7) TÉCNICAS CONTUNDENTES. 
Este último item, o operador deve agir alinhado sobre um dos excludentes de 
ilicitude, visando resguardar sua vida ou de outrem, evitando os EXCESSOS, 
atacando de forma mais incisiva e debilitante, dentro da necessidade que o caso 
requeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
UNIDADE II – USO LEGAL DA FORÇA 
 
3. EXCLUDENTES DE ILICITUDE 
No Art. 25 do CPB encontramos o entendimento legal para situação de 
Legítima defesa. 
Entende-se quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem: 
“Não há crime quando o agente pratica o fato: 
 
Em estado de necessidade; 
Em legítima defesa; 
Em estrito cumprimento do dever legal; e 
Em exercício regular do direito”. 
(Art. 23 do CPB). 
 
3.1 INTRODUÇÃO AO USO LEGAL DA FORÇA 
Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei. 
O CCEAL adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua 
resolução 34/169 de 17 de dezembro de 1979. Consiste em oito artigos. Não é um 
tratado, mas pertence à categoria dos instrumentos que proporcionam normas 
orientadoras aos governos sobre questões relacionadas com direitos humanos e 
justiça criminal. 
O artigo 1º estipula que os encarregados da aplicação da lei devem sempre 
cumprir o dever que a lei lhes impõe. 
O artigo 2º requer que os encarregados da aplicação da lei, no cumprimento 
do dever, respeitem e protejam a dignidade humana, mantenham e defendam os 
direitos humanos de todas as pessoas. 
O artigo 3º limita o emprego da força pelos encarregados da aplicação da lei a 
situações em que seja estritamente necessária e na medida exigida para o 
cumprimento de seu dever. 
O artigo 4º estipula que os assuntos de natureza confidencial em poder dos 
encarregados da aplicação da lei devem ser mantidos confidenciais, a não ser que o 
cumprimento do dever ou a necessidade de justiça exijam estritamente o contrário. 
O artigo 5º reitera a proibição da tortura ou outro tratamento ou pena cruel, 
desumano ou degradante. 
10 
 
O artigo 6º diz respeito ao dever de cuidar e proteger a saúde das pessoas 
privadas de sua liberdade. 
O artigo 7º proíbe os encarregados da aplicação da lei de cometer qualquer 
ato de corrupção. Também devem opor-se e combater rigorosamente esses atos. 
O artigo 8º trata da disposição final exortando os encarregados da aplicação 
da lei (mais uma vez) a respeitar a lei (e a este Código). 
 
3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O USO LEGAL DA FORÇA 
Os princípios Básicos sobre o uso legal da força e arma de fogo foram 
adotados no 8º (oitavo) Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime 
e o Tratamento dos Infratores, realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 07 de 
Setembro de 1990. 
Apesar de não ser um tratado, o instrumento tem como objetivo, proporcionar 
normas orientadoras aos Estados-Membros, sendo o Brasil um deles, na tarefa de 
assegurar e promover o papel adequado dos Profissionais de Segurança Pública na 
aplicação da lei. 
Como já vimos, não nos resta a menor dúvida quanto à importância e 
complexidade do trabalho do Profissional de Segurança, onde destacamos seu 
papel de vital importância na proteção da vida, liberdade e segurança de todas as 
pessoas. 
Acrescenta-se que ênfase especial deve ser dada à qualificação, treinamento 
e conduta desses Profissionais, tendo em vista seu contato direto com a sociedade 
quando das suas intervenções operacionais. 
As Organizações Policiais recebem uma série de meios legais que as 
capacitam a cumprir seus deveres de aplicação da lei e preservação da ordem. Sem 
este e outros poderes, tal como aquele de privar as pessoas de sua liberdade, não 
seria possível ao policial desempenhar sua missão constitucional. 
Enfatizamos novamente que, o uso da força deve ser excepcional e nunca 
ultrapassar o nível razoável necessário para se atingir os objetivos legítimos de 
aplicação da lei. Neste sentido, entende-se que o uso da arma de fogo é uma 
medida máxima e colocada em pratica tão somente quando outros meios menos 
extremos se revelem insuficientes. Neste sentido, o uso letal destas armas, só 
poderá ser feito quando estritamente necessário para a proteção da vida. 
11 
 
As organizações policiais devem equipar e treinar seus integrantes com vários 
tipos de armas e munições, permitindo um uso diferenciado da força, procurando 
ainda disponibilizar armas incapacitantes não letais e Instrumentos de Menor Poder 
Ofensivo (-Impo) que possam diminuir a necessidade do uso de armas de fogo de 
qualquer espécie. 
 
3.3 CRITÉRIOS DE PROCEDIMENTOS 
Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou 
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente 
habilitado e sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial 
ofensivo for introduzido na instituição, esta, deverá estabelecer um módulo de 
treinamento específico com vistas à habilitação do agente. 
Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e 
instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, de 
acordo com a especificidade da função operacional e sem se restringir às unidades 
especializadas. 
Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, possa vir a 
se envolver em situações de uso da força, deverá portar no mínimo 2 (dois) 
instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de proteção necessários 
à atuação específica, independentemente de portar ou não arma de fogo. 
 
ANTES DE FAZER O USO DA FORÇA EM UMA INTERVENÇÃO POLICIAL, 
RESPONDA SEMPRE AOS QUESTIONAMENTOS: 
O emprego da força é legal? (LEGALIDADE). 
Neste primeiro questionamento, o policial deve buscar amparar legalmente 
sua ação, devendo ter conhecimento da lei e estar preparado tecnicamente, através 
da sua formação e do treinamento recebidos. Cabe ressaltar que vários são os 
casos em que ocorrem ações legitimas decorrentes de atos ilegais. 
O emprego da força é legal? (LEGALIDADE). 
Como exemplo, podemos citar o caso do policial que durante uma abordagem 
tenta conseguir uma “confissão” do suspeito à força, e em virtude disto este policial é 
desacatado. A prisão por desacato é uma ação legítima, contudo, ela ocorreu em 
12 
 
virtude de um ato ilegal, portanto o uso da força pelo policial é questionável, posto 
ela própria provocou a situação. 
 
ANTES DE FAZER O USO DA FORÇA EM UMA INTERVENÇÃO POLICIAL, 
RESPONDA SEMPRE AOS QUESTIONAMENTOS: 
A aplicação da força é necessária? (NECESSIDADE). 
Para responder, o policial precisa identificar o objetivo a ser atingido. A ação 
atende aos limites considerados mínimos para que se torne justa e legal 
intervenção. Este questionamento ainda sugere verificar se todas as opções estão 
sendo consideradas e se existem outros meios menos danosos pra se atingir oobjetivo desejado. O nível da força de reação utilizado é proporcional ao nível de 
resistência oferecida? (PROPORCIONALIDADE). 
Está se verificando a proporcionalidade do uso da força, e caso não haja, 
estará caracterizado o abuso de poder. Como exemplo, podemos citar a 
ilegitimidade da ação policial quando esse não sabe a hora de parar, ou seja, o 
suspeito já se encontra dominado e ainda é submetido ao uso da força que naquele 
momento passará a ser considerada desproporcional. 
O uso da força é conveniente? (CONVENIÊNCIA OPORTUNIDADE). 
O aspecto referente à conveniência do uso da força diz respeito ao momento 
e ao local da intervenção policial. Por exemplo, não seria conveniente reagir a uma 
agressão por arma de fogo, se você estivesse em um local de grande movimentação 
de pessoas, tendo em vista o risco que sua reação ocasionaria naquela 
circunstância, ainda que fosse legal, proporcional e necessário. 
Como último questionamento, verifica-se a força a ser empregada será por 
motivos sádicos ou maléficos, dotados de questões discriminatórias. Preocupa-se 
em verificar ainda a boa-fé do policial e sua adequação aos princípios éticos do 
serviço policial. 
 
SE LEMBRE... 
Embora você tenha a autoridade para usar a força, deverá pautar-se pelos 
princípios da legalidade, proporcionalidade e necessidade, sempre de maneira 
progressiva, ética e técnica, incluindo, principalmente, o seu uso extremo para a 
defesa da vida, seja sua ou de terceiros. 
13 
 
LEGALIDADE; NECESSIDADE; PROPORCIONALIDADE; CONVENIÊNCIA 
E DIREITOS HUMANOS. 
 
PIRÂMIDES DO ESCALONAMENTO DO USO DA FORÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3.4 O CORPO COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO 
O corpo é uma fonte inesgotável de informações: 
1. Tanto do oponente, o qual deva ser submetido ao uso progressivo da 
força, quanto do agente de segurança, que se estiver desavisado, 
acusa suas intenções pela postura tomada; 
2. Vale destacar que o agente público, movido por força de lei, nunca 
briga, seu objetivo não é vencer ou provar que é o mais capacitado 
ou o mais forte, ele sempre está VISANDO TRÊS ASPECTOS 
quando se depara com o nível de intervenção, os quais são: 
CONTENÇÃO, SUBMISSÃO E CONDUÇÃO; 
3. Partindo dessa premissa de não briga, devesse evitar inicialmente 
postura de luta mesmo que se oponente, esteja em postura de luta; 
4. O foco é efetuar uma leitura corporal e entender quais as possíveis 
habilidades deste transgressor. Tentando identificar quais habilidades 
de luta o mesmo revela, ao se posicionar e decidindo qual melhor 
estratégia de intervenção; 
5. Sempre utilizando a verbalização como fator distrativo; 
6. Iniciando um “teatro”, uma falsa submissão, neste momento é muito 
importante a sincronização com seu companheiro de trabalho, pois o 
mesmo também deve saber qual seu papel na hora de agir. 
7. Se o oponente se manifestar como lutador de boxe, existem 
movimentos previsíveis de início de contato, da mesma forma nas 
demais categorias de esporte ou artes márcias. 
8. Não assumir postura de luta, não significa está desatento a um 
ataque, vale lembrar que as movimentações de perna são tão 
importantes para o ataque quanto para defesa. As mãos podem estar 
altas e não em postura de ataque e sim de falsa submissão. 
9. As técnicas de defesa pessoal não visão garantir 100% de sucesso 
em uma intervenção, o objetivo e ampliar as possibilidades de 
sucesso ou de reduzir a necessidade de intervenção letal ou com 
lesão, para ambos os lados. 
10. Desta forma nem sempre demonstrar, o que sabe, é valido. Pois o 
FATOR SURPRESA é um dos nossos maiores aliados, e nunca 
15 
 
devemos abrir mão dele, bem como a MEMORIA CORPORAL, das 
técnicas treinadas. Evite tentar executar uma técnica a qual não 
treinou, ou que não a faça de forma automática, pois os segundos 
que você irá perder pensando na forma de executar a técnica, podem 
ser os segundos que diferenciam o sucesso do fracasso. 
 
3.5 FUNDAMENTOS DE MECÂNICA CORPORAL 
O que é mecânica corporal? 
Conceito: Esforço coordenado dos sistemas musculoesquelético e nervoso 
para manter o equilíbrio adequado, postura e alinhamento corporal, durante a 
inclinação, movimentação, levantamento de carga e execução das atividades 
diárias. 
Qual a importância da mecânica corporal? 
Facilita o movimento para que uma pessoa possa executar atividades físicas 
sem usar desnecessariamente sua energia muscular. Como conduzir um nacional, 
utilizando-se os princípios da Mecânica Corporal: Alinhamento: Condições das 
articulações, tendões, ligamentos e músculos em várias partes do corpo. 
Devemos nos aprofundar nos limites dos ângulos do corpo, na utilização das 
técnicas as quais envolvam torções e projeções. Estudo este que favoreçam o não 
acontecimento de lesões indesejadas e assim potencialize o objetivo final de 
controle, submissão e condução. 
 
3.6 ESTUDO DOS PONTOS VITAIS DO CORPO HUMANO E SEUS 
EFEITOS 
PONTOS SENSÍVEIS E VITAIS DO CORPO HUMANO: 
As técnicas de defesa e ataque devem evitar pontos os quais irão gerar 
lesões permanentes ou morte, visto esse não ser o objetivo. 
No caso DPP o objetivo, no momento de uma intervenção, são três: 
contenção, submissão e condução. 
Tendo por base esses objetivos devemos evitar sempre que possível o 
ataque a zona central do corpo, o qual perpassa desde a cabeça, pescoço até a 
coluna cervical, principalmente com IMPO; 
16 
 
Os membros superiores e inferiores, sempre são uma boa opção como 
estratégia de atingir o objetivo da DPP. 
Existem técnicas banidas tanto nos esportes de contato, como nas práticas de 
DDP, tais como: 
 Técnicas proibidas que envolvem dede torção a coluna cervical, até 
ataques contundentes nos chutes onde o oponente esteja em solo, 
chamados de “tiro de meta” devido poder gerar lesões irreversíveis; 
 Ataques contundentes como “bate estaca”; 
 Técnicas de asfixia mecânica, ininterruptas, visto que se aplicada 
corretamente em 5 segundos o oponente desmaia, sem a garantia de 
retorno. 
 
3.7 COMPORTAMENTO HUMANO, ASPECTOS VERBAIS E NÃO 
VERBAIS NA DEFESA PESSOAL POLICIAL. 
O agente em situação de intervenção deve estar tomado por uma atenção a 
todos os aspectos que o rodeiam, sempre visando a elaboração de um “teatro”, cujo 
o foco é seu objetivo final, o qual está na resolução do conflito. 
Neste universo focamos em todas as variáveis intervenientes existentes, tais 
como: características físicas, emocionais, ambientais dentre outras. 
O causador do evento crítico pode ser um criminoso comum, uma pessoa 
emocionalmente em conflito, um usuário de drogas, uma pessoa portadora de 
patologia psiquiátrica agressiva ou não. 
Neste contexto não nos resta à perda de tempo em pensar em qual técnica 
usar, a mesma deve está massificada enquanto memoria muscular, facilitando assim 
a atenção a postura do agressor, aos aspectos emocionais envolvidos, se o mesmo 
está com abjetos cortantes, perfurantes etc. 
Assim, toda ação do operador deve ser acompanhada de uma verbalização 
clara precisa e concisa, onde, no geral, apenas um deve verbalizar. 
 
 
 
 
 
17 
 
UNIDADE III - TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA DPP 
 
3.8 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE DEFESA PESSOAL POLICIAL 
Técnicas e procedimentos de Defesa Pessoal Policial. Neste módulo, se 
forem acrescentadas imagens e discriminar técnica a técnica, o conteúdo ira ficar 
muito extenso. Neste sentido sugiro que os instrutores ao abordar os conteúdos da 
ementa, consultem as referências abaixo que versam sobre os conteúdos práticos. 
A nível didático seguem as técnicas abaixo descritas, visando não o 
aprofundamento de suas execuções e sim uma visão geral da formação, eclética e 
pluralista dos conjuntos de técnicas aqui orientadas: 
 
1. Técnicas de rolamentos e amortecimento de queda: 
(Esquerda, Direita, Trás, Frente); 
2. Levantadatécnica (sem uso das mãos); 
3. Técnicas de movimentação em solo; 
4. Técnicas de Esgrima; 
5. Técnicas de cinturadas com e sem queda; 
6. Movimentação em base de luta; 
7. Técnicas contundentes: Soco, Cotovelo, Joelho, Chute; 
8. Bloqueio a ataques contundentes (lateral e frontal); 
9. Defesas de ataques sequenciais; 
10. Agarramento seguido de socos ou cuteladas; 
11. Agarramento seguido de joelhadas; 
12. Gravata seguida de socos; 
13. Defesas contra paulada: (frontal descendente, paulada lateral e estocada); 
14. Técnicas de projeção; (uma a três) 
15. Agarramentos ao corpo: pela frente e pelas costas, sobre e sob os braços, 
pulsos; 
16. Agarramentos à roupa, cabelo (pegadas) a um ou ambos os braços pela 
frente, por trás e pela frente e lateral; 
17. Gravatas e enforcamentos, frontais e pelas costas em pé e ao solo; 
18. Estrangulamentos: pela frente, lateral e pelas costas em pé e ao solo; 
18 
 
19. Técnicas de desequilíbrio imobilizando uma perna do dominado (Single 
Leg); 
20. Técnicas de desequilíbrio imobilizando as duas pernas do dominado 
(Duble Leg), com “cabeçada”. 
21. Técnicas de Sprawl; 
22. Técnicas de ataque e defesa em paredes ou Grade; 
23. Técnicas de defesa, domínio e submissão no solo: 
24. Saída, ataque e defesa da guarda; 
25. Saída, ataque e defesa da meia guarda; 
26. Montada, ataque e defesa; 
27. Torção de pulso em pé e no solo; 
28. Técnicas de estrangulamento em solo, torções e submissão. 
29. Técnicas de ataque e defesa e submissão no solo com um, dois e três 
policiais; 
30. Técnicas de submissão controle e condução de suspeitos ou infratores; 
31. Técnicas de submissão controle condução de suspeitos ou infratores; 
32. Técnicas de submissão em abordagens e buscas pessoais; 
33. Técnicas de uso de algemas, individuais, coletivas e manejo na pessoa 
contida pela algema. 
34. Defesa contra arma de fogo no momento do saque do oponente; 
35. Defesa contra arma de fogo apontada pela frente ou pelas costas ou ainda 
pela lateral; 
36. Defesas contra facada frontal e lateral: descendente, ascendentes e 
laterais; 
37. Processos de controles e técnicas de imobilizações policiais e condução 
de Presos; 
38. Chaves de braço, permanentes e temporárias; 
39. Processos de controles e técnicas de imobilizações policiais e condução 
de presos; 
40. Chaves de braço permanentes e temporárias. 
41. Técnicas de ataque, defesa e contenção com bastões; 
42. Técnicas de elevação do solo e condução com uso do bastão. 
 
19 
 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 
 
ABRAHÃO, José Roberto Romeiro, 1962 - Cavalcanti, Pedro Gilioli, 1971 - 
Nakayama, Ricardo, 1966, Defesas com Facas - São Paulo – Disponível em 
http://www.sotai.com.br; 
 
EXERCITO BRASILEIRO – Manual de Combate com Facas. Rio de Janeiro: 
2008; 
 
FARIAS, Paulo Sérgio Nascimento, Manual de Procedimentos e Ordem Unida 
com Bastão Policial Tipo II – Tonfa. Belém: 2010; 
 
Manual de Combate Corpo a Corpo do COT; 
 
Nascimento, S. Paulo, Livro didático da disciplina Defesa Pessoal Policial, 
Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, PMPA.2017; 
 
NAKAYAMA, Ricardo. Defesa Pessoal Comentada para Profissionais de 
Segurança São Paulo: 2012 - Disponível em http://www.sotai.com.br; 
 
Revista Magnum - Editora Magnum, ltda. - São Paulo – Brasil ASSIS, José 
Wilson Gomes de. Considerações acerca da abordagem policial no direito 
brasileiro comparado. 2015. Disponível em 
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