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1 dz0 DEFESAPESSOAL DIREITO PENAL MILITAR 2 DEFESA PESSOAL POLICIAL BELÉM/PA 2021 3 APRESENTAÇÃO O presente material didático corresponde à disciplina Defesa Pessoal Policial e tem como objetivo nortear o corpo discente e docente no processo de ensino aprendizagem dos assuntos relacionados a este, tão complexo tema, no âmbito da Polícia Militar do Pará. A importância da disciplina se justifica pela necessidade de proporcionar ao aluno os conhecimentos teóricos e práticos que deverão ser adotados como padrão de comportamento a ser seguido tanto em serviço quanto em folga, favorecendo assim a potencialização dos seus recursos físicas, cognitivas e emocionais, para defesa própria ou de outrem. Um dos pontos centrais nesta disciplina é o respeito a legislação vigente e aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e conveniência, temo como ênfase a preocupação com o uso não letal da força e o respeito aos Direitos Humanos na abordagem e captura de infratores. 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 05 UNIDADE I - DEFESA PESSOAL E DEFESA PESSOAL POLICIAL 05 2. DEFESA PESSOAL POLICIAL 05 2.1 DEFESA PESSOAL NO AMBITO GERAL 05 2.2 CONCEITOS BÁSICOS 06 2.3 CONCEITO DEFESA PESSOAL POLICIAL 07 2.4 DEFESA PESSOAL RELATIVA A ARTES MARCIAIS 07 2.5 DEFESA PESSOAL RELATIVA À ATIVIDADE PESSOAL 08 2.4 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA PANDÊMIA 14 UNIDADE II – USO LEGAL DA FORÇA 09 3. EXCLUDENTE DE ILICITUDE 09 3.1 INTRODUÇÃO AO USO LEGAL DA FORÇA 09 3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O USO LEGAL DA FORÇA 10 3.3 CRITÉRIOS PARA PROCEDIMENTO 11 3.4 O CORPO PARA INSTRUMENTO DE TRABALHO 14 3.5 FUNDAMENTOS DE MECÂNICA CORPORAL 15 3.6 ESTUDOS DOS PONTOS VITAIS DO CORPO HUMANO E SEUS EFEITOS 15 3.7 COMPORTAMENTO HUMANO, ASPECTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS NA DEFESA PESSOAL 16 UNIDADE III – TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA DPP 17 3.8 TECNICAS E PRODIMENTOS DE DEFESA PESSOAL POLICIAL 17 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 19 5 1. INTRODUÇÃO O conceito de Defesa Pessoal, de um modo geral e bastante abrangente, pois envolve diversas técnicas de defesas como também de ataques. Em alguns casos se aplica a máxima popular de que “a melhor defesa é o ataque”. A denominação Defesa Pessoal Policial, surgiu justamente desse entendimento comum e da necessidade de se impor algumas regras para os agentes de Segurança Pública no uso legal da força e na aplicação de técnicas de Defesa Pessoal, voltadas para atividade policial. Não se pode aceitar que um Policial, Agente de Segurança Pública e elemento-chave no cumprimento das leis e manutenção da ordem pública, aceite como verdadeira esta máxima popular, ainda que se encontre em situação de agressão iminente. A este agente é permitido à antecipação àquela possível agressão, e não atacar antes de ser agredido. Esta antecipação é alcançada através de técnicas de abordagem, imobilização e controle do agressor, usando-se de meios moderados para impedir sua agressão. Ou seja, nota-se que nem todas as técnicas de Defesa Pessoal existentes em geral, são adequadas ao uso por Agentes de Segurança Pública. Nasce assim uma nova denominação que abrange somente técnicas que se encontrem em consonância com a legislação e aos princípios de legalidade, necessidade, proporcionalidade, conveniência, bem como atendam os preceitos de direitos humanos. UNIDADE I – DEFESA PESSOAL E DEFESA PESSOAL POLICIAL 2. DEFESA PESSOAL POLICIAL 2.1 DEFESA PESSOAL NO ÂMBITO GERAL Os conceitos aqui trabalhados, não devem ser pareados, compreendidos como conteúdos prontos e acabados, estanques, verdades absolutas, imutáveis; os temas aqui propostos são formas de conhecimentos continuados que devem ser constantemente revistos, completados e retreinados, pois: 6 Defesa pessoal não é luta mesmo se lutando; não se trata de quem é o mais forte, mesmo sendo necessário força; não se trata de quem é o melhor, mesmo que na sua prática, damos nosso melhor. “Nunca sabemos tudo, mesmo estudando por anos esse ramo do saber, e no final, descobre-se que, nossos princípios, valores e condutas são tão valorosos quanto todas as técnicas as quais pudemos ter aprendido e ensinado”. Labutar neste ramo do conhecimento é saber que o título fantasia, denominado de Defesa Pessoal, abarca várias áreas de atuação. Os quais perpassam desde as modalidades de artes marciais, esportes de combate, lutas, dentre outras, até as práticas diretivas de defesa pessoal às quais possuem um infindável ramo de especificidades, como é o caso da Defesa Pessoal Policial. Quando tratamos de defesa pessoal temos temas comuns os quais chamamos de temas “transversais”, os quais são conteúdos que perpassam por todas modalidades as quais se denominam de defesa pessoal, como as técnicas de defesa a ataques contundentes. Também temos temas “verticais” que dizem respeito exclusivamente a uma modalidade específica, como no caso da Defesa Pessoal Policial, a obrigatoriedade de respeitar e cumprir os princípios que nos norteiam, como: legalidade, necessidade, proporcionalidade, conveniência, bem como atendam os preceitos de direitos humanos. Falar de defesa pessoal implica assumir enquanto objetivo geral a necessidade de dominar técnicas de defesa, ataque e combate corporal, com uso de meios assessórios ou mãos livres, respeitando a doutrina vinculada a esta prática, tornando efetivas as ações pautadas na legislação vigente, no uso progressivo da força, mediante técnicas de verbalização, contenção, submissão e condução a possíveis resistências de suspeitos ou presos. 2.2 CONCEITOS BÁSICOS Força: É toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupos de indivíduos, reduzindo ou eliminando sua capacidade de auto decisão e auto reação; Nível do Uso da Força: É entendido desde a simples presença policial em uma intervenção até a utilização da arma de fogo, em seu uso extremo (uso letal); Ética: É o conjunto de princípios morais ou valores que governam a conduta de um indivíduo ou de membros de uma mesma profissão; 7 Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou empregadas, especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua integridade. (TASER/SPARK); Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e minimizar danos à sua integridade. (ALGEMAS, BASTÕES); Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas, especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos a integridade das pessoas envolvidas. (MUNIÇÕES QUÍMICAS, ELASTÔMERO); e Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas. 2.3 CONCEITO DEFESA PESSOAL POLICIAL “Conjunto de técnicas oriundas de diversas artes marciais, executadas pelo Agente de Segurança Pública no cumprimento da Lei, combinando suas potencialidades físicas, cognitivas e emocionais, para defesa própria ou de outrem, respeitando os princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e conveniência, enfatizando a preocupação com o uso não letal da força e o respeito aos Direitos Humanos na abordagem e captura de infratores”. (Prfº Paulo Farias). 2.4 DEFESA PESSOAL RELATIVA A ARTES MARCIAIS A prática de defesa pessoal, hoje, absorve em muito técnicas e doutrinasdas artes marciais e dos esportes de combate, sendo empregados de forma diferenciada, pois somos profissionais de segurança pública e nossas ações representam uma instituição e o próprio ESTADO: Um policial em serviço tem o direito e o dever de preservar vidas e fazer cumprir a legislação vigente, mesmo que coloque, a sua vida em risco, ou com o próprio sacrifício da mesma; 8 Desta forma o termo “defesa pessoal”, para o policial em serviço, já precisaria de ajuste, talvez para técnicas de intervenção policial, ou para técnicas do uso progressivo da força, visto que vamos descobrir que só nossa presença já é força. 2.5 DEFESA PESSOAL RELATIVA À ATIVIDADE PESSOAL Entretanto o policial de folga, não estando tutelado do dever de agir mediante um crime, essa realidade muda e pode se valer de princípios de comportamentos de AUTO PROTEÇÃO, como: 1) EVITAÇÃO; 2) BUSCAR ABRIGO; 3) ACIONAMENTO DOS MEIOS LEGAIS; 4) FUGA; 5) VERBALIZAÇÃO COMO ESTRATEGIA DE DEFESA; 6) USO DE TÉCNICAS DE DEFESA AO ATAQUE EMINENTE; 7) TÉCNICAS CONTUNDENTES. Este último item, o operador deve agir alinhado sobre um dos excludentes de ilicitude, visando resguardar sua vida ou de outrem, evitando os EXCESSOS, atacando de forma mais incisiva e debilitante, dentro da necessidade que o caso requeira. 9 UNIDADE II – USO LEGAL DA FORÇA 3. EXCLUDENTES DE ILICITUDE No Art. 25 do CPB encontramos o entendimento legal para situação de Legítima defesa. Entende-se quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem: “Não há crime quando o agente pratica o fato: Em estado de necessidade; Em legítima defesa; Em estrito cumprimento do dever legal; e Em exercício regular do direito”. (Art. 23 do CPB). 3.1 INTRODUÇÃO AO USO LEGAL DA FORÇA Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei. O CCEAL adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua resolução 34/169 de 17 de dezembro de 1979. Consiste em oito artigos. Não é um tratado, mas pertence à categoria dos instrumentos que proporcionam normas orientadoras aos governos sobre questões relacionadas com direitos humanos e justiça criminal. O artigo 1º estipula que os encarregados da aplicação da lei devem sempre cumprir o dever que a lei lhes impõe. O artigo 2º requer que os encarregados da aplicação da lei, no cumprimento do dever, respeitem e protejam a dignidade humana, mantenham e defendam os direitos humanos de todas as pessoas. O artigo 3º limita o emprego da força pelos encarregados da aplicação da lei a situações em que seja estritamente necessária e na medida exigida para o cumprimento de seu dever. O artigo 4º estipula que os assuntos de natureza confidencial em poder dos encarregados da aplicação da lei devem ser mantidos confidenciais, a não ser que o cumprimento do dever ou a necessidade de justiça exijam estritamente o contrário. O artigo 5º reitera a proibição da tortura ou outro tratamento ou pena cruel, desumano ou degradante. 10 O artigo 6º diz respeito ao dever de cuidar e proteger a saúde das pessoas privadas de sua liberdade. O artigo 7º proíbe os encarregados da aplicação da lei de cometer qualquer ato de corrupção. Também devem opor-se e combater rigorosamente esses atos. O artigo 8º trata da disposição final exortando os encarregados da aplicação da lei (mais uma vez) a respeitar a lei (e a este Código). 3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O USO LEGAL DA FORÇA Os princípios Básicos sobre o uso legal da força e arma de fogo foram adotados no 8º (oitavo) Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Infratores, realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 07 de Setembro de 1990. Apesar de não ser um tratado, o instrumento tem como objetivo, proporcionar normas orientadoras aos Estados-Membros, sendo o Brasil um deles, na tarefa de assegurar e promover o papel adequado dos Profissionais de Segurança Pública na aplicação da lei. Como já vimos, não nos resta a menor dúvida quanto à importância e complexidade do trabalho do Profissional de Segurança, onde destacamos seu papel de vital importância na proteção da vida, liberdade e segurança de todas as pessoas. Acrescenta-se que ênfase especial deve ser dada à qualificação, treinamento e conduta desses Profissionais, tendo em vista seu contato direto com a sociedade quando das suas intervenções operacionais. As Organizações Policiais recebem uma série de meios legais que as capacitam a cumprir seus deveres de aplicação da lei e preservação da ordem. Sem este e outros poderes, tal como aquele de privar as pessoas de sua liberdade, não seria possível ao policial desempenhar sua missão constitucional. Enfatizamos novamente que, o uso da força deve ser excepcional e nunca ultrapassar o nível razoável necessário para se atingir os objetivos legítimos de aplicação da lei. Neste sentido, entende-se que o uso da arma de fogo é uma medida máxima e colocada em pratica tão somente quando outros meios menos extremos se revelem insuficientes. Neste sentido, o uso letal destas armas, só poderá ser feito quando estritamente necessário para a proteção da vida. 11 As organizações policiais devem equipar e treinar seus integrantes com vários tipos de armas e munições, permitindo um uso diferenciado da força, procurando ainda disponibilizar armas incapacitantes não letais e Instrumentos de Menor Poder Ofensivo (-Impo) que possam diminuir a necessidade do uso de armas de fogo de qualquer espécie. 3.3 CRITÉRIOS DE PROCEDIMENTOS Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for introduzido na instituição, esta, deverá estabelecer um módulo de treinamento específico com vistas à habilitação do agente. Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, de acordo com a especificidade da função operacional e sem se restringir às unidades especializadas. Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, possa vir a se envolver em situações de uso da força, deverá portar no mínimo 2 (dois) instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de proteção necessários à atuação específica, independentemente de portar ou não arma de fogo. ANTES DE FAZER O USO DA FORÇA EM UMA INTERVENÇÃO POLICIAL, RESPONDA SEMPRE AOS QUESTIONAMENTOS: O emprego da força é legal? (LEGALIDADE). Neste primeiro questionamento, o policial deve buscar amparar legalmente sua ação, devendo ter conhecimento da lei e estar preparado tecnicamente, através da sua formação e do treinamento recebidos. Cabe ressaltar que vários são os casos em que ocorrem ações legitimas decorrentes de atos ilegais. O emprego da força é legal? (LEGALIDADE). Como exemplo, podemos citar o caso do policial que durante uma abordagem tenta conseguir uma “confissão” do suspeito à força, e em virtude disto este policial é desacatado. A prisão por desacato é uma ação legítima, contudo, ela ocorreu em 12 virtude de um ato ilegal, portanto o uso da força pelo policial é questionável, posto ela própria provocou a situação. ANTES DE FAZER O USO DA FORÇA EM UMA INTERVENÇÃO POLICIAL, RESPONDA SEMPRE AOS QUESTIONAMENTOS: A aplicação da força é necessária? (NECESSIDADE). Para responder, o policial precisa identificar o objetivo a ser atingido. A ação atende aos limites considerados mínimos para que se torne justa e legal intervenção. Este questionamento ainda sugere verificar se todas as opções estão sendo consideradas e se existem outros meios menos danosos pra se atingir oobjetivo desejado. O nível da força de reação utilizado é proporcional ao nível de resistência oferecida? (PROPORCIONALIDADE). Está se verificando a proporcionalidade do uso da força, e caso não haja, estará caracterizado o abuso de poder. Como exemplo, podemos citar a ilegitimidade da ação policial quando esse não sabe a hora de parar, ou seja, o suspeito já se encontra dominado e ainda é submetido ao uso da força que naquele momento passará a ser considerada desproporcional. O uso da força é conveniente? (CONVENIÊNCIA OPORTUNIDADE). O aspecto referente à conveniência do uso da força diz respeito ao momento e ao local da intervenção policial. Por exemplo, não seria conveniente reagir a uma agressão por arma de fogo, se você estivesse em um local de grande movimentação de pessoas, tendo em vista o risco que sua reação ocasionaria naquela circunstância, ainda que fosse legal, proporcional e necessário. Como último questionamento, verifica-se a força a ser empregada será por motivos sádicos ou maléficos, dotados de questões discriminatórias. Preocupa-se em verificar ainda a boa-fé do policial e sua adequação aos princípios éticos do serviço policial. SE LEMBRE... Embora você tenha a autoridade para usar a força, deverá pautar-se pelos princípios da legalidade, proporcionalidade e necessidade, sempre de maneira progressiva, ética e técnica, incluindo, principalmente, o seu uso extremo para a defesa da vida, seja sua ou de terceiros. 13 LEGALIDADE; NECESSIDADE; PROPORCIONALIDADE; CONVENIÊNCIA E DIREITOS HUMANOS. PIRÂMIDES DO ESCALONAMENTO DO USO DA FORÇA 14 3.4 O CORPO COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO O corpo é uma fonte inesgotável de informações: 1. Tanto do oponente, o qual deva ser submetido ao uso progressivo da força, quanto do agente de segurança, que se estiver desavisado, acusa suas intenções pela postura tomada; 2. Vale destacar que o agente público, movido por força de lei, nunca briga, seu objetivo não é vencer ou provar que é o mais capacitado ou o mais forte, ele sempre está VISANDO TRÊS ASPECTOS quando se depara com o nível de intervenção, os quais são: CONTENÇÃO, SUBMISSÃO E CONDUÇÃO; 3. Partindo dessa premissa de não briga, devesse evitar inicialmente postura de luta mesmo que se oponente, esteja em postura de luta; 4. O foco é efetuar uma leitura corporal e entender quais as possíveis habilidades deste transgressor. Tentando identificar quais habilidades de luta o mesmo revela, ao se posicionar e decidindo qual melhor estratégia de intervenção; 5. Sempre utilizando a verbalização como fator distrativo; 6. Iniciando um “teatro”, uma falsa submissão, neste momento é muito importante a sincronização com seu companheiro de trabalho, pois o mesmo também deve saber qual seu papel na hora de agir. 7. Se o oponente se manifestar como lutador de boxe, existem movimentos previsíveis de início de contato, da mesma forma nas demais categorias de esporte ou artes márcias. 8. Não assumir postura de luta, não significa está desatento a um ataque, vale lembrar que as movimentações de perna são tão importantes para o ataque quanto para defesa. As mãos podem estar altas e não em postura de ataque e sim de falsa submissão. 9. As técnicas de defesa pessoal não visão garantir 100% de sucesso em uma intervenção, o objetivo e ampliar as possibilidades de sucesso ou de reduzir a necessidade de intervenção letal ou com lesão, para ambos os lados. 10. Desta forma nem sempre demonstrar, o que sabe, é valido. Pois o FATOR SURPRESA é um dos nossos maiores aliados, e nunca 15 devemos abrir mão dele, bem como a MEMORIA CORPORAL, das técnicas treinadas. Evite tentar executar uma técnica a qual não treinou, ou que não a faça de forma automática, pois os segundos que você irá perder pensando na forma de executar a técnica, podem ser os segundos que diferenciam o sucesso do fracasso. 3.5 FUNDAMENTOS DE MECÂNICA CORPORAL O que é mecânica corporal? Conceito: Esforço coordenado dos sistemas musculoesquelético e nervoso para manter o equilíbrio adequado, postura e alinhamento corporal, durante a inclinação, movimentação, levantamento de carga e execução das atividades diárias. Qual a importância da mecânica corporal? Facilita o movimento para que uma pessoa possa executar atividades físicas sem usar desnecessariamente sua energia muscular. Como conduzir um nacional, utilizando-se os princípios da Mecânica Corporal: Alinhamento: Condições das articulações, tendões, ligamentos e músculos em várias partes do corpo. Devemos nos aprofundar nos limites dos ângulos do corpo, na utilização das técnicas as quais envolvam torções e projeções. Estudo este que favoreçam o não acontecimento de lesões indesejadas e assim potencialize o objetivo final de controle, submissão e condução. 3.6 ESTUDO DOS PONTOS VITAIS DO CORPO HUMANO E SEUS EFEITOS PONTOS SENSÍVEIS E VITAIS DO CORPO HUMANO: As técnicas de defesa e ataque devem evitar pontos os quais irão gerar lesões permanentes ou morte, visto esse não ser o objetivo. No caso DPP o objetivo, no momento de uma intervenção, são três: contenção, submissão e condução. Tendo por base esses objetivos devemos evitar sempre que possível o ataque a zona central do corpo, o qual perpassa desde a cabeça, pescoço até a coluna cervical, principalmente com IMPO; 16 Os membros superiores e inferiores, sempre são uma boa opção como estratégia de atingir o objetivo da DPP. Existem técnicas banidas tanto nos esportes de contato, como nas práticas de DDP, tais como: Técnicas proibidas que envolvem dede torção a coluna cervical, até ataques contundentes nos chutes onde o oponente esteja em solo, chamados de “tiro de meta” devido poder gerar lesões irreversíveis; Ataques contundentes como “bate estaca”; Técnicas de asfixia mecânica, ininterruptas, visto que se aplicada corretamente em 5 segundos o oponente desmaia, sem a garantia de retorno. 3.7 COMPORTAMENTO HUMANO, ASPECTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS NA DEFESA PESSOAL POLICIAL. O agente em situação de intervenção deve estar tomado por uma atenção a todos os aspectos que o rodeiam, sempre visando a elaboração de um “teatro”, cujo o foco é seu objetivo final, o qual está na resolução do conflito. Neste universo focamos em todas as variáveis intervenientes existentes, tais como: características físicas, emocionais, ambientais dentre outras. O causador do evento crítico pode ser um criminoso comum, uma pessoa emocionalmente em conflito, um usuário de drogas, uma pessoa portadora de patologia psiquiátrica agressiva ou não. Neste contexto não nos resta à perda de tempo em pensar em qual técnica usar, a mesma deve está massificada enquanto memoria muscular, facilitando assim a atenção a postura do agressor, aos aspectos emocionais envolvidos, se o mesmo está com abjetos cortantes, perfurantes etc. Assim, toda ação do operador deve ser acompanhada de uma verbalização clara precisa e concisa, onde, no geral, apenas um deve verbalizar. 17 UNIDADE III - TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA DPP 3.8 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE DEFESA PESSOAL POLICIAL Técnicas e procedimentos de Defesa Pessoal Policial. Neste módulo, se forem acrescentadas imagens e discriminar técnica a técnica, o conteúdo ira ficar muito extenso. Neste sentido sugiro que os instrutores ao abordar os conteúdos da ementa, consultem as referências abaixo que versam sobre os conteúdos práticos. A nível didático seguem as técnicas abaixo descritas, visando não o aprofundamento de suas execuções e sim uma visão geral da formação, eclética e pluralista dos conjuntos de técnicas aqui orientadas: 1. Técnicas de rolamentos e amortecimento de queda: (Esquerda, Direita, Trás, Frente); 2. Levantadatécnica (sem uso das mãos); 3. Técnicas de movimentação em solo; 4. Técnicas de Esgrima; 5. Técnicas de cinturadas com e sem queda; 6. Movimentação em base de luta; 7. Técnicas contundentes: Soco, Cotovelo, Joelho, Chute; 8. Bloqueio a ataques contundentes (lateral e frontal); 9. Defesas de ataques sequenciais; 10. Agarramento seguido de socos ou cuteladas; 11. Agarramento seguido de joelhadas; 12. Gravata seguida de socos; 13. Defesas contra paulada: (frontal descendente, paulada lateral e estocada); 14. Técnicas de projeção; (uma a três) 15. Agarramentos ao corpo: pela frente e pelas costas, sobre e sob os braços, pulsos; 16. Agarramentos à roupa, cabelo (pegadas) a um ou ambos os braços pela frente, por trás e pela frente e lateral; 17. Gravatas e enforcamentos, frontais e pelas costas em pé e ao solo; 18. Estrangulamentos: pela frente, lateral e pelas costas em pé e ao solo; 18 19. Técnicas de desequilíbrio imobilizando uma perna do dominado (Single Leg); 20. Técnicas de desequilíbrio imobilizando as duas pernas do dominado (Duble Leg), com “cabeçada”. 21. Técnicas de Sprawl; 22. Técnicas de ataque e defesa em paredes ou Grade; 23. Técnicas de defesa, domínio e submissão no solo: 24. Saída, ataque e defesa da guarda; 25. Saída, ataque e defesa da meia guarda; 26. Montada, ataque e defesa; 27. Torção de pulso em pé e no solo; 28. Técnicas de estrangulamento em solo, torções e submissão. 29. Técnicas de ataque e defesa e submissão no solo com um, dois e três policiais; 30. Técnicas de submissão controle e condução de suspeitos ou infratores; 31. Técnicas de submissão controle condução de suspeitos ou infratores; 32. Técnicas de submissão em abordagens e buscas pessoais; 33. Técnicas de uso de algemas, individuais, coletivas e manejo na pessoa contida pela algema. 34. Defesa contra arma de fogo no momento do saque do oponente; 35. Defesa contra arma de fogo apontada pela frente ou pelas costas ou ainda pela lateral; 36. Defesas contra facada frontal e lateral: descendente, ascendentes e laterais; 37. Processos de controles e técnicas de imobilizações policiais e condução de Presos; 38. Chaves de braço, permanentes e temporárias; 39. Processos de controles e técnicas de imobilizações policiais e condução de presos; 40. Chaves de braço permanentes e temporárias. 41. Técnicas de ataque, defesa e contenção com bastões; 42. Técnicas de elevação do solo e condução com uso do bastão. 19 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ABRAHÃO, José Roberto Romeiro, 1962 - Cavalcanti, Pedro Gilioli, 1971 - Nakayama, Ricardo, 1966, Defesas com Facas - São Paulo – Disponível em http://www.sotai.com.br; EXERCITO BRASILEIRO – Manual de Combate com Facas. Rio de Janeiro: 2008; FARIAS, Paulo Sérgio Nascimento, Manual de Procedimentos e Ordem Unida com Bastão Policial Tipo II – Tonfa. Belém: 2010; Manual de Combate Corpo a Corpo do COT; Nascimento, S. Paulo, Livro didático da disciplina Defesa Pessoal Policial, Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, PMPA.2017; NAKAYAMA, Ricardo. Defesa Pessoal Comentada para Profissionais de Segurança São Paulo: 2012 - Disponível em http://www.sotai.com.br; Revista Magnum - Editora Magnum, ltda. - São Paulo – Brasil ASSIS, José Wilson Gomes de. Considerações acerca da abordagem policial no direito brasileiro comparado. 2015. 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